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Gestão da Qualidade na Fábrica do Futuro

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Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Fábrica <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong><br />

Introdução<br />

José Carlos de Tole<strong>do</strong> & Luiz C. R. Carpinetti<br />

A gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de evoluiu ao longo deste século passan<strong>do</strong> por quatro<br />

estágios marcantes: a inspeção <strong>do</strong> produto, o controle <strong>do</strong> processo, os sistemas de<br />

garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e a gerência <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de total. Alguns princípios <strong>da</strong><br />

moder<strong>na</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de tais como a orientação para a satisfação <strong>do</strong> cliente e<br />

a melhoria contínua de produtos e processos, pode-se dizer que se tor<strong>na</strong>rão<br />

eternos ten<strong>do</strong> em vista sua racio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de econômica e contribuição para o<br />

aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de competitiva <strong>da</strong> empresa.<br />

Nas próximas déca<strong>da</strong>s os requisitos de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto tendem a<br />

mu<strong>da</strong>r num ritmo ca<strong>da</strong> vez maior, ten<strong>do</strong> em vista as mu<strong>da</strong>nças <strong>na</strong>s exigências <strong>do</strong>s<br />

clientes e <strong>do</strong>s órgãos setoriais e gover<strong>na</strong>mentais de regulação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, e o<br />

ritmo intenso <strong>da</strong>s inovações tecnológicas impon<strong>do</strong> novos atributos aos produtos e<br />

serviços. Essas mu<strong>da</strong>nças impõem um di<strong>na</strong>mismo ca<strong>da</strong> vez maior à gestão <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de.<br />

Ao longo <strong>do</strong> tempo, mu<strong>da</strong> o que se considera como a melhor prática para a<br />

gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, mas as questões centrais desta gestão, a saber a identificação<br />

<strong>do</strong> nível de quali<strong>da</strong>de necessário para o produto ou serviço, o planejamento para<br />

se obter essa quali<strong>da</strong>de, o controle e a melhoria, são questões permanentes <strong>do</strong>s<br />

sistemas de produção e vão sempre fazer parte <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> de qualquer<br />

abor<strong>da</strong>gem “moder<strong>na</strong>” para garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

Nas próximas seções, apresentamos inicialmente uma revisão de alguns<br />

conceitos fun<strong>da</strong>mentais sobre quali<strong>da</strong>de de produto e gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, para em<br />

segui<strong>da</strong> fazermos uma reflexão sobre as tendências futuras em relação à prática <strong>da</strong><br />

gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

O Conceito <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Se de um la<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong>de é hoje uma <strong>da</strong>s palavras-chave mais difundi<strong>da</strong>s<br />

junto à socie<strong>da</strong>de (ao la<strong>do</strong> de palavras como ecologia, ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, etc) e também<br />

<strong>na</strong>s empresas (ao la<strong>do</strong> de palavras como produtivi<strong>da</strong>de, competitivi<strong>da</strong>de,<br />

integração, etc), por outro, existe uma certa confusão no uso desta palavra. A<br />

confusão existe devi<strong>do</strong> ao subjetivismo associa<strong>do</strong> à quali<strong>da</strong>de e também ao uso<br />

genérico com que se emprega esta palavra para representar coisas bastante<br />

distintas. Assim, para muitos, quali<strong>da</strong>de está associa<strong>da</strong> a atributos intrínsecos de<br />

um bem, como desempenho e durabili<strong>da</strong>de. Sob essa perspectiva, um produto<br />

mais durável teria mais quali<strong>da</strong>de que um produto equivalente mas com uma vi<strong>da</strong><br />

útil menor. Já para outros, quali<strong>da</strong>de está associa<strong>da</strong> à satisfação <strong>do</strong>s clientes<br />

quanto à adequação ao uso. Ou seja, quali<strong>da</strong>de é o grau com que o produto atende<br />

satisfatoriamente às necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> usuário, durante o uso. A figura 1 procura<br />

representar a relação entre o usuário e o produto.


2<br />

Necessi<strong>da</strong>des<br />

Usuário<br />

Produtos<br />

Satisfação<br />

Figura 1. Relação entre produto e usuário.<br />

Ain<strong>da</strong> um terceiro entendimento de quali<strong>da</strong>de, que no passa<strong>do</strong> costumava<br />

ser geralmente <strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte no ambiente fabril, é aquele que vê quali<strong>da</strong>de como<br />

atendimento <strong>da</strong>s especificações <strong>do</strong> produto. A quali<strong>da</strong>de seria avalia<strong>da</strong> pelo grau<br />

de conformi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto real com suas especificações de projeto.<br />

Há ain<strong>da</strong> aqueles que associam quali<strong>da</strong>de ao valor associa<strong>do</strong> ao produto.<br />

Por essa perspectiva, um produto de quali<strong>da</strong>de é aquele que no merca<strong>do</strong> apresenta<br />

o desempenho espera<strong>do</strong> a um preço aceitável, e inter<strong>na</strong>mente à empresa apresenta<br />

conformi<strong>da</strong>de a um custo aceitável.<br />

Essa multiplici<strong>da</strong>de de entendimentos retrata em parte a evolução <strong>do</strong><br />

conceito de quali<strong>da</strong>de ao longo <strong>do</strong> século XX. Até o início <strong>do</strong>s anos 50, a<br />

quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto era entendi<strong>da</strong> como sinônimo de perfeição técnica. Ou seja,<br />

o entendimento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de era basea<strong>do</strong> tanto no produto como <strong>na</strong> produção. A<br />

partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 50, com a<br />

divulgação <strong>do</strong> trabalho de Juran 1 ,<br />

quali<strong>da</strong>de passou a ser conceitua<strong>da</strong><br />

como satisfação <strong>do</strong> cliente quanto à<br />

adequação <strong>do</strong> produto ao uso.<br />

O entendimento pre<strong>do</strong>mi<strong>na</strong>nte<br />

<strong>na</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s e que certamente<br />

representa a tendência futura é a<br />

conceituação de quali<strong>da</strong>de como satisfação <strong>do</strong>s clientes. Ou seja, essa definição<br />

contempla adequação ao uso ao mesmo tempo em que contempla conformi<strong>da</strong>de<br />

com as especificações <strong>do</strong> produto. Nesse senti<strong>do</strong>, a norma ISO 8402 (Quality<br />

