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Fecho da golada do Tejo

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Passageiros & mobili<strong>da</strong>de<br />

Álvaro Seco - Metro <strong>do</strong> Mondego<br />

Coimbra deveria ter uma autori<strong>da</strong>de de<br />

transportes<br />

Carga & Merca<strong>do</strong>rias<br />

José Benoliel – administra<strong>do</strong>r <strong>da</strong> CP Carga<br />

porto de Lisboa deveria ser apenas e só destina<strong>do</strong> a navios de grande Turismo,<br />

os chama<strong>do</strong>s navios de cruzeiro, e ain<strong>da</strong> à chama<strong>da</strong> Náutica de recreio.<br />

Em qualquer <strong>do</strong>s casos, atrevo-me a declarar, na<strong>da</strong> de mais País: erra<strong>do</strong>. Portugal<br />

Transportes em Revista.com<br />

ID: 30150673 “CP Carga tem de ser rentável”<br />

13-05-2010<br />

Em Linha<br />

Vejamos então os porquês<br />

Period.: Diária<br />

A importância <strong>do</strong> porto de Lisboa no plano económico é fun<strong>da</strong>mental para a<br />

competitivi<strong>da</strong>de económica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> Região em que se insere. Região<br />

notoriamente desenvolvi<strong>da</strong>, quer no contexto <strong>do</strong> país, quer Âmbito: ao nível Online <strong>da</strong> Península<br />

Ibérica. Aqui vivem três milhões e quinhentas mil pessoas, um terço <strong>da</strong><br />

população <strong>do</strong> País. Para um PIB Nacional de 166.433 milhões Pag.: de 2 euros, de 6 a Região<br />

de Lisboa e Vale <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong>, contribui com 75.550 milhões.<br />

Com uma população de 33 por cento, a Região contribui com cerca de 45 por<br />

cento para formação <strong>do</strong> PIB.<br />

Sei por experiência própria, colhi<strong>da</strong> no tempo que estive liga<strong>do</strong> a aeroportos e<br />

portos, que, estan<strong>do</strong> estes liga<strong>do</strong>s a ci<strong>da</strong>des, são estas e não aqueles os locais<br />

de destino <strong>da</strong>s pessoas e <strong>da</strong>s merca<strong>do</strong>rias. É nas ci<strong>da</strong>des que confluem as<br />

populações que procuram os espaços de vi<strong>da</strong> e de consumo de que usufruem.<br />

Sem a carga no porto de Lisboa, a Região Metropolitana de Lisboa não poderia,<br />

necessariamente, oferecer a estas populações o nível de vi<strong>da</strong> e bem-estar a que<br />

as acostumou.<br />

Sabemos, com efeito, que um <strong>do</strong>s<br />

grandes problemas <strong>do</strong> nosso País, por<br />

to<strong>do</strong>s, aliás, apregoa<strong>do</strong>, é a falta de<br />

competitivi<strong>da</strong>de económica. Organismos<br />

internacionais credencia<strong>do</strong>s falam já de<br />

“grande diferencial de competitivi<strong>da</strong>de”.<br />

Sabemos, também, que as ci<strong>da</strong>des<br />

portuárias se constituíram à volta <strong>do</strong><br />

seu porto, situação de que resultou uma<br />

competitivi<strong>da</strong>de superior à <strong>da</strong>s<br />

restantes. Sabemos, por fim, que a<br />

logística <strong>do</strong>s transportes acrescenta às<br />

matérias-primas e às merca<strong>do</strong>rias um<br />

custo extra, em média uns seis a sete<br />

por cento.<br />

Veja as últimas edições TR<br />

Encontros - Transportes em Revista<br />

Quer isto dizer que, para se ganhar<br />

competitivi<strong>da</strong>de económica, terá de se<br />

optimizar essa logística, saben<strong>do</strong> à<br />

parti<strong>da</strong> que a uma menor distância<br />

corresponde uma mais-valia<br />

considerável, decorrente <strong>da</strong> redução<br />

<strong>do</strong>s custos. Seria, pois, impensável<br />

transferir a carga, que passa no porto<br />

de Lisboa para Sines e Setúbal sem<br />

prejudicar seriamente a competitivi<strong>da</strong>de<br />

económica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> Região<br />

Metropolitana e <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong><br />

Esta reali<strong>da</strong>de justifica, per si, a visão<br />

de outro futuro <strong>do</strong> porto de Lisboa.<br />

Qual a visão, ou qual o futuro<br />

Para começo de intenções, seria<br />

necessário não reincidir no erro cometi<strong>do</strong> em Alcântara, com o alargamento <strong>do</strong><br />

terminal de contentores. A reivindicação por parte <strong>do</strong> concessionário, sen<strong>do</strong> já<br />

antiga, nunca tinha feito vencimento. Contu<strong>do</strong>, desta vez avançou e, em meu<br />

entender, nos piores moldes, por razões, de to<strong>do</strong>s, conheci<strong>da</strong>s.<br />

