26.12.2014 Views

IGARAPÉ LOURDES - Kanindé

IGARAPÉ LOURDES - Kanindé

IGARAPÉ LOURDES - Kanindé

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO,<br />

ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM<br />

TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1<br />

TERRA INDÍGENA<br />

IGARAPÉ <strong>LOURDES</strong>


A KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental é uma<br />

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem<br />

fins lucrativos, dedicada à luta em defesa dos direitos dos povos<br />

indígenas, à conservação da natureza e ao uso sustentado da<br />

biodiversidade.<br />

Criada em 1992, a Kanindé busca soluções inovadoras que<br />

promovam o desenvolvimento econômico justo e ambientalmente<br />

sustentável.<br />

Rua D. Pedro II, 1892, sala 7, Bairro Nª Srª das Graças,<br />

CEP 76804-116 – Porto Velho-RO<br />

Fone/fax: 55 69 3229-2826<br />

www.kaninde.org.br<br />

kaninde@kaninde.org.br<br />

COORDENAÇÃO GERAL<br />

Israel Correa Vale Junior<br />

COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA<br />

Ivanete Bandeira Cardozo<br />

CONSELHO DELIBERATIVO<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo<br />

Monica Nascimento<br />

Urariwe Surui<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Maiquel de Lima Siqueira<br />

Wladir da Cruz Vasques<br />

Irlan das Chagas Silva<br />

TEXTO<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo – Historiadora<br />

Samuel Vieira Cruz - Antropólogo<br />

Israel Correa Vale Junior- Biológo<br />

Amilca Adamy – Geólogo/Analista ambiental<br />

Alcilene Pereira Paes –Turismologa<br />

Aldimar Lima dos Reis – Biólogo<br />

Adnilson de Almeida Silva – Geógrafo<br />

Ana Paula Franco dos Anjos<br />

Ataíde de Almeida Rúbio – Identificador de campo - Mateiro<br />

Emerson Nunes Aguiar – Economista<br />

Gustavo Gurgel do Amaral – Geógrafo<br />

Juliano Rodrigues Oliveira – Biólogo/IBAMA<br />

Kleber Henrique Silva Belém – Geográfo<br />

Luiz Sérgio Ferreira Martins – Biólogo/IBAMA<br />

Ricardo Alexandre Medonça de Melo – Biólogo<br />

Marilene Vasconcelos da Silva – Bióloga<br />

Ivanete Bandeira Cardozo – Bióloga<br />

Luiz Carlos Maretto – Eng. Florestal/Analista ambiental<br />

Maria Aparecida de Oliveira Azevedo Lopes – Ms. Psicologia<br />

Marcelo Rodrigues dos Anjos – Biólogo<br />

Marcos Pérsio Dantas Santos – Doutor em Zoologia<br />

Stefani Freitas Maia Menezes – Geógrafa<br />

Tereza de Jesus C. Rodrigues – Historiadora<br />

Verônica Ariadne Romano – Geógrafa<br />

Alberto Arara<br />

Álvaro Noep Arara<br />

Célio Arara<br />

Cícero Arara<br />

Francisco Arara<br />

Firmino Arara<br />

Marcelo Arara<br />

Mário Arara<br />

Sebastião Arara<br />

Adonias Sebirop da Silva<br />

Afonso Gavião<br />

Amarildo Gavião<br />

Antonio Tapa Gavião<br />

Arnaldo Pabe Gavião<br />

Cena Kere’ap Gavião<br />

Chambete Gavião<br />

Colombo Gavião<br />

Delson Gavião<br />

Digüt Gavião<br />

Emilio Gavião<br />

Iran Gavião<br />

Isabel Gavião<br />

Jonas Gavião<br />

João Gavião<br />

José Gavião<br />

Josias Sebirop da Silva<br />

Rodrigo Gavião<br />

Marcio Gavião<br />

Matilde Gavião<br />

Miguel Gavião<br />

Moisés Seri Gavião<br />

Pitkawa Gavião<br />

Raimundo Gavião<br />

Sebastião Gavião<br />

Valdemar Gavião<br />

ABERTURA DE TRILHAS<br />

Cristiano Andrey S. Vale – Biológo<br />

ESTAGIÁRIOS<br />

Ana Paula Albuquerque de Melo (Biologia)<br />

Carlos Anderson de Souza Sinfontes (Biologia)<br />

Daniele Gomes Texeira (Direito)<br />

Ederson Lauri Leandro (Turismo)<br />

Glauko Correa da Silva (Biologia)<br />

Rosineide Castilho Figueiredo (Biologia)<br />

Helen de Lima Coimbra (Ensino médio)<br />

Lilian Meire Soares Silva (Ensino médio)<br />

Lucas Rommel (Biologia)<br />

Michael de Oliveira (Biologia)<br />

Josenir Rodrigues Neves (Ensino médio)<br />

MAPAS: ELABORAÇÃO E ARTE<br />

Airton Gaio Junior<br />

Elenice Duran Silva<br />

Israel Corrêa do Vale Júnior<br />

FOTOGRAFIAS<br />

Adnilson de Almeida Silva<br />

Alexis Bastos<br />

Fred Bastos<br />

Luis Carlos Maretto<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo<br />

Israel Corrêa do Vale Júnior<br />

Samuel Vieira Cruz<br />

Marcos Pérsio Dantas Santos<br />

ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DA FUNAI<br />

FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO<br />

Francisco de Assis de Figueiredo – Téc. Agropecuária<br />

Jorge Luís Marafiga Leal - Auxiliar de Sertanista<br />

Tennesson Gonçalves Oliveira – Téc. Agropecuária<br />

Vicente Batista Filho – Téc. Agropecuária<br />

Osman Ribeiro Brasil - Sertanista<br />

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA<br />

Teia Comunicação - Adriana Zanki Cordenonsi<br />

IMPRESSÃO<br />

Gráfica Coan<br />

Ficha Catolográfica<br />

D536<br />

Diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão Terra<br />

Indígena Igarapé Lourdes / Organizadores: Ivaneide Bandeira Cardozo,<br />

Israel Correa Vale Júnior. – Porto Velho (RO): Kanindé, 2012.<br />

92p.: il.; -- (Diagnóstico, etnozoneamento e plano de gestão em Terras<br />

Indígenas; 1)<br />

Vários autores<br />

Inclui bibliografia<br />

ISBN 978-85-7764-046-1<br />

1. Terra Indígena - Rondônia - Brasil. 2. Terra Indígena - Meio Ambiente<br />

- Conservação. 3. Terra Indígena - Política - Gestão Ambiental. I. Cardozo,<br />

Ivaneide Bandeira (Org.). II. Vale Júnior, Israel Correa (Org.). III. Coletânea:<br />

Diagnóstico, etnozoneameto e plano de gestão em Terras Indígenas,<br />

1. IV. Título.<br />

CDU: 39(811.1=1-82)<br />

Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549


DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO,<br />

ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO EM<br />

TERRAS INDÍGENAS - VOL. 1<br />

TERRA INDÍGENA<br />

IGARAPÉ <strong>LOURDES</strong><br />

ELABORAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo<br />

COORDENAÇÃO DA EQUIPE DE CAMPO<br />

Israel Correa Vale Junior<br />

ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo<br />

Israel Correa Vale Junior<br />

MARÇO DE 2012<br />

PROMOÇÃO<br />

PARCERIA<br />

APIA<br />

ASSOCIAÇÃO DO POVO<br />

INDÍGENA ARARA<br />

APIG<br />

ASSOCIAÇÃO DO POVO<br />

INDÍGENA GAVIÃO<br />

ORGANIZAÇÃO INDÍGENA<br />

PADEREÉHJ<br />

EXECUÇÃO<br />

Associação de Defesa Etnoambiental


SUMÁRIO<br />

1. Etno-história............................................................................................... 08<br />

Apresentação.................................................................................................. 08<br />

Agradecimentos.............................................................................................. 10<br />

Introdução...................................................................................................... 12<br />

Os Karo Rap................................................................................................... 13<br />

Os Ikolen........................................................................................................ 13<br />

Contatos com outras sociedades...................................................................... 14<br />

Os Karo e Ikolen se conhecem........................................................................ 16<br />

Regularização Fundiária.................................................................................. 19<br />

Rios e Igarapés................................................................................................ 19<br />

Moradia.......................................................................................................... 19<br />

Energia........................................................................................................... 19<br />

Hidrelétricas................................................................................................... 19<br />

Comunicação.................................................................................................. 20<br />

Meios de Transporte........................................................................................ 20<br />

Saneamento Ambiental................................................................................... 20<br />

Atendimento de Saúde.................................................................................... 21<br />

Educação Escolar Indígena.............................................................................. 21<br />

Cosmologia.................................................................................................... 22<br />

A Lenda do Milho........................................................................................... 22<br />

Atividades Produtivas...................................................................................... 24<br />

Caça e Pesca.................................................................................................. 24<br />

Cultura material.............................................................................................. 24<br />

Associações Indígenas..................................................................................... 25<br />

Pressão sobre o meio ambiente....................................................................... 25<br />

Superposição com a Reserva Biológica do JARU............................................. 25<br />

Mineração...................................................................................................... 25<br />

2. Levantamento biológico.................................................................................... 26<br />

Vegetação....................................................................................................... 26<br />

Ictiofauna (peixes)........................................................................................... 32<br />

Herpetofauna (répteis e anfíbios)..................................................................... 35<br />

Avifauna (aves)............................................................................................... 38<br />

Mastofauna (mamíferos de médio e grande porte).......................................... 46<br />

4


3. Etnozoneamento................................................................................................... 47<br />

Introdução......................................................................................................... 48<br />

Mapa Etnozoneamento...................................................................................... 49<br />

Normas Gerais para a Terra Indígena................................................................. 50<br />

Zona de Proteção Integral....................................................................... 50<br />

Zona de Produção.................................................................................. 52<br />

Zona de Recuperação............................................................................ 54<br />

Zona Sagrada.......................................................................................... 55<br />

Zona de Caça........................................................................................ 56<br />

Zona Primitiva........................................................................................ 57<br />

Zona de Resgate..................................................................................... 58<br />

Importância da Terra Indígena Igarapé Lourdes.................................................. 59<br />

4. Plano de Gestão.................................................................................................... 60<br />

O Plano de Gestão............................................................................................ 61<br />

Aspectos Institucionais....................................................................................... 61<br />

Infra-estrutura e equipamentos.......................................................................... 62<br />

Recursos Humanos NAL.................................................................................... 64<br />

Estrutura Organizacional................................................................................... 65<br />

Associações Indígenas....................................................................................... 65<br />

Enquadramento das áreas de atuação por programas temáticos......................... 66<br />

Programa de Proteção............................................................................ 66<br />

Programa de Estudos e Pesquisas............................................................ 68<br />

Programa de Educação............................................................................ 70<br />

Programa de Regularização Fundiária...................................................... 72<br />

Programa de Infra-estrutura.................................................................... 73<br />

Programa de Administração.................................................................... 75<br />

Programa de Cooperação Institucional.................................................... 76<br />

Programa de Saúde................................................................................. 78<br />

Programa de Alternativas Econômicas..................................................... 80<br />

Programa de Valorizacão Cultural........................................................... 82<br />

Avaliação e Revisão do Plano de Gestão................................................. 84<br />

Bibliografia.................................................................................................................. 85<br />

5


6<br />

FIGURA 1. Mapa da T.I. Igarapé Lourdes desenhado por Amarildo Gavião


TERRA INDÍGENA IGARAPÉ <strong>LOURDES</strong><br />

Unidade Gestora<br />

Administrador<br />

Endereço<br />

CEP<br />

Telefone<br />

Coordenacão Regional de Ji-Paraná<br />

Vicente Batista Filho<br />

Rua Manoel Franco, 1780, Nova Brasília - Ji-Paraná/RO<br />

76.908-610<br />

69 34119404<br />

Município e Estado<br />

Ji-Paraná - Rondônia<br />

Coordenadas Geográficas<br />

entre os paralelos 10 0 10’07” a 10 0 12’19” e<br />

10 0 32’52”” a 10 0 50’44” de latitude sul e os<br />

meridianos 61 0 47’02” a 61 0 27’54” e 61 0 51’47”<br />

a 61 0 31’19” de longitude Oeste - Greenwich.<br />

185.533,5768 hectares (cento e oitenta e cinco mil,<br />

quinhentos e trinta e três hectares, cinquenta e sete<br />

ares e sessenta e oito centiares) e o perímetro é de<br />

270,583 Km.<br />

Data de criação e número do decreto<br />

Decreto nº 88.609 de 09/08/83<br />

Atividades ocorrentes<br />

Educação ambiental<br />

Educação formal<br />

Fiscalização<br />

Pesquisa<br />

Atividades Conflitantes<br />

Não existe.<br />

Ensino fundamental.<br />

Operações fiscalizadoras realizadas pela FUNAI<br />

para detectar invasão de pescadores, madeireiros<br />

e fazendeiros.<br />

Avifauna, mastofauna, icitiofauna, herpetofauna,<br />

vegetação e etno-história.<br />

Caça, pesca e desmatamento.<br />

7


I. ETNO-HISTÓRIA<br />

APRESENTAÇÃO<br />

O Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Igarapé Lourdes foi elaborado<br />

com a finalidade de servir como instrumento de planejamento de Gestão Ambiental da Terra<br />

Indígena. Foi realizado em 2004 e os dados constantes no mesmo se referem à este período.<br />

Para sua realização contamos com o apoio da USAID – United States Agency International<br />

Development e Amigos da Terra Suécia, que alocaram recursos para complementar os levantamentos<br />

do Diagnóstico e realizar o Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Igarapé<br />

Lourdes.<br />

Importante e necessário registrar a parceria da FUNAI - Fundação Nacional do Índio - da<br />

Organização Padereéhj, da Associação do Povo Indígena Arara e da Associação do Povo Indígena<br />

Gavião.<br />

Neste livro o leitor irá encontrar um resumo das pesquisas realizadas, na terra indígena Igarapé<br />

Lourdes.<br />

O inteiro teor do Diagnóstico e do Plano de Gestão constam do” Relatório Etnoambiental e do<br />

Plano de Gestão da Terra Indígena do Igarapé Lourdes”.<br />

A importância deste livro deve-se ao fato de disponibilizar para os indígenas e o público em<br />

geral, informações sobre a etno-história, a socioeconomia, a vegetação, a mastofauna, avifauna,<br />

ictiofauna, herpetofauna, o meio fisico e o etnozoneamento do território. O Plano de Gestão<br />

traz as diretrizes para a implementação das ações para a administração do território indígena.<br />

Caso o leitor deseje mais informações deve solicitar uma cópia do Relatório as associações dos<br />

povos indígenas Ikolen e Karo e da Kanindé - Associação de Defesa Etnoambiental.<br />

8


AGRADECIMENTOS<br />

Agradecemos aos povos indígenas Karo Rap e Ikolen que nos receberam, participaram e<br />

executaram juntos todas as etapas do diagnóstico, nos ensinando e compartilhando dos seus<br />

conhecimentos.<br />

Ao IBAMA, FUNAI, FUNASA, SEDUC, Dioceses de Ji-Paraná, Museu Emilio Goeldi, CUNPIR,<br />

e ao Msc. Alexandre Camilo, Almir Narayamoga Surui e Dr. Paulo Sergio Bernarde pelo apoio<br />

e orientação.<br />

À USAID, Amigos da Terra Suécia e Consórcio Amazoniar que tornaram possível o sonho de<br />

realizarmos o estudo da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

Agradecemos a todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste<br />

diagnóstico.<br />

10


INTRODUÇÃO<br />

Na Terra Indígena Igarapé Lourdes habitam dois povos indígenas, os Gavião, autodenominados<br />

Ikolen, e os Arara, que se identificam como Karo Rap, os quais, sujeitos às dinâmicas e pressões<br />

advindas de frentes de expansão da sociedade nacional, travaram contatos entre si – ainda<br />

que tensos, com trocas culturais, casamentos e, finalmente, após o contato com regionais –<br />

seringueiros e seringalistas – conflitos e mortes, realizaram laços de amizade e aliança através<br />

de novos casamentos e novas formas de organização e articulação, hoje através da Associação<br />

Panderej, que congrega, entre outros, ambos povos indígenas.<br />

Além destes dois grupos, há remanescentes de um terceiro, denominado “Babekawei”,<br />

pelos Ikolen 1 ; pelo menos duas mulheres e um homem, casados na aldeia Paygap, de Pedro<br />

Agamenon Arara. Há informação de outros Babekawei vivendo fora da Terra Indígena, no<br />

espaço rural e urbano no município de Ji-Paraná.<br />

Os Karo, assim como com os Babekawei, são falantes de língua do tronco tupi, da família ramarama<br />

e os Ikolen são do Tupi Mondé.<br />

1 Uruku, Urubu ou Urumi segundo outros autores.<br />

12


OS KARO RAP<br />

O povo Karo Rap, conhecidos como Arara habitam as aldeias Iterap e Paygap, com uma população<br />

de 208 pessoas falantes da família lingüística Tupi Rama Rama.<br />

Aldeias: Iterap (Nosso Lugar) e Paygap (Buritizal).<br />

Sobre esta etnia há poucos registros publicados, são referidos por Curt Nimuendaju, entre as<br />

décadas de 1920 e 19406, voltando a ser referidos por Mindlin em 2001. Há estudos lingüisticos,<br />

conduzidos pelos doutores Denny Moore e Nílson Gabbas Júnior, desde 1975, cujos<br />

registros e relatórios de campo foram de suma importância para a construção desta memória.<br />

OS IKOLEN<br />

O povo indígena Ikolen (Gavião de Rondônia), habita a terra Indígena Igarapé Lourdes, são<br />

falantes da familia linguistica Tupi Mondé, e possuem uma população de aproximadamente<br />

523 pessoas, que se distribuem em seis aldeias - Ikolen, Cacoal, Nova Esperança, Castanheira,<br />

Igarapé Lourdes e Ingazeira.<br />

As primeiras referências sobre esta etnia datam da década de 1940, e pouco se estudou sobre<br />

sua cultura ancestral.<br />

Harald Schults (apud Mindlin) refere o povo Gavião, pela primeira vez, em 1955 – quando<br />

passou por Rondônia. É a primeira informação sobre um povo falante de uma língua da família<br />

Tupi Mondé, apesar destes, através de Digüt, informarem conhecer a expedição de Rondon,<br />

da adoção de Fernando Txerepoabá no começo dos anos 1940, pelo seringalista Barros e dos<br />

informes do Sr. José Benedito de Oliveira, sobre contatos no rio Azul no ano de 1944, entre<br />

índios e regionais.<br />

Os Ikolen sofreram a evangelização missionária desde a década de 1940, apesar disto, mantém<br />

viva a memória ancestral.<br />

Nimuendaju 2 (1924; 1944) apesar de referir-se ao povo Karo (Arara) e Urumi, do tronco lingüístico<br />

tupi rama-rama, na bacia do rio Machado, nada registra sobre os povos Tupi-Mondé: os<br />

Ikolen, chamados Gavião, contatados na década de 1940, os Cinta-Larga (1968), os Suruí (autodenominados<br />

Paiter, contatados em 1969) e os Zoró (1978).<br />

2 “Textos Indigenistas”, Curt Nimuendaju, Edições Loyola, São Paulo, 1982.<br />

13


CONTATOS COM OUTRAS SOCIEDADES<br />

Os Ikolen e Karo tiveram vários contatos com outros<br />

povos indígenas e com os não indígenas, todos com<br />

história de conflitos e paz, de casamentos interétnicos<br />

e de inserção na economia regional, e com altas<br />

taxas de mortalidade com epidemias transmitidas<br />

pelos recém-chegados, como gripe, sarampo, pneumonia<br />

e malária.<br />

Em 1977 os Karo tiveram contato com os Ikolen havendo<br />

festas e casamentos, mas em 1979 se afastaram e<br />

foram para seu território que havia sido demarcado.<br />

Na década de 40 os Karo e Urubu 3 mantinham<br />

encontros intermitentes com seringueiros e colonos<br />

estabelecidos na região, iniciando relações sociais<br />

e comerciais. Assim mesmo, os Urubu atacaram de<br />

surpresa e mataram traba-lhadores do seringal Santa<br />

Maria alguns anos depois.<br />

Desde 1947 estas duas etnias (Karo e Babekawei)<br />

manti-nham contatos ocasionais no Seringal Santa<br />

Maria cujo proprietário, Sr. Barros, e seus emprega-<br />

dos, passaram a utilizá-los na extração da seringa,<br />

remunerando-os com roupas, mantimentos e outros<br />

bens.<br />

Em 1959 os Ikolen atacaram três aldeias dos Karo que<br />

existiam na época, matando sete pessoas. 4 Os Karo<br />

fugiram para um seringal (Riachuelo), daí saíram para<br />

outro (no rio Urupá), contraíram sarampo na mata, o<br />

que causou muitas mortes. 5<br />

Em 1966, com a chegada do Serviço de Proteção ao<br />

Indio e os missionários protestantes da Missão Novas<br />

Tribos (New Tribes), ligados no Brasil à Igreja Batista,<br />

que haviam chegado à região no ano anterior, 6 iniciou-se<br />

um trabalho de reaproximação entre os Karo<br />

e os Ikolen, que resultou na coexistência pacifica de<br />

ambos no interior da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

Os índios relatam contatos pontuais com a missão<br />

Rondon e com o próprio Marechal no começo<br />

do século XX e a visita, em meados dos anos 50, do<br />

antropólogo Harald Schultz. (Leonel, 1983).<br />

3 Também denominados Uruku, Urumi ou Babekawei – na literatura e depoimentos tomados. Alguns<br />

remanescentes desta etnia sobrevivem, casados com Karo e Ikolen, na TI Igarapé Lourdes.<br />

4 Em “Couro dos Espíritos”, Betty Mindlin registrou depoimentos transcritos adiante sobre o episódio.<br />

5 Moore informa que, em 1978, nas idades 16-25 anos viviam só 7 Araras na T.I. Igarapé Lourdes, por<br />

causa da alta taxa de mortalidade daqueles anos.<br />

6 Depoimento do Sr. Horst Stute – missionário que chegou à região em 1965.<br />

14


7<br />

OS KARO E IKOLEN SE CONHECEM<br />

Os Arara viviam nos formadores do Igarapé Lourdes, do Igarapé Setembrino, do Prainha e<br />

do Riachuelo, não muito longe dos Gavião, que habitavam o divisor de águas, na Serra da<br />

Providência, nas águas do Igarapé Madeirinha e outros afluentes do rio Branco.<br />

Um Gavião foi caçar, encontrou uma trilha dos Arara. Voltou para a sua casa avisando aos<br />

outros Gavião, dizendo que vira um rastro, um caminho de um índio estranho. Convocaram<br />

uma reunião, chamando parentes de outras aldeias, para irem juntos observar a novidade.<br />

Era mesmo uma vereda dos Arara. Ninguém queria esperar, queriam ver logo quem era essa<br />

gente. Assim foi. O primeiro a dar a notícia dos Arara, voltando da caçada, viu um galho cortado<br />

com faca, levou para mostrar para a sua comunidade.<br />

- Vejam só, encontrei um galho cortado, não é quebrado, é partido com uma coisa estranha.<br />

Nunca tinham visto faca. O homem Gavião, chamado Dzaria-ti, chamou os companheiros:<br />

- Vamos falar com esses homens, vamos entrar em contato com eles!<br />

Dormiram na viagem, de manhãzinha recomeçaram a caminhar. Na viagem, os Gavião mataram<br />

um tamanduá, assaram. Por isso se atrasaram. No outro dia caminharam, seguiram viagem.<br />

De manhã, lá pelas oito horas, viram um índio Arara no caminho, soprando flauta de taquara,<br />

acompanhado por duas mulheres. Os Gavião ponderaram:<br />

- Estão vindo para cá, vamos falar com eles; se não obedecerem, podemos matar.<br />

O Arara estava vindo na frente, as duas mulheres o seguiam. Os Gavião cercaram, eram numerosos,<br />

fizeram como que uma fila, útil se fossem prender os três, mas esconderam-se quase<br />

todos. O último Gavião explicou que essa trilha era de seu povo, acrescentando:<br />

- Ó meu amigo, eu sou seu amigo!<br />

O estrangeiro assustou-se muito ao ver o homem Gavião, ouvir sua voz, uma língua diferente.<br />

As duas mulheres abraçaram-se trêmulas de medo, o Arara virou para trás. O Gavião mostrou<br />

uma flecha para o índio Arara oferecendo. O estrangeiro conseguiu pegar a flecha da mão do<br />

Gavião, apesar do tremor; vieram mais dois Gavião, deram-lhe presentes.<br />

O Arara segurou o braço das duas mulheres.<br />

Os outros Gavião escondidos apareceram, vinham fazer a paz. Na mesma hora puseram cocar<br />

na cabeça do estrangeiro, deram-lhe flechas, colares, muitos cintos, muito artesanato, era um<br />

sem fim de dons. O Arara e as duas mulheres ficaram pesados com tantos presentes. Acabando<br />

de enfeitar o novo amigo, os Gavião convidaram:<br />

- Vocês vão comigo para a minha casa!<br />

Foram para o acampamento onde tinham assado o tamanduá. Deram comida para os três<br />

Arara. Pouco depois o Arara sinalizou para os Gavião que queria voltar, deixaram um filho<br />

em casa, mas os interlocutores não entenderam, acharam que queria avisar a comunidade.<br />

Deixaram que fossem, e voltaram à aldeia.<br />

16<br />

7 In, Mindlin, Betty – Couro dos Espíritos, Editora SENAC, São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2001.


REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA<br />

A Terra indígena Igarapé Lourdes é demarcada e homologada pelo Decreto 88.609/83 de 09<br />

de agosto de 1983. Com a demarcação ficaram fora dos limites da terra indígena importantes<br />

territórios ocupados pelos Ikolen e Karo Rap, que atualmente são reivindicados pelos povos<br />

indígenas para ampliação da área.<br />

RIOS E IGARAPÉS<br />

O Igarapé Lourdes é a principal bacia hidrográfica da terra indígena que possui as sub-bacias<br />

do Igarapé Água Azul, Tarumã, Ji-Paraná, Jatuarana, Setembrino, Prainha, Providência, Lourdes<br />

e Perdido.<br />

MORADIA<br />

As aldeias possuem casas de madeira com cobertura de telhas de amianto, de madeira com<br />

cobertura de palha, casas de palha, casas de alvenaria (FUNAI). As casas feitas de palha demonstram<br />

a técnica indígena de construção de habitações e outras edificações (galinheiros,<br />

chiqueiros, etc). As principais construções de palha são as malocas, que servem como moradia<br />

para algumas famílias. Esse tipo de habitação, apesar de ser tradição da cultura indígena, atualmente<br />

é muito raro de ser encontrado nas aldeias da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

ENERGIA<br />

A Terra Indígena Igarapé Lourdes possui uma precária geração e distribuição de energia elétrica.<br />

Isso se dá porque apenas duas das aldeias, Paygap e Ikolen, são atendidas com energia<br />

distribuída pelas Centrais Elétricas de Rondônia – CERON. As aldeias Cacoal, Ingazeira e Nova<br />

Esperança não têm energia, as demais aldeias funcionam com motor gerador, que quase sempre<br />

estão parados por não ter combustível ou por falta de manutenção.<br />

HIDRELÉTRICAS<br />

A discussão sobre a possível construção da hidrelétrica do rio Machado ou Ji-Paraná vem ocorrendo<br />

desde 1990. Em 1991 os indígenas Ikolen e Karo protestaram contra a construção,<br />

fechando a ponte do rio Machado na cidade de Ji-Paraná.<br />

Furnas vêm coletando dados sobre volume e velocidade das águas no rio Machado e seus afluentes,<br />

para a análise de viabilidade do empreendimento e possível construção da hidrelétrica.<br />

Desde o início de 2005 estes dados vem sendo repassados à Eletronorte.<br />

Vale salientar que os indígenas não foram consultados por Furnas, nem pela Eletronorte (Centrais<br />

Elétricas do Norte), haja vista a construção impactar parte da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

Durante a realização do diagnóstico os Ikolen e Karo foram categóricos em afirmar que não aceitam<br />

a construção da hidrelétrica, principalmente porque esta irá inundar parte de seu território.<br />

19


COMUNICAÇÃO<br />

Os meios de comunicação utilizados nas aldeias variam de telefonia celular a rádios amadores<br />

pertencentes à FUNAI e a FUNASA, bem como através de emissoras de rádio e televisão - esta<br />

última somente com acesso via antena parabólica. Mas a distribuição dos meios de comunicação<br />

não é igual em todas as aldeias.<br />

Quanto à telefonia, a aldeia Ikolen possui telefonia celular rural e as aldeias Iterap e Paygap têm<br />

acesso à telefonia celular através da antena instalada em Ji-Paraná.<br />

MEIOS DE TRANSPORTE<br />

Os meios de transporte utilizados pelos indígenas são divididos por etnia, ou seja, o povo Karo<br />

possui 01 caminhão GMC, modelo G100, ano 2000, 01 barco de alumínio e 01 carroça pertencente<br />

à comunidade; 01 barco de alumínio, 01motor de popa de 15hp e 01 motocicleta<br />

