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TERRA INDÍGENA IPIXUNA - Kanindé

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DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO, ETNOZONEAMENTOE PLANO DE GESTÃO EM <strong>TERRA</strong>S INDÍGENAS - VOL.2<strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>


A KANINDÉ – Associação de Defesa Etnoambiental é umaOSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, sem finslucrativos, dedicada à luta em defesa dos direitos dos povos indígenas,à conservação da natureza e ao uso sustentado da biodiversidade.Criada em 1992, a Kanindé busca soluções inovadoras quepromovam o desenvolvimento econômico justo e ambientalmentesustentável.Rua D. Pedro II, 1892, sala 7, Bairro Nª Srª das GraçasCEP 76804-116 – Porto Velho-ROFone/fax: 55 69 3229-2826www.kaninde.org.brkaninde@kaninde.org.brREALIZAÇÃOAssociação de Defesa Etnoambiental KanindéConselho Deliberativo: Ivaneide Bandeira Cardozo, Rubens NaraikosarSurui, Leonardo José da Cruz Sousa, Sergio Pereira CruzCoordenação Geral: Israel Correa Vale JuniorCoordenação Administrativo-financeira: Ivanete Bandeira CardozoOrganização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas -OPIPAMCoordenador Geral: Domingos ParintintinSecretário: Daniel ParintintinTesoureiro: Fontenele ParintintinAPOIOUSAID do Povo dos Estados UnidosAmigos da Terra da SuéciaGordon and Betty Moore FoundationConsórcio AmazoniarORGANIZAÇÃOIvaneide Bandeira CardozoIsrael Correa Vale JuniorTEXTOIvaneide Bandeira Cardozo, Samuel Vieira Cruz, Ulisses Viana Costa,Angelo Mansur Mendes, Adnilson de Almeida Silva, Israel Correa ValeJunior, Ana Paula Albuquerque de Melo, Igor Georgios Fotopoulos,Alcilene Pereira Paes, Marcelo Rodrigues dos Anjos, Marcos Pérsio DantasSantos, Paulo Henrique Bonavigo, Ederson Lauri Leandro, Alexsander SantaRosa Gomes, Lara Rosana Neres Diniz.COORDENAÇÃO INDÍGENADomingos ParintintinACOMPANHAMENTO TÉCNICO DA FUNAIOsman Ribeiro Brasil – Diretor do Serviço de AssistênciaValmir Parintintin – Chefe de PostoASSISTENTES TÉCNICOSNeide Faccin (vegetação)Irlan das Chagas Silva (herpetofauna)João Batista Pinheiro (socioeconomia)Manoel Santa Brígida (taxidermista)Moises Santos de Souza (vegetação)Joel Silva (vegetação)Monica Nascimento da Silva (meio físico)Marcelo Lucian Ferronato (mastofauna)Veronica Ariadne Romano (socioeconomia)Trilhas: Leonardo José da Cruz SousaEstagiários: Crisvaldo Cássio Silva, Glauko Correa da Silva, Ederson LauriLeandro, Daniele Gomes Teixeira.FOTOSAcervo KanindéMAPAS (ELABORAÇÃO E ARTE)Mapas editados a partir dos mapas elaborados pelos indígenas durante aoficina de validação do etnozoneamento.Elenice DuranIsrael Correa Vale JuniorPROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICATeia Comunicação - Adriana Zanki CordenonsiIMPRESSÃOGráfica COANDIREITOS AUTORAISTodos os direitos pertencem ao Povo Indígena Pykahu-Parintintin, à Organizaçãodo Povo Parintintin do Amazonas - OPIPAM e Kanindé – Associaçãode Defesa Etnoambiental.Este material pode ser copiado desde que tenha a autorização da OPIPAMe da Kanindé e seja citada a fonte.D536Diagnóstico etnoambiental participativo, etnozoneamento e plano de gestão Terra Indígena Ipixuna / Organizadores: Ivaneide BandeiraCardozo, Israel Correa Vale Júnior. – Porto Velho (RO): Kanindé, 2012.100p.: il.; -- (Diagnóstico, etnozoneamento e plano de gestão em Terras Indígenas; 2)Vários autoresInclui bibliografiaISBN 978-85-7764-048-51. Terra Indígena - Rondônia - Brasil. 2. Terra Indígena - Meio Ambiente - Conservação. 3. Terra Indígena - Política - Gestão Ambiental. I. Cardozo,Ivaneide Bandeira (Org.). II. Vale Júnior, Israel Correa (Org.). III. Coletânea: Diagnóstico, etnozoneameto e plano de gestão em Terras Indígenas,1. IV. Título.CDU: 39(811.1=1-82)Bibliotecária Responsável: Eliane Gemaque / CRB 11-549


DIAGNÓSTICO ETNOAMBIENTAL PARTICIPATIVO, ETNOZONEAMENTOE PLANO DE GESTÃO EM <strong>TERRA</strong>S INDÍGENAS - VOL.2<strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>ELABORAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETOIvaneide Bandeira CardozoCOORDENAÇÃO DA EQUIPE DE CAMPOIsrael Correa Vale JuniorORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTOIvaneide Bandeira CardozoIsrael Correa Vale JuniorJULHO DE 2012PROMOÇÃO PARCERIA EXECUÇÃOAssociação de Defesa Etnoambiental


SUMÁRIO1 Apresentação2 Etno-historia2.1 Os Pykahu – Parintintin do Amazonas2.3 A organização do espaço2.4 Situação fundiária2.5 Cosmologia2.6 Práticas religiosas2.7 Produção e fonte de renda2.8 Saúde2.9 Educação3 Levantamentos biológicos e meio físico3.1 Meio físico3.2 Vegetação3.3 Ictiofauna3.4 Avifauna3.5 Herpetofauna3.6 Mastofauna4 Turismo5 Etnozoneamento5.1 Introdução5.2 Zona de produção5.2.1 Descrição5.2.2 Objetivo geral8.2.3 Objetivos específicos5.2.4 Resultados esperados5.2.5 Indicadores de resultados5.2.6 Normas gerais5.2.7 Atividades060808101112121415151616171818192022242426262626262727295.3 Zona de proteção integral5.3.1 Descrição5.3.2 Objetivo geral5.3.3 Objetivos específicos5.3.4 Resultados esperados5.3.5 Indicadores5.3.6 Normas gerais5.3.7 Atividades5.4 Zona de caça5.4.1 Descrição5.4.2 Objetivo geral5.4.3 Objetivos específicos5.4.4 Resultados esperados5.4.5 Indicadores5.4.6 Normas gerais5.4.7 Atividades5.5 Conclusão6 Entorno da Terra Indígena Ipixuna6.1 Humaitá6.1.1 Economia6.1.2 Infra-estrutura urbana e serviçospúblicos6.1.3 Energia6.1.4 Comunicação6.1.5 Segurança pública6.1.6 Saúde6.1.7 Educação6.1.8 Eventos culturais6.1.9 Aspectos ambientais emHumaitá6.2 Terra Indígena Pirahã6.2.1 Aspectos culturaisAdornos303030303030303032323232323233333436363737373738383839394040404


ArmasMoquénsTransportesCamas6.2.2 Censo populacional6.2.3 Alimentação e agricultura6.2.4 Infra-estrutura / agricultura ecriação de animais de pequenoe médio porte nas aldeiasAldeia Forquilha GrandeAldeia PereiraAldeia QuatáAldeia Santa CruzAldeia FlechalAldeia Paia6.2.5 Associativismo6.2.6 Ação governamental6.2.7 Importância da Terra IndígenaPirahã para a Terra IndígenaIpixuna e as unidades deconservação de entorno7 Plano de gestão7.1 Introdução7.2 Objetivo geral7.2.1 Objetivo específico7.3 Justificativa7.4 Organograma de gerenciamento doplano de gestão ambiental da TerraIndígena Ipixuna7.5 Coordenação compartilhada7.6 Coordenação com responsabilidade eapoio7.7 Administração e finanças414141414246464648484849495050515252545454555656577.8 Educação, cultura, estudos e pesquisa7.9 Saúde7.10 Desenvolvimento econômicosustentável7.11 Proteção ambiental7.12 Associação Indígena Kwarantã7.13 Avaliação8 Programas8.1 Programa de relações públicas8.2 Programa de desenvolvimentoeconômico sustentável8.3 Programa de proteção ambiental8.4 Programa de resgate cultural8.5 Programa de educação ambiental naterra indígena e na área de entorno8.6 Programa de educação8.7 Programa de saúde8.8 Programa de estudos e pesquisa8.9 Operacionalização8.9.1 Administração e manutenção8.10 Manunteção do escritório da FUNAIe da Associação Indígena Kwarantã9 Plano de sustentabilidadeTabela 1 - VegetaçãoTabela 2 - IctiofaunaTabela 3 - MastofaunaTabela 4 - HerpetofaunaTabela 5 - AvifaunaBibliografia575858596363646464656769707071727375767780818283975


1 APRESENTAÇÃOO Diagnóstico Etnoambiental Participativo, o Etnozoneamento e o Plano de Gestão da TerraIndígena Ipixuna foi elaborado nos anos de 2005 a 2006 pela Kanindé – Associação de DefesaEtnoambiental em parceria com a OPIPAM - Organização do Povo Indígena Parintintin doAmazonas, com a finalidade de servir como instrumento de planejamento de Gestão Ambientalda Terra Indígena.Para sua realização contamos com o apoio da USAID – United States Agency InternationalDevelopment e Amigos da Terra da Suécia, que alocaram recursos para complementar oslevantamentos do Diagnóstico e realizar o Plano de Gestão Ambiental da Terra Indígena Ipixuna.Importante e necessário registrar a parceria da FUNAI – Fundação Nacional do Índio – e daOPIPAM - Organização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas.O presente documento é o resultado de pesquisas bibliográficas, levantamentos de campo,imagens satélites, informações coletadas junto ao povo indígena Pykahu – Parintintin, realizadoscom a participação de pesquisadores não indígenas e indígenas, contando ainda com o apoiode funcionários da FUNAI.Neste livro o leitor irá encontrar informações sobre a etno-história, a fauna, a vegetação, meiofísico e a socioeconomia da Terra Indígena Ipixuna. Informações relevantes para a proteção doterritório indígena e da cultura do povo Pykahu – Parintintin do Amazonas.6


2 ETNO-HISTÓRIA2.1 OS PYKAHU/PARINTINTINDO AMAZONASOs Pykahu – Parintintin do Amazonas são falantes da família lingüística Tupi Kawahib, patrilinear,sua organização social é de metades exogâmicas com nomes de pássaros – Mytum ouMytunynguera (Mutum) e Kwandu (Gavião Real).O nome Pykahu significa Avoante, um pássaro que existe na região do rio Madeira, nome esteque os jovens só vieram a conhecer durante o diagnóstico etnoambiental e o etnozoneamento.Já o nome Parintitin acredita-se que tenha sido dado pelos Munduruku e signifique os quehabitam mais ao norte. Possuem uma população de aproximadamente 54 indivíduos.A primeira referência histórica aos Kawahib data do final do século XVIII quando, de acordocom pesquisa de Nimuendaju (1924), eles estavam localizados na confluência dos rios Arinose Juruena, formadores do Tapajós. No final do século XIX e inicio do XX travaram diversas lutascontra os seringueiros. Com a morte de seu chefe Byahú, os Pykahu – Parintintin se dividemem três grupos: o do seu filho Pyrehakatú, que passou a ocupar o vale do Ipixuna; o de Diai’í,que ocupou a região do alto Maici (onde Nimuendaju estabeleceu o Posto de Pacificação doServiço de Proteção aos Indigenas - SPI); e o de Uarino (Quatro Orelha) que ocupou a boca dorio Machado.8


Em 1922 o Serviço de Proteção aos Indigenas foi chamado para fazer o contato com um grupode Pykahu – Parintintin que viviam perto de uma região do seringal de Manuel Lobo conhecidacomo Três Casas. Já na década de 70 a FUNAI – Fundação Nacional do Indio instalou um PostoIndígena no local.O contato pôs fim às hostilidades com outros indígenas e regionais, no entanto proporcionouuma série de epidemias como sarampo e gripe que vitimou dezenas de Pykahu – Parintintin,reduzindo drasticamente sua população, comprometeu seu território e sua cultura e os tornoudependentes do poder econômico da região, contribuindo para o desaldeamento de umgrande número de indígenas, que vivem na cidade de Humaitá, Manicoré, Borba, Terra IndígenaAndirá e Manaus, no estado do Amazonas, e Ji-Paraná, Calama, Porto Velho, Terra IndígenaIgarapé Lourdes e Itapoã D’Oeste, no estado de Rondônia, em busca de acesso à educação eatendimento à saúde.Nimuendaju registra de forma passageira que, apesar de suas precauções, “... o catarro espalhou-seentre eles logo após os primeiros contatos...”No final dos anos 1990 tiveram seus territórios regularizados e passaram a se articular politicamentee a fazer parcerias em busca do etnodesenvolvimento e da valorização de sua cultura.9


2.2 A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇOOs Pykahu – Parintintin, habitantes da Terra Indígena Ipixuna no período do diagnóstico, viviamem duas aldeias às margens do rio Ipixuna – Canavial e Canavial II.A comunidade administra recursos próprios de trabalhos com coleta de castanha, açaí, pescado,agricultura (mandioca, milho, amendoim) e o turismo de pesca, que é uma atividade queestava iniciando no período em que o diagnóstico foi realizado.10


2.3 SITUAÇÃO FUNDIÁRIAA Terra Indígena Ipixuna apresenta uma área de 215.362,1079 ha (duzentos e quinze mil,trezentos e sessenta e dois hectares, dez ares e setenta e nove centiares) e perímetro de273.128,23 metros (duzentos e setenta e três mil, cento e vinte e oito metros e vinte e trêscentímetros), situada no município de Humaitá, Estado do Amazonas, homologada pelo Decretode 3 de novembro de 1997.Os Pykahu – Parintintin possuem um forte vínculo com seu espaço territorial, identificam oslocais das aldeias como “Ga´gwyr” que passam a ser propriedade de seus filhos e filhas. Lugaresonde andam ao longo dos rios e igarapés são “ga-yvy” – lugar do chefe do grupo.Quem abriu todos os lugares da área e que justifica a justa reivindicação e direito do grupo àregião que habita foi o lendário Taraveapoa’í. Ele veio, segundo o mito, de uma região ondenão existiam árvores, nem terra, só água. Embarcou com seus seguidores em uma canoa e ficoutrês dias e três noites sem ver terra. Depois subiu o rio até chegar ao Madeira, de onde chegouao rio Marmelos. Quando chegou ao Maicí parou no lugar denominado Imoko, fez uma casa euma roça. Em seguida, segundo a história foi de lugar a lugar; em cada lugar permaneceu umtempo, até ficar enjoado e ir embora, rio acima. Ele deu nome aos lugares segundo suas característicase fatos lá ocorridos. Depois os chefes dos grupos locais ocuparam os sítios que foramabertos por Taravepoa’í.Este antepassado, que têm status de mito, forneceu aos Pykahu - Parintintin a posse da terraque ocupam e depois foi embora, rio acima, “na terra em frente de nós” - “Tenoudeuhu” - ondeestabeleceu outros povos, talvez, conforme contam, os Uru-Eu-Wau-Wau. (Levinho, 1990).11


2.4 COSMOLOGIAA cosmologia Pykahu – Parintintin tem como expressão central o mito de Pindova’úmi’ga(ou Mbirova’úmi’ga), o poderoso ancestral chefe/xamã que criou a Gente do Céu(Yvága’nga) que aparece para os xamãs em suas cerimônias. Na narrativa mítica,Pindova’úmi’ga vai sucessivamente ao céu, ao rio, no subsolo e ao interior de umaárvore, encontrando-os já ocupados por, respectivamente, muitos espíritos, peixes, fantasmase abelhas. Ele ergue então sua casa do trecho de floresta mais fértil para o segundonível do céu, que ainda estava vazio, onde ele e seu filho se tornam a Gente do Céu.2.5 PRÁTICAS RELIGIOSASA cura com plantas era feita por um xamã (ipají) em uma cerimônia chamada tocaia (“caçadacega”). O ipají deveria entrar em transe em um pequeno cômodo (tocaia) na praça, fazendouma viagem espiritual em todos os patamares do cosmos para convencer os espíritos a viremsoprar no paciente e recuperá-lo. Um outro xamã poderia sair da tocaia e conversar com osespíritos.As regiões visitadas pelo xamã em seu transe correspondem aos patamares do cosmos visitadospor Pindova’úmi’ga. A viagem é concluída com uma visita de convencimento à Gente do Céu,e por fim ao próprio Pindova’úmi’ga. Cada espírito poderia se anunciar com uma canção específica(entoada através da voz do ipají na tocaia), e era respondida pelo ipají que estava fora,que deveria pedir sua ajuda.O sonhar é estreitamente associado ao xamanismo. Um ipají ou um aprendiz podem encontrarespíritos em seus sonhos. Pessoas comuns podem ter sonhos premonitórios, principalmenterelativos a sucesso em caçadas, ou à doença e morte. Mas um xamã pode controlar a chegadado futuro em seus sonhos. Os Ipají, inclusive, nasciam por meio de sonhos: um ipají poderiasonhar com um espírito particular, ou com uma Gente do Céu, que anunciava seu nascimentode uma mulher específica. O próximo filho dessa mulher então seria destinado ao aprendizadodo xamanismo pelo xamã que sonhou, e o espírito que renasceu nele poderia ser seu12


upigwára, o espírito agente de seu poder.O rito religioso central dos Pykahu – Parintintin é a cerimônia de cura por um ipají, mas já não émais praticada. A cadeia de transmissão do conhecimento xamanístico foi quebrada pela morteprematura de muitos xamãs por epidemias após o contato. Muitas das crianças sonhadas peloúltimo ipají ainda estão vivas, mas ele morreu antes que pudesse transmitir-lhes seu conhecimento.São referidas as presenças de alguns seres extraordinários que existem na região mais central daTerra Indígena, na região de igarapé Sucuriju e de Campo/Cerrado: Jakaredjawara, que possuimão, pés e cabeça de onça e o resto do corpo é como um jacaré; a Boikaguhua, descrita comoa “cobra grande do campo” e a Tukanapeywa, cuja presença indica grande fartura, conhecidocomo “piolho de cobra”.A prática acima referida tem desaparecido após o contato com o não índio e principalmenetenos últimos anos devido à presença missionária na terra indígena. Os indígenas citam a JOCUM(Jovens Com Uma Missão) como uma das missões presentes na Terra Indígena, e falam que osmissionários tem atuado onde o Estado Brasileiro deixa de cumprir o seu papel.A Missão ANTIOQUIA entre os índios Pykahu – Parintintin (ligada à JOCUM), tem atuado naeducação, alfabetizando os indígenas e nos trabalhos de evangelização, embora isto não sejadito de maneira clara, e os Parintintin tenham dito aos missionários para não misturaremeducação com religião.O Yrerua – Festa do Guerreiro era realizada quando os Pykahu – Parintintin conquistavamterritórios dos seringueiros que invadiam sua área, e não se realizava há 60 anos. Durante o diagnóstico,os mais velhos foram pagos para ensinar o ritual aos mais jovens. Desde esta época osindígenas vem realizando a festa todos os anos. Além das festas tradicionais, celebram tambémas datas cívicas nacionais, como o Sete de Setembro, e as festas religiosas, como Santo Antôniona Aldeia Traíra, e São José na Aldeia Pupunha, Nossa Senhora Aparecida e o Natal, além dedatas festivas como aniversários.13


