Inclusão social e esporte mobilizam personalidades e ... - Sesi
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Informativo do Serviço Social da Indústria<br />
Departamento Nacional<br />
Ano VIII - Abril 2006 - Nº 85<br />
NIHARA PEREIRA<br />
O Brasil do bem<br />
Inclusão <strong>social</strong> e <strong>esporte</strong> <strong>mobilizam</strong> <strong>personalidades</strong><br />
e milhares de voluntários em todo o Brasil
CARTA AO LEITOR<br />
Riquezas nacionais<br />
KLEYBER GUIMARÃES<br />
No Acre: a presença<br />
de Alessandro Rosa<br />
Vieira, o Falcão,<br />
eleito pela Fifa no<br />
ano passado o melhor<br />
jogador de futsal<br />
do mundo, foi um<br />
incentivo ao <strong>esporte</strong><br />
O SESI, em mais uma parceria com a Rede Globo, realizou o<br />
programa Esporte Cidadania em todas as capitais do País, no último<br />
25 de março.<br />
Os resultados, como nas promoções anteriores, mostram a competência<br />
da entidade para iniciativas sociais. Ao todo, foram cerca de<br />
500 mil atendimentos em atividades esportivas e de lazer e em ações<br />
de saúde e de educação.<br />
A colaboração de mais de 9 mil pessoas e o apoio de 478 instituições<br />
e de 184 empresas foram fundamentais para o sucesso do evento.<br />
Empresários, trabalhadores, estudantes, especialistas das mais<br />
diferentes áreas, representantes da comunidade e de instituições, artistas<br />
e esportistas se uniram pela mesma causa e, mais uma vez, os<br />
objetivos foram alcançados.<br />
A presença de expoentes do <strong>esporte</strong> – como Ricarda Negrão e<br />
Leila Barros, da seleção brasileira de vôlei, em Brasília; os nadadores<br />
vencedores Joana Maranhão, Etiene Medeiros, Ivanildo Vasconcelos e<br />
César Sales, em Pernambuco, e Felipe Lima, em Mato Grosso; as ginastas<br />
Daniele Hypólito, no Paraná, e Daiane dos Santos, no Rio Grande<br />
do Sul; Gertymilusson Maciel, do arremesso de peso, no Amazonas; o<br />
judoca Flávio Canto, em Minas Gerais, Falcão do futsal, no Acre, entre<br />
centenas de outros atletas famosos – representou uma colaboração<br />
inestimável. Da mesma forma, o trabalho voluntário de anônimos e a<br />
participação de crianças e adolescentes com necessidades especiais<br />
mostraram a força de um objetivo em comum. Aliás, todos os programas<br />
que o SESI vem desenvolvendo ao longo de 60 anos de atividades<br />
– comemorados neste ano – fazem parte da história de vida de milhões<br />
de pessoas beneficiadas por essas ações.<br />
Esta edição também apresenta os resultados das atividades em<br />
educação no Regional do Pará. No último vestibular, 30 alunos do SESI<br />
Educação do Trabalhador, na unidade de Santarém, foram aprovados em<br />
faculdades da própria cidade e da capital, Belém. Driblando diversas<br />
dificuldades, esses trabalhadores realizaram suas aspirações, com a<br />
ajuda do SESI.<br />
O Panorama SESI de Dança 2006, iniciativa do Regional de São<br />
Paulo, é o tema das páginas dedicadas à cultura. As apresentações<br />
mostraram a qualidade da dança contemporânea no Brasil, em encontro<br />
que reuniu muitos dos maiores talentos nacionais.<br />
Publicação mensal editada pela<br />
Unidade de Comunicação Social<br />
do Sistema CNI (UNICOM)<br />
Serviço Social da Indústria (SESI)<br />
Diretor Nacional: Armando Monteiro Neto<br />
Diretor-superintendente: Antonio Carlos Brito Maciel<br />
Informativo do SESI - Serviço Social da Indústria - Ano 8, Nº 85, abril 2006<br />
Coordenador da UNICOM: Edgar Lisboa<br />
Gerente de Jornalismo: James Allen<br />
Editor: Edson Chaves Filho<br />
Subeditor: Roberto Almeida<br />
Projeto e produção gráfica:<br />
textodesign@terra.com.br<br />
Filiado à Aberje<br />
SESI, a marca da responsabilidade <strong>social</strong><br />
SBN Quadra 1, Bloco C - 14º andar<br />
Edifício Roberto Simonsen<br />
CEP 70040-903 - Brasília (DF)<br />
Telefones: (61) 3317-9074/9039<br />
Fax: (61) 3317-9261<br />
www.sesi.org.br<br />
2
ENSINO DE QUALIDADE<br />
Sonho realizado<br />
Alunos do SESI Educação do Trabalhador chegam à universidade<br />
As iniciativas do SESI na área<br />
de educação têm gerado bons<br />
frutos no Pará. Somente em<br />
vestibulares realizados no início<br />
deste ano, 30 alunos egressos<br />
do programa SESI Educação<br />
do Trabalhador foram aprovados<br />
e já freqüentam a universidade,<br />
em cursos das mais diversas especialidades.<br />
Além disso, o Departamento<br />
Regional mantém,<br />
com apoio de empresas, salas<br />
de aula destinadas a pessoas<br />
com necessidades especiais e<br />
planeja montar um banco de dados<br />
para facilitar a contratação<br />
desses trabalhadores.<br />
Na contramão do perfil tradicional<br />
de universitários, os<br />
novos alunos oriundos do SESI<br />
são trabalhadores de empresas<br />
de Santarém e Belém, que,<br />
muitas vezes, retomaram os<br />
estudos abandonados anos antes.<br />
Para conseguir ingressar<br />
na faculdade, eles tiveram de<br />
conciliar aulas, trabalho e responsabilidades<br />
familiares. Na<br />
maioria dos casos, sem ao menos<br />
ter freqüentado cursinho<br />
pré-vestibular, acabaram por<br />
conseguir aprovação em cursos<br />
muito disputados, como Direito,<br />
Jornalismo e Enfermagem.<br />
“O objetivo do programa não<br />
é preparar para o vestibular, mas<br />
nosso incentivo vai nesse sentido”,<br />
diz Íris dos Santos, supervisora<br />
pedagógica do SESI-PA.<br />
Ela acrescenta que iniciativas<br />
complementares às aulas, como<br />
visitas às bibliotecas para apro-<br />
EDSON QUEIROZ<br />
Nascimento, aprovado em duas faculdades: conquistando o objetivo com a ajuda do SESI<br />
3
SESI/PARÁ<br />
ENSINO DE QUALIDADE<br />
Alunos com<br />
necessidades<br />
especiais:<br />
regional já tem<br />
tradição de<br />
atendimento<br />
fundar os assuntos tratados em<br />
diversas disciplinas, contribuíram<br />
