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Versão em pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE<br />

PÓS-GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA FÍSICA, QUÍMICA E<br />

GEOLÓGICA<br />

Processos Físicos <strong>de</strong> Mesoescala e a<br />

Estrutura das Ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> <strong>Ictioplâncton</strong><br />

na Plataforma Su<strong>de</strong>ste da América <strong>do</strong> Sul<br />

SUENE COSTA CORRÊA<br />

Dissertação apresentada ao<br />

Programa <strong>de</strong> Pós-graduação <strong>em</strong><br />

Oceanografia Física, Química e<br />

Geológica da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, como<br />

requisito parcial à obtenção <strong>do</strong><br />

título <strong>de</strong> MESTRE<br />

Orienta<strong>do</strong>r: prof Dr. JOSÉ HENRIQUE MUELBERT<br />

RIO GRANDE<br />

2012


"Minha graça é o bastante;<br />

é tu<strong>do</strong> que você precisa.<br />

Minha força brota da sua fraqueza"<br />

(II Coríntios 12:9 AM).<br />

A meus queri<strong>do</strong>s pais, José Elias e Ivanete,<br />

E meus irmãos Edawinson e Suelen.


AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>ço <strong>em</strong> primeiro lugar a Deus, Cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s céus e da<br />

Terra, que <strong>de</strong> maneira maravilhosa e surpreen<strong>de</strong>nte t<strong>em</strong> me guia<strong>do</strong> e<br />

proporciona<strong>do</strong> inúmeras vitórias ao longo da minha vida acadêmica.<br />

Esta é mais uma conquista que <strong>de</strong>dico a Ti, SENHOR.<br />

A minha família, meus pais, José Elias e Ivanete, meus irmãos<br />

Edawinson e Suelen, que <strong>de</strong> tão longe s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong> apoia<strong>do</strong> os meus<br />

sonhos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das circunstâncias.<br />

Ao prof José Henrique Muelbert, pela orientação, pela amiza<strong>de</strong><br />

e to<strong>do</strong> apoio ofereci<strong>do</strong> durante essa longa jornada. Obrigada por<br />

<strong>de</strong>positar sua confiança <strong>em</strong> mim para levar a frente este trabalho.<br />

A equipe <strong>do</strong> <strong>Laboratório</strong> <strong>de</strong> <strong>Ecologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Ictioplâncton</strong>, a família<br />

LEI, que me acolheu muito b<strong>em</strong> e me fez sentir <strong>em</strong> casa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início. Pedro Henrique acompanhou b<strong>em</strong> <strong>de</strong> perto a realização <strong>de</strong>ste,<br />

auxilian<strong>do</strong>-me nas análises biológicas. Obrigada.<br />

Um agra<strong>de</strong>cimento especial aos professores Pedro Walfir M<br />

Souza Filho, Claudio F Szlafsztein (UFPA), Maria Oziléa B Menezes<br />

(UFC) pelo gran<strong>de</strong> incentivo na continuação <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s.<br />

Ao prof Douglas F M Gherardi (INPE), obrigada por apostar <strong>em</strong><br />

mim. Serei eternamente grata pelas horas conversas <strong>de</strong> apoio e<br />

incentivo a continuar a carreira acadêmica, mesmo nos momentos<br />

mais difíceis.<br />

Aos professores Osmar O Moller e Carlos A E Garcia, por<br />

contribuir com valiosos comentários e sugestões.<br />

Agra<strong>de</strong>ço a Capes pela concessão da bolsa <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong>.<br />

Esta dissertação utilizou da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto PLATA, financian<strong>do</strong><br />

pelo Instituto Inter-Americano para Pesquisas <strong>em</strong> Mudanças Globais<br />

(IAI) através <strong>do</strong> auxílio CRN061 e CRN 2076, que são apoia<strong>do</strong>s pela<br />

US National Science Foundation (NSF auxílio GEO-0452325).


ÍNDICE<br />

LISTA DE TABELAS .................................................................................................................................. v<br />

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................................. vi<br />

RESUMO ..................................................................................................................................................... 8<br />

ABSTRACT ................................................................................................................................................. 9<br />

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 10<br />

2 – MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................................... 13<br />

2.1 – Aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ........................................................................................................................ 13<br />

.2..1..1. Da<strong>do</strong>s biológicos ................................................................................................................... 15<br />

2.2.2. Da<strong>do</strong>s Físicos Coleta<strong>do</strong>s “in situ” ............................................................................................ 17<br />

2.2.3. Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Sensoriamento R<strong>em</strong>oto ............................................................................................. 20<br />

2.3. Análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s .............................................................................................................................. 21<br />

3 RESULTADOS ........................................................................................................................................ 24<br />

3.1 Condições Hidrográficas .................................................................................................................. 24<br />

3.2 Composição taxonômica e abundância ............................................................................................. 29<br />

3.3 Distribuição <strong>de</strong> espécies individuais ................................................................................................. 33<br />

3.4 Distribuição das ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> larvas ............................................................................................. 36<br />

3.4.1 Condições oceanográficas e a distribuição das ass<strong>em</strong>bleias ................................................... 38<br />

3.4.2 Biomassa fitoplanctônica e a distribuição das ass<strong>em</strong>bléias .................................................... 39<br />

3.5 Distribuição latitudinal ..................................................................................................................... 47<br />

3.5.1 Inverno 2003 .............................................................................................................................. 47<br />

3.5.2 Verão 2004 ................................................................................................................................. 48<br />

4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................................... 56<br />

4.1 Os processos <strong>de</strong> mesoescala ............................................................................................................. 56<br />

4.2 Composição específica e a distribuição das larvas <strong>de</strong> peixes .................................................... 60<br />

4.3 Processos <strong>de</strong> mesoescala e as ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> larvas ................................................................. 68<br />

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 73<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 75<br />

ANEXO I .................................................................................................................................................... 80<br />

Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SIMPER para o inverno. ............................................................................... 81<br />

Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SIMPER para o verão. ................................................................................... 84


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 Seções hidrográficas <strong>do</strong> cruzeiro <strong>de</strong> inverno 2003. ...................................................................... 14<br />

Tabela 2 Seções hidrográficas <strong>do</strong> cruzeiro <strong>de</strong> verão. .................................................................................. 15<br />

Tabela 3 Lista <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> peixes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno 2003. ................... 30<br />

Tabela 4 Lista <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> peixe i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão 2004. ........................ 32


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1. Área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> com as estações <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>. Os pontos amarelos representam estações on<strong>de</strong><br />

foram coleta<strong>do</strong>s parâmetros biológicos e físicos; os pontos vermelhos representam estações on<strong>de</strong> foram<br />

coleta<strong>do</strong>s parâmetros físicos. Linhas azuis indicam batimetria. ................................................................. 14<br />

Figura 2 Re<strong>de</strong>s utilizadas durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno: Heligoland (à esquerda); WP2 (centro); e<br />

Motoda (à direita) Fonte: Piola et al, 2003. ................................................................................................ 16<br />

Figura 3. Re<strong>de</strong>s utilizadas durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão: Motoda (à esquerda e ao centro); e WP2 (à direita)<br />

Fonte: Möller & Piola, 2004. ...................................................................................................................... 17<br />

Figura 4 À esquerda, (A) CTD SBE 911, (B) CTD 19 e (C) General Oceanics Rosette. À direita,<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> à bor<strong>do</strong>; cruzeiro <strong>de</strong> inverno 2003. Fonte: Piola et al., 2003. ......................... 18<br />

Figura 5 À esquerda, CTD, e à direita, rosette utiliza<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão 2004. Fonte Möller<br />

& Piola, 2004. ............................................................................................................................................. 19<br />

Figura 6 Mapas <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> superficial, gera<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s medi<strong>do</strong>s in situ; mapas <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura<br />

da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s medi<strong>do</strong>s por sensoriamento r<strong>em</strong>oto. ................................. 25<br />

Figura 7 Padrão <strong>de</strong> circulação superficial durante inverno (média mensal agosto 2003) e verão (média<br />

mensal, fevereiro 2004 ). Vetores brancos no inverno indicam a posição <strong>de</strong> vórtices. .............................. 28<br />

Figura 8 Distribuição e abundância total <strong>de</strong> larvas durante o inverno 2003. O diâmetro <strong>do</strong>s círculos é<br />

proporcional ao logaritmo da abundância................................................................................................... 31<br />

Figura 9 Distribuição e abundância total <strong>de</strong> larvas durante o verão 2004. O diâmetro <strong>do</strong>s círculos é<br />

proporcional ao logaritmo da abundância................................................................................................... 31<br />

Figura 10 Distribuição e abundância <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> Engraulis anchoita e Myctophidae durante o inverno<br />

2003 e verão 2004. O diâmetro <strong>do</strong>s círculos é proporcional ao logaritmo da abundância. ........................ 34<br />

Figura 11 Distribuição e abundância <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> Marcrouridae e Merluccius m hubbsi durante o inverno<br />

2003 e verão 2004. O diâmetro <strong>do</strong>s círculos é proporcional ao logaritmo da abundância. ........................ 35<br />

Figura 12 Distribuição geográfica <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> estações <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pela análise <strong>de</strong> agrupamento. As<br />

estações i<strong>de</strong>ntificadas como "Estação isolada" representam locais não agrupa<strong>do</strong>s pela análise <strong>de</strong><br />

agrupamento. .............................................................................................................................................. 41<br />

Figura 13 Den<strong>do</strong>grama <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>s entre os pontos amostrais, basea<strong>do</strong> <strong>em</strong> amostras coletadas<br />

durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno (A) e Análise <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação pelo méto<strong>do</strong> MDS (B), utilizan<strong>do</strong> a similarida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Bray-Curtis e méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> agrupamento CLUSTER sobre a matriz d e abundância padronizada <strong>de</strong> larvas<br />

transformadas <strong>em</strong> raiz quarta. ..................................................................................................................... 42<br />

Figura 14 Den<strong>do</strong>grama <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>s entre os pontos amostrais, basea<strong>do</strong> <strong>em</strong> amostras coletadas<br />

durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão (A) e Análise <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação pelo méto<strong>do</strong> MDS (B), utilizan<strong>do</strong> a similarida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Bray-Curtis e méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> agrupamento CLUSTER sobre a matriz d e abundância padronizada <strong>de</strong> larvas<br />

transformadas <strong>em</strong> raiz quarta. ..................................................................................................................... 43<br />

Figura 15. Abundância média (Log IND.100m-) para os grupos <strong>de</strong> inverno 2003. .................................. 44<br />

Figura 16 Abundância média (Log IND.100m-³) para os grupos <strong>do</strong> verão 2004 ...................................... 44


Figura 17 Associação <strong>do</strong>s agrupamentos <strong>de</strong> larvas e variáveis físicas, salinida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong>peratura da<br />

superfície <strong>do</strong> mar (TSM) e concentração <strong>de</strong> clorofila- a superficial (Chl-a) para o inverno 2003 (painéis<br />

da esquerda) e verão 2004 (painéis da direita). .......................................................................................... 45<br />

Figura 18 Associação da circulação, clorofila-a e abundância total <strong>de</strong> larvas para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> inverno<br />

2003 e verão 2004. ..................................................................................................................................... 46<br />

Figura 19 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong><br />

mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da<br />

isóbata <strong>de</strong> 50m no inverno 2003. A,B e C representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> inverno. .......................... 50<br />

Figura 20 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong><br />

mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da<br />

isóbata <strong>de</strong> 100 m no inverno 2003. A,B e C representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> inverno. ....................... 51<br />

Figura 21 Distribuição clatitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície<br />

<strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da<br />

isóbata <strong>de</strong> 200m no inverno 2003. A,B e C representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> inverno. ........................ 52<br />

Figura 22 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong><br />

mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da<br />

isóbata <strong>de</strong> 50m no verão 2004. D, E e F representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> verão. ............................... 53<br />

Figura 23 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong><br />

mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da<br />

isóbata <strong>de</strong> 100m no verão 2004. D, E e F representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> verão. ............................. 54<br />

Figura 24 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong><br />

mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da<br />

isóbata <strong>de</strong> 200m no verão 2004. D, E e F representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> verão. ............................. 55<br />

Figura 25 Diagrama esqu<strong>em</strong>ático das correntes superficiais para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> inverno (a) e verão (b) .<br />

Fonte: Figura extraída <strong>de</strong> Möller et al 2008. .............................................................................................. 59


RESUMO<br />

A estrutura das ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> ictioplâncton e sua relação com<br />

processos físicos <strong>de</strong> mesoescala foi estudada ao longo da Plataforma<br />

Continental Su<strong>de</strong>ste da América <strong>do</strong> Sul (PCSAS) entre Mar <strong>de</strong>l Plata<br />

(Argentina, 38 o S) e Itajaí (Brasil, 27 o S). Larvas <strong>de</strong> peixes foram<br />

coletadas durante o inverno 2003 e verão 2004 com arrastos verticais<br />

entre as isóbatas <strong>de</strong> 50 e 200m. Da<strong>do</strong>s hidrográficos in situ, e<br />

imagens <strong>de</strong> sensores r<strong>em</strong>otos orbitais são utiliza<strong>do</strong>s para <strong>de</strong>screver<br />

os padrões <strong>de</strong> distribuição, composição e abundância das espécies <strong>de</strong><br />

larvas <strong>de</strong> peixes e sua relação com os regimes oceanográficos.<br />

Através <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> agrupamento foi possível i<strong>de</strong>ntificar, <strong>em</strong><br />

ambos perío<strong>do</strong>s, 3 ass<strong>em</strong>bléias b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finidas: ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong><br />

plataforma, transicional e oceânica. A ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong> plataforma<br />

esteve presente <strong>em</strong> águas mais frias, mais <strong>do</strong>ces e com altas<br />

concentrações <strong>de</strong> clorofila. Já a ass<strong>em</strong>bléia oceânica esteve associada<br />

à águas mais quentes, salgadas e baixas concentrações <strong>de</strong> clorofila. A<br />

ass<strong>em</strong>bléia transicional esteve <strong>em</strong> condições intermediárias e separou<br />

a <strong>de</strong> plataforma da oceânica. A ass<strong>em</strong>bléia transicional apresentou o<br />

<strong>do</strong>bro <strong>de</strong> espécies <strong>em</strong> relação aos outros grupos e sua ocorrência<br />

esteve associada a regiões frontais.<br />

Palavras Chaves: <strong>Ictioplâncton</strong>, processos <strong>de</strong> mesoescala, sensoriamento<br />

r<strong>em</strong>oto, Atlântico Su<strong>do</strong>este.<br />

8


ABSTRACT<br />

The structure of ichthyoplankton ass<strong>em</strong>blages and their<br />

relation to mesoscale physical processes were studied along<br />

the Southeast Continental Shelf of South America (SCSSA)<br />

between Mar <strong>de</strong>l Plata (Argentina, 38 o S) and Itajaí (Brazil,<br />

