Arquivo - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg
Arquivo - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg
Arquivo - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Taxonomia, Morfologia e <strong>Ecologia</strong> <strong>do</strong>s Principais<br />
Grupos Ictioplanctônicos<br />
Disciplina: <strong>Ecologia</strong> <strong>do</strong> Ictioplâncton<br />
Responsável: José H. Muelbert (<strong>do</strong>cjhm@furg.br)<br />
Objetivo: Apresentar os ovos e larvas <strong>do</strong>s principais<br />
grupos <strong>de</strong> peixes teleósteos marinhos, com<br />
consi<strong>de</strong>rações sobre sua morfologia e<br />
ecologia.
ORDEM SALMONIFORMES<br />
Nelson (1984): 9 fam. 53 gen. e 248 esp.<br />
OCORRÊNCIA: Região tropical e temperada. Geralmente são <strong>de</strong> águas<br />
oceânicas profundas. As larvas <strong>de</strong>ssas subor<strong>de</strong>ns inva<strong>de</strong>m as águas<br />
oceânicas profundas e apresentam especializações morfológicas para<br />
penetração e exploração <strong>do</strong>s diferentes ambientes. Assim, há<br />
especialização da membranela que se torna volumosa e saliente e os<br />
vestígios <strong>do</strong>s raios das nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal e anal se <strong>de</strong>senvolvem <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> seus teci<strong>do</strong>s porém afasta<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo. Caso extremo ocorre com<br />
Argentinoi<strong>de</strong>i em que os raios se formam às margens externa da<br />
membranela e se conecta com o corpo através <strong>do</strong>s filamentos hialinos<br />
que na fase <strong>de</strong> metamorfose se transformam em raios <strong>de</strong>finitivos. A<br />
função da volumosa membranela consiste na flutuação e locomoção com<br />
alta freqüência.<br />
Classificação segun<strong>do</strong> Lasker (1981) e Fahay (l984)<br />
Subor<strong>de</strong>m Família<br />
Salmonoi<strong>de</strong>i Osmeridae<br />
Argentinoi<strong>de</strong>i Argentinidae, Bathylagidae<br />
Stomiiformes<br />
Stomiatoi<strong>de</strong>i Gonostomatidae, Sternoptychidae,<br />
Chaulio<strong>do</strong>ntidae,<br />
Stomiatidae, Melanostomiatidae,<br />
Idiacanthidae e Phosichthyidae
Salmonoi<strong>de</strong>i Osmeridae<br />
Difere <strong>de</strong> Clupeiformes por apresentar eleva<strong>do</strong><br />
número <strong>de</strong> miômeros (62-73) e pela presença<br />
<strong>de</strong> nada<strong>de</strong>ira adiposa.
Argentinoi<strong>de</strong>i<br />
Argentinidae<br />
Forma <strong>do</strong> olho, presença <strong>de</strong> nada<strong>de</strong>ira<br />
adiposa, raios das nads. <strong>do</strong>rsal e anal que se<br />
formam às margens da membranela, nad<br />
<strong>do</strong>rsal às vezes anterior a ventral.<br />
Bathylagidae<br />
Se caracteriza por apresentar olho elíptica e<br />
peduncula<strong>do</strong>; nad. adiposa reduzida, nad. pélvica<br />
se forma abaixo da <strong>do</strong>rsal. Segun<strong>do</strong> Ahlstrom et a<br />
(l984), a característica básica em i<strong>de</strong>ntificar a fam.<br />
seria o tipo <strong>de</strong> olhos (séssil ou peduncula<strong>do</strong>) e<br />
padrão <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> pigmentos (número e<br />
seqüência <strong>de</strong> formação).
Stomiatoi<strong>de</strong>i<br />
Phosichthyidae Apresenta<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma. Ex. corpo<br />
alonga<strong>do</strong> com intestino longo<br />
(Vinciguerria lucetia); corpo atenua<strong>do</strong><br />
com parte <strong>do</strong> intestino livre<br />
(Ichthyococcus ovatus).
Sternoptychidae<br />
corpo alonga<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento;<br />
algumas permanecem finas, outras com corpo alto;<br />
comprimento pre-anal 1/3 a 1/2 <strong>do</strong> CT; tamanho <strong>do</strong><br />
intestino diminui com transformação; pigmentação<br />
leve; fotóforos agrupa<strong>do</strong>s.
Chaulio<strong>do</strong>ntidae<br />
Stomiatidae<br />
Especialização morfológica é<br />
elevada: Corpo alonga<strong>do</strong><br />
com intestino longo<br />
(Stomias)
Melanostomiatidae:<br />
Especialização morfológica é elevada:<br />
corpo comprimi<strong>do</strong> com intestino<br />
volumoso (Bathophilus); O intestino<br />
alcançan<strong>do</strong> 5 vezes o comp. <strong>do</strong> corpo<br />
na parte livre (Leptostomias).
Idiacanthidae:<br />
É a mais especializada: Cabeça<br />
chata com olho elíptica situada na<br />
extremida<strong>de</strong> distal <strong>do</strong> pedúnculo<br />
cartilaginoso; intestino longo com a<br />
parte distal livre e com pigmentação;<br />
nada<strong>de</strong>ira peitoral se per<strong>de</strong> na<br />
metamorfose nas fêmeas e aquirem<br />
barbilhões.
SUPER ORDEM ELOPOMORPHA<br />
Greenwood et al (1966) e Pattesrson & Rosen (1977) agruparam to<strong>do</strong>s os peixes que<br />
apresentam estagio <strong>de</strong> leptocephalus na superor<strong>de</strong>m Elopomorpha que compreen<strong>de</strong>m:<br />
Elopiformes: 4 gen. com pelo menos 2 esp. <strong>de</strong> cada.<br />
Anguilliformes: 21 fam., 53 gen. e 720 esp.<br />
Notacanthiformes: 3 fam. 6 gen. e 22 esp.<br />
OCORRÊNCIA: Elopiformes são na maioria costeiros habitan<strong>do</strong> águas tropicais <strong>do</strong>s<br />
oceanos Pacífico, Indico e Atlântico; Anguilliformes são catádromos, e Notacanthiformes,<br />
também chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> enguia <strong>de</strong> espinhos, se distribuem no talu<strong>de</strong> continental.<br />
Elopiformes<br />
Elopoi<strong>de</strong>i:<br />
Albuloi<strong>de</strong>i:<br />
Elopidae e Megalopidae<br />
Albulidae e Pterothrissidae<br />
Anguilliformes<br />
Anguilloi<strong>de</strong>:i Saccopharingoi<strong>de</strong>i<br />
Notacanthiformes<br />
Notacanthidae<br />
Holosauridae<br />
Lipogenyidae.