2.6 PRODUÇÃO E FONTE DE RENDAAs principais fontes de renda atualmente têm origem na prestação de serviços em contratoscom o poder público e nos programas sociais e políticas públicas governamentais, entre osquais a FUNASA, SEMED, FUNAI e o Auxílio Maternidade e Bolsa Família, e o excedente daprodução que é vendido no mercado da região.São coletores de patuá, açaí, tucumã, bacaba, buriti, pupunha e castanha e produtores defarinha que é vendida para o mercado consumidor de Humaitá. Praticam a pesca artesanal nosrios e igarapés, sendo os peixes vendidos na região.Possuem criações de pequenos animais, patos, galinhas e porcos. Cultivam frutíferas (banana,manga, caju, laranja, limão, cacau, goiaba), além de possuirem roçados onde são plantadosmacaxeira, batata, jerimum, melancia, cana, mandioca, pimenta, milho, cará e abacaxi.As mulheres produzem artesanatos que são vendidos na cidade.Devido a dificuldade de transporte para escoamento, pouco é produzido.14


2.7 SAÚDEO atendimento a saúde pela FUNASA é precário e os indígenas usam a medicina tradicionalcomo ervas e raízes para os problemas de saúde de menor gravidade.O agente indígena de saúde foi capacitado pela JOCUM (Jovens Com Uma Missão) em microscopia,os missionários também têm levado medicamentos para a aldeia e deixado para osindígenas, que não possuem qualificação profissional para ministrar medicamentos.Não existe posto de saúde, nem profissionais de saúde nas aldeias, o atendimento quandoocorre funciona na escola.2.8 EDUCAÇÃONa aldeia do Canavial o ensino fundamental é ministrado em uma escola construída em madeira.A professora é uma pedagoga (não indígena), que vem tentando viabilizar o ensino bilingue,o problema é que ela não fala o Tupi Kawahib.15


3 LEVANTAMENTOSBIOLÓGICOS E MEIO FÍSICO3.1 MEIO FÍSICOA Terra Indígena Ipixuna está inserida no grande domínio geológico denominado de BaciaAmazonas-Solimões que engloba 3 unidades geológicas do Cenozóico (Há - Aluviões Holocênicos,TQs - Formação Solimões e Hai - Aluviões Indiferenciados Holocênicos).Os estudos caracterizaram o solo da Terra Indígena como:• Ga (Gleissolo Háplico Alumínico associado com Neossolo Flúvico Distrófico e PlintossoloHáplico);• PTa1 (Plintossolo Pétrico associado com Plintissolo Argilúvico Alumínico e Argissolo VermelhoAmarelo Alumínico);• PTa2 (Plintossolo Argilúvico associado com Plintossolo Háplico e Latossolo Amarelo podzólicoAlumínico);• PTa3 (Plintossolo Argilúvico Distrófico associado com Plintossolo Háplico Distrófico e ArgissoloVermelho Amarelo Alumínico);• LAa (Latossolo Amarelo Alumínico textura média associado com Latossolo Amarelo Alumínicotextura argilosa e Neossolo Quartzarênico);• PVa1 (Argissolo Vermelho Amarelo Alumínico associado com Latossolo Vermelho AmareloAlumínico e Cambissolo Háplico Alumínico);• PVa2 (Argissolo Vermelho Amarelo Alumínico associado com Latossolo Amarelo Alumínico,Latossolo Vermelho Alumínico e Cambissolo Háplico).16


3.2 VEGETAÇÃOA cobertura florestal da área é representada por seis fitofisionomias diferentes, sendo que suamaioria é composta por: 1) Floresta ombrófila densa de terras baixas com dossel emergenteassociadas à floresta ombrófila aberta com palmeiras; 2) Floresta ombrófila densa aluvial dedossel emergente e 3) Floresta ombrófila aberta de terras baixas, associada com influênciafluvial e/ou lacustre-arbustiva com palmeiras (RADAMBRASIL, 1978).Foram cadastrados na área de estudo 2.060 indivíduos, sendo que as árvores reconhecidasvulgarmente como Abiu cascudo, Arara cacau, Libra, Mara vovô, Mirassacaca, Mirassacacabranca e Vicente, totalizaram 107 indivíduos que não foram identificados em nível de espécie.Dessa maneira, a identificação taxonômica da composição florística nos cinco hectares de terrafirme correspondeu a 1.953 indivíduos, distribuídos em 39 famílias botânicas, 102 gêneros e141 espécies. Ver Tabela 1 - pág 77.17


3.3 ICTIOFAUNADurante o inventário preliminar de ictiofauna foram capturados um total de 207 exemplares.Estes números estiveram distribuídos em 3 ordens, 15 famílias, 27 gêneros e 35 espéciesrepresentados neste trabalho por 54% Characiformes, 31% Siluriformes e 15% Perciformes.Ver Tabela 2 - pág 80.3.4 AVIFAUNAOs trabalhos de campo desenvolvidos na Terra Indígena Ipixuna, no Município de Humatá- AM, resultaram em uma lista de 348 espécies de aves, distribuídas em 65 Famílias. AsFamílias mais representativas quanto à riqueza de espécies foram: Tyrannidae (39 spp),Thamnophilidae (28 spp), Thraupidae (24 spp), Psittacidade (15 spp) e Dendrocolaptidae eAccipitridae, ambas com 14 espécies. Foram coletados 231 espécimes representando 109espécies, os quais encontram-se depositados nas Coleções Ornitológicas do Museu ParaenseEmílio Goeldi.Alguns dos registros realizados devem ser ressaltados: a espécie Pionopsitta barrabandi (curica-de-bochecha-laranja),é aqui registrada pela primeira vez para a margem direita do rio18


Madeira e conseqüentemente esse é o primeiro registro da espécie para o interflúvio Madeira-Tapajós. Também se ressalta a observação de um indivíduo de Simoxenops ucayalae (limpafolha-de-bico-virado),considerada uma espécie especialista em bambus, configurando-se oprimeiro registro da espécie no estado do Amazonas e especificamente no inteflúvio Madeira-Tapajós. Por fim, a identificação de uma nova espécie para a ciência pertencente ao gêneroHerpsilochmus (Thamnophilidae), relacionado ao grupo “atricapillus”, a qual será formalmentedescrita no futuro, tendo em vista que estudos taxonômicos mais detalhados sobre esse táxonjá foram iniciados.A avifauna amostrada apresenta vários níveis de endemismos (Haffer, 1985; Haffer, 1990).Das 348 espécies registradas, 83, ou seja, 23,85% são endêmicas da Amazônia, das quais 06(Pyrrhura perlata, Rhegmatorhina hoffmannsi, Skutchia borbae, Conopophaga melanogaster,Dendrocolaptes hoffmannsi e Lepidothrix nattereri), estão restritas à sub-região zoogeográficaMadeira-Tapajós (Stotz et al., 1996). Ver Tabela 5 - pág 83.3.5 HERPETOFAUNAForam registrados treze espécies de anfíbios e vinte e duas de répteis, sendoViperidae 10%, Boidae 40%, Elapidae 10% e Colubridae 40%. A maioria das espécies derépteis, principalmente lagartos, foram apenas observadas. Ver Tabela 4 - pág 82.19


3.6 MASTOFAUNAForam registrados 48 avistamentos distribuídos em 14 espécies diferentes. O destaque maior éda comunidade de primatas que ocorre na área de estudo, com um total de sete espécies demacacos que variam de pequeno porte (Soim - Mico emiliae, médio porte Chambeta - Samiriustus, e Macaco-prego - Cebus apella) a grande porte (Macaco-aranha - Ateles chamek).A espécie de primata macaco-barrigudo (Lagothrix lagotricha) foi confirmada através de vocalizaçõesouvidas durante o trabalho de levantamento, porém, não foi possível a sua visualização.A ocorrência de primatas de grande porte ressalta a hipótese de que a área encontra-se bempreservada, pois são espécies sensíveis a perturbações de seu habitat.Foram encontradas pegadas de anta (Tapirus terrestris) adulta e de um filhote, foi observadauma toca recente e pegadas de tatu-canastra (Priodontes maximus). Observado umcupinzeiro atacado por um tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) onde foi possívelobservar rastros e marcas deixadas no momento de alimentação. Encontradas pegadas de20


tamanduá-mirim ou manbira (Tamandua tetradactyla).Observadas fezes e pegadas de cateto (Pecari tajacu) e em alguns locais foi possível observartambém pegadas de queixadas (Tayassu pecari), evidenciando a presença dessas duas espécies.O registro de paca (Agouti paca) foi feito através de três animais abatidos pelos indígenas emocasiões diferentes.Três confirmações de ocorrência devem ser ressaltadas, tamanduá-bandeira - Myrmecophagatridactyla, tatu-canastra - Priodontes maximus e onça-pintada - Pantera onça, por se trataremde espécies que constam como vulneráveis na lista oficial do IBAMA (2003), sendo que asespécies M. tridactyla e P. maximus constam como vulneráveis também na lista da IUCN. Já aespécie P. onça consta como “perto da ameaça” (Near Threatened) pela lista da IUCN (TheIUCN Red List of Threatened Species). Ver Tabela 3 - pág 81.21


4 TURISMOO estudo realizado tinha como objetivo uma análise comunitária no que se refere à percepção,aceitação e expectativas do turismo na Terra Indígena Ipixuna.Visto/considerando que o reconhecimento/conhecimento da comunidade entrevistada/receptorasubsidia o planejamento, orientando assim as fases de implantação e monitoramento (Leandroet al, 2007), sendo, portanto, determinantes para o sucesso da proposta (Borges, 2003).Os dados foram coletados com a utilização de questionários de linguagem simples e direta,entrevista informal e registros fotográficos. Tendo como universo amostral 16 indígenasresidentes na aldeia Canavial, sendo 43,75% do sexo feminino e 56,25% do sexo masculino.A comunidade demonstrou pouco conhecimento sobre a atividade de turismo. No levantamentorealizado, diante da possibilidade de opinar para o desenvolvimento de atividades22


elacionadas ao turismo, 25% disseram que proibiriam a realização doturismo na Terra Indígena, 50% afirmaram que estimulariam o desenvolvimentodo turismo e 25% preferiram não opinar.Durante a validação do diagnóstico, estes reforçaram o desejo de desenvolvera atividade, sendo recomendado:• A comunidade deve optar e se manter centrada em planejamento e tomadade decisões participativas, possibilitando que um número cada vez maior deindígenas participe da construção de um modelo de turismo adequado àsnecessidades e potencialidades locais;• Por tratar-se de uma atividade de base local, o ecoturismo deverá ser oprincipal segmento considerado;• Realizar oficinas de capacitação, onde poderão ser apresentadas e discutidasas melhores alternativas para a implementação de atividades turísticas,evitando assim que essas comunidades padeçam por tomadas de decisõesequivocadas;• A observação de aves (Birdwatching) entre outras potencialidades ecoturísticas,surge como alternativa econômica significativa.• Concentrar esforços na observação e compreensão de destinos turísticosde base local já existentes, buscando alternativas para minimizar os impactosnegativos;• Optar pela divisão justa de recursos advinda do turismo, evitando assiminúmeros conflitos sociais que geralmente são presenciados em outras localidades;• Elaborar um Plano de Viabilidade Econômica;• Elaborar plano de ecoturismo;• Caso opte-se por atividades de pesca esportiva é indispensável a elaboraçãode um estudo detalhado do potencial pesqueiro (elaborado por profissionaisda área de Ictiofauna), que possa embasar adequadamente as decisões dacomunidade, principalmente quanto à realização ou não da atividade;• Analisar as possibilidades de inserção de Quelônios às atividades turísticas;• Elaborar um manual de conduta para os visitantes;• Buscar junto ao poder público a realização/inserção de discussões relacionadasao turismo em Terras Indígenas.23


5 ETNOZONEAMENTO5.1 INTRODUÇÃOO etnozoneamento foi realizado com o objetivo de definir o uso e a gestão da Terra IndígenaIpixuna.Como subsídio foi utilizado o Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Ipixunae os resultados obtidos com a validação dos estudos feitos pelos pesquisadores indígenas e nãoindígenas. A linguagem é simples, pois este é um instrumento de gestão a ser utilizado pelacomunidade e suas organizações.Realizado e validado o diagnóstico pela comunidade indígena, o passo seguinte foi a elaboraçãodo etnozoneamento, que será utilizado como instrumento para a gestão territorial daTerra Indígena Ipixuna.O etnozoneamento é um instrumento técnico político (Correia, 2007), que será utilizado pelosPykahu - Parintintin para garantir a implementação do Plano de Gestão de seu território.Antes da oficina para a definição do Etnozoneamento foram realizadas atividades de capacitaçãovoltadas para o resgate da cultura. Durante um mês dois indígenas mais velhos ensinaramos mais jovens como preparar a Festa do Guerreiro - Yrerua, neste período aprenderam a confeccionarflechas, vestimenta tradicional e a dançar o Yrerua.Na oficina para a elaboração do etnozoneamento foi realizada uma festa cultural que nãoocorria há 60 anos. O primeiro Yrerua realizado na aldeia Canavial teve o valor de resgatarritos que haviam sido guardados no tempo, sem que os jovens tomassem conhecimento de suaimportância.24


Os Pykahu - Parintintin discutiram com os técnicos os conceitos do que seria o etnozoneamento,depois se dividiram em grupos, sendo criados três grupos de trabalho para definirem comoseria feita a gestão da terra indígena.Cada grupo tinha como atividade desenhar seu território e definir como deveria ser o uso domesmo. A todos foram fornecidos mapas que foram desenhados pelos indígenas durante asoficinas do diagnóstico etnoambiental e haviam sido digitalizados no escritório da Kanindé.Cada grupo desenhou um novo mapa e decidiu as normas de utilização do território indígena.Após os trabalhos de grupo, a comunidade se reuniu e foram realizadas as apresentações decada grupo. Estas apresentações foram feitas por um ou mais indígenas escolhidos no grupo. Ostécnicos da Kanindé só se manifestavam se solicitados pelos apresentadores.Realizadas as apresentações, o passo seguinte foi cruzar as informações e devolver para aplenária, para que esta pudesse decidir o que era melhor para a comunidade e o territórioindígena. Havendo sempre a busca do consenso.O tema polêmico foi o do turismo, pois parte da comunidade não concordava, por argumentarque este só beneficiava alguns líderes indígenas. Após muita discussão se chegou ao consensode que este deveria ser desenvolvido, mas que antes os indígenas deveriam ter um Plano deTurismo, onde todos pudessem ser beneficiados.Os Pykahu - Parintintin definiram que a cada dois anos fariam a avaliação se estavam respeitandoo etnozoneamento e o que já havia sido alcançado desde sua elaboração, definindoainda que na Terra Indígena Ipixuna só houvessem três Zonas: Produção, Proteção e Caça.A implementação do etnozoneamento ficou como dever da comunidade, porém os lideres eos diretores da Kwarantã – Associação do Povo Indígena Parintintin da Terra Indígena Ipixunaficaram com a responsabilidade de divulgar e implementar, fazendo com que todos da comunidadetivessem acesso e conhecimento do que fora decidido.Para cada Zona criaram e definiram normas de utilização, que são a seguir descritas. O mapafinal com as três zonas consta no verso da capa desta publicação.25


5.2. ZONA DE PRODUÇÃO5.2.1 DescriçãoA zona de produção da Terra Indígena Ipixuna foi definida pelos Pykahu - Parintintin como aparte do território indígena que será utilizada para o extrativismo, a agricultura, o ecoturismo equaisquer outras atividades produtivas.Nesta estarão localizadas as roças, as moradias, as atividades de manejos e as ações voltada àprodução sustentável.5.2.2 Objetivo GeralDesenvolver de forma sustentável as ações voltadas à produção econômica e à geração derenda.5.2.3 Objetivos Específicos• Sediar residência para funcionários da FUNAI/Saúde/Educação, escola, posto de saúde, alojamentopara pesquisadores, posto de fiscalização, casas para receber turistas, barracões paracolocar a produção e qualquer outra infra-estrutura necessária para apoiar a comunidade;• Controlar acessos para as aldeias e interior da Terra Indígena Ipixuna;• Promover o manejo florestal de uso múltiplo, extrativismo e desenvolvimento de agriculturaou outras atividades produtivas;• Desenvolver o ecoturismo.5.2.4 Resultados esperados• Construídas as residências, Postos de Saúde, Escolas, Centro de Vivência e Postos Indígenasvalorizando a arquitetura indígena;• Postos de fiscalização construídos valorizando a cultura indígena, equipados e com recursoshumanos atuando na defesa da terra indígena;• Indígenas desenvolvendo o manejo florestal de uso múltiplo e com seus roçados produzindode forma sustentável;• Matas ciliares protegidas;• Atividades de ecoturismo sendo desenvolvidas respeitando a cultura e o meio ambiente.26


5.2.5 Indicadores de resultados• Número de roças manejadas;• Mata ciliar protegida;• Número de construções realizadas valorizando a cultura indígena;• Plano de Manejo florestal de uso múltiplo sendo executado;• Número de turistas que visitaram a terra indígena;• Produção colhida;• Escola e posto de saúde funcionando com profissionais contratados pelo Estado ou município.5.2.6 Normas Gerais• Realizar ações e atividades voltadas para o resgate de cultura;• A infra-estrutura necessária para as atividades apontadas para esta Zona deverá ser implementadanas aldeias Canavial e Canavial II e nas áreas definidas para os postos de fiscalização;• As construções voltadas para a atividade de turismo devem valorizar a cultura indígena, devendoficar afastadas das aldeias para não interferir no dia-a-dia do indígena;• A entrada de turistas na terra indígena obedecerá à regulamentação legal de entrada em terraindígena, definida pela FUNAI, e só poderá ocorrer com autorização da comunidade, que comunicarápor escrito à Associação Indígena e a FUNAI;• Os turistas deverão ser acompanhados sempre por guias indígenas, que serão escolhidos pelacomunidade;• Os guias indígenas deverão ser capacitados para as atividades de turismo;• Os recursos adquiridos com a atividade de turismo deverão beneficiar toda a comunidade eser utilizados em projetos que beneficiem o povo e a terra indígena;• As atividades de manejo florestal devem ter o acompanhamento de técnicos que deverãoelaborar os planos de manejo florestal de uso múltiplo;• A agricultura deve ter o acompanhamento de técnico;• Os indígenas devem ser capacitados para atuarem nas atividades a serem realizadas na terraindígena, para que no futuro não seja necessário a contratação de não índios;• Todas as atividades desenvolvidas devem ter o componente cultural como parte integrantedas mesmas.27