27 o S). Larvae were collected during winter 2003 and summer<br />

2004 with vertical hauls between 50 and 200m isobaths. In<br />

situ hydrographic data and satellite r<strong>em</strong>ote sensing images<br />

were used to <strong>de</strong>scribe the distribution pattern, species<br />

composition and abundance of fish larvae and their relation to<br />

oceanographic regimes. Clustering techniques i<strong>de</strong>ntified three<br />

well-<strong>de</strong>fined ass<strong>em</strong>blages in both periods: continental shelf,<br />

transitional and oceanic. The continental shelf ass<strong>em</strong>blage<br />

was found in cooler and less saline waters with high<br />

chlorophyll concentrations. The oceanic ass<strong>em</strong>blage was<br />

associated with warm and saline waters with low<br />

concentrations of chlorophyll. The transitional ass<strong>em</strong>blage,<br />

with intermediate conditions, separated the shelf from the<br />

oceanic ass<strong>em</strong>blage. It showed twice the number of species<br />

compared to the other groups and was associated with frontal<br />

regions.<br />

Key-words: Ichthyoplankton, mesoscale processes, r<strong>em</strong>ote sensing data, south-<br />

western Atlantic<br />

9


1. INTRODUÇÃO<br />

A Plataforma Continental Su<strong>de</strong>ste da América <strong>do</strong> Sul (PCSAS)<br />

compreen<strong>de</strong> uma área com um <strong>do</strong>s maiores estoques <strong>de</strong> recursos<br />

pesqueiros <strong>do</strong> Brasil (Krug & Haimovici 1991, Haimovici et al. 1996).<br />

Constitui um sist<strong>em</strong>a hidrográfico dinâmico e complexo, com um alto<br />

grau <strong>de</strong> variação sazonal (Lima et al. 1995). A extensão da<br />

plataforma nesta região permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> diferentes<br />

frentes <strong>de</strong> mesoescala (Muelbert et al. 2008), as quais pod<strong>em</strong> ter<br />

papel importante <strong>em</strong> eventos biológicos (Sabatés & Olivar 1996,<br />

Sabatés et al. 2001, Bjorkstedt et al. 2002), po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> constituir uma<br />

barreira hidrográfica entre massas <strong>de</strong> água <strong>de</strong> diferentes origens,<br />

restringin<strong>do</strong> a dispersão <strong>de</strong> larvas, ou funcionar como um fator<br />

enriquece<strong>do</strong>r, aumenta<strong>do</strong> a produção biológica (Katsuragawa et al.<br />

2006).<br />

Frentes são <strong>de</strong>finidas como estruturas inclinadas verticalmente<br />

entre as massas <strong>de</strong> água <strong>de</strong> diferentes proprieda<strong>de</strong>s, cujo nutrientes<br />

são <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>s para a camada superficial. Ocorre enriquecimento na<br />

zona fótica, aumentan<strong>do</strong> a produção primária na região <strong>de</strong> frentes<br />

(Acha et al, 2004). Há diversos tipos <strong>de</strong> frentes, frentes <strong>de</strong> maré,<br />

frentes <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> plataforma, frentes <strong>de</strong> ressurgência, frentes<br />

estuarinas, frentes <strong>de</strong> pluma, para citar as principais (Mann & Lazier,<br />

1996). A região da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> apresenta alguma zonas frontais<br />

costeiras: a zona <strong>de</strong> ressurgência <strong>do</strong> Cabo <strong>de</strong> Santa Marta Gran<strong>de</strong>, o<br />

10


estuário da Lagoa <strong>do</strong>s Patos, o estuário <strong>do</strong> Rio La Plata, a frente <strong>de</strong><br />

quebra <strong>de</strong> plataforma argentina (Acha et al., 2004).<br />

A região <strong>do</strong> cabo <strong>de</strong> Santa Marta Gran<strong>de</strong> apresenta água <strong>de</strong><br />

plataforma estratificada, com águas salinas mais quentes na<br />

superfície, dirigidas pela corrente <strong>do</strong> Brasil, sobrepon<strong>do</strong>-se a águas<br />

mais frias, <strong>do</strong>ces e ricas <strong>em</strong> nutrientes da corrente Água Central <strong>do</strong><br />

Atlântico Sul (Acha et al., 2004). A ressurgência é favorecida quan<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> presença <strong>do</strong>s ventos <strong>de</strong> NE (Matsuura, 1986). Na região frontal<br />

da Lagoa <strong>do</strong>s Patos, a <strong>de</strong>scarga da lagoa sobre a plataforma gera<br />

uma camada <strong>de</strong> água superficial <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (Acha et al<br />

2004), e sua extensão é influenciada pelo padrão <strong>de</strong> ventos<br />

(O<strong>de</strong>brecht & Castello, 2001).<br />

Em relação ao estuário <strong>do</strong> Rio La Plata, o sist<strong>em</strong>a é<br />

caracteriza<strong>do</strong> por forte estratificação vertical: água <strong>do</strong>ce fluin<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

direção ao oceano na superfície, enquanto águas mais <strong>de</strong>nsas<br />

penetram pelo fun<strong>do</strong>, com a forma <strong>de</strong> cunha (Acha et al 2004). A<br />

frente da quebra <strong>de</strong> plataforma argentina, por sua vez, é<br />

caracterizada por apresentar gradientes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

com fraco gradiente <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>; no inverno, ocorre o contrário,<br />

apenas a salinida<strong>de</strong> controla o gradiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (Acha et al.,<br />

2004).<br />

Esses tipos <strong>de</strong> frentes, assim como outros fatores físicos, como<br />

advecção e vórtices pod<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminar o sucesso da sobrevivência<br />

das larvas, na medida <strong>em</strong> que as correntes oceânicas exerc<strong>em</strong><br />

11


influência na distribuição das larvas e <strong>do</strong>s alimentos (Vasconcellos &<br />

Castello 1996, Sabatés et al. 2001, Gaughan 2007, Sabatés et al.<br />

2007, Isari et al. 2008). Outros estu<strong>do</strong>s também apontam a<br />

importância da interação entre processos físicos e biológicos na<br />

ecologia <strong>do</strong> ictioplâncton nesta região (Muelbert & Sinque 1996,<br />

Franco et al. 2006).<br />

O talu<strong>de</strong> da PCSAS caracteriza-se pela presença <strong>de</strong> meandros e<br />

vórtices (Legekis & Gor<strong>do</strong>n 1982), que pod<strong>em</strong> induzir processos <strong>de</strong><br />

ressurgência e <strong>de</strong> enriquecimento da coluna d’água, os quais pod<strong>em</strong><br />

influenciar na distribuição <strong>do</strong> ictioplâncton na região (Franco et al.<br />

2006). Estes autores, estudan<strong>do</strong> os processos físicos <strong>de</strong> mesoescala e<br />

a distribuição e a composição <strong>do</strong> ictioplâncton na quebra <strong>de</strong><br />

plataforma no sul <strong>do</strong> Brasil, observaram que a abundância <strong>de</strong><br />

ictioplâncton é baixa no centro <strong>do</strong> vórtice daquela região, sugerin<strong>do</strong><br />

que este processo tenha transporta<strong>do</strong> águas <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> tropical <strong>de</strong><br />

fora da plataforma <strong>em</strong> direção à região mais interna concentran<strong>do</strong> as<br />

larvas na plataforma ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> vórtice. O núcleo <strong>de</strong>sses vórtices é<br />

composto por águas com baixas concentração <strong>de</strong> nutrientes, oriundas<br />

da corrente <strong>do</strong> Brasil, por isso a menor concentração <strong>de</strong> larvas no<br />

interior <strong>de</strong>les.<br />

Como a composição e abundância <strong>de</strong> ictioplâncton são<br />

fort<strong>em</strong>ente influenciadas por processos físicos e biológicos, e a PCSAS<br />

é uma área extr<strong>em</strong>amente rica <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista oceanográfico<br />

(Katsuragawa et al. 2006), é recomendável a realização <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

12


mais <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s sobre essa interação para propiciar um melhor<br />

entendimento da variabilida<strong>de</strong> no recrutamento <strong>de</strong> recursos<br />

pesqueiros na PCSAS (Castello & Haimovici 1991). Nesse senti<strong>do</strong>, o<br />

enfoque <strong>de</strong>ste trabalho é analisar como a presença <strong>de</strong> processos<br />

físicos <strong>de</strong> mesoescala na PCSAS está relacionada com a abundância,<br />

a composição específica e a distribuição das larvas <strong>de</strong> peixes, e como<br />

contribui para a formação <strong>de</strong> ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> ictioplâncton.<br />

2 – MATERIAIS E MÉTODOS<br />

2.1 – Aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

Os cruzeiros <strong>de</strong> verão e inverno foram realiza<strong>do</strong>s entre os<br />

paralelos 26ºS e 40ºS, e meridianos 46ºW e 58ºS, a qual<br />

compreen<strong>de</strong> a região entre Itajaí (Brasil) e Mar <strong>de</strong>l Plata(Argentina)<br />

(Figura 1). O cruzeiro <strong>de</strong> inverno ocorreu no perío<strong>do</strong> entre 20 Agosto<br />

e 02 Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2003; e o cruzeiro <strong>de</strong> verão, entre 01 e 17<br />

Fevereiro 2004 sobre a PCSAS.<br />

O esqu<strong>em</strong>a <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> foi basea<strong>do</strong> <strong>em</strong> 11 transectos<br />

ocupa<strong>do</strong>s ao longo da plataforma posiciona<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> 10 milhas<br />

náuticas da costa até o contato com as correntes <strong>de</strong> contorno oeste,<br />

a profundida<strong>de</strong>s maiores que 1000 metros. Cada seção é referida <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a cida<strong>de</strong> costeira mais próxima (Figura 1 e Tabelas 1 e<br />

2). Os transectos foram <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>s para cobrir a área <strong>de</strong> influência<br />

<strong>do</strong> Rio La Plata e Lagoa <strong>do</strong>s Patos e Mirim sobre a plataforma e sua<br />

13


extensão <strong>em</strong> direção ao norte, característica <strong>do</strong> inverno austral<br />

(Piola et al, 2003; Möller & Piola, 2004). O cruzeiro <strong>de</strong> verão<br />

abrangeu a mesma área <strong>do</strong> cruzeiro <strong>de</strong> inverno e também a região<br />

<strong>de</strong> ressurgência no Cabo <strong>de</strong> Santa Marta (Möller & Piola, 2004).<br />

Figura 1. Área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> com as estações <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>. Os pontos amarelos representam estações<br />

on<strong>de</strong> foram coleta<strong>do</strong>s parâmetros biológicos e físicos; os pontos vermelhos representam estações on<strong>de</strong><br />

foram coleta<strong>do</strong>s parâmetros físicos. Linhas azuis indicam batimetria.<br />

Tabela 1 Seções hidrográficas <strong>do</strong> cruzeiro <strong>de</strong> inverno 2003.<br />

Número <strong>do</strong><br />

transecto<br />

Nome <strong>do</strong> transecto Latitu<strong>de</strong> (S) Número <strong>de</strong> estações<br />

1 Mar <strong>de</strong>l Plata 38º 06’ 1 – 8<br />

2 Punta Médanos 36º 05’ 9 – 16<br />

3 Rio <strong>de</strong> la Plata 35º 54’ 17 – 24<br />

4 Punta <strong>de</strong>l Este 34º 54’ 25 - 32<br />

5 Chuí 33º 48’ 33 – 39<br />

6 Albardão 32º 48’ 40 – 48<br />

7 Rio Gran<strong>de</strong> 32º 02’ 49 – 56<br />

14


8 Solidão 31º 00’ 57 - 62<br />

9 Torres 29º 31’ 63 – 69<br />

10 Cabo Santa Marta<br />

Gran<strong>de</strong><br />

28º 34’ 70 – 76<br />

11 Itajaí 27º 03’ 77 - 83<br />

Tabela 2 Seções hidrográficas <strong>do</strong> cruzeiro <strong>de</strong> verão.<br />

Número <strong>do</strong><br />

transecto<br />

Nome <strong>do</strong> transecto Latitu<strong>de</strong> (S) Número <strong>de</strong> estações<br />

1 Mar <strong>de</strong>l Plata 38º 03’ 1 – 8<br />

2 Punta Médanos 36º 57’ 10 – 17<br />

3 Rio <strong>de</strong> la Plata 35º 54’ 19 – 26<br />

4 Punta <strong>de</strong>l Este 34º 55’ 28 - 35<br />

5 Punta <strong>de</strong>l Diablo 34º 04’ 37 - 44<br />

6 Albardão 32º 58’ 48 - 54<br />

7 Rio Gran<strong>de</strong> 32º 19’ 56 - 63<br />

8 Solidão 30º 59’ 64 - 69<br />

9 Torres 29º 31’ 70 - 76<br />

10 Cabo Santa Marta<br />

Gran<strong>de</strong><br />

28º 34’ 77 - 83<br />

11 Bombinhas 27º 03’ 84 - 90<br />

.2..1..1. Da<strong>do</strong>s biológicos<br />

A amostrag<strong>em</strong> biológica restringiu-se a zona <strong>de</strong> talu<strong>de</strong> e incluiu<br />

a coleta <strong>de</strong> zooplâncton <strong>em</strong> um gradiente latitudinal e <strong>em</strong> um<br />

transecto costa-oceano. Diferentes tipos <strong>de</strong> re<strong>de</strong> foram usadas para<br />

15


avaliar a distribuição <strong>do</strong> ictioplâncton e composição ao longo da costa<br />

e <strong>do</strong>s gradientes costa-oceano.<br />

Três tipos diferentes <strong>de</strong> re<strong>de</strong> foram usadas no cruzeiro <strong>de</strong><br />

inverno: re<strong>de</strong>s Heligoland, Motoda e a Working Party 2 (WP2) (Figura<br />

2). A re<strong>de</strong> Heligoland (1,30 m <strong>de</strong> diâmetro e 300 μm <strong>de</strong> malha) foi<br />

usada nas estações próximas às isóbatas <strong>de</strong> 50 m e 200 m. Ela foi<br />

danificada na estação 14 e substituída pela re<strong>de</strong> Motoda (60 cm <strong>de</strong><br />

diâmetro e 300 μm <strong>de</strong> malha). A combinação Heligoland/Motoda<br />

resultou <strong>em</strong> 17 estações e 17 amostras <strong>de</strong> ictioplâncton.<br />

Figura 2 Re<strong>de</strong>s utilizadas durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno: Heligoland (à esquerda); WP2<br />

(centro); e Motoda (à direita) Fonte: Piola et al, 2003.<br />

A re<strong>de</strong> WP2 foi usada para verificar a distribuição vertical <strong>do</strong><br />

ictioplâncton ao longo da plataforma continental. A WP2 tinha 60 cm<br />

<strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca e 500 μm <strong>de</strong> malha. A malha <strong>de</strong> 500 μm foi<br />

danificada na estação 13 e substituída por uma malha <strong>de</strong> tamanho<br />

140 μm. A re<strong>de</strong> WP2 foi utilizada <strong>em</strong> 13 estações ao longo da isóbata<br />

<strong>de</strong> 100m, com 22 amostras coletadas abaixo e acima da haloclina.<br />

Em todas as re<strong>de</strong>s, um fluxômetro foi usa<strong>do</strong> para <strong>de</strong>terminar o<br />

volume <strong>de</strong> água filtra<strong>do</strong>.<br />

16


Durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão foi utilizada a re<strong>de</strong> Working Party<br />

2 (WP2) com 60cm <strong>de</strong> diâmetro <strong>de</strong> boca e malha <strong>de</strong> 140 μm (Figura<br />

3). A malha <strong>de</strong> 140 μm foi danificada na estação 25 e foi substituída<br />

por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> malha tamanho 500 μm. A WP2 foi ainda substituída<br />

por uma re<strong>de</strong> cônica, com 60 cm <strong>de</strong> diâmetro e malha tamanho 200<br />

μm. Doze amostras intregradas verticalmente foram coletadas nas<br />

estações localizadas ao longo da isóbata <strong>de</strong> 50m, 11 amostras ao<br />

longo <strong>de</strong> 100 m, e 9 amostras foram tomadas na isóbata <strong>de</strong> 200m.<br />

