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Esponjas Marinhas da Bahia - Guia de Campo e ... - Porifera Brasil

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Introdução<br />

<strong>Guia</strong> apresenta diversas espécies com abun<strong>da</strong>nte ocorrência <strong>de</strong> espongina em seus<br />

esqueletos, com <strong>de</strong>staque para aquelas dos gêneros Aplysina, Callyspongia e Ircinia.<br />

Por fim, nem sempre a esponja secreta a integrali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seu esqueleto, sendo<br />

comum apo<strong>de</strong>rar-se especialmente <strong>de</strong> componentes minerais do meio circun<strong>da</strong>nte.<br />

Estes po<strong>de</strong>m ser sedimentos, frequentemente selecionados, e em alguns casos com<br />

uma curiosa preferência por espículas ou fragmentos <strong>de</strong> espículas, ou hastes <strong>de</strong><br />

sustentação construí<strong>da</strong>s por outros organismos, como no caso dos esqueletos <strong>da</strong><br />

alga Jania adherens. São nestes componentes do esqueleto <strong>da</strong>s esponjas que se baseia<br />

prepon<strong>de</strong>rantemente a classificação do Filo, uma consequência natural <strong>da</strong> observa<strong>da</strong><br />

plastici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos aspectos externos, associa<strong>da</strong> ao mau estado <strong>de</strong> preservação <strong>de</strong> boa<br />

parte <strong>da</strong>s amostras estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s antes do advento do mergulho autônomo em meados<br />

do século XX.<br />

A respiração é feita por difusão, sendo o processo facilitado pela enorme superfície<br />

<strong>de</strong> contato com o meio líquido, <strong>de</strong>corrente do amplo sistema <strong>de</strong> canais e<br />

lacunas. Este sistema permite que ca<strong>da</strong> célula supra suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> oxigênio e<br />

<strong>de</strong> eliminação <strong>de</strong> gases e excretas nitrogenados, seja por estar em contato direto com<br />

o meio, ou à curta distância do mesmo. <strong>Esponjas</strong> não têm nem células sensoriais,<br />

nem células nervosas. No entanto, são capazes <strong>de</strong> respostas coor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s, como no<br />

fechamento <strong>de</strong> óstios e ósculos, interrupção e reversão <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> água, na liberação<br />

sincroniza<strong>da</strong> <strong>de</strong> gametas, e em outras distintas situações. Nestes casos, tal feito<br />

é atingido através <strong>da</strong> transmissão célula à célula por actinócitos, ou por transmissão<br />

<strong>de</strong> substâncias mensageiras, chama<strong>da</strong>s alomônios. Apenas as esponjas <strong>de</strong> ambientes<br />

dulciaquícolas necessitam <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> osmorregulação, e este é constituído<br />

por vacúolos contráteis, à semelhança <strong>de</strong> protozoários que vivem nestes mesmos<br />

ambientes.<br />

As esponjas marinhas po<strong>de</strong>m se reproduzir assexua<strong>da</strong> ou sexua<strong>da</strong>mente. No<br />

primeiro caso as formas mais comuns são o brotamento, que po<strong>de</strong> ocorrer o ano<br />

todo, e a fissão. Esta última po<strong>de</strong> estar mais atrela<strong>da</strong> a fenômenos naturais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

escala como as tempesta<strong>de</strong>s tropicais e os furacões. Especialmente nas esponjas dulciaquícolas,<br />

períodos <strong>de</strong> seca ou maior frio po<strong>de</strong>m induzir a produção <strong>de</strong> gêmulas,<br />

que são corpos <strong>de</strong> resistência.<br />

São conheci<strong>da</strong>s numerosas espécies monóicas ou dióicas, embora a primeira<br />

estratégia seja a mais frequente, normalmente com produção <strong>de</strong> células masculinas<br />

e femininas em períodos alternados. A formação <strong>de</strong> gametas é geralmente sazonal e<br />

implica na <strong>de</strong>sdiferenciação e rediferenciação <strong>de</strong> arqueócitos e coanócitos, tanto na<br />

ovogênese como na espermatogênese. Em muitas esponjas a fecun<strong>da</strong>ção é externa,<br />

contudo, nas esponjas vivíparas o espermatozói<strong>de</strong> é eliminado para o ambiente,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> será capturado aci<strong>de</strong>ntalmente por outra esponja. Ao penetrar no sistema<br />

aquífero <strong>de</strong>sta outra esponja <strong>de</strong> sua espécie, será capturado por um coanócito,<br />

que sob a forma amebói<strong>de</strong> o transferirá para o óvulo. Esta fecun<strong>da</strong>ção é indireta e<br />

absolutamente original.<br />

EDUARDO HAJDU, † SOLANGE PEIXINHO, JÚLIO C.C. FERNANDEZ<br />

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