para tornar os alunos do programa<br />
mais preparados para o vestibular.<br />
“Em Belém, nossos alunos<br />
foram aprovados não só em<br />
instituições particulares, como<br />
também na estadual e federal”,<br />
salienta Íris.<br />
Ingressar na faculdade, para<br />
boa parte desses universitários,<br />
era um sonho abandonado por<br />
anos e só retomado com o ingresso<br />
no programa SESI Educação<br />
do Trabalhador. “Sempre tive<br />
vontade de ter um diploma. Sei<br />
que esse sonho somente se realizou<br />
porque acreditei e investi<br />
no Telecurso”, revela Josivaldo<br />
Silva do Nascimento, auxiliar administrativo<br />
da Madeireira Rancho<br />
da Cabocla, em Santarém. A<br />
dedicação intensiva ao trabalho<br />
na indústria, argumenta, impossibilitava<br />
o retorno aos estudos<br />
na escola convencional.<br />
Depois de 16 anos longe dos<br />
bancos escolares, Nascimento,<br />
de 35 anos, casado e com três<br />
filhos, diz ter encontrado no<br />
SESI Educação do Trabalhador<br />
uma oportunidade para recomeçar.<br />
Ao concluir o ensino médio<br />
não teve dúvidas: prestou vestibular<br />
para Direito e Letras. Foi<br />
aprovado nos dois cursos e optou<br />
por Letras.<br />
A história do gerente da fábrica<br />
Gelo Polar, Eduardo Souza<br />
da Silva, de 30 anos e com dois<br />
filhos, não é diferente: o retorno<br />
aos estudos deu-se depois de<br />
dez anos. O talento profissional<br />
e a aptidão para a coordenação<br />
de vendas o ajudaram a galgar<br />
vários degraus até chegar à gerência.<br />
“Mas ainda sentia necessidade<br />
de uma melhor preparação<br />
para enfrentar o mercado<br />
de trabalho”, explica.<br />
A primeira oportunidade para<br />
o retorno aos estudos também<br />
veio do SESI-PA. “Acredito no<br />
método de ensino do programa<br />
Educação do Trabalhador”, analisa.<br />
“É diferenciado e muito bom<br />
porque contamos não só com a<br />
teleaula, como também com o<br />
professor para tirar as dúvidas e<br />
reforçar o conteúdo”, avalia Silva,<br />
que foi aprovado no vestibular<br />
para Gestão Empresarial.<br />
Se chegar à universidade é<br />
um desafio e tanto para os alunos,<br />
levar o ensino até<br />
o município de Santarém<br />
não é tarefa menos<br />
desafiante para o SESI.<br />
Situada às margens do<br />
rio Tapajós, na confluência<br />
com o rio Amazonas,<br />
o maior em volume de<br />
água do mundo, a cidade<br />
de Santarém fica a mais<br />
de mil quilômetros da<br />
capital, Belém. O acesso<br />
somente é possível por<br />
avião ou barco; neste<br />
Silva: método do SESI<br />
foi o diferencial<br />
para a aprovação<br />
caso, a viagem chega a durar<br />
três dias.<br />
“Nosso Estado é imenso, há<br />
muitas realidades diferentes e<br />
levar a possibilidade de continuação<br />
dos estudos aos trabalhadores<br />
nos mais diversos municípios<br />
já é uma satisfação”,<br />
diz Darlene Costa, coordenadora<br />
do programa no SESI-PA.<br />
“Quando há resultados como esses<br />
de Santarém, então, é bem<br />
melhor”, completa.<br />
Esse trabalho tende a aumentar<br />
porque a aprovação dos<br />
ex-alunos do programa tem<br />
estimulado novas matrículas.<br />
A expectativa da superintendência<br />
do SESI no Estado é<br />
criar um curso de preparação<br />
para o vestibular.<br />
ALUNOS ESPECIAIS<br />
Outra iniciativa de sucesso<br />
no Pará é a criação de salas<br />
de aula específicas para trabalhadores<br />
com necessidades<br />
especiais, montadas com o<br />
apoio da indústria que acredita<br />
na idéia como boa opção<br />
para qualificar mão-de-obra<br />
especial. A segunda turma do<br />
Telecurso está em andamento<br />
graças à parceria entre o SESI,<br />
EDSON QUEIROZ<br />
4
SESI/PARÁ<br />
Em Santarém, Andréa Colares, que tem apenas parte da visão, é professora na escola<br />
do SESI onde foi alfabetizada<br />
o Centro Integrado de Serviços<br />
para Necessidades Especiais do<br />
Pará, a Secretaria Executiva de<br />
Educação do Estado e as Organizações<br />
Rômulo Maiorana, um<br />
dos maiores grupos de comunicação<br />
da região Norte.<br />
“O objetivo é estimular a<br />
formação do ensino fundamental”,<br />
afirma o supervisor<br />
de Recursos Humanos da área<br />
de Radiodifusão das Organizações<br />
Rômulo Maiorana,<br />
Gilberto Bentes Júnior. Desde<br />
2000, quando a legislação<br />
passou a estabelecer cotas<br />
de até 5% do total do quadro<br />
funcional, para a contratação<br />
de trabalhadores com necessidades<br />
especiais, as empresas,<br />
lembra o supervisor, foram ao<br />
mercado de trabalho para cumprir<br />
a exigência, mas tiveram<br />
dificuldades para preencher as<br />
vagas porque o nível de escolaridade<br />
dessa mão-de-obra é<br />
muito baixo. “A maior parte<br />
não tem sequer educação fundamental<br />
e as empresas estão<br />
exigindo nível médio dos candidatos”,<br />
explica.<br />
Hoje, nove alunos com diferentes<br />
tipos de deficiências<br />
– auditiva, visual, mental e<br />
de locomoção – assistem aulas<br />
com apoio de vídeos legendados,<br />
sob a orientação de duas<br />
professoras. As aulas são ministradas<br />
em módulos e equivalem<br />
ao ensino fundamental. Os estudantes<br />
são incentivados também<br />
a realizar atividades extracurriculares.<br />
“Fazemos visitas a<br />
museus e bibliotecas para que<br />
possam pesquisar”, salienta a<br />
professora Benedita Lopes. O<br />
maior desafio dos alunos, segundo<br />
ela, é vencer os próprios<br />
limites. A locomoção até o local<br />
das aulas é um deles. “Muitos<br />
acabam desistindo”, lamenta.<br />
BANCO DE DADOS<br />
A expectativa da supervisora<br />
pedagógica Íris dos Santos<br />
é que, ao final do curso, esses<br />
alunos sejam absorvidos pela<br />
indústria. “Esse também é nosso<br />
objetivo”, diz Bentes Júnior,<br />
supervisor de RH das Organizações<br />