125 cilindradas pertencentes à FUNAI e 01 barco de alumínio pertencente à FUNASA, os quais<br />

são utilizados também pela comunidade.<br />

O povo Ikolen possui 01 caminhão GMC, modelo G100, ano 2000, 01 barco de alumínio de<br />

8m, 01 barco de alumínio de 6m, 02 barcos de alumínio de 4m e 01 barco de madeira de 10m,<br />

01 motor rabeta de 7hp, 01 motor de popa de 25 hp e 02 motores de popa de 15hp.<br />

SANEAMENTO AMBIENTAL<br />

O saneamento ambiental das aldeias da Terra Indígena Igarapé Lourdes é praticamente inexistente.<br />

O abastecimento de água se dá via poços amazônicos e artesianos. A água dos poços amazônicos<br />

é utilizada para vários afazeres, inclusive para consumo, podendo causar doenças relacionadas<br />

à contaminação do lençol freático superficial. O tratamento da água, independente de<br />

sua procedência, é mínimo. Alguns fervem antes do consumo, outros utilizam filtros de barro ou<br />

hipoclorito de sódio (oferecidos pela FUNASA), mas estes procedimentos são pouco utilizados.<br />

A destinação dos resíduos nas aldeias é inadequada, sendo que o tratamento mais usual dado<br />

ao lixo é a queimada. Nenhuma das aldeias possui rede de esgotamento sanitário. A grande<br />

maioria dos moradores utiliza-se de “privadas” comunitárias construídas pela própria comunidade<br />

ou pela FUNASA, ou locais próximos das aldeias. O descaso é tanto que a FUNASA<br />

construiu as privadas no centro da aldeia Iterap e são grande foco para proliferação de doenças.<br />

20


ATENDIMENTO DE SAÚDE<br />

O atendimento à saúde indígena nas aldeias era efetuado pela FUNASA - Fundação Nacional<br />

de Saúde - até julho de 2004, em parceria com a CUNPIR - Coordenação da União das Nações<br />

e Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas.<br />

O atendimento na aldeia era feito por 06 Agentes Indígenas de Saúde (05 homens e 01 mulher)<br />

distribuídos nas aldeias: Iterap, Paygap, Ikolen, Igarapé Lourdes, Castanheira e Cacoal.<br />

A equipe de profissionais de saúde da FUNASA trabalha em sistema de rodízio com auxiliares<br />

de enfermagem e odontólogos que muito raramente vão às aldeias.<br />

As doenças que prevalecem são endêmicas como a tuberculose, malária, leishmaniose e verminoses.<br />

Há ainda casos de desnutrição, subnutrição e síndrome de Down.<br />

Há ainda muitos casos de cáries dentárias por falta de tratamento odontológico.<br />

Para as mulheres grávidas o pré-natal é realizado na cidade de Ji-Paraná.<br />

EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA<br />

Na Terra Indígena Igarapé Lourdes a SEDUC - Secretaria Estadual de Educação - mantém professores<br />

lotados na Representação de Ensino - REN, do município de Ji-Paraná, os quais ministram<br />

aulas e supervisionam os professores indígenas, contratados em caráter emergencial e que<br />

são responsáveis pela alfabetização das crianças, de jovens e adultos. Ao todo são 14 professores<br />

indígenas, sendo 13 homens e 01 mulher.<br />

Existem 08 escolas distribuídas nas aldeias. O ensino é o fundamental bilíngüe, sendo boa parte<br />

dos materiais didáticos produzidos na língua materna no formato de cartilhas com linguagem<br />

missionária.<br />

21


COSMOLOGIA<br />

Os Ikolen e os Karo Rap buscam manter suas cerimônias<br />

tradicionais, como pajelança, encontro dos pajés (que<br />

ocorre no mês agosto), o uso da medicina tradicional,<br />

a Ipena’op Kanã Wajo Akanâ Pe (Festa do Jacaré), a<br />

Ip Japijeje Te’et Na Na Te’a (Festa da Pescaria).<br />

Com o contato outras festas foram incorporadas como<br />

as festas juninas, Natal, Ano Novo, aniversários e o Dia<br />

do Indio.<br />

Moore informava, em 1978, que três anos antes os<br />

Gavião tinham abandonado quase todas as crenças e<br />

rituais tradicionais, “... A última grande festa com muitos<br />

jacarés vivos, com chicha, etc, foi mais ou menos<br />

em 1970. Um chefe de posto proibiu festas exceto<br />

duas: a “Festa do Milho Verde”, dos Goihanei, no inverno<br />

e a “Festa do Pajé”...”. Moore informa que o<br />

servidor da FUNAI acreditava que “... as festas prejudi-<br />

cariam a saúde e baixaria a produção”.<br />

As festas foram retomadas a partir de 1976 (antes todos<br />

freqüentavam a igreja e tinham deixado de fazer<br />

festa), que o pajé está trabalhando de novo (1978)<br />

e há algumas festas. Entre abril e junho de 1977 havia<br />

muito movimento de festa e de pajé na aldeia<br />

Cachoeira. O pajé estava trabalhando para curar o<br />

velho Kepe, pai do Wilson e Colombo, que tinha um<br />

problema do coração. O pajé chamou os espíritos<br />

Oritxitxia que apareceram de noite na frente do povo<br />

e do pesquisador (sic). Quando o doente morreu a<br />

festa acabou – eles queimaram a casa do finado e não<br />

falam mais seu nome. (Moore, 1978).<br />

Apesar da pressão dos missionários e da sociedade nacional,<br />

os Ikolen e Karo Rap continuam com suas práticas<br />

tradicionais de pajelança.<br />

A LENDA DO MILHO<br />

COMO GOIHANEI O TROUXE<br />

8<br />

O Goihanei é o dono do milho verde, foi ele que o<br />

trouxe para o povo Gavião. E é ele que cuida para que<br />

haja boas safras, todo ano tem de comemorar e vestir<br />

as roupas de Goihanei, que são feitas da palha do buriti.<br />

Usam cocar, penacho, roupas de índio, roupas de<br />

Goihanei, o homem do milho. Conta que é muito<br />

importante que seu povo não esqueça e que os<br />

chamem Goihanei, mas só quem os conhecem, e<br />

quem os vê, é o Pajé.<br />

Chamam-se Goihanei, porque vivem nas águas.<br />

E esta festa não é inventada, já vem de muitos anos –<br />

desde o começo do povo que estava nascendo daquela<br />

pedra, daquela rocha.<br />

Os Gavião ainda tem sementes do milho originais que<br />

Goihanei lhes trouxe.<br />

É importante lembrar como é que veio o milho:<br />

Primeiro a mulher engravidou, sem fazer relação, sem<br />

usar homem.<br />

Tem uma fruta que se chama Xum Xum-ra (Tsyn Tsynra),<br />

que nasce de uma árvore muito grande, grossa e<br />

bonita, muito especial para o povo Gavião.<br />

As índias iam apanhar Xum Xum-ra e tinha um pouco<br />

que estava no chão.<br />

Quando chegavam, a índia grávida perguntava:<br />

- E aí Tinha muita fruta lá<br />

- Não, respondíamos, nós trouxemos um pouquinho.<br />

Então ela ia e dizia:<br />

- Vou ver se acho pelo menos um pouco para eu<br />

comer!<br />

Todas as índias iam naquela árvore para se alimentar –<br />

o nome dela é Xum-Xum-ra (Tsyn-Tsyn-ra).<br />

Aí, quando chegava clã, ela sentava, abria as pernas e<br />

de sua vagina, saia o Arco-Íris. Ia lá ao alto da árvore,<br />

balançava e as frutas caíam. Era muita fruta. Ela juntava,<br />

enchia o paneiro. Vinha para a maloca com o<br />

paneiro cheio, cheinho. Vinha para sua casa na aldeia<br />

e, ao entrar as outras mulheres se assustavam:<br />

- Puta merda, onde tu pegaste tanta fruta mulher<br />

- Ah, achei ali mesmo e juntei – respondia.<br />

Mas as demais mulheres desconfiaram, pois a história<br />

sempre se repetia.Então, resolveram segui-la para ver o<br />

que estava acontecendo. Então viram quando ela abriu<br />

as pernas e o Arco-Íris saiu de lá de dentro. Correram<br />

22<br />

8 Narrado por Catarino Sebirop Gavião a Samuel Cruz – Notas e fitas gravadas em campo, 2004.


para avisar os homens que foram olhar e viram que<br />

era verdade o que as mulheres lhes contaram.<br />

Pegaram um facão e cortaram o Arco-Íris, perto da<br />

mulher, não mais do que 70 centímetros.<br />

Então um pedaço, menor, correu para dentro dela e o<br />

outro fugiu para cima, no rumo do céu.<br />

O que ficou para dentro virou gente – menino.<br />

O que foi para cima virou o Arco-Íris que nós vemos<br />

até hoje.<br />

O menino nasceu, cresceu, virou gente e aquele que<br />

foi para cima, se comunicava com a mulher:<br />

- Como está o nosso filho<br />

- Ah, já está grande – ela respondia.<br />

- Vou fazer uma roça aqui pro meu filho, disse o pai.<br />

Vai ter muito milho e só você vai saber.<br />

Quando foi no outro dia o milho já estava grande. E<br />

era milho mesmo. Bastava ele falar que ia ter milho,<br />

que ia fazer roça, que já estava aí. Já estava pronto.<br />

E a mulher foi lá, colheu algum e levou para casa. Mas<br />

tinha um macaco prego que pegou algum e correu.<br />

Um homem pegou o milho do macaco, que ficou<br />

gritando. O homem perguntou:<br />

- De quem é este milho<br />

E a mulher respondeu:<br />

- O milho é meu!<br />

O homem devolveu o milho para a mulher e perguntou<br />

onde ela o havia colhido. E ela respondeu:<br />

- Tem uma roça, e foi mostrá-la aos índios.<br />

Tinha 4 índias – aquelas que não gostavam dela – e<br />

ela as convidou, junto com o povo, para irem até sua<br />

roça para que acreditassem que tinha muito milho.<br />

E o pai do menino castigou aquelas 4 mulheres – quebrou<br />

as enviras com as quais elas amarravam o milho<br />

e as transformou em pombas.<br />

E as 4 mulheres começaram a voar como pombas; e<br />

estas pombas que vemos voando hoje, são descendentes<br />

daquelas transformadas pelo Arco-Íris.<br />

Isso quer dizer, se chama Goihanei.<br />

23


ATIVIDADES PRODUTIVAS<br />

Os Ikolen e Karo Rap praticam a agricultura tradicional indígena e a não indígena com sistemas<br />

agro-florestais, criação de bovinos, suínos, piscicultura, galinhas e animais silvestres, além da<br />

prática do extrativismo para coleta de castanha e óleo de copaíba, pesca tradicional e confecção<br />

de artesanato.<br />

Entre as espécies cultivadas estão a mandioca, milho, amendoim, feijão, arroz, pupunha, cará,<br />

batata doce, taioba, inhame, algodão, urucum, mamão, fava, banana, café, côco, melancia e<br />

frutas cítricas.<br />

A Terra Indígena Igarapé Lourdes possui um Plano de Manejo não Madeireiro de Uso Múltiplo<br />

e Comunitário para que possam utilizar os recursos da floresta como óleo de copaíba, coleta<br />

de castanha e açaí.<br />

CAÇA E PESCA<br />

Os Ikolen e Karo Rap caçam animais silvestres utilizando técnicas como tocaias, imitação do<br />

som dos animais e rastreamento das pegadas dos animais.<br />

A pesca é realizada com o arco e flecha, que geralmente tem ponta de pupunha ou ponta de<br />

osso de onça, sendo atualmente utilizadas flechas com pontas de metal, arpão, zagaia, linhada,<br />

anzol, tarrafa e malhadeiras.<br />

O uso do timbó é bastante freqüente, em algumas épocas do ano, no verão, sendo utilizadas as<br />

espécies “timbó de cipó” e o de casca de árvore timbaúba ou orelha de macaco (Enterolobium<br />

maximum).<br />

CULTURA MATERIAL<br />

Produzem diversos tipos de artes, como cocar, pulseiras, colares, brincos, anéis, que são confeccionados<br />

com côco de tucumã, inajá e ossos de animais; Cestos, paneiros e redes confeccionados<br />

com fibras de árvores, palha de babaçu, algodão cru ou cipó.<br />

As mulheres produzem a maior parte do artesanato, sendo que os homens confeccionam a arte<br />

plumária.<br />

24


ASSOCIAÇÕES INDÍGENAS<br />

Existem 02 associações representativas dos povos da Terra Indígena Igarapé Lourdes e 01 que<br />

representa várias etnias incluindo os Ikolen e os Karo Rap. Estas organizações promovem a interlocução<br />

com a sociedade nacional e internacional na defesa dos direitos indígenas.<br />

1. Associação do Povo Indígena Arara – APIA: é a representante do Povo Arara, aldeias Iterap<br />

e Paygap.<br />

2. Associação do Povo Indígena Gavião – APIG: substituindo a antiga Associação Agrária dos<br />

Povos Indígenas do Igarapé Lourdes – AAPIL. É a representante do Povo Gavião, aldeias Igarapé<br />

Lourdes, Ikolen, Ingazeira, Cacoal, Nova Esperança e Castanheira.<br />

3. PADEREÉHJ: Organização Indígena representante de 11 etnias, inclusive os povos Karo e<br />

Ikolen.<br />

PRESSÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE<br />

A retirada ilegal de madeira, a pecuária e a invasão de fazendeiros, caçadores e pescadores são<br />

os principais danos causados à biodiversidade da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

SUPERPOSIÇÃO COM A RESERVA<br />

BIOLÓGICA DO JARU<br />

A Terra Indígena Igarapé Lourdes está sobreposta à REBIO Jaru na parte norte compreendendo<br />

a bacia dos igarapés Água Azul, Tarumã e Providência.<br />

MINERAÇÃO<br />

Há ocorrência de cassiterita, laterita manganesifera, rochas graníticas, ouro, manganês.<br />

Existem 10 pedidos de pesquisa de ouro, por empresas mineradoras na terra indígena, sendo 09<br />

feitos pela Mineração Itamaracá Ltda e 01 pela Mineração Acará Ind. e Com. Ltda.<br />

25


2. LEVANTAMENTO BIOLÓGICO<br />

VEGETAÇÃO<br />

Na terra indígena ocorrem dois tipos de cobertura vegetal distintas: Floresta Ombrófila Aberta, a mais extensa,<br />

seguida da Floresta Ombrófila Densa, menos extensa. Abaixo a lista de espécies botânicas encontradas nos estudos:<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Família Sapotaceae<br />

Micropholis venulosa<br />

Pouteria sp.<br />

Pouteria guianensis<br />

Pouteria sp.<br />

Pouteria sp.<br />

Pouteria caimito (R.et P.) Pitter<br />

Pouteria sp<br />

Manilkara bella<br />

Manilkara surinamensis (Miq)<br />

Eglerodendron paryry<br />

Pouteria sp<br />

Família Bombacaceae<br />

Ochroma pyramidale Urb.<br />

Eriotheca macrophilla<br />

Ceiba pentandra (L.) Gaerth<br />

Gen. sp<br />

Família Moraceae<br />

Brosimum parinarioides Ducke.<br />

Ficus frondosa<br />

Castilloa ulei Warburg.<br />

Bagassa guianensis Aubl.<br />

Ficus clusiifolia Schott<br />

Clarisia sp.<br />

Brosimum paraense<br />

Naucleopsis caloneura<br />

Naucleopsis caloneura ducke<br />

Maquira sclerophylla (Ducke)<br />

C.C.Berg<br />

Maquira guianensis (Aublet) Hub<br />

Brosimum acutifolium Hub.<br />

Pseudolmedia murure Standl.<br />

Abiorana Branca<br />

Abiu<br />

Abiu Branco<br />

Abiu Bravo<br />

Abiurana<br />

Carvãozinho<br />

Guapeba<br />

Parajú<br />

Maçaranduba<br />

Pariri<br />

Abiu folha grande<br />

Algodão Bravo<br />

Imbiruçu<br />

Samauma<br />

Sapota Macho<br />

Amapá<br />

Apuí Amarelo<br />

Caucho<br />

Garrote<br />

Figueira Vermelha<br />

Guariuba<br />

Muirapiranga<br />

Muiratinga<br />

Muiratinga<br />

Muiratinga Folha Fina<br />

Muiratinga Folha Miuda<br />

Mururé<br />

Pama Amarela<br />

-<br />

Mahv djipivah<br />

Ma ‘ eg sevaá<br />

-<br />

Borotap/Djurip<br />

Ipterega/Dapepepe<br />

-<br />

Ducpcaib<br />

Tacaia<br />

-<br />

Botaiadaroi<br />

-<br />

Amboroptapó<br />

-<br />

Ebipea<br />

Dabepaacab<br />

Agúi<br />

Idigiv<br />

-<br />

Agój<br />

Ibotina<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Garubuc<br />

Abixeregá<br />

-<br />

-<br />

Pacangapirucap<br />

-<br />

Bacangab<br />

Maipchepeap/<br />

Tumburichip<br />

-<br />

Corén<br />

-<br />

Maivop<br />

-<br />

Moagá<br />

-<br />

Marimãe<br />

-<br />

Napeegá<br />

Macoba<br />

-<br />

Napegá<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Itamp<br />

Amim<br />

-<br />

Comem o fruto<br />

Comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Macaco e caititu comem fruto<br />

Fruto vermelho comestível<br />

Fruto doce comestível<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Jabuti e anta comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

Comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Cabo de machado de<br />

pedra (Gavião)<br />

Perebea molis<br />

Brosimum guianemsis (Aubl.) Hu<br />

Sorocea guilleminiana Gaud.<br />

Pseudolmedia faevis<br />

Família Fabaceae<br />

Platypodium elegans<br />

Vatairea sp.<br />

Pama Caucho<br />

Pama Folha Miuda<br />

Pama Fura Fura<br />

Pama Preta<br />

Pama branca<br />

Amendoim<br />

Angelim Amargoso<br />

-<br />

A bia Pabixihg<br />

-<br />

-<br />

Itãn<br />

-<br />

Babepèn<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Tapibeb<br />

-<br />

Aeptchan<br />

-<br />

Comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

Nambú come muito<br />

-<br />

-<br />

26


Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Hymenolobium sp.<br />

Angelim Rajado<br />

Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh. Coração De Negro<br />

Diplotropis sp.<br />

Envira Sangue<br />

Diplotropis purpurea (Rich.) Amsh Sucupira Preta<br />

Família Leguminosae<br />

Andira retusa<br />

Angelim Manteiga<br />

Dinizia excelsa<br />

Angelim Pedra<br />

Parkia pendula Benth. ex Walp. Angelim Saia<br />

Piptadenia sp.<br />

Angico<br />

Poeppigia procera Prest Apijô/Pintadinho<br />

Piptadenia macrocarpa Arapiraca<br />

Schysolobium paraiba Bandarra<br />

Miroxylon balsamum Harms Cabriuva/Balsamo<br />

Torresia acreana<br />

Cerejeira<br />

Dipterix odorata<br />

Cumaru<br />

Peltogyne paniculata Escorrega Macaco<br />

Vataireopsis cf. iglesiasii Fava Amarela<br />

Ormosia sp.<br />

Feijão Bravo<br />

Zollernia paraensis Genipapinho<br />

Inga cf. buorgoni (Aubl.) Wild. Inga Branco<br />

Inga sp.<br />

Ingá<br />

Inga thibaudina DC. Ingá Vermelho<br />

Hymenaea oblongifolia Hub. Jutaí da Varzea<br />

Bauhinia sp.<br />

Mororó<br />

Erythrina glauca<br />

Mulungu<br />

Parkia sp.<br />

Orelha de Macaco<br />

Pterocarpus amazonum Benth. Pau Sangue<br />

Amsh.<br />

Schysolobium amazonicum Pinho Cuiabano<br />

Poeppigia procera Prest. Pintadinho/Apijô<br />

Peltogyne sp.<br />

Roxinho<br />

Pterocarpus violaceus Sangueiro/Sanguineo<br />

Vataireopsis speciosa Sucupira Amarela<br />

Tachigali paniculata Aubl. Taxi Preto<br />

Sclerolobium goeldianum Taxi Vermelho<br />

Família Mimosoideae<br />

Piptadenia suaveolens Miq. Angico Branco<br />

Pithecellobium saman Jacq. Bordão de Velho/<br />

Feijão Cru<br />

Piptadenia sp.<br />

Fava Branca<br />

Pithecellobium sawan Fava Mel<br />

Cássia multijuga<br />

Faveira Ferro<br />

Bebetia<br />

Epchapparaimp<br />

Xuli<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Vasa kóli kokùhv Naroeimbí<br />

-<br />

-<br />

Babepèn<br />

Maepquin<br />

Ma’eg sara peé Chapinmuén<br />

-<br />

-<br />

Derebecavip -<br />

-<br />

-<br />

Vasdákaiápé Ioroberra<br />

-<br />

Maipcap<br />

Akàhv<br />

Maretii<br />

Tamucap/Quibe/Tibeb Tiuap/Iuacap<br />

Bétagav<br />

Pureab<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Ariandãn<br />

-<br />

Bolirapékir Japó<br />

-<br />

-<br />

Ivov ápeé Magupechavepmap<br />

-<br />

-<br />

Dadak / Itirincabenãn Maepiunhun<br />

Barien<br />

Iauãn<br />

Djapabip<br />

Jató<br />

Tamoncaoa Matopcap<br />

Páxuvàhi<br />

Chatiirá<br />

Naricavic<br />

Oarogap<br />

Ivahv<br />

Paramê<br />

Icará<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Kopéteg<br />

Maipquipe<br />

Ibó<br />

Tunachap<br />

-<br />

-<br />

Vaquicuriapé Djavaveiro<br />

-<br />

-<br />

Passa folha em cachorro<br />

p/ caçar<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Come a fruta e o caroço<br />

Tomam o chá para ficar forte<br />

-<br />

-<br />

Passa no corpo para matar<br />

Nambú<br />

Usam o fruto na alimentação<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Veado come a flor vermelha<br />

Jacu, paca e veado comem<br />

o fruto<br />

Utilizam a borracha<br />

-<br />

Lenha boa<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Lenha boa<br />

-<br />

-<br />

Vagem doce, paca come<br />

-<br />

27


VEGETAÇÃO<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Inga sp.<br />

Inga Ferro<br />

Pithecellobium sp<br />

Ingarana<br />

Família Olacaceae<br />

Minquartia sp.<br />

Aquariquara<br />

Minquatia guianensis Aquariquara Lisa<br />

Família Caesalpinoideae<br />

Macrolobium acaciaefolium sp. Arapari<br />

Copaifera sp.<br />

Copaiba<br />

Cupaifera reticulata Ducke Copaiba Angelim<br />

Copaifera multijuga Hyn Copaiba Marimari<br />

Apuleia sp.<br />

Garapeira<br />

Hymeneae stilbocarpa Jataí<br />

Hymenaea courbaril Jatoba<br />

Hymenaea parvifolia Huber Jutai Mirin<br />

Hymenaea parvifolia Huber Jutai Cafe<br />

Martiodendron elatum Pororoca<br />

Dialium guianense (Aubl.) Sandw Tamarindo<br />

Sclerolobium tinctorium var. Taxi Branco<br />

Família Annonaceae<br />

Rollinia exsucca (Dun.) DC. Ata Brava<br />

Ruizodendon sp.<br />

Envira Branca<br />

Onychopetalum lucidum R. E. Fries Envira Caju<br />

Anona montana<br />

Envira Cascuda<br />

Anaxagorea dalichocarpa Sandw Envira de Porco<br />

Fusaea longifolia<br />

Envira Quiabo<br />

Ruizodendrn sp.<br />

Imbira Branca/Envira Branca<br />

Diclinanona sp<br />

Manga de Anta<br />

Duguetia lanceolata Pindaíba/Envira Vassoura<br />

Família Palmaceae<br />

Euterpe precatoria<br />

Açai<br />

Bactris gasipaes<br />

Pupunha<br />

Família Tiliaceae<br />

Luehea speciosa<br />

Açoita Cavalo<br />

Apeiba echinata Gaertn. Pente de Macaco<br />

Família Arecaceae<br />

Attaleia speciosa<br />

Babacu<br />

Oenocarpus bacaba M. Bacaba<br />

Maximiliana maripa (Correa) Inajá<br />

Astrocarium murumuru Mart. Murmuru<br />

Astrocaryum murumuru Mart. Muru Muru<br />

Oenocarpus bataua Mart. Patoá<br />

Socratea exomiza Mart. Paxiubinha<br />

Iriartea deltoidea Ruiz & Pav. Paxiubão<br />

Zápóvápeé<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Púluv<br />

Pêreb<br />

Pakòhv<br />

-<br />

Bade<br />

Bade kúv<br />

Djugap/Gabiá<br />

Injupepabcaib<br />

-<br />

-<br />

Andusuap<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Vabev<br />

-<br />

Bariconib<br />

Pitcham<br />

Bihv kúhv<br />

D´jobará<br />

Duquip<br />

Inhauab/Ipep<br />

Pasav<br />

-<br />

Tiri<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Japó<br />

Comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Dicontiupe -<br />

Chocontiapé -<br />

Penacai<br />

A casca serve para passar nas<br />

pulseiras e colares para brilhar<br />

-<br />

-<br />

Matê<br />

-<br />

Itchãn<br />

Comem o fruto<br />

Djacurne Bom para caibro de casa<br />

Magorainhãn -<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Maepaoron<br />

Corda de paneiro e construção de casa<br />

-<br />

-<br />

Sien<br />

-<br />

Narinhâne -<br />

Eu<br />

Utilizam o caule para fazer casa<br />

Iomit<br />

Usado para fazer artesanato<br />

-<br />

-<br />

Mapea/Maipchapporaimp -<br />

Matecap<br />

Utilizam a palha para cobrir casa<br />

-<br />

-<br />

Machianãn Usado para artesanato<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

28


Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Astrocaryum aculeatum G. F. W.<br />

Família Clusiaceae<br />

Tucumã<br />

Malóhjaá<br />

Oongá<br />

Usado para artesanato<br />

Platonia insignis Mart.<br />

Bacuri de Anta<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Rheedia brasiliensis Mart.<br />

Família Mimosaceae<br />

Bacuri Liso<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Stryphnodendron guianensis<br />

Bajinha/Fava cordão<br />

Borirapé torô<br />

Javairauú<br />

Veado e paca gostam do fruto<br />

Cedrelinga catenoeformis<br />

Cedro Mara/Cedrorana<br />

Ipibbeu<br />

Coe<br />

-<br />

Parkia pendula<br />

Família Sterculiaceae<br />

Parica<br />

-<br />

Ainaepipa<br />

-<br />

Sterculia speciosa Schum.<br />

Bolão<br />

Andarun<br />

Mogamoga<br />

-<br />

Theobroma cacao L.<br />

Cacau da Mata<br />

Akóa<br />

Agaia<br />

Fruto comestível semente branca<br />

Theobroma microcarpum M.<br />

Cacaurana Vermelha<br />

Arabipquip<br />

-<br />

-<br />

Theobroma sp.<br />

Cupuaçu / Cupuí<br />

Aconana<br />

Agaiabapaop<br />

Fruto delicioso comestível<br />

Sterculia pruriens<br />

Família Euphorbiaceae<br />

Xixá da Folha Grande<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Sebastiana klotzchiana<br />

Branquilho<br />

Ipcor<br />

Morocoi<br />

-<br />

Ricinus communis<br />

Carrapateiro<br />

-<br />

-<br />

Remédio para dor de barriga<br />

Sagotia racemosa Baill.<br />

Desconhecida<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Sapiummarmietti Hub<br />

Leiteira/Burra Leiteira<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Acalypha sp.<br />

Maria Preta<br />

Cabanden<br />

Teaip<br />

-<br />

Cróton sp<br />

Marmeleiro<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Hevea brasiliensis<br />

Família Burseraceae<br />

Seringueira<br />

Bàra<br />

Chitigá<br />

-<br />

Protium hebetatum D.Daly<br />

Breu Branco<br />

Amberecarcori<br />

Agaiatchá<br />

-<br />

Tetragastriss sp<br />

Breu Folha Fina<br />

Ambereting<br />

Aguaiamã<br />

-<br />

Protium tenuifolium<br />

Breu Manga<br />

Ambereb<br />

Aguaimã<br />

-<br />

Protium paraense Cuatr.<br />

Família Flacourtiaceae<br />

Breu Mescla<br />

Vateabecú<br />

Mantingãn<br />

-<br />

Banara nitida<br />

Cabelo de Cutia<br />

Latio<br />

Matop<br />

-<br />

Cassearia lavitensis Kunth.<br />

Desconhecida<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Casearia gossypiosperma<br />

Espeteiro<br />

Betipe<br />

Xereuipe<br />

-<br />

Casearia gossypiospermum<br />

Família Ulmaceae<br />

Laranjinha<br />

Mapaia<br />

-<br />

-<br />

Ampelocera ruizii kuhlm.<br />

Cafezinho<br />

Paticap<br />

Nambuchegoá<br />

Come o fruto<br />

Ampelocera edentula Kuhlm<br />

Envira Iodo<br />

Dibenãn<br />

Acabippip<br />

-<br />

Celtis sp<br />

Farinha Seca<br />

Taruabimapea<br />

Pechaveiamapi<br />

Faz tinta com a casca dentro<br />

da cuia<br />

Trema micrantha (l.) Blume<br />

Família Anacardiaceae<br />

Periquiteira/Candiuva<br />

Dincariap<br />

Chirãe<br />

-<br />

Poupartia sp<br />

Cajarana<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Anacardium giganteum<br />