CARACTERÍSTICA DOS OVOS: Pelágico, esférico (> 2,0mm),<br />
córion liso, vitelo segmenta<strong>do</strong>, espaço perivitelínico amplo,<br />
glóbulo <strong>de</strong> óleo ( 0, 1 ou mais).<br />
CARACTERÍSTICA DAS LARVAS:<br />
Elopiformes:<br />
Elopidae e Albulidae o corpo se apresenta alonga<strong>do</strong> e achata<strong>do</strong> em forma <strong>de</strong><br />
fita, semelhante ao leptocephalus <strong>de</strong> enguias, porém po<strong>de</strong> se diferenciar<br />
através da nad. caudal forquilhada. A diferenciação entre as duas famílias se<br />
faz através <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> intestino e posições relativas das nads. <strong>do</strong>rsal e<br />
anal:<br />
Elopidae Albulidae<br />
Intestino: (75 a 90% SL) Quase terminal<br />
Nada<strong>de</strong>iras: Superposições Bem separadas
Anguilliformes<br />
Apresenta corpo alonga<strong>do</strong>, comprimi<strong>do</strong>, transparente; cabeça pequena com<br />
espinhos ausentes, porém com <strong>de</strong>ntes salientes que na metamorfose sofre a<br />
regressão; miômeros visíveis pela transparência; intestino longo situa<strong>do</strong> na margem<br />
ventral po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser um simples tu<strong>do</strong> ou com ondulações ou saliências (uma, duas<br />
ou mais) importante na i<strong>de</strong>ntificação a nível <strong>de</strong> família (Smith l979), Ainda o intestino<br />
po<strong>de</strong> apresentar a extremida<strong>de</strong> distal livre (Arisoma); com relação as nada<strong>de</strong>iras há<br />
família com a caudal ausente (Ophichthyidae), pélvica ausente, peitoral po<strong>de</strong> estar<br />
reduzida ou ausente; filamento rostral presente em algumas espécies da fam.<br />
Synaphobranchidae; olho arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong> ou limita<strong>do</strong>; na fase <strong>de</strong> transformação ha<br />
regressão no tamanho.
Notacanthiformes<br />
tem em comum com Anguilliformes, a fase <strong>de</strong> leptocephalus com corpo<br />
alonga<strong>do</strong>, nada<strong>de</strong>iras anal alongada e a caudal reduzida.
ORDEM CLUPEIFORMES<br />
De acor<strong>do</strong> com McGowan & Berry (1984): 4 fam., 78 gen. e 3l7 esp.<br />
Famílias:<br />
Clupeidae (62 gen., l92 esp.)<br />
Engraulidae (l6 gen. l22 esp.)<br />
Chirocentridae<br />
Denticipitidae<br />
OCORRÊNCIA: Regiões tropical e temperada, habitan<strong>do</strong> águas <strong>do</strong>ce,<br />
salobra e salga<strong>do</strong>. São em geral pequenos em tamanho, formam cardumes,<br />
nadam próximo a superfície e se alimentam <strong>de</strong> plâncton. As duas primeiras<br />
famílias, por suportarem ampla pesca, têm recebi<strong>do</strong> muito apoio no estu<strong>do</strong><br />
da biologia por Blaxter & Hunter (1982).
CARACTERÍSTICA DOS OVOS<br />
Desova: Água <strong>do</strong>ce, salga<strong>do</strong> ou salobra. Os ovos são pelágicos (na maioria epi<br />
e mesopelágicos) po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ter espécies <strong>de</strong>mersais e a<strong>de</strong>sivos. A forma, na<br />
maioria é esférica, mas para Engraulidae é ovói<strong>de</strong> ou elipsói<strong>de</strong>. Córion po<strong>de</strong><br />
ser liso ou ornamenta<strong>do</strong>, e a sua espessura é importante na i<strong>de</strong>ntificação.<br />
Vitelo é segmenta<strong>do</strong>. Glóbulo <strong>de</strong> óleo ausente, e quan<strong>do</strong> presente é simples<br />
(único). Espaço perivitelínico po<strong>de</strong> ser limita<strong>do</strong> ou amplo no caso <strong>de</strong><br />
Clupeidae.
CARACTERÍSTICAS DAS LARVAS:<br />
Forma geralmente alongada; intestino longo com estrias na porção posterior; miômeros<br />
(40 -60); comprimento pré-anal (65-95% SL); pigmentação ao longo <strong>do</strong> intestino, linha<br />
mediana <strong>do</strong>rsal e bexiga natatória; migração das nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal e anal durante a<br />
metamorfose; posição <strong>do</strong> ânus é subterminal; cabeça sem espinhos; olho arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>;<br />
nada<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>rsal única; nada<strong>de</strong>ira pélvica ab<strong>do</strong>minal; ausência da nada<strong>de</strong>ira adiposa.
Características diferenciativas entre Clupeidae e Engraulididae<br />
Clupeidae: O intestino é longo (bem terminal) e não há superposição das nada<strong>de</strong>iras<br />
<strong>do</strong>rsal com a anal. Número <strong>de</strong> miômeros entre as nads. <strong>do</strong>rsal e anal tem si<strong>do</strong><br />
utiliza<strong>do</strong>s na taxonomia em <strong>de</strong>terminada fase larval.<br />
Engraulididae: Intestino não é tão terminal e há superposição das nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal e<br />
anal na sua origem.
ORDEM MYCTOPHIFORMES<br />
Nelson (1984): l4 fam. 75 gen. 429 esp. Johnson (1982), 5 subor<strong>de</strong>m:<br />
SUBORDEM FAMÍLIA<br />
Aulopoi<strong>de</strong>i Aulopidae<br />
Myctophoi<strong>de</strong>i Myctophidae, Neoscopelidae<br />
Chlorophthalmoi<strong>de</strong>i Chlorophthalmidae, Ipnopsidae, Notosudidae, Scopelarchidae.<br />
Syno<strong>do</strong>ntoi<strong>de</strong>i Bathysauridae, Harpa<strong>do</strong>ntidae, Syno<strong>do</strong>ntidae<br />
Alepsauroi<strong>de</strong>i Alepsauridae, Anotopteridae, Evermannellidae, Omosudidae,<br />
Paralepididae.<br />
Fahay (1983) inclui as seguintes famílias <strong>de</strong>ntro da or<strong>de</strong>m Myctophiformes:<br />
Syno<strong>do</strong>ntidae, Chlorophthalmidae, Bathypteroidae, Neoscopelidae, Scopelosauridae<br />
(Notosudidae), Myctophidae, Paralepididae, Omosudidae, Alepsauridae,<br />
Evermannellidae, Scopelarchidae.<br />
Dentro <strong>do</strong>s teleósteos o grupo apresenta mais variada e interessante forma <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong><br />
vista <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento larval (Moser, 1981):<br />
Formas bentônicas <strong>de</strong> águas rasas (Syno<strong>do</strong>ntidae) que apresentam larvas alongadas,<br />
intestino longo e reto, manchas <strong>de</strong> melanóforos distribuídas espaçadamente ao longo <strong>do</strong><br />
intestino, lateralmente.<br />
Formas bentopelágicas (Bathysauridae) com nada<strong>de</strong>iras enormes.<br />
Formas pelágicas com gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas: Notosudidae apresentan<strong>do</strong> larvas<br />
alongadas com olhos estreito e elíptica; Scopelarchidae apresentan<strong>do</strong> maxilas gran<strong>de</strong>s e<br />
olhos estreitos.