Rômulo Maiorana. Mas,<br />
num primeiro momento, esperase<br />
que a iniciativa ganhe apoio<br />
de mais empresas e que novas<br />
turmas sejam formadas, para<br />
que o Estado crie um banco de<br />
dados aberto ao mercado de<br />
trabalho. “Quando precisarmos<br />
de mão-de-obra teremos onde<br />
recorrer”, explica. A idéia do<br />
supervisor é a longo prazo criar<br />
salas de aula de ensino médio.<br />
Com paralisia cerebral, Lauro<br />
Correa de Oliveira se locomove<br />
com dificuldades. Chegar à sala<br />
de aula da 5 a série, ele admite,<br />
é um grande sacrifício, que vale<br />
a pena. “Com essa nova chance<br />
de estudar pretendo, quem<br />
sabe, conquistar meu primeiro<br />
emprego”, diz. Oliveira havia estudado<br />
até a quarta série, mas<br />
a baixa escolaridade, além das<br />
limitações, dificultava sua contratação<br />
pelas empresas. “Essa<br />
foi uma ótima oportunidade de<br />
voltar a estudar”, comemora.<br />
5
ENTREVISTA<br />
Ter consciência é fundamental<br />
“Há necessidade de uma conscientização mais ampla por parte do empregador<br />
para que ele invista na qualidade de vida e de trabalho do funcionário, pois<br />
essa iniciativa dará retorno lá na frente”<br />
José Olímpio Bastos, superintendente do SESI Pará<br />
SESI Nacional – Qual a importância<br />
da aprovação dos 30<br />
alunos do programa SESI Educação<br />
do Trabalhador em várias<br />
faculdades no Pará<br />
José Olímpio Bastos – Observamos<br />
que o SESI Pará está no caminho<br />
certo. Estamos conseguindo<br />
alcançar o propósito do programa.<br />
Faz parte dos nossos planos investir<br />
maciçamente na educação<br />
do trabalhador, de forma integral.<br />
Tanto que começamos a planejar a<br />
criação de cursos pré-vestibulares<br />
para fechar todo o leque de serviços<br />
nas áreas da educação.<br />
SN - Depois da divulgação<br />
das aprovações dos alunos está<br />
havendo maior procura pelos<br />
cursos do SESI<br />
Bastos – Com certeza, já verificamos<br />
um aumento na procura<br />
pelas vagas, principalmente<br />
em Santarém, onde esse número foi significativo. Ainda<br />
não fizemos um levantamento em todo o Estado, mas<br />
observamos respostas pontuais bastante positivas. Percebemos,<br />
nesses casos, o quanto é importante divulgar<br />
esses fatos positivos, e pretendemos investir cada vez<br />
mais nessas ações.<br />
SN – Quais as principais iniciativas do Regional<br />
em educação<br />
Bastos – Desenvolvemos programas de educação básica,<br />
para crianças e adolescentes – educação infantil,<br />
ensino fundamental e ensino médio. Agora começamos<br />
no interior do Estado o Programa Gestão de Creches em<br />
parceria com a Companhia Vale do Rio Doce. Promovemos<br />
também o SESI Educação do Trabalhador, incluindo<br />
a alfabetização com o SESI por um Brasil Alfabetizado, o<br />
ensino fundamental e o médio.<br />
SN – O Regional está empenhado também na inclusão<br />
dos alunos com necessidades especiais. Há<br />
perspectivas de ampliar o número de turmas<br />
Bastos – Como a demanda está crescendo, faz parte<br />
de nossos planos aumentar o número de turmas<br />
FÁBIO PINA<br />
para atender essas pessoas. Na<br />
verdade, tem funcionado como<br />
uma via de mão dupla, à medida<br />
que as empresas nos procuram,<br />
nós atendemos, e estamos<br />
preparados para isso, incluindo<br />
no planejamento esse aumento<br />
da demanda.<br />
SN – Esses alunos estão sendo<br />
empregados pela indústria<br />
Bastos – Sim, já constatamos<br />
o comprometimento das<br />
empresas do Pará nesse sentido<br />
e observamos que pessoas com<br />
necessidades especiais ocupam<br />
cada vez mais postos de trabalho.<br />
Além do cumprimento da<br />
legislação, constatamos que os<br />
empresários estão mais receptivos<br />
e conscientes em relação<br />
aos conceitos de responsabilidade<br />
<strong>social</strong> empresarial. Até<br />
ouvimos relatos de empresários<br />
que mantêm sob contrato essa mão-de-obra, a respeito<br />
da qualidade do trabalho dessas pessoas, muitas vezes<br />
superior à de outros grupos. E é interessante observar,<br />
também, que as empresas enxergam o SESI como referência<br />
na preparação desses trabalhadores, o que para nós<br />
significa um objetivo alcançado.<br />
SN – Quais os maiores problemas do trabalhador<br />
no Estado e o que deveria ser feito para resolvê-los<br />
Bastos – Os problemas estão principalmente nas<br />
áreas da saúde e de educação. Apesar de percebermos<br />
que a consciência em relação à necessidade da responsabilidade<br />
<strong>social</strong> empresarial tem aumentado, a maioria<br />
das empresas, principalmente as de menor porte, não<br />
dispõe de programas de melhora da qualidade de vida.<br />
Há necessidade de uma conscientização mais ampla por<br />
parte do empregador para que ele invista na qualidade<br />
de vida e de trabalho do funcionário, pois essa iniciativa<br />
dará retorno lá na frente. As empresas ainda precisam<br />
profissionalizar o tratamento das questões dos trabalhadores,<br />
cuidando da saúde e da segurança no trabalho,<br />
por exemplo.<br />
6
INCLUSÃO SOCIAL<br />
Cidadãos pelo <strong>esporte</strong><br />
Uma forma esportiva de exercer a cidadania<br />
Em nova iniciativa pioneira,<br />
o SESI e a Rede Globo beneficiaram<br />
milhares de pessoas com<br />
mais um programa de inclusão<br />
<strong>social</strong>. Realizado em Centros de<br />
Atividades (CATs) do SESI nas<br />
capitais dos Estados e no Distrito<br />
Federal, no dia 25 de março, o<br />
Esporte Cidadania prestou cerca<br />
de 500 mil atendimentos em atividades<br />
esportivas e de lazer e<br />
ações de saúde e educação.<br />
Esse primeiro evento do ano<br />
– no qual o SESI comemora 60<br />
anos – faz parte também de uma<br />
série de iniciativas destinadas<br />
a mobilizar a população para<br />
