Sinapse e Neurotransmissores
Sinapse e Neurotransmissores
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<strong>Sinapse</strong> e <strong>Neurotransmissores</strong><br />
- sinapses<br />
- elétricas<br />
- químicas<br />
<strong>Sinapse</strong>s Elétricas. A<br />
junção comunicante é uma região de aproximação entre duas células, onde as<br />
membranas ficam separadas por um espaço exíguo de cerca de 3 nm. A membrana dessa região, em abas as<br />
células, possui canais iônicos especiais (conexons) formados por seis subunidades protéicas idênticas chamadas<br />
conexinas, que em certas situações se acoplam quimicamente, formando verdadeiros poros de 2 nm de diâmetro.<br />
Nas células acopladas não há propriamente processamento de informação: os potenciais gerados em uma delas<br />
passam quase sem alteração para a outra. Uma vantagem da sinapse elétrica é sua rapidez de transmissão, que<br />
permite a sincronização de numerosas populações de células acopladas.<br />
<strong>Sinapse</strong>s Químicas. Nos vertebrados predominam as sinapses químicas, cuja capacidade de processamento e<br />
informação permitiu maior complexidade funcional ao sistema nervoso. A transmissão sináptica é unidirecional, ou<br />
seja, vai de uma célula pré-sináptica para uma pós-sináptica (terminal axônico dendrito).<br />
Potencial de ação (informação elétrica)<br />
Liberação de <strong>Neurotransmissores</strong> (informação química)<br />
Potencial Pós-Sináptico (informação elétrica)<br />
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- função<br />
- excitatórias potencial pós-sináptico despolarizante<br />
- inibitórias potencial pós-sináptico hiperpolarizante<br />
- axodendríticas<br />
- axossomáticas<br />
- elementos - axoaxônicas<br />
- dendrodendríticas<br />
- sinapses classificadas - somatossomáticas<br />
- membrana pós-sináptica mais<br />
- assimétricas espessa que a membrana pós-sináptica<br />
- morfologia - excitatórias<br />
- simétricas<br />
- as duas membranas mesma espessura<br />
- inibitórias<br />
Etapas de transmissão sináptica:<br />
1- síntese, transporte e armazenamento do neurotransmissor<br />
2- deflagração e controle da liberação de neurotransmissor na fenda sináptica<br />
3- difusão e reconhecimento do neurotransmissor pelo receptor pós-sináptico<br />
4- deflagração do potencial pós-sináptico<br />
5- desativação do neurotransmissor<br />
- um mesmo neurônio pode alojar diversas substâncias que atuam na transmissão sináptica<br />
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- neuromodulador influencia a ação do neurotransmissor sem modifica-la essencialmente, ou seja, modula a<br />
transmissão sináptica<br />
- aminoácidos<br />
- neurotransmissores - aminas<br />
- purinas<br />
- neuromoduladores<br />
- peptídeos<br />
- gases<br />
Como se sabe, os potenciais de ação chegam ao terminal sináptico na forma de ondas de despolarização da<br />
membrana, que alcançam também a região onde se encontram as zonas ativas, aquelas pequenas estruturas cônicas<br />
existentes na face interna do terminal. Constatou-se que essa região da membrana é muito rica em canais de Ca ++ , e<br />
que esses canais são dependentes de voltagem. Isso significa que a despolarização que ocorre durante os PÁs<br />
provoca a abertura dos canais e passagem de íons Ca ++ em grande quantidade para o interior do terminal.<br />
O fenômeno que se observa a seguir, causado pelo aumento da concentração intracelular de Ca ++ , é chamado<br />
exocitose e consiste na fusão da membrana das vesículas com a face interna da membrana do terminal sináptico.<br />
Tanto maior será o o número de vesículas e grânulos que sofrerão exocitose quanto mais prolongada a<br />
despolarização provocada pelos PAs, ou seja, quanto maior a freqüência dos PAs que chegam ao terminal. Trata-se<br />
de uma conversão „‟digital-analógica‟‟, já que consiste na passagem de um código digital, com base na freqüência<br />
de um sinal elétrico invariável (o PA) para um código analógico, com base na amplitude de um sinal químico<br />
variável (a quantidade de moléculas de neurotransmissor).<br />
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- complexo molecular de natureza protéica, embutido geralmente na membrana pós-sináptica<br />
e capaz de estabelece uma ligação química específica com um neurotransmissor ou um<br />
neuromodulador. A reação química entre o neurotransmissor e o seu receptor é que provoca<br />
o potencial pós-sináptico<br />
- receptores<br />
- 2 classes*<br />
- ionotrópicos canais iônicos dependentes de voltagem<br />
- metabotrópicos ligados a sistemas de segundos-mensageiros<br />
*Além do mecanismo, há uma diferença importante entre a operação dos receptores ionotrópicos e a dos<br />
metabotrópicos: a velocidade de ação. A ação dos receptores ionotrópicos é muito mais rápida do que a dos<br />
metabotrópicos, que podem levar até dias para se manifestarem.<br />
- ativação{ canal iônico<br />
- potencial pós-sináptico excitatório (PPSE) despolarização ( Na+ intracelular)<br />
- potencial pós-sináptico inibitório (PPSI) hiperpolarização ( Cl - ou K + intra)<br />