CARACTERÍSTICA DOS OVOS <strong>de</strong> Myctophidae:<br />
Apesar <strong>de</strong> terem <strong>de</strong>scritos apenas duas espécies, Electrona rissoi por Sanzo (1939)<br />
basean<strong>do</strong> se nos óvulos maduros, e Lampanycto<strong>de</strong>s hectoris por Robertson (1974),<br />
presume se que os ovos são planctônicos; forma levemente ovalada; vitelo<br />
fortemente segmenta<strong>do</strong>; espaço perivitelínico limita<strong>do</strong>; córion liso; gl. <strong>de</strong> óleo<br />
simples.<br />
CARACTERÍSTICA DAS LARVAS:<br />
Corpo alonga<strong>do</strong> e esbelto, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser encontra<strong>do</strong> curto, espesso, ou ainda em forma<br />
bem achatada (folha). cabeça normalmente gran<strong>de</strong>; olhos estreitos ou arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s;<br />
presença <strong>de</strong> nad. adiposa. Na taxonomia, número, posição e local <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />
pigmentos e fotóforos são importantes. Ainda, temos outros caracteres como: Barbilhão no<br />
maxilar inferior (Diogenichthys): Raios longos na nad. peitoral (lowenia e Benthosema;<br />
olhos peduncula<strong>do</strong>s (Hygophum, Myctophum).
MYCTOPHIDAE: Conheci<strong>do</strong> vulgarmente como peixe lanterna é a fam. mais rica em espécies<br />
<strong>de</strong>ntro da or<strong>de</strong>m Myctophiformes. Segun<strong>do</strong> Moser, Ahlstrom e Paxton (In Moser, 1984) se<br />
distribuem em to<strong>do</strong>s os oceanos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e compreen<strong>de</strong>m 36 gen. e 230 a 250 esp.
ORDEM GADIFORMES<br />
Dentro <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m estão incluídas as mais importantes famílias <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />
econômico (Gadidae e Merlucciidae) que são conhecidas ha mais <strong>de</strong> 100 anos (Fahay<br />
& Markle, l984).<br />
Nelson (1976): 63 gen. e mais <strong>de</strong> 400 Esp.<br />
Gosline (1968) e Marshall & Cohen (1973) incluem 8 Fam:<br />
Muraenolepididae (alta latitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> hemisfério sul)<br />
Bregmacerotidae (tropical e subtropical)<br />
Melanonidae (tropical e subtropical)<br />
Moridae (ampla distribuição)<br />
Macrouridae (ampla distribuição e em águas profundas)<br />
Steindachineriidae (tropical)<br />
Merlucciidae (lat. média <strong>de</strong> ambos os hemisférios)<br />
Gadidae (altas latitu<strong>de</strong>s <strong>do</strong> hemisfério norte e sul)<br />
A distribuição segun<strong>do</strong> Matarese et al (1991) é ampla e geralmente são batipelágicas.
CARACTERÍSTICA DO OVO:<br />
Pre<strong>do</strong>minantemente pelágico; pequeno; esférico; diâmetro (1,0 a >2,0mm); córion liso<br />
exceto em Macrouridae que apresenta estruturas hexagonais; vitelo homogêneo; gl.<br />
<strong>de</strong> óleo em geral simples mas po<strong>de</strong>m surgir exemplares com múltiplos e até ausente;<br />
espaço perivitelínico estreito.<br />
CARACTERÍSTICA DA LARVA:<br />
Larva recém eclodida já apresenta padrão <strong>de</strong> pigmentação bem <strong>de</strong>senvolvida. A<br />
forma varia <strong>de</strong> alongada a espessa ou grossa; Ânus se abre lateralmente sobre a<br />
membranela e não na margem na fase menos <strong>de</strong>senvolvida; intestino enrola<strong>do</strong><br />
indican<strong>do</strong> maior eficiência na digestão e absorção <strong>do</strong> alimento. Nada<strong>de</strong>ira pélvica às<br />
vezes é longa e a origem e torácica ou jugular; nada<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>rsal entre uma a três;<br />
nada<strong>de</strong>ira anal entre uma e duas; nada<strong>de</strong>ira peitoral po<strong>de</strong> apresentar se levemente<br />
peduncula<strong>do</strong>; há exemplares com presença <strong>de</strong> barbilhões na extremida<strong>de</strong> <strong>do</strong> maxilar<br />
inferior ou sobre as narinas; transformação é gradual.
ORDEM LOPHIIFORMES<br />
3 subor<strong>de</strong>ns l8 famílias, 63 gêneros, aprox. 282 espécies.<br />
Segun<strong>do</strong> Matarese et al (1989): Formas; variadas; Habitat: Bentônico <strong>de</strong> pequena<br />
profundida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser meso e batipelágico.<br />
Presença <strong>de</strong> ilicium: órgão bioluminescente forma<strong>do</strong> pela modificação <strong>do</strong>s 3<br />
primeiros espinhos da nad. <strong>do</strong>rsal.<br />
A maioria <strong>do</strong>s ovos são libera<strong>do</strong>s em massa gelatinosa (Pietsch,l984), às vezes<br />
a<strong>de</strong>ri<strong>do</strong>s ao adulto (Pietsch & Globecker, l987).<br />
As larvas são pelágicas; cabeça envolvida em uma membrana; comumente<br />
apresenta dimorfismo sexual na subor<strong>de</strong>m Ceratioi<strong>de</strong>i on<strong>de</strong> o macho além <strong>de</strong> ter o<br />
tamanho reduzi<strong>do</strong> em 1/3 ou menos, muitas vezes parasitam as fêmeas.