Enquanto ex-presidente <strong>do</strong> porto de Lisboa, mantenho o que sempre afirmei, a<br />

partir <strong>do</strong> momento em que tive acesso ao contrato: Jamais o assinaria.<br />

O pronunciamento <strong>do</strong> Tribunal de Contas é <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público. Na Assembleia <strong>da</strong><br />

República correm, e a meu ver justifica<strong>da</strong>mente, os processos legislativos<br />

conducentes à sua anulação. Que seja aprova<strong>da</strong> em boa hora essa decisão, para<br />

bem <strong>do</strong> porto e <strong>da</strong>s populações que por ali vivem e trabalham.<br />

Com efeito, ter ganho o estatuto de definitivo, um terminal nasci<strong>do</strong> provisório e<br />

que assim deveria morrer constituiu um rude golpe nas perspectivas futuras <strong>do</strong><br />

porto. Esta convicção ganha maior firmeza se considerarmos que, desde a sua<br />

nascença, se concebera já uma alternativa com características de pereni<strong>da</strong>de.<br />

Não basta dizer que se acaba com o terminal de contentores de Alcântara. É<br />

simultaneamente necessário pensar, com serie<strong>da</strong>de, num terminal alternativo<br />

dentro <strong>do</strong> porto de Lisboa. Ali está um <strong>do</strong>s maiores terminais de contentores a<br />

nível nacional.<br />

Seguem-se novas reivindicações, por parte de outras zonas <strong>da</strong> margem norte,<br />

onde existem já terminais de contentores. Uma delas, em Santa Apolónia, por<br />

necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> construção terceira travessia <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong>. Outra, porque o<br />

movimento de contestação dá dividen<strong>do</strong>s a quem o impulsiona, quan<strong>do</strong> mais não<br />

seja em termos populares.<br />

Não há dúvi<strong>da</strong> que sobre o rio <strong>Tejo</strong> e sobre as suas margens se tem opera<strong>do</strong><br />

transformações que são, indiscutivelmente, limitativas <strong>da</strong> activi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> porto.<br />

Mas, também, benéficas para as populações que por aqui vivem ou que aqui<br />

desejam deslocar-se. As zonas que pertencem ao porto, e que nem hoje nem no<br />

futuro têm vocação portuária, devem ser dele excluí<strong>da</strong>s para ingressar na<br />

competência <strong>da</strong>s autarquias, em moldes a definir. Não só em Lisboa, como<br />

também a nível nacional.<br />

Esse caminho tem si<strong>do</strong> segui<strong>do</strong> com êxito por outros países, foi concretiza<strong>do</strong>,<br />

entre nós, na zona <strong>do</strong> Parque <strong>da</strong>s Nações, uma zona portuária degra<strong>da</strong><strong>da</strong> que é<br />

hoje um <strong>do</strong>s ex-líbris de Lisboa, em grande parte devi<strong>do</strong> às especifici<strong>da</strong>des que<br />

envolveram o projecto Expo’98 que possibilitaram uma tão profun<strong>da</strong><br />

transformação. Cabe aqui lembrar, porém, que, ao tempo, não foi fácil vencer<br />

as forças que se opunham ao modelo de urbanização a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>.<br />

A terceira travessia <strong>do</strong> <strong>Tejo</strong>, que se anuncia, introduz limitações ao<br />

funcionamento <strong>do</strong> porto, já tive oportuni<strong>da</strong>de de expressar, publicamente, a<br />

minha oposição ao seu traça<strong>do</strong>; mas traz, certamente, vantagens para as<br />

populações de ambas as margens, e não só. De referir, ain<strong>da</strong>, a zona <strong>da</strong>s <strong>do</strong>cas<br />

e a envolvente <strong>do</strong> terminal de contentores de Alcântara, para onde se fala já de<br />

um jardim junto <strong>do</strong>s contentores. A ser ver<strong>da</strong>de, limitará e muito, a operação<br />

portuária. Surge, assim, a questão fun<strong>da</strong>mental: Como manter o porto com as<br />

valências actuais, se é às populações que cabe a vivência e usufruto <strong>da</strong>s<br />

singulares margens <strong>do</strong> rio<br />

A solução para este aparente dilema, não é nova nem original, <strong>da</strong><strong>do</strong> que outros<br />

a têm experimenta<strong>do</strong> e com êxito. São tantos os exemplos, que será supérfluo

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