Caju Açu<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Anacardium giganteum Hancock<br />

Cajuí<br />

Uriti<br />

Choanhá<br />

-<br />

Astronium lecointei Ducke<br />

Gonçaleiro/Gonçalo Alves<br />

Uaraún/Djaracab<br />

Iuabu/Peuiip<br />

-<br />

Astronium lecointei Ducke<br />

Maracatiara<br />

Bojá kùnj<br />

Maipchacotepant<br />

-<br />

29


VEGETAÇÃO<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Família Verbenaceae<br />

Lantana camara L.<br />

Vitex triflora Vahl.<br />

Família Lauraceae<br />

Nectandra magapotamica<br />

Ocotea spixiana<br />

Aiouea saligna Meissn<br />

Mezilaurus itauba Taub.<br />

Ocotea miriantha<br />

Cambará Rosa<br />

Tarumã<br />

Canela Amarela/Bosta<br />

Canela Branca<br />

Canela Vermelha<br />

Itauba<br />

Louro Abacate/<br />

Canela Abacate<br />

Uatacuricuqui<br />

Ipquip<br />

Borarap<br />

-<br />

-<br />

Zòlov<br />

Arimenabip<br />

Maeppeonup<br />

-<br />

Morap<br />

-<br />

-<br />

Itaubacá<br />

Morot<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Ocotea sp.<br />

Ocotea sp.<br />

Família Rutaceae<br />

Esenbeckia grandiflora Mart.<br />

Metrodorea flavida Krause<br />

Louro Bosta<br />

Louro Branco<br />

Canela de Cutia<br />

Fel de Paca<br />

-<br />

Ipetugap<br />

Mangae<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Remédio de cachorro para<br />

ficar caçador<br />

Esenbeckia leiocarpa<br />

Zanthoxylum rhoifolium<br />

Família Violaceae<br />

Rinorea publifora<br />

Família Chrysobalanacea<br />

Hirtella sp.<br />

Licania apetala Fritsch<br />

Licania sp.<br />

Hirtella sp.<br />

Licania kunthiana<br />

Família Bignoniaceae<br />

Tabebuia impetiginosa<br />

Família Lecythidaceae<br />

Bertholletia excelsa<br />

Castanheira<br />

Gustavia hexapetala (Aubl.) Desconhecida<br />

Cariniana estrellensis Jequitiba Rosa/Vermelho<br />

Eschweilera grandifolia (Aubl.) Mata Mata Branco/Ripeiro<br />

Eschweilera odorata (Poepp.) Miers. Mata Mata Roxo<br />

Couratari sp.<br />

Tauari Branco<br />

Tauari Vermelho<br />

Couratari macrosperma<br />

Família Vochysiaceae<br />

Qualea dinizii Ducke<br />

Vochysia vismiifolia<br />

Família Meliaceae<br />

Cedrela odorata<br />

Guarantã<br />

Maminha de Porca<br />

Canela de Velho<br />

Caripé Branco<br />

Caripé Vermelho<br />

Macucu Ferro<br />

Macucu Vermelho<br />

Milho Torrado<br />

Jacaranda copaia (Aubl.) D. Don. Caroba/ Pará Pará<br />

Jacaranda copaia (Aubl.) Caxeta<br />

Tabebuia serratifolia Nichols. Ipê Amarelo<br />

Ipê Roxo<br />

Catuaba<br />

Cedrilho<br />

Cedro Rosa<br />

Dabeap<br />

-<br />

Mandic<br />

Gatcharap<br />

Gatcharap<br />

Amitcherigap<br />

Amitcherigap<br />

-<br />

Pecamaãn<br />

Alaga<br />

Zav pé (Vajá ádú)<br />

Akabin<br />

Mahv gàhv<br />

-<br />

Botenãn<br />

Mandip<br />

-<br />

Uabeb<br />

Dibe<br />

Manamãn<br />

Uatakcuricuqui<br />

Kójà ìhv<br />

Carangarap<br />

-<br />

-<br />

Tidiriuai<br />

Tidiriuai<br />

Pemechiepe<br />

Pemechiepe<br />

-<br />

Inhangapé<br />

Inhame<br />

també<br />

Tumbepepê<br />

Inhagap<br />

-<br />

Magorainhãn<br />

Magueppê<br />

-<br />

Maguaranhã<br />

Magorainhãn<br />

Peop<br />

Maepuup<br />

Coe<br />

Cabo de machado<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Utilizam a madeira como pilão<br />

Serve como pilão<br />

Comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

A Envira é usada para cobrir casa<br />

-<br />

-<br />

-<br />

30


Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Guarea pterorhachis Harms.<br />

Guarea pterorhachis Harms.<br />

Guarea sp.<br />

Guarea sp.<br />

Guarea purusana C. D. C.<br />

Swietenia macrophylla King<br />

Trichillia sp.<br />

Família Celastraceae<br />

Goupia glabia<br />

Família Rosaceae<br />

Prunus myrtifolia (L.)<br />

Família Cecropiaceae<br />

Cecropia sp.<br />

Cecropia leucoma<br />

Pourouma sp.<br />

Família Boraginaceae<br />

Cordia sp<br />

Cordia bicolor<br />

Família Rubiaceae<br />

Guettarda angelica<br />

Família Guttiferae<br />

Symphonia globulifera<br />

Família Caricaceae<br />

Jacaratia spinosa Aubl.<br />

Família Nyctaginaceae<br />

Guapira venosa Lundell<br />

Neea sp..<br />

Família Ochnaceae<br />

Ouratea sp.<br />

Família Combretaceae<br />

Terminalia sp.<br />

Buchenavia sp.<br />

Família Araliaceae<br />

Didymopanax morototoni<br />

Dcne et Planch<br />

Família Rhmnaceae<br />

Columbrina acreana<br />

Família Proteaceae<br />

Roupala montana<br />

Família Phytolacaceae<br />

Gallesia gorazema Moq.<br />

Desconhecida<br />

Desconhecida<br />

Jito-Branco<br />

Jitó Branco<br />

Jitó Vermelho<br />

Mogno<br />

Murici Vermelho<br />

Cupiuba<br />

Desconhecida<br />

Embauba<br />

Embauba Branca<br />

Embauba Torem<br />

Freijo<br />

Frejó Branco<br />

Gemadinha<br />

Guanandi<br />

Jaracatiá<br />

João Mole<br />

João Mole<br />

Macucu Roxo<br />

Mirindiba Amarela/<br />

Tanimbuca<br />

Mirindiba Roxa<br />

Morototó<br />

Mutamba<br />

Pau Conserva<br />

Pau d’alho<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Nekóahr<br />

Djókan gav vòhv<br />

Ipogalhan<br />

-<br />

-<br />

Barpétapoh<br />

Apogàhv<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Ibógapéa<br />

Ipsoni<br />

Ipsoni<br />

-<br />

Ipcor<br />

-<br />

-<br />

Arabip<br />

-<br />

-<br />

Itone<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Caibê<br />

Maeptachi<br />

Chirãe<br />

-<br />

-<br />

Papapac<br />

Erenin<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Cininhã<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Morocoi<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Maiptcheuap<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Comem o fruto<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Faz corda de arco<br />

Animal come fruto. A folha serve<br />

para passar no arco (Gavião)<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Usam para fazer mingau de milho<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

31


VEGETAÇÃO<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama Uso<br />

Família Opiliaceae<br />

Agonandra brasiliensis<br />

Benth. & Hook<br />

Família Apocynaceae<br />

Couma macrocarpa Barb. Rodr.<br />

Família Myristicaceae<br />

Pau Marfim<br />

-<br />

Aspidosperma macrocarpon Mart. Peroba<br />

Aspidosperma Populifolium Peroba Mica<br />

Geissospermum reticulatum Quina Quina Amarela<br />

Geissospermum sp.<br />

Quina Quina Branca<br />

Sorva<br />

Osteophloeum platyspermum Ucuúba Branca<br />

Mart.<br />

Virola duckei<br />

Virola<br />

-<br />

-<br />

Macapquipe<br />

Gorenhãn<br />

Gáh rúhv<br />

Gáh rúhv<br />

Jerimungap<br />

Icarap<br />

Icarap<br />

-<br />

-<br />

Maepquip<br />

Maepchá<br />

Quina quina<br />

Quina quina<br />

Amãn<br />

-<br />

Motopgap<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Fazem chá para curar doença<br />

Fazem chá para curar doença<br />

-<br />

-<br />

-<br />

ICTIOFAUNA PEIXES<br />

Durante o inventário de ictiofauna (peixes) foram levantados 5 ordens, 18 famílias e 74 espécies. Algumas das espécies<br />

capturadas como o Ramphichthys sp e o Aequidens viridis são consideradas espécies raras e representam fortes<br />

indicadores ambientais de qualidade.<br />

Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Família Serrasalmidae<br />

Myleus sp<br />

Myleus sp1<br />

Myleus sp2<br />

Myleus cf. micans<br />

Serrasalmus humeralis<br />

Serrasalmus rhombeus<br />

Serrassalmus natereri<br />

Serrasalmus sp<br />

Serrasalmus sp1<br />

Serrasalmus sp2<br />

Serrasalmus sp3<br />

Serrassalmus aureus<br />

Pacú<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Piranha<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Bolívkábe<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Iijìhj<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Pako<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Ihyãy<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

32


ICTIOFAUNA PEIXES<br />

Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Serrasalmus spilopleura<br />

Serrasalmus striolatus<br />

Família Characidae<br />

Acestrorhyncus falcatus<br />

Acestrorhyncus falcirostris<br />

Acestrorhyncus microlepis<br />

Brycon brevicauda<br />

Brycon pelegrino<br />

Brycon pesu<br />

Brycon sp<br />

Triportheus culter<br />

Triportheus elongatus<br />

Triportheus sp<br />

Família Cynodontidae<br />

Charax gibbosus<br />

Hydrolicus scomberoides<br />

Hydrolicus sp<br />

Família Curimatidae<br />

Curimata cyprinoides<br />

Curimata hypostoma<br />

Curimata cf. microcephala<br />

Curimata roseni<br />

Família Erythrinidae<br />

Erythrinus erythrinus<br />

Hoplerythrinus unitaeniatus<br />

Hoplias malabaricus<br />

Família Ctnolucidae<br />

Boulengerella ocellata<br />

Boulengerella sp<br />

Família Prochylodontidae<br />

Prochylodus nigricans<br />

Família Anastomidae<br />

Laemolyta taeniata<br />

Leporinus fasciatus<br />

Leporinus desmotes<br />

Leporinus friderici<br />

Leporinus affinis<br />

Leporinus sp<br />

Potamorhina altamazonica<br />

Família Hemiodontidae<br />

Hemiodus immaculatus<br />

Família Loricaridae<br />

Cochliodon sp<br />

Hipostomus plecostomus<br />

-<br />

-<br />

Cachorrinha<br />

-<br />

-<br />

Matrinxã<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Sardinha<br />

-<br />

-<br />

Cachorra<br />

-<br />

-<br />

Branquinha<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Jeju<br />

-<br />

Traíra<br />

Bicuda<br />

-<br />

Curimatã<br />

Piau<br />

Piau – Flamengo<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Flexinha/Cruzeiro<br />

Bodó/Cascudo<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Ipnanut<br />

-<br />

-<br />

Zabekit<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Dzabe<br />

-<br />

-<br />

Ipnanut<br />

-<br />

-<br />

Ipkaxapótka<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Itiw<br />

Paro<br />

Bixàhj<br />

-<br />

Bolov Sóvàh<br />

Ixàvo<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Iyarek<br />

Ijà<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Yoway Bûk<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Pamã<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Éme<br />

Parat<br />

Kokan<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Anêya<br />

-<br />

33


ICTIOFAUNA PEIXES<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Hipostomus sp<br />

Hipostomus sp1<br />

Hipostomus sp2<br />

Hipostomus sp3<br />

Peckoltia vittata<br />

Lasiancystrus scolymus<br />

Loricaria cataphracta<br />

Spatuloricaria evansi<br />

Sturisoma nigrirostum<br />

Sturisoma robustum<br />

Família Electroforidae<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Bodó-cachimbo<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Electrophorus Eletricus<br />

Família Pymelodidae<br />

Poraquê<br />

Yogo<br />

-<br />

Hemisorubim Platirhyncus<br />

Megalonema sp1<br />

Pimelodella sp<br />

Pymelodus ornatus<br />

Pseudoplatystoma fasciatum<br />

Sorubim lima<br />

Família Auchenipteridae<br />

Braço de moça<br />

Mandi<br />

-<br />

-<br />

Surubim<br />

Bico de pato<br />

-<br />

Ódjìràh<br />

-<br />

-<br />

Koran<br />

-<br />

-<br />

Inã<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Tatia sp<br />

Família Cichlidae<br />

Cangati<br />

Namãuã<br />

-<br />

Aequidens viridis<br />

Retroculus lapidifer<br />

Crenicichla lugubris<br />

Família Sciaenidae<br />

Pachypops sp.1<br />

Pachyurus schomburgkii<br />

Plagioscion squamosissimus<br />

Família Hypopomidae<br />

Cara<br />

-<br />

Jacundá<br />

Corvina<br />

-<br />

Pescada<br />

Ixatôwa<br />

-<br />

-<br />

Dábea<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Hypopomus sp<br />

Família Ramphyctidae<br />

Turvira/ Sarapó<br />

-<br />

-<br />

Rhamphichthys sp<br />

Família Potamotrygonidae<br />

Ituí<br />

-<br />

-<br />

Potamotrygon hystrix<br />

Arraia<br />

-<br />

-<br />

34


HERPETOFAUNA RÉPTEIS E ANFÍBIOS<br />

Foram registradas vinte e três espécies de anuros pertencentes a sete famílias. Hylidae foi a família mais abundante<br />

(09 espécies), seguida de Leptodactylidae (07), Bufonidae (03). Registradas dezenove espécies de serpentes pertencentes<br />

as famílias Colubridae (14 espécies), Boidae (03), Viperidae (01) e Elapidae (01).<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Família Aromobatidae<br />

Allobates marchesianus (Melin, 1941)<br />

-<br />

Família Bufonidae<br />

Rhaebo guttatus (Schneider, 1799)<br />

Cururu<br />

Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768 )<br />

Cururu<br />

Rhinella marina (Linnaeus, 1758)<br />

Cururu<br />

Família Dendrobatidae<br />

Adelphobates quinquevittatus (Steindachner, 1864) -<br />

Família Hylidae<br />

Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758)<br />

Perereca<br />

Hypsiboas calcaratus (Troschel in Schomburgk, 1848) Perereca<br />

Hypsiboas fasciatus (Günther, 1859 “1858) Perereca<br />

Hypsiboas geographicus (Spix, 1824)<br />

Perereca<br />

Osteocephalus sp<br />

Perereca<br />

Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862 Perereca<br />

Phyllomedusa tarsius (Cope, 1868)<br />

Perereca<br />

Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882 Perereca<br />

Scinax ruber (Laurenti, 1768)<br />

Perereca<br />

Família Leptodactilidae<br />

Leptodactylus andreae Müller, 1923<br />

Sapo<br />

Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Sapo<br />

Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) Sapo<br />

Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) Sapo<br />

Leptodactylus rhodomystax Boulenger, 1884 “1883″ Sapo<br />

Leptodactylus sp<br />

Sapo<br />

Pristimantis fenestratus (Steindachner, 1864) Sapo<br />

Família Microhylidae<br />

Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799)<br />

-<br />

Família Ranidae<br />

Lithobates palmipes (Spix, 1824)<br />

-<br />

-<br />

I’mádíhn<br />

I’mádíhn<br />

I’mádíhn<br />

-<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Góag<br />

Koroja<br />

Koroja<br />

Koroja<br />

Koroja<br />

Koroja<br />

Koroja<br />

Koroja<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Mãygarã xu<br />

Mãygarã xu<br />

Mãygarã xu<br />

-<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Were<br />

Ûy<br />

Ûy<br />

Ûy<br />

Ûy<br />

Ûy<br />

Ûy<br />

Ûy<br />

-<br />

-<br />

Família Gekkonidae<br />

Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)<br />

Família Gymnophthalmidae<br />

Lagartixa<br />

Kég keg<br />

-<br />

Arthrosaura kockii (Lidth de Jeude, 1904)<br />

Bachia sp<br />

Cercosaura eigenmanni (Griffin, 1917)<br />

Lepossoma sp<br />

Família Iguanidae<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Iguana iguana (Linnaeus, 1758)<br />

Família Polychrotidae<br />

Camaleão<br />

Asasó<br />

Ãrarãt<br />

35


HERPETOFAUNA RÉPTEIS E ANFÍBIOS<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Anolis fuscoauratus D’Orbigny, 1837<br />

Anolis nitens (Wagler, 1830)<br />

Anolis punctatus Daudin, 1802<br />

Anolis transversalis Duméril, 1851<br />

Família Scincidae<br />

Mabuya nigropunctata (Spix, 1825)<br />

Família Sphaerodactylidae<br />

Coleodactylus amazonicus (Andersson, 1918)<br />

Gonatodes hasemani Griffin, 1917<br />

Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855)<br />

Família Teiidae<br />

Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)<br />

Crocodilurus lacertinus — PIANKA & VITT 2003<br />

Kentropyx altamazonica (Cope, 1876)<br />

Kentropyx pelviceps Cope, 1868<br />

Família Tropiduridae<br />

Plica plica (Linnaeus, 1758)<br />

Plica umbra (Linnaeus, 1758)<br />

Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758)<br />

Calango<br />

Calango<br />

Calango<br />

Calango<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Calango verde<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Abraça-pau<br />

Abraça-pau<br />

-<br />

Gahverí’gív<br />

Gahverí’gív<br />

Gahverí’gív<br />

Gahverí’gív<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Gero<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Yáo xahwerop<br />

Yáo xahwerop<br />

Yáo xahwerop<br />

Yáo xahwerop<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Yáo<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Yóga yóga<br />

Yóga yóga<br />

-<br />

Família Boidae<br />

Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)<br />

Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758)<br />

Eunectes murinus (Linnaeus, 1758)<br />

Família Colubridae<br />

Chironius fuscus (Linnaeus, 1758)<br />

Clelia clelia (Daudin, 1803)<br />

Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796)<br />

Dipsas indica Laurenti, 1768<br />

Drepanoides anomalus (Jan, 1863)<br />

Drymarchon corais (Boie, 1827)<br />

Helicops angulatus (Linnaeus, 1758)<br />

Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758)<br />

Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758)<br />

Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758)<br />

Oxybelis aeneus (Wagler, 1824)<br />

Oxyrhopus petola (Linnaeus, 1758)<br />

Siphlophis compressus (Daudin, 1803)<br />

Xenopholis scalaris (Wucherer, 1861)<br />

Família Elapidae<br />

Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817)<br />

Família Viperidae<br />

Bothrops atrox (Linnaeus, 1758)<br />

Cobra veadeira<br />

-<br />

Sucuri<br />

-<br />

Muçurana<br />

Papa lesma<br />

Papa lesma<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Cobra cipó<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Coral<br />

Jararaca<br />

Mamin bòh<br />

-<br />

I’mádíhn<br />

Baj pev<br />

Zavápòh<br />

Zavápòh<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Tolovírí<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Bola kár poh<br />

Baj Sapóv Kir (juvenil)<br />

Xúlúg Xúlúg (adulto)<br />

-<br />

-<br />

Mãygarã xu<br />

-<br />

maybûk<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Maybûk<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Wãk wãk<br />

-<br />

36


Nome científico Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Família Chelidae<br />

Platemys platycephala (Schneider, 1792)<br />

Família Testudinidae<br />

Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766)<br />

Família Alligatoridae<br />

Melanosuchus niger (Spix, 1825)<br />

-<br />

Jabuti<br />

Jacaré-açú<br />

-<br />

Amóa<br />

Vavó<br />

-<br />

Móa<br />

Wayo<br />

Nomes indígenas na língua Tupi-Mondé (povo Ikolen) e Rama Rama (povo Karo) de diversas espécies de répteis e<br />

anfíbios da Terra Indígena Igarapé Lourdes. Tabela elaborada conforme informações repassadas pelos pesquisadores<br />

indígenas utilizando guias de identificação de répteis e anfíbios da Amazônia:<br />

Nome científico<br />

Nome popular Tupi-Mondé Rama Rama<br />

Eunectes murinus (Linnaeus, 1758)<br />

Bothriopsis bilineata (Wied, 1821)<br />

Corallus caninus (Linnaeus, 1758)<br />

Bothrops atrox (Linnaeus, 1758)<br />

juvenil (rabo branco)<br />

Sucuri<br />

Cobra papagaio<br />

Periquitambóia<br />

Jararaca<br />

I’mádíhn<br />

Baj Kóhr<br />

Baj Kóhr<br />

Baj Sapóv Kir<br />

Mãygarã xu<br />

Koro’pe<br />

-<br />

-<br />

Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) adulto<br />

Lachesis muta (Linnaeus, 1766)<br />

Crotalus durissus Linnaeus, 1758<br />

Boa constrictor Linnaeus, 1758<br />

Clelia clelia (Daudin, 1803)<br />

Atractus sp<br />

Micrurus sp (corais em geral)<br />

Clelia clelia (Daudin, 1803) juvenil<br />

Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803)<br />

Oxybelis aeneus (Wagler, 1824)<br />

Anolis sp<br />

Dipsas indica Laurenti, 1768<br />

Plica plica (Linnaeus, 1758)<br />

Melanosuchus niger (Spix, 1825)<br />

Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)<br />

Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)<br />

Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)<br />

Podocnemis sp<br />

Iguana iguana (Linnaeus, 1758)<br />

Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)<br />

Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758<br />

Pristimantis sp<br />

Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758)<br />

Scinax ruber (Laurenti, 1768)<br />

Rhinella sp<br />

Jararaca<br />

Surucucu<br />

Cascavel<br />

Jiboia<br />

Muçurana<br />

Cobra da terra<br />

Coral<br />

Muçurana<br />

Bicuda<br />

Cobra cipó<br />

Calango<br />

Papa lesma<br />

Abraça-pau<br />

Jacaré-açú<br />

Calango verde<br />

Cobra veadeira<br />

Jabuti<br />

Tartaruga<br />

Camaleão<br />

Lagartixa<br />

Cobra cega<br />

Sapo<br />

Perereca<br />

Perereca<br />

Cururu<br />

Xúlúg Xúlúg<br />

Baj kerev<br />

Baj kerév<br />

Baj pohj<br />

-<br />

Bola kár poh<br />

Bola kár poh<br />

Baj pev<br />

Tolovírí<br />

Tolovírí<br />

Gahverí’gív<br />

Zavápòh<br />

-<br />

Vavó<br />

Gero<br />

Mamin bòh<br />

Amóa<br />

Ixábéa<br />

Asasó<br />

Kég keg<br />

Vató káhv<br />

Koroja<br />

Góag<br />

Gálav xídúg<br />

Talaláh<br />

-<br />

Ximãran<br />

-<br />

Mãygarã xa<br />

-<br />

Atõ<br />

Wãk wãk<br />

maybûk<br />

Maybûk<br />

Maybûk<br />

Yáo xahwerop<br />

-<br />

Yóga yóga<br />

Wayo<br />

Yáo<br />

-<br />

Móa<br />

Móa<br />

Ãrarãt<br />

-<br />

-<br />

Ûy<br />

Were<br />

Noron noron<br />

Mururuy<br />

37


AVIFAUNA<br />

Um total de 288 espécies de aves foram registradas na Terra Indígena Igarapé Lourdes, município de Jí-Paraná<br />

– Rondônia. Essas espécies estão distribuídas em 59 famílias, das quais Thamnophilidae (32), Tyrannidae (27),<br />

Thraupidae (15), Psittacidade (14) e Dendrocolaptidae (13), são as mais representativas quanto à riqueza de espécies.<br />

A avifauna amostrada apresenta vários níveis de endemismos (Haffer, 1985; Haffer, 1990). Das 288 espécies<br />

registradas, 30%(86) são endêmicas da Amazônia, das quais 04 (Pyrrhura perlata, Capito dayi, Rhegmatorhina<br />

hoffmannsi e Lepidothrix nattereri), estão restritas à sub-região zoogeográfica Madeira-Tapajós (Stotz et al., 1996).<br />

Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Família Tinamidae Gray, 1840<br />

Tinamus tao Temminck, 1815<br />

Tinamus major (Gmelin, 1789)<br />

Crypturellus cinereus (Gmelin, 1789) - EnAM<br />

Crypturellus soui (Hermann, 1783)<br />

Crypturellus strigulosus (Temminck, 1815) - EnAM<br />

Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827)<br />

Família Anatidae Leach, 1820<br />

Neochen jubata (Spix, 1825)<br />

Família Cracidae Rafinesque, 1815<br />

Ortalis guttata (Spix, 1825) - EnAM<br />

Penelope jacquacu Spix, 1825 - EnAM<br />

Aburria cujubi (Pelzeln, 1858) - EnAM<br />

Pauxi tuberosa (Spix, 1825) - EnAM<br />

Família Odontophoridae Gould, 1844<br />

Odontophorus gujanensis (Gmelin, 1789)<br />

Família Anhingidae Reichenbach, 1849<br />

Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766)<br />

Família Ardeidae Leach, 1820<br />

Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783)<br />

Butorides striata (Linnaeus, 1758)<br />

Ardea alba Linnaeus, 1758<br />

Pilherodius pileatus (Boddaert, 1783)<br />

Egretta thula (Molina, 1782)<br />

Família Threskiornithidae Poche, 1904<br />

Mesembrinibis cayennensis (Gmelin, 1789)<br />

Família Cathartidae Lafresnaye, 1839<br />

Cathartes melambrotus Wetmore, 1964 - EnAM<br />

Coragyps atratus (Bechstein, 1793)<br />

Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758)<br />

Família Accipitridae Vigors, 1824<br />

Leptodon cayanensis (Latham, 1790)<br />

Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758)<br />

Gampsonyx swainsonii Vigors, 1825<br />

Harpagus bidentatus (Latham, 1790)<br />

Azulona<br />

inhambu-de-cabeça-vermelha<br />

inhambu-preto<br />

Tururim<br />

inhambu-relógio<br />

inhambu-chororó<br />

pato-corredor<br />

Aracuã<br />

jacu-de-spix<br />

Cujubi<br />

mutum-cavalo<br />

uru-corcovado<br />

Biguatinga<br />

socó-boi<br />

Socozinho<br />

garça-branca-grande<br />

garça-real<br />

garça-branca-pequena<br />

coró-coró<br />

urubu-da-mata<br />

urubu-de-cabeça-preta<br />

urubu-rei<br />

gavião-de-cabeça-cinza<br />

gavião-tesoura<br />

Gaviãozinho<br />

gavião-ripina<br />

-<br />

Vatehr<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Támóh kun<br />

Tamóh<br />

-<br />

Vakoj<br />

Tokolh<br />

-<br />

Bága béh<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Paja vuj<br />

-<br />

-<br />

Majakò<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

38


Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)<br />

gavião-bombachinha-grande<br />

Ictinia plumbea (Gmelin, 1788)<br />

Sovi<br />

Urubitinga urubitinga (Gmelin, 1788)<br />

gavião-preto<br />

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)<br />

gavião-carijó<br />

Pseudastur albicollis (Latham, 1790)<br />

gavião-branco<br />

Buteo nitidus (Latham, 1790)<br />

gavião-pedrês<br />

Harpia harpyja (Linnaeus, 1758)<br />

gavião-real<br />

Spizaetus ornatus (Daudin, 1800)<br />

gavião-de-penacho<br />

Família Falconidae Leach, 1820<br />

Daptrius ater Vieillot, 1816 - EnAM<br />

gavião-de-anta<br />

Ibycter americanus (Boddaert, 1783)<br />

Gralhão<br />

Caracara plancus (Miller, 1777)<br />

Caracará<br />

Milvago chimachima (Vieillot, 1816)<br />

Carrapateiro<br />

Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, 1758) Acauã<br />

Micrastur ruficollis (Vieillot, 1817)<br />

falcão-caburé<br />

Micrastur mintoni Whittaker, 2002<br />

falcão-críptico<br />

Falco rufigularis Daudin, 1800<br />

Cauré<br />

Família Eurypygidae Selby, 1840<br />

Eurypyga helias (Pallas, 1781)<br />

pavãozinho-do-pará<br />

Família Psophiidae Bonaparte, 1831<br />

Psophia viridis Spix, 1825 - EnAM<br />

jacamim-de-costas-verdes<br />

Família Rallidae Rafinesque, 1815<br />

Aramides cajanea (Statius Muller, 1776)<br />

saracura-três-potes<br />

Laterallus melanophaius (Vieillot, 1819)<br />

sanã-parda<br />

Família Heliornithidae Gray, 1840<br />

Heliornis fulica (Boddaert, 1783)<br />

Picaparra<br />

Família Charadriidae Leach, 1820<br />

Vanellus chilensis (Molina, 1782)<br />

quero-quero<br />

Família Scolopacidae Rafinesque, 1815<br />

Tringa solitaria Wilson, 1813<br />

maçarico-solitário<br />

Família Jacanidae Chenu & Des Murs, 1854<br />

Jacana jacana (Linnaeus, 1766)<br />

Jaçanã<br />

Família Columbidae Leach, 1820<br />

Columbina talpacoti (Temminck, 1811)<br />

rolinha-roxa<br />

Claravis pretiosa (Ferrari-Perez, 1886)<br />

pararu-azul<br />

Patagioenas plumbea (Vieillot, 1818)<br />

pomba-amargosa<br />

Patagioenas subvinacea (Lawrence, 1868) pomba-botafogo<br />

Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855<br />

juriti-pupu<br />

Geotrygon montana (Linnaeus, 1758)<br />

Pariri<br />

Família Psittacidae Rafinesque, 1815<br />

Ara ararauna (Linnaeus, 1758)<br />

arara-canindé<br />

Ara macao (Linnaeus, 1758)<br />

Araracanga<br />

Ara chloropterus Gray, 1859<br />

arara-vermelha-grande<br />

Ara severus (Linnaeus, 1758)<br />

maracanã-guaçu<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Ikóló<br />

-<br />

Zè<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Besarav<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Bákálav súhr<br />