LOPHIOIDEI: l fam.,4 gen., 25 esp. (apresenta<br />
corpo achata<strong>do</strong> <strong>do</strong>rso-ventralmente e são <strong>de</strong><br />
águas relativamente rasas). Ex: L. americanus<br />
CARACTERÍSTICA DO OVO: Pelágico,<br />
esférico, córion liso, vitelo segmenta<strong>do</strong> ou<br />
homogêneo, espaço perivitelínico estreito, gl.<br />
<strong>de</strong> óleo simples ou ausente. A <strong>de</strong>sova ocorre<br />
entre primevera/verão.<br />
CARACTERÍSTICA DA LARVA: Corpo espesso;<br />
raios das nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal e pélvica<br />
alonga<strong>do</strong>s; nada<strong>de</strong>ira peitoral enorme em<br />
forma <strong>de</strong> leque; nada<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>rsal único;<br />
nada<strong>de</strong>ira adiposa ausente; olho arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>;<br />
ausência <strong>de</strong> espinhos na cabeça.
ANTENNARIOIDEI: 6 fam., 12 gen., 4l<br />
esp. (são bentonicos <strong>de</strong> águas rasas). Ex:<br />
Histrio histrio<br />
CARACTERÍSTICA DO OVO: esférica,<br />
porém oval na fase inicial; membrana<br />
transparente; vitelo segmenta<strong>do</strong>; gl. <strong>de</strong><br />
óleo ausente. Desova durante to<strong>do</strong> ano<br />
exceto em fev./mar.<br />
CARACTERÍSTICA DA LARVA: Cabeça<br />
gran<strong>de</strong> (33-50% SL), corpo envolvi<strong>do</strong> por<br />
membrana na fase inicial, base da nad.<br />
pélvica alongada, espinho anterior da nad.<br />
<strong>do</strong>rsal se forma o illicium.
CERATIOIDEI: 11 fam., 34 gen., 136<br />
esp.<br />
CARACTERÍSTICA DO OVO: Não<br />
existe nenhum registro <strong>de</strong> ocorrência<br />
mas sabe se que a <strong>de</strong>sova se dá no<br />
verão.<br />
CARACTERÍSTICA DA LARVA:<br />
Epipelágicas por vários meses (Mead<br />
et al 1964); po<strong>de</strong> se diferenciar macho<br />
e fêmea no estágio larval, nad. peitoral<br />
po<strong>de</strong> ser gran<strong>de</strong> (Gigantactinidae),<br />
nad. pélvica po<strong>de</strong> estar presente<br />
(Caulophrynidae) e ausente<br />
(Gigantactinidae). A pele que envolve<br />
a larva dá o aspecto <strong>de</strong> um balão.
ORDEM OPHIDIIFORMES<br />
São na maioria <strong>de</strong> habitat bentônico toleran<strong>do</strong> ampla variação <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>. Os adultos apresentam corpo longo com ou<br />
sem a nada<strong>de</strong>ira caudal. As nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal e anal são longas sem<br />
espinhos. A nada<strong>de</strong>ira pélvica, quan<strong>do</strong> presente, está localizada bem<br />
anteriormente e é reduzida a um ou <strong>do</strong>is raios, às vezes com pequeno<br />
espinho.<br />
Ophidiiformes compreen<strong>de</strong> 4 fam., 86 gen. e 294 esp. (Nelson, 1984). Para<br />
Gor<strong>do</strong>n, Markle & Olney (In Moser, 1984), a or<strong>de</strong>m é representada por<br />
cerca <strong>de</strong> 300 a 400 espécies.<br />
Basean<strong>do</strong>-se no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> reprodução (viviparida<strong>de</strong> e oviparida<strong>de</strong>) são<br />
<strong>de</strong>finidas duas subor<strong>de</strong>ns: Ophidioi<strong>de</strong>i (ovíparos) representadas por<br />
Ophidiidae e Carapidae e Bathitoi<strong>de</strong>i (vivíparos) representadas por<br />
Aphyonidae e Bythitidae(Cohen & Nielsen, 1978).
CARACTERÍSTICA DO OVO: São<br />
pobremente conheci<strong>do</strong>s. Os ovíparos são<br />
pelágicas; po<strong>de</strong> ter um gl. <strong>de</strong> óleo, e a<br />
forma é esférica ou elipsói<strong>de</strong> (Gor<strong>do</strong>n et al<br />
1984).<br />
CARACTERÍSTICA DA LARVA: Em<br />
Ophidiine apresenta corpo alonga<strong>do</strong> e<br />
comprimi<strong>do</strong> lateralmente; boca oblíqua;<br />
intestino reto em larvas recém eclodidas<br />
que se torna <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> (coiled) na fase<br />
maior. Em Carapidae o corpo se<br />
apresenta alonga<strong>do</strong>; olho gran<strong>de</strong>;<br />
comprimento pré-anal curto; intestino com<br />
forma variada; raio vexillar(longo) situa<strong>do</strong><br />
anteriormente ao primeiro raio da<br />
nada<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>rsal que po<strong>de</strong> variar em<br />
comprimento, ornamentação,<br />
pigmentação e posição, conforme a<br />
espécie.<br />
Exterilium
SUPERORDEM ATHERINOMORPHA<br />
Se distribuem nas regiões tropical e temperada, ocorren<strong>do</strong> em águas <strong>do</strong>ce, salobra e<br />
salgada. As formas marinhas são na maioria pelágicas.<br />
Greenwood (1966): Beloniformes, Atheriniformes e Cyprino<strong>do</strong>ntiformes.<br />
Beloniformes: 5 fam., 37 gen., l80 esp. (Collette et al. l984).<br />
Famílias: Adrianichthyidae (4 gen.); Scomberesocidae (4 gen.); Belonidae(l0 gen. 32<br />
esp.); Hemiramphidae (l2-l3 gen. 80 esp.); Exocoetidae (7 gen. 50-55 esp.).<br />
Existem autores que divi<strong>de</strong>m a or<strong>de</strong>m em duas subor<strong>de</strong>ns, levan<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração o<br />
bico e tamanho <strong>do</strong> intestino: Adrianichthoi<strong>de</strong>i (sem bico e com intestino alcançan<strong>do</strong> 40-<br />
50% SL); Exocoetoi<strong>de</strong>i (com bico e intestino alcançan<strong>do</strong> 66% SL).<br />
Atheriniformes: 6 fam. (White et al l984), 49 gen., 235 esp. (Nelson, l984).<br />
Famílias: Atherinidae (36 esp.); Be<strong>do</strong>tiidae (3 esp); Isonidae (1 esp.); Melanotaenidae<br />
(29 esp); Phallostethidae (l9 esp); Telmatherinidae (1 esp).<br />
Cyprino<strong>do</strong>ntiformes: 2 subor<strong>de</strong>ns, 9 fam. com aprox. 800 esp (Parenti, 1981).<br />
Subor<strong>de</strong>m Família<br />
Aplocheiloi<strong>de</strong>i: Aplocheilidae e Rivulidae<br />
Cyprino<strong>do</strong>ntoi<strong>de</strong>i: Profundulidae, Fundulidae, Valeciidae, Anablepidae, Poeciliidae,<br />
Goo<strong>de</strong>idae, Cyprino<strong>do</strong>ntidae.