Ma<strong>na</strong>gement and Quality Assurance - Vocabulary), define quali<strong>da</strong>de como “a<br />

totali<strong>da</strong>de de características de uma enti<strong>da</strong>de que lhe confere a capaci<strong>da</strong>de de<br />

satisfazer as necessi<strong>da</strong>des explícitas e implícitas”.<br />

Parâmetros <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de de Produto<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Como quali<strong>da</strong>de é entendi<strong>da</strong> e<br />

pratica<strong>da</strong> <strong>na</strong> sua empresa É a<br />

satisfação <strong>do</strong>s clientes que<br />

prevalece ou é o atendimento às<br />

especificações<br />

1 Juran, J. M. & Gry<strong>na</strong>, F. M.(1993) Controle de quali<strong>da</strong>de handbook. São Paulo: Makron<br />

Books.


3<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> a definição de quali<strong>da</strong>de apresenta<strong>da</strong> pela ISO, podemos dizer<br />

que um produto tem quali<strong>da</strong>des (explicitas e implícitas, e extrínsecas e<br />

intrínsecas) e não uma quali<strong>da</strong>de, uma vez que existe uma quali<strong>da</strong>de para ca<strong>da</strong><br />

característica <strong>do</strong> produto. E a quali<strong>da</strong>de global <strong>do</strong> produto pode ser vista como<br />

uma resultante de to<strong>da</strong>s as quali<strong>da</strong>des parciais.<br />

Como os parâmetros de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto são muitos e de diversos<br />

tipos, para efeito de simplificação é conveniente agrupá-los em parâmetros <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de perceptíveis para o usuário. Os principais parâmetros <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de são:<br />

• Desempenho técnico ou funcio<strong>na</strong>l: grau com que o produto cumpre a sua<br />

missão ou função básica.<br />

• Facili<strong>da</strong>de ou conveniência de uso: inclui o grau com que o produto cumpre<br />

funções secundárias que suplementam a função básica.<br />

• Disponibili<strong>da</strong>de: grau com que o produto encontra-se disponível para uso<br />

quan<strong>do</strong> requisita<strong>do</strong>(por ex.: não está “quebra<strong>do</strong>”, não encontra-se em<br />

manutenção, etc.)<br />

• Confiabili<strong>da</strong>de: confiança (medi<strong>da</strong> em probabili<strong>da</strong>de) que se tem de que o<br />

produto, estan<strong>do</strong> disponível, consegue realizar sua função básica sem falhar,<br />

durante um certo tempo e sob determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s condições de uso.<br />

• Mante<strong>na</strong>bili<strong>da</strong>de (ou manutenibili<strong>da</strong>de): facili<strong>da</strong>de de conduzir as ativi<strong>da</strong>des<br />

de manutenção no produto. É um atributo <strong>do</strong> projeto <strong>do</strong> produto.<br />

• Durabili<strong>da</strong>de: vi<strong>da</strong> média <strong>do</strong> produto, <strong>do</strong>s pontos de vista técnico e<br />

econômico.<br />

• conformi<strong>da</strong>de: grau com que o produto encontra-se em conformi<strong>da</strong>de com as<br />

especificações de projeto.<br />

• Instalação e orientação de uso: orientação e facili<strong>da</strong>des para conduzir as<br />

ativi<strong>da</strong>des de instalação e uso <strong>do</strong> produto.<br />

• Assistência técnica: a quali<strong>da</strong>de (competência, cortesia, etc) <strong>do</strong>s serviços de<br />

assistência técnica.<br />

• Interface com o usuário: quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ponto de vista ergonômico, de risco de<br />

vi<strong>da</strong> e de comunicação <strong>do</strong> usuário com o produto.<br />

• Interface com o meio ambiente: impacto no meio ambiente, durante a<br />

produção, o uso e o descarte <strong>do</strong> produto.<br />

• Estética: como o usuário percebe o produto a partir de seus órgãos sensoriais.<br />

• Quali<strong>da</strong>de percebi<strong>da</strong> e imagem <strong>da</strong> marca: como o usuário percebe a quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> produto a partir <strong>da</strong> imagem e reputação <strong>da</strong> marca.<br />

Além desses parâmetros, a análise<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto se reveste de<br />

pouco senti<strong>do</strong> prático se não for<br />

acompanha<strong>da</strong> <strong>da</strong> correspondente análise<br />

econômica <strong>do</strong> ponto de vista <strong>do</strong> usuário. O<br />

usuário incorre em custos com o produto<br />

desde o instante <strong>da</strong> aquisição até o descarte.<br />

A soma de to<strong>do</strong>s os custos de<br />

Parâmetros <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Quais são os parâmetros de<br />

quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s produtos de sua<br />

empresa que são importantes<br />

para a satisfação <strong>do</strong>s seus<br />

clientes<br />

responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> usuário, durante a vi<strong>da</strong> útil <strong>do</strong> produto, é chama<strong>da</strong> de custo<br />

<strong>do</strong> ciclo de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> produto, que pode ser des<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> em: custos de aquisição;<br />

custos de operação; custos de manutenção e reparo; e custos de descarte.