Figura 3. Re<strong>de</strong>s utilizadas durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão: Motoda (à esquerda e ao<br />

centro); e WP2 (à direita) Fonte: Möller & Piola, 2004.<br />

2.2.2. Da<strong>do</strong>s Físicos Coleta<strong>do</strong>s “in situ”<br />

O cruzeiro <strong>de</strong> inverno incluiu uma série <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> CTD<br />

como amostras <strong>de</strong> água <strong>em</strong> níveis seleciona<strong>do</strong>s. 83 estações <strong>de</strong> CTD<br />

foram realiza<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> CTD<br />

utiliza<strong>do</strong> foi Sea Birds Eletronics 911 Plus, com sensores <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z e<br />

fluorescência acopla<strong>do</strong>s. Nas estações 35 e 49, foi utiliza<strong>do</strong> CTD<br />

17


mo<strong>de</strong>lo Sea Bird Eletronics mo<strong>de</strong>l 19. T<strong>em</strong>peratura e salinida<strong>de</strong> foram<br />

mensuradas com um termosalinógrafo mo<strong>de</strong>lo Sea Bird Eletronics<br />

Seacat 21.To<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> CTD foram calibra<strong>do</strong>s e processa<strong>do</strong>s no<br />

Departamento <strong>de</strong> Oceanografia, Serviço <strong>de</strong> Hidrografia Naval, Buenos<br />

Aires, Argentina (OC-SHN) (Piola et al, 2003).<br />

As amostras <strong>de</strong> água foram coletadas para <strong>de</strong>terminar a<br />

salinida<strong>de</strong>, oxigênio dissolvi<strong>do</strong>, nutrientes e clorofila. Garrafas <strong>de</strong><br />

Niskin com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12,5 litros, mo<strong>de</strong>lo General Oceanic foram<br />

usadas para coletar as amostras <strong>de</strong> água. Apenas amostras <strong>de</strong> água<br />

superficiais para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> clorofila e salinida<strong>de</strong> foram<br />

coletadas na estações 35 e 39, com o SBE-19. Salinida<strong>de</strong> foi<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> à bor<strong>do</strong>, com o salinômetro mo<strong>de</strong>lo Guildline Autosal<br />

8400B (Figura 4)<br />

Figura 4 À esquerda, (A) CTD SBE 911, (B) CTD 19 e (C) General Oceanics Rosette. À<br />

direita, <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> à bor<strong>do</strong>; cruzeiro <strong>de</strong> inverno 2003. Fonte: Piola et<br />

al., 2003.<br />

18


O procedimento utiliza<strong>do</strong> no inverno foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> no cruzeiro <strong>de</strong><br />

verão para a coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s físicos. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> CTD utiliza<strong>do</strong> foi<br />

Sea Bird Eletronics 911 Plus (Figura 5). Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> CTD foram<br />

reprocessa<strong>do</strong>s a bor<strong>do</strong> e o formato final, processa<strong>do</strong>s no SHN e<br />

Instituto Nacional <strong>de</strong> Investigación y Desarrollo Pesquero (INIDEP),<br />

Mar <strong>de</strong>l Plata, Argentina.<br />

O <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> CTD está <strong>de</strong>scrito com mais <strong>de</strong>talhes <strong>em</strong><br />

Möller & Piola (2004). As amostras <strong>de</strong> água, da mesma forma como<br />

foi feito no inverno, repetiu-se a meto<strong>do</strong>logia no verão. As amostras<br />

<strong>de</strong> água foram coletadas com rosette mo<strong>de</strong>lo Sea Bird 24. Salinida<strong>de</strong><br />

foi <strong>de</strong>terminada à bor<strong>do</strong>, com o salinômetro Guildline Autosal 8400B<br />

(Möller & Piola, 2004).<br />

Figura 5 À esquerda, CTD, e à direita, rosette utiliza<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão<br />

2004. Fonte Möller & Piola, 2004.<br />

19


2.2.3. Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Sensoriamento R<strong>em</strong>oto<br />

Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Sensoriamento R<strong>em</strong>oto foram obti<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong><br />

“ERD Live Access Server (LAS) - Ocean Watch” para Da<strong>do</strong>s<br />

Ambientais <strong>de</strong> Satélites disponibiliza<strong>do</strong>s na página da internet da<br />

investigação científica <strong>em</strong> prol da gestão e conservação <strong>do</strong>s recursos<br />

marinhos “Fisheries Service’s Southwest Fisheries Science Center<br />

(SWFSC)” da organização “National Oceanic and Atmospheric<br />

Administration (NOAA)”. Os da<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s neste trabalho foram:<br />

T<strong>em</strong>peratura da Superfície <strong>do</strong> Mar (TSM); Correntes Geostróficas e<br />

Concentração <strong>de</strong> Clorofila-a na Superfície <strong>do</strong> Mar (CSM). As três<br />

variáveis estão disponíveis para <strong>do</strong>wnload no seguinte en<strong>de</strong>reço<br />

eletrônico http://las.pfeg.noaa.gov/oceanWatch/oceanwatch.php#. Todas as<br />

imagens são produtos a partir <strong>de</strong> médias mensais <strong>de</strong> agosto 2003<br />

para o inverno, e fevereiro 2004 para o verão.<br />

a. T<strong>em</strong>peratura da Superfície <strong>do</strong> Mar (TSM)<br />

Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> TSM (ºC) são um produto <strong>de</strong>riva<strong>do</strong> <strong>de</strong> sensores<br />

que operam na faixa <strong>do</strong> espectro microondas e infravermelho, a<br />

bor<strong>do</strong> <strong>de</strong> múltiplas plataformas. São eles: sensores MODIS e AMSR-E,<br />

a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> satélite AQUA; sensor AVHRR, constelação <strong>de</strong> satélites<br />

POES; e sensor Imager, a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> satélite GOES. A resolução<br />

espacial é <strong>de</strong> aproximadamente 11 km.<br />

20


. Corrente Geostrófica<br />

Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> corrente geostrófica compreend<strong>em</strong> medidas<br />

recebidas <strong>do</strong> programa AVISO (Archiving, Validation and<br />

Interpretation of Satellite Oceanographic data) que fornece<br />

informação sobre altimetria <strong>do</strong>s oceanos a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> missões<br />

<strong>de</strong> altimetria por satélite atuais e passadas. A resolução espacial é<br />

cerca <strong>de</strong> 30km, com valores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente expressos <strong>em</strong><br />

(m.s -1 ).<br />

c. Concentração <strong>de</strong> Clorofila-a na Superfície <strong>do</strong> Mar (CSM)<br />

Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> clorofila-a foram estima<strong>do</strong>s a<br />

partir <strong>do</strong> sensor MODIS, a bor<strong>do</strong> <strong>do</strong> satélite AQUA, pelo grupo Ocean<br />

Biology Processing Group <strong>do</strong> Goddard Space Flight Center/NASA. A<br />

resolução espacial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s é <strong>de</strong> 5 km, com valores expressos <strong>em</strong><br />

(mg.m -3 ).<br />

2.3. Análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

O foco <strong>de</strong>ste trabalho está sobre os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> larvas, que foram<br />

i<strong>de</strong>ntificadas até o menor nível taxonômico possível. A representação<br />

<strong>de</strong> indivíduos a<strong>do</strong>tada foi a forma <strong>de</strong> abundância padronizada<br />

(ind.100m-³). A partir da abundância padronizada, calculou-se a<br />

21


abundância relativa <strong>do</strong>s táxons, conforme Maranhão (1996), com a<br />

aplicação seguinte fórmula:<br />

on<strong>de</strong>,<br />

N = nº <strong>de</strong> indivíduos <strong>do</strong> táxon i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong><br />

n = nº total <strong>de</strong> indivíduos<br />

A escala utilizada para classificação da abundância relativa foi:<br />

< 10% - Rara (R);<br />

<strong>de</strong> 10 a 30% - Pouco Abundante (P);<br />

<strong>de</strong> 30 a 50% - Abundante (A);<br />

> 50% - Dominante (D).<br />

A frequência <strong>de</strong> ocorrência (Fo) foi calculada conforme <strong>de</strong>scrito<br />

por Ramos (2007):<br />

on<strong>de</strong>,<br />

foi:<br />

Ta = nº <strong>de</strong> amostras <strong>em</strong> que o táxon ocorre.<br />

TA = Total <strong>de</strong> amostras.<br />

A escala a<strong>do</strong>tada para classificação da frequência <strong>de</strong> ocorrência<br />

Fo ≥ 70% - Muito frequente;<br />

22


70% < Fo ≥ 40% - Frequente;<br />

40% < Fo ≥ 10% - Pouco frequente;<br />

Fo ≤ 10% - Esporádica.<br />

Em seguida, a Análise <strong>de</strong> Agrupamento (CLUSTER) e o<br />

Escalonamento Multidimensional (MDS) (Field et al. 1982) foi<br />

realiza<strong>do</strong> com base <strong>em</strong> uma matriz <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bray-Curtis,<br />

para inverno e verão. Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> abundância padronizada <strong>de</strong> larvas<br />

foram transforma<strong>do</strong>s usan<strong>do</strong> a função raiz quarta. Testou-se também<br />

a transformação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s por log (X+1). Optou-se por utilizar os<br />

da<strong>do</strong>s transforma<strong>do</strong>s pela função raiz quarta, por melhor<br />

representar<strong>em</strong> o conjunto <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s no CLUSTER e MDS. A fim <strong>de</strong><br />

saber o índice <strong>de</strong> contribuição <strong>de</strong> cada espécie para cada grupo<br />

forma<strong>do</strong> no CLUSTER, foi realizada a Análise <strong>de</strong> Similarida<strong>de</strong><br />

(SIMPER). Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SIMPER estão incluí<strong>do</strong>s no Anexo I. Todas<br />

as análises foram feitas através <strong>do</strong> programa estatístico Primer®<br />

(Plymouth Routines in Multivariate Ecological Research), versão<br />

6.1.6.<br />

23


3 RESULTADOS<br />

3.1 Condições Hidrográficas<br />

Os gradientes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e salinida<strong>de</strong> exibiram alta<br />

variabilida<strong>de</strong> espacial e t<strong>em</strong>poral. Regiões <strong>de</strong> frentes foram<br />

<strong>de</strong>tectadas <strong>em</strong> ambos cruzeiros a partir das imagens <strong>de</strong> satélite. A<br />

posição e a estrutura <strong>de</strong>ssas frentes foi afetada por essa<br />

variabilida<strong>de</strong>.<br />

Durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno, a frente foi localizada a uma<br />

distância consi<strong>de</strong>rável (~150 km) da costa, ao longo da isóbata <strong>de</strong><br />

100 m. A distribuição da t<strong>em</strong>peratura<br />

superficial exibiu águas mais frias, <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 8 a 14ºC presentes<br />

na plataforma até 30º S. A partir <strong>de</strong>ssa latitu<strong>de</strong> <strong>em</strong> direção ao norte,<br />

há a presença <strong>de</strong> águas com t<strong>em</strong>peraturas mais elevadas, varian<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> 18 a 22ºC. Baixos valores <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> foram observa<strong>do</strong>s junto a<br />

costa acima <strong>do</strong> rio La Plata. e durante o verão, águas menos salinas<br />

restring<strong>em</strong>-se a região <strong>em</strong> frente a <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bocadura <strong>do</strong> Rio La Plata.<br />

Durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão, um forte gradiente <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong><br />

foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>, perpendicular a costa na altura da região <strong>do</strong> Albardão<br />

(Figura 6). Abaixo <strong>de</strong>ssa estrutura, foram registra<strong>do</strong>s os menores<br />

valores <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> (21 a 27), restritos a região <strong>em</strong> frente a<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>bocadura <strong>do</strong> Rio La Plata. Em relação a t<strong>em</strong>peratura, os valores<br />

<strong>de</strong> TSM <strong>do</strong> verão foram mais elevadas que no inverno. A TSM mínima<br />

que no perío<strong>do</strong> anterior era 5º C passou para 15º C no verão. A TSM<br />

entre Bombinhas e Punta <strong>de</strong>l Diablo apresentou variações entre 24 e<br />

24


28ºC. De Punta <strong>de</strong>l Diablo até Mar <strong>de</strong>l Plata, a TSM variou <strong>de</strong> 15 a<br />

20ºC .<br />

Figura 6 Mapas <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> superficial, gera<strong>do</strong>s a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s medi<strong>do</strong>s in situ;<br />

mapas <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), a partir <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s medi<strong>do</strong>s por<br />

sensoriamento r<strong>em</strong>oto.<br />

25


Vórtices ciclônicos caracterizam a circulação mais ao norte da<br />

área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> no inverno 2003 (Figura 7A). Um vórtice localiza<strong>do</strong><br />

entre o Cabo <strong>de</strong> Santa Marta e Torres (estações 74 e 64), e o outro<br />

vórtice no transecto Rio Gran<strong>de</strong> (estação 55). No Cabo <strong>de</strong> Santa<br />

Marta Gran<strong>de</strong> e Albardão, há fluxo <strong>de</strong> saída para o oceano. Em<br />

Torres, ocorre um fluxo <strong>em</strong> direção a costa. Entre o transecto <strong>do</strong> Chuí<br />

e Punta Médanos, há um fluxo costeiro (senti<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste) que<br />

culmina com a saída para o oceano no Albardão. A partir da isóbata<br />

<strong>de</strong> 100m o fluxo se direciona para o oceano, convergin<strong>do</strong> na região<br />

entre Punta <strong>de</strong>l Este e Rio <strong>de</strong> La Plata (estações 23 e 25).<br />

No verão 2004 (Figura 7B), o fluxo pre<strong>do</strong>minante foi <strong>em</strong> direção<br />

ao sul, sen<strong>do</strong> a principal feição representada pela corrente <strong>do</strong> Brasil.<br />

As estações entre Bombinhas e Solidão tiveram a direção da<br />

circulação também senti<strong>do</strong> sul. Enquanto que na região entre as<br />

estações <strong>de</strong> Punta <strong>de</strong>l Diablo e Rio Gran<strong>de</strong>, a direção da circulação foi<br />

<strong>em</strong> senti<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste. No trecho entre o transecto <strong>de</strong> Bombinhas até<br />

Solidão, a direção da corrente é paralelo à costa, senti<strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste. Ao<br />

chegar na altura <strong>de</strong> Solidão, parte <strong>de</strong>ssa corrente segue <strong>em</strong> direção a<br />

costa, e parte segue <strong>em</strong> senti<strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste, entre as isóbatas <strong>de</strong> 100 e<br />

200m. A partir da isóbata <strong>de</strong> 100m <strong>em</strong> direção a profundida<strong>de</strong><br />

menores, o fluxo é inverti<strong>do</strong>, senti<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o transecto <strong>de</strong><br />

Punta <strong>de</strong>l diablo até Solidão. Nesta seção, há um fluxo <strong>de</strong> saída <strong>em</strong><br />

direção ao oceano (estações 39, 41, 42 e 43).<br />

26


A circulação no trecho que abrange os transectos mais ao sul<br />

(Punta <strong>de</strong>l Este, Rio <strong>de</strong> La Plata, Punta Médanos e Mar <strong>de</strong>l Plata) é<br />

anticiclônica nas profundida<strong>de</strong>s inferiores a 100m. Entre 100 e 200m,<br />

há a presença <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s opostas, uma corrente <strong>de</strong><br />

senti<strong>do</strong> su<strong>de</strong>ste que encontra outra corrente senti<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste na<br />

altura <strong>do</strong> transecto Rio <strong>de</strong> La Plata (estação 25), convergin<strong>do</strong> o fluxo<br />

<strong>em</strong> direção ao oceano aberto, na posição da confluência Brasil-<br />