Tamali<br />

Xigitohr<br />

Xigir tóhr túg<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Tohr<br />

-<br />

-<br />

-<br />

I djòh<br />

Kasalh kihr<br />

-<br />

Kasalh tere<br />

Géreg géregà<br />

39


AVIFAUNA<br />

Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Orthopsittaca manilata (Boddaert, 1783)<br />

maracanã-do-buriti<br />

Aratinga weddellii (Deville, 1851) - EnAM<br />

periquito-de-cabeça-suja<br />

Pyrrhura perlata (Spix, 1824) - EnAM<br />

tiriba-de-barriga-vermelha<br />

Brotogeris chrysoptera (Linnaeus, 1766)<br />

periquito-de-asa-dourada<br />

Pionites leucogaster (Kuhl, 1820) - EnAM<br />

marianinha-de-cabeça-amarela<br />

Pyrilia barrabandi (Kuhl, 1820) - EnAM<br />

curica-de-bochecha-laranja<br />

Pionus menstruus (Linnaeus, 1766)<br />

maitaca-de-cabeça-azul<br />

Amazona farinosa (Boddaert, 1783)<br />

papagaio-moleiro<br />

Amazona ochrocephala (Gmelin, 1788)<br />

papagaio-campeiro<br />

Deroptyus accipitrinus (Linnaeus, 1758) - EnAM Anacã<br />

Família Opisthocomidae Swainson, 1837<br />

Opisthocomus hoazin (Statius Muller, 1776) Cigana<br />

Família Cuculidae Leach, 1820<br />

Piaya cayana (Linnaeus, 1766)<br />

alma-de-gato<br />

Piaya melanogaster (Vieillot, 1817) - EnAM chincoã-de-bico-vermelho<br />

Coccyzus americanus (Linnaeus, 1758)<br />

papa-lagarta-de-asa-vermelha<br />

Crotophaga major Gmelin, 1788<br />

anu-coroca<br />

Crotophaga ani Linnaeus, 1758<br />

anu-preto<br />

Tapera naevia (Linnaeus, 1766)<br />

Saci<br />

Dromococcyx phasianellus (Spix, 1824)<br />

peixe-frito-verdadeiro<br />

Família Tytonidae Mathews, 1912<br />

Tyto alba (Scopoli, 1769)<br />

coruja-da-igreja<br />

Família Strigidae Leach, 1820<br />

Megascops watsonii (Cassin, 1849) - EnAM corujinha-orelhuda<br />

Lophostrix cristata (Daudin, 1800)<br />

coruja-de-crista<br />

Pulsatrix perspicillata (Latham, 1790)<br />

Murucututu<br />

Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788)<br />

Caburé<br />

Família Nyctibiidae Chenu & Des Murs, 1851<br />

Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)<br />

mãe-da-lua<br />

Família Caprimulgidae Vigors, 1825<br />

Nyctiphrynus ocellatus (Tschudi, 1844)<br />

bacurau-ocelado<br />

Lurocalis semitorquatus (Gmelin, 1789)<br />

Tuju<br />

Hydropsalis nigrescens (Cabanis, 1848)<br />

bacurau-de-lajeado<br />

Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789)<br />

Bacurau<br />

Hydropsalis climacocerca (Tschudi, 1844) - EnAM Acurana<br />

Família Apodidae Olphe-Galliard, 1887<br />

Chaetura brachyura (Jardine, 1846)<br />

andorinhão-de-rabo-curto<br />

Tachornis squamata (Cassin, 1853)<br />

andorinhão-do-buriti<br />

Família Trochilidae Vigors, 1825<br />

Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788)<br />

balança-rabo-de-bico-torto<br />

Threnetes leucurus (Linnaeus, 1766) - EnAM balança-rabo-de-garganta-preta<br />

Phaethornis ruber (Linnaeus, 1758)<br />

rabo-branco-rubro<br />

Phaethornis philippii (Bourcier, 1847) - EnAM rabo-branco-amarelo<br />

Phaethornis superciliosus (Linnaeus, 1766) rabo-branco-de-bigodes<br />

-<br />

Gérétihr<br />

-<br />

Kìhn<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Avalav<br />

-<br />

Sec sec<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Àjbehv<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Po po<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Kalir sahr<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Piruhn<br />

40


Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Campylopterus largipennis (Boddaert, 1783)<br />

Thalurania furcata (Gmelin, 1788)<br />

Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788)<br />

Família Trogonidae Lesson, 1828<br />

Trogon melanurus Swainson, 1838<br />

Trogon viridis Linnaeus, 1766<br />

Trogon curucui Linnaeus, 1766<br />

Trogon rufus Gmelin, 1788<br />

Trogon collaris Vieillot, 1817<br />

Pharomachrus pavoninus (Spix, 1824) - EnAM<br />

Família Alcedinidae Rafinesque, 1815<br />

Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)<br />

Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)<br />

Chloroceryle inda (Linnaeus, 1766)<br />

Família Momotidae Gray, 1840<br />

Electron platyrhynchum (Leadbeater, 1829)<br />

Momotus momota (Linnaeus, 1766)<br />

Família Galbulidae Vigors, 1825<br />

Brachygalba lugubris (Swainson, 1838)<br />

Galbula cyanicollis Cassin, 1851 - EnAM<br />

Galbula ruficauda Cuvier, 1816<br />

Galbula dea (Linnaeus, 1758) - EnAM<br />

Jacamerops aureus (Statius Muller, 1776)<br />

Família Bucconidae Horsfield, 1821<br />

Notharchus hyperrhynchus (Sclater, 1856)<br />

Notharchus tectus (Boddaert, 1783)<br />

Nystalus striolatus (Pelzeln, 1856) - EnAM<br />

Malacoptila rufa (Spix, 1824) - EnAM<br />

Nonnula rubecula (Spix, 1824)<br />

Monasa nigrifrons (Spix, 1824)<br />

Monasa morphoeus (Hahn & Küster, 1823)<br />

Chelidoptera tenebrosa (Pallas, 1782)<br />

Família Capitonidae Bonaparte, 1838<br />

Capito dayi Cherrie, 1916 - EnAM<br />

Família Ramphastidae Vigors, 1825<br />

Ramphastos tucanus Linnaeus, 1758<br />

Ramphastos vitellinus Lichtenstein, 1823<br />

Selenidera gouldii (Natterer, 1837) - EnAM<br />

Pteroglossus inscriptus Swainson, 1822 - EnAM<br />

Pteroglossus bitorquatus Vigors, 1826 - EnAM<br />

Família Picidae Leach, 1820<br />

Picumnus aurifrons Pelzeln, 1870 - EnAM<br />

Melanerpes cruentatus (Boddaert, 1783)<br />

Piculus flavigula (Boddaert, 1783)<br />

asa-de-sabre-cinza<br />

beija-flor-tesoura-verde<br />

beija-flor-de-garganta-verde<br />

surucuá-de-cauda-preta<br />

surucuá-grande-de-barriga-amarela<br />

surucuá-de-barriga-vermelha<br />

surucuá-de-barriga-amarela<br />

surucuá-de-coleira<br />

surucuá-pavão<br />

martim-pescador-grande<br />

martim-pescador-pequeno<br />

martim-pescador-da-mata<br />

udu-de-bico-largo<br />

udu-de-coroa-azul<br />

ariramba-preta<br />

ariramba-da-mata<br />

ariramba-de-cauda-ruiva<br />

ariramba-do-paraíso<br />

jacamaraçu<br />

macuru-de-testa-branca<br />

macuru-pintado<br />

rapazinho-estriado<br />

barbudo-de-pescoço-ferrugem<br />

macuru<br />

chora-chuva-preto<br />

chora-chuva-de-cara-branca<br />

urubuzinho<br />

capitão-de-cinta<br />

tucano-grande-de-papo-branco<br />

tucano-de-bico-preto<br />

saripoca-de-gould<br />

araçari-miudinho-de-bico-riscado<br />

araçari-de-pescoço-vermelho<br />

pica-pau-anão-dourado<br />

benedito-de-testa-vermelha<br />

pica-pau-bufador<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Sálá kuhv<br />

Sálá kuhv<br />

Sálá kuhv<br />

-<br />

Sálá kuhv<br />

-<br />

Ixano’ aá<br />

Ixano’ aá<br />

Ixano’ aá<br />

-<br />

-<br />

-<br />

I pi’ur pi’ur<br />

I pi’ur pi’ur<br />

I pi’ur pi’ur<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Djav karáv<br />

-<br />

Tamikunv<br />

Tamikunv<br />

-<br />

-<br />

Gurav<br />

Djókáhn<br />

Bata súhr<br />

-<br />

Serevá<br />

Kere’ ùhv<br />

-<br />

41


AVIFAUNA<br />

Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Celeus grammicus (Natterer & Malherbe, 1845) - EnAM picapauzinho-chocolate<br />

Celeus elegans (Statius Muller, 1776)<br />

pica-pau-chocolate<br />

Celeus torquatus (Boddaert, 1783)<br />

pica-pau-de-coleira<br />

Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766)<br />

pica-pau-de-banda-branca<br />

Campephilus rubricollis (Boddaert, 1783)<br />

pica-pau-de-barriga-vermelha<br />

Família Thamnophilidae Swainson, 1824<br />

Pygiptila stellaris (Spix, 1825)<br />

choca-cantadora<br />

Microrhopias quixensis (Cornalia, 1849)<br />

papa-formiga-de-bando<br />

Myrmeciza atrothorax (Boddaert, 1783) - EnAM formigueiro-de-peito-preto<br />

Epinecrophylla leucophthalma (Pelzeln, 1868) - EnAM choquinha-de-olho-branco<br />

Epinecrophylla haematonota (Sclater, 1857)<br />

choquinha-de-garganta-carijó<br />

Myrmotherula brachyura (Hermann, 1783) - EnAM choquinha-miúda<br />

Myrmotherula hauxwelli (Sclater, 1857) - EnAM choquinha-de-garganta-clara<br />

Myrmotherula axillaris (Vieillot, 1817)<br />

choquinha-de-flanco-branco<br />

Myrmotherula longipennis Pelzeln, 1868 - EnAM choquinha-de-asa-comprida<br />

Thamnomanes saturninus (Pelzeln, 1878)<br />

uirapuru-selado<br />

Thamnomanes caesius (Temminck, 1820)<br />

ipecuá<br />

Dichrozona cincta (Pelzeln, 1868) - EnAM<br />

tovaquinha<br />

Herpsilochmus rufimarginatus (Temminck, 1822) chorozinho-de-asa-vermelha<br />

Sakesphorus luctuosus (Lichtenstein, 1823) - EnAM choca-d’água<br />

Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764)<br />

choca-barrada<br />

Thamnophilus schistaceus d’Orbigny, 1835 - EnAM choca-de-olho-vermelho<br />

Thamnophilus aethiops Sclater, 1858<br />

choca-lisa<br />

Thamnophilus amazonicus Sclater, 1858 - EnAM choca-canela<br />

Cymbilaimus lineatus (Leach, 1814)<br />

papa-formiga-barrado<br />

Sclateria naevia (Gmelin, 1788)<br />

papa-formiga-do-igarapé<br />

Schistocichla rufifacies (Hellmayr, 1929) - EnAM formigueiro-de-cara-ruiva<br />

Hypocnemoides maculicauda (Pelzeln, 1868) - EnAM solta-asa<br />

Hylophylax naevius (Gmelin, 1789) - EnAM<br />

guarda-floresta<br />

Hylophylax punctulatus (Des Murs, 1856) - EnAM guarda-várzea<br />

Myrmoborus leucophrys (Tschudi, 1844) - EnAM papa-formiga-de-sobrancelha<br />

Myrmoborus myotherinus (Spix, 1825)<br />

formigueiro-de-cara-preta<br />

Cercomacra cinerascens (Sclater, 1857) - EnAM chororó-pocuá<br />

Cercomacra nigrescens (Cabanis & Heine, 1859) chororó-negro<br />

Hypocnemis subflava Cabanis, 1873<br />

cantador-galego<br />

Willisornis poecilinotus (Cabanis, 1847) - EnAM rendadinho<br />

Phlegopsis nigromaculata (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837) - EnAM mãe-de-taoca<br />

Rhegmatorhina hoffmannsi (Hellmayr, 1907) - EnAM mãe-de-taoca-papuda<br />

Família Conopophagidae Sclater & Salvin, 1873<br />

Conopophaga aurita (Gmelin, 1789)<br />

chupa-dente-de-cinta<br />

Família Grallariidae Sclater & Salvin, 1873<br />

Grallaria varia (Boddaert, 1783)<br />

tovacuçu<br />

Myrmothera campanisona (Hermann, 1783) - EnAM tovaca-patinho<br />

Família Rhinocryptidae Wetmore, 1930 (1837)<br />

-<br />

-<br />

Serev adarov<br />

Serevá adahr vóhv<br />

-<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Piripirpir<br />

Piripirpir<br />

Piripirpir<br />

Piripirpir<br />

Piripirpir<br />

-<br />

Kar piúhv<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Indún<br />

-<br />

Í´uhv<br />

Í´uhv<br />

-<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Xiav kurui<br />

Indún<br />

-<br />

Iririi<br />

-<br />

42


Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Liosceles thoracicus (Sclater, 1865) - EnAM<br />

Família Formicariidae Gray, 1840<br />

Formicarius colma Boddaert, 1783<br />

Formicarius analis (d’Orbigny & Lafresnaye, 1837)<br />

Família Scleruridae Swainson, 1827<br />

Sclerurus mexicanus Sclater, 1857<br />

Sclerurus rufigularis Pelzeln, 1868 - EnAM<br />

Sclerurus caudacutus (Vieillot, 1816)<br />

Família Dendrocolaptidae Gray, 1840<br />

Dendrocincla fuliginosa (Vieillot, 1818)<br />

Dendrocincla merula (Lichtenstein, 1829) - EnAM<br />

Deconychura longicauda (Pelzeln, 1868)<br />

Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818)<br />

Glyphorynchus spirurus (Vieillot, 1819)<br />

Xiphorhynchus elegans (Pelzeln, 1868) - EnAM<br />

Xiphorhynchus obsoletus (Lichtenstein, 1820) - EnAM<br />

Xiphorhynchus guttatus (Lichtenstein, 1820) - EnAM<br />

Campylorhamphus procurvoides (Lafresnaye, 1850) - EnAM<br />

Dendroplex picus (Gmelin, 1788)<br />

Nasica longirostris (Vieillot, 1818) - EnAM<br />

Dendrexetastes rufigula (Lesson, 1844) - EnAM<br />

Hylexetastes perrotii (Lafresnaye, 1844) - EnAM<br />

Família Furnariidae Gray, 1840<br />

Xenops minutus (Sparrman, 1788)<br />

Automolus ochrolaemus (Tschudi, 1844)<br />

Automolus infuscatus (Sclater, 1856) - EnAM<br />

Philydor erythrocercum (Pelzeln, 1859) - EnAM<br />

Synallaxis rutilans Temminck, 1823 - EnAM<br />

Synallaxis gujanensis (Gmelin, 1789) - EnAM<br />

Família Pipridae Rafinesque, 1815<br />

Tyranneutes stolzmanni (Hellmayr, 1906) - EnAM<br />

Pipra rubrocapilla Temminck, 1821<br />

Lepidothrix nattereri (Sclater, 1865) - EnAM<br />

Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766)<br />

Família Tityridae Gray, 1840<br />

Onychorhynchus coronatus (Statius Muller, 1776) - EnAM<br />

Terenotriccus erythrurus (Cabanis, 1847)<br />

Myiobius barbatus (Gmelin, 1789)<br />

Schiffornis amazona (Sclater, 1860)<br />

Laniocera hypopyrra (Vieillot, 1817)<br />

Tityra cayana (Linnaeus, 1766)<br />

Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)<br />

Pachyramphus minor (Lesson, 1830) - EnAM<br />

Família Cotingidae Bonaparte, 1849<br />

corneteiro-da-mata<br />

galinha-do-mato<br />

pinto-do-mato-de-cara-preta<br />

vira-folha-de-peito-vermelho<br />

vira-folha-de-bico-curto<br />

vira-folha-pardo<br />

arapaçu-pardo<br />

arapaçu-da-taoca<br />

arapaçu-rabudo<br />

arapaçu-verde<br />

arapaçu-de-bico-de-cunha<br />

arapaçu-elegante<br />

arapaçu-riscado<br />

arapaçu-de-garganta-amarela<br />

arapaçu-de-bico-curvo<br />

arapaçu-de-bico-branco<br />

arapaçu-de-bico-comprido<br />

arapaçu-galinha<br />

arapaçu-de-bico-vermelho<br />

bico-virado-miúdo<br />

barranqueiro-camurça<br />

barranqueiro-pardo<br />

limpa-folha-de-sobre-ruivo<br />

joão-teneném-castanho<br />

joão-teneném-becuá<br />

uirapuruzinho<br />

cabeça-encarnada<br />

uirapuru-de-chapéu-branco<br />

tangará-falso<br />

maria-leque<br />

papa-moscas-uirapuru<br />

assanhadinho<br />

flautim-da-amazônia<br />

chorona-cinza<br />

anambé-branco-de-rabo-preto<br />

caneleiro-preto<br />

caneleiro-pequeno<br />

-<br />

Mavxilalúhr<br />

Mavxilalúhr<br />

Basev pogi<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Sérev Túg<br />

Sereva<br />

Sereva<br />

Sereva<br />

Indún<br />

Sereva<br />

-<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Duj duj<br />

Duj duj<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Kiug<br />

Kiug<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

43


AVIFAUNA<br />

Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Lipaugus vociferans (Wied, 1820)<br />

Xipholena punicea (Pallas, 1764) - EnAM<br />

Cotinga cayana (Linnaeus, 1766) - EnAM<br />

Querula purpurata (Statius Muller, 1776)<br />

Phoenicircus nigricollis Swainson, 1832 - EnAM<br />

Família Incertae sedis<br />

Platyrinchus coronatus Sclater, 1858 - EnAM<br />

Platyrinchus platyrhynchos (Gmelin, 1788) - EnAM<br />

Piprites chloris (Temminck, 1822)<br />

Família Rhynchocyclidae Berlepsch, 1907<br />

Mionectes oleagineus (Lichtenstein, 1823)<br />

Leptopogon amaurocephalus Tschudi, 1846<br />

Corythopis torquatus (Tschudi, 1844) - EnAM<br />

Tolmomyias assimilis (Pelzeln, 1868)<br />

Tolmomyias poliocephalus (Taczanowski, 1884)<br />

Todirostrum maculatum (Desmarest, 1806) - EnAM<br />

Hemitriccus minor (Snethlage, 1907) - EnAM<br />

Família Tyrannidae Vigors, 1825<br />

Zimmerius gracilipes (Sclater & Salvin, 1868)<br />

Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)<br />

Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868<br />

Myiopagis gaimardii (d’Orbigny, 1839)<br />

Attila spadiceus (Gmelin, 1789)<br />

Myiarchus swainsoni Cabanis & Heine, 1859<br />

Myiarchus ferox (Gmelin, 1789)<br />

Rhytipterna simplex (Lichtenstein, 1823)<br />

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)<br />

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)<br />

Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766)<br />

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819<br />

Tyrannus savana Vieillot, 1808<br />

Empidonomus varius (Vieillot, 1818)<br />

Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831)<br />

Família Vireonidae Swainson, 1837<br />

Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789)<br />

Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766)<br />

Hylophilus ochraceiceps Sclater, 1860<br />

Família Hirundinidae Rafinesque, 1815<br />

Atticora fasciata (Gmelin, 1789) - EnAM<br />

Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817)<br />

Progne chalybea (Gmelin, 1789)<br />

Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783)<br />

Família Troglodytidae Swainson, 1831<br />

Microcerculus marginatus (Sclater, 1855)<br />

cricrió<br />

anambé-pompadora<br />

anambé-azul<br />

anambé-una<br />

saurá-de-pescoço-preto<br />

patinho-de-coroa-dourada<br />

patinho-de-coroa-branca<br />

papinho-amarelo<br />

abre-asa<br />

cabeçudo<br />

estalador-do-norte<br />

bico-chato-da-copa<br />

bico-chato-de-cabeça-cinza<br />

ferreirinho-estriado<br />

maria-sebinha<br />

poiaeiro-de-pata-fina<br />

risadinha<br />

guaracava-grande<br />

maria-pechim<br />

capitão-de-saíra-amarelo<br />

irré<br />

maria-cavaleira<br />

vissiá<br />

bem-te-vi<br />

neinei<br />

bentevizinho-de-asa-ferrugínea<br />

suiriri<br />

tesourinha<br />

peitica<br />

guaracavuçu<br />

pitiguari<br />

juruviara<br />

vite-vite-uirapuru<br />

peitoril<br />

andorinha-serradora<br />

andorinha-doméstica-grande<br />

andorinha-do-rio<br />

uirapuru-veado<br />

Tuja<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Iv xi po’uhr<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Dagá vuj<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Xoli kúv piv<br />

Indún<br />

Xoli kuhv<br />

Indún<br />

Indún<br />

44


Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Troglodytes musculus Naumann, 1823<br />

corruíra<br />

Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831)<br />

catatau<br />

Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô<br />

Cyphorhinus arada (Hermann, 1783) - EnAM uirapuru-verdadeiro<br />

Família Polioptilidae Baird, 1858<br />

Ramphocaenus melanurus Vieillot, 1819<br />

bico-assovelado<br />

Família Turdidae Rafinesque, 1815<br />

Turdus fumigatus Lichtenstein, 1823<br />

sabiá-da-mata<br />

Turdus lawrencii Coues, 1880 - EnAM<br />

caraxué-de-bico-amarelo<br />

Turdus albicollis Vieillot, 1818<br />

sabiá-coleira<br />

Família Coerebidae d’Orbigny & Lafresnaye, 1838<br />

Coereba flaveola (Linnaeus, 1758)<br />

cambacica<br />

Thraupidae Cabanis, 1847<br />

Saltator maximus (Statius Muller, 1776)<br />

tempera-viola<br />

Saltator coerulescens Vieillot, 1817<br />

sabiá-gongá<br />

Lamprospiza melanoleuca (Vieillot, 1817) - EnAM pipira-de-bico-vermelho<br />

Ramphocelus carbo (Pallas, 1764)<br />

pipira-vermelha<br />

Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) - EnAM<br />

tiê-galo<br />

Lanio surinamus (Linnaeus, 1766) - EnAM<br />

tem-tem-de-topete-ferrugíneo<br />

Tangara mexicana (Linnaeus, 1766) - EnAM saíra-de-bando<br />

Tangara chilensis (Vigors, 1832) - EnAM<br />

sete-cores-da-amazônia<br />

Tangara episcopus (Linnaeus, 1766)<br />

sanhaçu-da-amazônia<br />

Tangara palmarum (Wied, 1823)<br />

sanhaçu-do-coqueiro<br />

Tangara cayana (Linnaeus, 1766)<br />

saíra-amarela<br />

Paroaria gularis (Linnaeus, 1766)<br />

cardeal-da-amazônia<br />

Tersina viridis (Illiger, 1811)<br />

saí-andorinha<br />

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)<br />

saí-azul<br />

Cyanerpes caeruleus (Linnaeus, 1758)<br />

saí-de-perna-amarela<br />

Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766)<br />

saíra-de-papo-preto<br />

Emberizidae Vigors, 1825<br />

Ammodramus aurifrons (Spix, 1825)<br />

cigarrinha-do-campo<br />

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)<br />

tiziu<br />

Sporophila nigricollis (Vieillot, 1823)<br />

baiano<br />

Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)<br />

coleirinho<br />

Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766)<br />

curió<br />

Arremon taciturnus (Hermann, 1783)<br />

tico-tico-de-bico-preto<br />

Cardinalidae Ridgway, 1901<br />

Habia rubica (Vieillot, 1817)<br />

tiê-do-mato-grosso<br />

Cyanoloxia cyanoides (Lafresnaye, 1847)<br />

azulão-da-amazônia<br />

Parulidae Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller,<br />

Peters, van Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947<br />

Phaeothlypis fulvicauda (Spix, 1825)<br />

pula-pula-de-cauda-avermelhada<br />

Icteridae Vigors, 1825<br />

Psarocolius viridis (Statius Muller, 1776) - EnAM japu-verde<br />

Indún<br />

Gav xipo bag<br />

Indún<br />

Patitetuia<br />

-<br />

Hoxihr<br />

Hoxihr<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Indún<br />

Paxihr<br />

Paxihr<br />

Indún<br />

Aro vuhr<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

Indún<br />

-<br />

Indún<br />

Vazer atínij<br />

Indún<br />

Indún<br />

Kuj kuj<br />

-<br />

Indún<br />

45


AVIFAUNA<br />

Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Psarocolius decumanus (Pallas, 1769)<br />

Cacicus cela (Linnaeus, 1758)<br />

Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766)<br />

Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788)<br />

Fringillidae Leach, 1820<br />

Euphonia laniirostris d’Orbigny & Lafresnaye, 1837<br />

Euphonia xanthogaster Sundevall, 1834<br />

japu<br />

xexéu<br />

inhapim<br />

iraúna-grande<br />

gaturamo-de-bico-grosso<br />

fim-fim-grande<br />

Iraláh<br />

Barav<br />

Indún<br />

Atáv<br />

Indún<br />

Indún<br />

MASTOFAUNA<br />

Foram registradas na Terra Indígena Igarapé Lourdes um total de 171 avistamentos, durante 286,2 km, com um total<br />

de 36 espécies.<br />

Nome científico Nome popular Nome Tupi-Mondé<br />

Ateles chamek<br />

Lagothrix lagotricha<br />

Alouatta seniculus<br />

Callicebus brunneus<br />

Saimiri ustus<br />

Pithecia irrorata<br />

Cebus apella<br />

Chiropotes albinasus<br />

Callithrix emiliae<br />

Dasypus kaplery<br />

Tamanduá tetradactyla<br />

Mazama americana<br />

Mazama gouazoupira<br />

Pecari tajacu<br />

Tayassu pecari<br />

Dasyprocta fuliginosa<br />

Sciurius ignitus<br />

Sciurius spadiceus<br />

Macaco-preto<br />

Macaco Barrigudo<br />

Macaco guariba<br />

Macaco zogue<br />

Macaco-de-cheiro<br />

Macaco Velho/Parauacú<br />

Macaco- Prego<br />

Macaco Cuxiú<br />

Macaco soim<br />

Tatu-quinze-quilos<br />

Tamanduá-Mirim<br />

Veado Vemelho<br />

Veado Roxo<br />

Caititu<br />

Porcão/Queixada<br />

Cutia<br />

Quatipuru roxo<br />

Quatipuru vermelho<br />

Alimé<br />

Alimé Kòhr<br />

Pékó<br />

Mádùhn<br />

Basáj madjig<br />

Basáj kòràh<br />

Basáj Kàhv<br />

Basáj pev<br />

Djìn gùhv<br />

Mazòj<br />

Xikólía<br />

Iti<br />

Iti pev<br />

Bebe kór<br />

Bebe<br />

Vakin<br />

Báj Kír pev<br />

Báj Kír<br />

46


3. ETNOZONEAMENTO<br />

TEXTO<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo<br />

Alberto Arara<br />

Álvaro Noep Arara<br />

Célio Arara<br />

Cícero Arara<br />

Francisco Arara<br />

Firmino Arara<br />

Marcelo Arara<br />

Mário Arara<br />

Sebastião Arara<br />

Adonias Sebirop da Silva<br />

Afonso Gavião<br />

Amarildo Gavião<br />

Antonio Tapa Gavião<br />

Arnaldo Pabe Gavião<br />

Cena Kere´ap Gavião<br />

Chambete Gavião<br />

Colombo Gavião<br />

Delson Gavião<br />

Digüt Gavião<br />

Emilio Gavião<br />

Iran Gavião<br />

Isabel Gavião<br />

Jonas Gavião<br />

João Gavião<br />

José Gavião<br />

Josias Sebirop da Silva<br />

Rodrigo Gavião<br />

Marcio Gavião<br />

Matilde Gavião<br />

Miguel Gavião<br />

Moisés Seri Gavião<br />

Pitkawa Gavião<br />

Raimundo Gavião<br />

Sebastião Gavião<br />

Valdemar Gavião<br />

47


INTRODUÇÃO<br />

O etnozoneamento é um instrumento de planejamento<br />

que vem sendo utilizado na elaboração de Planos de<br />

Gestão Ambiental das terras indígenas por organizações<br />

indígenas, governo e outras instituições que atuam em<br />

terras indígenas, em busca do desenvolvimento sustentável,<br />

que respeite e valorize a cultura indígena.<br />

No etnozoneamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes,<br />

os Karo e Ikolen buscaram fazer o ordenamento territorial,<br />

garantindo a exploração e o manejo dos recursos<br />

naturais, recuperação, conservação e preservação<br />

ambiental, proteção das áreas sagradas, resgate de<br />

regiões perdidas pelo avanço dos invasores e valorização<br />

cultural.<br />

Os indígenas elaboraram o mapa do etnozoneamento<br />

durante a Validação do Diagnóstico Etnoambiental<br />

e para cada zona foram planejadas as ações a serem<br />

desenvolvidas.<br />

Para a elaboração do quadro de zoneamento foram<br />

estabelecidos critérios que fossem de fácil entendimento<br />

de todos.<br />

Para a Zona de Proteção Integral foi levada em<br />

consideração a alta riqueza de espécies que necessitam<br />

de proteção, até mesmo pelo fato de<br />

algumas delas ocorrerem apenas naquela região<br />

da Terra Indígena Igarapé Lourdes (endemismo).<br />

Outro ponto foi a dificuldade de acesso nestes<br />

locais, aumentando ainda mais a certeza de que não<br />

sofrerá posteriormente nenhuma alteração antrópica.<br />

Uma caracterização marcante da área foi a Serra da<br />

Providência ser um divisor de águas e onde estão as<br />

principais nascentes da terra indígena.<br />

Quando delimitada a Zona de Produção, foram utilizados<br />

critérios como a localização dos roçados e conseqüentemente<br />

todas as áreas que estão sendo utilizadas<br />

para a produção (ao redor das aldeias).<br />

A Zona de Recuperação foi delimitada exclusivamente<br />

pelo fato de ser uma área que necessita de recuperação,<br />

por ter sofrido desmatamento pelos invasores,<br />

ou seja, uma área que segundo os índios é digna de<br />

recomposição.<br />

A Zona Sagrada foi caracterizada pela existência de<br />

cemitérios e lugares onde os espíritos habitam.<br />

A Zona de Caça foi caracterizada pelos locais onde<br />

caçam os Karo e Ikolen.<br />

A Zona Primitiva foi caracterizada pelo seu estado de<br />

conservação e por não conter desmatamento, onde as<br />

atividades serão voltadas para a proteção.<br />

A Zona de Resgate teve como critério toda a região<br />

anteriormente ocupada pelos Karo e Ikolen e que ficou<br />

fora da demarcação.<br />

Definidos os critérios, os Karo e Ikolen demarcaram<br />

as áreas de abrangência das 07 zonas, que podem ser<br />

vistas no mapa ao lado.<br />

48


61”45’ 61”80’<br />

Rio Ji-Paraná ou Machado<br />

18”15’<br />

RONDÔNIA<br />

MATO GROSSO<br />

10”15’<br />

2<br />

1<br />

10”30’<br />

10”30’<br />

3<br />

10”45’<br />

Rio Ji-P araná ou Machad o<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8 9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