4<br />

O uso <strong>do</strong> critério <strong>do</strong> custo <strong>do</strong> ciclo de vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> produto coloca em<br />

evidência o desempenho ao longo <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> útil, uma vez que esse custo é<br />

fortemente influencia<strong>do</strong> por parâmetros como a confiabili<strong>da</strong>de, a facili<strong>da</strong>de de<br />

manutenção, a durabili<strong>da</strong>de e a eficiência energética <strong>do</strong> produto. Por exemplo, um<br />

produto que tenha relativamente melhor confiabili<strong>da</strong>de, durabili<strong>da</strong>de e<br />

desempenho, poderá ter um custo de aquisição maior, mas o custo <strong>do</strong> ciclo de vi<strong>da</strong><br />

poderá ser significativamente menor.<br />

Assim, essa estrutura de parâmetros <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de pode ser um ponto de<br />

parti<strong>da</strong> que auxilia <strong>na</strong> realização de análises visan<strong>do</strong> o posicio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> seu<br />

produto em relação à concorrência em dimensões <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de perceptíveis pelo<br />

consumi<strong>do</strong>r. Também auxilia o fabricante <strong>na</strong> formulação de estratégias de<br />

concorrência e de melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto. Já para o consumi<strong>do</strong>r o<br />

conceito pode ser útil <strong>na</strong> avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e toma<strong>da</strong> de decisão para escolha<br />

entre alter<strong>na</strong>tivas de produto, ain<strong>da</strong> que alguns desses parâmetros sejam difíceis<br />

de avaliação objetiva antes <strong>do</strong> consumo.<br />

A Quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s Etapas <strong>do</strong> Ciclo de Produção<br />

A quali<strong>da</strong>de fi<strong>na</strong>l de um produto é resultante <strong>do</strong> conjunto de ativi<strong>da</strong>des que<br />

são desenvolvi<strong>da</strong>s ao longo de to<strong>do</strong> o seu ciclo de produção. Mais<br />

especificamente, é resultante <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s etapas <strong>do</strong> ciclo de<br />

produção. Portanto, é preciso que existam ativi<strong>da</strong>des ao longo <strong>do</strong> ciclo produtivo<br />

que garantam que os produtos serão<br />

livres de deficiências e terão os<br />

atributos desejáveis. A ausência ou<br />

i<strong>na</strong>dequação dessas ativi<strong>da</strong>des pode<br />

comprometer o atendimento <strong>da</strong>s<br />

expectativas <strong>do</strong>s clientes. A Figura 2<br />

ilustra a quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s etapas <strong>do</strong> ciclo<br />

de produção.<br />

Esse é outro aspecto<br />

importante no processo de evolução<br />

A Quali<strong>da</strong>de Nas Etapas <strong>do</strong> Ciclo<br />

de Produção<br />

Dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> produto, o controle<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de em algumas etapas <strong>do</strong><br />

ciclo produtivo é mais importante que<br />

em outras. Como isso se aplica para<br />

os produtos <strong>da</strong> sua empresa<br />

<strong>do</strong> conceito e prática <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de ao longo <strong>do</strong> século XX. Ou seja, até a primeira<br />

metade desse século, a prática de controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de era volta<strong>da</strong> para o controle<br />

e inspeção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s processos de fabricação, para garantir a<br />

conformi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s com as especificações. Entretanto, <strong>na</strong>s últimas<br />

déca<strong>da</strong>s, o controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de ganhou nova dimensão, evoluin<strong>do</strong> para as etapas<br />

mais a montante <strong>do</strong> ciclo de produção e envolven<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a organização.


5<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

de<br />

de<br />

projeto<br />

projeto<br />

<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong><br />

produto<br />

produto<br />

Marketing/Ven<strong>da</strong>s<br />

Engª <strong>do</strong> Produto<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

de<br />

de<br />

projeto<br />

projeto<br />

<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong><br />

processo<br />

processo<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

de<br />

de<br />

fabricação<br />

fabricação<br />

Engª Industrial<br />

Planejamento<br />

Suprimentos<br />

Produção<br />

Controle <strong>da</strong> produção<br />

Manutenção<br />

Controle <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

QUALIDADE<br />

DO<br />

PRODUTO<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s<br />

serviços<br />

serviços<br />

pós<br />

pós<br />

-ven<strong>da</strong><br />

-ven<strong>da</strong><br />

Serviços de campo<br />

Atendimento ao cliente<br />

Assistência técnica<br />

Figura 2: A quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s etapas <strong>do</strong> ciclo de produção.<br />

A Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Como a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto depende <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de com que a<br />

organização consegue desempenhar suas ativi<strong>da</strong>des básicas <strong>na</strong> cadeia de<br />

produção, tor<strong>na</strong>-se evidente que a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto depende <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

gerenciamento <strong>da</strong> organização produtiva. Assim, podemos entender a gestão <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de como um sistema ou processo de suporte aos processos de negócio<br />

primários cujo objetivo é a melhoria <strong>da</strong> satisfação <strong>do</strong> cliente quanto ao produto e<br />

também quanto a dimensões<br />

extrínsecas ao produto, como<br />

pontuali<strong>da</strong>de, prazos de entrega e<br />

flexibili<strong>da</strong>de, que também<br />

dependem <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

gerenciamento <strong>da</strong> organização.<br />

Esse conceito é ilustra<strong>do</strong> <strong>na</strong><br />

Figura 3. Desse mo<strong>do</strong>, ativi<strong>da</strong>des<br />

tais como Controle <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

e Engenharia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

apoiam processos como os de<br />

Desenvolvimento <strong>do</strong> Produto, de<br />

Fabricação e de Distribuição.<br />

Quali<strong>da</strong>de Total<br />

O TQM ou Quali<strong>da</strong>de Total visa a<br />

melhoria contínua de produtos, processos<br />

e pessoas <strong>da</strong> organização para a satisfação<br />

total <strong>do</strong>s clientes. Muitas empresas que<br />

desenvolveram programas de quali<strong>da</strong>de<br />

total não obtiveram os resulta<strong>do</strong>s<br />

espera<strong>do</strong>s. Porque<br />

E a sua empresa Ela é uma empresa com<br />

Quali<strong>da</strong>de Total


Sistemas de Informação<br />

Controla<strong>do</strong>ria<br />

Sistemas de Suporte<br />

Capacitação de R.H.<br />

Sistema de Quali<strong>da</strong>de<br />

6<br />

A importância <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> organização levou ao<br />