CARACTERÍSTICA DO OVO: Segun<strong>do</strong> Ahlstrom & Moser (1976), Leis & Rennis (1983) e Fahay<br />
(l983) po<strong>de</strong> ou não ser pelágico; forma oval a esférica; vitelo homogêneo; espaço perivitelínico<br />
estreito; gl. <strong>de</strong> óleo ausente; córion freqüentemente com estruturas externas (filamentos<br />
coriônicos) que po<strong>de</strong>m ser curtos, longos, numerosos ou não. A distribuição se dá em tufos,<br />
concentra<strong>do</strong>s nos pólos, espalha<strong>do</strong>s em toda superfície. Ainda, os ovos po<strong>de</strong>m estar a<strong>de</strong>ri<strong>do</strong>s<br />
ou não.<br />
CARACTERÍSTICA DA LARVA: Forma alongada; nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal e anal situadas<br />
posteriormente; membranela pré-anal persistente; intestino reto; ausência <strong>de</strong> espinhos na<br />
cabeça; olho arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>; transformação gradual. Beloniformes, representada por<br />
Hemiramphidae (Hyporhamphus sp), o maxilar inferior é bastante alonga<strong>do</strong>, no estágio <strong>de</strong><br />
meio bico, mas na metamorfose regri<strong>de</strong>. Em Exocoetidae (peixe voa<strong>do</strong>r) há surgimento <strong>de</strong><br />
barbilhões no maxilar inferior e os raios da nada<strong>de</strong>ira caudal são mais longos e numerosos no<br />
lóbulo inferior.
ORDEM ZEIFORMES<br />
Nelson (1984) inclui 6 fam.; 2l gen.; 36 esp.<br />
Greenwood et al (l966) citam 7 fam. (Grammicolepididae, Zeidae, Caproidae,<br />
Oreosomatidae, Zenionidae Parazenidae e Macrurocyttidae).<br />
Habitat: Zeiformes se distribuem em águas tropical e temperada <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os oceanos e<br />
são <strong>de</strong> habitat costeiro, bentônico, epi, meso e batipelágico, inclusive batibentônico.<br />
Os primeiros estágios <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sse grupo é pouco conheci<strong>do</strong>:<br />
CARACTERÍSTICA DO OVO: Em apenas duas espécies conhecidas, o ovo se apresenta<br />
esférico, gl. <strong>de</strong> óleo simples, vitelo não segmenta<strong>do</strong>, córion liso.
CARACTERÍSTICA DA LARVA:<br />
Antigonia capros (Caproi<strong>de</strong>a) se caracteriza por apresentar fortes estruturas espiniformes na<br />
cabeça. São espinhos serrilha<strong>do</strong>s no crânio, no pré-opérculo, na margem frontal e<br />
mandíbula que se per<strong>de</strong>m ao atingir a fase juvenil.<br />
Em Zeidae (Zenopsis conchifer),a membranela primordial envolve a larva <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a parte<br />
posterior da cabeça até o ânus; corpo é alonga<strong>do</strong>; presença <strong>de</strong> espinhos sobre a cabeça<br />
(posição occipital); ausência <strong>de</strong> pigmentação na extremida<strong>de</strong> distal da notocorda. No estagio<br />
mais avança<strong>do</strong>, a cabeça se torna bem gran<strong>de</strong> armada com espinhos occipital, supraorbital<br />
e pós-orbital, inclusive no pré-operculo. Os primeiros raios da nada<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>rsal se<br />
apresentam diferencia<strong>do</strong>s e a nada<strong>de</strong>ira pélvica alonga<strong>do</strong>s.
ORDEM GASTEROSTEIFORMES<br />
Fritzsche (1982): Compreen<strong>de</strong> 2 subor<strong>de</strong>ns, l0 fam. e 220 esp.<br />
Gasterosteoi<strong>de</strong>i: Aulorhynchidae, Hypoptychidae, Gasterosteidae<br />
Syngnathoi<strong>de</strong>i: Pegasidae, Solenostomidae, Syngnathidae, Macrorhamphosidae,<br />
Centriscidae, Aulostomidae e Fistulariidae.<br />
Greenwood et al (l966) consi<strong>de</strong>ra 3 subor<strong>de</strong>ns (Gasterosteoi<strong>de</strong>i, Aulostomoi<strong>de</strong>i,<br />
Syngnathoi<strong>de</strong>i).<br />
Banister (l976) basean<strong>do</strong>-se no estu<strong>do</strong> osteológico classifica em 2 or<strong>de</strong>ns:<br />
Aulorhynchiformes e Aulostomiformes.<br />
OCORRÊNCIA: Águas <strong>do</strong>ce, estuarina e oceânica das regiões tropicais e temperadas.<br />
Muitas espécies são pequenas sem importância comercial, mas, usualmente, são solicitadas<br />
para ornamentar aquários e confeccionar chaveiros e outros objetos <strong>de</strong> a<strong>do</strong>rno.<br />
OVOS: Po<strong>de</strong> ser flutuante (Fistularia), <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> em ninho ou algas e ainda incuba<strong>do</strong> na<br />
bolsa (Syngnathidae). A forma em geral é esférica mas em Hippocampus se apresenta em<br />
pêra ou elipsói<strong>de</strong>; gl. <strong>de</strong> óleo po<strong>de</strong> ser simples ou vários; espaço perivitelínico em<br />
Hippocampus é amplo, mas em geral é limita<strong>do</strong>; córion po<strong>de</strong> ser liso ou com estrutura <strong>de</strong><br />
fixação.<br />
LARVAS: A maioria tem focinho alonga<strong>do</strong> sustentan<strong>do</strong> a boca na sua extremida<strong>de</strong>. Presença<br />
<strong>de</strong> placa óssea (placa <strong>de</strong>rmal), facilmente visível na fase da completa flexão da notocorda, e<br />
pequenos espinhos na pele que reveste o corpo.
