Editorial - Faculdade de Enfermagem - Uerj

Editorial
A Revista Enfermagem Uerj encerra seu volume
17 com imensa alegria e responsabilidade. Isto porque
na avaliação de impacto da base CUIDEN-
CIBERINDEX, divulgada recentemente, nosso periódico
aparece como o melhor classificado, registrando
um índice RIC = 1,7647 (http://www.index-f.com/cuiden_cit/citacion.php). Nesse resultado de avaliação
está incluída a aprovação do trabalho árduo e produtivo de toda a equipe de editoração.
Reconhecemos que tal condição, no entanto, jamais poderia ser alcançada sem a valiosa contribuição dos
autores que nos procuram com textos de excelente qualidade, quer no campo temático quer na forma e apresentação.
Do mesmo modo, registramos o inestimável trabalho dos Consultores Ad hoc e dos integrantes do
Conselho Editorial cujo empenho e esforço permitiram uma criteriosa seleção dos textos publicados em cada
fascículo.
Por fim, foram os leitores e pesquisadores que, servindo-se do material publicado em nosso periódico para seus
estudos e nos honrando com suas citações, fizeram esta marca ser alcançada.
Este resultado é também um indicativo de que nossa decisão de aumentar o número de artigos publicados
anualmente, a partir de 2009, foi acertada. Aumentamos as oportunidades para os autores e para os leitores e
fechamos o 17º volume da coleção com 98 artigos publicados, 18 a mais que nos anos anteriores.
A Revista Enfermagem UERJ reafirma seu compromisso junto à comunidade acadêmica e científica em viabilizar
espaços para divulgação do conhecimento produzido, com qualidade editorial, pontualidade e regularidade.
Estas são características indispensáveis a um periódico científico que permanentemente procura assegurar a
confiabilidade de seu público.
Octavio Muniz da Costa Vargens
Editor Científico
ra para o seu desenvolvimento, tem poucas possibilidades de crescimento e de responder às necessidades colocadas
pela sociedade. O processo de trabalho na pós-graduação passa, na atualidade, por uma concepção de
trabalho coletivo, o que coloca problemas e dificuldades para o seu crescimento.
Segundo dados de estudo realizado através de uma parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
do Rio de Janeiro (FAPERJ) e a Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz, coordenado
pela pesquisadora Marilene de Castilho Sá 1 , entre o final da década de 1990 e o ano de 2008, o número de
programas de pós-graduação fluminenses teve um aumento considerável. Com 334 programas de pós-graduação,
em 41 instituições, englobando 283 cursos de mestrado acadêmico, 50 de mestrados profissionais e 193
cursos de doutorado, o Estado do Rio de Janeiro fica em segundo lugar em número de cursos no país, atrás
apenas de São Paulo.
Esses números apontam, por um lado, o fortalecimento da participação do Rio de Janeiro no ensino pós-graduado
e, por outro, a permanência de assimetrias entre as regiões brasileiras, evidenciando a concentração desses
programas na Região Sudeste.
Foi com base nessas reflexões que o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Faculdade de
Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ), criado em 1999, constituiu as bases
para a criação do seu Curso de Doutorado. O PPGENF está completando, em 2009, 10 anos de atividades de
formação e pesquisa ininterruptas; obteve nota 4 no triênio 2004-2006, quando passou a enfrentar o desafio da
constituição do seu Curso de Doutorado, finalmente aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Ensino Superior (CAPES) em julho do presente ano.
A construção dessa proposta implicou na identificação das tendências seguidas pelo PPGENF ao longo dos
Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 out/dez; 17(4):465-6. • p.465
últimos anos, especialmente no que se refere à produção científica e às atividades de formação. A partir das
tendências caracterizadas foram traçados os compromissos objetivos e o perfil filosófico, com os quais o

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PPGENF vem se comprometendo ao longo dos seus 10 anos de existência. Isto permitiu delinear as características
definidoras do seu Curso de Doutorado, sendo elas: abordagem social e psicossocial do processo saúdedoença;
conhecimento produzido a partir principalmente das ciências humanas e sociais; atuação baseada na
interdisciplinaridade; orientado pela Agenda de Prioridades em Pesquisa no Brasil; orientado pelas demandas
do Sistema Único de Saúde; integração com o ensino de graduação; atuação pedagógica orientada pela perspectiva
histórico-crítica do processo ensino-aprendizagem.