os Jogos Pan-Americanos 2007,<br />
que serão realizados, em julho,<br />
no Rio de Janeiro. “É mais uma<br />
ação para despertar na criança<br />
e no adolescente a importância<br />
do <strong>esporte</strong> como meio de inclusão<br />
de vida”, diz o gerente-executivo<br />
da Unidade de Pesquisa,<br />
Avaliação e Desenvolvimento do<br />
SESI Nacional, Alex Mansur.<br />
O público pôde participar<br />
gratuitamente de diversas atividades<br />
desenvolvidas em oficinas<br />
de <strong>esporte</strong>s, pequenos torneios<br />
e palestras. Outra atração do<br />
programa foram os serviços em<br />
saúde, educação, lazer e cultura,<br />
similares aos que fazem parte do<br />
programa Ação Global, também<br />
HAROLDO ABRANTES<br />
Bahia: adolescentes praticantes de caratê fazem apresentação para o público<br />
7
1<br />
2<br />
INCLUSÃO SOCIAL<br />
AGÊNCIA RENATA VICTOR<br />
JANIO HOLANDA<br />
SESI-DF<br />
3<br />
realizado anualmente pelo<br />
SESI/Rede Globo. Para isso,<br />
o Esporte Cidadania contou<br />
com a colaboração de 9,1 mil<br />
voluntários e o apoio de 478<br />
instituições parceiras e de<br />
184 empresas.<br />
RESPEITO ÀS DIVERSIDADES<br />
O Esporte Cidadania ofereceu<br />
em todo o País atividades<br />
esportivas de várias<br />
modalidades, entre elas<br />
4<br />
futsal, vôlei, futebol, atletismo,<br />
basquete, handebol, ginástica<br />
de academia, musculação,<br />
capoeira, judô, caratê,<br />
tênis de mesa, dominó, além<br />
de gincanas e torneios.<br />
Características e peculiaridades<br />
regionais foram respeitadas.<br />
No Ceará, por exemplo,<br />
incluíram-se <strong>esporte</strong>s aquáticos,<br />
como natação e pólo aquático.<br />
No Maranhão, foram oferecidos<br />
alguns <strong>esporte</strong>s de aventura,<br />
como o rapel e a tirolesa.<br />
Minas Gerais montou cama<br />
elástica, tobogã, touro mecânico<br />
e muro de escalada.<br />
O Distrito Federal teve boxe<br />
e luta livre. Em Mato Grosso,<br />
a apresentação de artes<br />
marciais com mais de 40<br />
participantes foi uma das<br />
principais atrações.<br />
No Piauí, mais de 5 mil<br />
pessoas receberam atendi-<br />
J.SOBRINHO<br />
8<br />
1. Em Pernambuco:<br />
variedade de atrações.<br />
2. Em Brasília: as presenças<br />
de Leila e Ricarda da<br />
seleção brasileira de<br />
vôlei. 3. No Piauí: <strong>esporte</strong><br />
incluiu capoeira. 4. Aula<br />
comunitária de violão<br />
no Ceará atraiu crianças<br />
e adolescentes
5 6<br />
ROGÉRIO NERY<br />
AGÊNCIA RENATA VICTOR<br />
mentos que incluíram serviços de<br />
saúde, mais ações esportivas e<br />
de lazer. O evento começou com<br />
um passeio ciclístico e ofereceu à<br />
população ampla programação de<br />
atividades, que incluiu até aulas<br />
de dança, artes marciais, natação<br />
e capoeira.<br />
APOIO DE ATLETAS<br />
Estrelas do <strong>esporte</strong> estiveram<br />
presentes apoiando a iniciativa.<br />
No Distrito Federal, onde foram<br />
registrados 12 mil atendimentos,<br />
o evento foi prestigiado pelas<br />
medalhas de bronze de vôlei Leila<br />
Barros e Ricarda Negrão. “O Esporte<br />
Cidadania é uma forma de<br />
integrar a comunidade. Esse contato<br />
das crianças é importante<br />
para gerar bons frutos do <strong>esporte</strong><br />
brasileiro”, afirmou Leila.<br />
Profissional do vôlei há 19<br />
anos, incluindo passagem pela<br />
unidade do SESI, em Taguatinga<br />
(DF), Ricarda destacou o papel<br />
decisivo do <strong>esporte</strong> como ferramenta<br />
de inclusão <strong>social</strong>. “O<br />
<strong>esporte</strong> disciplina as pessoas,<br />
ensina a tomar decisões e a assumir<br />
responsabilidade. Nos faz<br />
cidadãos melhores”, avaliou.<br />
Cerca de 8 mil pessoas foram<br />
atraídas pelo programa no Ceará,<br />
onde as campeãs brasileiras<br />
e mundiais de vôlei de praia, a<br />
cearense Juliana e a paraense Larissa<br />
foram os destaques. Recebidas<br />
com muita festa, em especial<br />
pelas crianças, as duas atletas<br />
mostraram suas habilidades esportivas<br />
numa quadra de areia e<br />
deram muitos autógrafos.<br />
No Paraná, o programa contou<br />
com as presenças dos atletas<br />
Rolando Ferreira Júnior, (basquete),<br />
Filó (vôlei) e da ginasta<br />
Daniele Hipólyto. “Essa ação do<br />
SESI e da Rede Globo é muito<br />
valiosa para disseminar o lado<br />
importante do <strong>esporte</strong>, que é o<br />
de sociabilização, do resgate da<br />
convivência entre as pessoas”,<br />
afirmou Daniele.<br />
O convidado de honra no<br />
Pará, onde se registraram 7<br />
5. Daniele, no Paraná:<br />
iniciativa valiosa para a<br />
sociabilização.<br />
6. Joana, Ivanildo e Etiene:<br />
encontro de estrelas da<br />
natação em Pernambuco.<br />
7. Em Tocantins: a presença<br />
do tricampeão Dornato foi<br />
um incentivo para o caratê.<br />
8. Daiane, no Rio Grande do<br />
Sul: <strong>esporte</strong> é fundamental<br />
para a inclusão <strong>social</strong><br />
FÁBIO ZANZHERI<br />
7<br />
8<br />
DUDU LEAL<br />
9
INCLUSÃO SOCIAL<br />
WILLIAM SANTOS JOÃO LUIS ALENCAR NETO<br />
1<br />
1. Gertymilusson, no<br />
Amazonas: iniciativa é<br />
um exemplo a ser seguido.<br />
2. Jerusa, corredora e<br />
segundo lugar no Parapan-<br />
Americano: deficiência<br />
visual não<br />
é barreira. 3. Em Sergipe,<br />
a naturalidade da<br />
menina bailarina<br />
2<br />
mil atendimentos, foi o jogador<br />
Robson, o Robgol, artilheiro do<br />
Paysandu. “O Esporte Cidadania<br />
é mais uma maneira de mostrar<br />
para as crianças que o <strong>esporte</strong><br />
faz bem à saúde e deve ser praticado<br />
durante a vida toda”, disse<br />
ele. A professora de atletismo<br />
e ex-atleta paraense, Suzette<br />
Montalvão, que participou da Olimpíada<br />
de Seul, em 1986, também<br />
esteve no evento: “Iniciativas<br />
como essa somam mais energia<br />