5.2.7 Atividades• Recuperação da mata ciliar com espécies da vegetação nativa;• Resgate cultural, com ênfase no ensino da língua materna;• Construção de toda infra-estrutura necessária na terra indígena;• Manejo florestal de uso múltiplo, em especial do açaí, babaçu, andiroba, breu e castanha;• Construção de barcos e canoas para a comunidade e para venda a não indígenas;• Criação de animais silvestres;• Desenvolvimento de um programa de educação ambiental para o interior e entorno da terraindígena;• Desenvolvimento e implantação do Plano de Ecoturismo;• As instalações voltadas ao turismo deverão ser construídas no local onde havia o posto doSPI - Serviço de Proteção ao Índio;• Apoio ao escoamento da produção;• Manejo de roças;• Educação formal e de valorização cultural com contratação dos indígenas mais velhos paraatuarem como professores da língua materna e da cultura Pykahu - Parintintin;• Fiscalização e vigilância no limite e interior da terra indígena;• Desenvolvimento de pesquisas voltadas a atividades produtivas;• Capacitação em vigilância e fiscalização, turismo, gestão, administração, prestação de contas,agroecologia, legislação ambiental e indigenista, conservação ambiental entre outros temas;• Valorização da medicina tradicional, que deve ser utilizada nas ações de saúde desenvolvidasna terra indígena;• Atendimento a saúde indígena;• Construção de Centro Cultural;• Desenvolvimento e implantação de um Programa de resgate cultural;• Utilização na escola do Diagnóstico Etnoambiental Participativo e do Etnozoneamento.29


5.3 ZONA DE PROTEÇÃO INTEGRAL5.3.1 DescriçãoDefinida pelos Pykahu - Parintintin como a parte do território indígena onde será guardadapara preservar a natureza, não sendo permitida nenhuma atividade que cause danos ao meioambiente. As atividades indígenas estarão restritas a fiscalização e vigilância.5.3.2 Objetivo Geral• Preservar a natureza;• Proteger a região do Repartimento, por ser o local onde os peixes vão se reproduzir.5.3.3 Objetivos Específicos• Proteger os animais e a floresta;• Proteger as nascentes dos rios e igarapés;• Garantir a reprodução dos animais silvestres;• Proteger as margens dos rios e igarapés.5.3.4 Resultados esperadosProtegidas as regiões consideradas frágeis e que são criadouros de animais e peixes.5.3.5 Indicadores• Animais sendo avistados facilmente;• Floresta preservada;• Águas sem contaminação de agrotóxicos e sem lixo jogado nos rios e igarapés;• Locais que sejam bonitos e preservados.5.3.6 Normas Gerais• Proibido o desmatamento ou atividades humanas que provoquem danos à natureza;• A pesquisa só será permitida no caso de não haver a possibilidade de ser realizada em outroslocais.5.3.7 Atividades• Realizar vigilância e fiscalização para impedir a entrada de invasores;• Orientar os Pirahã para não queimarem as margens dos rios e igarapés, durante a coleta deprodutos da natureza.30


5.4 ZONA DE CAÇA5.4.1 DescriçãoLocais destinados a caça de subsistência ou provenientes do manejo, respeitando o período dereprodução dos animais.5.4.2 Objetivo GeralCaça de subsistência realizada de maneira controlada e desenvolvimento da criação de animaissilvestres.5.4.3 Objetivos Específicos• Desenvolver o manejo de fauna;• Respeitar o período reprodutivo dos animais;• Desenvolver pesquisas sobre a fauna;• Monitorar a fauna da Terra Indígena Ipixuna;• Caçar e pescar apenas para alimentação ou gerar renda para a comunidade dentro da atividadede manejo.5.4.4 Resultados esperados• Fauna manejada e garantida sua reprodução;• Caça e pesca garantida para as gerações futuras;• Pesquisa de fauna sendo desenvolvida na terra indígena;• Indígenas criando animais silvestres e obtendo aumento na renda familiar com a venda destesanimais.5.4.5 Indicadores• Número de animais caçados;• Número de pesquisa de fauna desenvolvida;• Aumento da presença de animais na região onde se desenvolver as caçadas;• Número de projetos de criação de animais silvestres desenvolvidos;• Quantidade de peixes pescados.32


5.4.6 Normas Gerais• Não será permitida a caça e a pesca por não indígenas, caso o(a) indígena seja casado(a)com o não indígena e este viver no interior da terra indígena, este terá direito a caçar para suasubsistência e a criar animais silvestres para a comercialização;• Serão respeitados os períodos reprodutivos;• Permitido o manejo da fauna;• Serão apoiadas atividades de pesquisa sobre fauna;• O indígena não poderá convidar não indígenas para caçar ou pescar na TI, caso isto ocorra acomunidade tem o direito de retirar esta pessoa do território indígena;• É permitido o desenvolvimento de projetos de criação de animais silvestres;• A venda de animais silvestres só poderá ocorrer se esta fizer parte de um plano de criação deanimais silvestres e devidamente licenciada pelo órgão ambiental responsável;• A pesca esportiva e Birdwatching (observação de aves) só poderão ser realizadas pelo turistase houver a permissão da comunidade indígena e apenas dentro da área destinada ao turismo.Esta atividade deve ser normatizada dentro do Plano de Turismo da Terra Indígena Ipixuna.5.4.7 Atividades• Criação de animais silvestres;• Caça respeitando o período reprodutivo;• Fiscalização e vigilância para impedir a entrada de caçadores não indígenas;• Realização de plano de manejo da caça e pesca;• Desenvolvimento de programas e projetos de geração de renda voltados para a utilização dopescado obedecendo as normas ambientais;• Capacitação dos indígenas na criação de animais silvestres, no manejo da caça e nas atividadesvoltadas para o turismo.33


5.5 CONCLUSÃOA implementação e o sucesso do que foi definido e planejado depende do conhecimento eapropriação por parte da comunidade do etnozoneamento, para tanto recomendamos quesejam utilizados nas escolas os conhecimentos produzidos durante o diagnóstico etnoambientale o etnozoneamento.O envolvimento e apropriação deste instrumento por parte da FUNAI e de entidades que desenvolvematividades junto ao povo indígena é de suma importância para o que a execução doque foi planejado pelos Pykahu possa fazer parte do planejamento do órgão indigenista, dasinstituições públicas, organizações não governamentais e associações indígenas, garantindo orespeito às decisões tomadas pela comunidade.A avaliação precisa ocorrer conforme planejada, sendo fundamental para que se possa acompanhare, se necessário, traçar mudanças no que foi proposto.Recomendamos a publicação do material produzido e que este seja distribuído na rede públicade ensino e utilizado na escola indígena.34


6 ENTORNO DA <strong>TERRA</strong>INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>6.1 HUMAITÁA Terra Indígena esta inserida no município de Humaitá.Humaitá geograficamente situa-se na Região Norte do País, sendo a única cidade localizadaà margem esquerda do rio Madeira, no entroncamento mais importante dentro da AmazôniaOcidental, na conjunção das rodovias BR 319 (Porto Velho-Manaus) e BR 230 (Transamazônica).Tomando-se à jusante do rio Madeira chega-se em três dias à capital do Estado, indo-se àmontante leva-se um dia para atingir Porto Velho.Pelo critério geopolítico do IBGE, localiza-se na mesorregião Sul Amazonense (474.021,8 km²ou 30,18% do território do Estado e densidade demográfica de 0,50hab/km²), compreendidapelas microrregiões de Boca do Acre (65.612,3 km² - municípios de Boca do Acre e Pauini), doPurus (187.372,90 km² - municípios de Canutama, Lábrea e Tapauá) e do Madeira (221.036,6km² - municípios de Humaitá, Manicoré, Apuí, Borba e Novo Aripuanã).Seu nome é derivado da língua indígena tupi “Hu” (negro) “ma” (agora); “Ita” (pedra), ou seja,a pedra agora é negra. Inicialmente o povoado era chamado de Freguesia de Nossa Senhora doBelém do Humaitá, fundado em 15 de maio 1869 pelo Comendador português José FranciscoMonteiro, que lhe deu esse nome em homenagem a tomada de Humaitá, pelas forças brasileirasno Paraguai.36


6.1.1 EconomiaO municipio vive da produção agrícola, pesca, comércio e pecuária, com destaque para o comércio,as indústrias de transformação, construção e imobiliário.6.1.2 Infra-estrutura urbana e serviços públicosA captação e o abastecimento de água estão a cargo da Companhia de Saneamento do Amazonas– COSAMA, a captação é do tipo subterrânea, com potência instalada de 15 CV, possuindoum reservatório do tipo elevado com capacidade para 65m 3 .6.1.3 EnergiaA produção e distribuição de energia estão a cargo da Companhia Energética do Amazonas -CEAM, que mantém em Humaitá uma usina a diesel com 3 grupos geradores, somando umapotência total de 434 KVA.6.1.4 ComunicaçãoO município possui serviços de telefonia DDD, tendo como provedora a empresa TELEMAR.A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, agências para receptação e distribuição decorrespondências, bem como os serviços postais necessários à população.De acordo com http://www.citybrazil.com.br/am/humaita, extraído em 15.02.2005, em Humaitácirculam diversos jornais e revistas, tais como “O Estadão do Norte” e “Diário da Amazônia”,ambos com sede em Porto Velho-RO, e jornal “A Crítica” de Manaus.Há uma emissora de rádio “Rádio Vale do Rio Madeira” transmitindo na freqüência 670 KHz.E ainda as seguintes retransmissoras de TV: Rede Globo, Bandeirantes, Rede Vida e Rede BoasNovas. Conta com um Provedor de acesso a internet (http://www.dmknet.com.br).37


6.1.5 Segurança públicaConta com uma delegacia da Polícia Militar, destinada à manutenção da ordem e segurançapública, porém o efetivo é muito pequeno.6.1.6 SaúdeA Secretaria de Estado da Saúde - SUSAM, Unidade Mista (tipo IV), destinada a prestar atendimentode pronto-socorro, maternidade, atendimento cirúrgico, odontológico e hospitalar paraa população local e da periferia.Pelos dados de 2002, chega-se à conclusão que os serviços de saúde não podem ser consideradossatisfatórios, uma vez que no município a quantidade de profissionais é extremamentepequena, além de faltar equipamentos indispensáveis para a realização de exames e manutençãode vidas.Em conseqüência disso é muito comum o encaminhamento de pessoas doentes para outroscentros (Porto Velho, Manaus, etc.) que oferecem serviços mais avançados tecnologicamente emelhores condições de tratamento à saúde.6.1.7 EducaçãoEm conformidade com os resultados do Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE, noquesito população com idade de 15 anos ou mais, o Município de Humaitá apresenta um totalde 4.653 pessoas não alfabetizadas, o que corresponde 25% de pessoas da população nessafaixa, sendo que desse universo 18,3% estão na área urbana e 45,7% na zona rural.A Universidade do Estado do Amazonas - UEA mantém 01 Núcleo de Ensino Superior.A Universidade Federal do Amazonas, conforme informa http://www.ufam.edu.br/instituicao/pro_reitorias/proext/proext_ufam.html, extraído em 20.03.2005, tem instalado um CampusAvançado, fundado em 17 de dezembro de 1996.38


6.1.8 Eventos culturaisEm Humaitá são realizadas a Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, em 08 dedezembro, e a Expoagro, em junho, onde acontecem vaquejadas e exposição de máquinas eprodutos agrícolas.6.1.9 Aspectos ambientais em HumaitáO município possui Unidades de Conservação e Terras Indígenas que são de extrema relevânciapara a conservação e repartição de benefícios (Quadro 1 e 2).Quadro 1 - <strong>TERRA</strong>S INDÍGENAS EM HUMAITÁNomeIpixunaNove de JaneiroPirahãRio BrancoSapotiTanharim MarmelosTotalÁrea (ha)215.362228.777346.911...247.859497.5211.536.430População Situação Município54141179...65298737DemarcadaDemarcadaDemarcadaNão DemarcadaNão DemarcadaDemarcadaHumaitáHumaitáHumaitá e ManicoréHumaitá e ManicoréHumaitá e ManicoréHumaitá e ManicoréFonte: IBGE, Diretoria de Geociências – Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Cadastro deUnidades de Conservação e Terras Indígenas. Ministério da Justiça, Funai, Superintendência de Assuntos Fundiários.Anuário Estatístico do Amazonas. Seplan, 2004.Quadro 2 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM HUMAITÁNomeÁrea (ha)LocalizaçãoFloresta Nacional do Humaitá468.790HumaitáTotal 1.536.430 737Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências - Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Anuário Estatísticodo Amazonas. Seplan, 200439


6.2 <strong>TERRA</strong> INDÍGENA PIRAHÃ6.2.1 Aspectos CulturaisADORNOSOs colares são feitos de taboquinha, tentos, capim-miçanga, araticu-do-mato, miçangas, conchasdos rios e os pingentes podem ser de palha, pedaços de tucumã, dente de macaco, porcodo mato, onça e penas de tucano, arara, papagaio, mutum, bico de papagaio, coruja, unhade maracajá, pêlo de quatipuru, além de qualquer objeto pequeno que achem bonito comochaves, tampas de garrafas, tubos de remédios, botões, moedas, pedaços de plásticos, entreoutros.Os fios dos colares são de fibra de tucumã ou cordões de algodão obtidos com os não indígenas.Muitos destes materiais externos são obtidos com os missionários e moradores do entornoda terra indígena. Os anéis são feitos do fruto do tucumã de forma simples. As braçadeiras sãofeitas de palha, fios de algodão ou tira de pano. Os cocares são feitos de palha.Adornos em animais domésticosAs galinhas adquiridas com os não índios são enfeitadas com colares de tucumã com penas efitas amarradas nas pernas.40


ARMASAs flechas são feitas de taquara, taquari ou cana de ubá com ou sem plumagens e os arcos nãopossuem enfeites e são muito fortes. Utilizados na caça e pesca, poucos caçam com espingarda.Durante os levantamentos de campo fomos informados que os missionários dão espingarda emunição para que cacem trazendo caça para os mesmos, em troca de informações sobre osanimais que existem na região.Em “Alguns Aspectos da Ergologia Mura-Pirahã Rodrigues & Oliveira (1977)”, trazem uma descriçãodas armas utilizadas pelos Mura, grupo ao qual pertencem os Pirahã:“Com relação às flechas fazem-nas com ou sem emplumação, sendo esta última modalidade amais utilizada, pois, na maioria das vezes, pescam com arco e flecha, o que já não ocorre coma caça. Para este fim preferem os rifles calibre 16 e 20”.As observações de campo demonstraram que não houve quase nenhuma mudança nesta atividade,com exceção da utilização de rifles, pois conforme fomos informados só são utilizadosquando os missionários pedem, argumentam que não gostam de caçar com espingarda, pois obarulho espanta os bichos.MOQUÉNSUtilizam o jirau ou vara para moquém, onde assam a carne ou peixe. Já usam panelas e umapequena bacia (tampa de forno) onde torram a farinha.TRANSPORTESSe deslocam pelos rios por canoas construídas da casca das árvores maripá, copaíba ou jatobáe impulsionada por remos ou varejão (Rodrigues & Oliveira, 1977). Estas são muito estreitasdando a impressão que virarão com o peso. Alguns Pirahã compram canoas confeccionadaspelos regionais, nas quais usam motor de popa tipo rabeta.A canoa carrega entre 08 a 10 pessoas, que levam arcos e flechas, animais, latinhas e tudo queacham importante fazer parte da viagem.CAMASSão jiraus com 4 forquilhas e troncos de madeiras irregulares.41


6.2.2 Censo populacionalA informação sobre a população fornecida pela FUNASA é de 385 pessoas (ISA, 2008), noentanto durante os levantamentos de campo foram localizadas na terra indígena apenas 193indivíduos, sendo 105 mulheres e 88 homens.Os levantamentos foram feito via entrevista direta com a população que vive no interior daterra indígena, os não índios não foram contados como parte da população, até porque estaspessoas entram na TI para atender a saúde ou catequizar, não permanecendo muito tempo emseu interior. A exceção são os missionários que estão há 26 anos no interior da Terra Indígena,mas durante os levantamentos não se encontravam na região.Contamos ainda com o apoio do agente indígena de saúde que serviu como intérprete e tirouas dúvidas. O quadro 3 e 6 traz a população localizada nas aldeias, nas praias e barrancos daTerra Indígena Pirahã.Quanto à idade das pessoas, não são dados exatos, já que uns possuem registro da data denascimento nos boletins de saúde do Agente Indígena de Saúde e outros informaram a dataaproximada.42


Quadro 3 - ALDEIA AGÍOPÁI - FORQUILHA GRANDENOME SEXO DATA NASC. NOME SEXO DATA NASC. NOME SEXO DATA NASC.Né ge´béM03/09/2001NagaiaF27/05/1997PirarucúF16/11/1998OpisseM17/02/1985PiaíM+ de 50 anosPoltaoáóFPiga aqueM11/07/2000TauãF14/08/1977AitiapôF16/08/1999Pe é paroF17/02/1982DuduM+ de 60 anosIbaihuãF24/09/1967KaipéFNão informaramPoaíF13/03/2003PiahuêF+ de 60 anosHiabusiF20/05/1970PiaohoéF19/08/1925TousapáM+ de 50 anosHai HaiM23/05/1997Toe ToéM21/05/1925EagaiheM10/12/2002IóF02/02/1993ToauboguêF25/10/1990IoagaíF16/02/1995NhoiáíbaM01/11/2002Perauoaitai(Carlos)M+ de 50 anosIoapáF12/01/2001NiahaiM02/01/1995TapaiF+ de 50 anosKauhen EgueuF16/06/1996Oê (Amado)M10/06/1962ToêM29/06/1985I Sa HaiheF04/02/2005ThehuãF01/10/1999PiaibiF+ de 50 anosToêM04/03/1964ToehoeM11/04/1993HiaitabiM27/12/1952TohaipiuM18/01/1996ToihubaM08/02/1988TositisaiM17/05/1995KogenioF25/05/1994NhoóhoéM08/02/1996OhoêkáseM01/03/2003EssãoF14/08/1984TuehuêM13/06/1991Kaohíai / BarrozinhoM19/12/2000Meé (sarubá)M15/04/1967BocahaiF01/08/2004IpohoããM27/12/1981Poai (= Pacu)M13/06/2000IoáíbeF11/08/2000IoetabiF16/01/1982EssãoF+ de 30 anosMeguêM+ de 30 anosMaágaM16/03/1998AwhuêM16/04/2004ItabaF02/04/1984KabathêM25/03/1999IapôF18/05/1987KoaguearM02/08/2003HebegóiáiM05/12/1996EsiFOagai (Recém-nascido)F01/06/2005KaipóF22/04/2000PeáíM18/06/1983ApaêM19/01/1993KaáwéM10/07/1962EdgarM+ de 60 anosIoetáóhoageF04/09/0962PiaupuêF+ de 70 anosPeégar+ de 50 anosKobeoM13/05/1961PehóioM21/05/1994PariraF27/08/2003PiagueíM02/12/2002PiaibiF22/09/1962EbeéM01/09/2001ThiehuãF22/04/1999PeigaF+ de 70 anosAuheêF02/03/2004OeboibísaiF28/07/2000PoiuíMcerca de 80 anosPuita-vâoF11/04/199143