10”45’<br />

Ji-Paraná<br />

Zona de Resgate Karo<br />

Zona de Resgate Ikolen<br />

Zona de Proteção Integral<br />

Zona de Produção<br />

Zona Sagrada<br />

Zona de Recuperação<br />

Zona de Caça Karo<br />

Zona de Caça Ikolen<br />

Zona Primitiva<br />

61”45’ 61”80’<br />

Aldeias:<br />

1. Aldeia Ingazeira Boeirapé vaá<br />

2. Aldeia Igarapé Lourdes / Posto Indígena FUNAI<br />

3. Aldeia Iterap<br />

4. Aldeia do Pedro Paygap<br />

5. Aldeia Cacoal Akóhvh vaá<br />

6. Aldeia do João Pabir vaá Koró Nova Esperança<br />

7. Aldeia Ikolen 2 / Posto Indígena FUNAI<br />

8. Aldeia Ikolen 1<br />

9. Aldeia Abandonada<br />

10. Aldeia Manikito<br />

11. Aldeia Xibotigih<br />

12. Aldeia Màhvgúveirj<br />

13. Aldeia Padaé<br />

14. Aldeia Uhv<br />

15. Aldeia Zezinho Gaiapaá - Limite da TI<br />

Escala 1:100.000’<br />

2 0 2 4 6 8 10 12 Km<br />

Projecão geográfica (Lat/Long)<br />

Datum - SAD 69<br />

LOCALIZAÇÃO<br />

DA ÁREA<br />

Fontes:<br />

Instituto Brasileiro de Geografia - IBGE<br />

Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé<br />

49


NORMAS GERAIS PARA A<br />

TERRA INDÍGENA<br />

3.1 Zona Proteção Integral<br />

3.1.1 Descrição<br />

É aquela onde se preserva os recursos naturais. As atividades humanas são restritas à proteção<br />

da natureza<br />

3.1.2 Objetivo Geral<br />

Preservar os recursos naturais.<br />

3.1.3 Objetivos específicos<br />

• Proteger fauna e flora;<br />

• Proteger as nascentes, Serra da Providência;<br />

• Evitar processos erosivos, assoreamento de cursos d´água;<br />

• Proteger áreas de ecossistemas frágeis de grande vulnerabilidade ambiental.<br />

3.1.4 Resultados esperados<br />

• Ecossistemas frágeis protegidos, garantindo a preservação da biodiversidade local.<br />

3.1.5 Indicadores<br />

• Presença abundante de animais;<br />

• Vegetação intacta;<br />

• Águas não contaminadas e abundantes.<br />

• Beleza cênica preservada.<br />

3.1.6 Normas Gerais<br />

• Não é permitido o desmatamento e a presença humana nesta zona.<br />

• A pesquisa só será permitida no caso de não haver a possibilidade de ser realizada em<br />

outros locais.<br />

3.1.7 Atividades<br />

• Realizar vigilância e fiscalização para impedir a entrada de invasores.<br />

50


3.2 Zona de Produção<br />

3.2.1 Descrição<br />

É aquela destinada à produção de roças, à localização das aldeias, ao manejo florestal de<br />

uso múltiplo, pesquisa científica e cultural;<br />

3.2.2 Objetivo Geral<br />

É aquela que contém áreas necessárias à administração, manutenção, roças e serviços da<br />

Terra Indígena. Estas áreas são escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com<br />

seu caráter natural.<br />

3.2.3 Objetivos específicos<br />

• Sediar residência para funcionários, alojamento para pesquisadores, manutenção e<br />

serviços gerais;<br />

• Sediar postos de fiscalização e indígenas, atendendo todas as atividades indicadas para<br />

estes;<br />

• Controlar acessos para as aldeias e interior da terra indígena;<br />

• Promover o manejo florestal de uso múltiplo e de roçados;<br />

• Desenvolver atividades produtivas.<br />

3.2.4 Resultados esperados<br />

• Residências, Postos de Saúde, Escolas, Centro de Vivência e Postos Indígenas construídos;<br />

• Postos de vigilância funcionando;<br />

• Manejo de uso múltiplo e de roçados sendo desenvolvidos.<br />

52


3.2.5 Indicadores<br />

• Número de roças manejadas;<br />

• Estado de conservação das residências, Postos de Vigilância e Postos Indígenas;<br />

• Número de pessoas que visitaram as aldeias;<br />

• Safra colhida.<br />

3.2.6 Normas Gerais<br />

• A infra-estrutura necessária para as atividades apontadas para esta Zona deverá ser implementada<br />

nas aldeias já existentes, e nas demais áreas definidas para os postos de fiscalização;<br />

• A pesquisa só será permitida mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e<br />

FUNAI.<br />

3.2.7 Atividades<br />

•Valorização cultural;<br />

•Construção de toda infra-estrutura necessária na terra indígena;<br />

•Desenvolvimento de pesquisas;<br />

•Manejo florestal de uso múltiplo;<br />

•Manejo de pesca e animais silvestres;<br />

•Educação ambiental;<br />

•Ecoturismo;<br />

•Extrativismo;<br />

•Manejo de roças;<br />

•Educação formal;<br />

•Atendimento à saúde;<br />

•Lazer.<br />

53


3.3 Zona de recuperação<br />

3.3.1 Descrição<br />

Toda a área desmatada por invasores da terra indígena. Esta deve ser reflorestada com<br />

espécies nativas ou de uso econômico.<br />

3.3.2 Objetivo Geral<br />

Deter a degradação dos recursos e recuperar a área.<br />

3.3.3 Objetivos específicos<br />

Recuperar os ambientes naturais com espécies nativas ou de uso econômico.<br />

3.3.4 Resultados esperados<br />

• Ambientes recuperados;<br />

• Projeto de reflorestamento encaminhado à FUNAI e IBAMA.<br />

3.3.5 Indicadores:<br />

• Número de mudas plantadas;<br />

• Número de áreas recuperadas;<br />

• Número de projetos de reflorestamento desenvolvidos.<br />

3.3.6 Normas Gerais<br />

• Permitido o desenvolvimento de pesquisa voltado para recuperação de áreas degradadas;<br />

• Esses trabalhos serão orientados por projeto específico;<br />

• A pesquisa só será permitida mediante aprovação dos povos indígenas Karo, Ikolen e<br />

FUNAI.<br />

3.3.7 Atividades<br />

• Plantio de mudas nativas;<br />

• Desenvolvimento de pesquisas sobre recuperação de áreas degradadas.<br />

54


3.4 Zona Sagrada<br />

3.4.1 Descrição<br />

É aquela destinada à proteção cultural e espiritual, onde somente os pajés e pessoas por<br />

ele autorizadas têm acesso.<br />

3.4.2 Objetivo Geral<br />

Preservar os ambientes naturais, que são utilizados como áreas sagradas.<br />

3.4.3 Objetivos específicos<br />

• Preservar locais sagrados;<br />

• Valorizar a cultura indígena;<br />

• Preservar os rituais espirituais;<br />

• Resgatar locais sagrados.<br />

3.4.4 Resultados esperados<br />

• Locais sagrados preservados;<br />

• Indígenas realizando rituais sagrados.<br />

3.4.5 Indicadores<br />

• Número de locais sagrados resgatados;<br />

• Número de rituais realizados;<br />

• Locais sagrados preservados;<br />

• Jovens conhecendo rituais sagrados.<br />

3.4.6 Normas Gerais<br />

• Não será permita a presença de nenhuma pessoa nesta Zona, apenas sendo permitada a<br />

entrada do pajé ou de alguém por ele autorizado;<br />

• Não será permitido o desmatamento nesta Zona;<br />

• Serão apoiadas atividades que promovam o conhecimento sobre os rituais sagrados;<br />

• Não será permitida pesquisa nesta zona.<br />

3.4.7 Atividades<br />

• Realização de rituais na zona sagrada pelos pajés;<br />

• Fiscalização e vigilância.<br />

55


3.5 Zona de caça<br />

3.5.1 Descrição<br />

Área onde é permitida a caça, respeitando o período de reprodução dos animais.<br />

3.5.2 Objetivo Geral<br />

Caça de subsistência, desenvolvida de forma controlada.<br />

3.5.3 Objetivos específicos<br />

• Promover o manejo de fauna;<br />

• Respeitar o período reprodutivo;<br />

• Desenvolver pesquisas sobre a fauna;<br />

• Monitoramento da fauna.<br />

3.5.4 Resultados esperados<br />

• Fauna manejada;<br />

• Caça garantida para as gerações futuras;<br />

• Pesquisa de fauna sendo desenvolvida.<br />

3.5.5 Indicadores<br />

• Número de animais caçados;<br />

• Número de pesquisas de fauna desenvolvidas;<br />

• Aumento da presença de animais nesta Zona.<br />

3.5.6 Normas Gerais<br />

• Não será permitida a caça por não indígenas;<br />

• Serão respeitados os períodos reprodutivos;<br />

• Permitido o manejo da fauna;<br />

• Serão apoiadas atividades de pesquisa sobre fauna;<br />

• Não convidar não indígenas para caçar ou pescar na Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

56


3.6 Zona primitiva<br />

3.6.1 Descrição<br />

É aquela onde não pode haver desmatamento, porém se permite atividades de manejo de<br />

uso múltiplo e de animais.<br />

3.6.2 Objetivo Geral<br />

Conservar o ambiente natural, permitindo o manejo e apoiando as atividades de pesquisa<br />

científica.<br />

3.6.3 Objetivos específicos<br />

• Proteger toda a área dos igarapés Azul, Orquídea e Rio Machado;<br />

• Proteger a fauna e a flora;<br />

• Possibilitar a realização de pesquisas científicas em ambientes mais íntegros;<br />

• Serão permitidas atividades extrativistas.<br />

3.6.4 Resultados esperados<br />

• Região protegida contra a entrada de invasores;<br />

• Cobertura natural e fauna preservada.<br />

3.6.5 Indicadores<br />

• Região sem invasão;<br />

• Número de operações de vigilância e fiscalização realizadas;<br />

• Número de relatórios produzidos;<br />

• Número de inquéritos abertos.<br />

3.6.6 Normas Gerais<br />

• Esta Zona terá fiscalização permanente pelos indígenas e periódica pela FUNAI;<br />

• A fiscalização incluirá, eventualmente, períodos noturnos e será feita de acordo com as<br />

normas estabelecidas pelo Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente.<br />

• As pesquisas científicas poderão ser autorizadas nesta Zona, mediante aprovação dos<br />

povos indígenas Karo, Ikolen e FUNAI;<br />

• As pesquisas científicas serão realizadas de acordo com as normas da FUNAI e disposições<br />

legais vigentes;<br />

• Só será permitida infra-estrutura voltada para a fiscalização;<br />

• A fiscalização e a visitação ocorrerão por meio fluvial e a pé;<br />

• Não será permitida a permanência de espécies exóticas;<br />

• Todo lixo gerado, orgânico ou não, deverá ser removido do local e depositado em locais<br />

oficialmente definidos, por quem o produziu.<br />

3.6.7 Atividades<br />

• Construir Posto de Vigilância no Igarapé Azul com rio Machado;<br />

• Realizar fiscalização de 03 em 03 meses e vigilância permanente.<br />

57


3.7 Zona de Resgate<br />

3.7.1 Descrição<br />

É toda a região de ocupação ancestral que ficou fora dos limites da terra indígena.<br />

3.7.2 Objetivo Geral<br />

Resgatar áreas que ficaram fora da demarcação.<br />

3.7.3 Objetivos específicos<br />

• Anexar à terra indígena áreas que ficaram fora da demarcação;<br />

• Exigir indenização do Governo Federal pelas áreas que ficaram fora da demarcação e<br />

hoje são cidades.<br />

3.7.4 Resultados esperados<br />

• Reserva Biológica do Jaru sendo anexada à Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Decreto de ampliação da terra indígena publicado;<br />

• Povo Indígena Karo e Ikolen indenizado pela perca do território.<br />

3.7.5 Indicadores<br />

• Decreto publicado;<br />

• Indenização recebida.<br />

3.7.6 Normas Gerais<br />

• FUNAI apresentará ao Ministério da Justiça proposta de ampliação da Terra Indígena<br />

Igarapé Lourdes;<br />

• Será feita gestão junto aos órgãos públicos responsáveis, para que os Karo e Ikolen sejam<br />

indenizados;<br />

• FUNAI elaborará proposta de indenização ao povo indígena Karo e Ikolen;<br />

• Desenvolvimento de projetos econômicos ambientalmente sustentáveis na zona de resgate,<br />

exceto na parte que incluir a Reserva Biológica do Jaru.<br />

3.7.7 Atividades<br />

• Elaboração de documentos pela FUNAI solicitando a ampliação da terra indígena;<br />

• Elaboração de documentos solicitando a indenização pela área perdida.<br />

58


IMPORTÂNCIA DA TERRA INDÍGENA<br />

A Terra Indígena Igarapé Lourdes localiza-se no Bioma Amazônia. Tal configuração lhe fornece<br />

características climatológicas e fitogeográficas próprias que influenciam na determinação de<br />

suas diversas coberturas vegetais: Floresta Ombrófila Aberta, a mais extensa, seguida da Floresta<br />

Ombrófila Densa, menos extensa e floresta de altitude, na região da Serra da Providência,<br />

além de área de ecótono (transição entre tipos de vegetação), apresentando espécies animais e<br />

vegetais raras e incomuns para a região Noroeste do Estado de Rondônia. Nesta também vivem<br />

duas etnias indígenas de diferentes troncos lingüísticos, culturais e sociais.<br />

Assim, entendemos que a Terra Indígena Igarapé Lourdes é representativa e importante para<br />

o Programa Nacional de Áreas Protegidas, por ser Área de Extrema Importância para a Conservação<br />

da Natureza, conforme o Projeto “Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação,<br />

Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade da Amazônia Brasileira” do Programa<br />

Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO/Ministério do Meio Ambiente, sendo<br />

fundamental para a manutenção dos processos ecológicos e culturais da região, oferecendo<br />

interesse especial do ponto de vista científico, cultural e educativo.<br />

59


4. PLANO DE GESTÃO<br />

TEXTO<br />

Ivaneide Bandeira Cardozo<br />

Israel Correa Vale Junior<br />

Ana Paula Albuquerque<br />

Samuel Vieira Cruz<br />

Alberto Arara<br />

Álvaro Noep Arara<br />

Célio Arara<br />

Cícero Arara<br />

Francisco Arara<br />

Firmino Arara<br />

Marcelo Arara<br />

Mário Arara<br />

Sebastião Arara<br />

Adonias Sebirop da Silva<br />

Afonso Gavião<br />

Amarildo Gavião<br />

Antonio Tapa Gavião<br />

Arnaldo Pabe Gavião<br />

Cena Kere´ap Gavião<br />

Chambete Gavião<br />

Colombo Gavião<br />

Delson Gavião<br />

Digüt Gavião<br />

Emilio Gavião<br />

Iran Gavião<br />

Isabel Gavião<br />

Jonas Gavião<br />

João Gavião<br />

José Gavião<br />

Josias Sebirop da Silva<br />

Rodrigo Gavião<br />

Marcio Gavião<br />

Matilde Gavião<br />

Miguel Gavião<br />

Moisés Seri Gavião<br />

Pitkawa Gavião<br />

Raimundo Gavião<br />

Sebastião Gavião<br />

Valdemar Gavião<br />

60


O PLANO DE GESTÃO<br />

O Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes enfoca a necessidade de<br />

se planejar as ações para a terra indígena em seus vários aspectos: proteção, pesquisa, alternativas<br />

econômicas, cultura, saúde, educação e administração.<br />

ASPECTOS INSTITUCIONAIS<br />

A Terra Indígena Igarapé Lourdes é administrada pelo Núcleo de Apoio Local de Ji-Paraná<br />

(NAL), que é subordinado à Administração Executiva Regional de Porto Velho, que responde<br />

diretamente à Administração geral da FUNAI em Brasília.<br />

61


INFRA-ESTRUTURA E EQUIPAMENTOS<br />

*<br />

* situação encontrada em 2004.<br />

Para suporte ao desenvolvimento das atividades de fiscalização, administração, o Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná<br />

conta com 01 imóvel de 900m², contendo os mobiliários relacionados no quadro a seguir. A infra-estrutura<br />

necessária a ser construída, está definida no programa de infra-estrutura.<br />

EQUIPAMENTOS NÚCLEO DE APOIO LOCAL<br />

Uso atual<br />

Equipamentos<br />

Observações<br />

Administração<br />

Mesas, cadeiras, armários,<br />

aparelhos de ar-condicionado<br />

e 06 computadores<br />

Contém salas do chefe da<br />

administração, da fiscalização,<br />

do Serviço de Assistência, além<br />

de sanitários feminino e<br />

masculino e copa<br />

Garagem<br />

Com capacidade para 02<br />

veículos<br />

Posto Indígena<br />

01 radiofonia, 01 fogão<br />

Apenas o Posto Indígena Ikolen<br />

tem uma boa estrutura.<br />

62


EQUIPAMENTOS EXISTENTES<br />

Equipamentos Existentes<br />

Quantidades<br />

Automóvel em péssimo estado de conservação<br />

Pick up Montana<br />

Mesas<br />

Cadeiras<br />

Radiotransceptor<br />

Computadores<br />

Motor de popa 25 hp<br />

Terminal do SIVAM que não funciona<br />

01<br />

01<br />

08<br />

12<br />

01<br />

06<br />

01<br />

01<br />

EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS<br />

Equipamentos<br />

Quantidades<br />

GPS<br />

Notebook<br />

Máquina fotográfica digital<br />

Datashow<br />

Televisão<br />

DVD<br />

Aparelhagem de som<br />

Barco<br />

Motor de popa de 25 hp<br />

Veículo traçado 4 x 4<br />

Ar condicionado central<br />

Cadeira para auditório<br />

06<br />

01<br />

02<br />

01<br />

02<br />

02<br />

01<br />

02<br />

02<br />

02<br />

01<br />

100<br />

63


RECURSOS HUMANOS NAL<br />

*<br />

* situação encontrada em 2004.<br />

Estão lotados no Núcleo de Apoio Local (NAL) de Ji-Paraná dezessete servidores da FUNAI, incluindo o chefe da<br />

administração, que não possui portaria e acumula o cargo de chefe do Posto Indígena (PIN) Ikolen, os quais são<br />

responsáveis pelo desenvolvimento de todas as atividades administrativas e operacionais. No quadro a seguir estão<br />

sintetizadas as informações sobre o pessoal do NAL:<br />

Nome<br />

Cargo<br />

Formação<br />

Aristodeni Figueiredo de Arruda Auxiliar de serviços gerais<br />

Arlene Amaral de Carvalho Agente administrativo<br />

Arnaldo Rosa Ferreira<br />

Auxiliar de serviços gerais<br />

Catarino Sebirop Gavião<br />

Auxiliar de serviços gerais<br />

Francisco de Assis de Figueiredo Chefe do PIN Iterap<br />

Ligia Neiva<br />

Assistente técnico de ensino<br />

Mirna Soares Temóteo<br />

Professora de 1º grau<br />

Pedro Parintintin<br />

Auxiliar de serviços gerais<br />

Raimundo Castro de Oliveira Auxiliar de serviços gerais<br />

Salete de Araújo Brandão<br />

Auxiliar administrativo<br />

Sandro Pinto de Melo<br />

Chefe do PIN Zoró<br />

Tanuzio Gonçalves de Oliveira Chefe do PIN Rio Branco<br />

Tennesson G. de Oliveira<br />

Chefe do PIN Igarapé Lourdes<br />

Valdevino Temóteo da Cunha Auxiliar de sertanista<br />

Vicente Batista Filho<br />

Chefe do PIN Ikolen<br />

Vicente Ferreira Lima Filho Chefe do PIN Cajuí<br />

Jorge Luís Marafiga Leal<br />

Auxiliar de Sertanista<br />

Fonte: Fundação Nacional do Índio, outubro/2004.<br />

2º Grau completo<br />

Magistério<br />

1º Grau<br />

Fundamental<br />

Técnico em Agropecuária<br />

Assist. técnica de ensino<br />

Assist. técnica de ensino<br />

Alfabetizado<br />

Alfabetizado<br />

2º grau<br />

Técnico em Agropecuária<br />

Técnico em Agropecuária<br />

Técnico em Agropecuária<br />

Técnico em Agropecuária<br />

Técnico em Agropecuária<br />

Comunicação e artes – 2º Grau<br />

Necessidade de contratar via concurso público:<br />

• 02 servidores para os postos de vigilância que serão construídos;<br />

• 02 auxiliares de serviços gerais;<br />

• 02 motoristas.<br />

Necessidade de criar as seguintes Portarias:<br />

• Chefe do NAL;<br />

• Chefe do Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente – SPIMA;<br />

• Chefe do Serviço de Assistência – SAS;<br />

• Chefe do Serviço de Administração – SAD.<br />

Necessidade de criar os seguintes FG - Função Gratificada:<br />

• Chefe Financeiro;<br />

• Chefe do Serviço de Atividades Produtivas;<br />

• Chefe de Gabinete.<br />

64


ESTRUTURA ORGANIZACIONAL<br />

*<br />

* situação encontrada em 2004<br />

Dentro da atual estrutura organizacional da FUNAI, a responsabilidade sobre a Terra Indígena<br />

Igarapé Lourdes é da Coordenação Regional da FUNAI de Ji-Paraná, que atuam com técnicos<br />

locais para atender às demandas dos povos indígenas a ela jurisdicionados.<br />

ASSOCIAÇÕES INDÍGENAS<br />

*<br />

* situação encontrada em 2004<br />

As associações indígenas APIA – Associação do Povo Indígena Arara, APIG – Associação do Povo<br />

Indígena Gavião e Organização PADEREÉHJ não possuem infra-estrutura e equipamentos para<br />

seu funcionamento, exceto a PADEREÉHJ que tem uma sede, com poucos móveis que estão em<br />

estado razoável de conservação.<br />

Todas as associações necessitam de capacitação técnica em gestão administrativa e financeira,<br />

bem como de apoio ao fortalecimento institucional.<br />

Sem quadro técnico, nem recursos financeiros para pagar pessoal, fica muito difícil manter as<br />

atividades e o funcionamento.<br />

A APIA e APIG precisam ser estruturadas material, financeira e politicamente. A capacitação<br />

para seus quadros tem que envolver desde cursos na área de política indígena e ambiental à<br />

elaboração de projetos, gestão, valorização cultural e administração financeira, entre outros.<br />

Outra necessidade é a de organização dos livros contábeis, atas, e principalmente regularização<br />

junto a Receita Federal, INSS, Secretaria de Fazenda Municipal e outras formalidades para que<br />

possam obter certidões negativas e apresentar projetos às instituições públicas e privadas.<br />

É importante ainda para o fortalecimento das associações indígenas, trabalharem um modelo de<br />

organização que respeite a cultura indígena, e que ao criarem seus organogramas estes possam<br />

refletir a organização social do povo Karo e Ikolen.<br />

65


ENQUADRAMENTO DAS ÁREAS DE<br />

ATUAÇÃO POR PROGRAMAS TEMÁTICOS<br />

O enquadramento das áreas de atuação, espaços específicos de gerenciamento da Terra Indígena,<br />

por programas temáticos visa favorecer a execução das ações programadas, facilitando a<br />

visualização do que fazer e onde fazer, dentro das linhas de ação estabelecidas.<br />

Nesta abordagem do planejamento, as ações, associadas aos programas temáticos e às áreas<br />

estratégicas, estão organizadas e apresentadas em forma de planilhas, com orçamento estimado.<br />

Nas ações referentes ao quadro de pessoal, não estimamos valores, já que dependem<br />

de concurso público.<br />

As ações gerenciais estão estruturadas por temas:<br />

Proteção, Estudos e Pesquisas, Educação, Regularização Fundiária, Infra-estrutura, Administração,<br />

Cooperação Institucional, Saúde, Alternativas Econômicas, Valorização Cultural.<br />

4.1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO<br />

4.1.1 Objetivo Geral<br />

O Programa de Proteção abrangerá o acompanhamento dos aspectos ambientais das atividades<br />

desenvolvidas na Terra Indígena Igarapé Lourdes aqui planejadas, especialmente aquelas que<br />

dizem respeito à proteção do território, assim como acompanhamento e avaliação dos efeitos<br />

produzidos por atividades geradoras de impacto.<br />

4.1.2 Objetivos Específicos<br />

• Proteger os limites e o interior da Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Proporcionar meios para a vigilância e fiscalização da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

4.1.3 Resultados Esperados<br />

• Terra Indígena Igarapé Lourdes protegida;<br />

• Postos de Vigilância construídos;<br />

• Funcionários e indígenas atuando na defesa da terra indígena.<br />

4.1.4 Indicadores<br />

• Banco de dados contendo informações sobre ações de proteção;<br />

• Número de parcerias realizadas com outras organizações nas ações de proteção;<br />

• Número de cursos de treinamento e capacitação para indígenas e aqueles que trabalham na<br />

terra indígena;<br />

• Número de funcionários e indígenas capacitados.<br />

66


4.1.5 Atividades e Normas<br />

• Planejar as ações de vigilância e fiscalização;<br />

• Solicitar ao setor de proteção do patrimônio indígena da FUNAI em Brasília apoio para a<br />

proteção;<br />

• Monitorar os impactos causados pela estrada que atravessa a terra indígena;<br />

• Monitorar impactos sobre a fauna e flora.<br />

4.1.6 Ações Gerenciais Gerais Internas: detalhar e implementar o<br />

sistema de proteção da Terra Indígena.<br />

• Sistematizar rotinas de vigilância e fiscalização para controle e proteção do interior da Terra<br />

Indígena e dos seus limites. Elaborar Manual de Procedimentos;<br />

• Estabelecer as principais rotas de vigilância e fiscalização e identificá-las em mapa específico,<br />

incluindo as regiões de maior pressão;<br />

• Elaborar mensalmente a rotina de vigilância e fiscalização, definindo responsáveis, escalas<br />

mais adequadas, logística necessária e locais prioritários;<br />

• Adotar estratégias de vigilância e de fiscalização integradas e complementares, abrangendo a<br />