Malvinas. Em frente ao Rio La Plata, a circulação ficou restrita a essa<br />

área, juntan<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> seguida a confluência Brasil-Malvinas,<br />

engloban<strong>do</strong> aí as estações <strong>do</strong>s transectos Punta <strong>de</strong>l Este até Mar <strong>de</strong>l<br />

Plata. Em suma, no verão, 3 locais se <strong>de</strong>stacam por entrada (Solidão)<br />

e saída <strong>de</strong> água (Punta <strong>de</strong>l diablo e Rio <strong>de</strong> La Plata) da plataforma<br />

continental.<br />

27


Figura 7 Padrão <strong>de</strong> circulação superficial durante inverno (média mensal agosto 2003) e verão (média mensal,<br />

fevereiro 2004 ). Vetores brancos no inverno indicam a posição <strong>de</strong> vórtices.<br />

28


3.2 Composição taxonômica e abundância<br />

Um total <strong>de</strong> 58 táxons foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> durante o estu<strong>do</strong>, com 25<br />

táxons exclusivos <strong>do</strong> inverno e 38 táxons exclusivos <strong>do</strong> verão, e 5<br />

táxons estavam presente nos <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s (Ver tabelas I e II).<br />

Durante o inverno 2003, a abundância total exibiu altos valores<br />

nos transectos Chuí, Albardão e Itajaí (Figura 8). Neste perío<strong>do</strong>,<br />

larvas da espécie pelágica Engraulis anchoita foram <strong>do</strong>minantes e a<br />

mais frequentes. Dada o seu eleva<strong>do</strong> valor <strong>de</strong> abundância, cerca <strong>de</strong><br />

88%, todas as outras espécies foram consi<strong>de</strong>radas raras, isto é,<br />

valores <strong>de</strong> abundância relativa inferiores a 10%. Seguin<strong>do</strong> a ord<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> abundância, aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>staque larvas <strong>de</strong> peixes<br />

mesopelágicos, indivíduos pertencentes a Myctophida<strong>de</strong>, Hygophum<br />

reinhardtii e Cerastocopelus. Larvas <strong>de</strong> Lampanyctnae,<br />

Coryphaenoi<strong>de</strong>s sp., Melanostomiidae, Notoscopelus e Stomiidae<br />

foram menos abundantes (menos <strong>de</strong> 1%).<br />

Em relação ao verão 2004, a distribuição horizontal mostrou a<br />

presença <strong>de</strong> larvas no transectos mais ao sul, Punta Médanos e Mar<br />

<strong>de</strong>l Plata (ausentes no inverno). Os maiores valores <strong>de</strong> abundância<br />

ocorreram nos transectos <strong>de</strong> Punta <strong>de</strong>l Este, Albardão e Rio <strong>de</strong> La<br />

Plata (Figura 9). A espécie mais importante, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />

abundância e frequência, foi Engraulis anchoíta, com 51% <strong>de</strong><br />

abundância relativa e 45% <strong>de</strong> estações positivas.<br />

29


As outras espécies mais abundantes <strong>do</strong> verão foram<br />

pertencentes a Bregmacerotidae e Carangidae, com valores <strong>de</strong> 10,4%<br />

(pouco abundante) e 7 % (raro) <strong>de</strong> abundância relativa,<br />

respectivamente. Entre os menos abundantes, com valores inferiores<br />

a 1%, foram registra<strong>do</strong>s os indivíduos pertencentes a Cynoglossidae,<br />

Balistidae, Symphurus ginsburgi e Macrouridae (Tabela 2).<br />

Tabela 3 Lista <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> peixes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno<br />

2003.<br />

30


Figura 8 Distribuição e abundância total <strong>de</strong> larvas durante o inverno 2003. O diâmetro<br />

<strong>do</strong>s círculos é proporcional ao logaritmo da abundância.<br />

Figura 9 Distribuição e abundância total <strong>de</strong> larvas durante o verão 2004. O diâmetro<br />

<strong>do</strong>s círculos é proporcional ao logaritmo da abundância.<br />

31


Tabela 4 Lista <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> peixe i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão<br />

2004.<br />

Ord<strong>em</strong> Família Gênero/Espécie Ind.100m-³<br />

Frequência <strong>de</strong><br />

ocorrência<br />

Abundância Relativa<br />

% Classificação % Classificação<br />

Anguiliformes - *** 0,850 4,167 Esporádica 0,184 Rara<br />

Ophichthidae Ophichthus gomesi 1,068 8,333 Esporádica 0,231 Rara<br />

Perciformes Carangidae ** 36,203 8,333 Esporádica 7,822 Rara<br />

Trachurus sp. 13,015 8,333 Esporádica 2,812 Rara<br />

Serranidae Centropristis sp 5,333 8,333 Esporádica 1,152 Rara<br />

Scombridae Auxis sp 1,616 4,167 Esporádica 0,349 Rara<br />

** 1,029 4,167 Esporádica 0,222 Rara<br />

Sciaenidae Micropogonias furnieri 3,223 8,333 Esporádica 0,696 Rara<br />

Paralonchurus 0,935 4,167 Esporádica 0,202 Rara<br />

Paralonchurus brasiliensis 1,616 4,167 Esporádica 0,349 Rara<br />

Stichaeidae Ophidium 4,399 4,167 Esporádica 0,950 Rara<br />

Stromateidae Peprilus paru 1,210 8,333 Esporádica 0,261 Rara<br />

Pomatomidae Pomatomus saltatrix 1,015 4,167 Esporádica 0,219 Rara<br />

Sphyraenidae ** 1,029 4,167 Esporádica 0,222 Rara<br />

Stromateidae ** 3,917 4,167 Esporádica<br />

Pouco<br />

0,846 Rara<br />

Trichiuridae Trichiurus lepturus 24,775 16,67 frequente 5,353 Rara<br />

Tetrao<strong>do</strong>ntiformes Balistidae ** 0,570 4,167 Esporádica 0,123 Rara<br />

Myctophiformes Myctophidae Benthos<strong>em</strong>a 0,935 4,167 Esporádica 0,202 Rara<br />

** 6,800 4,167 Esporádica 1,469 Rara<br />

Myctophum 0,961 4,167 Esporádica 0,208 Rara<br />

Pleuronectiformes Bothidae ** 3,583 4,167 Esporádica 0,774 Rara<br />

Bothus ocellatus 2,076 4,167 Esporádica 0,448 Rara<br />

Paralichthyidae Citharichthys 0,829 4,167 Esporádica 0,179 Rara<br />

Cynoglossidae ** 0,539 4,167 Esporádica 0,116 Rara<br />

Symphurus ginsburgi 0,709 4,167 Esporádica 0,153 Rara<br />

Symphurus sp. 7,852 8,333 Esporádica<br />

Pouco<br />

1,697 Rara<br />

Pleuronectiformes Pleuronectiformes 13,120 16,67 frequente 2,835 Rara<br />

Gadiformes Bregmacerotidae Bregmaceros atlanticus 0,753 4,167 Esporádica 0,163 Rara<br />

Bregmaceros sp 4,256 4,167 Esporádica 0,920 Rara<br />

Pouco<br />

Pouco<br />

** 48,592 33,33 frequente 10,499 Abundante<br />

Macrouridae ** 0,709 4,167 Esporádica 0,153 Rara<br />

Merlucciidae Merluccius m.hubbsi 10,286 8,333 Esporádica 2,222 Rara<br />

Clupeiformes Engraulidae Engraulis Anchoita 237,701 45,83 frequente 51,358 Dominante<br />

Stomiiformes Sternoptychidae Maurolicus muelleri 4,256 4,167 Esporádica 0,920 Rara<br />

Scorpaeniformes Triglidae Prionotus sp 3,567 8,333 Esporádica<br />

Pouco<br />

0,771 Rara<br />

Scorpaenidae ** 6,072 16,67 frequente 1,312 Rara<br />

Aulopiformes Syno<strong>do</strong>ntidae ** 4,133 8,333 Esporádica 0,893 Rara<br />

Synodus sp 3,302 4,167 Esporádica 0,714 Rara<br />

32


3.3 Distribuição <strong>de</strong> espécies individuais<br />

Durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> inverno 2003, a distribuição <strong>de</strong> Engraulis<br />

anchoita mostrou gran<strong>de</strong>s concentrações <strong>em</strong> duas regiões: ao norte<br />

no transecto Itajaí, e ao centro, nos transectos Rio Gran<strong>de</strong>, Albardão<br />

e Chuí. Apareceu também <strong>em</strong> menor concentração no transecto Punta<br />

<strong>de</strong>l Este, na estação próxima a costa (Figura 10).<br />

No verão 2004, a concentração <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong>ssa espécie foi<br />

maior nos transectos mais ao sul (Punta <strong>de</strong>l Este, Rio <strong>de</strong> La Plata e<br />

Punta Médanos).<br />

As larvas pertencentes a Myctophidae apresentaram uma<br />

distribuição ampla no inverno 2003 e, no verão 2004 ocorreram<br />

apenas <strong>em</strong> uma única estação, no transecto <strong>de</strong> Solidão (Figura 10).<br />

Larvas <strong>de</strong> Macrouridae, um <strong>do</strong>s grupos menos abundantes, foi<br />

encontra<strong>do</strong> apenas no transecto <strong>do</strong> Cabo <strong>de</strong> Santa Marta <strong>em</strong> ambos<br />

perío<strong>do</strong>s (Figura 11) . Larvas <strong>de</strong> Merluccius m. hubbsi apresentaram<br />

um padrão pareci<strong>do</strong> com Engraulis, ocorreram no Albardão e Punta<br />

<strong>de</strong>l Este durante o inverno 2003, e no verão 2004 foram encontradas<br />

mais ao sul, Rio <strong>de</strong> La Plata e Punta Médanos (Figura 11).<br />

33


Figura 10 Distribuição e abundância <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> Engraulis anchoita e Myctophidae<br />

durante o inverno 2003 e verão 2004. O diâmetro <strong>do</strong>s círculos é proporcional ao<br />

logaritmo da abundância.<br />

34


Figura 11 Distribuição e abundância <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> Marcrouridae e Merluccius m hubbsi<br />

durante o inverno 2003 e verão 2004. O diâmetro <strong>do</strong>s círculos é proporcional ao<br />

logaritmo da abundância.<br />

35


3.4 Distribuição das ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> larvas<br />

A análise <strong>de</strong> agrupamento <strong>do</strong>s locais amostra<strong>do</strong>s produziu três<br />

grupos no inverno 2003 com 25% <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> e três grupos no<br />

verão 2004 com nível <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 19% (Figura 13 e 14).<br />

Houve uma estação <strong>em</strong> 2003 e quatro estações <strong>em</strong> 2004 que não<br />

foram agrupadas no cluster (estação 79 <strong>em</strong> 2003 e estações 2, 7, 28,<br />

75 e 89 <strong>em</strong> 2004) e continham representante <strong>de</strong> apenas 1 táxon<br />

cada. O MDS, excluin<strong>do</strong> as estações ‘outliers’ mostrou que os grupos<br />

<strong>de</strong> estação i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na análise <strong>do</strong> agrupamento eram distintos<br />

(Figura 13 e 14).<br />

No cruzeiro <strong>de</strong> inverno 2003, os 3 grupos <strong>de</strong> estações <strong>de</strong>finidas<br />

pelo agrupamento foram: (A) estações <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> plataforma<br />

(localizadas próximo a isóbata <strong>de</strong> 200m); (B) estações <strong>de</strong> plataforma<br />

interna, <strong>em</strong> profundida<strong>de</strong>s menores que 100 m; (C) estações <strong>de</strong><br />

plataforma externa entre as isóbatas <strong>de</strong> 100 e 200 m (Figura 12).<br />

As espécies mais abundantes nas estações <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong><br />

plataforma (grupo A) foram espécies <strong>de</strong> Myctophidae. Outras espécies<br />

encontradas neste grupo foram espécies <strong>de</strong> Bathylagus e Macrouridae<br />

(Figura 15). Dentre as espécies encontradas na plataforma interna<br />

(grupo B), a Engraulis anchoita foi a mais abundante, seguida por<br />

Merluccius m hubbssi. Também foi registra<strong>do</strong> nesse grupo espécies <strong>de</strong><br />

Myctophidae, Sciaenidae e Phycidae. O grupo da plataforma externa<br />

36


(grupo C) registrou o maior número <strong>de</strong> espécies entre os grupos <strong>do</strong><br />

inverno, 20. A espécie mais abundante neste grupo <strong>de</strong> estações foi a<br />

Engraulis anchoita, seguida por espécies <strong>de</strong> Myctophidae. Todas as<br />

espécies registradas na plataforma interna e na quebra <strong>de</strong> plataforma<br />

(cerca <strong>de</strong> 8 espécies <strong>em</strong> cada região) também estavam presentes na<br />

plataforma externa, com exceção <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> Sciaenidae e<br />

Urophycis mystaceus.<br />

Durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão 2004, a análise <strong>de</strong> agrupamento<br />

para o verão resultou <strong>em</strong> três grupos <strong>de</strong> estações: (D) estações<br />

localizadas ao sul da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, abaixo <strong>do</strong> Albardão, incluin<strong>do</strong><br />

estações da plataforma interna e externa; (F) estações localizadas ao<br />

norte <strong>do</strong> Albardão, ao longo da plataforma externa e quebra <strong>de</strong><br />

plataforma; e, (E) estações localizadas exatamente na região <strong>do</strong><br />

Albardão (Figura 12).<br />

A espécie mais abundante no grupo D foi a Engraulis anchoita,<br />

seguida por espécies <strong>de</strong> Carangidae e Trachurus sp (Figura 16). O<br />

grupo E apresentou o maior número <strong>de</strong> espécies, cerca <strong>de</strong> 20, sen<strong>do</strong><br />

as espécies mais abundantes as espécies <strong>de</strong> Trichiurus lepturus,<br />

Bregmacerotidae e Pleuronectiformes. Dentre as espécies coletadas<br />

no terceiro grupo, grupo F, as espécies mais abundantes pertenceram<br />

a espécies mesopelágicas, como Br<strong>em</strong>acerotidae, Myctophidae e<br />

Maurolicus muelleri (Figura 16).<br />

37


3.4.1 Condições oceanográficas e a distribuição das ass<strong>em</strong>bleias<br />

A variabilida<strong>de</strong> espacial na estrutura das populações <strong>de</strong><br />

ictioplâncton foi associada com a presença <strong>de</strong> estrutura físicas nos<br />

<strong>do</strong>is cruzeiros.<br />

Durante o inverno 2003, foi <strong>de</strong>tectada uma região frontal<br />

paralela a costa, ao longo da plataforma externa. O grupo A foi<br />

localiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> áreas <strong>de</strong> maior salinida<strong>de</strong> (entre 33,4 e 35,9) e<br />

maiores t<strong>em</strong>peraturas para o perío<strong>do</strong> (11,7 a 19,1 ºC) (Figura 17).<br />

No outro extr<strong>em</strong>o, <strong>em</strong> águas mais <strong>do</strong>ces e mais frias, o grupo B foi<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> com valores <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> varian<strong>do</strong> <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 30 a<br />

33,8 e t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 10 a 13ºC (s<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar as estações 81 e<br />

82). O grupo C, com valores <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 13,4 a<br />

17,4ºC, e valores <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> entre 33,4 e 35, e sua distribuição é<br />

claramente <strong>de</strong>lineada pela frente <strong>de</strong> TSM (Figura 17). E a este grupo<br />

é associa<strong>do</strong> o maior número <strong>de</strong> indivíduos e espécies no inverno<br />