Quadro 3 - continuação Quadro 4 - ALDEIA PAIA Quadro 5 - ALDEIA SANTA CRUZNOME SEXO DATA NASC.NOMESEXOIDADE 2NOMESEXODATA NASC.PenhuimM20/04/1994PairaguáM50 anosBernardo (cacique)M60 anosPehoataiM24/09/1971BernardoM85 anosMaiguiporuamF60 anosTapaiF14/08/1980ToreamF45 anosNatalM16 anosToebaiti(Otavio)M+ de 60 anosTaiaemM7 anosBernardoMaprox. 30 anosPeigaiF+ de 50 anosRoetoêF11 anosLapireanFaprox. 35 anosTisoêM11/07/1996PoéM6 mesesMaagáF16 anosOioM10/08/2000AgabêF2 anosPiaíiF2 mesesSua AuêM20/08/2005KaiuremF4 anosPoaiF-KauêM+ de 60 anosKaibaté (significa Anta)M8 anosAbaguêM45 anosPiaibiHaipipóFM+ de 50 anos15/06/1983Fonte: pesquisa de campo Kanindé, informação dadapelo Mawé – agente indígena de saúde, 2006.OioéToébaFMaprox. 16 anosNão informaramIaibaF14/10/2000AitoguêMNão informaramEaibiF18/05/1985OiaguêF2 mesesPosogueáiF03/10/2003NoranhêF6 anosJosélia DiahuiF20/01/1988Abaguê (Simão)M80 anosManuel DiahuiM+ de 50 anosEtôM35 anosValdeci DiahuiF+ de 50 anosTibussiaM+ de 60 anosJosivan DiahuiM28/02/2004KagaiF+ de 50 anosMawé / José AugustoM10/08/1983IaboramF30 anosJosélia DiahuiF+ de 40 anosIaúF13 anosRaimunda DiahuiF+ de 50 anosDi-a-baM14 anosToibaitiM+ de 60 anosToeM+ de 40 anosFonte: pesquisa de campo Kanindé, informação dadapelo Mawé – agente indígena de saúde, 2006.TorreauIauêFF+ de 35 anos-OêberaeuM6 anosMarianoM65 anosMaiqueiporuiamF+ de 80 anos2Não souberam informar a data de nascimento, foi informada uma aproximação.OietabiF55 anos44


Quadro 5 - continuaçãoNOME SEXO DATA NASC.Quadro 6 - ALDEIA PÉGAGUÊHUAINOME SEXO DATA NASC.NaiapêF15 anosHibeêM06/02/1989ToãruamF2 anosIalbiF22/05/1970PetisseM3 anosKaissôM16/08/2000KaiguereF5 anosOitahãêFNão informouMM6 anosNhohuêF01/03/2003EvéM8 anosOetabiM26/11/1961PocaaiF12 anosTuêhuaêM+ de 30 anosPareuF13 anosVetahue HueF18/07/1940EgeuM-PossoguearF10/01/1991RiaibaiM28 anosKauhiaiF29/04/1994JorginhoM-WauhiãiF16/09/1995KabagaiF+ de 80 anosPehueuF25/09/1985IaboráF16 anosTiêgweéM02/03/1950MaussapiM5 anosPehueuF16/09/2003KaisôM25 anosPutalF30/05/1992IaúF2 anosToipóM+ de 30 anosFonte: pesquisa de campo Kanindé, informação dadapelo Mawé – agente indígena de saúde, 2007.ToêÁgue-OeMF+ de 30 anos+ de 30 anosTaibôM24/09/1974Haveguar (Tereza)F24/09/1988TauêF25/02/2002MéépalM25/02/1997IlhaiboêF14/03/1995IvecabiF24/04/1991Kaw/TieairaFJulho/2005Fonte: pesquisa de campo Kanindé, informação dadapelo Mawé – agente indígena de saúde, 2007.45


6.2.3 Alimentação e agriculturaOs roçados são familiares, todos tem plantado apenas mandioca. A farinha é produzida apenaspara consumo. Torram por dia no máximo duas latas de 5 litros cada, apenas para a alimentaçãodiária, não produzem excedentes.Consomem peixe, animais silvestres e frutas do mato. Os animais mais consumidos são anta,porco do mato e várias espécies de macacos (quatá, preguiça vermelha, prego e barrigudo).6.2.4 Infra-estrutura/agricultura e criação de animais depequeno e médio porte nas aldeiasForam anotadas todas as informações sobre o que os pesquisadores observaram nas aldeias eera informado pelos indígenas.ALDEIA FORQUILHA GRANDETem 11 moradias sendo: 03 tapiris cercados e cobertos de palha com jiraus (camas) embaixo;06 tapiris cobertos de palhas com jiraus embaixo e 01 casa que é apenas um jirau onde dormemsem paredes nem cobertura. Todos os tapiris em seu interior tem jirau. As coberturas sãode palhas de babaçu, sororoca ou caranã. Os jiraus são feitos de paxiúba e embaúba. ConformeRodrigues & Oliveira (1977), o uso da paxiúba é uma influência do não índio. Os tapiris estavamtodos nas margens tanto direita quanto esquerda dos rios Maici e Ipixuna. Alguns estavamconstruídos nas praias, outros nos barrancos às margens dos rios. Em alguns tapiris, além do jiraupara dormir, haviam jiraus nos tetos onde guardavam suas cestarias, flechas e alimentos.A casa dos missionários era de madeira coberta de zinco, forrada, sendo dividida em 01 sala,01 cozinha com pia de inox, 01 quarto sem divisória, 01 banheiro com vaso e chuveiro, 01dispensa, 01 banheiro de zinco (externo). Possui ainda em seu interior TV, DVD, 01 rádio amadorda FUNASA, 01 bateria de rádio, 01 placa solar, 03 fitas cassetes, 01 gravador, 01 tripé,01 freezer, 01 fogão, 01 filtro, panelas, 01 motor gerador honda EP 2500, 01 cama casal comcolchão, 01 mesa de madeira, 01 mesa de alumínio com 3 cadeiras, 01 cadeira giratória almofadada,10 ventiladores de pé.46


Foram encontrados ainda:01 tambor de ferro grande contendo: 20 cartuchos calibre 12, 01 cadeira de descanso (pano eferro), 01 inversor Hayonik, material de cozinha, 02 cortes de tecido de algodão laranja e verdebandeira (que é dado aos Pirahã para confeccionar vestido para as mulheres), pilhas pequenas,creme de leite, feijão, tempero Arisco, chá preto, 02 extensões elétricas.01 tambor de ferro grande contendo: 02 caixas de som de computador, vários desenhos quesimbolizam o cristianismo, croqui da área de ocupação indígena, desenhos de pássaros, répteis,anfíbios e mamíferos, livro sobre as aves da Amazônia, papéis com levantamento lingüístico,desenhos de pássaros, répteis, animais em geral feitos pelos Pirahã, cartilha para colorir, 03gravadores portáteis, 01 carregador de pilha.01 tambor de ferro grande contendo: 01 quebra cabeça, 02 barracas, diversos papéis coloridos,revistas.Material encontrado na dispensa: 02 colchões infláveis, 02 caixas de remédios, 01 radioamador,01 máquina de costura, 01 violão, 02 placas solares pequenas, 01 balança, 02 serrotes, 01pistola de grampear, 01 plaina de madeira, 01 bateria, 01 mesa pequena, 02 gravadores, 01medidor de energia, 02 ventiladores pequenos, 01 bomba para bater veneno; 01 tambor deferro grande contendo: fios, tela, prego.AgriculturaA FUNAI ajudou a fazer uma roça que tem 120m de comprimento por 63m de largura, ondeplantam mandioca. Existem ainda 02 pequenas roças comunitárias onde plantam mandioca e12 roças familiares onde plantam cará, macaxeira, abacaxi, banana, cana, maxixe, abóbora,mandioca. Os donos das roças são: Haipipô, Iapohoáã, Kobeo, Toe Toe, Opê, Kawé, Pehoantai,Amado, Moisés, Meé, Piai, Dudu.Animais domésticosOs Pirahã gostam de criar animais em especial cachorros. Foram contados 30 cachorros, queeram tratados com carinho.47


ALDEIA PEREIRATem 01 rádio amador com bateria da JOCUM (Jovens com uma missão).ALDEIA QUATÁTem 05 casas, tipo tapiri, possui ainda uma casa de farinha com caititu e forno. O caititu e omotor rabeta foram comprados com recursos da aposentadoria dos indígenas, pelo missionáriodo CIMI, Sr. Vanderley.Segundo os indígenas tudo que é comprado pelo missionário é com dinheiro de aposentadoriae os Pirahã ainda dão a castanha em troca. O Sr. Vanderley traz arroz, feijão, sal, açúcar, café,tabaco, fósforo, farinha, combustível e troca com os Pirahã por castanha, copaíba, pau rosa.Informam que o Sr. Luis Alecrim antigamente trocava castanha por bebidas alcoólicas.Animais domésticos08 cachorros.AgriculturaPossui pequenas roças de macaxeira.ALDEIA SANTA CRUZTem 01 casa de madeira coberta de Eternit, 01 rádioamador, 01 canoa, 05 tapiris, 01 depósitode Castanha construído em tábua e cobertura de alumínio, 01 Placa Solar, 01 Caititu e Forno,06 canoas.Animais domésticos15 cachorros.48


ALDEIA FLECHAL05 Tapiris, 01 forno enferrujado, 01motor rabeta e 03 canoas.Animais domésticos07 cachorros (03 com sarna por todo ocorpo), 01 paca.Agricultura02 roças.ALDEIA PAIA01 tapiri, 01 canoa.Animais domésticos01 cachorro.Agricultura02 roças (macaxeira e cará).49


6.2.5 AssociativismoNão possuem associação indígena, mas foi solicitado (pelo único Pirahã que falava português)que se apoiasse a criação de uma (mesmo não sabendo o que significava), com o argumentoque esta era a forma de conseguir projetos para a terra indígena.6.2.6 Ação governamentalO atendimento à saúde é feito de forma extremamente precária pela FUNASA, que além deter a dificuldade de não falar a língua Pirahã, não dispõe de infra-estrutura, nem profissional desaúde na terra indígena. Os poucos medicamentos encontrados estavam na casa do rádio detransmissão, soltos sem nenhuma proteção.É feita a vacinação, porém os indígenas costumam fugir com medo de tomar injeção, se escondendodentro da mata. Tem um Agente Indígena de Saúde, que fala português e Pirahã, masque não é preparado para proceder ao atendimento de saúde, porém ele é quem atende nasaldeias.A FUNAI mantém um funcionário em Humaitá, que é responsável pela área, porém este nãodispõe de recursos financeiros para manter a vigilância e a fiscalização na Terra Indígena. Suaatuação é limitada pela boa vontade de quem possa se deslocar para a terra indígena para lhedar uma carona. Muitas vezes seu deslocamento é feito com o pessoal da OPIPAM – Organizaçãodo Povo Indígena Parintintin do Amazonas.50


6.2.7 Importância da Terra Indígena Pirahã para a TerraIndígena Ipixuna e as unidades de conservação de entornoA Terra Indígena Pirahã tem uma biodiversidade ainda não pesquisada e está incluída comoárea de alta relevância para conservação da biodiversidade no Mapa de Áreas Prioritárias paraa Conservação e Repartição de Benefícios do Ministério do Meio Ambiente – Programa ÁreasProtegidas da Amazônia - ARPA. Funciona como uma barreira contra invasores das demais TerrasIndígenas, já que fica entre as Terras Indígenas Ipixuna e Tenharim Marmelo, Terra IndígenaDiahui e Floresta Nacional de Humaitá, formando um mosaico importante para a proteção dabiodiversidade e da cultura indígena.A riqueza cultural do povo Pirahã também tem pouca pesquisa bem como sua relação com anatureza. Sua ocupação no território tem contribuído para que os invasores fiquem longe daTerra Indígena.Para os indígenas que vivem no entorno, a proteção à Terra Indígena Pirahã tem importânciacultural e principalmente pelo fato destes indígenas manterem seus costumes e a utilização doterritório sem pressionar o meio ambiente.51


7 PLANO DE GESTÃOETNOAMBIENTAL7.1 INTRODUÇÃOO Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Ipixuna foi desenvolvido em parceria coma OPIPAM - Organização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas e a FUNAI - FundaçãoNacional do Índio. Contou com o apoio da USAID (United States Agency for InternationalDevelopment) e Consórcio Amazoniar (Kanindé, SOS Amazônia, WWF-Brasil, FSC e CTA).O Plano de Gestão Etnoambiental da Terra Indígena Ipixuna se baseia nas oficinas, reuniões eem estudos técnicos realizados nesta área por pesquisadores indígenas e não indígenas, realizadosdurante o Diagnóstico Etnoambiental Participativo da Terra Indígena Ipixuna, onde foramfeitas pesquisas de herpetofauna (sapo, rã, perereca, jacaré, cobras, lagartos e bichos de casco),ictiofauna (peixes), avifauna (pássaros), mastofauna (grandes mamíferos), meio físico, socioeconomiade entorno, etno-história, vegetação e uso público (turismo).O presente Plano de Gestão Etnoambiental parte de uma visão geral do próprio processo adotado,onde se valoriza a participação e o conhecimento indígena, e apresenta um cronogramafísico-financeiro, com a estimativa dos custos das ações propostas.A linguagem utilizada no Plano de Gestão Etnoambiental é simples e acessível e este busca seruma ferramenta para as tomadas de decisão no planejamento desta área protegida, busca orientaras atividades voltadas à conservação ambiental, desenvolvimento econômico responsável,valorização da cultura, proteção do território indígena e uso público dos recursos naturais.Todas as decisões do que deveria conter no Plano de Gestão foram tomadas durante aValidação do Diagnóstico em oficina realizada pela Kanindé, KWARANTÃ, OPIPAM e FUNAIno período de 29 de setembro a 02 de outubro de 2007. Nesta reunião os indígenas da Terra52


Indígena Ipixuna decidiram que a execução do Plano de Gestão seria feita pela KWARANTÃque os representa, mesmo não estando registrada.Com base no conhecimento e análise da Terra Indígena e seu entorno, subsidiado pelaOficina de Validação e pelo diagnóstico dos pesquisadores e reuniões técnicas da equipe deplanejamento, foram identificados e analisados os fatores internos e externos que podem impulsionar(pontos fortes e oportunidades) ou dificultar (pontos fracos e ameaças) a consecução dosobjetivos do Plano de Gestão Etnoambiental.De um modo geral, foram mantidos os fatores elencados na Oficina de Validação do Diagnósticoe Elaboração do Plano de Gestão Etnoambiental.A idéia fundamental foi a de embasar a definição das ações que deverão minimizar as fraquezase valorizar as forças diagnosticadas, bem como facilitar a identificação das ações estratégicaspara as quais deverão ser direcionados maiores esforços.O Plano de Gestão Etnoambiental será avaliado uma vez por ano e ao final do terceiro anohaverá uma avaliação final, para verificar o cumprimento do mesmo e quais os procedimentosa serem tomados a seguir.53


7.2 OBJETIVO GERALImplementar ações e atividades de proteção ambiental, valorização cultural e desenvolvimentoeconômico de forma sustentável na Terra Indígena Ipixuna, no prazo de 3 anos.7.2.1 Objetivo Específico• Implantar projetos de desenvolvimento econômico sustentável que gerem renda e valorizema cultura;• Promover o resgate da cultura do povo Pykahu-Parintintin, em especial o resgate da línguamaterna;• Desenvolver cursos e oficinas de gestão, administração, prestação de contas, elaboração deprojetos e legislação indigenistas e indígena;• Elaborar e implementar Plano de Fiscalização da Terra Indígena;• Elaborar projetos e ações de capacitação e formação no tema ambiental e econômico emparceria com órgãos governamentais e não governamentais;• Atuar junto ao Governo Federal, Estadual e Municipal para que cumpram com seu papel noatendimento à educação, saúde e meio ambiente;• Implementar ações e atividades de ecoturismo na terra indígena.7.3 JUSTIFICATIVAO Plano de Gestão Etnoambiental é importante para a Terra Indígena Ipixuna, pois traz açõesplanejadas com a participação do povo indígena Pykahu-Parintintin, fundamentadas em dadostécnico-científicos e conhecimento tradicional.A FUNAI e a KWARANTÃ não possuem nenhum planejamento da área de forma fundamentada,de modo que com o Plano de Gestão Etnoambiental poderão durante os próximos trêsanos planejar suas atividades na região com bases técnicas e assim contribuir para uma melhoraplicação dos recursos públicos na Gestão da Terra Indígena.O Plano de Gestão Etnoambiental contribuirá ainda com o desenvolvimento econômicoresponsável, o resgate da cultura e a conservação dos recursos naturais da Terra IndígenaIpixuna.54


7.4 ORGANOGRAMA DE GERENCIAMENTO DOPLANO DE GESTÃO ETNOAMBIENTALCOORDENAÇÃOCOMPARTILHADAADMINISTRAÇÃOE FINANÇASEDUCAÇÃO,CULTURA,ESTUDOSE PESQUISASAÚDEDESENVOLVIMENTOECONÔMICOSUSTENTÁVELPROTEÇÃOAMBIENTAL55


7.5 COORDENAÇÃO COMPARTILHADAÉ a instância máxima do Plano de Gestão Etnoambiental, com a responsabilidade de implementaçãodas atividades propostas pela comunidade referentes à gestão da Terra Indígena, deveráser exercida de forma compartilhada entre FUNAI e KWARANTÃ, devendo estas instituiçõesentrar em contato com as demais para formalizar termos de parcerias e convênios.Esta deve encaminhar as propostas aos órgãos ou organizações responsáveis por sua execução,tendo sempre claro o papel e as obrigações de cada instituição.A FUNAI e a KWARANTÃ terão seu corpo de gestão independente naquilo que compete legalmentea cada instituição, porém trabalharão em conjunto.Esta divisão é necessária, devido aos papéis que cada instituição desempenha.7.6 COORDENAÇÃO COMRESPONSABILIDADE E APOIOA coordenação do Plano de Gestão Etnoambiental estará sobre a responsabilidade do povoindígena Pykahu-Parintintin, a KWARANTÃ e a FUNAI, que em conjunto com os demais órgãosgovernamentais responsáveis por atendimentos à educação, saúde, proteção e desenvolvimentoeconômico, deverão implementar as atividades propostas, designando para cada programapessoas que deverão assumir a responsabilidade de coordenação.56


7.7 ADMINISTRAÇÃO E FINANÇASA KWARANTÃ será responsável pelos recursos captados pela organização para implementaçãodo Plano, e a FUNAI será responsável pelos recursos advindos do orçamento da UNIÃO. Recomenda-seque as instituições disponibilizem informações sobre o que foi captado, o que temdestinado no orçamento da FUNAI para a Terra Indígena e como está sendo executado, paraque a comunidade possa ter o controle social sobre os recursos e sua execução.7.8 EDUCAÇÃO, CULTURA, ESTUDOSE PESQUISAA Secretaria Estadual de Educação e Qualidade de Ensino do Estado do Amazonas - SEDUC ea Secretaria Municipal de Educação - SEMED são responsáveis pelas atividades de educação edevem coordená-las dentro do seu papel constitucional. Compete à KWARANTÃ fazer parceriacom estes órgãos para desenvolver ações que promovam a cultura tradicional.Durante a reunião para a elaboração do Plano de Gestão Etnoambiental a comunidade deixouclara a necessidade de se promover cursos que valorizem a cultura, de modo que a KWARANTÃdeve buscar parceria junto ao MEC, SEDUC e SEMED para apoiar esta atividade.Os estudos e pesquisas recomendados no diagnóstico devem ser desenvolvidos por instituiçõesque tenham conhecimento e capacidade técnica nos temas recomendados, portanto competeà KWARANTÃ buscar parceria com ONGs, Universidades e instituições de pesquisa paradesenvolvê-los.57