REBIO JARU juntamente com o IBAMA, o Batalhão de Polícia Florestal e a FUNAI, envolvendo,<br />

quando possível, ONGs e comunidade;<br />

• Organizar estratégia de destinação de equipamentos apreendidos;<br />

• Implementar um sistema de atendimento às denúncias;<br />

• Relatar e sistematizar as informações obtidas na fiscalização;<br />

• Sistematizar os relatórios apresentados pelos fiscais e vigilantes indígenas;<br />

• Incorporar os dados sistematizados ao banco de dados da Terra Indígena;<br />

• Operacionalizar 2 bases para dar apoio à vigilância e fiscalização: 01 na entrada que dá<br />

acesso à Terra Indígena , 01 no rio Machado com o igarapé Azul;<br />

• Dotar o Sistema de Proteção com os equipamentos e materiais necessários;<br />

• Georreferenciar os pontos de interesse levantados e as fotografias;<br />

• Treinar e capacitar o pessoal envolvido com a fiscalização e a vigilância;<br />

• Identificar os limites da Terra Indígena nas áreas de acesso não permitido;<br />

• Colocar placas e marcos nos limites;<br />

• Formalizar e reforçar parcerias com órgãos públicos, tais como Polícia Militar e Batalhão Ambiental,<br />

Polícia Federal, FUNAI, SEDAM, Ministério Público e com ONGs ambientais e locais,<br />

para auxiliar na vigilância e fiscalização;<br />

• Reflorestar a mata ciliar;<br />

• Promover ações de educação socioambiental e de alternativas sustentáveis para a população<br />

do entorno;<br />

• Encaminhar mapas da terra indígena para os órgãos públicos;<br />

• Adquirir mapoteca;<br />

• Adquirir livros sobre legislação;<br />

• Manutenção das operações de vigilância e fiscalização.<br />

67


4.2 PROGRAMA DE ESTUDOS E PESQUISAS<br />

4.2.1 Objetivo Geral<br />

Desenvolvimento de pesquisas científicas.<br />

4.2.2 Objetivos Específicos<br />

• Desenvolver pesquisas sobre os recursos hídricos, fauna, flora, recursos minerais e cultura<br />

indígena;<br />

• Criar banco de dados sobre a terra indígena;<br />

• Promover intercâmbio com instituições e ONGs;<br />

• Realizar convênios e termos de cooperação técnica com instituições que queiram desenvolver<br />

pesquisa na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Apoiar pesquisas que valorizem a cultura indígena;<br />

• Capacitar indígenas e aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé Lourdes nas mais<br />

diversas áreas de pesquisa;<br />

• Desenvolver um Programa de Educação Ambiental.<br />

4.2.3 Resultados Esperados<br />

• Pesquisas indicadas no Diagnóstico sendo realizadas na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Indígenas capacitados para participarem de estudos e pesquisas;<br />

• Indígenas participando no desenvolvimento de pesquisas das mais diversas áreas temáticas;<br />

• Funcionários da FUNAI capacitados para acompanharem pesquisadores;<br />

• Banco de dados formados e disponíveis para apoio a pesquisa.<br />

4.2.4 Indicadores<br />

• Número de pesquisas realizadas;<br />

• Número de pedido de pesquisa na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Número de indígenas capacitados;<br />

• Número de funcionários capacitados;<br />

• Banco de dados funcionando.<br />

4.2.5 Atividades e Normas<br />

• Desenvolver pesquisas na Terra Indígena Igarapé Lourdes nas mais diversas áreas temáticas;<br />

• Pesquisadores tem que encaminhar pedido de autorização de pesquisa ao povo indígena e à<br />

FUNAI, contendo o projeto, seu curriculum, e um resumo executivo do projeto;<br />

• Antes de ser dada autorização à pesquisa, o pesquisador deve realizar reunião com indígenas<br />

e FUNAI, para explicar de forma clara e simples do que se trata a pesquisa;<br />

• Deve ser definido pelos povos indígenas Karo e Ikolen como se dará a repartição de benefícios<br />

oriundos de pesquisa;<br />

• No caso de capacitação as comunidades devem indicar quem irá participar e como se dará o<br />

retorno destes conhecimentos para os beneficiários.<br />

4.2.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Implantar um sistema permanente de fomento à pesquisa científica na Terra Indígena, por<br />

meio de convênios e acordos de cooperação com universidades e instituições de pesquisa, no<br />

âmbito regional, nacional e internacional;<br />

68


• Divulgar a Terra Indígena como área propícia para pesquisas sobre o Bioma Amazônia, inclusive<br />

pesquisas de longa duração;<br />

• Fornecer infra-estrutura e apoio logístico aos pesquisadores previamente autorizados pelos<br />

indígenas e FUNAI, também facilitando o seu deslocamento na Terra Indígena e na região;<br />

• Criar estratégias para que os pesquisadores da área da Terra Indígena compreendam a importância<br />

dos resultados do seu trabalho para a tomada de decisões de manejo e contribuam<br />

diretamente com alguns programas;<br />

• Solicitar o apoio e a participação dos pesquisadores no planejamento do monitoramento<br />

(desenvolvimento de metodologias, fornecimento de dados, etc), nos programas educativos<br />

(palestras, cursos, material impresso, dados para interpretação, etc) e na divulgação científica<br />

(palestras, conteúdo para mídia de divulgação científica, etc);<br />

• Solicitar que, além dos relatórios de praxe, os pesquisadores e/ou instituições também disponibilizem<br />

um resumo executivo da pesquisa realizada, em linguagem simples, para ser utilizado<br />

em programas de divulgação e de educação e informação ambiental para visitantes e<br />

comunidades do entorno;<br />

• Promover oficinas e outros encontros abertos, com a participação dos pesquisadores, para a<br />

apresentação da produção científica;<br />

• Realizar treinamentos específicos, visando inserir as comunidades como parceiras nas atividades<br />

de campo;<br />

• Organizar expedições para o reconhecimento de campo das áreas remotas da Terra Indígena,<br />

ainda não conhecidas;<br />

• Incorporar ao banco de dados da Terra Indígena as pesquisas e seus resultados, com sistema<br />

que permita identificar as lacunas do conhecimento, importantes para o cumprimento dos objetivos<br />

específicos definidos para a Terra Indígena;<br />

• Disponibilizar para os pesquisadores todos os dados existentes sobre a Terra Indígena e a<br />

região que possam ser importantes para o desenvolvimento dos projetos;<br />

• Incentivar o desenvolvimento das linhas de pesquisa, definidas durante o planejamento do<br />

presente documento;<br />

• Implantar um sistema permanente de monitoramento ambiental da Terra Indígena por meio<br />

de convênios e acordos de cooperação com universidades e instituições de pesquisa;<br />

• Planejar, implementar e coordenar o Sistema de Informações Georreferenciadas (SIG) da<br />

Terra Indígena;<br />

• Incorporar no Banco de Dados as informações obtidas no programa de monitoramento e<br />

nos demais programas (proteção e manejo, pesquisa, educação, etc), mantendo um Banco de<br />

dados único;<br />

• Propiciar cursos de treinamento para o pessoal destinado a efetuar a coleta de dados para o<br />

monitoramento;<br />

• Monitorar a regeneração natural da área desmatada, conforme o etnozoneamento;<br />

• Registrar todos os avistamentos (observação direta) de espécies da fauna;<br />

• Monitorar o comportamento do público participante dos programas educativos e a sua aceitação<br />

das atividades propostas;<br />

• Incorporar os registros e demais resultados do monitoramento ao banco de dados da Terra<br />

Indígena;<br />

• Desenvolver pesquisa sobre os recursos hídricos;<br />

• Desenvolver pesquisas sobre os recursos minerários;<br />

• Ampliar a pesquisa sobre manejo de quelônios;<br />

• Ampliar a pesquisa sobre peixes da região;<br />

• Publicar cartilha sobre fauna da terra indígena;<br />

• Desenvolver pesquisa sobre pequenos mamíferos e entomologia.<br />

69


4.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO<br />

O Programa de Educação visa atender às necessidades de educação formal e ambiental, que<br />

respeite a diversidade cultural, valorizando a cultura dos Karo e Ikolen e a língua materna Tupi<br />

Mondé e Rama Rama.<br />

4.3.1 Objetivo Geral<br />

Melhorar o atendimento à educação na terra indígena Igarapé Lourdes.<br />

4.3.2 Objetivos Específicos<br />

• Introduzir no Programa Curricular da Secretaria de Educação (SEDUC) as informações contidas<br />

no Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Valorizar a cultura dos povos indígena Karo e Ikolen;<br />

• Desenvolver um Programa de Educação Ambiental para a terra indígena;<br />

• Capacitar indígenas, funcionários da FUNAI e servidores de outras instituições para atuarem<br />

em apoio à valorização da cultura indígena;<br />

• Avaliar o desenvolvimento do Projeto Açaí;<br />

• Garantir a contratação de professores indígenas e não indígenas, com salários compatíveis<br />

com os pagos aos professores da Rede Pública de Ensino.<br />

4.3.3 Resultados Esperados<br />

• Aulas ministradas nas escolas das aldeias, contendo informações levantadas pelo Diagnóstico;<br />

• Indígenas Karo e Ikolen realizando festividades e rituais indígenas;<br />

• Programa de Educação Ambiental sendo desenvolvido na Terra Indígena;<br />

• Projeto Açaí melhorado;<br />

• Professores indígenas e não indígenas atuando nas escolas indígenas.<br />

4.3.4 Indicadores<br />

• Programa de Educação Ambiental elaborado e sendo implementado;<br />

• Número de professores contratados;<br />

• Número de escolas funcionando;<br />

• Projeto Açaí reestruturado;<br />

• Número de rituais e festividades indígenas realizados pelos Karo e Ikolen;<br />

• Número de atividades de Educação Ambiental realizadas.<br />

4.3.5 Atividades e Normas<br />

• O programa de Educação Ambiental deve ser elaborado por indígenas e colaboradores que<br />

detenham conhecimento sobre o tema;<br />

• O Projeto Açaí deve ser avaliado pelos indígenas em conjunto com os professores, sendo suas<br />

avaliações encaminhadas para a SEDUC, que deverá incorporar seus resultados ao Projeto;<br />

• Ao elaborarem o projeto de construção das escolas na terra indígena, este deverá respeitar a<br />

arquitetura Karo e Ikolen, garantindo ainda que o material usado nas construções seja durável.<br />

70


• As escolas devem conter biblioteca, salas de aula, cozinha, refeitório, sala de audiovisual,<br />

auditório, sala de professores, sala de diretoria, laboratório, pátio interno, quadras de esportes,<br />

sala de informática, banheiros feminino e masculino;<br />

• A construção do Centro de Vivência deve respeitar a arquitetura indígena;<br />

• Os professores não indígenas a serem lotados nas aldeias devem ter conhecimento sobre a<br />

cultura indígena;<br />

• Antes dos professores não indígenas serem lotados nas aldeias, devem passar por uma capacitação<br />

sobre antropologia, indigenismo, receberem todas as informações disponíveis sobre os<br />

povos indígenas Karo e Ikolen;<br />

• Os professores não indígenas devem aprender a falar a língua Tupi Mondé e Rama Rama;<br />

• O ensino na sala de aula deve ser bilíngüe;<br />

• Ao realizar festividades os professores devem valorizar a cultura indígena, apoio à realização<br />

de seus rituais;<br />

• Deverá ser publicado material didático sobre a terra indígena Igarapé Lourdes e os povos Karo<br />

e Ikolen;<br />

• As construções das casas de professores devem respeitar a cultura indígena;<br />

• Deverá ser ensinada nas salas de aulas legislação indígena;<br />

• O setor de Educação da SEDUC e SEMED deve atuar em acordo com a FUNAI e os povos<br />

indígenas;<br />

• Na aquisição de livros para biblioteca, deve-se dar especial atenção à aquisição de literatura<br />

sobre povos indígenas;<br />

• Durante a avaliação do programa de educação, recomenda-se que sejam convidados pesquisadores<br />

e outros indivíduos que atuem na questão indígena;<br />

• Ao se conseguir o Ponto de Cultura, deve-se apresentar projeto ao MEC para capacitação de<br />

indígenas;<br />

• Deve-se fazer todos os esforços para realização de cursos, palestras, seminários que tratem e<br />

valorizem a cultura indígena;<br />

• Ao trabalhar com o entorno da Terra Indígena deve-se buscar um bom entrosamento com<br />

os moradores e fornecer informação, legislação, mapas e literatura que tratem da questão indígena,<br />

e de preferência que ajudem no conhecimento sobre o povo Karo e Ikolen;<br />

• A valorização do conhecimento dos indígenas é fundamental para a sobrevivência da cultura<br />

dos Karo e Ikolen.<br />

4.3.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Dotar a TI de uma base de apoio ao programa de educação e um local apropriado - Centro<br />

de Visitantes - para recepcionar e reunir grupos de pessoas participantes das atividades de educação<br />

(Lourdes e Iterap);<br />

• Agregar os dados do diagnóstico com o material didático utilizado na educação formal (etnobotânica,<br />

etno-geografia, etno-fauna, etno-história);<br />

• Publicar o material produzido no diagnóstico;<br />

• Material produzido no diagnóstico sendo estudado em sala de aula;<br />

• Organizar o calendário e os programas de visitação para as escolas da região e programas<br />

especiais de visitação orientada para a comunidade do entorno, lideranças e formadores de<br />

opinião.<br />

71


4.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO<br />

• Elaborar um calendário de ocorrências naturais (eventos biológicos) a serem observadas pelos<br />

indígenas, tais como, piracema, floração e frutificação de espécies arbóreas;<br />

• Capacitar funcionários da Terra Indígena e outros parceiros interessados para o monitoramento<br />

de impactos: conduta de mínimo impacto, relações humanas, e outras temáticas correlacionadas<br />

à recepção e condução de visitantes para que atuem nas atividades de educação<br />

ambiental;<br />

• Avaliar periodicamente o andamento e os resultados alcançados com as atividades da educação<br />

formal;<br />

• Produzir um calendário escolar nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama;<br />

• Construir bibliotecas nos Postos Indígenas Lourdes e Iterap e no Núcleo de Apoio Local<br />

Ji-Paraná;<br />

• Adquirir livros para as bibliotecas, principalmente livros sobre povos indígenas;<br />

• Desenvolver projetos com mulheres indígenas.<br />

4.4 PROGRAMA DE<br />

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA<br />

O Programa de Regularização Fundiária buscar regularizar os problemas de limites da terra<br />

indígena.<br />

4.4.1 Objetivo Geral<br />

Ampliação dos limites da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

4.4.2 Objetivos Específicos<br />

• Anexar a Reserva Biológica do Jaru à Terra Indígena;<br />

• Povo Ikolen e Karo receberem indenização pelas áreas que ficaram fora da demarcação;<br />

• Solucionar os problemas de fechamento de coordenadas no Memorial Discritivo.<br />

4.4.3 Resultados Esperados<br />

• Terra indígena com os limites ampliados;<br />

• Memorial descritivo publicado;<br />

• Povos Karo e Ikolen indenizados.<br />

4.4.4 Indicadores<br />

• Decreto de ampliação dos limites;<br />

• Indenização paga aos povos indígenas.<br />

72


4.4.5 Atividades e Normas<br />

• Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná solicitará a formação de Grupo de Trabalho para elaborar a<br />

proposta de ampliação dos limites da terra indígena;<br />

• Proposta de ampliação será encaminhada ao Presidente da FUNAI;<br />

• Núcleo de Apoio Local Ji-Paraná encaminhará ao Ministério da Justiça pedido de indenização<br />

aos povos Karo e Ikolen pela área perdida durante a demarcação;<br />

• Povo Indígena Karo e Ikolen elaborarão proposta de como será aplicado os recursos da indenização<br />

em favor de toda comunidade;<br />

• Reaviventar os limites da terra indígena em conjunto com as associações indígenas;<br />

• Divulgar no entorno da terra indígena seus limites e a legislação em vigor.<br />

4.4.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Reaviventar os limites da Terra Indígena;<br />

• Solucionar o problema da sobreposição da Terra Indígena e da REBIO Jaru;<br />

• Anexar a REBIO Jaru à Terra Indígena;<br />

• Funai exigir indenização pelas áreas de ocupação indígena que ficaram fora da demarcação<br />

(zona resgate);<br />

• Solucionar os problemas do memorial descritivo da Terra Indígena.<br />

4.5 PROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA<br />

Este subprograma trata dos meios que viabilizam o funcionamento da terra indígena e do<br />

Núcleo de Apoio Local (NAL) de Ji-Paraná, indicando a manutenção da infra-estrutura existente<br />

e a necessidade de construir novas estruturas no interior da Terra Indígena e no NAL.<br />

4.5.1 Objetivo Geral<br />

Garantir a infra-estrutura necessária para o perfeito funcionamento do NAL e da Terra Indígena.<br />

4.5.2 Objetivos Específicos<br />

• Dotar e manter a infra-estrutura da Terra Indígena de forma apropriada ao atendimento da<br />

educação, saúde, valorização da cultura e desenvolvimento das atividades produtivas;<br />

• Dotar a Terra Indígena dos postos de vigilância necessários para o desenvolvimento das ações<br />

de proteção.<br />

4.5.3 Resultados Esperados<br />

• Terra Indígena com a infra-estrutura necessária construída;<br />

• Postos de fiscalização funcionando.<br />

73


4.5 PROGRAMA DE INFRA-ESTRUTURA<br />

4.5.4 Indicadores<br />

• Equipamentos e instalações construídas (100%);<br />

• Postos de Saúde, Casa de enfermeiros, Casa do chefe de Posto, Casa do Rádio, Casa da Copaíba<br />

e Casas de Farinha construídos (100%).<br />

4.5.5 Atividades e Normas<br />

• Elaborar projetos arquitetônicos respeitando a cultura indígena;<br />

• Adquirir equipamentos propostos no Programa;<br />

• Buscar recursos junto à FUNAI e outras entidades para garantir as construções, aquisição e<br />

manutenção dos equipamentos.<br />

4.5.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Viabilizar a construção de 02 Postos Indígenas de Vigilância e equipá-los com veículos, barcos,<br />

motores, mobiliário e utensílios domésticos;<br />

• Viabilizar a construção de Postos de Saúde, Casa de enfermeiros, Casa do chefe de Posto,<br />

Casa do Rádio, Casa da Copaíba e Casas de Farinha, dotando todas com os equipamentos<br />

necessários para seu devido funcionamento;<br />

• Viabilizar a construção de Escolas Pólo;<br />

• Construção de curral e Casa e trânsito na aldeia Paygap;<br />

• Melhoria das vias de acesso, reestruturação da rede elétrica, telefonia rural;<br />

• Viabilizar, juntamente com os demais órgãos responsáveis, a implantação do Sistema de<br />

Sinalização nas áreas de acesso a Terra Indígena;<br />

• Perfurar poços artesianos e canalizar água para as casas da aldeia;<br />

• Construir privadas em locais apropriados;<br />

• Implantação de uma farmácia contendo a medicação necessária e atendimento odontológico.<br />

74


4.6 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Este subprograma trata dos meios que viabilizam o funcionamento administrativo daTerra Indígena.<br />

4.6.1 Objetivo Geral<br />

Garantir o funcionamento da Terra Indígena, abordando a necessidade de capacitação, ampliação<br />

do quadro de pessoal e manutenção das atividades administrativas.<br />

4.6.2 Objetivos Específicos<br />

• Assegurar o bom funcionamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Dotar e manter a infra-estrutura da Terra Indígena de forma apropriada ao atendimento de<br />

suas necessidades;<br />

• Manutenção da infra-estrutura da Terra Indígena e Núcleo de Apoio Local;<br />

• Capacitar funcionários e indígenas para a boa administração da Terra Indígena Igarapé<br />

Lourdes.<br />

4.6.3 Resultados Esperados<br />

• Terra Indígena funcionando adequadamente;<br />

• Quadro funcional preenchido e pessoal capacitado;<br />

• Recursos financeiros suficientes para sua demanda;<br />

• Planejamento da Terra Indígena Igarapé Lourdes avaliado e ajustado anualmente.<br />

4.6.4 Indicadores<br />

• Quadro funcional preenchido em pelo menos 80% até o terceiro ano de execução do Plano<br />

de Gestão;<br />

• 100% dos equipamentos e instalações em boas condições de operação e uso;<br />

• Nº de cursos de treinamento e capacitação.<br />

4.6.5 Atividades e Normas<br />

• Complementar o quadro funcional de modo a atender as necessidades da Terra Indígena;<br />

• Fazer gestão junto à FUNAI Brasília para dispor de Portaria de: chefe do NAL, chefe do<br />

Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente-SPIMA, chefe do Serviço de Assistência –<br />

SAS, chefe do Serviço de Administração – SAD; e das funções gratificadas: chefe do Financeiro,<br />

chefe do Serviço de Atividades Produtivas, chefe de Gabinete;<br />

• Normas e legislação da Terra Indígena sendo executada.<br />

75


4.6 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO<br />

4.6.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Compor o quadro de pessoal para atender à demanda estabelecida da Terra Indígena;<br />

• Fazer gestão junto à administração FUNAI Brasília para atender à demanda existente no<br />

quadro de pessoal;<br />

• Estabelecer a organização administrativa da Terra Indígena garantindo a participação das associações<br />

e indígenas indicados pela comunidade;<br />

• Capacitar o quadro funcional da FUNAI e das associações indígenas em suas diversas atividades<br />

(proteção, apoio à pesquisa e monitoramento, educação ambiental, administração, entre<br />

outros) e promover cursos de atualização;<br />

• Promover cursos de Primeiros Socorros para todos os servidores da Terra Indígena Igarapé<br />

Lourdes e indígenas indicados pelas comunidades;<br />

• Providenciar revisão e manutenção periódicas das instalações e equipamentos, materiais e<br />

vias internas da Terra Indígena;<br />

• Planejar e implantar estratégia de captação e investimento de recursos, a partir da identificação<br />

e articulação com fontes potenciais de financiamento/investimento, nacionais e internacionais;<br />

• Promover a integração da gestão da Terra Indígena e demais áreas protegidas;<br />

• Promover cursos de capacitação em gestão administrativo-financeira e vigilância.<br />

4.7 PROGRAMA DE COOPERAÇÃO<br />

INSTITUCIONAL<br />

4.7.1 Objetivo Geral<br />

O Programa de Cooperação Institucional visa promover articulação entre os diversos órgãos<br />

governamentais, entidades não governamentais e associações indígenas para a garantir a implementação<br />

do Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

4.7.2 Objetivos Específicos<br />

• Desenvolver a articulação entre diversas instituições governamentais e não governamentais<br />

para garantir apoio à implementação do Plano de Gestão da Terra Indígena Igarapé Lourdes.<br />

• Garantir no orçamento da FUNAI, SEDUC, SEMED e Prefeituras de Ji-Paraná e Rondolândia<br />

recursos financeiros para desenvolvimentos das ações propostas no Plano de Gestão.<br />

4.7.3 Resultados Esperados<br />

• Convênios e Termos de Parcerias assinados;<br />

• Plano de Gestão implementado.<br />

76


4.7.4 Indicadores<br />

•Número de convênios e termos de parcerias assinados;<br />

•Porcentagem das ações propostas no Plano de Gestão executadas.<br />

4.7.5 Atividades e Normas<br />

• FUNAI e Associações Indígenas buscando parceiros para implementar o Plano de Gestão;<br />

• Associações Indígenas e FUNAI elaborando projetos para serem desenvolvidos na Terra Indígena;<br />

• Organizações não governamentais convidadas pelos indígenas e FUNAI executando projetos<br />

na Terra Indígena.<br />

• Os termos de parcerias e convênio só serão assinados com anuência por escrito dos representantes<br />

dos povos indígenas Karo e Ikolen;<br />

• Os projetos para implantação do Plano de Gestão deverão ser elaborados em conjunto com<br />

os povos indígenas;<br />

• As relações interinstitucionais devem ser formalizadas legalmente entre povos indígenas,<br />

FUNAI e a entidade conveniada;<br />

• Qualquer entidade que se dispuser a trabalhar na Terra Indígena tem que ter o projeto elaborado<br />

em conjunto com os povos indígenas;<br />

• Não será permitida a entrada de entidades ou organizações que não tenham autorização por<br />

escrito dos indígenas e anuência da FUNAI;<br />

• Deve-se cumprir a lei vigente que regulamenta a entrada de pessoas ou entidades em terras<br />

indígenas.<br />

4.7.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Operacionalizar a relação da Terra Indígena com o Programa Demonstrativo de Povos Indígenas<br />

(PDPI);<br />

• Promover Termos de Parceria e Cooperação com ONGs, Universidades e Órgãos Públicos<br />

para desenvolver os programas propostos;<br />

• Articular com câmaras municipais, prefeituras, associações comunitárias de entorno e outras<br />

parcerias, o apoio e o fortalecimento da gestão da Terra Indígena;<br />

• Buscar parcerias com universidades e instituções de pesquisa para o desenvolvimento de<br />

pesquisas nas linhas prioritárias definidas neste documento, discutir a definição de outras linhas<br />

de pesquisa relevantes e viabilizar estágios para estudantes;<br />

• Buscar parcerias com ONG’s ambientalistas e locais, bem como universidades, visando o<br />

planejamento e implantação do Programa de Educação Ambiental;<br />

• Articular a realização de intercâmbio ou troca de experiências com instituições governamentais<br />

e não-governamentais atuantes em áreas naturais protegidas nacionais e internacionais,<br />

preferencialmente as que tenham particularidades ou problemáticas correspondentes às da<br />

Terra Indígena;<br />

• Estabelecer parcerias com os órgãos governamentais necessários para o apoio às atividades de<br />

fiscalização, prevenção e combate à incêndios, pesquisa e monitoramento;<br />

• Promover articulação interinstitucional entre aqueles que trabalham na Terra Indígena Igarapé<br />

Lourdes.<br />

77


4.8 PROGRAMA DE SAÚDE<br />

O Programa de saúde visa garantir o atendimento de saúde no interior da Terra Indígena e fora<br />

desta. Este deve ser elaborado pelos indígenas em parceria com profissionais de saúde das mais<br />

diversas áreas com o apoio da FUNASA. Este documento traz apenas algumas sugestões levantandas<br />

pelos indígenas durante a validação do diagnóstico.<br />

4.8.1 Objetivo Geral<br />

Garantir que os povos indígenas Karo e Ikolen tenham atendimento à saúde.<br />

4.8.2 Objetivos Específicos<br />

• Realização pela FUNASA em conjunto com os povos indígenas Karo e Ikolen de um Programa<br />

de Saúde específico para ser implantado na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Contratação de profissionais de saúde para atuarem na Terra Indígena;<br />

• Valorização da medicina tradicional.<br />

4.8.3 Resultados Esperados<br />

• Povos indígenas com saúde;<br />

• FUNASA e FUNAI atuando de forma articulada;<br />

• Profissionais de saúde atendendo nas aldeias;<br />

• Agente Indígena de Saúde e Agente Indígena de Saneamento capacitados para atuarem na<br />

Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Medicina indígena valorizada;<br />

• Pajés atuando junto com profissionais de saúde;<br />

• Postos de Saúde equipados e funcionando;<br />

• Equipe volante composta por médicos, odontólogos, laboratoristas, enfermeiros, auxiliares de<br />

enfermagem prestando atendimento nas aldeias.<br />

4.8.4 Indicadores<br />

• Número de atendimentos à indígenas reduzido;<br />

• Número de internações;<br />

• Número de atividades realizadas em conjunto FUNASA e FUNAI;<br />

• Número de profissionais contratados;<br />

• Número de profissionais lotados nas aldeias;<br />

• Número de Postos de Saúde equipados e em funcionamento;<br />

• Número de capacitações realizadas;<br />

• Número de atividades realizadas em conjunto com Pajé e profissionais de saúde;<br />

• Número de vezes em que a equipe volante prestou atendimento nas aldeias;<br />

• Programa de saúde elaborado e em execução.<br />

4.8.5 Atividades e Normas<br />

• Realizar diagnóstico epidemiológico na terra indígena;<br />

• Contratação de 14 auxiliares de enfermagem que serão lotados nas aldeias, e se revezarão<br />

de 20 em 20 dias;<br />

• Contratação de 01 clinico geral, 01 pediatra, 01 odontólogo, 01 enfermeira padrão, 01 laboratorista,<br />

01 bioquimico, para prestarem atendimento nas aldeias;<br />

78


• Construir residências para os profissionais de saúde e equipar os postos de saúde com todo<br />

material necessário;<br />

• Capacitar profissionais de saúde para atuarem na Terra Indígena;<br />

• Dotar as aldeias de farmácia básica, valorizando a medicina indígena;<br />

• Capacitação sobre medicina indígena, realizada pelos Pajés;<br />

• Desenvolvimento de pesquisas sobre saúde indígena;<br />

• Todo e qualquer projeto de saúde desenvolvido na Terra Indígena, tem que ter o conhecimento<br />

e autorização por escrita dos Karo e Ikolen e anuência da FUNAI conforme a lei vigente;<br />