(Figura 15).<br />

Durante o verão 2004, verificou-se uma estrutura frontal<br />

perpendicular a costa na latitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> Albardão, localizada sobre a<br />

plataforma (Figura 17). O grupo D foi registra<strong>do</strong> ao sul da frente,<br />

presente <strong>em</strong> águas mais frias (19,4 a 25,7ºC) e mais <strong>do</strong>ces (26,2 a<br />

31, s<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rar as estações 65 e 88) (Figura 17). O grupo F foi<br />

localiza<strong>do</strong> ao norte da frente, presente <strong>em</strong> águas mais quentes e<br />

38


salgadas, com t<strong>em</strong>peraturas varian<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24,2 a 25,7ºC, e valores <strong>de</strong><br />

salinida<strong>de</strong> entre 35 e 36,3. O grupo E foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> na região <strong>de</strong><br />

transição <strong>do</strong>s grupos D e F exatamente na região da frente (melhor<br />

<strong>de</strong>finida <strong>em</strong> superfície pela salinida<strong>de</strong>), com características<br />

intermediárias <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura (23 a 24,8ºC) e salinida<strong>de</strong> (33,5 a<br />

35,4). Nele também é encontra<strong>do</strong> maior número <strong>de</strong> espécies e<br />

número <strong>de</strong> indivíduos no verão (Figura 16).<br />

3.4.2 Biomassa fitoplanctônica e a distribuição das ass<strong>em</strong>bléias<br />

A distribuição espacial <strong>de</strong> clorofila–a variou entre os <strong>do</strong>is<br />

perío<strong>do</strong>s (Figura 18). No inverno, águas com altos valores <strong>de</strong> CSM<br />

espalham-se ao longo <strong>de</strong> toda a plataforma continental da área <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>. No verão, a diferença é que águas mais ricas <strong>em</strong> clorofila<br />

<strong>de</strong>slocam-se mais ao sul, fican<strong>do</strong> restrita a plataforma <strong>em</strong> frente a<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>bocadura <strong>do</strong> rio La Plata.<br />

Através <strong>de</strong> uma análise qualitativa das imagens <strong>de</strong> CSM (Figura<br />

18), não é possível fazer uma combinação entre os grupos<br />

individualiza<strong>do</strong>s pela análise <strong>de</strong> agrupamento com áreas <strong>de</strong> diferentes<br />

concentrações <strong>de</strong> clorofila. Por meio <strong>do</strong>s valores absolutos <strong>de</strong> CSM<br />

encontra<strong>do</strong>s nas estações <strong>de</strong> coleta, entretanto, é possível i<strong>de</strong>ntificar<br />

alguns padrões. De maneira geral, quanto mais distante da costa o<br />

grupo, menor foi a CSM registrada.<br />

39


Para o inverno, a ass<strong>em</strong>bléia da plataforma interna (grupo B)<br />

foi a que esteve localizada <strong>em</strong> áreas com maiores valores <strong>de</strong> CSM<br />

(0,87 a 7,17 mg.m-³). As ass<strong>em</strong>bléias da plataforma externa (grupo<br />

C) e <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> plataforma (grupo A) apresentam valores<br />

próximos. O grupo C com valores <strong>de</strong> 1,21 a 3,9 mg.m-³ e o grupo A,<br />

<strong>de</strong> 0,38 a 2,62 mg.m-³.<br />

Durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão, o grupo D é registrou altos<br />

valores <strong>de</strong> CSM (0,24 a 3,86 mg.m-³). Enquanto que os grupos E e F<br />

foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> áreas com baixíssimas concentrações <strong>de</strong> CSM,<br />

mínimas <strong>de</strong> 0,32 e 0,08 mg.m-³, e máximas <strong>de</strong> 1,53 e 0,13 mg.m-³,<br />

respectivamente.<br />

40


Figura 12 Distribuição geográfica <strong>do</strong>s grupos <strong>de</strong> estações <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pela análise <strong>de</strong> agrupamento. As estações i<strong>de</strong>ntificadas como<br />

"Estação isolada" representam locais não agrupa<strong>do</strong>s pela análise <strong>de</strong> agrupamento.<br />

41


Figura 13 Den<strong>do</strong>grama <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>s entre os pontos amostrais, basea<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

amostras coletadas durante o cruzeiro <strong>de</strong> inverno (A) e Análise <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação pelo<br />

méto<strong>do</strong> MDS (B), utilizan<strong>do</strong> a similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bray-Curtis e méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> agrupamento<br />

CLUSTER sobre a matriz d e abundância padronizada <strong>de</strong> larvas transformadas <strong>em</strong> raiz<br />

quarta.<br />

42


Figura 14 Den<strong>do</strong>grama <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>s entre os pontos amostrais, basea<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

amostras coletadas durante o cruzeiro <strong>de</strong> verão (A) e Análise <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação pelo méto<strong>do</strong><br />

MDS (B), utilizan<strong>do</strong> a similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bray-Curtis e méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> agrupamento<br />

CLUSTER sobre a matriz d e abundância padronizada <strong>de</strong> larvas transformadas <strong>em</strong> raiz<br />

quarta.<br />

43


Figura 15. Abundância média (Log IND.100m-) para os grupos <strong>de</strong> inverno 2003.<br />

Figura 16 Abundância média (Log IND.100m-³) para os grupos <strong>do</strong> verão 2004<br />

44


Figura 17 Associação <strong>do</strong>s agrupamentos <strong>de</strong> larvas e variáveis físicas, salinida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong>peratura da<br />

superfície <strong>do</strong> mar (TSM) e concentração <strong>de</strong> clorofila- a superficial (Chl-a) para o inverno 2003 (painéis<br />

da esquerda) e verão 2004 (painéis da direita).<br />

45


Figura 18 Associação da circulação, clorofila-a e abundância total <strong>de</strong> larvas para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> inverno 2003 e verão 2004.<br />

46


3.5 Distribuição latitudinal<br />

3.5.1 Inverno 2003<br />

Ao longo da isóbata <strong>de</strong> 50m (Figura 19), apenas 4 estações<br />

registraram a presença <strong>de</strong> larvas. Três <strong>de</strong>las vizinhas entre si, Punta<br />

<strong>de</strong>l Este Albardão e Rio Gran<strong>de</strong> e, a mais afastada ao norte, Itajaí. O<br />

maior valor <strong>de</strong> abundância foi verifica<strong>do</strong> no Albardão (estação 45)<br />

com 1364 ind.100m-³. Dentre as estações <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> plataforma<br />

interna, este local é o que apresenta o valor máximo <strong>de</strong> clorofila, 7,1<br />

mg.m-³. Foi observa<strong>do</strong> que a concentração <strong>de</strong> larvas neste perfil<br />

esteve associa<strong>do</strong> a regiões on<strong>de</strong> apareceram <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s nos<br />

valores <strong>de</strong> TSM, salinida<strong>de</strong>, Anomalia da Superfície <strong>do</strong> Mar (ASM), e<br />

águas mais ricas <strong>em</strong> clorofila. O único grupo presente nesse perfil foi<br />

o grupo B.<br />

Ao longo da isóbata <strong>de</strong> 100m o mesmo padrão foi observa<strong>do</strong><br />

(Figura 20). A presença <strong>de</strong> larvas também foi associada a áreas on<strong>de</strong><br />

ocorre um gradiente <strong>de</strong> TSM, salinida<strong>de</strong> e ASM. Nesse perfil, as 5<br />

estações com registro <strong>de</strong> larvas foram Chuí, Albardão, Solidão, Torres<br />

e Itajaí. Nessas estações apareceram os três grupos: (B), (C) e (A).<br />

O perfil ao longo da isóbata <strong>de</strong> 200m registrou a presença <strong>de</strong><br />

larvas <strong>em</strong> todas as estações, exceto na estação 7 (Mar <strong>de</strong>l Plata)<br />

(Figura 21). Dois grupos, C e A, estavam presentes nesse perfil,<br />

47


sen<strong>do</strong> o grupo A presente <strong>em</strong> maior número <strong>de</strong> estações (um total <strong>de</strong><br />

6 contra apenas duas estações ocupadas pelo grupo C).<br />

3.5.2 Verão 2004<br />

Ao longo da isóbata <strong>de</strong> 50m, foi registrada a presença <strong>de</strong> larvas<br />

<strong>em</strong> quase todas as estações, com exceção <strong>de</strong> Cabo <strong>de</strong> Santa Marta<br />

Gran<strong>de</strong> e Rio <strong>de</strong> La Plata (Figura 22). Os grupos presentes neste<br />

perfil foram os grupos D e E. O pico <strong>de</strong> abundância <strong>de</strong> larvas não<br />

coincidiu com o pico <strong>de</strong> clorofila.<br />

Nas isóbatas mais profundas, o número <strong>de</strong> estações com<br />

presença <strong>de</strong> larvas diminuiu (Figuras 23 e 24). O perfil da isóbata <strong>de</strong><br />

100m <strong>do</strong> verão (Figura 23) exibe apenas 5 estações com presença <strong>de</strong><br />

larvas. Duas <strong>de</strong>las mais ao sul, Punta Médanos e Rio <strong>de</strong> La Plata com<br />

a presença <strong>de</strong> larvas <strong>do</strong> grupo D. Observou-se um aumento da<br />

abundância <strong>de</strong> larvas associa<strong>do</strong> com o aumento <strong>de</strong> TSM (<strong>de</strong> 19,2 a<br />

21,6 ºC), diminuição da salinida<strong>de</strong> (<strong>de</strong> 33,5 a 27), e aumento <strong>de</strong> ASM<br />

(<strong>de</strong> 0,05 a 0,08 m). As outras 3 estações, localizadas ao norte,<br />

Torres, Cabo <strong>de</strong> Santa Marta Gran<strong>de</strong> e Bombinhas, registraram larvas<br />

<strong>do</strong>s 3 grupos, D, E e F. Não houve variações bruscas <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> e<br />

t<strong>em</strong>peratura nessas estações.<br />

Ao longo da isóbata <strong>de</strong> 200 m, diferent<strong>em</strong>ente <strong>do</strong>s outros<br />

perfis, mostrou abundância <strong>de</strong> larvas associada a baixas<br />

concentrações <strong>de</strong> clorofila e TSM e salinida<strong>de</strong> s<strong>em</strong> variações bruscas<br />

48


(Figura 24). O grupo F foi o grupo presente <strong>em</strong> quase todas as<br />

estações <strong>de</strong>ste perfil.<br />

49


Figura 19 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e<br />

abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da isóbata <strong>de</strong> 50m no inverno 2003. A,B e C representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> inverno.<br />

50


Figura 20 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e<br />

abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da isóbata <strong>de</strong> 100 m no inverno 2003. A,B e C representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> inverno.<br />

Fr<br />

e<br />

nt<br />

e<br />

Frente<br />

Fr<br />

e<br />

nt<br />

e<br />

Frente<br />

51


Figura 21 Distribuição clatitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e<br />

abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da isóbata <strong>de</strong> 200m no inverno 2003. A,B e C representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> inverno.<br />

Frente<br />

Frente<br />

52


Figura 22 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e<br />

abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da isóbata <strong>de</strong> 50m no verão 2004. D, E e F representam os grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> verão.<br />

Frente<br />

Frente<br />

53


Figura 23 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da<br />

superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da isóbata <strong>de</strong> 100m no verão 2004. D, E e F representam os<br />

grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> verão.<br />

54


Figura 24 Distribuição latitudinal <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura da superfície <strong>do</strong> mar (TSM), salinida<strong>de</strong> da superfície <strong>do</strong> mar (SSM), anomalia da<br />

superfície <strong>do</strong> mar (ASM) e abundância <strong>de</strong> larvas (ind.100m-³) ao longo da isóbata <strong>de</strong> 200m no verão 2004. D, E e F representam os<br />

grupos <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong> verão.<br />

55


4 DISCUSSÃO<br />

4.1 Os processos <strong>de</strong> mesoescala<br />

Através das imagens <strong>de</strong> TSM, salinida<strong>de</strong> e circulação<br />

superficiais foi possível i<strong>de</strong>ntificar algumas estruturas físicas como<br />

frentes e vórtices. Esses processos estão associa<strong>do</strong>s a dinâmica local<br />

<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> correntes , <strong>de</strong>ságue continental e encontro <strong>de</strong><br />

diferentes massas <strong>de</strong> água (Möller et al., 2008).<br />

A distribuição <strong>de</strong> TSM no inverno mostrou claramente uma<br />

frente pronunciada localizada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o estuário <strong>do</strong> Plata até a costa<br />

norte <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>. Esta frente é indicada pela isoterma <strong>de</strong> 12ºC<br />

(Möller et al., 2008).<br />

A distribuição <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> exibiu águas mais <strong>do</strong>ces oriundas<br />

<strong>do</strong> Rio La Plata ao norte <strong>do</strong> estuário <strong>do</strong> Rio La Plata, durante o<br />

inverno. Três principais feições são <strong>de</strong>scritas para a região: (a) área<br />

<strong>de</strong> baixa salinida<strong>de</strong> homogênea (33.5


i<strong>de</strong>ntificaram apenas <strong>do</strong>is locais na área com t<strong>em</strong>peraturas mais<br />

baixas que 20ºC. São elas: área com gradiente <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura na<br />

plataforma externa na parte sul da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, águas da Corrente<br />

das Malvinas; e, a segunda área localizada ao norte, nas<br />

proximida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Cabo <strong>de</strong> Santa Marta. Para Möller et al. (2008),<br />

valores <strong>de</strong> TSM mais baixos próximo ao Cabo <strong>de</strong> Santa Marta neste<br />

perío<strong>do</strong> correspond<strong>em</strong> ao fenômeno <strong>de</strong> ressurgência <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a<br />

<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> ventos NE. Entretanto, a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> TSM a partir <strong>de</strong><br />

sensoriamento r<strong>em</strong>oto não permitiu o registro <strong>de</strong>sse fenômeno com<br />

<strong>de</strong>talhe, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua resolução t<strong>em</strong>poral (média mensal)<br />

A causa da variabilida<strong>de</strong> espacial da salinida<strong>de</strong> é reflexo da<br />

influência <strong>do</strong> cisalhamento <strong>do</strong>s ventos sobre a pluma <strong>do</strong> Rio la Plata<br />

(Piola et al., 2005; Möller et al., 2008). Essas mudanças na salinida<strong>de</strong><br />

numa escala <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po sazonal são controladas pelo fluxo da camada<br />

superior e cisalhamento <strong>do</strong> vento (Piola et al., 2005; Acha et al,<br />

2008). A posição mais ao norte da pluma, durante o inverno, é<br />

intensificada pelos ventos <strong>de</strong> SW mesmo <strong>em</strong> perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixa<br />

<strong>de</strong>scarga. Já no verão, os ventos <strong>de</strong> NE favorec<strong>em</strong> o retorno e<br />

concentração da pluma na plataforma <strong>em</strong> frente ao estuário <strong>do</strong> rio La<br />

Plata (Piola et al., 2005; Möller et al., 2008).<br />

A distribuição superficial <strong>de</strong> TSM e salinida<strong>de</strong> (Figura 6)<br />

mostrou no inverno, um frente termal b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida ao longo da<br />

borda da plataforma e, no verão, a frente salina é a mais<br />

57


pronunciada. Em subsuperfície, o padrão é similar, a frente <strong>de</strong> quebra<br />

<strong>de</strong> plataforma é uma feição permanente, cujo gradiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

no inverno é controla<strong>do</strong> pelo gradiente termal, e durante o verão,<br />

pelo gradiente <strong>de</strong> salinidada<strong>de</strong> (Lima et al. 1996; Acha et al. 2004).<br />