desenvolvimento <strong>da</strong>s teorias e práticas <strong>da</strong> Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de Total. Bastante<br />

conheci<strong>da</strong> nos países ocidentais como TQM, <strong>da</strong> sigla em inglês para Gestão <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de Total, essa filosofia de gestão é basea<strong>da</strong> no princípio de melhoria<br />

contínua de produtos e processos visan<strong>do</strong> satisfazer as expectativas <strong>do</strong>s clientes<br />

com relação à quali<strong>da</strong>de, custos, entrega e serviços. A melhoria contínua a<strong>do</strong>ta<br />

uma abor<strong>da</strong>gem de melhoramento incremental, ou seja de melhoramentos<br />

contínuos. Nessa abor<strong>da</strong>gem, a continui<strong>da</strong>de <strong>do</strong> processo de melhoria é mais<br />

importante <strong>do</strong> que “o tamanho de ca<strong>da</strong> passo” de melhoria.<br />

Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Organização<br />

Marketing/Ven<strong>da</strong>s<br />

Engª <strong>do</strong> Produto<br />

Engª Industrial<br />

Planejamento<br />

Suprimentos<br />

Produção<br />

Controle <strong>da</strong> produção<br />

Manutenção<br />

Controle <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

SATISFAÇÃO<br />

DO<br />

CLIENTE<br />

Serviços de campo<br />

Atendimento ao cliente<br />

Assistência técnica<br />

Figura 3: Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Organização.<br />

O TQM se alicerçou em práticas <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e principalmente em alguns<br />

princípios ou características<br />

QFD - Des<strong>do</strong>bramento <strong>da</strong> Função organizacio<strong>na</strong>is críticas, como<br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

educação e trei<strong>na</strong>mento, trabalho<br />

O QFD é uma meto<strong>do</strong>logia usa<strong>da</strong> para a<br />

em equipes, comprometimento e<br />

conversão <strong>do</strong>s requisitos <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r envolvimento de to<strong>do</strong>s com o<br />

em características de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto processo de melhoria.<br />

e o desenvolvimento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de Emblemático <strong>do</strong> movimento <strong>da</strong><br />

projeto para o produto acaba<strong>do</strong> através de quali<strong>da</strong>de que se consoli<strong>do</strong>u nos<br />

des<strong>do</strong>bramentos sistemáticos <strong>da</strong>s relações<br />

anos oitenta são os prêmios<br />

entre os requisitos <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r e as <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, como o<br />

características <strong>do</strong> produto. A sua empresa prêmio <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de americano<br />

utiliza QFD<br />

Malcom Baldrige, ou o Prêmio<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de (basea<strong>do</strong>


7<br />

no Malcom Baldrige) instituí<strong>do</strong> no Brasil no começo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90 como parte<br />

Ferramentas <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de de uma política <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l de<br />

Quais as ferramentas mais adequa<strong>da</strong>s às valorização <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de e<br />

necessi<strong>da</strong>des de sua empresa Qual o produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> industria<br />

enfoque mais adequa<strong>do</strong> para implantação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

<strong>da</strong>s mesmas <br />

As teorias <strong>do</strong> TQM<br />

As ferramentas tradicio<strong>na</strong>lmente são também difundiram várias<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s por que estão em mo<strong>da</strong> ou por ferramentas e meto<strong>do</strong>logias para<br />

necessi<strong>da</strong>de real <br />

melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, como as<br />

Sete ferramentas estatísticas e<br />

gerenciais, meto<strong>do</strong>logias como a<br />

<strong>do</strong> Ciclo PDCA, QFD (<strong>do</strong> inglês<br />

Quality Function Deployment), FMEA (<strong>do</strong> inglês Failure Mode and Effect<br />

A<strong>na</strong>lysis) Meto<strong>do</strong>logia Taguchi, Meto<strong>do</strong>logia de Análise e Solução de Problemas<br />

(MASP), Benchmarking, e um incontável número de outras ferramentas,<br />

auxiliares no processo de identificação de problemas, toma<strong>da</strong> de decisão e<br />

monitoramento <strong>do</strong> processo de melhoria.<br />

A Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong> Fábrica <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong><br />

Para efeito de discussão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong> fábrica <strong>do</strong> futuro, vamos separar a<br />

análise <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de enquanto um sistema de suporte e enquanto uma<br />

filosofia de gerenciamento (TQM). Deve-se ressaltar que <strong>na</strong> nossa visão <strong>da</strong><br />

fábrica <strong>do</strong> futuro as mu<strong>da</strong>nças <strong>na</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de são muito mais no senti<strong>do</strong><br />

de intensificação de tendências já em an<strong>da</strong>mento <strong>do</strong> que de mu<strong>da</strong>nças radicais.<br />

Tendências <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de como sistema de suporte<br />

Como sistema de suporte<br />

a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de envolve as<br />

seguintes áreas de atuação:<br />

Controle <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de,<br />

Engenharia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de,<br />

Sistemas de Garantia <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de e Melhoria de<br />

Processos, conforme Figura 4. O<br />

controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de se refere às<br />

ativi<strong>da</strong>des e técnicas operacio<strong>na</strong>is<br />

usa<strong>da</strong>s para monitorar um<br />

processo visan<strong>do</strong> atender os<br />

Áreas de Abrangência <strong>da</strong> Gestão <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Quais são as áreas de abrangência <strong>da</strong><br />

gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong> sua empresa <br />

Essas áreas de atuação têm suas funções<br />

devi<strong>da</strong>mente defini<strong>da</strong>s e entendi<strong>da</strong>s Elas<br />

estão devi<strong>da</strong>mente integra<strong>da</strong>s Para ca<strong>da</strong><br />

uma delas são a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s as melhores<br />

práticas disponíveis<br />

requisitos de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto. A Engenharia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de envolve as<br />

ativi<strong>da</strong>des de planejamento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto durante o desenvolvimento<br />

dele, antes de iniciar a produção propriamente dita. Já os Sistemas de Garantia <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de se referem a um conjunto de ativi<strong>da</strong>des espalha<strong>da</strong>s pelos processos <strong>da</strong><br />

empresa (Projeto, Compras, Fabricação, Armaze<strong>na</strong>gem, Movimentação, etc) que<br />

tem por fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de assegurar a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s processos e ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s, e<br />

ao menor custo possível, com o objetivo de assegurar a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto


8<br />

fi<strong>na</strong>l. A Melhoria de Processos é o conjunto de ativi<strong>da</strong>des orienta<strong>da</strong>s para a<br />

análise e melhoria <strong>do</strong>s processos existentes, a fim de aumentar a eficácia e a<br />

eficiência deles, proporcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> competitivi<strong>da</strong>de aos processos e à empresa.<br />

Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Controle <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Engenharia<br />

<strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Garantia <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de<br />

Melhoria de<br />

Processos<br />

Figura 4: Áreas de abrangência <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

Tendências em Relação ao Controle <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Em relação às ativi<strong>da</strong>des de controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de observamos duas<br />

tendências gerais e marcantes: uma de intensificação <strong>do</strong> uso de recursos de<br />

tecnologia de informação, principalmente <strong>na</strong>s ativi<strong>da</strong>des de inspeção, controle <strong>do</strong><br />

processo e gerenciamento de <strong>da</strong><strong>do</strong>s; e outra de intensificação <strong>do</strong> autocontrole, ou<br />

seja de transferência de responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de controle <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de,<br />

principalmente de inspeção e de ajuste <strong>do</strong> processo, para o pessoal <strong>da</strong> produção.<br />

A responsabili<strong>da</strong>de pela inspeção se moven<strong>do</strong> <strong>do</strong> Departamento <strong>da</strong><br />

Quali<strong>da</strong>de para o pessoal <strong>da</strong> linha de frente <strong>da</strong> produção, requer uma equipe de<br />

trabalho com maiores habili<strong>da</strong>des e uma maior aceitação e uso <strong>da</strong>s técnicas de<br />

controle estatístico <strong>do</strong> processo. As equipes <strong>do</strong>s tradicio<strong>na</strong>is inspetores de<br />

quali<strong>da</strong>de a<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> minuciosamente as peças <strong>na</strong> produção tende a se extinguir.<br />

Os opera<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s máqui<strong>na</strong>s passam a ser totalmente responsáveis pela garantia<br />

de atendimento às especificações e assumem poder de decisão de parar a<br />

produção. Com isso os opera<strong>do</strong>res se tor<strong>na</strong>m mais habilita<strong>do</strong>s e podem participar<br />

com maior freqüência <strong>da</strong>s equipes de melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

As técnicas de controle estatístico de processo (CEP) tendem a ser mais<br />

amplamente utiliza<strong>da</strong>s pelos opera<strong>do</strong>res <strong>da</strong> produção. Contribuirá para isso, a<br />

redução nos custos <strong>do</strong>s micros e maior disponibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s aplicativos. Mu<strong>da</strong>nças<br />

em tecnologias de informação também simplificarão o uso de técnicas estatísticas<br />

mais avança<strong>da</strong>s para controle de processo.<br />

As novas tecnologias também permitirão que as pessoas tenham uma visão<br />

completa e mais integra<strong>da</strong> <strong>do</strong> processo, mesmo com a crescentemente complexa<br />

divisão <strong>do</strong> trabalho. Intranet, Internet e sistemas integra<strong>do</strong>s de gestão empresarial<br />

permitirão que se tenha uma visão mais ampla e se possa coorde<strong>na</strong>r as ativi<strong>da</strong>des<br />

de quali<strong>da</strong>de em to<strong>do</strong> o processo, <strong>na</strong>s interfaces departamentais e em to<strong>da</strong> a cadeia<br />

de valores, <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res aos clientes. Consequentemente, a resolução de<br />

qualquer problema de quali<strong>da</strong>de tem que ser vista como envolven<strong>do</strong> múltiplos


9<br />

setores/departamentos e empresas de uma cadeia de produção. Isso exigirá maior<br />

confiança <strong>na</strong> coorde<strong>na</strong>ção compartilha<strong>da</strong> e <strong>na</strong> cooperação <strong>do</strong> que em regras e<br />

procedimentos formais.<br />

A tecnologia tor<strong>na</strong>rá a coleta de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, análise e divulgação de<br />

informações sobre controle <strong>do</strong> processo mais rápi<strong>do</strong>s e integra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que nunca.<br />

Ações de controle <strong>do</strong> processo, como por exemplo o ajuste automático de<br />

ferramentas de uma máqui<strong>na</strong> poderá ser conduzi<strong>do</strong> de forma remota e em<br />

instalações distribuí<strong>da</strong>s pelo mun<strong>do</strong>.<br />

Tendências em Relação à Engenharia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

As ativi<strong>da</strong>des de Engenharia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de serão mais fortemente<br />

integra<strong>da</strong>s com o processo de desenvolvimento <strong>do</strong> produto e o planejamento <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de de um novo produto terá as suas ativi<strong>da</strong>des tradicio<strong>na</strong>is (avaliação de<br />

especificações, definição de quais características <strong>do</strong> produto devem ser<br />

inspecio<strong>na</strong><strong>da</strong>s e como inspecio<strong>na</strong>r, etc) mais integra<strong>da</strong>s e alinha<strong>da</strong>s com as<br />

ativi<strong>da</strong>des de identificação e<br />

satisfação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

<strong>do</strong> cliente (ou seja, com a<br />

voz <strong>do</strong> cliente) e com as<br />

possibili<strong>da</strong>des e capaci<strong>da</strong>de<br />

de produção (ou seja, com a<br />

voz <strong>da</strong> fábrica). Assim,<br />

tende a se intensificar e<br />

expandir o escopo de<br />

aplicação de ferramentas<br />

como CRM (Customer<br />

Relationship Ma<strong>na</strong>gement) e<br />

QFD (Des<strong>do</strong>bramento <strong>da</strong><br />

CRM<br />

O CRM é uma estratégia de negócio volta<strong>da</strong> ao<br />

atendimento e antecipação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des<br />

