06.01.2015 Views

olhares de "crianças" sobre gênero, sexualidade e infância - UNESP

olhares de "crianças" sobre gênero, sexualidade e infância - UNESP

olhares de "crianças" sobre gênero, sexualidade e infância - UNESP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

7<br />

RESUMO<br />

Esta dissertação <strong>de</strong> mestrado é vinculada à linha <strong>de</strong> pesquisa “Processos Formativos,<br />

Diferença e Valores” do Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Educação da FCT – <strong>UNESP</strong>, em<br />

Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte. A pesquisa faz parte do projeto coor<strong>de</strong>nado pela orientadora e que é<br />

centrado nos estudos <strong>sobre</strong> currículo e as formas <strong>de</strong> organização escolar, <strong>de</strong>stacando-se os<br />

modos como se encontram relacionados à construção das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e diferenças <strong>de</strong> gênero,<br />

sexualida<strong>de</strong>, classe, raça e geração <strong>de</strong> seus agentes. Enten<strong>de</strong>-se que esses diversos aspectos da<br />

vida humana são produtos e produtores da dinâmica sociocultural que estrutura as relações<br />

escolares. Particularmente, trata-se <strong>de</strong> uma investigação realizada com crianças, com foco na<br />

análise <strong>de</strong> suas formas <strong>de</strong> pensar, sentir e agir no campo <strong>de</strong> suas experiências <strong>de</strong> gênero,<br />

sexualida<strong>de</strong> e infância. Tomando como referência os seus pontos <strong>de</strong> vista, os lugares sociais<br />

que ocupam e as práticas <strong>de</strong> socialização entre elas e <strong>de</strong>las com os adultos, o seu principal<br />

objetivo foi o <strong>de</strong> analisar os significados que elas atribuem às condutas sexuais e eróticas,<br />

relativas aos prazeres sexuais e/ou <strong>de</strong>sejos corporais. As crianças participantes da<br />

investigação são <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> do interior paulista e contam com ida<strong>de</strong>s entre 10 a 12 anos.<br />

São aluno(a)s <strong>de</strong> uma escola pública estadual, retido(a)s em uma 4ª série do Ensino<br />

Fundamental, nomeada como classe <strong>de</strong> “recuperação <strong>de</strong> ciclo”. A pesquisa envolve uma<br />

abordagem qualitativa e a sua metodologia é inspirada nos estudos etnográficos com crianças,<br />

com ênfase nos aspectos culturais e simbólicos das experiências sociais e na sociologia da<br />

infância. Para tal empreendimento, foram utilizados: 1) observações diretas em sala <strong>de</strong> aula,<br />

no recreio e em outros espaços da escola; 2) entrevistas semi-estruturadas e dinâmicas<br />

realizadas com as crianças; 3) questionários abertos, <strong>de</strong> caráter sócio-econômico e cultural,<br />

aplicados aos familiares das crianças <strong>de</strong>sta sala e da comunida<strong>de</strong> escolar; 4) questionários<br />

abertos às professoras da sala; 5) pesquisa documental; 6) relatos orais das crianças; 7) diário<br />

<strong>de</strong> campo; 8) visitas domiciliares. Os resultados indicam que as concepções <strong>de</strong>ssas crianças<br />

<strong>sobre</strong> a infância são marcadas pelo paradoxo da negativida<strong>de</strong>/positivida<strong>de</strong>, visto que aquilo<br />

que as distingue seria a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r brincar. E, por outro lado, isso é percebido<br />

como um impedimento ao seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> se tornarem adolescentes, momento em que po<strong>de</strong>riam<br />

trabalhar e ser mais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e respeitadas pelos adultos. De modo geral, <strong>de</strong>monstram<br />

dificulda<strong>de</strong>s para se i<strong>de</strong>ntificar como crianças ou adolescentes. O namoro é concebido como<br />

momento <strong>de</strong> fazer carinho, <strong>de</strong> beijar, <strong>de</strong> obter prazer e <strong>de</strong> manter relações sexuais. Ressaltam,<br />

porém, que apenas os adolescentes e adultos mantêm relações sexuais. As suas vivências com<br />

o namoro são caracterizadas por experiências marcadas por curiosida<strong>de</strong>s, fantasias e<br />

incertezas <strong>sobre</strong> o que sejam as práticas sexuais. São pontuais, vagos e incertos os seus<br />

saberes e percepções <strong>sobre</strong> o assunto. Observou-se que meninos e meninas ensaiam tentativas<br />

<strong>de</strong> sedução e <strong>de</strong> namoro, <strong>de</strong> modo que, em muitos casos, <strong>de</strong>stacam-se suas buscas <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong> para estar com quem se julga ser objeto <strong>de</strong> amor ou <strong>de</strong>sejo.<br />

Palavras-chave: Gênero. Sexualida<strong>de</strong>. Infância. Educação.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!