A circulação sobre a plataforma continental apresentou um<br />

fluxo <strong>em</strong> direção ao norte e próximo da costa no inverno e, o fluxo<br />

<strong>em</strong> direção ao sul na parte mais externa da plataforma durante o<br />

verão (Figura 7). Este é um padrão sazonal, resulta<strong>do</strong> da interação<br />

entre ventos, circulação geostrófica e variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mesoescala da<br />

corrente <strong>do</strong> Brasil (Lima et al., 1996). A região próxima a boca <strong>do</strong><br />

estuário <strong>do</strong> Rio La Plata exibe um padrão <strong>de</strong> circulação distinto entre<br />

os <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s. Durante o inverno, o fluxo sobre a plataforma é<br />

direciona<strong>do</strong> para o norte, <strong>do</strong>minadas por águas frias (


Figura 25 Diagrama esqu<strong>em</strong>ático das correntes superficiais para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

inverno (a) e verão (b) . Fonte: Figura extraída <strong>de</strong> Möller et al 2008.<br />

Piola et al. (2008) observaram que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa<br />

pluma costeira a su<strong>do</strong>este da boca <strong>do</strong> estuário <strong>do</strong> Rio da Prata é<br />

limitada, sugerin<strong>do</strong> que águas <strong>de</strong> baixa salinida<strong>de</strong> sejam exportadas<br />

para a plataforma externa, on<strong>de</strong> se dissipam no interior das correntes<br />

<strong>de</strong> contorno oeste. Através da figura 18 (presente trabalho) é<br />

possível verificar que nessa região há exportação <strong>de</strong> águas com altas<br />

concentrações <strong>de</strong> clorofila para o oceano aberto, on<strong>de</strong> ocorre a<br />

intensificação <strong>do</strong> fluxo na confluência Brasil-Malvinas. Próximo a essa<br />

região, Piola et al. (2008) também verificaram que a pluma ten<strong>de</strong> a<br />

formar um vórtice anticiclônico próximo ao estuário <strong>do</strong> Plata, feição<br />

i<strong>de</strong>ntificada na figura 18. A presença <strong>de</strong>le ten<strong>de</strong> a aumentar a troca<br />

<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s através da quebra <strong>de</strong> plataforma (Piola et al 2008).<br />

59


Vórtices e meandros também pod<strong>em</strong> ser gera<strong>do</strong>s na plataforma<br />

externa, a partir <strong>do</strong> contato com a corrente <strong>do</strong> Brasil, os quais pod<strong>em</strong><br />

induzir o fluxo <strong>de</strong> águas pobre <strong>em</strong> nutrientes <strong>em</strong> direção a plataforma<br />

(Franco et al.,2006). No presente trabalho, foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

vórtices nas estações localizadas ao norte <strong>em</strong> contato com a corrente<br />

<strong>do</strong> Brasil, durante o inverno (Figura 7). As estações <strong>de</strong> coleta<br />

abrangeram exatamente a região <strong>de</strong> borda <strong>de</strong> cada vórtice, não<br />

haven<strong>do</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inferir qual a concentração <strong>de</strong> larvas no<br />

interior <strong>de</strong>les. Franco et al. (2006) <strong>de</strong>tectaram que a concentração <strong>de</strong><br />

larvas no interior <strong>do</strong>s vórtices eram mais baixo que no seu contorno.<br />

Sen<strong>do</strong> assim, verifica-se que a presença <strong>de</strong> processos físicos <strong>de</strong><br />

mesoescala, como vórtices, pod<strong>em</strong> alterar a abundância e<br />

composição <strong>do</strong> ictioplâncton da região, na medida <strong>em</strong> que larvas<br />

associadas com a corrente <strong>do</strong> Brasil pod<strong>em</strong> ocasionalmente ser<strong>em</strong><br />

transportadas para <strong>de</strong>ntro da plataforma continental (Franco et al.<br />

2006).<br />

4.2 Composição específica e a distribuição das larvas <strong>de</strong> peixes<br />

Dentre as espécies i<strong>de</strong>ntificadas neste estu<strong>do</strong>, Engraulis<br />

anchoita figurou como a espécie mais abundante e frequente <strong>em</strong><br />

ambos perío<strong>do</strong>s. E. anchoita é consi<strong>de</strong>rada a espécie pelágica mais<br />

importante encontrada ao longo da plataforma continental <strong>do</strong> oceano<br />

60


Atlântico su<strong>do</strong>este (Castello & Castello, 2003). No verão apresentou<br />

menor abundância, assim como observa<strong>do</strong> para os trabalhos <strong>de</strong><br />

Vasconcelos & Castello (1996) e Vasconcellos et al. (1998). Durante<br />

o inverno, larvas <strong>de</strong> E. anchoita ocorr<strong>em</strong> somente ao norte <strong>de</strong> Punta<br />

<strong>de</strong>l Este, o que po<strong>de</strong> ser explica<strong>do</strong> pelo fato que nesta área exist<strong>em</strong><br />

condições favoráveis para alimentação e <strong>de</strong>senvolvimento (Lima &<br />

Castello, 1995), Essas condições serviriam para atrair “estoques”<br />

adultos posiciona<strong>do</strong>s mais ao sul (35-34ºS) (Lima & Castello, 1995;<br />

Sanchez e Ciechomski 1995).<br />

No verão, esse cenário muda, quan<strong>do</strong> a ocorrência E. anchoita<br />

concentra-se principalmente <strong>em</strong> frente a <strong>de</strong>s<strong>em</strong>bocadura <strong>do</strong> ao rio La<br />

Plata. O posicionamento <strong>de</strong>stas larvas mais ao sul, é atribuí<strong>do</strong> ao<br />

retorno <strong>do</strong>s adultos <strong>de</strong> E. anchoita para essa região no final da<br />

primavera (Lima & Castello, 1995). Além <strong>do</strong> que, nessa região há<br />

uma convergência <strong>do</strong>s fluxos das correntes (Figura 18), o que po<strong>de</strong>ria<br />

favorecer a concentração das larvas entre a região <strong>de</strong> Punta <strong>de</strong>l Este<br />

e Mar <strong>de</strong>l Plata. Este cenário confere com o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Busoli (2001),<br />

que sugere que o <strong>de</strong>ságue continental é importante para a formação<br />

<strong>de</strong> uma zona <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> ictioplâncton nessa região. Vaz et al<br />

(2007) também afirmam que a circulação baroclínica induzida pela<br />

<strong>de</strong>scarga <strong>do</strong> rio da Prata e Lagoa <strong>do</strong>s Patos é um eficiente mecanismo<br />

para retenção <strong>de</strong> organismos através da formação <strong>de</strong> células <strong>de</strong><br />

61


ecirculação e correntes <strong>de</strong> menor intensida<strong>de</strong>, próximo a boca <strong>do</strong><br />

estuário.<br />

Entre as espécies que foram encontradas <strong>em</strong> ambos perío<strong>do</strong>s,<br />

mas <strong>em</strong> menor abundância quan<strong>do</strong> comparada a anchoíta t<strong>em</strong>os<br />

espécies <strong>de</strong> Macrouridae, Merluccius m hubssi e Myctophidae.<br />

Os macrourí<strong>de</strong>os foram registra<strong>do</strong>s apenas uma única estação<br />

<strong>em</strong> cada perío<strong>do</strong>, na latitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> Cabo <strong>de</strong> Santa Marta Gran<strong>de</strong>.<br />

Indivíduos <strong>de</strong>ssa espécie pertenc<strong>em</strong> a grupos que ocorr<strong>em</strong> <strong>em</strong><br />

abundância e frequência extr<strong>em</strong>amente baixas na região Sul <strong>do</strong><br />

Brasil, geralmente coleta<strong>do</strong>s além da isóbata <strong>de</strong> 100m (Katsuragawa<br />

et al. 2006). No inverno, foi ainda registra<strong>do</strong> uma espécie <strong>de</strong><br />

macrouri<strong>de</strong>o, também <strong>em</strong> estação isolada (Albardão),<br />

Coryphaenoi<strong>de</strong>s sp (Doura<strong>do</strong>). Até 2006, não havia registro <strong>de</strong>ssa<br />

espécie na região Sul <strong>do</strong> Brasil (Katsuragawa et al. 2006).<br />

Merluccius m. hubssi é a única espécie <strong>de</strong> Merlucciidae que<br />

ocorre na plataforma continental <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Brasil (Katsuragawa et al.<br />

2006). Merluccidae não é abundante no plâncton <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Brasil,<br />

mas apresenta gran<strong>de</strong> valor comercial (Katsuragawa et al. 2006). A<br />

distribuição <strong>de</strong>ssa espécie esteve associada a faixa <strong>de</strong> TSM <strong>de</strong> 10ºc a<br />

14ºC e salinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 31 a 33,8 no inverno, e valores <strong>de</strong> TSM <strong>de</strong> 21 a<br />

26ºC e salinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 26 a 27 no verão. A penentração da águas frias<br />

sobre a plataforma continental durante o inverno e a presença <strong>de</strong><br />

62


águas <strong>de</strong> menor salinida<strong>de</strong> são ambiente propício para essa espécie<br />

(Pereira, 1983)<br />

Os mictofí<strong>de</strong>os apresentaram uma ampla distribuição no<br />

inverno ao longo <strong>de</strong> toda plataforma continental <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Chuí até Itajaí<br />

(Fig 6),sobretu<strong>do</strong> com as maiores concentrações presentes <strong>em</strong> áreas<br />

mais profundas. Enquanto que no verão, eles foram registra<strong>do</strong>s<br />

apenas <strong>em</strong> uma única estação, <strong>em</strong> Torres. Em geral, no sul <strong>do</strong> Brasil,<br />

os mictofí<strong>de</strong>os estão presentes o ano to<strong>do</strong> e pod<strong>em</strong> até <strong>do</strong>minar o<br />

ictioplâncton <strong>em</strong> algumas ocasiões (Katsuragawa et al. 2006). Neste<br />

trabalho, durante o inverno, das 5 espécies mais abundantes e mais<br />

frequentes registradas 3 pertenc<strong>em</strong> a família Myctophidae:<br />

Myctophidae não i<strong>de</strong>ntificada, Hygphum reinhardt e Cerastocopelus<br />

sp., ocupan<strong>do</strong> 2ª, 3ª e 5ª posição.<br />

O padrão <strong>de</strong> distribuição espacial das larvas <strong>de</strong> peixes foi<br />

caracteriza<strong>do</strong> por um gradiente costa-oceano <strong>de</strong> composição <strong>de</strong><br />

espécies e abundância. Em ambos os perío<strong>do</strong>s, foi i<strong>de</strong>ntificada uma<br />

ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong> plataforma separada da ass<strong>em</strong>bléia oceânica por uma<br />

ass<strong>em</strong>bléia transicional. O grupo (A) <strong>do</strong> inverno é correspon<strong>de</strong>nte ao<br />

grupo (F) <strong>do</strong> verão. Ambos constituíram os grupos com estações <strong>em</strong><br />

quebra <strong>de</strong> plataforma, presentes <strong>em</strong> águas mais salgadas e mais<br />

quentes, <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por larvas <strong>de</strong> espécies mesopelágicas. Por fazer<br />

parte da dieta <strong>de</strong> atuns e afins, este grupo constitue um elo<br />

importante na ca<strong>de</strong>ia trófica oceânica (Katsuragawa et al. 2006)<br />

63


O grupo A (inverno) continha espécies <strong>de</strong> Myctophidae,<br />

Cerastocopelus sp., Symbolophorus sp., Lampa<strong>de</strong>na sp., Hygophum<br />

reinhardt, Lampanictus sp., Bathylagus sp., sen<strong>do</strong> Myctophidae com<br />

96% <strong>de</strong> contribuição para o grupo (Anexo I). É comum encontrar<br />

ovos e principalmente larvas <strong>de</strong> Myctophidae, juntamente com outras<br />

famílias mesopelágicas, no ictioplâncton na costa su<strong>de</strong>s<strong>de</strong> e sul <strong>do</strong><br />

Brasil (Kasuragawa et al. 2006)<br />

O grupo F (verão) apresentou espécies <strong>de</strong> Bregamcerotidae,<br />

Myctophidae, Maurolicus muelleri e Syno<strong>do</strong>ntidae para citar as mais<br />

abundantes (Figura 16). Bregmacerotidae representou 91% <strong>de</strong><br />

contribuição (anexo I) para o grupo F. Essa família já havia si<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>scrita para a costa su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil (Katsuragawa et al. 1993,<br />

Matsuura et al. 1993, Itagaki 1999). Na costa sul <strong>do</strong> Brasil, pod<strong>em</strong><br />

representar até cerca <strong>de</strong> 44% das larvas i<strong>de</strong>ntificadas na plataforma<br />

continental<br />

O grupo B (inverno) e o grupo D (verão) constituí<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

sua maioria por estações <strong>de</strong> plataforma interna, ocupam águas com<br />

menor salinida<strong>de</strong> e mais frias. A espécie indica<strong>do</strong>ra foi a Engraulis<br />

anchoita <strong>em</strong> ambos perío<strong>do</strong>s, com 83% <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> grupo no<br />

inverno e 94%, no verão. Resulta<strong>do</strong> este encontra<strong>do</strong> <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

anteriores (Matsuura et al. 1992, Vasconcellos e Castello 1996,<br />

Katsuragawa et al. 2006). Outro ponto importante é que os grupos B<br />

e D estiveram associa<strong>do</strong>s a gran<strong>de</strong>s concentrações <strong>de</strong> clorofila,<br />

64


esulta<strong>do</strong> da influência da <strong>de</strong>scarga hídrica da Lagoa <strong>do</strong>s Patos e Rio<br />

<strong>de</strong> La Plata (Pereira, 1983; Piola et al. 2008; Romero, 2008).<br />

Outras espécies encontradas no grupo B (inverno) foram<br />

Merluccius m. hubbsi (segunda mais abundante), e <strong>em</strong> baixas<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s, indivíduos <strong>de</strong> Myctophida<strong>de</strong>, Hygophum reinhardt,<br />

Lampa<strong>de</strong>na sp., Urophycis mystaceus, Sciaenidae e Cerastocopelus<br />

sp.(Figura 15). A composição <strong>do</strong> grupo D (verão) foi diferente ten<strong>do</strong><br />

como principais espécies, além da Engraulis anchoita, representantes<br />

<strong>de</strong> Carangidae, Trachurus sp. Merluccius m. hubbsi.; e, <strong>em</strong> menor<br />

abundância, Stromatridae, Synodus sp., Prionothus sp., Centropristis<br />

sp. Há diversos estu<strong>do</strong>s sobre Carangidae na costa su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil<br />

(Saccar<strong>do</strong> e Katsuragawa 1995, Katsuragawa 1997, Pedreira 1997,<br />

Katsuragawa e Ekau 2003). Na costa <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Brasil, há apenas o<br />

registro da ocorrência <strong>de</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> Carangidae (Sinque e<br />

Muelbert 1997). As espécies <strong>de</strong> Trachurus spp., também pertencentes<br />

a Carangidae, t<strong>em</strong> importância para a ciência pesqueira, por ser<strong>em</strong><br />

pelágicas <strong>de</strong> pequeno porte e integrar<strong>em</strong> os gran<strong>de</strong>s sist<strong>em</strong>as<br />

oceânicos mundiais (Katsuragawa et al. 2006)<br />

Os grupos C (inverno) e E (verão) equival<strong>em</strong> aos grupos que<br />

formaram uma ass<strong>em</strong>bléia transicional. Apesar <strong>de</strong> localiza<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

poucos pontos <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong>, cada grupo apresentou o <strong>do</strong>bro <strong>de</strong><br />

espécies que os outros (Figuras 15 e 16). A espécie indica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong><br />

grupo C (inverno) foi a Hygophum reinhardt com 34% <strong>de</strong><br />

65


contribuição a similarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> grupo, seguida por Lampanictus sp.<br />

