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Em ação Boletim <strong>ActionAid</strong> :: Dezembro 2008 :: Edição n 0 4<br />

©Mariana Leal /<strong>ActionAid</strong>/<strong>Brasil</strong><br />

Neusa de Oliveira, doadora da <strong>ActionAid</strong>, conhece a criança que apadrinha em visita à Cidade de Deus, no Rio<br />

• Educação ambiental não é brincadeira<br />

Crianças de Orobó fundam Clubes da Árvore<br />

para preservar a natureza<br />

P2<br />

• Vencer a pobreza, juntos!<br />

Entrevista com Lucimara Letelier da<br />

<strong>ActionAid</strong><br />

P4<br />

• Solidariedade a mil<br />

<strong>ActionAid</strong> alcança mais de mil doadores<br />

brasileiros<br />

P3<br />

• Música e futebol pelo fim da fome<br />

A mobilização da Campanha AlimentAÇÃO -<br />

Direito de Todos continua<br />

P4<br />

Rua Morais e Vale, 111/5º andar, CEP 20.021-260 - Centro - Rio de Janeiro.<br />

Telefone (55 21) 2189-4600 Fax (55 21) 2189-4612<br />

www.actionaid.org.br


Educação ambiental não é brincadeira<br />

Crianças de Orobó fundam Clubes da Árvore para preservar a natureza<br />

Consciência ecológica<br />

©Mariana Leal /<strong>ActionAid</strong>/<strong>Brasil</strong><br />

Tainara (no alto, à esquerda) e as crianças do clubinho de Pirauá<br />

Aquecimento global, queimadas, transmissão<br />

da dengue e reciclagem de lixo são alguns dos<br />

assuntos de gente grande que são debatidos pelas<br />

turmas de crianças que fazem parte dos Clubinhos<br />

da Árvore, criados pela Comsef, organização<br />

parceira da <strong>ActionAid</strong>, em seis comunidades do<br />

município de Orobó, em Pernambuco.<br />

São mais de 600 crianças envolvidas em<br />

atividades de educação ambiental como o cultivo<br />

de hortas, mudas de árvores frutíferas e artesanato<br />

com materiais recicláveis. Tudo começou com<br />

as coletas de mensagem das crianças para<br />

os doadores da <strong>ActionAid</strong>, organizadas pela<br />

Comsef.<br />

“A gente pensou em fazer um trabalho mais<br />

continuado que pudesse desenvolver temas como<br />

educação ambiental, direitos e que durasse o ano<br />

todo”, conta Zorayde Lourenço, coordenadora do<br />

projeto na Comsef.<br />

Em 2006, foi criado o primeiro clubinho. No ano<br />

seguinte, as crianças de outras três comunidades<br />

e seus pais se animaram e também criaram os<br />

seus próprios clubinhos.<br />

Cada clubinho é composto pelas crianças e<br />

jovens, possui estatuto próprio e diretoria eleita<br />

com presidente, vice-presidente e secretária e se<br />

reúne aos sábados, a cada 15 dias. O objetivo é<br />

aumentar a consciência de todos na comunidade<br />

sobre os cuidados com o meio ambiente.<br />

“Para poder preservar a natureza, tem que saber<br />

como. O primeiro passo é saber o que cada um<br />

pode fazer: não poluir, não fazer queimadas, não<br />

desmatar e plantar árvores”, conta Tainara Gomes<br />

da Silva, 13 anos, coordenadora do clubinho<br />

Salva o Meio Ambiente, de Pirauá.<br />

Desde os 4 anos de idade, Tainara participa<br />

do Apadrinhamento da <strong>ActionAid</strong> e escreve<br />

mensagens para o doador com quem está<br />

vinculada. Ela começou a fazer parte do clubinho<br />

de Piruá e chamou a atenção por sua capacidade<br />

de liderança.<br />

“Os clubinhos não são só brincadeira. Aos poucos,<br />

vão discutindo o que é educação de qualidade, o<br />

que é saúde de qualidade e o que são os direitos.<br />

Se quando são crianças já estão falando nisso,<br />

imagina quando ficarem jovens e adultos Os<br />

poderes públicos que se cuidem!”, avalia José<br />

Francisco da Silva, diretor da Comsef.<br />

A lição aprendida pelas crianças extrapola o<br />

espaço dos clubinhos e é levada para casa.<br />

“Muitos pais aprendem com os filhos que não<br />

podem desmatar e que se derrubarem uma<br />

árvore, devem plantar outra”, conta Maria Anália<br />

Gomes da Silva, mãe de Tainara.<br />

As atividades dos clubinhos, como os viveiros de<br />

mudas de árvores frutíferas, combinam-se com o<br />

sistema de produção agroecológica difundido na<br />

região pela Comsef em parceria com a <strong>ActionAid</strong>,<br />

que possibilita ao agricultor familiar uma produção<br />

ambientalmente sustentável, sem agrotóxicos.<br />

“Apoiar essa iniciativa significa mudar a vida<br />

de pessoas que durante muitos anos foram<br />

preconceituosamente taxadas de sem cultura<br />

e poluidoras do meio ambiente. As crianças<br />

aprendem o valor de serem agricultores, que<br />

abandonar o campo pode ser uma grande ilusão,<br />

que têm direitos e que devem se organizar para<br />

alcançá-los”, analisa Ana Paula Ferreira, da<br />

<strong>ActionAid</strong>.<br />

• Em ação:: boletim trimestral da <strong>ActionAid</strong>, ano I, nº 4 - Dezembro/2008 • Tiragem:: 3.000 exemplares • E q u i p e<br />

<strong>ActionAid</strong>:: Coordenadora Executiva: Rosana Heringer Coordenação Editorial: Glauce Arzua, Lucimara<br />

Letelier e Rosana Heringer Coordenadora de Comunicação: Glauce Arzua Jornalista responsável: M a r i a n a<br />

Leal (DRT 33860/99) • Fotos:: Mariana Leal e divulgação. • Diagramação:: PSIKHEdesign • Impressão:: Grafitto<br />