<strong>do</strong>s clientes atuais e potenciais de uma<br />

empresa. Do ponto de vista tecnológico, o<br />

CRM é a infra-estrutura monta<strong>da</strong> para capturar<br />

e consoli<strong>da</strong>r os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong>s clientes, e usar essa<br />

informação ao interagir com os clientes,<br />

implementan<strong>do</strong> a filosofia de relacio<strong>na</strong>mento<br />

individualiza<strong>do</strong> com os clientes (marketing 1 to<br />

1).<br />

Função Quali<strong>da</strong>de), para incorporar no desenvolvimento <strong>do</strong>s produtos os<br />

requisitos <strong>do</strong> cliente e assegurar que os produtos projeta<strong>do</strong>s e fabrica<strong>do</strong>s aten<strong>da</strong>m<br />

a esses requisitos.<br />

Essa também é a tendência em relação ao uso de técnicas de análise de<br />

variabili<strong>da</strong>de, capaci<strong>da</strong>de <strong>do</strong> processo, projeto de experimentos, Projeto para<br />

Manufatura e Montagem (DFMA) e Análise de Mo<strong>do</strong>s e Efeitos de Falhas<br />

(FMEA), para assegurar, a partir <strong>do</strong> projeto <strong>do</strong> produto e <strong>do</strong> processo, a<br />

capaci<strong>da</strong>de de obter <strong>na</strong> fábrica, com eficiência, as especificações que asseguram a<br />

satisfação <strong>do</strong> cliente.<br />

Um grande desafio <strong>na</strong> área é obter a integração dessas ferramentas, para o<br />

uso conjunto <strong>da</strong>s mesmas pela Engenharia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de e durante o<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> produto. Ca<strong>da</strong> uma dessas ferramentas tem suas<br />

funcio<strong>na</strong>li<strong>da</strong>des específicas e são muitas as interfaces e possibili<strong>da</strong>des de troca e<br />

integração de <strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Tendências em Relação aos Sistemas de Garantia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Ain<strong>da</strong> que bastante critica<strong>da</strong>, é inegável a importância que as normas ISO<br />

de sistemas de garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de tiveram, especialmente <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 90, não


10<br />

só como condição básica para entrar no merca<strong>do</strong> global, como também como<br />

elemento impulsio<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>da</strong> cultura e <strong>da</strong> prática <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. Acreditamos que<br />

essa tendência de a<strong>do</strong>ção de sistemas de garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de deva continuar,<br />

ain<strong>da</strong> que em ritmo menos acelera<strong>do</strong>.<br />

No que se refere aos Sistemas de Garantia <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de, as tendências<br />

mais marcantes são, de diversificação e de integração. A diversificação é<br />

evidencia<strong>da</strong> pela grande proliferação <strong>do</strong>s sistemas volta<strong>do</strong>s para setores<br />

econômicos específicos, como a QS9000 para o setor automotivo, a TL9000 para<br />

o setor de telecomunicações e a AS9100 para o setor aeroespacial, que introduzem<br />

critérios específicos às suas industrias. Com a revisão 2000 <strong>do</strong> sistema ISO9000,<br />

espera-se a expansão <strong>do</strong> escopo de aplicação <strong>da</strong>s normas para segmentos de<br />

merca<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais diversifica<strong>do</strong>s, principalmente <strong>na</strong>s presta<strong>do</strong>ras de serviços.<br />

De outro la<strong>do</strong>, o que percebemos é a tendência de integração <strong>do</strong>s sistemas<br />

de garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de com a visão <strong>da</strong> empresa como um complexo de<br />

processos de negócio, com ênfase <strong>na</strong> medição de resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sistema e <strong>na</strong><br />

satisfação <strong>do</strong> cliente fi<strong>na</strong>l. Prova disso é a incorporação, <strong>na</strong> revisão 2000 <strong>da</strong> norma<br />

ISO, <strong>do</strong>s princípios fun<strong>da</strong>mentais de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, como foco no cliente,<br />

melhoria contínua, liderança e envolvimento <strong>da</strong>s pessoas, como ilustra<strong>do</strong> <strong>na</strong><br />

Figura 5.<br />

Melhoria<br />

Melhoria<br />

Contínua<br />

Contínua<br />

<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong><br />

Sistema<br />

Sistema<br />

de de Gestão Gestão <strong>da</strong> <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de Quali<strong>da</strong>de<br />

Liderança &<br />

Comprometimento<br />

<strong>da</strong> Administração<br />

Requisitos<br />

<strong>do</strong>s Clientes<br />

Gestão <strong>do</strong>s<br />

Recursos<br />

Produção<br />

Medição,Análise<br />

& Melhoria<br />

Produto<br />

Satisfação<br />

<strong>do</strong>s Clientes<br />

Sistema de Gestão<br />

<strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

Figura 5: Estrutura <strong>do</strong> Sistema de Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de ISO9000:2000.<br />

Tendências em Relação à Melhoria de Processos<br />

A Melhoria de Processos é uma questão permanente <strong>na</strong>s empresas ten<strong>do</strong><br />

em vista a <strong>na</strong>tureza dinâmica e ca<strong>da</strong> vez mais complexa <strong>do</strong>s requisitos de<br />

quali<strong>da</strong>de a serem satisfeitos. Destacam-se as tendências no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des