• As repartições de benefícios oriundos destes projetos devem ser decididas pelos Karo e Ikolen;<br />

• O desenvolvimento de pesquisa sobre plantas medicinais deve ter autorização prévia por<br />

escrito dos Karo e Ikolen e anuência da FUNAI;<br />

• As descobertas sobre medicamentos oriundos de plantas medicinais e dos conhecimentos<br />

indígenas, devem ser patenteados em nome dos povos indígenas Karo e Ikolen;<br />

• Todo pesquisador antes de desenvolver sua pesquisa tem que apresentar seu projeto de forma<br />

clara e simples ao povo Karo e Ikolen, que decidirão se o projeto deve ou não ser desenvolvido;<br />

• Os profissionais de saúde não indígenas devem ser capacitados para aprenderem a língua<br />

Tupi Mondé e o Rama Rama;<br />

• Os representantes indígenas nos Conselhos de Saúde não devem ser indígenas contratados<br />

pela FUNASA - Fundação Nacional de Saúde ou qualquer outra entidade que preste o atendimento<br />

de saúde na Terra Indígena, p 0ois isto impede o controle social;<br />

• O salário dos Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento devem ser<br />

iguais aos pagos aos profissionais de saúde não indígenas, que exercem profissão semelhante;<br />

• As ações de saúde na Terra Indígena Igarapé Lourdes devem ser avaliadas de três em três<br />

meses, e o resultado da avaliação enviado à FUNASA, para que insira em seu planejamento.<br />

4.8.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Capacitar Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento;<br />

• Dotar as aldeias de profissionais de saúde: auxiliar de enfermagem, laboratorista;<br />

• Melhorar os Postos de Saúde e dotá-los com medicamentos e equipamentos adequados para<br />

o atendimento aos pacientes;<br />

• A cada mês as aldeias deverão receber uma equipe de saúde composta por: médicos,<br />

odontólogos, bioquímicos, auxiliares de enfermagem, enfermeiras, laboratoristas, com os equipamentos<br />

adequados para prestar atendimento aos indígenas;<br />

• Promover cursos de saneamento ambiental para os indígenas e não indígenas que vivem nas<br />

aldeias;<br />

• Fortalecer a medicina tradicional;<br />

• Capacitar o POLO Base e o Distrito Sanitário Especial Indígena sobre medicina tradicional;<br />

• Promover cursos sobre medicina tradicional para os indígenas mais jovens. Os cursos deverão<br />

ser ministrados pelos indígenas que entendem do assunto;<br />

• Patentear conhecimentos dos povos indígenas sobre ervas medicinais, para evitar a<br />

biopirataria;<br />

• Capacitar Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento sobre medicina<br />

tradicional;<br />

• Promover cursos de antropologia da saúde para os profissionais que trabalham com saúde<br />

indígena na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Promover intercâmbio com outros indígenas que trabalham com saúde.<br />

79


4.9 PROGRAMA DE<br />

ALTERNATIVAS ECONÔMICAS<br />

O Programa visa apoiar o desenvolvimento de atividades que gerem melhoria na renda dos<br />

povos indígenas Karo e Ikolen e que sejam ambientalmente sustentáveis.<br />

4.9.1 Objetivo Geral<br />

Melhoria na geração da renda familiar.<br />

4.9.2 Objetivos Específicos<br />

• Desenvolvimento de atividades agrícolas, que produzam o menor impacto ambiental possível.<br />

• Manejo de roças;<br />

• Manejo Florestal de usos múltiplos;<br />

• Manejo da fauna;<br />

• Melhoria da infra-estrutura de produção;<br />

• Desenvolvimento de um projeto de apoio à produção do artesanato indígena;<br />

• Fortalecimento das marcas APIA – Associação do Povo Indígena Arara, APIG – Associação do<br />

Povo Indígena Gavião e Organização PADEREÉHJ.<br />

4.9.3 Resultados Esperados<br />

• Aumento na geração de renda das famílias Karo e Ikolen;<br />

• Plano de Manejo de Uso Múltiplo sendo implementado;<br />

• Melhoria na piscicultura existente;<br />

• Projeto de criação de animais silvestres sendo desenvolvido nas aldeias;<br />

• Infra-estrutura produtiva construída;<br />

• Associações indígenas fortalecidas com seus produtos no mercado.<br />

4.9.4 Indicadores<br />

• Porcentagem de aumento na renda familiar;<br />

• Porcentagem de peixes consumidos nas aldeias;<br />

• Quantidade de óleo de copaíba e castanha vendido;<br />

• Número de projetos de criação de animais silvestres desenvolvidos;<br />

• Número de Casas de Farinha e galpão construídos;<br />

• Associações indígenas funcionando.<br />

4.9.5 Atividades e Normas<br />

• Aprovar e homologar o Plano de Manejo Florestal de Uso Múltiplo junto ao IBAMA;<br />

• Articular com instituições que prestam assistência técnica para dar apoio à Terra Indígena;<br />

• Elaborar e implementar Projeto de criação de animais silvestres;<br />

• Incentivar o manejo de roças;<br />

• Construir casas de farinha, galpão e curral;<br />

• Buscar recursos financeiros para resolver os problemas contábeis das associações indígenas;<br />

• Prover as associações indígenas de pessoal administrativo;<br />

• Capacitar indígenas em gestão administrativo-financeira.<br />

80


• Buscar apoio para o fortalecimento institucional das associações indígenas.<br />

• Promover atividades de coleta de frutos silvestres;<br />

• Buscar mercado para produtos indígenas;<br />

• Criar logomarca para os produtos Karo e Ikolen;<br />

• Divulgar marca indígena;<br />

• Registrar a marca indígena no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI);<br />

• Criar um site divulgando os produtos indígenas;<br />

• Realizar festividades tradicionais ligadas à produção;<br />

• Confeccionar calendário agrícola indígena;<br />

• Elaborar projetos produtivos a serem apresentados às instituições apoiadoras da produção<br />

agrícola;<br />

• Toda e qualquer atividade produtiva realizada dentro da Terra Indígena deve respeitar o meio<br />

ambiente e a legislação vigente;<br />

• Nenhum projeto produtivo pode ser desenvolvido sem a permissão dos povos Karo e Ikolen;<br />

• Os projetos de pesquisa na área de produção devem ser apresentados aos povos indígenas de<br />

forma clara e linguagem simples, e sua execução só ocorrerá com a permissão dada por escrito<br />

pelos povos Karo e Ikolen com anuência da FUNAI;<br />

• O projeto de Ecoturismo proposto durante a Validação do Diagnóstico deve ser elaborado<br />

e implementado com pessoal que tenha conhecimento sobre a cultura indígena e a região<br />

amazônica, devendo respeitar a cultura Karo e Ikolen e o zoneamento realizado para a Terra<br />

Indígena Igarapé Lourdes.<br />

4.9.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Desenvolver manejo de caça e pesca;<br />

• Manejo de copaiba, castanha e seringueiras;<br />

• Desenvolver a produção de milho indígena;<br />

• Construir casas de farinha e equipá-las;<br />

• Buscar mercado para os produtos Karo e Ikolen;<br />

• Criar animais silvestres em cativeiro para consumo e venda;<br />

• Plantar hortaliças e pomar;<br />

• Desenvolver, registrar e divulgar o logotipo dos produtos da Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Construir Posto de Venda dos produtos indígenas em Ji-Paraná;<br />

• Viabilizar o escoamento da produção indígena;<br />

• Promover a melhoria e o manejo das roças indígenas;<br />

• Divulgar e expor à venda os artesanatos indígenas;<br />

• Desenvolver Projeto de turismo.<br />

81


4.10 PROGRAMA DE<br />

VALORIZAÇÃO CULTURAL<br />

O Programa é o mais importante para os povos indígenas Karo e Ikolen e visa valorizar a cultura<br />

destes povos.<br />

4.10.1 Objetivo Geral<br />

Desenvolver atividades que valorizem todos os aspectos da cultura dos povos indígenas Karo e<br />

Ikolen, fortalecendo os laços entre estes povos.<br />

4.10.2 Objetivos Específicos<br />

• Realizar atividades culturais próprias do povo Karo e Ikolen;<br />

• Realizar projetos que valorizem as artes indígenas;<br />

• Promover atividades culturais que valorizem as danças e cantos indígenas;<br />

• Produzir material audiovisual sobre a cultura Karo e Ikolen;<br />

• Fortalecer os rituais de pajelança;<br />

• Promover intercâmbio cultural com outros povos indígenas;<br />

• Divulgar a cultura Karo e Ikolen.<br />

4.10.3 Resultados Esperados<br />

• Língua Tupi Mondé e Rama Rama sendo falada por todos na Terra Indígena;<br />

• Histórias dos povos Karo e Ikolen sendo ensinadas nas escolas;<br />

• Material didático produzido com histórias, desenhos, geografia, fauna e flora dos povos Karo<br />

e Ikolen;<br />

• Material audiovisual produzido sobre a cultura Karo e Ikolen;<br />

• Festas e cantos indígenas realizados na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Rituais indígenas divulgados na mídia;<br />

• Realização de cursos e oficinas de produção de artesanato Karo e Ikolen;<br />

• Rituais sagrados sendo realizados;<br />

• Medicina tradicional sendo usada nas aldeias;<br />

• Pajés fortalecidos;<br />

• Rituais perdidos ou esquecidos sendo resgatados;<br />

• Pesquisas sobre a cultura sendo desenvolvidas na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Arquitetura indígena valorizada.<br />

4.10.4 Indicadores<br />

• Número de atividades culturais indígenas desenvolvidas;<br />

• Número de cursos e oficinas sobre artes indígenas desenvolvidos;<br />

• Número de malocas construídas;<br />

• Número de projetos de pesquisa desenvolvidos;<br />

• Número de material audiovisual desenvolvido e publicado;<br />

• Porcentagem do aumento de falantes das línguas Tupi Mondé e Rama Rama;<br />

• Número de festas indígenas realizadas;<br />

• Número de atendimentos feitos pelos pajés;<br />

• Número de entrevistas, palestras e seminários realizados;<br />

• Número de rituais sagrados realizados.<br />

82


4.10.5 Atividades e Normas<br />

• A cultura Karo e Ikolen será valorizada na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Qualquer projeto de pesquisa sobre a cultura Karo e Ikolen tem que ter autorização por escrito<br />

dos indígenas e anuência da FUNAI;<br />

• O pesquisador deve enviar cópia do projeto antecipadamente e agendar reunião com o povo<br />

indígena, para explicar de forma clara e simples a proposta e tirar as dúvidas levantadas. Só depois<br />

de esclarecidos é que o povo Karo e Ikolen enviam sua decisão por escrito ao pesquisador<br />

via FUNAI;<br />

• As associações indígenas, FUNAI, SEDUC, FUNASA e demais que trabalham na Terra Indígena<br />

Igarapé Lourdes deverão apoiar e buscar ajudar na realização de atividades culturais;<br />

• Serão realizadas palestras, seminários e outras atividades culturais no entorno da Terra Indígena<br />

e em outras localidades visando divulgar a cultura Ikolen e Karo;<br />

• A atuação dos Pajés será respeitada;<br />

• As informações produzidas pelo diagnóstico serão publicadas e utilizadas nas escolas;<br />

• As festas tradicionais serão apoiadas e incentivadas;<br />

• As línguas Tupi Mondé e Rama Rama devem ser ensinadas nas escolas da Terra Indígena<br />

Igarapé Lourdes;<br />

• Os não indígenas devem fazer cursos para falar as línguas Tupi Mondé e Rama Rama;<br />

• No programa escolar a ser desenvolvido na Terra Indígena, deve ser valorizada a cultura indígena;<br />

• As associações indígenas devem ser fortalecidas institucionalmente;<br />

• Os projetos, convênios e termos de parcerias com entidades não governamentais e governamentais<br />

devem, entre seus objetivos, incluir o apoio à valorização cultural;<br />

• Não será permitida nenhuma atividade na Terra Indígena que prejudique a cultura Karo e<br />

Ikolen;<br />

• Não será permitida nenhuma atividade na Terra Indígena que desrespeite os valores espirituais<br />

dos povos Karo e Ikolen.<br />

4.10.6 Ações Gerenciais Gerais Internas<br />

• Promover festas tradicionais dos povos indígenas Karo e Ikolen;<br />

• Promover cursos de história dos povos indígenas Karo e Ikolen, ministrados pelos indígenas<br />

mais velhos;<br />

• Promover capacitação em confecção de artesanato e armas indígenas (arco e flecha);<br />

• Promover cursos nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama para indígenas e aqueles que trabalham<br />

na Terra Indígena Igarapé Lourdes;<br />

• Promover rituais de pajelança;<br />

• Publicar histórias nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama;<br />

• Publicar materiais didáticos nas línguas Tupi Mondé e Rama Rama;<br />

• Construir 02 Centros de Vivência Indígena onde se possa promover a troca de informações e<br />

expor produtos (Aldeias Iterap e Igarapé Lourdes);<br />

• Promover torneios de esporte indígena;<br />

• Promover palestras e seminários sobre a Terra Indígena Igarapé Lourdes e seus povos;<br />

• Promover a troca de informações culturais com outros povos indígenas;<br />

• Produzir material audiovisual sobre os povos indígenas Karo e Ikolen.<br />

83


AVALIAÇÃO E REVISÃO DO PLANO<br />

DE GESTÃO<br />

Este Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Igarapé Lourdes, por<br />

decisão dos povos indígenas Karo e Ikolen, FUNAI e representantes de demais<br />

entidades participantes da Validação do Diagnóstico, deverá ser avaliado<br />

a cada seis meses e revisado de três em três anos.<br />

Deve-se durante a avaliação e revisão envolver todos que vivem na Terra<br />

Indígena, e aqueles que desenvolvem atividades ou projetos com os povos<br />

Karo e Ikolen.<br />

A Avaliação semestral tem como objetivo analisar os avanços e entraves e promover<br />

reajustes no Plano de Gestão.<br />

O Plano de Gestão traz programas e sugestões de atividades prioritárias a<br />

serem desenvolvidas, porém se faz necessária a elaboração de projetos específicos<br />

para as ações propostas.<br />

Os projetos específicos devem ser elaborados sempre pelos povos indígenas<br />

Karo e Ikolen, com parcerias e assessoramento de técnicos devidamente<br />

habilitados no tema proposto.<br />

84


BIBLIOGRAFIA<br />

ETNOZONEAMENTO E PLANO DE GESTÃO<br />

BARROSO-HOFFANN, Maria & LIMA, Antonio Carlos de Souza(Orgs). Etnodesenvolvimento e políticas públicas: bases para uma nova política<br />

indigenista.. Contra Capa Livraria/LACED, Rio de Janeiro,2002.<br />

COULON, Alain. Etnometodologia, Petrópolis: Vozes, 1995.<br />

FUNAI. Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras Indígenas da Amazônia Legal. PPTAL. Levantamento Etnoecológicos em Terras<br />

Indígenas na Amazônia Brasileira: uma metodologia, 2004.<br />

Guia Metodológica de Capacitacion em Gestion Ambiental Urbana para Organismos No Gubernamentales de América Latina Y El Caribe. CEUR/<br />

PUCMM. Santiago de Los Caballeros, 1996.<br />

JENSEN, Allen Arthur. Sistemas indígenas de classificação de aves: aspectos comparativos, ecológicos e evolutivos. – Belém: Museu Paraense<br />

Emílio Goeldi,1998<br />

Magalhães, Edvard Dias(Org.). Legislação indigenista brasileira e normas correlatas – Brasília: FUNAI/DEDOC, 2002.<br />

Manual para administração de organizações indígenas. Instituto Socioambiental e AFINCO, 2002.<br />

Ministério da Educação e do Desposto, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacioCoordenação de de para as escolas<br />

indígenas, MEC/SEF, Brasília, 1998<br />

MITRAUD, Silvia (Orgs). Manual de Ecoturismo de Base Comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. WWF Brasil.Brasília, 2003.<br />

PLANAFLORO; Zoneamento Socioeconômico-Ecológico do Estado de Rondônia. Governo de Rondônia, 2002.<br />

Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Uru-eu-wau-wau. Kanindé – Associação de Defesa Etnoambiental, 2003.<br />

Roteiro Metodológico de Planejamento Parque NacioCoordenação de de , Reserva Biológica, Estação Ecológica. Edições IBAMA, MMA, UNDP.<br />

SILVA, Aracy Lopes da. A Questão Indígena na Sala de Aula, Editora Brasiliense, São Paulo, SP, 1987<br />

WWF-Brasil, Manejo de Fauna na Reserva Xavante Rio das Mortes, MT: Cultura Indígena e Método Cientifico Integrados Para a Conservação,<br />

vol. 4, 2000.<br />

ETNO-HISTÓRIA<br />

A POLÍTICA INDIGENISTA BRASILEIRA. Rio de Janeiro: 1962.<br />

ARRUDA, Rinaldo Sérgio Vieira. Imagens do índio: signos da intolerância. In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; VIDAL, Lux Boelitz; FISCHMANN,<br />

Roseli. (Orgs.). Povos indígenas e tolerância: construindo práticas de respeito e solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001. 296p.<br />

BITTENCOURT, Libertad Borges. O movimento indígena organizado na América Latina: a luta para a exclusão. Disponível em <br />

Acesso em: 14 de junho de 2004.<br />

BRASIL, Brasil indígena. Brasília: Secretaria de Imprensa, 1992. 51p.<br />

CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO DE RONDÔNIA – CIMI/RO Panewa especial. Nº 02, março de 1998. Porto Velho: 1998. p. 26.<br />

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 13 ed. 2003.<br />

CUNHA, Manuela Carneiro. (Org.). História dos Índios do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.<br />

DAVIS, Shelton H. Vítimas do milagre: o desenvolvimento e os índios do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. 208p.<br />

FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO - FUNAI. Museu do Índio: guia. Rio de Janeiro: Museu do Índio. 1979.<br />

KRENAK, Aílton. Uma visita inesperada. In: GRUPIONI, Luís Donisete Benzi; VIDAL, Lux Boelitz; FISCHMANN, Roseli. (Orgs.). Povos indígenas<br />

e tolerância: construindo práticas de respeito e solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001. 296p.<br />

LANGDON. E. Jean. A tolerância e política de saúde do índio no Brasil: são compatíveis os saberes biomédicos e os saberes indígenas In: GRU-<br />

PIONI, Luís Donisete Benzi; VIDAL, Lux Boelitz; FISCHMANN, Roseli. (Orgs.). Povos indígenas e tolerância: construindo práticas de respeito e<br />

solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001. 296p.<br />

LEONEL JÚNIOR, Mauro de Mello. Relatório de avaliação da situação dos Gavião (Digüt) – P.I. Lourdes. São Paulo: FIPE, 1983.<br />

MEDEIROS, Edílson Lucas de. Rondônia, terra dos Karipunas. Porto Velho: Rondoforms, 2003. p.101-105.<br />

MELATTI, Júlio Cezar. Índios do Brasil. 5ed. São Paulo: Hucitec, 1986. 220p.<br />

MINDLIN, Betty - Couro dos Espíritos, Editora SENAC, São Paulo, Editora Terceiro Nome, 2001.<br />

MOORE, Denny. Relatório sobre o Posto Indígena Lourdes da Oitava Delegacia Regional, segundo diretrizes de levantamentos de dos para<br />

elaboração de projetos. Brasília: UNB, 1978.<br />

ORGANIZAÇÃO INDÍGENA PADEREÉHJ. Projeto Karo Ikoló: construindo com as próprias mãos. Ji-Paraná: Panderej, 2002.<br />

Panewa especial. Nº 03, julho de 2002. Porto Velho: 2002. p. 17-27.<br />

PLANO AGROPECUÁRIO E FLORESTAL DE RONDÔNIA – PLANAFLORO. Projeto executivo de alternativas econômicas do PLANAFLORO:<br />

áreas indígenas Zoró, Rio Mequéns, Latundê, Igarapé Lourdes e Karitiana. Porto Velho: 1995. 178p.<br />

REIS, Rosângela das Dores. Igarapé Lourdes: da escola ao cotidiano das escolas indígenas. Ji-Paraná: 1998. p.59.<br />

85


BIBLIOGRAFIA<br />

Relatório complementar de avaliação das invasões no Posto Indígena Lourdes (PIL), dos índios Gavião e Arara (Karo). São Paulo: FIPE/USP, 1984.<br />

Relatório de pesquisa de campo na Reserva dos Índios Gavião e Arara em Rondônia: Maio e junho de 1987. Belém: Museu Goeldi, 1987.<br />

RIBEIRO, Darcy. Culturas e línguas indígenas do Brasil, educação e ciências sociais. Rio de janeiro: 1957.<br />

SAMPAIO, Wany; SILVA, Vera da. Os povos indígenas de Rondônia:contribuições para a compreensão de sua cultura e de sua história. Porto<br />

Velho: Editora UNIR, 1997. p. 39-42.<br />

TADEU, Walfrido. História de Rondônia. Disponível em: Acesso em 15 de junho de 2004.<br />

TEIXEIRA-PINTO, Márnio. IEIPARI: sacrifício e vida social entre os índios Arara. São Paulo: Hucitec, 1997.413p.<br />

GRANDES MAMÍFEROS - MASTOFAUNA<br />

AYRES, M. Jr., M. Ayres, D. L. Ayres & A. S. Santos. Aplicações Estatísticas nas Áreas de Ciências Biológicas e Biomédicas. Sociedade Civil<br />

Mamirauá, Belém. MCT/CNPq, Bioestat 2.0. 2000.<br />

BOBADILLA, U. L. Abundância, tamanho de agrupamento e uso do hábitat por cuxiús de Uta Hick Chiropotes satanas utahicki Hershkovitz, 1985<br />

em dois sítios na Amazônia Oriental: implicações para a conservação. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará. 1998.<br />

BODMER, R. E.; T.G. Fang & L.M. Ibanez. Primates and ungulates: a comparison of susceptibility to hunting. Primate Conservation 9:79-84.<br />

1988.<br />

BROWN, K. S. Jr. Diversidade biológica máxima no Alto Rio Juruá: Origens, avaliação, utilização e gestão, e o papel dos povos tradicionais na<br />

sua conservação. 1995.<br />

BUCKLAND, S. T., D. R. Anderson, K. P. Burnham & J. L. Laake. Distance Sampling: Estimating Abundance of Biological Popualtions. London:<br />

Chapman & Hall. 1993.<br />

EMMONS, L. H. & F. Feer. Neotropical Rainforest Mammals. A Field Guide, Second Edition. University of Chicago Press, Chicago. 1997.<br />

FERRARI, S. F. & M. A. Lopes. New data on the distribution of primates in the region of the confluence of the Jiparaná and Madeira rivers in<br />

Amazonas and Rondônia, Brazil. Goeldiana Zoologia 11:1-12. 1992.<br />

FERRARI, S. F., M. A. lopes, E. H. Cruz Neto, M. A. E. S. Silveira, E. M. Ramos, P. C. M. Ramos, D.M. Tourinho & N. F. A. Magalhães. Primates and<br />

conservation in the Guajará-Mirim State Park. Rondônia, Brzil. Neotropical Primates 3:81-82. 1995.<br />

FERRARI, S. F., E. H. Cruz Neto, S. Iwanaga, H.K.M. Côrrea & P.C.S. Ramos. An unusual primate community at the Estação Ecológica Serra dos<br />

Três Irmãos. Rondônia, Brazil. Neotropical Primates. 4:55-56. 1996.<br />

FERRARI, S. F., S. Iwanaga & J. L. da Silva. Platyrrhines in Pimenta Bueno. Rondônia. Neotropical Primates 4:151-153. 1996.<br />

FERRARI, S. F., L. Sena & M. P. C. Schneider. Definition of a new species of marmoset (Primates, Callitrichinae) from southwestern Amazonia<br />

based on molecular, ecological, and zoogeographic evidence. Livro de resumos do IX congresso da sociedade Brasileira de primatologia, pp.<br />

80-81. 1999.<br />

FERRARI, S. F., S. Iwanaga, M. R. Messias, E. M. Ramos, P. C. Ramos, E. H. Cruz Neto & P. E. G. Coutinho. Titi monkeys (Callicebus spp., Atelidae:<br />

Platyrrhini) in the Brazilian state of Rondônia. Primates 41: 191-196. 2000.<br />

LOPES, M. A. . Conservação do Cuxiú-preto, Chiropotes satanás satanás (Platyrrhini, Primates), e de outros mamíferos na Amazônia Oriental.<br />

Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Pará, Belém. 1993.<br />

NRC/Ntional Research Council. Techniques for the Study of Primate Population Ecology. Washington D. C.: National Academy Press. 1981.<br />

PERES, C. A. Primate community structure at twenty western Amazonian flooded and unflooded forests. Journal of Tropical Ecology, 13:381-<br />

485p. 1997.<br />

REDFORD, K. H. The empty forest. BioScience, 42 (6): 412-422p. 1992.<br />

SÁ, R. M. L Effects of the Samuel Hydroelectric Dam on Mammal and Bird Communities in a Heterogenus Amazonian Lowland Forest. Tese de<br />

doutoramento, University of florida, Gainesville.1995.<br />

AVIFAUNA<br />

BROWN, K. S. 1977. Centros de evolução, refúgios quaternários e conservação de patrimônios genéticos na região neotropical: padrões de<br />

diferenciação em Ithorniinae (Lepidóptera; Nymphalidae). Acta Amazônica 7:75-137.<br />

COHN-HAFT, M.; WHITTAKER, A. & STOUFFER, P. C. 1997. A new look at the “species-poor” Central Amazon: tha avifauna north of Manaus,<br />

Brazil. In Studies in Neotropical Ornithology Honoring Ted Parker (J. V. Remsen Jr, Ed.). Ornithol. Monogr. N. 48.<br />

CRACRAFT, J., 1985. Historical biogeography and patterns of diferentiation within the South American avifauna: areas of endemism. In: BUCK-<br />

LEY, P. A. et. al. eds. Neotropical Ornithology. Washington, American Ornithologists’ Union. p. 49-84 (Ornithological Monographs n. 36).<br />

FEARNSIDE, P.M. 1987. Deforestation and international economic development projects in Brazilian Amazonia. Conserv. Biol. 1:214-221.<br />

FEARNSIDE, P.M. 1989. A ocupação humana de Rondônia: impactos, limites e planejamento. Assessoria Editorial e Divulgação Científica. Brasília,<br />

Brazil.<br />

HAFFER, J. 1974. Avian speciation in tropical South America. Publ. Nuttall. Ornithol. Club, no. 14, Cambridge, Mass.: Nuttall Ornithological Club.<br />

HAFFER, J. 1985. Avian zoogeography of the Neotropical Ornithology. Washington, American Ornithologists’ Union. p. 113-46. (Ornithological<br />

Monographs n. 36).<br />

86


HAFFER, J. 1990. Avian Species Richness in Tropical South America. Studies on Neotropical Fauna and Environment. 25(3):157-183.<br />

HAFFER, J. 1992. Parapatric species of birds. Bull. B.O.C.. 112(4):250-263.<br />

HELLMAYR, C.E. 1910. The birds of the Rio Madeira. Nov. Zool. 17:257-428.<br />

JOHNS, A. D. 1991. Responses of Amazonian rain forest birds to habitat modification. Journal of Tropical Ecology 7: 417-37.<br />

KARR, J. R., & ROTH, R. R. 1971. Vegetation structure and avian diversity in several New World areas. The American Naturalist, 105:423-35.<br />

MIRANDA-RIBEIRO, A. & SOARES, E.E. 1920. Os psittacideos da “comissão-Rondon”. Com. Linhas Telegraph. Estratégicas Matto-Grosso ao<br />

Amazonas, publ. 63, Anexo 5, pp.6-14.<br />

MÜLLER, P. 1973. The dispersal centers of terrestrial vertebrates in the Neotropical Realm. W. Junk. The Hague. Netherlands.<br />

PELZELN, A. 1868-1870. Zur Ornithologie Brasiliens. Resultate von Johann Natterers Reisen in den Jahran 1817 bis 1835. Druck und Verlag von<br />

A. Pichler’s Witwe & Sohn , Vienna, Austria.<br />

PRANCE, G.T. 1973. Phytogeographic support for the theory of Pleistocene forest refuges in the Amazon basin, based on evidence from distribution<br />

patterns in Caryocaraceae, Chrysobalanaceae, Dichapetalaceae and Lecythidaceae. Acta Amazonica 3:5-28.<br />

ROTH, P. 1984. Repartição do hábitat entre psitacídeos simpátricos no sul da Amazônia. Acta Amazônica, 14 (1-2): 175-221.<br />

STOTZ. D. F.; FITZPATRICK, J. W.; PARKER III, T. A. ; MOSKOVITS, D. K. 1996. Neotropical birds: ecology and conservation. Chicago, University<br />

of Chicago Press. 478p.<br />

STOTZ, D.F.; LANYON, S.M.; SCHULENBERG, T.S.; WILLARD, D.E.; PETERSON, A.T. & FITZPATRICK, J.W. 1997. An avifaunal survey of two<br />

tropicaç forest localities on the middle Rio Jiparaná, Rondônia, Brazil. Ornithological Monographs 48:763-781.<br />

TERBORGH, J. W.; DEMASTER, J. W. & EMMONS, L. 1984. Annotated checklist of birds and mammal species of Cocha Cashu Biological Station,<br />