2<br />

Rua Morais e Vale, 111/5º andar, CEP 20.021-260 - Centro - Rio de Janeiro.<br />

Telefone (55 21) 2189-4600 Fax (55 21) 2189-4612


©Mariana Leal /<strong>ActionAid</strong>/<strong>Brasil</strong><br />

Solidariedade a mil<br />

<strong>ActionAid</strong> alcança mais de mil doadores brasileiros<br />

negação de direitos básicos, como acesso à alimentação<br />

e à educação. O índice é calculado levando em conta<br />

o produto interno bruto, a longevidade e a educação.<br />

Quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento<br />

humano da região.<br />

Em locais como Carnaubeira da Penha, por exemplo,<br />

cerca de 95% das crianças vivem em famílias com renda<br />

menor do que meio salário mínimo.<br />

Doadores reunidos para uma das duas visitas organizadas anualmente<br />

A solidariedade dos mais de mil brasileiros que em<br />

2008 começaram a doar por meio do Apadrinhamento<br />

da <strong>ActionAid</strong> está beneficiando crianças, suas famílias<br />

e as comunidades pobres onde vivem no sertão de<br />

Pernambuco, no Norte de Minas Gerais, no Maranhão,<br />

no Pará e no Rio de Janeiro.<br />

Esse é o resultado parcial da campanha Mude uma vida,<br />

mude o mundo que a <strong>ActionAid</strong> divulgou em canais de<br />

TV por assinatura, internet e por mala direta ao longo de<br />

2008.<br />

“A situação das pessoas que precisam ser ajudadas é real.<br />

A proposta de solução apresentada pela <strong>ActionAid</strong> e seus<br />

parceiros locais é real. E o impacto do trabalho é efetivo”,<br />

afirma Lucimara Letelier, coordenadora da Captação de<br />

Recursos da <strong>ActionAid</strong>.<br />

Os mais pobres entre os pobres<br />

As comunidades que recebem os recursos de doadores<br />

brasileiros estão entre as mais empobrecidas do <strong>Brasil</strong>.<br />

Enquanto o índice de desenvolvimento humano (IDH)<br />

nacional é 0,79 e tem melhorado a cada ano, nos municípios<br />

escolhidos esse indicador mostra uma situação clara de<br />

Município<br />

Carnaubeira da Penha,<br />

PE<br />

São João das Missões,<br />

MG<br />

São Domingos do<br />

Araguaia, PA<br />

IDH<br />

IDH<br />

do estado<br />

Organização<br />

parceira da<br />

<strong>ActionAid</strong><br />

0,53 0,7 Conviver<br />

0,54 0,69 CAA<br />

0,54 0,72 MIQCB<br />

Ibiracatu, MG 0,52 0,69 CAA<br />

Peritoró, MA 0,43 0,63 MMTR<br />

Santa Ines, MA 0,59 0,63 MMTR<br />

Santa Luzia, MA 0,51 0,63 MMTR<br />

Rosário, MA 0,54 0,63 MMTR<br />

Cidade de Deus, RJ 0,75 0,8 Ceacc<br />

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no <strong>Brasil</strong>, PNUD 1997-2000.<br />

“A gente sofre quando amanhece o dia e os filhos choram<br />