11<br />

de melhoria não se<br />

limitarem ao requisito de<br />

ação corretiva e preventiva<br />

<strong>do</strong> sistema <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de,<br />

com a Melhoria de<br />

Processos adquirin<strong>do</strong> uma<br />

abor<strong>da</strong>gem e destaque<br />

próprio <strong>na</strong> empresa. É ca<strong>da</strong><br />

vez mais comum o<br />

Melhoria de Processos<br />

As abor<strong>da</strong>gens para a melhoria de processos <strong>na</strong><br />

sua empresa estão devi<strong>da</strong>mente estrutura<strong>da</strong>s e<br />

dissemi<strong>na</strong><strong>da</strong>s Há um gerenciamento <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s e de sua integração com as<br />

priori<strong>da</strong>des competitivas <strong>da</strong> empresa <br />

desenvolvimento de<br />

processos de melhoria continua customiza<strong>do</strong>s à empresa, ou seja uma<br />

meto<strong>do</strong>logia de melhoria de uso interno abrangente e adequa<strong>da</strong> à empresa. Além<br />

disso, acreditamos que as melhorias devem estar articula<strong>da</strong>s com as priori<strong>da</strong>des<br />

competitivas e com os sistemas de medição de desempenho <strong>da</strong> empresa, conforme<br />

discuti<strong>do</strong> no capítulo 4.<br />

Novas tecnologias de informação aplica<strong>da</strong>s aos sistemas de fabricação<br />

permitem a transmissão simultânea de <strong>da</strong><strong>do</strong>s entre diversas instalações,<br />

independente de sua localização. Isso permite que ativi<strong>da</strong>des de melhoria de<br />

processo possam ser conduzi<strong>da</strong>s por pessoas em diferentes locais e usan<strong>do</strong><br />

habili<strong>da</strong>des pessoais que estão geograficamente espalha<strong>da</strong>s, trazen<strong>do</strong> uma maior<br />

aprendizagem. Além disso, o fluxo livre de informações pelas redes mundiais de<br />

comunicação permitirá o fluxo livre de idéias de melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de entre<br />

diferentes empresas.<br />

À medi<strong>da</strong> que se eleva o grau de controle <strong>do</strong>s processos e se avança nos<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s ações de melhoria contínua, serão necessárias abor<strong>da</strong>gens de<br />

melhoria bem como ferramentas estatísticas de maior sofisticação para se<br />

conseguir ganhos margi<strong>na</strong>is em patamares ca<strong>da</strong> vez mais próximos <strong>do</strong> zero<br />

defeito.<br />

Um exemplo já em evidência tem si<strong>do</strong> a rápi<strong>da</strong> proliferação <strong>do</strong>s Programas<br />

Seis Sigma para melhoria de processos. O Seis Sigma é um <strong>do</strong>s si<strong>na</strong>is de retorno<br />

aos conceitos básicos de melhoria de processos, com forte embasamento em<br />

Seis Sigma (6s)<br />

O Seis Sigma é uma estratégia gerencial e uma<br />

abor<strong>da</strong>gem de mu<strong>da</strong>nças para acelerar o aprimoramento<br />

em processos, produtos e serviços. A abor<strong>da</strong>gem foi<br />

desenvolvi<strong>da</strong> a partir de um trabalho de benchmarking<br />

desenvolvi<strong>do</strong> pela Motorola <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 80, com o<br />

objetivo de redução drástica em seus produtos<br />

eletrônicos manufatura<strong>do</strong>s. Mas a popularização <strong>do</strong><br />

Seis Sigma deve-se à GE e Jack Welch. O modelo de<br />

melhoria consiste em quatro fases: medir, a<strong>na</strong>lisar,<br />

aprimorar e controlar, utilizan<strong>do</strong> as ferramentas<br />

estatísticas em um ciclo único e dinâmico, permitin<strong>do</strong> a<br />

melhoria <strong>do</strong> processo em pontos que agregam valor.<br />

estatística,<br />

benchmarking e <strong>na</strong><br />

busca de proporção<br />

ínfima de não<br />

conformi<strong>da</strong>des.<br />

Os<br />

programas de<br />

melhoria também<br />

estão sen<strong>do</strong><br />

integra<strong>do</strong>s com o<br />

pensamento<br />

sistêmico para<br />

alavancar e acelerar<br />

o aprendiza<strong>do</strong><br />

organizacio<strong>na</strong>l. Para<br />

ser dura<strong>do</strong>uro e significativo, o aprendiza<strong>do</strong> organizacio<strong>na</strong>l deve avançar tanto no<br />

nível operacio<strong>na</strong>l quanto no conceitual. Busca-se mu<strong>da</strong>nças e melhorias não só em


12<br />

comportamentos e méto<strong>do</strong>s mas também nos modelos mentais sobre como o<br />

processo funcio<strong>na</strong> e interage com os demais processos e com o ambiente. Isso é<br />

possível por meio <strong>da</strong> integração <strong>da</strong>s abor<strong>da</strong>gens de melhoria com o pensamento<br />

sistêmico e com a incorporação <strong>do</strong>s conceitos de dinâmica de sistemas.<br />

Tendências em Relação ao TQM<br />

Como uma filosofia de gerenciamento a Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de Total (TQM,<br />

sigla inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>) avançou, <strong>na</strong> última déca<strong>da</strong>, para além <strong>da</strong>s áreas<br />

produtivas e <strong>do</strong>s seus sistemas de apoio direto, atingin<strong>do</strong> as áreas administrativas,<br />

como por exemplo o setor fi<strong>na</strong>nceiro e de contabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa, e as áreas de<br />

serviços. Esse movimento levou também a um amplo processo de delegação <strong>da</strong><br />

responsabili<strong>da</strong>de sobre a quali<strong>da</strong>de e sobre os processos de melhoria <strong>da</strong><br />

organização.<br />

Sob esse ponto de vista, é certo que o movimento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de total<br />

ocorri<strong>do</strong> no Brasil e no mun<strong>do</strong> <strong>na</strong>s últimas déca<strong>da</strong>s foi bastante benéfico, não só<br />

pela melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de seus produtos e serviços mas também pela<br />

transformação cultural pela qual essas empresas passaram, decorrentes <strong>da</strong> a<strong>do</strong>ção<br />

de novos modelos de gestão. Entretanto, ao longo <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 90, muitas <strong>da</strong>s<br />

empresas que a<strong>do</strong>taram programas <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de total como pa<strong>na</strong>céias para to<strong>do</strong>s<br />

os problemas, relataram casos de insucesso <strong>na</strong> implementação desses programas.<br />