para o nosso trabalho e ensinam<br />
qualidades fundamentais para o<br />
crescimento físico e intelectual<br />
de qualquer criança”.<br />
3<br />
KLEYBER GUIMARÃES<br />
Os astros da natação Joana<br />
Maranhão, Etiene Medeiros,<br />
Ivanildo Vasconcelos e César<br />
Sales se encontraram no evento<br />
em Pernambuco. No Maranhão,<br />
a participação especial foi da<br />
jogadora da seleção brasileira<br />
de basquete, Iziane Marques.<br />
No Tocantins, o destaque foi a<br />
presença de Dornato Silva de<br />
Paula, tricampeão brasileiro de<br />
caratê interestilo.<br />
EDUCAÇÃO E DISCIPLINA<br />
No Rio Grande do Sul, passaram<br />
pelo CAT de Canoas estrelas<br />
como Daiane dos Santos, da ginástica<br />
olímpica; Claudinei Quirino,<br />
do atletismo; Paulo Jukoski,<br />
o Paulão, do vôlei; e o gaúcho<br />
Marcel Stürme, que deu um show<br />
de patinação. “Está mais do que<br />
provado que o <strong>esporte</strong> retira as<br />
crianças das ruas e lhes dá uma<br />
formação. Nem sempre o <strong>esporte</strong><br />
traz dinheiro e conquistas, mas<br />
dá alimentação e educação, além<br />
de disciplina. É fundamental no<br />
processo de inclusão <strong>social</strong>”, declarou<br />
Daiane.<br />
O ciclista Wanderley Magalhães<br />
, que durante 15 anos<br />
participou de competições nacionais<br />
e internacionais, deixou<br />
em Goiás um recado para<br />
as mais de 15 mil pessoas que<br />
passaram pelo evento. “Já competi<br />
em mais de 37 países, obtive<br />
várias vitórias e aprendi que<br />
ser campeão não é ganhar uma<br />
competição, mas ter dignidade e<br />
respeitar o próximo”, disse.<br />
O nadador Felipe Lima foi o<br />
convidado especial no seu Estado<br />
natal, Mato Grosso. Atleta do<br />
Pinheiros, de São Paulo, disse ter<br />
começado a praticar natação aos<br />
5 anos e que agora está próximo<br />
de um grande sonho: “participar<br />
do Pan-Americano”.<br />
Em Minas Gerais, estrelas do<br />
<strong>esporte</strong> brasileiro também marcaram<br />
presença, como a ex-capitã<br />
da seleção nacional de vôlei<br />
Ana Flávia e o judoca medalhista<br />
de bronze em Atenas, Flávio<br />
10
Canto, que disse estar muito feliz<br />
em ver o <strong>esporte</strong> valorizado,<br />
usado para integrar o jovem à<br />
sociedade. “Assim eles aprendem<br />
o que é disciplina esportiva,<br />
respeito e humildade.” Ana Flávia<br />
acrescentou: “O <strong>esporte</strong> é a<br />
melhor ferramenta que podemos<br />
usar para levar o cidadão a ocupar<br />
o seu lugar na vida <strong>social</strong>,<br />
pois, por si só, já leva dignidade<br />
às pessoas”.<br />
O atleta Gertymilusson Vieira<br />
Maciel, vice-campeão sul-americano<br />
em arremesso de peso pela<br />
Seleção Brasileira, em 2004, no<br />
Equador, na categoria até 17<br />
anos, participou da caminhada<br />
do Esporte Cidadania, realizada<br />
durante o evento no Amazonas.<br />
“Essa iniciativa deve ser seguida<br />
por outras instituições para incentivar<br />
principalmente idosos<br />
e crianças a praticar atividades<br />
esportivas”, afirmou.<br />
NECESSIDADES ESPECIAIS<br />
Pessoas com necessidades especiais<br />
tiveram lugar de destaque<br />
em todos os Estados. Em Mato<br />
Grosso, foi realizada a Olimpíada<br />
Inclusiva, disputada por atletas<br />
com deficiência mental, auditiva,<br />
visual ou física. Uma das atividades<br />
mais procuradas da Olimpíada<br />
foi a equoterapia, tratamento<br />
que usa o cavalo para o desenvolvimento<br />
biopsicos<strong>social</strong>. “Essa<br />
atividade exige a participação do<br />
corpo inteiro e contribui para o<br />
desenvolvimento da força, do<br />
tônus muscular, da flexibilidade,<br />
do relaxamento e do aperfeiçoamento<br />
da coordenação motora e<br />
equilíbrio”, explicou José Eduardo<br />
Matos, presidente do Centro<br />
Eqüestre de Várzea Grande um<br />
dos parceiros do evento.<br />
No Acre, onde o evento reuniu<br />
2,3 mil pessoas, a atleta Jerusa<br />
dos Santos, segundo lugar<br />
nos 100 metros rasos do Parapan-Americano<br />
de 2005, deu uma<br />
lição de perseverança. “Minha<br />
deficiência visual não é barreira<br />
para a prática do <strong>esporte</strong>. A única<br />
PATRÍCIA BARRETO<br />
4. Necessidades<br />
especiais: mais de<br />
200 adolescentes<br />
participaram de<br />
competições em<br />
Alagoas. 5. No<br />
Maranhão: trabalho<br />
para divulgar a eficácia<br />
da equoterapia<br />
dificuldade é a falta de guia<br />
na hora dos treinamentos e<br />
competição”, comentou.<br />
O SESI de Alagoas, que<br />
prestou mais de 10 mil<br />
atendimentos, promoveu competições<br />
para cerca de 200 crianças<br />
e adolescentes com necessidades<br />
especiais. Elas participaram<br />
de basquete sobre cadeiras de<br />
rodas, campeonatos aquáticos e<br />
futebol de cegos.<br />
Em Pernambuco, o Esporte<br />
Cidadania recebeu 9 mil pessoas<br />
e teve a participação da<br />
paraatleta Severina Franca, de<br />
41 anos, que diz ter redescoberto<br />
a vontade de viver graças<br />
ao <strong>esporte</strong>. “Aprendi a nadar<br />
no SESI”, revelou. Dona de 70<br />
medalhas de campeonatos regionais<br />
e nacionais, Severina<br />
pretende participar do Parapan-<br />
Americano em 2007.<br />
HAMILTON PINTO<br />
No Maranhão, adolescentes e<br />
jovens excepcionais disputaram<br />
partidas de futsal e de futebol.<br />
“Eu amo futebol. Ele é minha<br />
vida e muito importante para a<br />
minha saúde”, diz Roberto dos<br />
Santos, de 25 anos, integrante<br />
do time. Em Sergipe, onde o<br />
evento reuniu 12 mil pessoas, a<br />
participação de crianças e adolescentes<br />
com necessidades especiais<br />
emocionou o público. “O<br />
que nos traz ao Esporte Cidadania<br />
é todo esse empenho do SESI e<br />
da Rede Globo em incentivar a<br />
participação esportiva desses<br />