(25%) (anexo I). Enquanto que a espécie indica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> grupo E<br />

(verão) foi Trichiurus lepturus (31%), seguida por Scorpanidae<br />

(26%). A posição da ass<strong>em</strong>bléia transicional variou <strong>do</strong> inverno para o<br />

verão, no primeiro a ass<strong>em</strong>bléia contornou a isóbata <strong>de</strong> 100m<br />

paralelo a costa, na posição da frente <strong>de</strong> TSM (figura 17) e, no<br />

segun<strong>do</strong>, concentrou-se na região <strong>do</strong> Albardão, perpendicular a costa,<br />

<strong>de</strong>linea<strong>do</strong> pela frente <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> (figura 17).<br />

O grupo C e E apresentaram cerca <strong>de</strong> 20 espécies cada. No<br />

inverno, o grupo C apresentou praticamente to<strong>do</strong>s as espécies <strong>do</strong>s<br />

outros grupos A e B, com exceção da Macrouridae, Lampa<strong>de</strong>na sp.<br />

(grupo A) e Scianida<strong>de</strong> (grupo B), com um total <strong>de</strong> 11 espécies<br />

exclusivas <strong>do</strong> grupo transicional <strong>de</strong> inverno: Cyclothone,<br />

Paralepididae, Diaphus sp., Myctophum sp., Gonichthys sp.,<br />

Maurolicus muelleri, Notoscopelus sp., Coryphaenoi<strong>de</strong>s sp.,<br />

Gonostoma sp., Melanostomiatidae. A ass<strong>em</strong>bléia transicional <strong>de</strong><br />

verão (grupo E) registrou apenas 5, das 20 encontradas, comuns a<br />

pelo menos um <strong>do</strong>s outros <strong>do</strong>is grupos <strong>de</strong> verão (D e F). Sen<strong>do</strong><br />

assim, o número <strong>de</strong> espécies exclusivas da ass<strong>em</strong>bléia transicional foi<br />

maior no verão que no inverno, com cerca <strong>de</strong> 15 espécies (Figura<br />

16). Apesar da pouca diferença entre os perío<strong>do</strong>s, o ictioplâncton da<br />

zona costeira ten<strong>de</strong> a ser mais rico no verão (Katsuragawa et al.<br />

2006).<br />

66


Em síntese, três tipos <strong>de</strong> ass<strong>em</strong>bléia foram i<strong>de</strong>ntificadas no<br />

inverno e verão: os grupos A (inverno) e F (verão) correspond<strong>em</strong> a<br />

ass<strong>em</strong>bléia oceânica, C (inverno) e E (verão) a ass<strong>em</strong>bléia<br />

transicional e B (inverno) e D (verão) a ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong> plataforma.<br />

Marcon (2006) <strong>de</strong>finiu quatro ass<strong>em</strong>bleias para a região: costeira, <strong>de</strong><br />

plataforma, transicional e oceânica. No presente trabalho, não foi<br />

possível i<strong>de</strong>ntificar uma ass<strong>em</strong>bléia costeira <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a amostrag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

parâmetros biológicos ter si<strong>do</strong> concentrada <strong>em</strong> estações localizadas<br />

ao longo da plataforma externa.<br />

Assim como no presente estu<strong>do</strong>, a ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong> plataforma<br />

i<strong>de</strong>ntificada por Marcon (2006) também apresentou como espécie<br />

principal Engraulis anchoita, e a ass<strong>em</strong>bléia oceânica, o principal<br />

táxon também foi Myctophidae. Houve apenas uma exceção na<br />

ass<strong>em</strong>bléia oceânica <strong>do</strong> verão (grupo F) que apresentou como<br />

pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> Bregmacerotidae. Houve diferenças quanto as<br />

principais espécies das ass<strong>em</strong>bléias transicionais <strong>do</strong> inverno<br />

(Hygophum renherdti), verão (Trichiurus lepturus) e no trabalho <strong>de</strong><br />

Marcon (B. cantori).<br />

A distribuição espacial das ass<strong>em</strong>bléias apresenta forte variação<br />

e torna evi<strong>de</strong>nte a presença <strong>de</strong> efeitos <strong>de</strong> mesoescala que alteram os<br />

padrões normais <strong>de</strong> distribuição, principalmente durante o inverno e<br />

verão (Marcon, 2006).<br />

67


4.3 Processos <strong>de</strong> mesoescala e as ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> larvas<br />

As maiores diferenças entre as ass<strong>em</strong>bléias larvais<br />

durante os <strong>do</strong>is cruzeiros foram encontradas nos locais que<br />

apresentaram gradientes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>. As<br />

mudanças observadas na posição das frentes <strong>de</strong> TSM e salinida<strong>de</strong><br />

estavam associadas com importantes mudanças na distribuição e<br />

abundância <strong>de</strong> larvas.<br />

A influência das frentes foi particularmente pronunciada na<br />

posição da ass<strong>em</strong>bléia transicional, tanto no inverno quanto no verão.<br />

Durante o inverno, a posição da frente <strong>de</strong> TSM é paralela à costa e<br />

sua posição é contornada pela ass<strong>em</strong>bléia transicional <strong>de</strong> inverno<br />

(grupo C).<br />

Com o <strong>de</strong>slocamento das frentes no verão, ocasiona<strong>do</strong> por<br />

variação no padrão <strong>de</strong> circulação (Piola et al. 2008), a frente <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> superfície <strong>de</strong>sloca-se mais ao sul que a frente <strong>de</strong><br />

salinida<strong>de</strong> que fica perpendicular a costa. A posição da ass<strong>em</strong>bléia<br />

transicional <strong>de</strong> verão (grupo E) ocupou exatamente a posição da<br />

frente salina, na região <strong>do</strong> Albardão.<br />

Observa-se que há um aumento gradual da abundância e <strong>do</strong><br />

número <strong>de</strong> espécies a medida que se aproxima da posição das<br />

frentes. Apesar <strong>do</strong> número inferior <strong>de</strong> estações on<strong>de</strong> a ass<strong>em</strong>bléia<br />

68


trancional ocorre, <strong>em</strong> ambos os perío<strong>do</strong>s, o número <strong>de</strong> espécies<br />

chega a ser o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> encontra<strong>do</strong> nos outros grupos.<br />

Durante o inverno, nota-se que no la<strong>do</strong> costeiro da frente, os<br />

valores <strong>de</strong> abundância da ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong> plataforma são superiores<br />

<strong>em</strong> comparação ao la<strong>do</strong> oceânico da frente. A princípio, a frente<br />

parece limitar a distribuição <strong>do</strong>s organismos, e manteve a ass<strong>em</strong>bléia<br />

<strong>de</strong> plataforma <strong>de</strong> inverno <strong>em</strong> profundida<strong>de</strong>s inferiores a isóbata <strong>de</strong><br />

100m.<br />

É conheci<strong>do</strong> que as frentes não são barreiras absolutas para<br />

organismos, e a região <strong>de</strong> contato entre massas <strong>de</strong> águas diferentes<br />

é b<strong>em</strong> dinâmico (Govoni 1993, Perry et al. 1993). Tanto que<br />

verificou-se que há a presença <strong>de</strong> espécies encontradas na<br />

ass<strong>em</strong>bléia transicional também nos outros grupos. A ass<strong>em</strong>bléia <strong>do</strong><br />

la<strong>do</strong> oceânico da frente foi composta praticamente por larvas<br />

mesopelágicas, mas que também são encontradas na frente e no la<strong>do</strong><br />

costeiro da frente. Segun<strong>do</strong> Sabatez e Olivar (1996), frentes não<br />

atuam como uma barreira para separar a distribuição <strong>de</strong> adultos <strong>de</strong><br />

espécies mesopelágicas e <strong>de</strong> plataforma.<br />

Durante o verão, a frente <strong>de</strong>sloca-se ao sul, perpendicular a<br />

costa, e juntamente com ela a ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong> plataforma. Ao norte da<br />

frente <strong>de</strong> verão, encontra-se a ass<strong>em</strong>bléia oceânica. Assim como no<br />

inverno, a frente constitue uma região <strong>em</strong> que há gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

69


e separa claramente os <strong>do</strong>is grupos plataforma e oceânico. Essa<br />

divisão é resulta<strong>do</strong> da influência da t<strong>em</strong>peratura e salinida<strong>de</strong>.<br />

Através <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> distribuição latitudinal (Figuras 19 a 24),<br />

nota-se que essas variáveis foram fundamentais para distribuição <strong>do</strong>s<br />

grupos. As regiões <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> TSM e salinida<strong>de</strong> separam<br />

grupos associa<strong>do</strong>s a águas mais quentes (ass<strong>em</strong>bléias oceânicas <strong>de</strong><br />

inverno e verão) e grupos associa<strong>do</strong>s a águas mais frias (ass<strong>em</strong>bleias<br />

<strong>de</strong> plataforma <strong>de</strong> inverno e verão). No inverno, essa divisão segue<br />

um gradiente costa- oceano, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a posição da frente ser paralela a<br />

costa. Durante o verão, a região frontal é perpendicular a costa e a<br />

disposição das ass<strong>em</strong>bléias segue um gradiente norte-sul,<br />

A isóbata <strong>de</strong> 50m <strong>do</strong> inverno exibiu apenas ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong><br />

plataforma confinada a águas mais <strong>do</strong>ces e mais quentes, com alto<br />

teor <strong>de</strong> clorofila. A isóbata <strong>de</strong> 100m exibiu as três ass<strong>em</strong>bléias <strong>do</strong><br />

inverno. A s<strong>em</strong>elhança entre esses <strong>do</strong>is perfis é que as estações com<br />

registro <strong>de</strong> larvas ocuparam apenas a parte central e norte da área <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>. Essa região compreen<strong>de</strong> uma área que apresentou<br />

diminuição da velocida<strong>de</strong> das correntes (Figura 7).<br />

Ao contrário, o perfil <strong>de</strong> 200m (inverno) registrou larvas <strong>em</strong><br />

quase toda sua extensão, com a presença das ass<strong>em</strong>bléias<br />

transicional e oceânica. A ass<strong>em</strong>bleia transicional só apareceu na<br />

região <strong>de</strong> frente com maior abundância <strong>em</strong> relação a oceânica, com<br />

70


pre<strong>do</strong>mínio das estações. A ass<strong>em</strong>bléia oceânica associada a águas<br />

mais quentes, mais salgadas e com baixo teor <strong>de</strong> clorofila.<br />

Os perfis <strong>de</strong> verão apresentaram uma ampla distribuição das<br />

ass<strong>em</strong>bléias ao logo <strong>de</strong> toda a plataforma, mas com uma nítida<br />

divisão: ao sul da frente <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> encontrou-se a ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong><br />

plataforma e, ao norte, a ass<strong>em</strong>bléia oceânica (Figuras 22, 23 e 24).<br />

O padrão <strong>de</strong> circulação também parece exercer influência sobre<br />

a distribuição das ass<strong>em</strong>bléias como um to<strong>do</strong>. O perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> inverno<br />

exibiu a distribuição das ass<strong>em</strong>bléias ao longo da parte central e<br />

norte da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>. Região que coinci<strong>de</strong> com a área <strong>de</strong> menor<br />

intensida<strong>de</strong> da magnitu<strong>de</strong> das correntes superficiais, a saber, entre<br />

Albardão e Cabo <strong>de</strong> Santa Marta Gran<strong>de</strong> (Figura 7). Durante o verão,<br />

um ramo da Corrente <strong>do</strong> Brasil se aproxima da quebra da plataforma,<br />

e <strong>de</strong>sloca a região com baixas velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> corrente <strong>em</strong> direção a<br />

costa, a única ass<strong>em</strong>bléia associada a esta feição é a oceânica. Na<br />

parte sul da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, a circulação se fecha <strong>em</strong> torno <strong>do</strong><br />

estuário <strong>do</strong> rio <strong>de</strong> La Plata e a ass<strong>em</strong>bléia associada é a <strong>de</strong><br />

plataforma. A partir das figuras 18 e 7, um fluxo <strong>em</strong> direção ao<br />

oceano, exportan<strong>do</strong> águas com alto teor <strong>de</strong> clorofila <strong>em</strong> direção ao<br />

oceano. Möller et al. (2006) já haviam sugeri<strong>do</strong> essa exportação <strong>de</strong><br />

águas <strong>de</strong> baixa salinida<strong>de</strong> para o oceano, quan<strong>do</strong> a pluma se esten<strong>de</strong><br />

até a quebra <strong>de</strong> plataforma e entra <strong>em</strong> contato com o contorno das<br />

correntes <strong>de</strong> oeste. As estações <strong>de</strong> coleta no presente estu<strong>do</strong> não<br />

71


cont<strong>em</strong>plam estações <strong>de</strong> amostrag<strong>em</strong> além da quebra <strong>de</strong> plataforma<br />

neste área, mas po<strong>de</strong>-se sugerir que as larvas sigam o fluxo e sejam<br />

dispersas <strong>em</strong> direção ao oceano, o que po<strong>de</strong>ria criar um ambiente<br />

substancialmente menos produtivo.<br />

Os <strong>do</strong>is vórtices ciclônicos i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no inverno pod<strong>em</strong> ter<br />

efeito sobre a abundância <strong>de</strong> larvas da ass<strong>em</strong>bléia oceânica (grupo<br />

A). Durante o inverno, com a presença <strong>do</strong>s vórtices, os valores <strong>de</strong><br />

abundância das larvas <strong>de</strong>ssa ass<strong>em</strong>bléia foram inferiores aos da<br />

oceânica no verão (grupo F), quan<strong>do</strong> os giros não ocorreram. No<br />

verão, a abundância das larvas <strong>de</strong>ssa ass<strong>em</strong>bléia é superior ao<br />

inverno, mesmo com teores <strong>de</strong> clorofila mais baixos. Entretanto, a<br />

presença <strong>de</strong> giros no verão também induz o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />

larvas <strong>de</strong> peixes (Franco et al., 2006), o que sugere a importância<br />

<strong>de</strong>sses eventos <strong>de</strong> mesoescala na distribuição <strong>do</strong> ictioplâncton.<br />

72


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sse trabalho mostram que as espécies <strong>de</strong><br />

larvas <strong>de</strong> peixes i<strong>de</strong>ntificadas foram distintas entre os <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s,<br />

e apenas 4 espécies ocorreram simultaneamente no inverno e no<br />

verão. Tanto no inverno quanto no verão, 3 ass<strong>em</strong>bléias foram<br />

<strong>de</strong>terminadas: <strong>de</strong> plataforma, transicional e oceânica. Engraulis<br />

anchoita foi a principal espécie, sen<strong>do</strong> indica<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong><br />

plataforma, e <strong>de</strong>stacou-se sobretu<strong>do</strong> pela elevada abundância. A<br />

estrutura da ass<strong>em</strong>bléia ictioplânctônica na PCSAS é influenciada<br />

pela presença <strong>do</strong>s processos físicos <strong>de</strong> mesoescala.<br />

A distribuição das ass<strong>em</strong>bléias ao longo da plataforma<br />

continental foi regida pelos gradientes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e salinida<strong>de</strong>.<br />

A partir <strong>de</strong>sses gradientes, foi possível <strong>de</strong>tectar regiões frontais que<br />