Investir no fortalecimento dos programas de pós-graduação consolidados e em processo de consolidação, como
é o caso do PPGENF/UERJ, significa investir na qualificação da própria Universidade para o seu reconhecimento
no campo científico, nos cenários nacional e internacional, de forma a permitir que os seus programas
alcancem cada vez mais um nível de excelência. A constituição do segundo Curso de Doutorado em Enfermagem
do Rio de Janeiro contou com o apoio incondicional da atual gestão da Faculdade de Enfermagem e da
Universidade.
Um aspecto essencial a ser destacado, uma marca da ação institucional da FENF/UERJ e que permeia as
atividades acadêmicas do Programa de Pós-Graduação, é a busca por uma crescente inserção social e por um
papel transformador nas políticas públicas de saúde. Foi assim por ocasião da formulação e viabilização do
Sistema Único de Saúde e é assim ainda hoje, tanto através da formação acadêmica de novos profissionais
quanto pela inserção de nossos quadros nas atividades de gestão do sistema de saúde (seja através da ocupação
de posições administrativas ou assessorias/consultorias a instituições públicas), passando pelo diálogo crescente
com a sociedade civil e o terceiro setor. Essa particularidade, que se coloca como o contexto no qual o
PPGENF/UERJ foi criado, se reflete hoje na sua própria identidade, bem como na caracterização dos egressos
do curso de mestrado.
Cabe destacar que a distribuição regional dos cursos de doutorado em enfermagem no Brasil aponta para as
mesmas assimetrias observadas entre as regiões brasileiras, no conjunto das pós-graduações, evidenciando a
concentração desses programas na Região Sudeste. Conforme dados da última avaliação trianual realizada
pela CAPES: somam-se 15 cursos de doutorado em enfermagem no Brasil, sendo nove localizados no estado de
São Paulo; dois no Rio Grande do Sul; e um curso nos seguintes estados - Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Minas
Gerais e Santa Catarina. A avaliação desses cursos também demonstra a necessidade de investimento para a
sua consolidação: um curso nota 6; seis cursos nota 5; oito cursos nota 4.
Na análise do contexto externo, no que se refere ao impacto e relevância dessa proposta para a pesquisa no País,
destaca-se que a consolidação do PPGENF, com a criação do seu Curso de Doutorado, contribuirá para a
formação de recursos humanos de alto nível em pesquisa em saúde e enfermagem para ao Estado do Rio de
Janeiro e para as regiões próximas, inserindo-se no quadro anterior identificado de crescimento da pósgraduação
fluminense.
O Estado do Rio de Janeiro, conforme apontado, conta apenas com um Curso de Doutorado em Enfermagem
e quatro cursos de mestrado, demonstrando insuficiência de vagas para as necessidades e demandas do próprio
estado e da região, em uma área de conhecimento em expansão.
Por outro lado, o recorte temático característico da identidade do PPGENF/UERJ revela uma faceta da atenção
à saúde ainda pouco explorada em termos de produção do conhecimento em nível mundial, qual seja, o
cuidado em saúde e em enfermagem em uma perspectiva interdisciplinar, que transcende a cura em momentos
de doença ou a prevenção em momentos de saúde, reconfigurando o próprio conceito de saúde e doença num
plano transdisciplinar. Essa temática, como traço distintivo, e a inovação que a acompanha, permitirão que o
PPGENF/UERJ assuma papel de liderança na produção de conhecimento e de tecnologias de trabalho voltadas
para o cuidado em saúde, dirigido tanto a sujeitos quanto a grupos populacionais, abarcando a complexidade
e o desafio da formação inter e transdisciplinar.
Denize Cristina de Oliveira
p.466 • Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2009 out/dez; 17(4):465-6.