adolescentes”, afirmou Rosimeire<br />
Costa, assistente <strong>social</strong> da Unimed<br />
no Estado.<br />
4<br />
5<br />
11
INCLUSÃO SOCIAL<br />
1<br />
2<br />
ANDREA PORTELA<br />
SÍLVIO SIMÕES<br />
1. Ilson Sombrio, de Santa Catarina: filhos,<br />
sobrinha e vizinho para partidas de dominó. 2.<br />
Bárbara, junto com a amiga Brenda, em Goiás:<br />
tererê no cabelo, flúor nos dentes e compreensão<br />
da importância do <strong>esporte</strong>. 3. Em Brasília: dona<br />
Rute reuniu 13 pessoas da família para levar ao<br />
evento: um dia de lazer, dentista e oftalmologista<br />
Com um total de 15 mil atendimentos<br />
registrados, Minas Gerais<br />
ofereceu, inclusive para deficientes,<br />
aulas de música, de dança e<br />
disputas de goalball, uma espécie<br />
de futsal praticado com marcação<br />
especial na quadra e bola<br />
com guizo interno. Os adolescentes<br />
Guilherme Martins Lara<br />
e Lígia de Fátima da Silva participaram<br />
de todas as atividades<br />
e se sentiram realizados. “Perdi<br />
minha visão há apenas seis anos<br />
e desde que comecei a freqüentar<br />
o SESI conheci muitos lugares<br />
bonitos, museus e parques”,<br />
contou Lígia.<br />
Além de atividades esportivas,<br />
o SESI e a Rede Globo<br />
prepararam uma vasta programação<br />
em saúde, educação e<br />
lazer. Famílias inteiras tiveram<br />
acesso a consultas preventivas<br />
nas áreas médica e odontológica,<br />
como aferição da pressão<br />
arterial, teste de diabetes<br />
e aplicação de flúor. Palestras<br />
levaram esclarecimentos sobre<br />
Aids, doenças sexualmente<br />
transmissíveis e drogas, entre<br />
outros temas. Os participantes<br />
do evento tiveram à disposição<br />
vacinação contra febre amarela,<br />
no Acre, e técnicas chinesas de<br />
terapia, no Maranhão.<br />
Os 3,5 mil freqüentadores<br />
do SESI em Boa Vista puderam<br />
participar de aulas de música e<br />
de dança, de apresentações de<br />
teatros e de grupos musicais<br />
regionais. Em Santa Catarina,<br />
onde o evento atraiu cerca de 4<br />
mil pessoas, a novidade foram as<br />
aulas de tráfego ministradas pelas<br />
equipes da Escola Municipal<br />
de Trânsito.<br />
Outra iniciativa marcou o<br />
evento no Paraná: o lançamento<br />
pelo Departamento Regional<br />
do SESI do Atleta do Futuro, projeto<br />
que alia <strong>esporte</strong> e ações<br />
socioeducativas, com intenção<br />
de criar nas crianças e jovens<br />
o hábito da prática esportiva<br />
como alternativa para melhorar<br />
a qualidade de vida.<br />
Nutricionistas do programa<br />
Cozinha Brasil estiveram presentes<br />
em vários Estados. Em<br />
Roraima, eles ensinaram receitas<br />
rápidas e econômicas usando ingredientes<br />
como sementes e bagaços<br />
de frutas, verduras e talos<br />
e legumes. Quem participou das<br />
aulas pôde degustar os pratos<br />
preparados. No Amazonas, uma<br />
oficina orientou as crianças para<br />
a alimentação saudável. Elas<br />
aprenderam a preparar sanduíches<br />
e sucos. A menina Camila<br />
Paz Portana, de 8 anos, disse<br />
que aprendeu que as pessoas devem<br />
tomar um copo de suco de<br />
limão por dia para evitar gripes e<br />
resfriados. Em Sergipe, o boneco<br />
<strong>Sesi</strong>nho – personagem de histórias<br />
em quadrinhos – distribuiu<br />
revistas, algodão-doce e pipoca<br />
para as crianças.<br />
SOLIDARIEDADE<br />
A paraibana Laísse Macedo,<br />
de 19 anos, foi uma dos muitos<br />
voluntários do dia. Ela chegou<br />
cedo ao Centro de Atividades<br />
do SESI instalado no Distrito<br />
Industrial de Campina Grande<br />
para, ao lado de mais 500 voluntários,<br />
ajudar a atender um<br />
público estimado em 7,4 mil<br />
pessoas. Laísse trabalhou no<br />
laboratório de avaliação física.<br />
“Aprendi na prática o que sabia<br />
apenas na teoria”, afirmou.<br />
Aos 17 anos, o paranaense<br />
Cássio Alves Pereira também<br />
praticou o voluntariado e trabalhou<br />
na aferição da pressão<br />
arterial. Ele calcula ter ajudado<br />
a atender cerca de 150 pessoas.<br />
Com o mesmo espírito solidário,<br />
o sergipano Helder Bittencourt<br />
aumentou seu currículo como<br />
voluntário: “Já participei do programa<br />
Ação Global e o sentimento<br />
é sempre o mesmo de estar<br />
ajudando as pessoas carentes, o<br />
que é muito gratificante”.<br />
O Esporte Cidadania atraiu<br />
gente de todas as idades e classes<br />
sociais, muitas vezes famílias<br />
inteiras, como a do casal<br />
catarinense Adriane e Leomir<br />
Eichstadt, que foi acompanhado<br />
pelas filhas Esther, de 8 anos,<br />
e Gabriela, de apenas 4 meses.<br />
Presidente da Associação Atlética<br />
da Haco Etiquetas, empresa<br />
de Blumenau (SC), Leomir disse<br />
que resolveu levar a família porque<br />
considera esse um programa<br />
saudável. “Quero que minhas filhas<br />
freqüentem lugares como<br />
12
SESI/DF<br />
este, onde se pratica <strong>esporte</strong><br />
e se cultiva a amizade.”<br />
Em Goiânia, as estudantes<br />
Bárbara Cruvinel, de 10 anos,<br />
e Brenda da Silva, de 9 anos,<br />
ganharam tererês nos cabelos,<br />
receberam aplicação de<br />
flúor nos dentes e ainda levaram<br />
gibis para ler em casa.<br />
“O <strong>esporte</strong> é importante para<br />
nosso crescimento e nos ensina<br />
a respeitar as pessoas”,<br />
disse Bárbara.<br />
Na Bahia, onde foram prestados<br />
20 mil atendimentos a<br />
quase 8 mil pessoas, o presidente<br />
do Esporte Clube Vitória,<br />
Luciano Pereira, disse ter ido ao<br />
evento com a intenção de descobrir<br />
novos talentos, e conseguiu:<br />
“Já selecionei um garoto<br />
de 11 anos. Ele tem qualidades<br />
admiráveis como jogador de futebol”,<br />
comemorou.<br />
No Distrito Federal, Rute<br />
Mariano da Silva Santos reuniu<br />
13 pessoas para participar<br />
do Esporte Cidadania. “Quero<br />