ORDEM SCORPAENIFORMES<br />
É a quarta maior or<strong>de</strong>m envolven<strong>do</strong> 4 subor<strong>de</strong>ns 20 fam., 250 gen. e mais <strong>de</strong> l.l60<br />
esp. (Nelson, l984). As or<strong>de</strong>ns são: Scorpaenoi<strong>de</strong>i, Anoplopomatoi<strong>de</strong>i,<br />
Hexagrammoi<strong>de</strong>i, Cottoi<strong>de</strong>i.<br />
Os representantes <strong>de</strong>sse grupo, na sua maioria, apresentam cabeça gran<strong>de</strong> com<br />
espinhos ou placa óssea além da nada<strong>de</strong>ira peitoral bem <strong>de</strong>senvolvida e<br />
arre<strong>do</strong>ndada.<br />
Distribuição: Des<strong>de</strong> tropical até Ártico e Antártico. A maioria são bentônicos ou<br />
epibenticos com representantes que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> águas <strong>do</strong>ce até oceânicas.<br />
OVOS: Alguns são pelágicos mas na sua maioria são <strong>de</strong>mersais com estruturas<br />
a<strong>de</strong>sivas. A forma é esférica, córion liso, vitelo homogêneo, espaço perivitelínico<br />
limita<strong>do</strong>, gl. <strong>de</strong> óleo (simples a vários).<br />
LARVAS: Sen<strong>do</strong> pouco conheci<strong>do</strong> e por apresentar gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formas,<br />
torna se difícil caracterizar as larvas típicas <strong>de</strong> Scorpeniformes. Todavia, nos<br />
primeiros estágios, muitas espécies apresentam fortes espinhos na região da<br />
cabeça e nada<strong>de</strong>ira peitoral gran<strong>de</strong>, exceto em algumas famílias.
Scorpaenidae (Sebastes sp) apresenta<br />
espinhos na supra-ocipital, pós-temporal<br />
e opercular; intestino curto.<br />
Triglidae (Prionotus sp) apresenta cabeça<br />
comprimida com fortes espinhos na cabeça; placa<br />
óssea acima <strong>do</strong> olho; nada<strong>de</strong>ira peitoral gran<strong>de</strong><br />
com pigmentos característicos e 3 raios inferiores<br />
separa<strong>do</strong>s.
ORDEM PERCIFORMES<br />
É a or<strong>de</strong>m mais diversificada <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os grupos estuda<strong>do</strong>s. Apresenta diversida<strong>de</strong> na<br />
forma e no comportamento e a maioria das espécies são consi<strong>de</strong>radas preda<strong>do</strong>ras.<br />
Muitos caracteres (mais <strong>de</strong> uma dúzia) <strong>de</strong>finem as espécies que compõe o grupo (espinhos<br />
nos raios; duas nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsais; escama <strong>do</strong> tipo ctenói<strong>de</strong>; nada<strong>de</strong>ira pélvica inserida<br />
antes <strong>do</strong> abdômen, etc.)<br />
Habitat: Próximo a costa em regiões tropical, subtropical e temperada. Po<strong>de</strong> também ser<br />
encontra<strong>do</strong> em água <strong>do</strong>ce e salobras sen<strong>do</strong> que um pequeno grupo é epi e mesopelágico.<br />
Perciformes, segun<strong>do</strong> Nelson (l984) compreen<strong>de</strong>: 22 subor<strong>de</strong>ns; l50 fam.; l367 gen. com<br />
cerca <strong>de</strong> 7800 esp.<br />
OVOS: A maioria são flutuantes (pelágicos), mas existem os <strong>de</strong>mersais; forma esférica<br />
(maioria); córion normalmente liso; vitelo homogêneo (maioria); espaço perivitelínico<br />
limita<strong>do</strong>; gl. <strong>de</strong> óleo (ausente, simples ou mais <strong>de</strong> um).<br />
LARVAS: Forma variada (alongada a espessa); intestino enrola<strong>do</strong>; olho arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong><br />
(maioria); ausência <strong>de</strong> intestino com extremida<strong>de</strong> distal livre; escamas se formam na fase<br />
<strong>de</strong> transformação que é gradual; raios da <strong>do</strong>rsal e anal se formam durante ou logo após a<br />
flexão da notocorda; espinhos da cabeça quan<strong>do</strong> presente se formam no opérculo e série<br />
opercular (interopérculo e subopérculo) e série peitoral (cleitro, pós-cleitro e supra-cleitro);<br />
ossos cranianos (frontal, supra-ocipital).
CARANGIDAE<br />
Representada por 30 gen., l40 esp.<br />
aproximadamente (extraí<strong>do</strong> <strong>do</strong> Moser,<br />
l984). São preda<strong>do</strong>res; muitas espécies<br />
vivem em cardumes e têm importância<br />
econômica.<br />
Ocorrência: Água tropical e temperada<br />
quente.<br />
OVOS: Pelágico; esférico; espaço<br />
perivitelínico limita<strong>do</strong>; diâmetro <strong>do</strong> ovo<br />
(0,7-l,3mm); gl. <strong>de</strong> óleo (1 a vários);<br />
córion sem escultura. Obs: A i<strong>de</strong>ntificação<br />
é difícil porque eles são muito<br />
semelhantes no tamanho e na aparência<br />
com muitas outras espécies marinhas.<br />
LARVAS: Corpo comprimi<strong>do</strong> lateralmente;<br />
gl. <strong>de</strong> óleo localiza<strong>do</strong> anteriormente no<br />
saco vitelínico; espinhos operculares e<br />
seus ganchos; crista supra-ocipital;<br />
espinhos supra-ocular; placa pterótica;<br />
espinho póstemporal (supra cleitral); os 2<br />
espinhos da nad. anal separa<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
terceiro por uma lacuna.<br />
Exemplos: Chloroscombrus crysurus<br />
(Palombeta), Selene vomer (Peixe galo<br />
<strong>de</strong> penacho), Trachinotus, Caranx,<br />
Seriola.
TRICHIURIDAE<br />
São primariamente oceânicos, mas há espécie<br />
que entra nos estuários ou ambiente <strong>de</strong> baixa<br />
profundida<strong>de</strong> para a <strong>de</strong>sova. Contem cerca <strong>de</strong><br />
22 espécies (Fritzche, 1978), e popularmente é<br />
conheci<strong>do</strong> por peixe espada por apresentar<br />
corpo alonga<strong>do</strong> e comprimi<strong>do</strong> como uma fita.<br />
OVOS: Esférico; diâmetro entre 1,6 a 1,9mm<br />
(1,6 a 2,5mm segun<strong>do</strong> Matarese, et al 1989);<br />
gl. <strong>de</strong> óleo simples; espaço perivitelínico<br />
limita<strong>do</strong>; vitelo não segmenta<strong>do</strong>; córion liso,<br />
que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da coloração e espessura é<br />
possível distinguir Lep<strong>do</strong>pus da Trichiurus.<br />
LARVAS: Corpo comprimi<strong>do</strong> e alonga<strong>do</strong>;<br />
focinho alonga<strong>do</strong> (pontu<strong>do</strong>); intestino curto;<br />
primeiro espinho da nad. <strong>do</strong>rsal altamente<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, característica importante para<br />
separar os Lep<strong>do</strong>pus <strong>de</strong> outros gêneros. Em<br />
Bentho<strong>de</strong>smus, há surgimento <strong>de</strong> espinhos<br />
serrilha<strong>do</strong>s nas nada<strong>de</strong>iras <strong>do</strong>rsal, pélvica e<br />
anal, sen<strong>do</strong> a primeira às vezes diferenciada<br />
(alongada) (Matarese et al 1989).