de fome. Dói o coração de não ter o que dar. Aqui é um<br />

lugar que as pessoas não têm nada”, conta Sandra da<br />

Conceição, 23 anos, que vive com o marido e os três filhos<br />

em Carnaubeira. O trabalho da <strong>ActionAid</strong>, em parceria<br />

com a Conviver, está começando na comunidade e o<br />

primeiro passo é a construção de barragens para garantir<br />

o acesso à água.<br />

Chegando mais perto<br />

Há alguns meses, Neusa de Oliveira decidiu apostar em um<br />

futuro melhor para as crianças que vivem em comunidades<br />

pobres no <strong>Brasil</strong> ao participar do Apadrinhamento da<br />

<strong>ActionAid</strong>. No final de agosto, ela pôde sentir a emoção<br />

de conhecer pessoalmente o menino Renan Chagas, 7<br />

anos, que vive na Cidade de Deus, comunidade pobre na<br />

Zona Oeste do Rio de Janeiro.<br />

“Já contribuí com muitos projetos sociais e também<br />

já me decepcionei muito. Hoje tive a oportunidade de<br />

conhecer a criança com quem estou vinculada por meio<br />

do Apadrinhamento. Esse tipo de experiência me faz ter<br />

cada vez mais certeza de que o ser humano vale a pena!”,<br />

disse Neusa.<br />

Com um sorriso e um abraço eles tornaram o vínculo<br />

solidário que os une ainda mais forte. Foi a primeira visita<br />

de doadores brasileiros a um projeto de desenvolvimento<br />

local apoiado pela <strong>ActionAid</strong>.<br />

No Rio de Janeiro, os doadores visitaram o Ceacc (Centro<br />

de Estudos e Ações Culturais e de Cidadania) e, em São<br />

Paulo, a visita aconteceu em UNAS (União de Núcleos,<br />

Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis<br />

e São João Clímaco).<br />

Durante o encontro, os doadores tiveram a oportunidade<br />

de conhecer de perto as atividades e cursos<br />

desenvolvidos nas comunidades, acesso aos professores<br />

e coordenadores do projeto para esclarecer suas dúvidas<br />

e saber mais sobre o trabalho realizado com crianças e<br />

jovens.<br />

“O elo que conseguimos estabelecer entre pessoas de<br />

classe média com crianças e jovens de comunidades<br />

que convivem com a pobreza é uma oportunidade de<br />

solidariedade e aprendizado para todos nós sobre a<br />

falta de acesso dessas pessoas aos seus direitos mais<br />

fundamentais e as ações concretas para superar isto”,<br />

diz Lucimara Letelier, Coordenadora de Captação da<br />

<strong>ActionAid</strong>.<br />

Rua Morais e Vale, 111/5º andar, CEP 20.021-260 - Centro - Rio de Janeiro.<br />

Telefone (55 21) 2189-4600 Fax (55 21) 2189-4612<br />

3


Vencer a pobreza, juntos!<br />

<strong>ActionAid</strong> celebra resultados do Apadrinhamento no <strong>Brasil</strong><br />