7.9 SAÚDEA Fundação Nacional de Saúde - FUNASA tem a responsabilidade do atendimento à saúde,portanto compete à mesma coordenar as atividades de saúde, devendo a KWARANTÃ compartilharesta ação e realizar convênios e termos de parceria com a FUNASA e instituições quequeiram apoiar a medicina tradicional.7.10 DESENVOLVIMENTOECONÔMICO SUSTENTÁVELCompete à FUNAI apoiar o desenvolvimento econômico nas terras indígenas, recomenda-seque a KWARANTÃ elabore projetos e busque apoio junto às instituições públicas e privadaspara o desenvolvimento de projetos que gerem renda e preservem o meio ambiente.Alguns membros da comunidade já vêm desenvolvendo o turismo da pesca esportiva na TerraIndígena, o que se recomenda é que seja elaborado o Plano de Viabilidade Econômica, oficinasde capacitação e levantamento da capacidade pesqueira.Recomenda-se o desenvolvimento do Plano de Manejo de Uso Múltiplo dos produtosextrativistas que vem sendo coletados e vendidos pela comunidade.A Terra Indígena Ipixuna se mantêm bastante conservada, recomendamos que a KWARANTÃprocure desenvolver projetos voltados ao seqüestro de carbono, e que os recursos advindos destesprojetos possam ser aplicados para o desenvolvimento do Plano de Gestão Etnoambiental e amelhoria da renda da comunidade.Faz-se necessário que o departamento da FUNAI que cuida da agricultura desenvolva ações demelhoria dos roçados voltados para uma ação mais ecológica, com fomento às atividades deprodução e escoamento dos produtos.58


7.11 PROTEÇÃO AMBIENTALA FUNAI tem a responsabilidade de proteção do território indígena, mas da forma como seencontra necessita urgentemente de recursos humanos e equipamentos para cumprir com seupapel.A KWARANTÃ pode apoiar as atividades da FUNAI buscando desenvolver projetos de capacitaçãode Agentes Ambientais Indígenas e formação dos funcionários da FUNAI em leitura deGPS, cartografia, legislação e antropologia.Recomendamos convênio entre a FUNAI, KWARANTÃ e IBAMA para o desenvolvimento doPlano de Fiscalização da Terra Indígena.Caso haja organização não governamental atuando na terra indígena, é aconselhável que façaparte do corpo de gestão na atividade que estiver envolvida.59


PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVELDIRETRIZES ESTRATÉGIAS ATIVIDADES INSTITUIÇÕES1. Valorização do conhecimentotradicional indígena no sistema produtivopor aldeia.Implementar atividades produtivas decoleta de frutos, sementes e plantasmedicinais para atender as aldeias.Realizar oficina (Contratar os idosos quetem conhecimento sobre plantas medicinaise frutos para ensinar os mais jovens eincentivar o uso nas aldeias).FUNAI / SEDUC /SEMED / KWARANTÃ2. Produção sustentável.Desenvolver atividades agroextrativistas eagroecológicas.Realizar cursos sobre manejo florestal deuso múltiplo e agroecologia.FUNAI / KWARANTÃ3. Planejamento estratégico para evitaratividades produtivas que tragamdependências desfavoráveis emtecnologia e insumos.Incentivar a agricultura orgânica.Buscar assessoria técnica junto à empresade assistência técnica e extensão domunicípio de Humaitá.FUNAI / KWARANTÃ4. Estudo de mercado para osprodutos indígenas.Buscar apoio entre as organizaçõesparceiras e órgãos governamentais para acontratação de uma consultoria que possarealizar o estudo de mercado da produçãoindígena.Contratar 01 consultor(1 pessoa x R$ 3.500,00 x 13 meses).KWARANTÃ5. Agregação de valor aos produtos eMarketing indígena.Criar logomarca e site da KWARANTÃ paradivulgar os produtos. Participar de Feirase colocar nos supermercados os produtosindígenas devidamente identificados.Criar e registrar logomarca de produtose criar um site. Promover oficinas deartesanato e outros produtos indígenas.KWARANTÃ6. Fomento à produção. Buscar junto ao setor de apoio à produçãoindígena da FUNAI e MDA recursos apoiara produção e o escoamento dos produtos.Viabilizar viagem de representantes daKWARANTÃ.KWARANTÃ7. Apoio às mulheres indígenas. Apoiar as mulheres para participar dascapacitações e cursos promovidos pelaKWARANTÃ e outras instituições.Viabilizar viagem e participação em cursos.KWARANTÃ60


PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVELDIRETRIZES ESTRATÉGIAS ATIVIDADES INSTITUIÇÕES8. Transferência e nivelamento deinformação de processos de produção euso de tecnologias novas.Viabilizar a participação de indígenas efuncionários da FUNAI em cursos sobrenovas tecnologias de produção.Viabilizar viagem de indígenas efuncionários da FUNAI paraparticiparem de cursos.FUNAI / KWARANTÃ9. Assistência técnica.Buscar parcerias com instituição paracapacitação dos indígenas e paraassistência técnica à produção.Realizar Termos de Cooperação Técnicacom entidades de apoio e de assistênciatécnica.KWARANTÃ10. Capacitação dos índios e funcionáriosda FUNAI para elaboração de projetos,comercialização e mercado.Participar de cursos de elaboração e gestãode projetos.Realizar 01 curso de elaboração e gestãode projetos.FUNAI / KWARANTÃ11. Melhoria no transporte da produção.Buscar apoio junto a FUNAI, MDA e instituiçõesque apóiem a produção indígena.Adquirir barcos e veículo paraescoamento da produção.FUNAI / KWARANTÃ12. Elaboração do Plano de ManejoFlorestal de Uso MúltiploViabilizar a coleta de sementes, essênciasflorestais e outros produtos da floresta(castanha, breu, babaçu, madeira, piquiá,copaíba, açaí).Contratar consultoria para elaborar o planode manejo florestal de uso múltiplo até500 ha.FUNAI / KWARANTÃ13. Serviços Ambientais.Contatar entidades que apóiam projetosde seqüestro de carbono.Viabilizar viagem representantes daKWARANTÃ para negociarem projetos deseqüestro de carbono.KWARANTÃ14. Manejo de quelônios.Fazer o censo populacional e buscar apoiojunto ao IBAMA e FUNAI para realizar omanejo.Contratar consultoria.KWARANTÃ15. Estabelecer normas e diretrizes para oturismo na TI.Elaborar plano de ecoturismo e buscarparceria para implementar as atividadesdefinidas no Plano de Turismo da TerraIndígena.Contratar consultorias.KWARANTÃ61


PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVELDIRETRIZES ESTRATÉGIAS ATIVIDADES INSTITUIÇÕES16. Melhorar a produção das roças.Manter apoio com equipamentos, insumose assistência técnica para a produção.Adquirir, equipamentos (02 trilhadeiras, 02roçadeiras, 02 caititu, 08 fornos, ferramentase insumos). Construir 02 casas de farinha.FUNAI / KWARANTÃ17. Recuperar áreas degradadas.Reflorestar a mata ciliar, que foi queimadapelos Pirahã.Elaborar projeto de reflorestamento e buscarapoio junto a FUNAI, IBAMA e ONGs.KWARANTÃ18. Proteger os limites e interior da TerraIndígena.Fiscalizar e proteger o território indígena.Construir e equipar 02 Postos de Vigilâncianas áreas de maior pressão;Designar servidor para a fiscalização;Capacitar indígenas e servidores da FUNAIem utilização de GPS, cartografia elegislação para atuarem na proteção da TI.FUNAI / KWARANTÃ19. Resgatar a cultura indígena.Apoiar a realização de rituais indígenas.Contratar os mais velhos para ensinar osrituais e a língua materna;Realizar rituais indígenas;Publicar material com as histórias indígenas.KWARANTÃ62


7.12 ASSOCIAÇÃO INDÍGENAKWARANTÃA KWARANTÃ, embora ainda não tenha sido registrada, tem o papel dedefender os direitos do povo Pykahu-Parintintin, buscar apoio para a implementaçãodo Plano de Gestão Etnoambiental, assegurando aos indígenas odesenvolvimento econômico sustentável e a proteção do território.Recomendamos o registro da entidade para que esta possa atuar em defesados direitos indígenas e possa executar junto com a comunidade o Plano deGestão.7.13 AVALIAÇÃOAo final de cada ano deverá ser feita uma avaliação do que foi implementadoe de seus resultados, devendo esta ser feita com todos os parceiros, quedeverão ter claro o papel de cada um, suas responsabilidades nas análises enos rumos que devem ser tomados após a avaliação.63


8 PROGRAMAS8.1 PROGRAMA DE RELAÇÕESPÚBLICASHá necessidade do estabelecimento de uma política de relações públicas comas instituições governamentais e não governamentais em nível municipal, estaduale federal, bem como representantes do poder legislativo e judiciário eas comunidades que vivem no entorno da Terra Indígena.Para tal a KWARANTÃ e a FUNAI devem entrar em contato com as instituiçõespara divulgação do território indígena e apresentar propostas de comoestas instituições podem contribuir com a implementação do Plano de Gestãoda Terra Indígena.8.2 PROGRAMA DEDESENVOLVIMENTOECONÔMICO SUSTENTÁVELO cultivo do açaí (Euterpe Oleracea) e outros produtos extrativistas sãofontes de recursos financeiros, porém os indígenas necessitam ter energia naaldeia para manter os equipamentos de conservação funcionando. É necessárioainda local adequado para armazenamento e transporte da produção.Outra necessidade é a contratação de um consultor de mercado que possabuscar compradores para os produtos indígenas, e que possa agregar valor àestes produtos.O turismo carece de uma série de capacitações, para preparar os indígenaspara que esta atividade não venha a interferir no dia-a-dia e nem na organizaçãosocial da comunidade.Deve-se elaborar um Plano de Viabilidade Econômica e a capacitação dosindígenas para uma boa execução das atividades de turismo. Durante odiagnóstico as atividades que mostraram ter a possibilidade de execuçãoforam: Birdwatching e pesca esportiva.Faz-se urgente a capacitação em gestão, administração e financeiro, além dedotar a KWARANTÃ de equipamentos, sede e capacidade técnica para gerirrecursos e o Plano de Gestão.Existe a necessidade de se implantar na Terra Indígena atividades que geremrenda e respeitem o meio ambiente, para tanto foram propostas atividadesde Manejo do Uso Múltiplo da Floresta e melhoria das roças, turismo e apoioàs atividades extrativistas.64


8.3 PROGRAMA DE PROTEÇÃOAMBIENTALVisa estabelecer uma política de proteção da Terra Indígena em conjunto com as instituiçõesgovernamentais e não governamentais em nível municipal, estadual e federal, que atuam nolocal.Para o estabelecimento deste PROGRAMA é necessário:• A FUNAI colocar chefe de Posto Indígena e de Vigilância devidamente capacitados na aldeiaCanavial;• Elaborar um Plano de Proteção Ambiental;• Divulgação dos trabalhos realizados na Terra Indígena;• Buscar parceria para a proteção da Terra Indígena;• Estruturar postos de vigilância com equipamentos e mobiliário adequado;• Os funcionários devem ser capacitados em antropologia, legislação ambiental e indígena,fiscalização e uso de GPS e leitura de imagem satélite e mapas;• Manter fiscalização preventiva no rio Ipixuna para coibir a pesca e a caça;• Capacitação dos indígenas para atuarem como agentes ambientais indígenas em atividades devigilância, nas ações de fiscalização estas devem sempre contar com a presença de servidoresda FUNAI;• Na região do Canavial I e Canavial II devem ser mantida vigilância para evitar entrada deturistas sem autorização dos indígenas e da FUNAI.65


PROGRAMA DE PROTEÇÃO AMBIENTALDIRETRIZES ESTRATÉGIAS ATIVIDADES INSTITUIÇÕES1. Promover a vigilância preventivae fiscalização da Terra Indígena.Elaborar o Plano de Fiscalização eimplementá-lo.Realizar operações de vigilância mensalmentee de fiscalização de 04 em 04 meses.KWARANTÃ / FUNAI /IBAMA2. Ter posto indígena e de vigilânciaestruturado.Adquirir mobiliário, equipamentos,mapas e imagens de satélites.Comprar 02 freezers, 02 placas solares, 02 rádios,02 motores de popa 15 hp, 02 barcos, 02 mesas,02 lap tops e impressoras, 02 fogões, 02 armários,utensílios de cozinha, equipamentos de campo.KWARANTÃ/ FUNAI3. Proteger os ambientes e os recursosnaturais da Terra Indígena.Fazer gestão junto à FUNAI para designarchefes de PIN e PIV para as aldeias, PIV eBarreira.02 chefes de posto (Traíra e Pupunha) e 02 chefesde Posto de Vigilância (PIV e Barreira) atuando nointerior da Terra Indígena.KWARANTÃ / FUNAI4. Conquistar parceiros para aproteção da Terra Indígena.Buscar o apoio do Ministério Público e daJustiça em âmbito estadual e federal visandoagilizar a fiscalização e ajuizar medidaspara o cumprimento das leis ambientais.Realizar reuniões e assinar acordos de parceriascom instituições governamentais e não governamentais(passagens, alimentação e hospedagempara quem fizer a articulação).KWARANTÃ / FUNAI5. Ter funcionários e indígenasatuando na defesa do território.Capacitar os indígenas e funcionáriosem legislação, antropologia, uso de GPS,leitura de imagem de satélites e mapas, eabordagem junto aos invasores.Realizar 02 oficinas de capacitação e adquirir 04GPS. Nestas oficinas deve ser criada uma rota paraa fiscalização.KWARANTÃ6. Divulgar a Terra Indígena.Desenvolver atividades de divulgação doterritório indígena na internet, TV e jornais.Elaborar um guia de procedimentos para uso einformação das equipes de vigilância e fiscalizaçãoe um programa de comunicação para a TI.KWARANTÃ7. Garantir que os invasores daTerraIndígena recebam a devida punição.Denunciar aos órgãos responsáveis a entradade invasores e abrir inquéritos policiaise ações civis públicas contra os mesmos.Encaminhar denúncias ao Ministério Público,FUNAI e IBAMA, exigindo abertura de inquéritos epunição dos infratores.KWARANTÃ8. Manter os limites da Terra Indígenavisível.Reaviventar os limites da Terra Indígena.Elaborar projeto de reaviventação da TerraIndígena e encaminhar a FUNAI.FUNAI66


8.4 PROGRAMA DE RESGATECULTURALDurante o diagnóstico da Terra Indígena ficou claro como a cultura vem se perdendo e adificuldade que os Pykahu-Parintintin tem em falar sua língua e mesmo em conhecer rituais quehá muito tempo não são praticados, a exemplo da língua materna onde apenas os idosos falame mesmo assim com muita dificuldade.Outra situação levantada é a falta de conhecimento dos rituais e mesmo da produção doartesanato e das armas tradicionais pelos jovens.Promover o resgate cultural é uma das ações mais urgentes, recomendamos que haja intercâmbiocom outros povos Kawahib para fortalecer os laços culturais, e capacitações e apoioà realização de rituais, envolvendo as aldeias e tendo os indígenas mais velhos como mestresdeste processo de recuperação da cultura.67


PROGRAMA DE RESGATE CULTURALDIRETRIZES ESTRATÉGIAS ATIVIDADES INSTITUIÇÕES1. Indígena Pykahu-Parintintinfalando a língua materna.Ter indígenas que conhecem e falam alíngua materna ensinando os jovens nasaldeias e escolas indígenas.Contratar os indígenas mais antigos que sabema língua materna para ensinar aos jovens.SEDUC / SEMED /KWARANTÃ2. Valorizar a arquitetura tradicional.Acomodar convidados indígenas e nãoindígenas.Construir 02 ongá (malocas), sendo 01 noCanavial I e 01 no Canavial IIKWARANTÃ3. Ritos e mitos indígenas sendoconhecido pelos indígenas maisjovens.Promover festas tradicionais e publicar umlivro com os mitos indígenas.Realizar 02 festas por ano e publicar 01 livro.KWARANTÃ4. Pinturas corporais e a arteindígena conhecida e divulgada.Valorizar a pintura corporal e a confecçãode artes indígenas.Realizar 02 oficinas de pintura corporal e deartesanato e confecção de armas (arco e flecha).KWARANTÃ5. Cultura Pykahu-Parintintin sendodivulgada.Divulgação de festas tradicionais na TV enos jornais; realização de um filme sobreos Pykahu-Parintintin.Contratar assessoria de comunicação e equipe defilmagem para produção do filme.KWARANTÃ6. Cultura Pykahu-Parintintin sendoensinada na escola.Cartilhas com dados da cultura indígenalevantados durante o diagnóstico.01 cartilha produzida e divulgada.SEDUC / SEMED /KWARANTÃ7. Diagnóstico sendo divulgado.As informações do diagnóstico sendoutilizadas na escola e junto aos órgãosgovernamentais.Distribuir CD para as escolas e órgãos públicos.SEDUC / SEMED /KWARANTÃ68


8.5 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTALA Terra Indígena Ipixuna esta inserida num mosaico de áreas protegidas, oque por si só recomenda ações de preservação desta área.As ações de educação ambiental para esta região devem ser no sentido decontribuir para a preservação da mata ciliar, principalmente na orientaçãoaos Pirahã para evitarem a queima das árvores para coletar mel, o que tematingido muitas áreas nas margem dos rios.Outra ação necessária é a coleta e reciclagem do lixo nas aldeias, poisdurante o diagnóstico foi observado muito plástico, garrafas de refrigerante,fraldas descartáveis e latas jogadas nas áreas próximas às aldeias. Neste casoseria interessante uma parceria com a Prefeitura, SEDUC, SEMED e FUNASApara desenvolver um projeto de reciclagem e coleta do lixo.O desenvolvimento de um programa de educação ambiental no entornoonde vivem os não indígenas é fundamental, para fazer com que os moradoresque vivem na área de influência da Terra Indígena conheçam aimportância da mesma como patrimônio natural, e assim colaborem nadefesa deste território.Outro fator importante é que há um processo de constrangimento e ameaçasaos indígenas da região independente de etnia, devido à cobrança de pedágiofeita pelos povos indígenas Tenharim na Transamazônica, estrada quecorta a Terra Indígena Tenharim, que vem afetando os Pykahu-Parintintin.Com ações de proteção ambiental e educação pode-se deixar claro que osPykahu-Parintintin não tem envolvimento com o pedágio e que estão contribuindopara o desenvolvimento da região e a manutenção do clima doplaneta.PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA <strong>TERRA</strong> INDÍGENA E NA ÁREA DE ENTORNODIRETRIZES ESTRATÉGIAS ATIVIDADES INSTITUIÇÕES1. Promover ações de educaçãoambiental no interior e no entornoda Terra Indígena.Planejar uma campanha de educaçãoambiental para o interior e o entorno daTerra Indígena.Publicar e distribuir cartilhas sobre lixo,proteção de animais, e informações sobre opovo Pykahu-Parintintin e a importância daTerra Indígena e seus limites.SEDUC / SEMED /FUNASA / KWARANTÃKWARANTÃ e FUNAI realizarem reuniõescom os meios de comunicação paraajudarem na divulgação da Terra Indígena.Buscar apoio junto aos meios de comunicaçãojornal, TV e rádios para divulgarem a importânciaambiental da Terra Indígena.SEDUC / SEMED69