XIPHIIDAE<br />
Ocorrem em to<strong>do</strong>s oceanos em águas<br />
temperadas e tropicais. Epi a mesopelágico,<br />
principalmente em águas<br />
oceânicas.<br />
OVOS: Pelágico, esférico; diâmetro<br />
entre 1,6 a 1,8m ; gl. <strong>de</strong> óleo simples;<br />
córion liso e transparente.<br />
LARVAS: Corpo robusto, com<br />
estômago dilata<strong>do</strong>, cabeça longa,<br />
boca gran<strong>de</strong> com focinho alonga<strong>do</strong> e<br />
<strong>de</strong>ntes serrilha<strong>do</strong>s; olho gran<strong>de</strong>,<br />
comprimento pre-anal 70-80%;<br />
escamas com espinhos a partir <strong>do</strong>s<br />
12-15mm.
SCOMBRIDAE<br />
Com raríssima exceção são marinhos e<br />
pelágicos habitan<strong>do</strong> águas tropicais e<br />
temperadas. Incluem nessa família os<br />
cavala, bonito, atuns. A família contem<br />
cerca <strong>de</strong> l4 gen. e 42 esp. (Fritzsche, 1978)<br />
OVOS: São difíceis <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar por serem<br />
muito pareci<strong>do</strong>s com a maioria <strong>do</strong>s<br />
perciformes. Diâmetro (o,8-l,9mm); córion<br />
liso; gl. <strong>de</strong> óleo (normalmente simples mas<br />
em Sarda há vários); espaço perivitelínico<br />
limita<strong>do</strong>; vitelo homogêneo;<br />
LARVAS: A diferenciação se faz através das<br />
combinações <strong>do</strong>s caracteres (forma <strong>do</strong><br />
corpo, número <strong>de</strong> miômeros, espinhos da<br />
cabeça, pigmentos). Cabeça normalmente<br />
gran<strong>de</strong>, corpo comprimi<strong>do</strong>, fosseta nasal<br />
pronunciada, maxilas bem <strong>de</strong>senvolvidas,<br />
presença <strong>de</strong> espinhos no préoperculo,<br />
opérculo, supraocular, pós-temporal ou<br />
pterótica.<br />
Exemplos: Scomber japonicus, Sarda,<br />
Thunnus, Katsuwonus pelamis.
GOBIIDAE<br />
São peixes <strong>de</strong> pequeno porte; bentônico<br />
apresenta<strong>do</strong> nada<strong>de</strong>iras pélvica unidas para<br />
formar disco <strong>de</strong> fixação. A cabeça larga com<br />
olhos na posição superior são outras<br />
características peculiares da família.<br />
Ocorrência: Águas <strong>do</strong>ce, salobra e marinha<br />
das regiões tropical e subtropical e<br />
temperada <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> se<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a região costeira até a isóbata <strong>de</strong><br />
220m.<br />
OVOS: Elíptica, irregular ou alonga<strong>do</strong>;<br />
<strong>de</strong>mersal com estrutura <strong>de</strong> fixação.<br />
LARVAS: Nada<strong>de</strong>ira pélvica unidas forman<strong>do</strong><br />
disco <strong>de</strong> sucção e presença <strong>de</strong> bexiga<br />
natatória. São muito comum a captura em<br />
estuários e baias.<br />
Nome popular: Amboré
SCIAENIDAE<br />
Não se sabe o número exato <strong>de</strong> espécies mas supõe se que esteja entre 150 a 200<br />
(Johnson, 1978). São peixes comercialmente importante, amplamente distribuí<strong>do</strong>s em<br />
águas costeiras tropical e temperada. A maioria ocorre sobre fun<strong>do</strong>s <strong>de</strong> areia ou lo<strong>do</strong>.<br />
Algumas formas ocorrem em águas estuarinas ou <strong>do</strong>ce. Os Sciaenidae são conheci<strong>do</strong>s<br />
popularmente como ronca<strong>do</strong>res, porque emitem um som característico, que às vezes se<br />
ouve à distância, produzi<strong>do</strong> pela vibração da bexiga natatória.<br />
OVOS: Muitas vezes a i<strong>de</strong>ntificação se torna difícil <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a similarida<strong>de</strong> morfológica e<br />
superposição das estações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sova das diferentes espécies <strong>de</strong> adultos. Dentre as<br />
características po<strong>de</strong>mos dizer que são pelágicos, esféricos com diâmetro varian<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
0,66 a 1,30mm, córion liso e transparente, vitelo homogêneo, gl. <strong>de</strong> óleo varian<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
simples a vários.<br />
LARVAS: Apresentam formas variáveis; intestino curto; cabeça gran<strong>de</strong> e comprimida;<br />
boca gran<strong>de</strong> e oblíqua; presença <strong>de</strong> espinhos préoperculare póstemporal, presença <strong>de</strong><br />
estrutura óssea na parte superior e posterior da cabeça que po<strong>de</strong> confundir com<br />
Carangidae; pigmentação (linha mediana <strong>do</strong>rsal, pós-anal, base da nada<strong>de</strong>ira anal, parte<br />
superior <strong>do</strong> trato digestivo, ângulo <strong>do</strong> maxilar inferior, sínfise <strong>do</strong> cleitro).<br />
Exemplos: Menticirrhus americanus (betara, papa-terra), Micropogonias furnieri (corvina),<br />
Stellifer rastrifer (cangoá, canganguá), Macro<strong>do</strong>n ancylo<strong>do</strong>n (pescada, pescada-foguete),<br />
Paralonchurus brasiliensis (Maria-Luiza), Cynoscion striatus (Maria-mole, pescada<br />
olhuda), Cynoscion leiarchus (pescada branca)
SCIAENIDAE<br />
Notar:<br />
- Diferença no <strong>de</strong>senvolvimento das<br />
nada<strong>de</strong>iras pélvicas e peitorais;<br />
- Diferença <strong>do</strong> espaço entre anos e<br />
origem da nada<strong>de</strong>ira anal (M.<br />
undulatus e L. xanthurus); sem espaço<br />
em C. striata;<br />
- Padrão pigmentos na região pré anal:<br />
triangular em L. xanthurus; linear nas<br />
outras duas.
