carli filho confessa que bebeu e diz que não lembra ... - Bem Paraná

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CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 11 DE AGOSTO DE 2010
opiniao@jornaldoestado.com.br
OPINIÃO
GILMAR MENDES LOURENÇO
Uso de cartões nas
operações de consumo
DERLY MACIEL
A utilização de crédito pessoal
cresceu 250,0% no Brasil
nos últimos sete anos, passando
de 5,0% para 15,0% do PIB (contra
17,2% nos Estados Unidos –
EUA), acompanhado do alargamento
dos prazos de pagamento
de 312 dias para 526 dias. Com
isso, o serviço das dívidas, formado
por amortizações e juros,
representa 15,0% do PIB nos
EUA contra 18,0% no Brasil,
para patamares de renda per capita
5 vezes maiores.
Houve também apreciável
elevação do consumo a prazo de
outros bens duráveis e semiduráveis,
com expressiva utilização
de cartões de crédito, como forma
de pagamento, movidos a
juros altos e vencimentos curtos.
A propósito disso, a década de
2000 foi marcada por notável
incremento do pagamento das
operações de consumo das famílias
no Brasil com o chamado
dinheiro eletrônico, materializado
no uso dos cartões de débito
e de crédito. Tanto é assim que
os valores envolvidos nessas
transações passaram de R$ 65,0
bilhões em 2000 para R$ 440,0
bilhões em 2009, ou de 5,5%
para 14,0% do PIB.
A par disso, assistiu-se à proliferação
de um conjunto nada
desprezível de distorções, em um
mercado dominado pelo duopólio
formado pelas marcas Cielo
e Redecard, que vem registrando
elevada rentabilidade, decorrente
principalmente da cobrança
de tarifas acima da capacidade
de suporte dos usuários e da
média internacional para tipos
semelhantes de operações.
As duas empresas abarcam
mais de 90,0% do segmento de
credenciamento de cartões, considerando
o processamento, a liquidação
financeira dos negócios
de débito e crédito das bandeiras
(Visa e Mastercard) e a
emissão, efetuadas pelas entidades
bancárias, que representam
o elo com os tomadores finais.
O faturamento do credenciador
equivale a 1,5% e 0,75%
do montante monetário contabilizado
nas transações a crédito e
a débito, respectivamente, bastante
superior ao auferido nos
EUA, inferior a 0,5%. A receita
dos bancos emissores é igual a
dos credenciadores, acrescida
dos juros cobrados no crédito
rotativo.
O apreciável grau de oligopolização
do credenciamento,
controlado pelas instituições
emissoras dos cartões (Itaú, para
a Redecard, e Bradesco e Banco
do Brasil, para a Cielo), resulta
em confrontos de interesses e
ausência de transparência nos
negócios e, por extensão, elevadas
despesas financeiras para estabelecimentos
varejistas e consumidores.
Por conta disso, com
alguma frequência, alguns comerciantes
de pequeno e médio
porte oferecem descontos no pagamento
das compras à vista com
dinheiro.
Tal cenário precipitou discussões
acerca da necessidade de regulação
setorial, capitaneadas pelo
Banco Central (BC), levando a
Associação Brasileira das Empresas
de Cartões de Crédito
(ABECS) a sugerir uma auto-regulação
para incitar a competição.
Educação transferida
Gilmar Mendes Lourenço é
Economista, Coordenador do Curso
de Ciências Econômicas e Editor da
Revista “Vitrine da Conjuntura” da
FAE Centro Universitário,
Conselheiro do Conselho Regional de
Economia do Paraná (Corecon),
Diretor do Sindicato dos
Economistas do Estado do Paraná
(Sindecon), e autor do livro
“Conjuntura Econômica: Modelo de
Compreensão para Executivos”. Ele
escreve às Quartas-Feiras neste
espaço.
Ao contrário do silêncio
atordoante em “Cálice” de Chico
Buarque, as notícias que tenho
consumido nos últimos dias
têm me deixado preocupado e
até mesmo atordoado em alguns
momentos.
Inúmeras reportagens têm
mostrado pessoas em situação de
risco, miséria e tristeza, cujas esperanças
lhes foram arrancadas
sem qualquer anestésico. Crianças
com má formação biológica,
adolescentes escravizadas pelas
pedras de crack e pais que transferem
para o Estado, às vezes sem
querer, o cuidado de seus filhos.
Essa ideia de transferir para
o ente público a guarda e criação
dos filhos não é nova. Platão
ao escrever a República já
mencionava as instituições que
ensinariam às crianças o bem, fruto
do senso comum de cidadãos
ordeiros e responsáveis. Mas o
que vemos hoje não revela a utopia
do filósofo.