que as crianças aproveitem<br />
esse dia de lazer e <strong>esporte</strong>s;<br />
além disso, vou levá-las ao<br />
dentista e ao oftalmologista”,<br />
comentou a trabalhadora.<br />
3<br />
Porta aberta para a<br />
responsabilidade <strong>social</strong><br />
“Toda a experiência do SESI em<br />
promover atividades esportivas voltadas<br />
para o trabalhador da indústria e<br />
dependentes, aliada à capilaridade da<br />
entidade, que tem unidades em todo<br />
o território nacional, contribui para o<br />
êxito do Esporte Cidadania”, diz Alex<br />
Mansur, gerente-executivo da Unidade<br />
de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento<br />
da entidade.<br />
O diretor da Central Globo de Comunicação,<br />
Luis Horta Barbosa Erlanger,<br />
conta que a idéia surgiu com a realização<br />
dos Jogos Pan-Americanos no<br />
Brasil. O evento despertou o desejo de<br />
promover a cultura da inserção <strong>social</strong><br />
por meio do <strong>esporte</strong>, ação que transcende<br />
a competição de alto nível.<br />
“Todos conhecemos os enormes<br />
desafios sociais em nosso País e sabemos<br />
o quanto o <strong>esporte</strong> pode ser um<br />
caminho para a integração e formação<br />
de valores fortes e construtivos para<br />
todos, abrangendo um número grande<br />
de pessoas”, afirma. Uma demonstração<br />
disso, aponta, é o engajamento de<br />
atletas de ponta como o judoca Flávio<br />
Canto, a ginasta Daiane dos Santos, o<br />
ex-nadador Gustavo Borges e o ex-jogador<br />
de vôlei Giovanni Gavio na primeira<br />
campanha da Rede Globo sobre os Jogos<br />
Pan-Americanos, voluntariamente, sem<br />
cobrança de cachê.<br />
A escolha do SESI como parceiro<br />
nessa iniciativa, segundo Erlanger, foi<br />
natural. “Um projeto dessa envergadura<br />
precisa de um parceiro com alcance nacional,<br />
que trabalhe com a formação do<br />
cidadão e que tenha foco em responsabilidade<br />
<strong>social</strong>”, avalia, ressaltando o<br />
trabalho realizado no Ação Global: “um<br />
projeto de sucesso indiscutível e de<br />
larga escala”. O SESI, acrescenta, tem<br />
infra-estrutura, experiência e vocação<br />
para esse tipo de iniciativa.<br />
O Ação Global foi promovido pela<br />
primeira vez há 14 anos, e inspirou<br />
ações idênticas do poder público e de<br />
empresas privadas em diversos Estados<br />
e municípios, lembra o diretor da Rede<br />
Globo. “A combinação <strong>esporte</strong>/inclusão<br />
<strong>social</strong> é valiosa, eficaz, fácil de ser multiplicada,<br />
podendo ser desenvolvida de<br />
diversas formas”, afirma.<br />
Para a direção do SESI a expectativa<br />
é que o Esporte Cidadania se<br />
consolide como uma solução para as<br />
indústrias interessadas em exercer a<br />
responsabilidade <strong>social</strong> empresarial.<br />
Essa iniciativa, cujas atividades são<br />
desenvolvidas em um único dia, pode<br />
ser ponto de partida para projetos sociais<br />
mais duradouros.<br />
A expectativa é que, após a realização<br />
do evento, empresas optem por<br />
desenvolver projetos sociais em suas<br />
comunidades para beneficiar especialmente<br />
crianças e adolescentes excluídos<br />
<strong>social</strong>mente. “Essa população, além<br />
de enfrentar as carências decorrentes<br />
da condição <strong>social</strong> vulnerável, ainda<br />
se depara com dificuldades de acesso<br />
aos espaços e equipamentos públicos<br />
para atividades esportivas e de lazer,<br />
fundamentais para o desenvolvimento<br />
físico e emocional”, conclui Mansur.<br />
13
DANÇA<br />
Talento nacional<br />
Melhores bailarinos do Brasil se apresentam em São Paulo<br />
MAURO KURY<br />
O Panorama SESI de Dança<br />
2006, realizado em fevereiro,<br />
na capital paulista, reuniu em<br />
dez apresentações nove companhias<br />
de diferentes regiões,<br />
numa demonstração da alta<br />
qualidade da dança contemporânea<br />
no Brasil.<br />
O evento valorizou a produção<br />
nacional. “Os brasileiros<br />
estiveram em cena com todo<br />
seu vigor, potencial e multiplicidade”,<br />
definiu a jornalista e<br />
crítica Ana Francisca Ponzio,<br />
diretora artística do programa.<br />
Para a sexta edição do Panorama,<br />
que foi apresentado<br />
no Teatro Popular do SESI,<br />
os organizadores trouxeram<br />
companhias que mostram a<br />
evolução e o desenvolvimento<br />
do balé no País. Os bailarinos<br />
brasileiros estão, indiscutivelmente,<br />
entre os melhores<br />
e mais expressivos do mundo<br />
e alguns deles tornaram-se<br />
referência em companhias<br />
ou épocas distintas, segundo<br />
Ana Francisca.<br />
IMPORTÂNCIA HISTÓRICA<br />
Uma dessas referências é<br />
Regina Advento, que marcou o<br />
encerramento das apresentações<br />
como criadora e intérprete<br />
solista do espetáculo Trilhas<br />
dos Sonhos - Traumpfade. “Em<br />
um novo momento de sua trajetória,<br />
Regina proporcionou<br />
ao público um reencontro com<br />
uma artista notável”, ressalta<br />
Ana Francisca. Regina atuou<br />
no Grupo Corpo, entre 1984<br />
e 1990. Depois, ingressou no<br />
Tanztheater Wuppertal, a companhia<br />
de Pina Bausch, cujo<br />
elenco tem importância histórica<br />
mundial nessa arte.<br />
Três companhias lideradas<br />
por Márcia Milhazes, Ana Vitória<br />
e Paulo Caldas representaram<br />
o Rio de Janeiro, que foi o<br />
destaque nessa edição do Panorama.<br />
O foco nessas companhias,<br />
explica Ana Francisca,<br />
se deve à expansão considerável<br />
da produção de dança do<br />
Rio, nos últimos dez anos. Ana<br />
Vitória abriu as apresentações<br />
com a estréia, em São Paulo,<br />
do espetáculo O Exercício de<br />
Dom Quixote, considerado um<br />
dos melhores da cena carioca<br />
em 2005.<br />
O Estado anfitrião das apresentações<br />
esteve representado<br />
por dois jovens elencos: um, o<br />