8.6 PROGRAMA DE EDUCAÇÃOO programa de educação é responsabilidade da SEDUC e SEMED, portanto os indígenas e aKWARANTÃ devem desenvolver com estas instituições o programa que atenda as necessidadesde educação formal, ambiental e do resgate da cultura.O orçamento deste Programa deve ser discutido com a SEDUC e SEMED.Durante o diagnóstico foi proposto:1 - Criação de escola que atendesse até o ensino médio;2 - Construção de escola nas aldeias Canavial, de alvenaria, coberta com telha de barro,tendo duas salas de aula, biblioteca, banheiros, sala de professores, sala de audiovisual, auditório,cozinha, refeitório.3 - Aquisição de equipamentos de informática e audiovisual para as escolas;4 - Apoio à formação dos professores indígenas até o ensino superior;5 - Aquisição de todos os eletrodomésticos e utensílios de cozinha para a escola;6 - Contratação de merendeiras indígenas;7 - Contratação efetiva dos professores indígenas com salários iguais aos dos não indígenas;8 - Publicação de material didático utilizando as informações contidas no diagnóstico;9 - Construção de quadra poliesportiva;10 - Aquisição de livros de pesquisa para a biblioteca, em especial de livros e material audiovisual sobre povos indígenas.O orçamento para as atividades propostas acima deve ser discutido com as instituiçõesresponsáveis pela educação indígena e não consta deste Plano de Gestão.8.7 PROGRAMA DE SAÚDEEste programa deve ser desenvolvido em conjunto com a FUNASA, KWARANTÃ e comunidadeindígena. O orçamento deste Programa deve ser discutido junto com a FUNASA.Sendo acordado que seria feita gestão junto à FUNASA para que inserisse no seu planejamento:1. Construção de posto de saúde, devidamente equipado com medicamentos e instrumentais70


de saúde e mobiliário nas aldeias;2. Construção de casa para os profissionais de saúde nas aldeias;3. Contratação de enfermeira e auxiliar de enfermagem para serem lotadas nas aldeias, fazendoo revezamento de 15 em 15 dias;4. Capacitação dos agentes indígenas de saúde e investimento em sua formação para quepossam fazer a faculdade de enfermagem ou medicina;5. Equipe de saúde composta por médicos, odontológos, auxiliares de enfermagem, enfermeirase laboratoristas realizando atendimentos nas aldeias a cada 30 dias;6. Conselho Indígena Local de Saúde fortalecido;7. Capacitação do Conselho Indígena Local de Saúde.O orçamento para as atividades propostas acima deve ser discutidos com as instituiçõesresponsáveis pela saúde indígena e não consta deste Plano de Gestão.8.8 PROGRAMA DE ESTUDOS EPESQUISAO Programa busca incentivar e coordenar a realização de pesquisas científicas de interesse dopovo indígena para conservação ambiental e preservação de sua cultura, visando aprofundar osconhecimentos sobre os recursos naturais da Terra Indígena.Para o desenvolvimento deste programa deve ser implantado um sistema permanente defomento à pesquisa científica na Terra Indígena, por meio de convênios e acordos de cooperaçãocom universidades e instituições de pesquisa, no âmbito regional, nacional e internacional.Durante a Validação do Diagnóstico foram recomendadas as seguintes pesquisas:1. Ampliação das pesquisas sobre a fauna, em especial a ictiofauna e avifauna, devido às atividadesde turismo de pesca esportiva e observação de pássaros.2. Realização de pesquisas sobre pequenos mamíferos;3. Dar continuidade à pesquisa sobre a cultura indígena.O orçamento para as atividades propostas acima deve ser discutido com as instituições quequeiram realizar pesquisas e não consta deste Plano de Gestão.71


8.9 OPERACIONALIZAÇÃOPara implementar as ações propostas, se faz necessário ter recursos humanos capacitados naFUNAI e na KWARANTÃ que deverão trabalhar em conjunto com as seguintes atribuições:• Implementar a organização administrativa da Terra Indígena, atendendo as normais legais;• Gerenciar os recursos humanos, financeiros e materiais;• Fazer gestão para dotar a Terra Indígena de equipamentos e instalações necessárias para cumpriro estabelecido neste Plano de Gestão;• Estabelecer rotinas administrativas e de conservação das instalações e equipamentos;• Articular, em conjunto com os órgãos públicos ou entidades, mecanismos e estratégias decaptação de recursos financeiros para operacionalização das atividades previstas;• Realizar reuniões semestrais de planejamento das atividades e reuniões mensais de avaliaçãoe ajustes;• Elaborar relatórios mensais e semestrais de atividades, além do relatório anual de avaliaçãode cada programa;• Alimentar banco de dados de gestão da Terra Indígena.Não deve ser confundido o papel da FUNAI com o da KWARANTÃ, cada instituição tem suasresponsabilidades.Como órgão público a FUNAI tem a atribuição legal de gestar recursos da União, fazer a proteçãoe apoiar o desenvolvimento econômico sustentável da Terra Indígena.A KWARANTÃ tem a responsabilidade de gerir recursos que forem captados pela instituiçãopara a implementação do Plano de Gestão.A comunidade indígena tem o dever e a responsabilidade de fazer o controle social dos recursose da implementação dos projetos desenvolvidos por todas as instituições que atuam na TerraIndígena.72


8.9.1 Administração e manutençãoPara o sucesso do Plano de Gestão é necessário compor um quadro de pessoal para atender a demanda estabelecida.PESSOAL NECESSÁRIO PARA A IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO - FUNAICARGO/FUNÇÃO ÁREA DE ATUAÇÃO QUANTIDADEAdministrador Gerenciamento e administração 1Chefe de Produção Atividades produtivas 2Chefe de PIV Fiscalização 2Auxiliar fiscalização Fiscalização 2Coordenador Estudos e Pesquisas 1Coordenador Assuntos fundiários 1Auxiliar administrativo Administração 1Financeiro Administração financeira 1Secretária Secretaria 1Coordenador Promoção cultural 1Vigilante Administração em Humaitá 2Serviços gerais Limpeza 3Motorista Transporte 2Total 20PESSOAL NECESSÁRIO NA KWARANTÃCARGO/FUNÇÃO ÁREA DE ATUAÇÃO QUANTIDADECoordenador Geral Gerenciamento e administração escritório em Humaitá 1Auxiliar administrativo Gerenciamento e administração escritório em Humaitá 1Auxiliar financeiro Financeira / escritório Humaitá 1Coordenador de Cultura Estudos, pesquisa, cultura e educação 1Motorista e piloto de barco Transporte 2Secretária Secretaria / escritório Humaitá 1Coordenador Saúde 1Coordenador Atividades Produtivas 1Estagiários Administração / escritório Humaitá 1Estagiários Pesquisa / Centro Cultural aldeia Traíra 1Serviços gerais Limpeza / escritório Humaitá 1Total 1273


PESSOAL NECESSÁRIO PARA ATENDER A SAÚDECARGO/FUNÇÃO ÁREA DE ATUAÇÃO QUANTIDADEAgentes indígenas Saúde 2Agentes de saneamento Saúde 2Auxiliar de enfermagem Saúde (Canavial I e II) 4Equipe volante (1 médico, 1 enfermeira, 1 odontólogo,Saúde 51 laboratorista, 1 auxiliar deenfermagem)Coordenador Saúde 1Motorista Transporte 1Serviços gerais Limpeza 2Total 16PESSOAL NECESSÁRIO PARA ATENDER A EDUCAÇÃOCARGO/FUNÇÃO ÁREA DE ATUAÇÃO QUANTIDADEMerendeira Educação 2Coordenador Educação 1Serviços gerais Saúde / educação 2ProfessoresProfessores indígenasEscolaEscola44Professores indígenas para ensinar os rituais ecostumes antigos (mais idosos)Aldeia Canavial I 4Total 17• O pessoal constante do quadro da KWARANTÃ deve buscar elaborar projetose captar recursos para a implementação do Plano de Gestão.• Os funcionários deste quadro poderão ser provenientes de órgãos públicose de prestadores de serviços e/ou pessoal cedido pelas prefeituras, universidadesou outras instituições conveniadas ou parceiras;• As atividades técnicas poderão contar com o auxílio de estagiários, monitorese voluntários;• Os funcionários cedidos por terceiros deverão trabalhar subordinados àadministração da KWARANTÃ.• Deve ser dada preferência aos indígenas para comporem o quadro defuncionários, casos estes não tenham capacidade técnica, deve-se investir nacapacitação e formação antes que estes assumam qualquer responsabilidadetécnica ou função dentro da entidade.• Deve-se desenvolver um programa de estágio na KWARANTÃ e buscarcaptar recursos para bolsas de estudos, para que estes estagiários tenhamcondições de estudar.74


8.10 MANUNTEÇÃO DO ESCRITÓRIO DA FUNAI E DA KWARANTÃO escritório da FUNAI em Humaitá precisa ser reformado, adquirido móveise equipamentos de informática, para poder atender aos povos indígenas ecumprir as demandas do Plano de Gestão durante os 3 anos, quando esteterá que ser reavaliado.A KWARANTÃ para manter suas atividades e articulações interinstitucionaisnecessita ter seu corpo administrativo e escritório funcionando. No quadroabaixo listamos os custos desta manutenção.EQUIPAMENTOS E MÓVEIS - FUNAIDISCRIMINAÇÃOQUANTIDADEReforma do escritórioDiversosMesas de escritório 5Mesa de reunião para 20 pessoas 1Cadeiras 30Ar condicionado 3Armários 3Computadores completos 5Telefone, correio, energia, águaDiversosMaterial de expediente e limpezaDiversosCombustívelDiversosVeículo traçado cabine dupla 1Barco 6 mts 1Motor 25 hp 1Manutenção de veículos, equipamentos e motoresDiversosUtensílios domésticosDiversosFogão 1Geladeira 1Arquivos 2Mapoteca 1Carreta de carregar barco 1EQUIPAMENTOS E MÓVEIS - KWARANTÃDISCRIMINAÇÃOQUANTIDADEReforma do escritórioDiversosMesas de escritório 5Mesa de reunião para 20 pessoas 1Cadeiras 30Ar condicionado 3Armários 3Computadores completos 5Telefone, correio, energia, águaDiversosMaterial de expediente e limpezaDiversosCombustívelDiversosVeículo traçado cabine dupla 1Barco 6 mts 1Motor 25 hp 1Manutenção de veículos, equipamentos e motoresDiversosUtensílios domésticosDiversosFogão 1Geladeira 1Arquivos 2Mapoteca 1Carreta de carregar barco 175


9 PLANO DESUSTENTABILIDADEO Plano de Gestão deve ser enviado à FUNAI em Brasília para que insira no orçamento daUnião o proposto para a manutenção da Terra Indígena Ipixuna.A comunidade deverá destinar uma porcentagem da venda dos produtos para a manutençãode equipamentos e ações culturais. Esta porcentagem deve ser discutida com toda a comunidadepara a decisão do valor da contribuição.A coordenação da KWARANTÃ e a administração da FUNAI deverão elaborar projetos e buscarapoios para a implementação do Plano de Gestão, para tanto devem buscar realizar parceriascom instituições nacionais e internacionais.Alguns princípios são orientadores para o sucesso do Plano:123456789Todas pessoas da comunidade devem conhecer o plano de gestão;A comunidade deve ter conhecimento de sua importância para a garantia de seusdireitos;Todos devem participar;Buscar se organizarem para a implementação do Plano;Respeitar o conhecimento dos mais velhos e as orientações dos que estão com aresponsabilidade de fazerem as ações se realizarem;Ter o compromisso da formação de líderes indígenas, que devem atuar na defesade seus direitos e na implementação do Plano;Realização de trabalhos comunitários;Compromisso de todos na busca de apoio para o desenvolvimento do Plano;Monitorar e avaliar o desenvolvimento do Plano de Gestão.76


TABELA 1 - RELAÇÃO DAS FAMÍLIAS, ESPÉCIES, NÚMERO DE INDIVÍDUOS (N) E NOMES POPULARES DA VEGETAÇÃOARBÓREA IDENTIFICADA NA <strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>/AM.Nome científicoNome popular N Nome científicoNome popularNFamília AnacardiaceaeAnacardium giganteum W. Hancock ex Engl.Anacardium parvifolium DuckeSpondias lutea L.Tapirira guianensis Aubl.Família AnnonaceaeBocageopsis multiflora (Mart.) R.E. Fr.Guatteria olivacea R.E. Fr.Família ApocynaceaeCouma macrocarpa Barb. Rodr.Lacmellea arborescens (Müll. Arg.) Markgr.Família AraceaeDracontium loretense K. KrauseFamília AraliaceaeDidymopanax morototoni (Aubl.) Decne. &Planch.Família ArecaceaeAstrocaryum aculeatum WallaceAttalea spectabilis Mart.Euterpe precatoria Mart.Maximiliana maripa (Aubl.) DrudeOenocarpus bacaba Mart.Oenocarpus bataua Mart.Orbignya speciosa (Mart. ex Spreng.) Barb. Rodr.Família BignoniaceaeAnemopaegma mirandum (Cham.) Mart. ex DC.Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verl.Jacaranda caroba (Vell.) A. DC.Tabebuia cassinoides (Lam.) DCTabebuia serratifolia (Vahl) G. NicholsonCajuaçuCajuíCajá/TaperebáMaria pretaEnvira surucucuEnvireiraSorvaSorva tucujáRajadinhaMorototóTucumãPalheiraAçaíInajáBacabaPatauáBabaçuCatuabaPaririCarobaCaxetaIpê amarelo05040110280617010101290119021005560116090401Família BoraginaceaeCordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud.Família BurseraceaeProtium hebetatum DalyProtium paraense Cuatrec.Protium tenuifolium (Engl.) Engl.Família CaryocaraceaeCaryocar glabrum (Aubl.) Pers.Caryocar villosum (Aubl.) Pers.Família CelastraceaeGoupia glabra Aubl.Família ChrysobalanaceaeCouepia subcordata Benth. ex Hook. f.Licania micrantha Miq.Parinari excelsa SabineFamília ClusiaceaeCalophyllum brasiliense Cambess.Vismia guianensis (Aubl.) Pers.Família CombretaceaeTerminalia amazonia (J.F. Gmel.) ExellFamília DichapetalaceaeTapura juruana (Ule) RizziniFamília ElaeocarpaceaeSloanea nitida G. DonFamília EuphorbiaceaeGlycydendron amazonicum DuckeGlycydendron sp¹Hevea brasiliensis (Kunth) Müll. Arg.Micrandra elata (Didr.) Müll. Arg.CascudinhoBreu brancoBreu mesclaBreu mangaPiquiaranaPiquiáCupiúbaMarirana/UmariranaFarinha secaBafo de boiJacareúba/LandimLacreCinzeiro/CuiaranaMututíUrucuranaMirindibaMirindiba amarelaSeringueiraSeringarana28137130315037401030107250248060506010377


TABELA 1 - continuaçãoNome científicoNome popularNNome científicoNome popularNFamília FabaceaeAldina heterophylla Spruce ex Benth.Cedrelinga cateniformis (Ducke) DuckeCopaifera multijuga HayneDialium guianense (Aubl.) SandwithDinizia excelsa DuckeDinizia sp¹Dinizia sp²Dinizia sp³Diplotropis purpurea (Rich.) AmshoffDipteryx ferrea (Ducke) DuckeDipteryx odorata (Aubl.) Willd.Dipteryx polyphylla Huber.Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth.Eperua oleifera DuckeHymenaea courbaril L.Hymenaea oblongifolia HuberHymenaea stigonocarpa Mart. ex HayneInga capitata Miq. ex Benth.Inga falcistipula Ducke.Inga macrophylla Humb. & Bonpl. ex Willd.Lonchocarpus muehlbergianus Hassl.Macrolobium acaciifolium (Benth.) Benth.Martiodendron elatum (Ducke) GleasonOrmosia coccinea (Aubl.) Jacks.Ormosia excelsa Benth.Pithecellobium racemosum DuckePithecellobium duckei HuberPterocarpus rohrii VahlSchizolobium parahyba (Vell.) S.F. BlakeSclerolobium chrysophyllum Poepp.MacucoCedroranaCopaíbaJutaí caféAngelim pedraAngelim manteigaAngelim paxiúbaAngelim folha miúdaSucupira pretaCumaru ferroCumaruCumaruranaOrelha de macacoCopaíba jacaréJatobáJutaíJatobá mirimIngá ferroIngá xixicaIngá vermelhoFeijão cruAraparíJutaí pororocaTento vermelhoTentoranaAngelim rejadoIngaranaPau sangueBandarraTaxí1020407201119227181233411943219433416153Sclerolobium melanocarpum DuckeStryphnodendron pulcherrimum (Willd.) Hochr.Swartzia corrugata Benth.Swartzia platygyne (Benth.) DuckeTachigali paniculata Aubl.Vatairea sericea (Ducke) DuckeVouacapoua americana Aubl.Família HumiriaceaeDuckesia verrucosa (Ducke) Cuatrec.Endopleura uchi (Huber) Cuatrec.Sacoglottis amazonica Mart.Família LauraceaeMezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex MezMezilaurus lindaviana Schwacke & MezMezilaurus sp¹Ocotea cujumary Mart.Ocotea fragrantissima DuckeFamília LecythidaceaeBertholletia excelsa Bompl.Cariniana estrellensis (Raddi) KuntzeCariniana micrantha DuckeCorythophora alta R. KnuthCouratari macrosperma A.C. Sm.Eschweilera bracteosa (Poepp. ex O. Berg) MiersEschweilera corrugata (Poit.) MiersFamília MalpighiaceaeByrsonima coriacea (Sw.) DC.Família MalvaceaeApeiba echinata Gaertn.Ceiba pentandra (L.) GaerthLuehea speciosa Willd.Taxi vermelhoFava brancaCoração de negroPitaícaTaxi pretoSucupira amarelaAngelim folha largaUxi coroaUxi lisoUxiranaItaúbaItaúba amarelaItaúba pretaLouro mangrataiaLouro canelaCastanheiraCachimbeiroTauarí vermelhoRipeiroTauariMatamata amareloMatamata vermelhoMuriciPente de macacoSamaúmaAçoita cavalo2511620911373411117453231912149811021278