O Estado brasileiro tem se
visto envolto ao caos em áreas
estratégicas cujas soluções não
podem ser tiradas de uma cartola,
mas isto sim, do resultado do
trabalho da sociedade como um
todo. É justamente neste ponto
é que fico atordoado!
Se perguntarmos para os
presidenciáveis ou outro candidato
qualquer se a família é importante,
por certo receberemos
um enfático sim. Algumas promessas
seguirão como bônus.
Mas a sociedade que estamos
construindo está trilhando para
esse fim, ou no final das contas,
tudo será colocado na conta da
polícia
A legislação que está sendo
elaborada tem como escopo o
enfraquecimento do núcleo familiar
em detrimento de ideologias.
Não importa se a lei será
boa ou má, o que vale é que o
meu grupo saiu vencedor no
embate no legislativo.
O casamento, por exemplo,
aos moldes do que se tem propalado,
pode ser rescindido mais
facilmente que um simples contrato
de trabalho que tem um prazo
de trinta dias, o qual deve ser
respeitado entre as partes, o chamado
aviso prévio. A palmada
pedagógica que, para nós latinos
é elemento constitutivo da própria
cultura, está sendo duramente
questionada. Não estamos
apoiando espancamentos e lesões
em nome do poder familiar
(patrio poder), mas devemos nos
opor veementemente às ideias,
mesmo que venham de magistrados,
que as crianças devam ficar
mais tempo na escola como se
fossem responsabilidade exclusiva
do Estado a transmissão de
princípios para a vida, retirandoas
do convívio familiar.
Países tidos como mais evoluídos
em termos econômicos
têm padecido do mesmo mal que
nós e as soluções por eles encontradas
não têm se mostrado mais
eficientes, apenas com um aparato
hightech. Vejamos o exemplo
na Inglaterra, que gastou
mais de setecentos milhões de
dólares para colocar câmeras de
vigilância nos lares de risco para
acompanhar as tarefas escolares
das crianças. Um projeto como
esse tem sua validade. Mas ao
contrario de soluções estruturantes
em termos familiares, um projeto
como esse é mais vendável
politicamente. Temos a falsa impressão
de que foi solucionado.
Acreditamos que os princípios
que fomentam a construção
de nossa sociedade, desatrelados
do bom senso, possam nos levar
a um niilismo para a solução de
tão graves mazelas sociais, uma
vez que estamos matando a galinha
dos ovos de ouro: a família.
Derly Maciel é Oficial da Polícia
Militar do Paraná
Impacto
O governo do Estado
pretendia fazer alterações
no quadro organizacional
do Departamento de Trânsito
do Paraná (Detran),
mas a proposta foi rejeitada
por unanimidade na Comissão
de Constituição e
Justiça (CCJ) da Assembleia
Legislativa. O relator
do projeto, deputado
Reni Pereira (PSB), deu
parecer pela inconstitucionalidade
da matéria, alegando
que não foi apresentado
o impacto financeiro.
De acordo com o projeto,
a estrutura atual do Detran
possui 436 cargos em comissão.
Se o projeto fosse
aprovado, o Detran passaria
a contar com 434 funcionários.
O número de
servidores seria menor,
mas o montante a ser pago
seria maior, segundo Reni
Pereira. Em um levantamento
informal, o deputado
concluiu que o gasto
adicional com a nova estrutura
organizacional seria
superior a R$ 530 mil
ao ano.
O uso do
notebook
Durante a sessão de
ontem, foi constatado que
alguns vereadores usavam
os notebooks para outros
fins, que não eram os legislativos.
Esses vereadores
estavam utilizando o
Twitter. Denilson Pires
(DEM), Noemia Rocha
(PMDB), João do Suco
(PSDB), Roberto Aciolli
(PV) e Juliano Borghetti
(PP) mandaram mensagens
aos seus seguidores na rede
social. Alguns vereadores
comentavam sobre assuntos
discutidos no legislativo
e outros faziam propaganda
política.
Cenário
A jornalista Eliane
Cantanhêde, colunista da
Folha de S. Paulo, fará
uma palestra no próximo
dia 13 de agosto, na Uni-
Brasil. Ela falará para os
estudantes sobre o cenário
político brasileiro durante
o período pré-eleitoral,
com discussões particularizadas
das eleições brasileiras
de 2010, polarização
entre candidaturas do PT
e do PSDB, papel dos demais
candidatos e reforma
política brasileira. A palestra
é aberta ao público e as
inscrições podem ser feitas
a partir do dia 02 de
agosto. Informações e inscrições
no site
www.unibrasil.com.br.