<strong>de</strong>terminaram a posição exata da ass<strong>em</strong>bléia transicional que<br />

apresentou alta diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies. A ass<strong>em</strong>bléia <strong>de</strong><br />

plataforma foi registrada <strong>em</strong> áreas com alto teor <strong>de</strong> clorofila, com<br />

menores valores <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> e menores TSM, influência direta <strong>do</strong><br />

aporte continental oriun<strong>do</strong> da pluma <strong>do</strong> rio La Plata e Lagoa <strong>do</strong>s<br />

Patos. A ass<strong>em</strong>bléia oceânica manteve sua distribuição ao longo da<br />

quebra <strong>de</strong> plataforma, tanto no inverno quanto no verão, sen<strong>do</strong><br />

encontrada <strong>em</strong> águas mais quentes, altos valores <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong> e<br />

baixos teores <strong>de</strong> clorofila. Vórtices foram associa<strong>do</strong>s a este grupo no<br />

73


inverno, e, no verão, a ass<strong>em</strong>bléia oceânica foi associada a corrente<br />

<strong>do</strong> Brasil. A presença <strong>de</strong> vórtices foi associada com valores inferiores<br />

<strong>de</strong> abundância quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s aos perío<strong>do</strong>s <strong>do</strong> verão, on<strong>de</strong><br />

vórtices foram ausentes.<br />

74


6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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ao curso <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> Ciência Animal. Núcleo <strong>de</strong> Ciências Agrárias e Desenvolvimento<br />

Rural. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>real <strong>do</strong> Pará. Empresa Brasileira <strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária –<br />

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78


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79


ANEXO I<br />

80


Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SIMPER para o inverno.<br />

SIMPER<br />

Similarity Percentages - species contributions<br />

One-Way Analysis<br />

Data worksheet<br />

Name: Data3<br />

Data type: Abundance<br />

Sample selection: All<br />

Variable selection: All<br />

Parameters<br />

Res<strong>em</strong>blance: S17 Bray Curtis similarity<br />

Cut off for low contributions: 90,00%<br />

Factor Groups<br />

Sample Grupos<br />

25 A<br />

55 A<br />

58 A<br />

64 A<br />

66 A<br />

74 A<br />

28 B<br />

43 B<br />

44 B<br />

45 B<br />

51 B<br />

81 B<br />

82 B<br />

38 C<br />

39 C<br />

42 C<br />

60 C<br />

Group A<br />

Average similarity: 43,50<br />

Species Av.Abund Av.Sim Sim/SD Contrib% Cum.%<br />

Myctophidae 1,21 41,85 3,48 96,19 96,19<br />

Group B<br />

Average similarity: 50,42<br />

Species Av.Abund Av.Sim Sim/SD Contrib% Cum.%<br />

Engraulis anchoita 3,07 42,01 3,60 83,32 83,32<br />

Merluccius m. hubbsi 0,82 5,85 0,59 11,60 94,92<br />

Group C<br />

Average similarity: 35,04<br />

Species Av.Abund Av.Sim Sim/SD Contrib% Cum.%<br />

Hygophum reinhardtii 1,74 12,07 4,47 34,46 34,46<br />

Lampanictus 1,13 8,99 2,13 25,67 60,12<br />

Paralepididae 0,81 3,34 0,91 9,52 69,64<br />

81


Engraulis anchoita 1,26 2,69 0,88 7,67 77,31<br />

Bathylagus 1,11 2,36 0,41 6,74 84,05<br />

Myctophidae 1,16 1,50 0,41 4,28 88,33<br />

Cyclothone 0,66 1,14 0,41 3,26 91,59<br />

Groups A & B<br />

Average dissimilarity = 88,56<br />

Group A Group B<br />

Species Av.Abund Av.Abund Av.Diss Diss/SD Contrib%<br />

Cum.%<br />

Engraulis anchoita 0,00 3,07 37,67 3,54 42,54<br />

42,54<br />

Myctophidae 1,21 0,45 12,38 1,23 13,98<br />

56,52<br />

Merluccius m. hubbsi 0,00 0,82 9,53 1,00 10,76<br />

67,28<br />

Ceratoscopelus 0,49 0,13 5,77 0,75 6,51<br />

73,79<br />

Hygophum reinhardtii 0,18 0,33 4,24 0,70 4,79<br />

78,58<br />

Lampa<strong>de</strong>na sp. 0,18 0,19 4,11 0,56 4,64<br />

83,22<br />

Symbolophorus 0,21 0,00 3,11 0,41 3,51<br />

86,73<br />

Sciaenidae 0,00 0,18 2,89 0,39 3,26<br />

89,99<br />

Urophycis mystaceus 0,00 0,19 2,55 0,40 2,88<br />

92,87<br />

Groups A & C<br />

Average dissimilarity = 85,86<br />

Group A Group C<br />

Species Av.Abund Av.Abund Av.Diss Diss/SD Contrib%<br />

Cum.%<br />

Hygophum reinhardtii 0,18 1,74 11,90 1,94 13,86<br />

13,86<br />

Myctophidae 1,21 1,16 9,53 1,55 11,10<br />

24,96<br />

Lampanictus 0,18 1,13 8,80 1,21 10,25<br />

35,21<br />

Engraulis anchoita 0,00 1,26 8,18 0,85 9,53<br />

44,74<br />

Bathylagus 0,15 1,11 6,97 1,07 8,11<br />

52,85<br />

Ceratoscopelus 0,49 0,73 5,27 0,95 6,14<br />

58,99<br />

Gonostomatidae 0,00 0,32 5,06 0,55 5,89<br />

64,88<br />

Paralepididae 0,00 0,81 4,66 1,65 5,43<br />

70,31<br />

Symbolophorus 0,21 0,68 4,27 0,84 4,97<br />

75,29<br />

Diaphus 0,00 0,57 3,51 0,88 4,08<br />

79,37<br />

Cyclothone 0,00 0,66 3,45 0,94 4,02<br />

83,39<br />

82


Merluccius m. hubbsi 0,00 0,23 1,65 0,56 1,93<br />

85,32<br />

Myctophum 0,00 0,29 1,59 0,56 1,85<br />

87,17<br />

Lampa<strong>de</strong>na sp. 0,18 0,00 1,54 0,38 1,80<br />

88,97<br />

Macrouridae 0,19 0,00 1,42 0,39 1,65<br />

90,61<br />

Groups B & C<br />

Average dissimilarity = 81,29<br />

Group B Group C<br />

Species Av.Abund Av.Abund Av.Diss Diss/SD Contrib%<br />

Cum.%<br />

Engraulis anchoita 3,07 1,26 14,84 1,28 18,25<br />

18,25<br />

Hygophum reinhardtii 0,33 1,74 9,00 1,63 11,07<br />

29,32<br />

Lampanictus 0,00 1,13 7,97 1,58 9,80<br />

39,13<br />

Myctophidae 0,45 1,16 5,95 1,15 7,31<br />

46,44<br />

Bathylagus 0,00 1,11 5,77 0,95 7,10<br />

53,54<br />

Merluccius m. hubbsi 0,82 0,23 4,86 0,98 5,97<br />

59,52<br />

Paralepididae 0,00 0,81 4,10 1,63 5,05<br />

64,56<br />

Gonostomatidae 0,00 0,32 3,80 0,54 4,67<br />

69,23<br />

Ceratoscopelus 0,13 0,73 3,48 0,89 4,28<br />

73,51<br />

Symbolophorus 0,00 0,68 3,15 0,93 3,88<br />

77,39<br />

Cyclothone 0,00 0,66 3,07 0,93 3,78<br />

81,17<br />

Diaphus 0,00 0,57 3,06 0,88 3,76<br />

84,93<br />

Myctophum 0,00 0,29 1,41 0,56 1,73<br />

86,66<br />

Sciaenidae 0,18 0,00 1,33 0,36 1,64<br />

88,30<br />

Urophycis mystaceus 0,19 0,00 1,27 0,37 1,57<br />

89,86<br />

Gonichthys 0,00 0,29 1,25 0,56 1,53<br />

91,40<br />

83


Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>talha<strong>do</strong>s <strong>do</strong> SIMPER para o verão.<br />

SIMPER<br />

Similarity Percentages - species contributions<br />

One-Way Analysis<br />

Data worksheet<br />

Name: Data4<br />

Data type: Abundance<br />

Sample selection: All<br />

Variable selection: All<br />

Parameters<br />

Res<strong>em</strong>blance: S17 Bray Curtis similarity<br />

Cut off for low contributions: 90,00%<br />

Factor Groups<br />

Sample Grupos<br />

12 D<br />

15 D<br />

23 D<br />

24 D<br />

25 D<br />

30 D<br />

39 D<br />

65 D<br />

88 D<br />

50 E<br />

51 E<br />

52 E<br />

61 E<br />

73 E<br />

53 F<br />

68 F<br />

79 F<br />

81 F<br />

86 F<br />

Group D<br />

Average similarity: 44,75<br />

Species Av.Abund Av.Sim Sim/SD Contrib% Cum.%<br />

Engraulis Anchoita 1,70 42,41 2,38 94,76 94,76<br />

Group E<br />

Average similarity: 30,02<br />

Species Av.Abund Av.Sim Sim/SD Contrib% Cum.%<br />

Trichiurus lepturus 1,15 9,44 1,11 31,44 31,44<br />

Scorpaenidae 0,85 7,83 1,08 26,07 57,51<br />

Bregmacerotidae 0,83 4,89 0,61 16,30 73,81<br />

Pleuronectiformes 0,74 3,13 0,60 10,42 84,23<br />

Symphurus sp. 0,56 1,93 0,32 6,44 90,66<br />

Group F<br />

Average similarity: 30,61<br />

84


Species Av.Abund Av.Sim Sim/SD Contrib% Cum.%<br />

Bregmacerotidae 1,39 27,89 6,81 91,11 91,11<br />

Groups D & E<br />

Average dissimilarity = 91,87<br />

Group D Group E<br />

Species Av.Abund Av.Abund Av.Diss Diss/SD<br />

Contrib% Cum.%<br />

Engraulis Anchoita 1,70 0,50 12,09 1,47<br />

13,16 13,16<br />

Trichiurus lepturus 0,00 1,15 11,26 1,62<br />

12,25 25,41<br />

Scorpaenidae 0,00 0,85 8,80 1,46<br />

9,57 34,99<br />

Bregmacerotidae 0,00 0,83 8,51 1,14<br />

9,26 44,25<br />

Symphurus sp. 0,00 0,56 6,09 0,74<br />

6,63 50,88<br />

Pleuronectiformes 0,00 0,74 5,73 1,13<br />

6,23 57,11<br />

Centropristis sp 0,13 0,27 3,86 0,57<br />

4,20 61,31<br />

Micropogonias furnieri 0,00 0,43 3,27 0,78<br />

3,55 64,87<br />

Carangidae 0,44 0,00 3,24 0,51<br />

3,53 68,39<br />

Trachurus sp. 0,35 0,00 2,89 0,51<br />

3,15 71,54<br />

Peprilus paru 0,00 0,35 2,71 0,79<br />

2,95 74,50<br />

Merluccius m.hubbsi 0,33 0,00 2,68 0,51<br />

2,91 77,41<br />

Bothidae 0,00 0,28 2,15 0,49<br />

2,34 79,75<br />

Prionothus sp 0,15 0,16 2,05 0,60<br />

2,23 81,98<br />

Auxis sp 0,00 0,23 1,82 0,49<br />

1,98 83,96<br />

Paralonchurus brasiliensis 0,00 0,23 1,82 0,49<br />

1,98 85,95<br />

Polmatomus saltatrix 0,00 0,20 1,57 0,49<br />

1,71 87,65<br />

Synodus sp 0,15 0,00 1,51 0,34<br />

1,64 89,30<br />

Cithorichthys 0,00 0,19 1,49 0,49<br />

1,62 90,92<br />

Groups D & F<br />

Average dissimilarity = 100,00<br />

Group D Group F<br />

Species Av.Abund Av.Abund Av.Diss Diss/SD Contrib% Cum.%<br />

Engraulis Anchoita 1,70 0,00 23,75 3,20 23,75 23,75<br />

Bregmacerotidae 0,00 1,39 20,70 2,61 20,70 44,45<br />

Syno<strong>do</strong>ntidae 0,00 0,48 6,59 0,77 6,59 51,04<br />

Myctophidae 0,00 0,32 4,65 0,47 4,65 55,69<br />

85


Carangidae 0,44 0,00 4,46 0,52 4,46 60,15<br />

Trachurus sp. 0,35 0,00 4,13 0,52 4,13 64,28<br />

Ophichthus gomesi 0,00 0,17 3,93 0,45 3,93 68,20<br />

Merluccius m.hubbsi 0,33 0,00 3,82 0,51 3,82 72,03<br />

Maurolicus muelleri 0,00 0,29 3,77 0,48 3,77 75,80<br />

Bothus ocellatus 0,00 0,24 3,21 0,48 3,21 79,01<br />

Scombridae 0,00 0,20 2,84 0,47 2,84 81,85<br />

Sphyraenidae 0,00 0,20 2,84 0,47 2,84 84,69<br />

Anguiliformes 0,00 0,19 2,77 0,47 2,77 87,46<br />

Macroieridae 0,00 0,18 2,41 0,48 2,41 89,87<br />

Symphurus ginsburgi 0,00 0,18 2,41 0,48 2,41 92,29<br />

Groups E & F<br />

Average dissimilarity = 86,12<br />

Group E Group F<br />

Species Av.Abund Av.Abund Av.Diss Diss/SD<br />

Contrib% Cum.%<br />

Trichiurus lepturus 1,15 0,00 10,46 1,70<br />

12,15 12,15<br />

Scorpaenidae 0,85 0,00 8,13 1,54<br />

9,44 21,59<br />

Bregmacerotidae 0,83 1,39 6,93 1,57<br />

8,05 29,64<br />

Symphurus sp. 0,56 0,00 5,60 0,75<br />

6,50 36,14<br />

Pleuronectiformes 0,74 0,00 5,45 1,14<br />

6,33 42,47<br />

Syno<strong>do</strong>ntidae 0,00 0,48 4,09 0,77<br />

4,75 47,22<br />

Engraulis Anchoita 0,50 0,00 3,76 0,78<br />

4,37 51,59<br />

Micropogonias furnieri 0,43 0,00 3,11 0,78<br />

3,61 55,20<br />

Centropristis sp 0,27 0,00 2,89 0,48<br />

3,36 58,56<br />

Myctophidae 0,00 0,32 2,84 0,47<br />

3,30 61,86<br />

Ophichthus gomesi 0,17 0,17 2,63 0,62<br />

3,05 64,91<br />

Peprilus paru 0,35 0,00 2,58 0,79<br />

3,00 67,91<br />

Maurolicus muelleri 0,00 0,29 2,39 0,48<br />

2,77 70,67<br />

Bothidae 0,28 0,00 2,04 0,49<br />

2,37 73,05<br />

Bothus ocellatus 0,00 0,24 2,02 0,48<br />

2,34 75,39<br />

Scombridae 0,00 0,20 1,75 0,47<br />

2,03 77,42<br />

Sphyraenidae 0,00 0,20 1,75 0,47<br />

2,03 79,45<br />

Auxis sp 0,23 0,00 1,73 0,49<br />

2,01 81,45<br />

Paralonchurus brasiliensis 0,23 0,00 1,73 0,49<br />

2,01 83,46<br />

Anguiliformes 0,00 0,19 1,69 0,47<br />

1,96 85,42<br />

86


Macroieridae 0,00 0,18 1,52 0,48<br />

1,77 87,19<br />

Symphurus ginsburgi 0,00 0,18 1,52 0,48<br />

1,77 88,96<br />

Polmatomus saltatrix 0,20 0,00 1,49 0,49<br />

1,73 90,69<br />

87

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