TABELA 1 - continuaçãoNome científicoNome popularNNome científicoNome popularNFamília MalvaceaeSterculia speciosa K. Schum.Theobroma mariae (Mart.) K. Schum.Theobroma obovatum Klotzsch ex BernoulliTheobroma subincanum Martius in BuchnerFamília MelastomataceaeBellucia grossularioides (L.) TrianaMiconia chartacea TrianaFamília MeliaceaeCarapa procera DC.Guarea trichilioides L.Família MoraceaeArtocarpus integrifolia L. f.Brosimum acutifolium HuberBrosimum guianense (Aubl.) HuberBrosimum paraense HuberBrosimum potabile DuckeBrosimum sp¹Brosimum sp²Naucleopsis caloneura (Huber) DuckePerebea mollis (Poepp. & Endl.) HuberFamília MyristicaceaeIryanthera grandis DuckeVirola albidiflora DuckeVirola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb.Família MyrtaceaeMyrcia atramentifera Barb. Rodr.Psidium guineense Sw.Psidium riparium Mart. ex DC.Família NyctaginaceaePisonia tomentosa Casar.BolãoCacauranaCupuranaCupuíGoiaba de antaCarvãozinhoAndirobinhaJitóJaquinhaMururéPama folha miúdaMuirapirangaAmapá docePamaPama folha peludaMiratingaPama cauchoAruráVirola brancaVirolaCumaté da mataAraçáAraçá da mataJoão mole121484871162443323261131221410111327Família OlacaceaeMinquartia guianensis Aubl.Família RubiaceaeDuroia genipoides Hook. f. ex K. Schum.Genipa americana L.Família RutaceaeEsenbeckia leiocarpa Engl.Fagara rhoifolia (Lam.) Engl.Família SalicaceaeCasearia gossypiosperma Briq.Família SapindaceaeTalisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk.Família SapotaceaeEcclinusa abbreviata DuckeManilkara bella Monach.Manilkara excelsa (Ducke) Standl.Pouteria macrocarpa (Mart.) D.Dietr.Pouteria sp¹Pouteria sp²Pouteria sp³Pouteria torta (Mart.) Radlk.Família TheaceaeTernstroemia urophora KobuskiFamília UlmaceaeTrema micrantha (L.) BlumeFamília UrticacaeaeCecropia hololeuca Miq.Pourouma longipendula DuckeFamília VochysiaceaeErisma uncinatum Warm.AcariquaraJenipapinho / PuruíJenipaporanaGuarantãLaranjinhaEspeteiroPitombaAbiu folha peludaParajúMaçarandubaAbiu casca finaAbiu abacateAbiu ferroAbiu vermelhoAbiurana / GuapevaFigo bravo / FigueiraPeriquiteiraEmbaúba brancaEmbaubaranaCedrinho / Cambará5221412241011335465566166295879


TABELA 2 - LEVANTAMENTO DA ICTIOFAUNA DA <strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>Nome científico Nome popular Nome IndígenaMyleus cf. micansPacúPakuíOrdemCharaciformesOrdemSiluriformesOrdemPerciformesFamília SerrasalmidaeFamília CharacidaeFamília CynodontidaeFamília CurimatidaeFamília ErythrinidaeFamília CtenolucidaeFamília AnastomidaeFamília ProchilodontidaeFamília HemiodontidaeFamília DoradidaeFamília PimelodidaeFamília AuchenipteridaeFamília AgeneiosidaeFamília CichlidaeMethynnis hypsauchenSerrasalmus spilopleuraSerrasalmus SPAcestrorhyncus falcatusAcestrorhyncus microlepisBrycon cephalusBrycon melanopterumAstyanax fasciatusAstyanax alburnusCynodon gibbusPotamorhina latiorHoplias malabaricusBoulengerella maculattaLaemolyta taeniataSemaprochilodus insignisSemaprochilodus taeniurusHemiodopsis argentusHemiodus immaculatusHemiodus ocellatusPterodoras granulosusSurubim limaParauchenipterus galeatusTrachelyopterichthys taeniatusAuchenipterichthys thoracatumAgeneiosus brevifilisCichla ocellarisChaetobranchus flavescensMesonauta festivusAcaronia nassaSatanoperca jurupariPiranhaCachorrinhaMatrinxãLambari/PiabaCachorraBranquinhaTraíraBicudaPiau/ AracuFlexinha/CruzeiroBacuMandiCangatiMandubéTucunaréCaraPyraityngaGwêtîgãTanatymahûNhapyty Gwa’ga iPiratîgyPirahûGwa’gaPiaunû-huPiudyIniãNhadya’iTyrygwahûYtynbejuhuTukunare’íAkaraí80


TABELA 2 - continuaçãoNome científicoNome popularNome IndígenaOrdemPerciformesFamília CichlidaeFamília ScianidaeCrenicichla strigataCrenicichla lenticulataGeophagus surinsnmensisPlagioscion squamosissimusJacundáNhakunda’huTABELA 3 - NÚMERO DE AVISTAMENTOS E TAXA DE AVISTAMENTO/10 KM PERCORRIDOS DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DEMÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS DURANTE 108 km DE LEVANTAMENTO REALIZADO NA <strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>Nome científicoAvistamentos (taxa por 10 km percorridos)OrdemPrimatesOrdemArtiodactylaOrdemRodentiaTotalFamília AtelidaeFamília CallitrichidaeFamília CebidaeFamília PitheciidaeFamília CervidaeFamília AgoutidaeFamília SciuridaeAteles chamekMico emiliaeCebus apellaSaimiri ustusCallicebus bernhardiPithecia irrorataQuiropotes albinassusMazama gouazoupiraMazama americanaDasyprocta fuliginosaMyoprocta prattiSciurus spadiceusSciurus ignitesMicrosciurus sp.1 (0,09)5 (0,50)9 (0,83)1 (0,09)2 (0,19)3 (0,28)1 (0,09)3 (0,28)3 (0,28)11 (1,02)1 (0,09)4 (0,37)1 (0,09)3 (0,28)48 (4,44)81


TABELA 4 - LISTA DAS ESPÉCIES DA HERPETOFAUNA COLETADAS NA <strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong>.Nome científicoNome popular Nome científicoNome popularAMPHIBIAFamília BufonidaeBufo marinus Linnaeus, 1758Bufo gr. margaritifer Laurenti, 1768Bufo guttatus Schneider, 1799Família DendrobatidaeColostethus sp.Família HylidaeHyla boans Linnaeus, 1758Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862Phyllomedusa tomopterna (Cope, 1868)Scinax rubber (Laurenti, 1768)Família LeptodactylidaeAdenomera andreae Müller, 1923Eleutherodactylus fenestratus (Steindachner, 1864)Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)Leptodactylus pentadactylus (Linneaus, 1758)Lithodytes lineatus (Schneider, 1799)CROCODYLIAFamília AlligatoridaePaleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)Melanosuchus niger (Spix, 1825)TESTUDINESFamília PelomedusidaePodocnemis unifilis (Troschel, 1848)Sapo cururuSapo folhaCanoeiraRã-macacoGiaRã pimentoJacaretingaJacaré açúTracajáREPTILIAFamília GekkonidaeColeodactylus amazonicus Andersson, 1916Hemidactylus mabouia (Morreau de Jonnès, 1818)Família PolycrotidaeAnolis fuscoauratus Duméril & Bibron, 1837Anolis transversalis Duméril, 1851Anolis nitens (Wagler, 1830)Família TropiduridaePlica plica (Linnaeus, 1758)Uranoscodon superciliosa (Linnaeus, 1758)Família TeiidaeAmeiva ameiva (Linnaeus, 1758)Kentropyx cf. altamazonica Cope, 1876Família BoidaeCorallus hortulanus (Linnaeus, 1758)Epicrates cenchria, (Linnaeus, 1758)Boa constrictor (Linnaeus, 1758)Eunectes murinus Linnaeus, 1758Família ColubridaeHelicops angulatus (Linnaeus, 1758)Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758)Siphlophis compressus, (Daudin, 1803)Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758)Família ElapidaeMicrurus surinamensis (Cuvier, 1817)Família ViperidaeBothrops atrox (Linnaeus, 1758)CalangoLagartixaAbraça pauTamacoréCalango verdeCalango verdeVeadeiraSalamantaJibóiaSucuriJararaca d’águaDormideiraCoral d’águaJararaca82


TABELA 5 - LISTA DAS ESPÉCIES DA AVIFAUNA DA <strong>TERRA</strong> INDÍGENA <strong>IPIXUNA</strong> - Aldeia Ipixuna.Status de abundância: (C) espécie comum; (P) espécie pouco comum; (I) espécie incomum; (R) espécie rara.Endemismo: (AM) espécie endêmica da amazônia; (MID) espécie endêmica do interflúvio Madeira-Tapajós.Nome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília TinamidaeTinamus taoTinamus majorTinamus guttatusCrypturellus strigulosusCrypturellus variegatusCrypturellus parvirostrisFamília AnhimidaeAnhima cornutaFamília AnatidaeDendrocygna viduataDendrocygna autumnalisNeochen jubataCairina moschataSarkidiornis sylvicolaAmazonetta brasiliensisFamília CracidaeOrtalis guttataPenelope jacquacuPipile pipileMitu tuberosumFamília OdontophoridaeOdontophorus gujanensisFamília PodicipedidaePodilymbus podicepsFamília PhalacrocoracidaePhalacrocorax brasilianusFamília AnhingidaeAnhinga anhingaAzulonainhambu-de-cabeça-vermelhainhambu-galinhainhambu-relógioinhambu-anhangáinhambu-chororóAnhumaIrerêasa-brancapato-corredorpato-do-matopato-de-cristapé-vermelhoaracuãjacujacutinga-de-garganta-azulmutum-cavalouru-corcovadomergulhão-caçadorbiguábiguatingaxxxxxxxx---X-XXXXXXXXPPPPPCPCCRPRCCPPIPCCPAMAMAMAM83


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília ArdeidaeTigrisoma lineatumsocó-boiXPAgamia agamigarça-da-mataXICochlearius cochleariusarapapáXPIxobrychus exilissocoí-vermelhoXINycticorax nycticoraxsavacuXPButorides striatasocozinhoXCBubulcus ibisgarça-vaqueiraXCArdea cocoigarça-mouraXPArdea albagarça-branca-grandeXCSyrigma sibilatrixmaria-faceiraXPPilherodius pileatusgarça-realXPEgretta thulaFamília Threskiornithidaegarça-branca-pequenaXCMesembrinibis cayennensisFamília Ciconiidaecoró-coróXCMycteria americanaFamília Cathartidaecabeça-secaXPCathartes auraurubu-de-cabeça-vermelhaXCCathartes burrovianusurubu-de-cabeça-amarelaXPCathartes melambrotusurubu-da-mataXCCoragyps atratusurubu-de-cabeça-pretaXCSarcoramphus papaFamília Pandionidaeurubu-reiXPPandion haliaetusFamília Accipitridaeáguia-pescadora-IElanoides forficatusgavião-tesouraXIGampsonyx swainsoniigaviãozinhoXIElanus leucurusgavião-peneiraXIRostrhamus sociabilisgavião-caramujeiroXCIctinia plumbeasoviXC84


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília AccipitridaeLeucopternis schistaceusButeogallus urubitingaHeterospizias meridionalisBusarellus nigricollisRupornis magnirostrisButeo albicaudatusButeo albonotatusHarpia harpyjaSpizaetus tyrannusFamília FalconidaeIbycter americanusCaracara plancusMilvago chimachimaHerpetotheres cachinnansMicrastur gilvicollisMicrastur semitorquatusFalco sparveriusFalco rufigularisFamília AramidaeAramus guaraunaFamília PsophiidaePsophia viridisFamília RallidaeAramides cajaneaLaterallus viridisGallinula chloropusPorphyrio martinicaFamília HeliornithidaeHeliornis fulicagavião-azulgavião-pretogavião-caboclogavião-belogavião-carijógavião-de-rabo-brancogavião-de-rabo-barradogavião-realgavião-pega-macacogralhãocaracarácarrapateiroacauãfalcão-mateirofalcão-relógioquiriquiricaurécarãojacamim-de-costas-verdessaracura-três-potessanã-castanhafrango-d’água-comumfrango-d’água-azulpicaparraXXXXXXXXXXXXXXXXX-XXX--XPPPPCPIRIICCIPPPPCIPPCPIAMAM85


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília EurypygidaeEurypyga heliasFamília Jacanidaepavãozinho-do-paráXIJacana jacanaFamília CharadriidaejaçanãXCVanellus chilensisFamília Scolopacidaequero-queroXCTringa solitariaFamília Sternidaemaçarico-solitárioXCSternula superciliaristrinta-réis-anãoXPPhaetusa simplexFamília Columbidaetrinta-réis-grandeXPColumbina talpacotirolinha-roxaXCPatagioenas speciosapomba-trocalXPPatagioenas cayennensispomba-galegaXCPatagioenas subvinaceapomba-botafogoXPZenaida auriculatapomba-de-bandoXCLeptotila verreauxijuriti-pupuXCGeotrygon montanaFamília PsittacidaepaririXPAra araraunaarara-canindéXPAra macaoararacangaXPAra chloropterusarara-vermelha-grandeXPDiopsittaca nobilismaracanã-pequenaXPAratinga weddelliiperiquito-de-cabeça-sujaXCAMPyrrhura perlatatiriba-de-barriga-vermelhaXPMIDPyrrhura pictatiriba-de-testa-azulXIAMForpus sclaterituim-de-bico-escuroXPAMBrotogeris versicolurusperiquito-de-encontro-amareloXCAMPionites leucogastermarianinha-de-cabeça-amarelaXPAMPionopsitta barrabandicurica-de-bochecha-laranjaXIAM86


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília PsittacidaePionus menstruusmaitaca-de-cabeça-azulXCAmazona kawallipapagaioXRAMAmazona amazonicacuricaXPAmazona farinosaFamília Opisthocomidaepapagaio-moleiroXPOpisthocomus hoazinFamília CuculidaeciganaXCPiaya cayanaalma-de-gatoXCCoccycua minutachincoã-pequenoXPCrotophaga majoranu-corocaXPCrotophaga anianu-pretoXCTapera naeviasaciXCNeomorphus geoffroyiFamília Strigidaejacu-estaloXRMegascops watsoniicorujinha-orelhudaXCAMLophostrix cristatacoruja-de-cristaXIPulsatrix perspicillatamurucututuXPStrix virgatacoruja-do-matoXPGlaucidium brasilianumFamília NyctibiidaecaburéXCNyctibius grandismãe-da-lua-giganteXPNyctibius griseusFamília Caprimulgidaemãe-da-luaXCNyctidromus albicollisFamília ApodiformesbacurauXCChaetura spinicaudusandorinhão-de-sobre-brancoXCChaetura brachyuraandorinhão-de-rabo-curtoXCTachornis squamataFamília TrochilidaetesourinhaXCThrenetes leucurusbalança-rabo-de-garganta-pretaXIAM87


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília TrochilidaePhaethornis ruberrabo-branco-rubroXPPhaethornis philippiirabo-branco-amareloXCAMPhaethornis superciliosusrabo-branco-de-bigodeXPCampylopterus largipennisasa-de-sabre-cinzaXIEupetomena macrourabeija-flor-tesouraXPFlorisuga mellivorabeija-flor-azul-de-rabo-brancoXPAnthracothorax nigricollisbeija-flor-de-veste-pretaXPChrysolampis mosquitusbeija-flor-vermelhoXIChlorostilbon aureoventrisbesourinho-de-bico-vemelhoXCThalurania furcatabeija-flor-tesoura-verdeXCAmazilia fimbriatabeija-flor-de-garganta-verdeXCHeliothryx auritusFamília Trogonidaebeija-flor-de-bochecha-azulXITrogon viridissurucuá-grande-de-barriga-amarelaXCTrogon melanurusFamília Alcedinidaesurucuá-de-cauda-pretaXCCeryle torquatusmartim-pescador-grandeXCChloroceryle amazonamartim-pescador-verdeXCChloroceryle indamartim-pescador-da-mataXIChloroceryle aeneaFamília MomotidaemartinhoXPBaryphthengus martiijuruva-ruivaXPMomotus momotaFamília Galbulidaeudu-de-coroa-azulXCBrachygalba lugubrisariramba-pretaXIGalbula leucogastraarirambaXIAMGalbula ruficaudaariramba-de-cauda-ruivaXCJacamerops aureusFamília BucconidaejacamaraçuXINotharchus macrorhynchosmacuru-de-testa-brancaXP88


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília BucconidaeNotharchus tectusmacuru-pintadoXPBucco tamatiarapazinho-carijóXPAMMalacoptila rufabarbudo-de-pescoço-ferrugemXPAMMonasa nigrifronschora-chuva-pretoXCMonasa morphoeuschora-chuva-de-cara-brancaXPChelidoptera tenebrosaFamília CapitonidaeurubuzinhoXCCapito nigerFamília Ramphastidaecapitão-de-bigode-carijóXCAMRamphastos tucanustucano-grande-de-papo-brancoXCRamphastos vitellinustucano-de-bico-pretoXPPteroglossus inscriptusaraçari-miudinho-de-bico-riscadoXPAMPteroglossus castanotisaraçari-castanhoXCPteroglossus beauharnaesiiFamília Picidaearaçari-mulatoXIAMPicumnus aurifronspica-pau-anão-douradoXPAMMelanerpes cruentatusbenedito-de-testa-vermelhaXCVeniliornis passerinuspicapauzinho-anãoXCPiculus flavigulapica-pau-bufadorXPCeleus grammicuspicapauzinho-chocolateXIAMCampephilus melanoleucosFamília Thamnophilidaepica-pau-de-topete-vermelhoXPCymbilaimus lineatuspapa-formiga-barradoXPTaraba majorchorá-boiXCSakesphorus luctuosuschoca-d’águaXPAMThamnophilus aethiopschoca-lisaXIThamnophilus schistaceuschoca-de-oho-vermelhoXCAMThamnophilus punctatuschoca-bate-caboXCThamnomanes ardesiacusuirapuru-de-garganta-pretaCAMThamnomanes caesiusipecuáXC89


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília ThamnophilidaeMyrmotherula haematonotaMyrmotherula surinamensisMyrmotherula axillarisMyrmotherula longipennisMyrmotherula menetriesiiHerpsilochmus sp. nov.Microrhopias quixensisCercomacra cinerascensCercomacra nigrescensMyrmoborus myotherinusHypocnemis cantatorHypocnemoides melanopogonSclateria naeviaSchistocichla leucostigmaMyrmeciza hemimelaenaRhegmatorhina hoffmannsiHylophylax naeviusHylophylax poecilinotusPhlegopsis nigromaculataSkutchia borbaeFamília ConopophagidaeConopophaga melanogasterFamília GrallariidaeGrallaria variaHylopezus maculariusFamília FormicariidaeFormicarius colmaFormicarius analisChamaeza nobilischoquinha-de-garganta-carijóchoquinha-estriadachoquinha-de-flanco-brancochoquinha-de-asa-compridachoquinha-de-garganta-cinzachorozinhopapa-formiga-de-bandochororó-pocuáchororó-negroformigueiro-de-cara-pretapapa-formiga-cantadorsolta-asa-do-nortepapa-formiga-do-igarapéformigueiro-de-asa-pintadaformigueiro-de-cauda-castanhamãe-de-taoca-papudaguarda-florestarendadinhomãe-de-taocamãe-de-taoca-douradachupa-dentetovacuçutorom-carijógalinha-do-matopinto-do-mato-de-cara-pretatovaca-estriadaXXXXX-XXXX--XXXXXXXXX--PPCPCPCCPCCPPIPCPPPIIIPCCIAMAMAMAMAMAMAMMIDAMAMAMMIDMIDAMAM90