© Arquivo Pessoal<br />

Em 2007, a <strong>ActionAid</strong><br />

iniciou um trabalho de<br />

captação de recursos<br />

com doadores brasileiros<br />

pelo Apadrinhamento.<br />

Em 2008, mais de mil<br />

doadores se juntaram<br />

à c a u s a . L u c i m a r a<br />

Letelier, coordenadora<br />

da área de captação de<br />

recursos, explica porque<br />

a c o l a b o r a ç ã o d o s<br />

brasileiros é estratégica<br />

para combater a pobreza.<br />

O que muda na captação de recursos da <strong>ActionAid</strong><br />

com a entrada de doadores brasileiros<br />

LL - O apoio de brasileiros torna possível a cidadãos de<br />

classe média contribuírem para alternativas sustentáveis<br />

à desigualdade que vivemos em nosso país. Os próprios<br />

doadores demonstram que o retorno que eles têm é<br />

imenso pela oportunidade de conhecer, aprender e<br />

se envolver com causas e pessoas com as quais não<br />

poderiam, sem sua doação à <strong>ActionAid</strong>.<br />

Captar recursos com indivíduos no <strong>Brasil</strong> é<br />

uma tendência entre as organizações não<br />

governamentais<br />

LL - Muitas organizações passam agora por esta transição<br />

para captação nacional, considerando que a economia do<br />

país está melhorando. Assim, temos de buscar o estímulo à<br />

solidariedade em nosso próprio país ao invés de depender<br />

dos doadores que vivem em países desenvolvidos. Isso<br />

acontece em outros países emergentes onde a <strong>ActionAid</strong><br />

atua como a China, a Tailândia e a Índia.<br />

Quais são os principais desafios para captar no<br />

<strong>Brasil</strong><br />

LL - Temos grandes desafi os. Há uma percepção<br />

equivocada sobre a pobreza no <strong>Brasil</strong>. Aqueles que<br />

podem doar, muitas vezes não doam porque não têm<br />

idéia da realidade dos brasileiros mais pobres. É preciso<br />

revelar os fatos para que trabalhem conosco e com as<br />

comunidades pobres e, juntos, mudemos o país para<br />

melhor. Também devemos contribuir para que as pessoas<br />

vejam que existem ONGs sérias, que fazem um verdadeiro<br />

trabalho de transformação social junto às pessoas pobres;<br />

e fazer com que mais pessoas entendam que é preciso<br />

que todos assumam o compromisso de mudar o mundo,<br />

por meio da garantia de direitos humanos fundamentais.<br />

Música e Futebol por um mundo sem fome<br />

Em 2008, o ano em que o preço dos alimentos disparou, aumentando o número de pessoas<br />

com fome no mundo para 950 milhões, a Campanha AlimentAÇÃO - Direito de Todos mobilizou<br />

a sociedade brasileira por meio de duas paixões nacionais: música e futebol.<br />

No Maracanã, no Rio de Janeiro, aconteceu a primeira ação da campanha, antes de uma<br />

partida clássica do futebol carioca, Fluminense x Vasco (2/11). Cerca de 4 mil mini-banners<br />

foram abertos pelos integrantes da torcida para difundir a mensagem de que é preciso que<br />

as pessoas pressionem os governos para acabar com a fome no <strong>Brasil</strong> e no mundo.<br />

Em novembro, quem foi ao festival de música independente Bota pra Fazer Música,<br />

organizado pelo Grupo Matriz, pôde engrossar o coro pedindo um mundo sem fome pelo<br />

site www.hungerfreeplanet.org/br ou mandando o recado em pratos de papel.<br />

No dia 5 de dezembro, a mobilização continuou, antecipando as comemorações dos 60 anos<br />

da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12), durante o show da banda Batuque<br />

na Cozinha no Teatro Odisséia, no Rio de Janeiro. As mensagens pelo fim da fome foram<br />

projetadas nas paredes da casa de shows com uma tecnologia inovadora de grafite de luz.<br />

INDIQUE UM AMIGO! Neste Natal e Ano Novo, renove as esperanças de um mundo melhor para<br />

todos. Basta indicar um amigo para apadrinhar uma criança.<br />

Convide seus amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho e mande para nós o contato.<br />

Com mais doadores, mais crianças e comunidades serão benefi ciadas!<br />

Ligue para (21) 2189-4654 ou mande um e-mail para atendimento@actionaid.org.<br />

Aproveitamos para desejar Boas Festas e Feliz Ano Novo!

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