RODRIGO BARROZO
Diretor
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PARABÓLICA
EM ALTA
EM BAIXA
Josianne Ritz *
O registro de Barros
O julgamento do registro de candidatura do deputado federal Ricardo Barros
(PP) ao Senado foi novamente suspenso. Por unanimidade, o Tribunal Regional
Eleitoral (TRE) decidiu suspender o julgamento por sugestão do relator Prestes
Mattar. Há dois pedidos de inelegibilidade contra Barros, tendo como base a Lei
Ficha Limpa. Suspenso inicialmente no último sábado, caberia o voto de desempate
hoje à desembargadora Regina Afonso Portes. O julgamento de José Richa Filho,
primeiro suplente de Barros, também foi suspenso. Por unanimidade, foi homologada
a renúncia de Bento Batista da Silva, segundo suplente de Barros. O candidato
deve anunciar o novo segundo suplente ainda hoje.
Fora do ar
A assessoria jurídica da Coligação “União Faz um Novo Amanhã”, que apoia a
candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado, conseguiu na
Justiça a retirada do ar de um vídeo feito anonimamente e que mostrava marionetes
dos candidatos da coligação. A Justiça entendeu que o vídeo era irregular, já que o
artigo 5º da Constituição Federal veda o anonimato na Internet durante período
eleitoral. Caso o blogueiro que havia postado o vídeo resolver postar outro com o
mesmo tipo de conteúdo, ele será multado em R$ 10 mil por dia. A coligação
também entrou com uma ação para retirar do Google sete vídeos que estão no
Youtube e que seriam difamatórios.
Programas e debate
Ontem o candidato do PDT ao governo, Osmar Dias, dedicou boa parte do dia
à gravação dos programas de TV. Quanto ao debate, o senador garante que não
precisa estudar muito: “São 30 anos de experiência política”, arremata.
Precaução no caso Carli
Pelo sim pelo não, os assessores de Beto Richa (PSDB) preferiram evitar que
ele encontrasse a imprensa ontem. Temiam alguma pergunta sobre a candidatura de
Bernardo Carli (PSDB) a deputado estadual por conta do depoimento de Fernando
Ribas Carli Filho, ex-deputado, no processo que apura o acidente que matou duas
pessoas.
Condenado
A Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça confirmou por unanimidade nova condenação
do atual prefeito de Barracão, Joarez Lima Henrichs (DEM), por improbidade administrativa
que teriam favorecido irregularmente a ex-servidora municipal comissionada Ângela
Maria Damiani Valduga e duas empresas em que a funcionária figurava como sócia, a
Ângela Maria Damiani Valduga – FI e a Domingos Lisboa & Cia. Ltda. O TJ determinou
ainda a suspensão dos direitos políticos dos réus por 5 anos e multa, além da devolução dos
valores gastos irregularmente, com as devidas correções (INPC) – até 31 de agosto de 2008
o rombo somava mais R$ 192 mil, segundo o Ministério Público.
Fraude
De acordo com o MP, a Justiça reconheceu que o Município favorecia abertamente a exservidora
e suas empresas, que eram contratadas pela prefeitura sem licitação. Segundo os
desembargadores, não houve justificativa para a dispensa de licitação. A prefeitura de Barracão
contratou Ângela Maria Valduga pelo período de 1º julho de 1987 a 31 de dezembro de
2001. Nesse período, efetuou operações comerciais com as empresas que tinham a profissional
em seus quadros societários.
Diárias frias
A Promotoria de Justiça
de Engenheiro Beltrão (região
Noroeste), entrou ontem
com duas denúncias criminais
contra vereadores e
servidora pública da cidade
por desvio e apropriação de
dinheiro público através do
uso irregular de diárias de
viagem. Os pagamentos indevidos
teriam sido feitos a
partir de certificados de participação
em congressos, seminários
e cursos emitidos
por empresas de organização
de eventos.
Os 1.500 alunos de
Araucária das escolas
Ayrton Senna da Silva
(Jardim Industrial),
Prefeito Aleixo Grebos
(Vila Angélica) e Pedro
Biscaia (Campina da
Barra), serão as
primeiras a receber os
netbooks do PRO-
GRAMA UM COM-
PUTADOR POR
ALUNO EM
ARAUCÁRIA.
O ex-prefeito de
Cruzeiro do Oeste (PR),
ZECA DIRCEU (PT),
filho do ex-ministro José
Dirceu, foi multado pelo
Tribunal Superior
Eleitoral por propaganda
eleitoral antecipada.
Decisão monocrática do
ministro auxiliar Joelson
Dias fixou em R$ 5 mil o
valor da punição contra
o candidato a deputado
federal.
* Com a colaboração dos editores do Jornal do Estado.
LYCIO VELLOZO RIBAS
Secretário de redação
ATENDIMENTO AO ASSINANTE
0800 643 1934
FALE CONOSCO
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