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília ScleruridaeSclerurus rufigularisFamília DendrocolaptidaeDendrocincla fuliginosaDendrocincla merulaDeconychura longicaudaDeconychura stictolaemaSittasomus griseicapillusGlyphorynchus spirurusNasica longirostrisHylexetastes perrotiiXiphocolaptes promeropirhynchusDendrocolaptes certhiaDendrocolaptes hoffmannsiXiphorhynchus ocellatusXiphorhynchus elegansXiphorhynchus guttatusLepidocolaptes albolineatusFamília FurnariidaeFurnarius leucopusSynallaxis rutilansCranioleuca vulpinaCerthiaxis cinnamomeusBerlepschia rikeriSimoxenops ucayalaeAncistrops strigilatusHyloctistes subulatusPhilydor ruficaudatumPhilydor erythrocercusPhilydor pyrrhodesAutomolus ochrolaemusvira-folha-de-bico-curtoarapaçu-pardoarapaçu-da-taocaarapaçu-rabudoarapaçu-de-garganta-pintadaarapaçu-verdearapaçu-de-bico-de-cunhaarapaçu-de-bico-compridoarapaçu-de-bico-vermelhoarapaçu-vermelhoarapaçu-barradoarapaçu-marromarapaçu-oceladoarapaçu-elegantearapaçu-de-garganta-amarelaarapaçu-de-listras-brancascasaca-de-couro-amarelojoao-teneném-castanhoarredio-do-riocurutiélimpa-folha-do-buritilimpa-folha-de-bico-viradolimpa-folha-picançolimpa-folha-riscadolimpa-folha-de-cauda-ruivalimpa-folhas-de-sobre-ruivolimpa-folha-vermelhobarranqueiro-camurça-XXXXXXXXXXXXXX-X--X-XXXXXXIPIIICCIIIPIPPPICPPCCIPIIPICAMAMAMAMAMAMAMMIDAMAMAMAMAMAMAMAM91


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoAutomolus infuscatusXenops tenuirostrisFamília TyrannidaeMionectes oleagineusLeptopogon amaurocephalusCorythopis torquatusHemitriccus minorHemitriccus zosteropsHemitriccus striaticollisTodirostrum maculatumMyiopagis gaimardiiElaenia flavogasterElaenia chiriquensisElaenia ruficepsOrnithion inermeCamptostoma obsoletumPhaeomyias murinaZimmerius gracilipesMyiornis ecaudatusTolmomyias flaviventrisPlatyrinchus coronatusOnychorhynchus coronatusMyiobius barbatusTerenotriccus erythrurusLathrotriccus euleriCnemotriccus fuscatusOchthornis littoralisArundinicola leucocephalaColonia colonusMyiozetetes cayanensisMyiozetetes similisbarranqueiro-pardobico-virado-finoabre-asacabeçudoestalador-do-nortemaria-sebinhamaria-de-olho-brancosebinho-rajado-amareloferreirinho-estriadomaria-pechimguaracava-de-barriga-amarelachibumguaracava-de-topete-vermelhopoiaeiro-de-sobrancelharisadinhabagageiropoiaeiro-de-pata-finacaçulabico-chato-amarelopatinho-de-coroa-douradamaria-lequeassanhadinhopapa-moscas-uirapuruenferrujadoguaracavuçumaria-da-praiafreirinhaviuvinhabentevizinho-de-asa-ferrugíneabentevizinho-de-penacho-vermelhoXXXXXXX-XXXX-XXXXXXXXXXXXX--XXCIPPPIPPCCCCPPPPCPPPIIPPPPPPCCAMAMAMAMAMAMAM92


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoPitangus sulphuratusPhilohydor lictorMyiodynastes maculatusMegarynchus pitanguaEmpidonomus variusTyrannus melancholicusRhytipterna simplexMyiarchus swainsoniMyiarchus feroxRamphotrigon ruficaudaAttila spadiceusFamília CotingidaePhoenicircus nigricollisCotinga cayanaLipaugus vociferansXipholena puniceaGymnoderus foetidusQuerula purpurataCephalopterus ornatusFamília PipridaeTyranneutes stolzmanniMachaeropterus pyrocephalusLepidothrix nattereriManacus manacusChiroxiphia pareolaHeterocercus linteatusDixiphia pipraPipra fasciicaudaPipra rubrocapillaFamília TityridaeSchiffornis turdinabem-te-vibentevizinho-do-brejobem-te-vi-rajadoneineipeiticasuiririvissiáirrémaria-cavaleirabico-chato-de-rabo-vermelhocapitão-de-saíra-amarelosaurá-de-pescoço-pretoanambé-azulcricrióanambé-pompadoraanambé-pomboanambé-umaanambé-pretouirapuruzinhouirapuru-cigarrauirapuru-de-chapéu-brancorendeiratangará-falsocoroa-de-fogocabeça-brancauirapuru-laranjacabeça-encarnadaflautim-marromXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXCPPPPCPPPPPIICPPPIPPPPPPPPPPAMAMAMAMAMAMAMMIDAM93


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoLaniocera hypopyrraTityra inquisitorPachyramphus rufusPachyramphus castaneusFamília VireonidaeCyclarhis gujanensisVireo olivaceusHylophilus hypoxanthusHylophilus ochraceicepsFamília CorvidaeCyanocorax chrysopsFamília HirundinidaeTachycineta albiventerProgne taperaProgne chalybeaAtticora fasciataAtticora melanoleucaStelgidopteryx ruficollisFamília TroglodytidaeCampylorhynchus turdinusThryothorus genibarbisTroglodytes musculusMicrocerculus marginatusCyphorhinus aradaDonacobius atricapillaFamília PolioptilidaeRamphocaenus melanurusPolioptila plumbeaFamília TurdidaeTurdus leucomelasTurdus sp.chorona-cinzaanambé-branco-de-bochecha-pardacaneleiro-cinzentocaneleiropitiguarijuruviaravite-vite-de-cabeça-marromvite-vite-uirapurugralhaandorinha-do-rioandorinha-do-campoandorinha-doméstica-grandepeitorilandoriha-de-coleiraandorinha-serradoracatataugarrinchão-pai-avôcorruírauirapuru-veadouirapuru-verdadeirojapacanimbico-assoveladobalança-rabo-de-chapéu-pretosabiá-barrancosabiáXXXXXXXX-XXXXXXXXXXXX-XX-IPIPCCCPPCCCCPCCPCPPCPPCPAMAMAM94


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoTurdus lawrenciiTurdus albicollisFamília MotacillidaeAnthus lutescensFamília CoerebidaeCoereba flaveolaFamília ThraupidaeTCissopis leverianusLamprospiza melanoleucaNemosia pileataThlypopsis sordidaHabia rubicaEucometis penicillataTachyphonus cristatusTachyphonus surinamusTachyphonus luctuosusLanio versicolorRamphocelus nigrogularisRamphocelus carboThraupis episcopusThraupis sayacaTangara chilensisTangara schrankiiTangara cayanaTangara veliaTersina viridisDacnis lineataDacnis cayanaCyanerpes cyaneusChlorophanes spizaHemithraupis flavicolliscaraxué-de-bico-amarelosabiá-coleiracaminheiro-zumbidorcambacicatietingapipira-de-bico-vermelhosaíra-de-chapéu-pretosaí-canáriosanhaçu-de-asa-brancapipira-da-taocatiê-galotem-tem-de-topete-ferrugíneotem-tem-de-dragona-brancapipira-de-asa-brancapipira-de-máscarapipira-de-máscarasanhaçu-da-amazôniasanhaçu-cinzentosete-cores-da-amazôniasaíra-ourosaíra-amarelasaíra-diamantesaí-andorinhasaí-de-máscara-pretasaí-azulsaíra-beija-florsaí-verdesaíra-de-papo-pretoXXXXXXXXXXX-XXXXXXXXXXXXXXXXIPPCPIPPPPPPPPPCCCCCPIPPPCPPAMAMAMAMAMAMAMAM95


TABELA 5 - continuaçãoNome científico Nome popular Aldeia Ipixuna Raridade EndemismoFamília EmberizidaeAmmodramus aurifronsSicalis columbianaVolatinia jacarinaSporophila nigricollisSporophila minutaArremon taciturnusParoaria gularisFamília CardinalidaeSaltator grossusSaltator maximusCyanocompsa cyanoidesFamília IcteridaePsarocolius viridisPsarocolius decumanusPsarocolius bifasciatusCacicus solitariusCacicus celaCacicus haemorrhousIcterus cayanensisMolothrus oryzivorusSturnella militarisFamília FringillidaeEuphonia chloroticaEuphonia rufiventriscigarrinha-do-campocanário-do-amazonastiziubaianocaboclinho-lindotico-tico-de-bico-pretocardeal-da-amazôniabico-encarnadotempera-violaazulão-da-amazôniajapu-verdejapujapuaçuiraúna-de-bico-brancoxexéuguaxeencontroiraúna-grandepolícia-inglesa-do-nortefim-fimgaturamo-pretoXX--XXXXXXXX--X-X---XCPCPPPCPCPCCPPCCPCCCCAMAMAM96


BIBLIOGRAFIAEtnohistóriaBeto Ricardo, “Povos Indígenas e Desenvolvimento Sustentável”, in,Terras Indígenas e Unidades de Conservação da Natureza, Org. FanyRicardo, Instituto Socioambiental – ISA, nov/2004LEVINHO, José Carlos– Antropólogo, In, Índios do Brasil, nº 1, Ministérioda Justiça, FUNAI, Centro de Documentação e Informação – CE-DOC, abril 1990.NIMUENDAJU, Curt - Os Índios Parintintin do Rio Madeira (1924),Separata do “Journal de la Societé” de Américanistes, Paris, n.s. 16:201-278, 1924, in, Textos Indigenistas, p. 46-110, Ed. Loyola, SãoPaulo, 1982.Meio FísicoEMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Ed. H.G. dosSantos et al. 2° ed. Rio de Janeiro. EMBRAPA Solos, 2006. 306p.RADAMBRASIL. Folha SB.Purus geologia, geomorfologia, pedologia,vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro. 1978. 566p. 7mapas.VegetaçãoMATOS, F.D.A. & AMARAL, I.L. 1999. Análise ecológica de umhectare em floresta ombrófila densa de terra-firme, estrada da várzea,Amazonas, Brasil. Acta Amazonica, Manaus, v.29, n.3, p.365-379.PIELOU, E.C. 1966. Species-diversity and pattern-diversity in thestudy of ecological sucession. J. Theoret. Biol., v.13, p.131- 144.SHEPHERD, G.J. 1994. FITOPAC I. Manual do Usuário. Campinas:UNICAMP, Departamento de Botânica.IctiofaunaLOWE-McCONNELL, R.H. 1999. Fauna de peixes neotropicais.In: Estudos ecológicos em comunidades tropicais / R. H. Lowe-McConnell; tradução Vazzoler, A. E. M; Agostinho, AA;Cunnhingham, P. T. M. Editora da Univ. São Paulo. 534p.MENEZES, N.A. 1996. Methods for assessing freshwater fish diversity.Capítulo 19, pp 289-295. In: Bicudo, C.E.M.; Menezes, N.A (eds.).Biodiversity in Brasil – A first approach. CNPq, Brasília. 326p.TORRENTE-VILARA, G. 2003. Padrões nos parâmetros biológicos detrês espécies de aracus (Characiformes: Anastomidade) em lagos devárzea da Amazônia central, Dissertação de Mestrado. INPA/UFAM,Manaus, 90p.AvifaunaCRACRAFT, J., 1985. Historical biogeography and patterns ofdiferentiation within the South American avifauna: areas ofendemism. In: BUCKLEY, P. A. et. al. eds. Neotropical Ornithology.Washington, American Ornithologists’ Union. p. 49-84 (OrnithologicalMonographs n. 36).ROTH, P. 1984. Repartição do hábitat entre psitacídeos simpátricosno sul da Amazônia. Acta Amazônica, 14 (1-2): 175-221.STOTZ. D. F.; FITZPATRICK, J. W.; PARKER III, T. A. ; MOSKOVITS,D. K. 1996. Neotropical birds: ecology and conservation. Chicago,University of Chicago Press. 478p.MastofaunaAURICCHIO, P. Primatas do Brasil. São Paulo: Terra Brasilis. 1995.EMMONS, L.H. Geographic variation in densities and diversities ofnon-flying mammals in Amazonia. Biootropica. V.16, n.3: 210-222,1984.EMMONS, L.H.; FEER, F. Neotropical Rainforest Mammals: A FieldGuide. 2nd edition. Chicago: University of Chicago Press. 1997.HerpetofaunaÁvila-Pires, T.C.S. Lizards of Brazilian Amazônia (Reptilia: Squamata).Zool. Verh. Leiden 299, 20.iv.1995: 1-706.Duellman, W. E. 1990. Herpetofaunas in Neotropical rainforests: comparativecomposition, history, and resource use. Pp. 455-505 In: Gentry, AH. (ed.), Four Neotropical Rainforests. Yale University Press, New Haven.97


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ETNOZONEAMENTOLegenda2°0'S72°0'W1:11.000.000ColombiaMapa de Localizacão da Terra Indígena Ipixunano Município de Humaitá, Estado do Amazonas68°0'WVenezuelaVenezuelaRio Negro64°0'WRORAIMA60°0'WOceanoAtlântico2°0'S6°30'S62°40'W62°30'WIgarapé do LaguinhoIgarapé Jacaré62°20'WRio Madeira62°10'W62°0'WIgarapé Peixe-BoiIgarapé PaulinoIgarapé do JacaminIgarapé da Japonesa61°50'WIgarapé São Raimundo6°30'SIgarapé da CachoeiraIgarapé BacabaTI IpixunaRios e IgarapésCurvas de NivelRodovias6°0'SAMAZONASRio SolimõesBR-319Rio Madeira6°0'S6°40'SIgarapé Acará-MirimIgarapé JuraráIgarapé AzulIgarapé do AntônioIgarapé PrainhaIgarapé da Poção6°40'SRio JuruáConvenções TemáticasZona de ProduçãoZona de Proteção IntegralZona Primitiva10°0'SPeruPeru72°0'WACRE68°0'WBolíviaRio PurusRONDÔNIA64°0'WTransamazônica60°0'WRio Juruena10°0'SMATO GROSSO6°50'SParaná do CarapanatubaRio MadeiraIgarapé TapuruIgarapé ComercialIgarapé dos Muvucos6°50'SFonte:Base Temática elaborada a partir de informacões da Associação deDefesa Etnoambiental Kanindé, Instituto do Homem e Meio Ambiente daAmazônia - IMAZON, e Fundação Nacional do Índio - FUNAIBase Cartográfica elaborada a partir das folhas Auxiliadora, SB.20-Z-A,M.I. 0190 e Lagoa Três Casas, SB-20-Z-C, M.I. 0217, DSG, 1:250.000.Base Planialtimétrica extraídas do Shuttle Radar Topography Mission -SRTM. Equidistância das curvas de nível, 30m.Escala:1:300.000Km05 2,510 15 20Elaboração e Processamento de Dados:Elice Duran e Charles BarataPROJEÇÃO UN IVERSAL TRAN SVERSA DE MERCATORNMdNQcNGDATU M OFICIAL - SAD 69MERIDIAN O CEN TRAL: 63° WGrPonto: CENTRO DA FOLHALatitude = 6°44'55,61459" SLongitude = 62°15'22,03277" WCoeficiente de Escala K = 0,99968364Data: 26/04/2009Convergência Meridiana (c) = -0°05'14,7225"Declinação Magnética(d) = -12°50'27" Var. anual = -0°08'09"7°0'S7°10'SIgarapé do AntônioRio IpixunaRio MaiciRio dos Marmelos7°0'S7°10'SObs: As distâncias nos mapas desta publicacão não correspondem à escala real do terreno. Os mapas originais podem ser obtidos com a Kanindé e parceiros.62°40'W62°30'W62°20'W62°10'W62°0'W61°50'W


6°30'S62°40'W62°30'W62°20'WIgarapé do LaguinhoIgarapé JacaréRio Madeira62°10'W62°0'WIgarapé Peixe-BoiIgarapé PaulinoIgarapé da Japonesa61°50'WIgarapé São Raimundo6°30'S2°0'S72°0'W1:11.000.000ColombiaMapa de Localizacão da Terra Indígena Ipixunano Município de Humaitá, Estado do Amazonas68°0'WVenezuelaVenezuelaRio Negro64°0'WRORAIMA60°0'WOceanoAtlântico2°0'SHIDROGRAFIALegendaTI IpixunaRodoviasRios e Igarapés6°40'SIgarapé Acará-MirimIgarapé JuraráIgarapé AzulIgarapé do AntônioIgarapé PrainhaIgarapé da CachoeiraIgarapé do JacaminIgarapé da Poção6°40'S6°0'SAMAZONASRio SolimõesBR-319Rio Madeira6°0'SAldeia CanavialTrilha de PesquisaRio Juruá6°50'SParaná do CarapanatubaRio MadeiraIgarapé TapuruIgarapé ComercialIgarapé dos Muvucos6°50'S10°0'SPeruPeru72°0'WACRE68°0'WBolíviaRio PurusRONDÔNIA64°0'WTransamazônica60°0'WRio Juruena10°0'SMATO GROSSO7°0'S7°10'SIgarapé do AntonioRio IpixunaRio MaicisRio dos Marmelo7°0'S7°10'SFonte:Base Temática elaborada a partir de informacões da Associação deDefesa Etnoambiental Kanindé, Instituto do Homem e Meio Ambiente daAmazônia - IMAZON, e Fundação Nacional do Índio - FUNAIBase Cartográfica elaborada a partir das folhas Auxiliadora, SB.20-Z-A, M.I.0190 e Lagoa Três Casas, SB-20-Z-C, M.I. 0217, DSG, 1:250.000.Base Planialtimétrica extraídas do Shuttle Radar Topography Mission -SRTM. Equidistância das curvas de nível, 30m.Imagem de Satélite LANDSAT TM 5, CENAS 231/64, 231/65, 232/64 e232/65, composição colorida, RGB, resolução de pixel 30m, ano de 2006.Escala:1:300.000Km05 2,510 15 20Elaboração e Processamento de Dados:Elice Duran e Charles BarataPROJEÇÃO UN IVERSAL TRAN SVERSA DE MERCATORNMdNQcNGDATU M OFICIAL - SAD 69MERIDIAN O CEN TRAL: 63° WGrPonto: CENTRO DA FOLHALatitude = 6°44'55,61459" SLongitude = 62°15'22,03277" WCoeficiente de Escala K = 0,99968364Data: 26/04/2009Convergência Meridiana (c) = -0°05'14,7225"Declinação Magnética(d) = -12°50'27" Var. anual = -0°08'09"Obs: As distâncias nos mapas desta publicacão não correspondem à escala real do terreno. Os mapas originais podem ser obtidos com a Kanindé e parceiros.62°40'W62°30'W62°20'W62°10'W62°0'W61°50'W


PROMOÇÃOEXECUÇÃOPARCERIAEsta publicação foi produzida graças ao apoio do povo americano por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional(USAID). O conteúdo é de responsabilidade de seus realizadores e não necessariamente reflete as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos.Associação de Defesa Etnoambiental

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