- receptores<br />
- receptores despolarizantes excitatórios<br />
- canal Na + , K + , Ca ++<br />
- NMDA - atua lentamente<br />
- dependente de voltagem<br />
- glutamatérgicos - ionotrópicos - despolarização retira Mg ++ { receptor<br />
- canal{ Na + , K +<br />
- não-NMDA<br />
- atua com rapidez<br />
- metabotrópico<br />
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- receptores hiperpolarizantes inibitórios<br />
- ionotrópico<br />
- gabaérgicos - GABAa<br />
- canal de Cl -<br />
- GABAb metabotrópico<br />
Receptores Metabotrópicos. Como os receptores metabotrópicos não são canais iônicos, a transmissão da<br />
mensagem química se exerce indiretamente, isto é, através de reações químicas intracelulares que podem fosforilar<br />
canais iônicos independentes do receptor situados nas regiões adjacentes da membrana, ou então provocar outros<br />
efeitos. Na maioria dos casos, essas reações intracelulares são iniciadas por uma molécula intermediária ancorada<br />
ao receptor pela face interna da membrana pós-sináptica, chamada proteína G, a “proteína que liga GTP”. Na<br />
situação de “repouso”, a proteína G tem três subunidades (α, β e γ) com uma molécula de GDP ligada à subunidade<br />
α. Quando o neurotransmissor ou o neuromodulador mudam a conformação alostérica do receptor, a proteína G<br />
libera o seu GDP e o substitui por um GTP retirado do citossol. A incorporação do GTP separa a subunidade α do<br />
complexo, e esta “desliza” internamente na membrana até encontrar nas proximidades outras proteínas integrais da<br />
membrana, que realizam diferentes funções. Estas últimas são chamadas proteínas efetoras, porque são elas que<br />
vão completar o efeito da transmissão sináptica, seja transformando a mensagem química em um potencial póssináptico,<br />
seja provocando reações bioquímicas diversas no neurônio pós-sináptico, que influenciarão de maneira<br />
indireta a transmissão.<br />
Além do mecanismo, há uma diferença importante entre a operação dos receptores ionotrópicos e a dos<br />
metabotrópicos: a velocidade de ação. No primeiro caso, quando o neurotransmissor se liga ao receptor, em menos<br />
de 1 milissegundo já aparece um potencial sináptico. No segundo, esse tempo se estende a dezenas de<br />
milissegundos. A ação dos receptores metabotrópicos que utilizam segundos mensageiros, e dos que utilizam a<br />
tirosina-quinase, é ainda mais lenta. Pode nem mesmo chegar a ativar canais iônicos, e seu efeito se torna<br />
altamente indireto, através da regulação do neurônio pós-sináptico. Neste caso falamos de neuromodulação, e<br />
chamamos de neuromoduladores os ligantes desses receptores.<br />
- proteína G<br />
ativação adenilato-ciclase ↑ AMPc ativação PKA<br />
↑ IP3 abertura canais de Ca ++ retículo ↑ [Ca] ++<br />
ativação fosfolipase C<br />
DAG ativação PKC alteração{ metabolismo<br />
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Pode-se concluir que o trabalho dos neurotransmissores consiste na reconversão da mensagem química em<br />
mensagem elétrica. A quantidade de neurotransmissor liberado na fenda, proporcional à freqüência de PAs que<br />
afluem ao terminal, determinará por sua vez um PPS cuja amplitude será proporcional à quantidade de moléculas<br />
que atingem os receptores. Isso significa que a transmissão sináptica pode amplificar ou atenuar a mensagem<br />
original.<br />
Neuromoduladores. Neuromoduladores são substâncias químicas liberadas na fenda sináptica, cujas ações<br />
pós-sinápticas modulam, isto é, influenciam a ação mais rápida e eficiente dos neurotransmissores. Geralmente, os<br />
neuromoduladores são peptídeos e gases.<br />
- difusão lateral{ fenda sináptica<br />
- Interrupção{ transmissão sináptica - recaptação{ neurotransmissor<br />
- degradação enzimática{ neurotransmissor<br />
- zona de disparo região de mais baixo limiar da membrana neuronal. Nessa região existe uma alta<br />
concentração de canais de Na+ dependentes de voltagem<br />
- integração sináptica<br />
- cotransmissão utilização{ 2 ou + neurotransmissores{ mesma fenda sináptica<br />
- coativação ativação{ receptores diferentes<br />
- interação entre potenciais sinápticos<br />
- somação temporal<br />
- somação espacial<br />
Topografia sináptica. A influência das sinapses depende de sua posição na „‟arquitetura‟‟ do neurônio. Uma<br />
sinapse excitatória situada na ponta de um dendrito precisa produzir um PPSE de grande amplitude para, ao menos,<br />
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facilitar a zona de disparo, porque o espalhamento eletrônico da despolarização pós-sináptica é passivo e, portanto,<br />
decai em amplitude com a distância. Evidentemente, o problema é ainda maior quando o dendrito é longo. O<br />
oposto também é verdadeiro: uma sinapse situada no soma tem grande possibilidade de influenciar a zona de<br />
disparo, pela sua proximidade dela. É por isso que as sinapses inibitórias tendem a se localizar estrategicamente no<br />
soma dos neurônios. Essa posição lhes confere um alto poder de controle sobre a atividade neuronal.<br />
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