J. Garcia & Cia, criado por seu<br />
diretor Jorge Garcia, bailarino<br />
14
e coreógrafo, e o outro, formado<br />
pelo diretor e coreógrafo<br />
Ângelo Madureira e Ana Catarina<br />
Vieira, que atuaram no espetáculo<br />
Como.<br />
“Apesar das abordagens diversas,<br />
ambas companhias estão<br />
empenhadas em expandir os<br />
diálogos entre cultura popular e<br />
dança contemporânea”, assinala<br />
Ana Francisca. O Balé da Cidade<br />
de São Paulo completou as<br />
apresentações paulistas.<br />
Os mineiros também se destacaram<br />
na programação com a<br />
performance da Cia. Mário Nascimento,<br />
sediada em Belo Horizonte,<br />
mas muito articulada<br />
com São Paulo, onde mora seu<br />
mentor musical, Fábio Cardia.<br />
O Panorama é uma iniciativa<br />
do SESI São Paulo e que<br />
chega à sexta edição com o objetivo,<br />
segundo Ana Francisca,<br />
de difundir e valorizar a dança<br />
contemporânea brasileira, estimular<br />
intercâmbios, inclusive<br />
internacionais, atrair público e<br />
expandir platéias.<br />
Para Tereza Cristina de Souza<br />
Grell, diretora de Desenvolvimento<br />
Sociocultural do SESI-<br />
SP, a curadoria de um evento<br />
desse porte é o fator decisivo<br />
para o sucesso. “Todos os anos,<br />
para a realização do Panorama<br />
temos uma grande preocupação<br />
na definição da curadoria<br />
– uma condução tecnicamente<br />
competente, profissional e<br />
sensível favorece a apresentação<br />
das infinitas possibilidades<br />
da dança contemporânea”,<br />
concluiu a diretora.<br />
SÍLVIA MACHADO<br />
ROBSON DRUMOND<br />
15
SISTEMA INDÚSTRIA<br />
IEL<br />
Consciência e qualidade<br />
DIVULGAÇÃO: ASTERUSSAS<br />
Até pouco tempo atrás, em Russas, o maior pólo de cerâmica<br />
vermelha do Ceará, fumaça, desmatamento e erosão<br />
eram sinais de um mal necessário e o preço para manter<br />
a principal atividade econômica dos 88 pequenos e micro<br />
fabricantes de telhas do município – responsável por 27%<br />
da produção do Estado. Esses empreendedores não imaginavam<br />
que equipamentos, novas tecnologias e consultoria<br />
gerencial pudessem estar ao alcance deles ou que buscar<br />
solução para problemas ambientais resultaria em redução<br />
de custos, além de garantia de manutenção da atividade<br />
por muito mais tempo.<br />
O futuro dessas pessoas começou a mudar quando o IEL<br />
levou para Russas o Programa de Apoio à Competitividade<br />
das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), fruto de parceria<br />
entre CNI e Sebrae.<br />
Em 2002, o IEL, coordenador do Procompi no Ceará, começara<br />
um estudo da situação desses ceramistas, já prevendo<br />
melhoras com a participação dos próprios interessados<br />
para impulsionar o setor e estimular as ações coletivas,<br />
implantando com eles um arranjo produtivo local (APL) com<br />
competência para elaborar e executar um projeto voltado<br />
para o desenvolvimento sustentável.<br />
A iniciativa gerou a Associação dos Fabricantes de Telhas<br />
de Russas (AsteRussas), com 19 integrantes. Em pouco<br />
tempo ganharam força, acesso a financiamento, cursos e<br />
consultoria tecnológica, reduzindo custos e aumentando a<br />
qualidade do produto. Logo no início, o consumo de lenha<br />
diminuiu em média 20% e os custos globais caíram 4%,<br />
enquanto o percentual de obtenção de telhas de primeira<br />
qualidade aumentou. A expectativa é chegar a 30% de redução<br />
de custos quando o projeto estiver concluído.<br />
Apesar do entusiasmo com as conquistas já obtidas, os<br />
ceramistas da AsteRussas (foto), por unanimidade, consideram<br />
como mais importante resultado do trabalho do IEL<br />
a conscientização das vantagens do associativismo e da<br />
necessidade de controlar a qualidade do produto.<br />
JOSÉ PAULO LACERDA<br />
SENAI<br />
A nossa olimpíada<br />
A Olimpíada do Conhecimento,<br />
organizada pelo<br />
SENAI, no Recife (PE), de<br />
6 a 14 de março, com mais<br />
de 500 competidores e um<br />
público estimado em 200<br />
mil pessoas, mostrou como<br />
a educação profissional é<br />
fundamental para a inovação<br />
da indústria. Na Praça<br />
da Cidadania foram prestados<br />
95 mil atendimentos,<br />
entre os serviços do SESI<br />
e os minicursos oferecidos<br />
pelo SENAI e outras entidades<br />
do Sistema S.<br />
José Manuel de Aguiar Martins,<br />
diretor-geral do SENAI, diz<br />
que esta edição foi a maior<br />
já realizada. “Não foi só pelo<br />
tamanho e pelo recorde de<br />
público, mas também pelos<br />
avanços de tecnologia mostrados.<br />
Além dos equipamentos<br />
de última geração usados<br />
nas competições, as provas<br />
seguiram os padrões internacionais,<br />
adotados na World<br />
Skills”, disse.<br />
O SENAI São Paulo levou<br />
o maior número de medalhas:<br />
15 de ouro, 7 de prata e 5 de<br />
bronze. Pernambuco, com 3<br />
medalhas de ouro, 2 de prata<br />
e 6 de bronze, obteve o melhor<br />
desempenho entre os Estados<br />
do Nordeste. Minas Gerais levou<br />
3 medalhas de ouro, 12<br />
de prata e 7 de bronze. O Rio<br />
Grande do Sul, 5 de ouro, 2 de<br />
prata e 4 de bronze.<br />
O título de Melhor Aluno<br />
da Olimpíada teve de<br />
ser atribuído a quatro estudantes<br />
do Paraná e de São<br />
Paulo, pois todos atingiram<br />
100% de acerto nas provas.<br />
Stephanie Schafer Köck<br />
Neto, paranaense, da área de<br />
Design de Moda e Vestuário,<br />
mais os paulistas Fabrício<br />
de Souza Medeiros, Rodrigo<br />
Ferreira de Souza e Martin<br />
de Oliveira, alunos de Robótica<br />
Industrial (foto), foram<br />
os vencedores. No Torneio<br />
Mecatrônica das Américas,<br />
o Brasil conquistou o ouro<br />
com Everton Toigo e Felipe<br />
Mendonça Trindade, alunos<br />
do Rio Grande do Sul. Foram<br />
entregues também medalhas<br />
de honra ao mérito para oito<br />
categorias demonstrativas.<br />
16