ORDEM PLEURONECTIFORMES<br />
Os lingua<strong>do</strong>s são bentônicos, carnívoros, ocorren<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as águas rasas até a<br />
profundida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada, habitan<strong>do</strong> águas <strong>do</strong>ce e salobra mas tem pre<strong>do</strong>minância em água<br />
salgada. A assimetria <strong>do</strong>s olhos refletem na <strong>de</strong>ntição, osteologia craniana, posição e forma<br />
da nada<strong>de</strong>ira pélvica, pigmentação e escamas.<br />
Ahlstrom et al. (l984) consi<strong>de</strong>ra 8 fam. com mais <strong>de</strong> l20 gen. e 500 esp.<br />
Nelson (l976) cita um total <strong>de</strong> 520 esp.<br />
Família: Psettodidae, Citharidae (Achiridae), Scophthalmidae, Paralichthyidae, Bothidae,<br />
Pleuronectidae, Soleidae, Cynoglossidae.<br />
OVOS: Com algumas exceções, são esféricos, pelágicos, vitelo homogêneo. Para<br />
diferenciar as espécies são levadas em consi<strong>de</strong>rações: diâmetro <strong>do</strong> ovo; ausência ou<br />
presença (l a vários) <strong>de</strong> gl. <strong>de</strong> óleo; córion liso ou ornamenta<strong>do</strong> (poligonal, hexagonal,<br />
rugoso, estria<strong>do</strong>).<br />
LARVAS: Os olhos, na fase menos <strong>de</strong>senvolvida apresentam simetria bilateral; intestino<br />
<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> ou enrola<strong>do</strong>, muitas vezes com protuberância; proeminência mediocraniana<br />
<strong>do</strong>rsalmente; comprimento préanal normalmente
ORDEM TETRAODONTIFORMES<br />
Nelson (l984) consi<strong>de</strong>ra 8 fam., 92 gen. e 329 esp.<br />
Existem duas subor<strong>de</strong>ns: Tetrao<strong>do</strong>ntoi<strong>de</strong>i e<br />
Balistoi<strong>de</strong>i.<br />
Tetrao<strong>do</strong>ntoi<strong>de</strong>i: Winterbottom (l974) e Taylor (l980)<br />
incluem 4 fam. (Trio<strong>do</strong>ntidae, Tetrao<strong>do</strong>ntidae,<br />
Dio<strong>do</strong>ntidae e Molidae), com cerca <strong>de</strong> l50 espécies.<br />
Ocorrência: Regiões tropical e temperada po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />
ser pelágico e bentônico. Há representante <strong>de</strong> água<br />
<strong>do</strong>ce.<br />
OVOS: Os Tetrao<strong>do</strong>ntoi<strong>de</strong>i são ovíparos;<br />
apresentam ovos pelágico ou <strong>de</strong>mersal; córion liso;<br />
forma esférica; tamanho varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,6 a 2,1mm;<br />
gl. <strong>de</strong> óleo presente; vitelo não segmenta<strong>do</strong>; espaço<br />
perivitelínico limita<strong>do</strong>; embrião po<strong>de</strong> estar<br />
<strong>de</strong>nsamente pigmenta<strong>do</strong>. Em alguma espécie po<strong>de</strong><br />
apresentar cuida<strong>do</strong>s paternais.<br />
LARVAS: Saco <strong>de</strong>rmal envolven<strong>do</strong> a cabeça e tronco<br />
no estágio menos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>; corpo com forma<br />
ovalada ou em caixa envolvi<strong>do</strong> por placas ósseas ou<br />
espinhos; olho gran<strong>de</strong>; intestino enrola<strong>do</strong> ou<br />
<strong>do</strong>bra<strong>do</strong>; formação <strong>de</strong> espinhos específicos para<br />
Molidae. Em Tetrao<strong>do</strong>ntidae (Sphaeroi<strong>de</strong>s<br />
macullatus) o corpo é coberto por pequenos<br />
tubérculos; apresenta osso <strong>de</strong>rmal; ausência da<br />
nad. pélvica; <strong>de</strong>nsa pigmentação no corpo exceto na<br />
parte caudal na fase menos <strong>de</strong>senvolvida.
Balistoi<strong>de</strong>i: Compreen<strong>de</strong> 6 fam. (Triacanthodidae,<br />
Triacanthidae, Balistidae, Monacanthidae, Ostraciidae,<br />
Aracanidae), e l75 esp. apresentan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong><br />
diversida<strong>de</strong> morfológica (Taylor, l968, l980;<br />
Winterbottom, l974; Matsuura, 1979).<br />
Ocorrência: Os Balistoi<strong>de</strong>i são típicos marinhos <strong>de</strong><br />
águas tropicais po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ocorrer também em águas<br />
temperadas. São pelágicos, oceânicos, às vezes<br />
associa<strong>do</strong>s ao fun<strong>do</strong>.<br />
OVOS: Os Balistoi<strong>de</strong>i são ovíparos; apresentam ovos<br />
pelágico ou <strong>de</strong>mersal; córion normalmente liso mas<br />
po<strong>de</strong> ser ornamenta<strong>do</strong>; gl. <strong>de</strong> óleo normalmente<br />
presente; tamanho varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 0,5 a 2,0mm; forma<br />
esférica; espaço perivitelínico limita<strong>do</strong>; vitelo não<br />
segmenta<strong>do</strong>; embrião po<strong>de</strong> estar pigmenta<strong>do</strong><br />
consi<strong>de</strong>ravelmente; cuida<strong>do</strong>s paternais ausente (ovos<br />
pelágicos) a presente (ovos <strong>de</strong>mersais).<br />
LARVAS: Cabeça gran<strong>de</strong> e arre<strong>do</strong>ndada; boca<br />
pequena; em Ostraciidae, no estágio menos<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, a cabeça e o corpo são envolvi<strong>do</strong>s por<br />
saco <strong>de</strong>rmal; presença <strong>de</strong> numerosos tubérculos;<br />
escamas com estruturas espiniformes; nad. ventral é<br />
reduzida ou ausente; pigmentos (mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a <strong>de</strong>nso);<br />
em Balistidae (Monacanthus hispidus) o primeiro<br />
espinho <strong>do</strong>rsal se torna alonga<strong>do</strong> e fortemente<br />
arma<strong>do</strong>, inclusive o préoperculo; os raios que compõe<br />
a nad. caudal são últimos a se formarem.