Manu National Park, Peru. Fieldiana (Zoology) 21: 1-29.<br />

THIOLLAY, J. M. 1992. Influence of selective logging on bird species diversity in a guianian rain forests. Conservation Biology, 6 (1): 47-63.<br />

WILLIS, E. O. & ONIKI, Y. 1992. As aves e as formigas de correição. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, sér. Zool. 8 (1): 123-50.<br />

RÉPTEIS E ANFIBIOS<br />

ÁVILA-PIRES, T.C.S. Lizards of Brazilian Amazônia (Reptilia: Squamata). Zool. Verh. Leiden 299, 20.iv.1995: 1-706.<br />

BERNARDE, P.S., Kokubum, M.N.C., Machado, R.A., Anjos, L. Uso de habitats naturais e antropicos pelos anuros em uma localidade no Estado<br />

de Rondônia, Brasil (Amphibia: Anura). Acta Amazônica 29(4):555-562. 1999.<br />

CAMPBELL, H. W. & S. P. CHRISTMAN (1982). Field techniques for herpetofaunal community analysis. In: SCOTT, N. J., JR. (ed.): Herpetological<br />

Communities. Wildlife Research Report 13. U.S. Department of the Interior, Fish and Wildlife Service. 13: 193-200.<br />

CUNHA, O. R. e F. P. Nascimento. 1993. Ofídios da Amazônia. As cobras da região leste do Pará. Bol.Mus.Para. Emilio Goeldi, ser. Zool. 9:1 –<br />

191.<br />

DIXON, J. R. 1989. A key and checklist to the Neotropical snakes Genus Liophis with country lists and maps. Smithsonian Herpetological Information<br />

Service 79:1-40.<br />

DUELLMAN, W. E. 1990. Herpetofaunas in Neotropical rainforests: comparative composition, history, and resource use. Pp. 455-505 In: Gentry,<br />

A H. (ed.), Four Neotropical Rainforests. Yale University Press, New Haven.<br />

FROST, D. R. 2000. Amphibian species of the world. Disponível on line em : http://research.amnh.org/herpetology.<br />

MARTINS, M. e M.E. Oliveira. 1998. Natural history of snakes in forests of the Manaus region, Central Amazônia, Brazil. Herpetological Natural<br />

History 6:78-150.<br />

NASCIMENTO, F.P., T.C.S. Ávila-Pires, & O.R. Cunha, 1988. Répteis Squamata de Rondônia e Mato Grosso coletados através do programa Polonoroeste.<br />

Bol. Mus. Para. Emilio Goeldi, Zool., 4(1):21-66.<br />

PETERS, J. A. & OREJAS-MIRANDA, B. 1970. Catalogue of the Neotropical Squamata. Part I. Snakes. Bull. U. S. Natl. Mus. 297:1-347.<br />

SCOTT, N. J. , Jr, R. C. MAXWELL, º W. THORNTON, JR., L. A. FITZGERALD E J. W. FLURY. 1989. Distribution, Habitat and Future of Harter’s<br />

Water Snake, Nerodia harteri, in Texas. J. Herpetol. 23:373-389<br />

SILVA Jr, N.J. The snakes from Samuel Hydroeletric Power plant and vicinity, Rondônia, Brazil. Herpetological Natural History, 1 (1) 1993, pages<br />

37-86.<br />

TOCHER, M. D., C. Gascon, e J. Mayer. 2001. Community composition and breeding success of Amazonian frogs in continuous Forest and matrix<br />

habitat aquatic sites. Yale University Press, New Haven.<br />

VANZOLINI, P. E. 1986. Levantamento herpetológico na área do Estado de Rondônia sob a influência da Rodovia Br 364. Programa Polonoroeste,<br />

CNPq, Relat. Pesq. 1:1-50.<br />

ZIMMER, K. J.; PARKER III, T. A.; ISLER, M. L. & ISLER, P. R. 1997. Survey of a southern Amazonian avifauna: the Alta Floresta region, Mato<br />

Grosso, Brazil. In Studies in Neotropical Ornithology Honoring Ted Parker (J. V. Remsen Jr, Ed.). Ornithol. Monogr. N. 48.<br />

87


BIBLIOGRAFIA<br />

PEIXES (ICTIOFAUNA)<br />

CARVALHO, I.R.; Amadio, S.A.; ZUANON, J. A. S. 2002. Estrurura populacional de espécies do gênero Hemiodus (Characiformes: Hemiodontidae)<br />

em dois ambientes distintos: Lago Catalão (AM) e Parque Estadual do Cantão (TO). Anais da XI Jornada de iniciação Científica PIBIC/INPA.<br />

Manaus, AM. 148-149.<br />

DO VALE, J. D. 2003. Composição, diversidade e abundância da ictiofauna na área do Catalão, Amazônia central. Dissertação de Mestrado.<br />

INPA/UFAM, Manaus, 66p.<br />

FAVORITO-AMORIM, S.E. 1998. Relações filogenéticas da ordem Symbranchiformes e revisão sistemática da família Symbranchiidae (Teleostei;<br />

Acanthopterygii). Tese. Universidade de São Paulo.<br />

FERREIRA, E.; Santos, G.M. & Jegu, M. 1988. Aspectos ecológicos da ictiofuana do rio Mucajaí, na área da ilha Paredão, Roraima, Brasil. Amazoniana,<br />

10(3): 339-352.<br />

FERREIRA, E.J.G. Peixes comerciais do médio Amazonas: região de Santarém, Pará. Brasília: Edições IBAMA, 1998.<br />

FERREIRA, E. J. G. 1993. Composição, distribuição e aspectos ecológicos da ictiofuana de um trecho do rio Trombetas, na área de influência da<br />

futura UEH Cachoeira Porteira, Estado do Pará , Brasil. Acta Amazônica, 23 (1-4; supl.): 1-88. (publicado em 1995).<br />

Fundação Djalma Batista-Convênio FDB/INPA, 2002. Estudo das espécies ícticas e opções de manejo piscícola no Parque Estadual do Cantão –<br />

Estado do Tocantins. Governo do Estado do Tocantins, Relatório do Parque Estadual do Cantão. 120p.<br />

GÉRY, J. 1977. Characoids of the world. T. F. H. publications, Inc.<br />

Governo do Estado de Rondônia, 1998. Zoneamento Sócio econômico Ecológico do estado de Rondônia. Componente Solos e Componente<br />

Ictiofauna. Governo de Rondônia.<br />

GOULDING, M. 1979. Ecologia da pesca do rio Madeira. CNPq/INPA, Manaus, 172p.<br />

GOULDING, M.; BARTHEM, R. Ecologia, migração e conservação de peixes amazônicos: CNPq, Tefé, 1997.<br />

JUNK, W. J. 1983. As águas da região Amazônica. In: Salatti, E; Schubart, H. O. R.; Junk, W. J.; OLIVEIRA, A. E. (eds). Amazônia: Desenvolvimento,<br />

Integração e Ecologia. CCNPq/Brasiliense. São Paulo, 328p.<br />

KELLER, F. 1874. The Amazon and Madeira Rivers. Chapman ane Hall, London.<br />

KOCH, W.R.; MILANI, P.C.; GROSSER, K.M.Guia ilustrado; peixes Parque Delta do Jacuí. Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande<br />

do Sul, 2000. 91p.,il.<br />

KREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology. Harper Collins Publishers, New York, USA, 654p.<br />

LAGO, A. R. C; Bittencourt, M. M.; 2002. Aspectos demográficos de Pellona flavipinnis (Clupeiformes: Pellonidae) em ambientes de várzea na<br />

Amazônia Central. Anais da XI Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/ INPA. Manaus: INPA. 120-122.<br />

LAUZANNE, L.; LOUBENS G. Peces del rio mamore. Paris 1985.<br />

LIMA, C. A. Os frutos do tambaqui: ecologia, conservação e cultivo na Amazônia. Tefé, AM: Sociedade Civil Mamirauá; Brasília: CNPq, 1998.<br />

LOWE-McCONNELL, R. H., 1987. Ecologycal studies in tropical fish communities. Cambridge University Press, Cambridge, UK. 382p.<br />

LOWE-McCONNELL, R. H. 1999. Fauna de peixes neotropicais. In: Estudos ecológicos em comunidades tropicais / R. H. Lowe-McConnell;<br />

tradução Vazzoler, A. E. M; Agostinho, AA; Cunnhingham, P. T. M. Editora da Univ. São Paulo. 534p.<br />

MENDONÇA, F. P. 2002. Ictiofauna de igarapés de terra firme: estrutura das comunidades de duas bacias, Reserva Florestal Adolfo Ducke,<br />

Amazônia central. Dissertação de Mestrado. INPA/UFAM, Manaus. 51p.<br />

MENEZES, N.A. 1996. Methods for assessing freshwater fish diversity. Capítulo 19, pp 289-295. In: Bicudo, C.E.M.; Menezes, N.A (eds.). Biodiversity<br />

in Brasil – A first approach. CNPq, Brasília. 326p.<br />

PEREIRA, R. Peixes de nossa terra. São Paulo, Nobel, 1982.<br />

PETTS, G. E. 1994. Rivers: Dinamic components of catchament ecosystems; In Callow, P.; Petts, G. E. (eds). The river handbook. Blackwell Science.<br />

Oxford. 2 93-22)<br />

Projeto Catalão, 1999. Estrutura e Dinâmica do Ecótono Catalão. Instituto nacional de Pesquisas da Amazônia. PPI-3090.<br />

QUEIROZ, H.L & CRAMPTON, W.G.R.; Estratégia para manejo de recursos pesqueiros em Mamirauá. Brasília: Sociedade Civil Mamirauá:<br />

CNPq, 1999.<br />

Recursos pesqueiros do médio Amazonas: biologia e estatística pesqueira. Brasília: Edições IBAMA, 2000. 350p.<br />

Recursos pesqueiros do Médio Amazonas: abordagem socioeconômica/ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.<br />

Brasília: IBAMA, 1999.<br />

RUBIANO, A. L. M. 1999. Táticas reprodutivas de sete espécies de Characiformes em área de várzea na Amazônia Central (lago do Rei). Dissertação<br />

de mestrado. 116p.<br />

SANTOS , G. M.; FERREIRA, E. J. G. 1999. Peixes da bacia Amazônica: In: Lowe McConnell, R. H. Estudos ecológicos de comunidades de pei8xes<br />

tropicais, Edusp, São Paulo.<br />

SANTOS, G. M. 1982. Caracterização, hábitos alimentares e reprodutivos de quatro espécies de “ aracus” e considerações ecológicas sobre o<br />

grupo do lago Janauacá – AM (Osteichthyes, Characoidei, Anostominidae). Acta Amazônica, 12 (4): 713-39.<br />

SANTOS, G. M. 1991. Pesca e Ecologia dos peixes de Rondônia. Tese de doutorado. INPA/FUA, Manaus, 213p.<br />

88


SANTOS, G.M.; JEGU, M.; MERONA, B.de. Catálogo de peixes comerciais do baixo rio Tocantins; projeto Tucuruí. Manaus, ELETRONORTE/<br />

CNPq/INPA, 1984.il.<br />

SILVANO, R.A.M. Peixes do alto rio Juruá São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2001.<br />

TORRENTE-VILARA, G. 2003. Padrões nos parâmetros biológicos de três espécies de aracus (Characiformes: Anastomidade) em lagos de várzea<br />

da Amazônia central, Dissertação de Mestrado. INPA/UFAM, , Manaus, 90p.<br />

VANNOTE, R. L.; MINCHALL, G.W.;; CUMMININGS, K. W.; SEDELL, J. L.; CUSHING, C. E. 1980. The river continuum concept. Can J. fish<br />

Aquatic Sci. 37 (130-137).<br />

VAZZOLER, AE. A. 1996. Biologia da Reprodução de Peixes teleósteos teoria e prática. EDUEM, Maringá, São Paulo, 169p.<br />

WALKER, I. 1991. Algumas considerações sobre um programa de zoneamento da Amazônia. In Val, AL.; Figliuolo, R.; feldberg, E. (eds) Bases<br />

Científicas para Estratégias de Preservação e Desenvolvimento da Amazônia, v. 1, INPA, Manaus.<br />

VEGETAÇÃO<br />

ASSOCIAÇÃO de Defesa Etnoambiental. Avaliação Ecológica Rápida Reserva Biológica do Traçadal. Porto Velho/RO, Kanindé, 195p, 2001.<br />

BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, Levantamento de Recursos Naturais. Folha SC – 20 Porto Velho,<br />

V. 16, Rio de Janeiro, 1978.<br />

CAINE, S.A & CASTRO, G.M. de O. 1956. Application of some phytosociological techniques to Brasilian Rain Forest. Amer. J. Bot., 43(3): 205-<br />

217.<br />

COIMBRA JR., C.E.A. 1985. Estudos de ecologia humana entre os Suruí (Parque Indígena Aripuanã, Rondônia). Plantas de importância econômica.<br />

Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi, Belém.<br />

EITEN , G. 1977, The Cerrado Vegetation of Brazil. The Botanical Review 38 (2): 201-234.<br />

FORSTER M. 1973, Strukturanal eines tropischen Regenwaldes in Kolumbien. Allg. Forst. U. J. – ztg., 144 (1): 1-8.<br />

FUNDAÇÃO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Departamento de Recursos Naturais e Estudos<br />

Ambientais. Rio de Janeiro, IBGE, 89p,1992.<br />

KELLMAN, M.C. 1975. Plant geography. London, Methuen. 135 p.<br />

LAMPRECHT, H. 1962. Ensayo sobre unos metodos para el Análisis estructural de los Bosques tropicales. Acta científica venozolana, 13 (2) :<br />

57-65.<br />

_____. 1964. Ensayo sobre la estructura florística de la parte sur-oriental del Bosque Universitario “ El Caimital “ – Estado Barinas. Rev. For.<br />

Venez., 7 (10-11) : 77 – 119.<br />

MARETTO, L.C. 2002. Plano de Manejo Floresta Sustentável, Porto Velho, 125 p.l<br />

MINISTÉRIO da Agricultura e do Abastecimento. (Rio Branco). Lista de Espécies Florestais do Acre (Ocorrência com Base em Inventários Florestais).<br />

Rio Branco/Ac, EMBRAPA, 77 p,1999.<br />

MORÁN, Emílio F., 1946. A ecologia humana das populações da Amazônia. Petrópolis, RJ :Vozes, 1990 (Coleção Ecologia & ecosofia).<br />

NIMER, E. 1991. Clima. Pg. 61-71 . . In: IBGE. Geografia do Brasil, . Clima. Pg. 61-71. In: IBGE. Geografia do Brasil, Região Norte, Vol.3. IBGE.<br />

Rio de Janeiro.<br />

RIBEIRO, J.E.S.; HOPKINS, M.J.G.; VICENTINI, A ; SOTHERS, C.A; COSTA, M.A.S.; BRITO, J.M.; SOUZA, M.A.D.; MARTINS, L.H.P.; LOHM-<br />

ANN, L.G.; ASSUNÇÃO, P.A.C.L.; PEREIRA,E.C.; SILVA, C.F.; MESQUITA, M.R. & PROCÓPIO, L.C. 1999. Flora da Reserva Duck: Guia de<br />

Identificação das Plantas Vasculares de uma Floresta de Terra-Firme na Amazônia Central. INPA, Manaus. 816p.<br />

RONDÔNIA Governo do Estado.(Porto Velho). “Relatório Final Cobertura Vegetal”. Diagnóstico Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia<br />

e Assistência Técnica para Formulação da Segunda Aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico. V. 1, Porto Velho, Julho de<br />

1998.<br />

VELOSO, H.P., RANGEL FILHO, A.L.R. & LIMA, J.C.A.1991. Classificação da Vegetação Brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio<br />

de Janeiro. 123p.<br />

MEIO FÍSICO<br />

ADAMY, A. Organizado por. Zoneamento Ecológico-Econômico Brasil – Bolívia. Eixo Rio Abunã – Vale do Guaporé. Infome Final. s.l. CPRM/<br />

SUDAM/OEA. 2000, 3v.<br />

AMARAL Fº., Z. P. do, NEVES Fº., J. P., CUNHA, N. G. da. Pedologia. In: Brasil – Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radambrasil.<br />

Folha SC.20 Porto Velho. Rio de Janeiro, 1978.<br />

ASSOCIAÇÃO DE DEFESA ETNOAMBIENTAL. Avaliação Ecológica Rápida da Reserva Biológica do Traçadal. Porto Velho/RO, Kanindé, 195p,<br />

2001.<br />

BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL, Levantamento de Recursos Naturais. Folha SC – 20 Porto Velho,<br />

V. 16, Rio de Janeiro, 1978.<br />

CAMARGO, M.N., KLAMT & KAUFFMAN, J.H. Classificação de Solos Usada em Levantamentos Pedológicos no Brasil. Sociedade Brasileira de<br />

Ciência do Solo. Campinas, SP, 1987, 12:11-33.<br />

CARNEIRO, P. da P. Ecooperação: a cooperação com o meio ambiente através da teoria quântica. Cap. A Amazônia. Rio de Janeiro: P.P. Carneiro,<br />

1993. p. 55-60.<br />

89


BIBLIOGRAFIA<br />

DIRETORIA DE PATRIMÔNIO INDÍGENA – DPI. Decreto nº 88.609, de 09.08.83. Fonte: D.O.U. Pág. 14.330. Data: 11.08.1983.<br />

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Mapa de Levantamento de Reconhecimento de Média Intensidade dos Solos do Estado<br />

de Rondônia. CEPA – RO. Escala 1:1.000.000. 1982/1984.<br />

FEITOSA, F. A. C. & MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações. Coordenadores. Fortaleza: CPRM, LABHID-UFPE, 1997. 412<br />

p: il.<br />

FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de Geomorfologia: Inselbergue. Séries Manuais<br />

Técnicos em Geociências. Número 5, 1995, Rio de Janeiro, p.31.<br />

FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI, Ministério do Interior. Memorial Descritivo de Demarcação e Descrição do Perímetro. 19 de<br />

Abril de 1985.<br />

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA, Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral Coordenadoria de Projetos Especiais<br />

PLANAFLORO. Unidades De Conservação De Rondônia. SEPLAN, SEDAM, PNUD. Porto Velho. Projeto BRA/94/007.1998.<br />

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÕNIA. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia. Solos, Geomorfologia, Aptidão<br />

Agrícola e Uso do Solo. SEPLAN, PLANAFLORO. Porto Velho, 2000.<br />

GUERRA, A. J. T., CUNHA, S. B. da. Geomorfologia: Atualização de Base e Conceitos. Processos Endogenéticos na Formação do Relevo. Cap.2<br />

. s.a., p.76 e 77.<br />

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Mapas de Declividade. Folhas: Ji-Paraná – MI-1683; Folha: Igarapé São Gabriel<br />

– MI-1684; Folha: Serra da Providência – MI-1617e Folha: Fazenda Castanhal – MI-1618. Escala 1/100.000. 1981.<br />

INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA. Pressão Antrópica – TIIL – Ji-Paraná. junho<br />

de 2004.<br />

KATO, H. T., COSTA, E. G. da ; SOUZA, R. S. Projeto Centro – Leste de Rondônia. Convênio DNPM-CPRM. Porto Velho, 1983. Nota Explicativa.<br />

1 v.<br />

LATRUBESSE, E., RODRIGUES, S., MAMEDE, L. Sistema de Classificação e Mapeamento Geomorfológico: uma Nova Proposta. GEOSUL, vol. 14,<br />

nº 27: 682-687, 1998.<br />

LEAL, J. W. L. et alii. Geologia. In: Brasil – Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radambrasil. Folha SC.20 Porto Velho. Rio de<br />

Janeiro, 1978.<br />

LEINZ, V., MENDES, J. C. Vocabulário Geológico. 3ª Ed., revista e ampliada. São Paulo, Edit. Nacional, 1963, p.546.<br />

LEMOS, R. C.e SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Relevo. 3ª Ed. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do<br />

Solo, 1996. 84p., p.54.<br />

MINERAÇÃO ITAÍBA. Justificativas para desistência das pesquisas geológicas da bacia do rio Ji-Paraná, Bacia do rio Ji-Paraná. Relatório de Pesquisa,<br />

1978.<br />

MIZUGUCHI, Y., ALMEIDA, J. R. de, PEREIRA, L. A. Introdução à Ecologia. São Paulo : Ed. Moderna, 1981. p. 79-81, 138-139.<br />

MORAIS, P. R. C. e CAMPOS, J. C. V. Mapa Hidrogeológico do Estado de Rondônia. Escala 1:1.000.000. CPRM, 1998.<br />

ASSOCIAÇÃO DE DEFESA ETNOAMBIENTAL – KANINDÉ. Vistoria de Campo 10 e 12/03 de 2004 – Terra Indígena Igarapé Lourdes – Ji-Paraná<br />

– RO – Brasil – Localização em UTM, pontos e observações. EQUIPE TÉCNICA: BANDEIRA, Ivaneide; VALE, Israel; MARETTO, Luis; GAVIÃO,<br />

Wellington; Tenesson - FUNAI. Abril de 2004.<br />

PINTO Fº, F. P. et alii. Projeto Sudeste de Rondônia. Convênio DNPM/CPRM. Porto Velho. 1977, 4 v.<br />

PLANO AGROPECUÁRIO E FLORESTAL DE RONDÔNIA – PLANAFLORO. Áreas Indígenas: Zoró, Rio Mequéns, Rio Branco, Roosevelt, Sete de<br />

Setembro, Tubarão Latundê, Igarapé Lourdes, Karitiana.” PNUD, PLANAFLORO, CETS - FGV, CTA, CETS/FGV. Novembro/1995.<br />

RAMALHO, R. Projeto Noroeste de Rondônia. Geomorfologia. Relatório Preliminar. Porto Velho. CPRM, 1972.<br />

RESENDE, M.; CURI, N. &SANTANA, D.P. Pedologia e Fertilidade do Solo: Interações a Aplicações. Piracicaba - Associação Brasileira para Pesquisa<br />

de Potássio e do Fosfato; Lavras -ESAL; Brasília - Mec. 1988. 81p.<br />

SECRETARIA DO ESTADO E DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL – SEDAM. Zoneamento Econômico Ecológico Ambiental do Estado de Rondônia<br />

– ZEEA-RO: Mapas de Geologia, Geomorfologia, Climatologia, Hidrografia, Pedologia, Uso do Solo, Aptidão Agrícola. 2001. Revisado em junho<br />

de 2003.<br />

SCANDOLARA, J. E., RIZZOTTO, G. J., AMORIM, J. L. de, QUADROS, M. L. do E. S., BAHIA, R. B. C. A Evolução Geológica do Segmento<br />

Sudoeste do Cráton Amazônico – Estado de Rondônia e Adjacências. CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Residência de Porto Velho, Rondônia.<br />

Panorama do conhecimento geológico por ocasião do VI Simpósio de Geologia da Amazônia, em Manaus, de 13 a 17 de junho de 1999, p.251-<br />

331.<br />

SEDAM – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental. Atlas GeoAmbiental de Rondônia, L. C. Fernandes, S. C. P. Guimarães, (coordenadores),<br />

Porto Velho, 2001.<br />

SILVA, M. J. G. da. Boletim Climatológico de Rondônia – Ano 2002. Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental – SEDAM. Porto Velho,<br />

2003.<br />

SISTEMA DE PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA – SIPAM – RONDÔNIA. Carta Imagem da Cena de Igarapé Lourdes – RO. Cena nº 231067 - Datum<br />

SAD69. Data da Cena 24.07.2003.<br />

SOEIRO, R. S., MARTINS, E. G., TORRES, L. C. A. Projeto Manganês na Serra da Providência. Convênio DNPM / CPRM. Porto Velho, 1977.<br />

Projeto Zoneamento das Potencialidades dos Recursos Naturais da Amazônia Legal. Escala 1:1.000.000. 1990.<br />

90


NEPIAHV JÁVE<br />

ZERE BAHI ZÁBEHJ XI<br />

ZERE BAHI<br />

PABIHV VÁA (Líder)<br />

BABE KAPIV<br />

Homem na beira do rio<br />

DJÁ PÉH TIH<br />

BABEKAWÔ<br />

MADJÉHJ<br />

KASÁHIÉHJ ÀBIHV VÁÁ<br />

ZERE BAHI<br />

BEBE KUHJ AKAAV VÁÁ<br />

KOROJ (Líder)<br />

BABEKAWÔ<br />

IHV KÓSÒHR<br />

ZAV POHJ<br />

ZERE BAHI<br />

BESALÁVÀH XI<br />

KOJABAH (Líder)<br />

TZAPEABÁH<br />

PEJÓ VÁH<br />

Onde houve contato<br />

entre Arara e Gavião<br />

BAJ PÓHJ<br />

IKOLEN E KARO<br />

ZAGA POHJ<br />

GORÁ AXOEHJ<br />

ABIHU VÁA<br />

ZERE BAHI<br />

SULSÚL KATAHV VÁA<br />

MOROKOY XÃKA SERINGAL<br />

Local do primeiro contato SANTA MARIA<br />

CONFLITO IKOLEN<br />

E KARO<br />

ALDEIA INGAZEIRA TAPERA DO<br />

ITXAWOP-TO<br />

TXIPOSEGOV<br />

ALDEIA IGARAPÉ <strong>LOURDES</strong><br />

TAPERA DO CHAMBETE<br />

CASA NA PEDRA<br />

XUM XUM MO’IVÁA<br />

TAPERA DO PITIKÁWA<br />

ZERE BAHI<br />

VAV A ÀRAH<br />

XÔ WÃ GÃT<br />

Espírito Perigoso<br />

COLOCAÇÃO DO MANIQUITO<br />

AMI SÓR VÁA<br />

Parente do Diabo<br />

PASSÁU<br />

KOKUHVA<br />

ZERE BAHI<br />

I TÁ VAHV XI<br />

TXIKOBIPOH<br />

Primeiro contato Gavião<br />

XÔ RÔG<br />

ZÁBERÓHVÉHJ XI<br />

VAVÓ TIH<br />

MOYERE ARARA<br />

NA KA XA TÕT<br />

Espírito do Pajé Perigoso<br />

GÀLÀÉHJ SÁV XI<br />

XIBÉHN (Líder)<br />

COLOCAÇÃO DO<br />

BENEDITO ARARA<br />

AGAMENON APÛGA<br />

SERINGAL DO BARROSO<br />

ALDEIA ITERAP<br />

ANTIGA ALDEIA<br />

YANÊMAMÂT ARARA<br />

Local do primeiro contato<br />

ALDEIA DO PEDRO<br />

PAIGABH<br />

ALDEIA IKOLEN<br />

PARATO (Karo)<br />

MALOLOTH(Ikolen)<br />

ALDEIA CACOAL<br />

ALDEIA DO JOÃO<br />

“PABIR VAÁ KORÓ”<br />

IHV KÓ SÓR<br />

Homem Gago<br />

Perigoso<br />

TAPERA DO PEREIRA<br />

SORABÁH<br />

IGARAPÉ MADEIRINHA<br />

TSAN TSAN<br />

PESÁU PEWÁH<br />

TIKIRI PÀ HJ VÁÁ<br />

KOJABÁH (Líder)<br />

TAKOR PÓHV AKAV VÁA<br />

BASAJ ÁDÓH (Líder)<br />

BOSAV PÁGA VÁA<br />

IXÓHV (Líder)<br />

VAHÁH PEHV AKAV VÁA<br />

ZERÁR PEHV (Líder)<br />

ALDEIA “UHV”<br />

XAPÊYAKOROKÕT KA<br />

YA MO XAP<br />

ALDEIA DO CARÁ<br />

NOVA COLINA<br />

MINROP XAP<br />

YOKIN XUP<br />

ALDEIA “MÀHVGÚVEIRJ”<br />

ALDEIA “PADAÉ”<br />

DJÀTÉH TIH<br />

Homem Ancestral<br />

ZERE BAHI<br />

ZAV VÉTÁH<br />

ZALIÁHVTIH<br />

MARAMARÁ ÃXAP<br />

Mapa Etno-história<br />

Maloca Abandonada<br />

Babekawô<br />

Ikolen<br />

Karo<br />

Barreiro<br />

Conflito<br />

Seringal<br />

Itxawop-to (Serra)<br />

Zona Sagrada<br />

Ikolen<br />

Karo<br />

Karo e Ikolen<br />

Aldeias<br />

Contato<br />

Aldeia Karo<br />

Não índios<br />

Zona de Caça<br />

Aldeia Ikolen<br />

Índios<br />

Zona Urbana


Mapa Sobreposição


APIA<br />

ASSOCIAÇÃO DO POVO<br />

INDÍGENA ARARA<br />

PROMOÇÃO<br />

PARCERIA<br />

APIG<br />

ASSOCIAÇÃO DO POVO<br />

INDÍGENA GAVIÃO<br />

EXECUÇÃO<br />

ORGANIZAÇÃO INDÍGENA<br />

PADEREÉHJ<br />

Esta publicação foi produzida graças ao apoio do povo americano por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional<br />

(USAID). O conteúdo é de responsabilidade de seus realizadores e não necessariamente reflete as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos.<br />

Associação de Defesa Etnoambiental

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!