Ain<strong>da</strong> que a on<strong>da</strong> <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de total tenha passa<strong>do</strong>, acreditamos que a<br />

prática futura <strong>da</strong>s empresas certamente será influencia<strong>da</strong> pela cultura <strong>da</strong> melhoria<br />

contínua <strong>da</strong>s operações. Entretanto, percebeu-se que simplesmente melhorar a<br />

manufatura, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> TQM ou qualquer outra sigla, não é uma estratégia para<br />

usar a manufatura para se obter vantagem competitiva. Uma <strong>da</strong>s principais razões<br />

é que as empresas falham <strong>na</strong> identificação <strong>do</strong> que estão precisan<strong>do</strong> mu<strong>da</strong>r e<br />

conseguir com essa implementação. É necessário um esforço no senti<strong>do</strong> de<br />

desenvolver instrumentos para identificação de tais fatores, de forma que os<br />

recursos necessários e disponibiliza<strong>do</strong>s, as ações e o comprometimento requeri<strong>do</strong><br />

não estejam distorci<strong>do</strong>s <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de. Ou seja, as empresas estão perceben<strong>do</strong> que é<br />

preciso identificar claramente as necessi<strong>da</strong>des de mu<strong>da</strong>nça, como discuti<strong>do</strong> nos<br />

capítulos 1 e 4. Assim, o cenário que se antevê é que as empresas, menos<br />

atrela<strong>da</strong>s a programas de melhoria “pasteuriza<strong>do</strong>s”, tenderão a priorizar ações de<br />

melhoria <strong>da</strong>s operações que de fato tenham o potencial de gerar vantagem<br />

competitiva para o negócio, privilegian<strong>do</strong> uma maior integração e coerência entre<br />

os princípios, as ferramentas e as abor<strong>da</strong>gens <strong>do</strong> TQM. Com isso, as organizações<br />

irão perceber ca<strong>da</strong> vez mais o valor <strong>do</strong>s princípios e méto<strong>do</strong>s <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de dentro<br />

de to<strong>da</strong> sua estrutura.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, a evolução <strong>do</strong> comércio eletrônico traz um novo ambiente de<br />

negócios e um novo cenário para as organizações em que o TQM adquire<br />

importância em função de sua contribuição para a confiabili<strong>da</strong>de, segurança,<br />

integração e para a consoli<strong>da</strong>ção de uma cultura colaborativa <strong>na</strong>s organizações.


13<br />

Considerações Fi<strong>na</strong>is<br />

São diversas as forças em movimento que evidenciam e contribuem para a<br />

evolução e consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de. A primeira força diz respeito às<br />

mu<strong>da</strong>nças <strong>na</strong>s expectativas e nos critérios de decisão de compra <strong>do</strong>s<br />

consumi<strong>do</strong>res. Influencia<strong>da</strong> pelo rápi<strong>do</strong> e dinâmico aumento e mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong>s<br />

requisitos de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s produtos e serviços cria<strong>do</strong>s pela incessante superação<br />

<strong>da</strong> tecnologia em uso, a quali<strong>da</strong>de passou a ser considera<strong>da</strong> pelo merca<strong>do</strong> como<br />

uma referência básica, e em muitos casos a principal, para escolha <strong>do</strong> produto.<br />

Prova disso é a consoli<strong>da</strong>ção de parcerias de quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong> rede de suprimentos e o<br />

aperfeiçoamento <strong>do</strong>s sistemas de medição de desempenho em quali<strong>da</strong>de, e<br />

particularmente <strong>da</strong> satisfação <strong>do</strong> cliente.<br />

Outra força diz respeito à mu<strong>da</strong>nça comportamental <strong>da</strong>s pessoas,<br />

envolven<strong>do</strong> pensamentos, aprendiza<strong>do</strong>s e ações, acreditan<strong>do</strong> que elas próprias<br />

podem melhorar a quali<strong>da</strong>de de seus trabalhos, de forma contínua, e que podem<br />

criar e participar de times para melhorar os resulta<strong>do</strong>s.<br />

Ain<strong>da</strong> uma outra tendência é o aperfeiçoamento <strong>do</strong>s instrumentos de<br />

quantificação e avaliação econômica <strong>do</strong>s custos e benefícios micro e<br />

macroeconômicos <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

Em termos de ferramentas de apoio à gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de as tendências<br />

são no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> desenvolvimento de ferramentas mais dedica<strong>da</strong>s a problemas<br />

específicos e de menor grau de controle, como são os casos <strong>do</strong>s problemas de<br />

identificação e tradução <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des <strong>do</strong> cliente e de medição <strong>do</strong> grau de<br />

satisfação <strong>do</strong> mesmo. Nesse senti<strong>do</strong>, meto<strong>do</strong>logias como o QFD, tendem a ser<br />

des<strong>do</strong>bra<strong>da</strong>s em ferramentas específicas para a resolução mais eficiente de partes<br />

<strong>do</strong> problema maior, difícil de ser resolvi<strong>do</strong> pelo QFD <strong>da</strong> forma abrangente como<br />

se apresenta hoje. Também é fun<strong>da</strong>mental a busca de integração no uso <strong>da</strong>s<br />

diversas ferramentas, bem como <strong>da</strong>s ações de melhoria dispersas <strong>na</strong> empresa.<br />

Ain<strong>da</strong> em relação a ferramentas continua sen<strong>do</strong> um desafio a evolução no senti<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> adequação de ferramentas específicas a ca<strong>da</strong> setor industrial, principalmente no<br />

caso <strong>do</strong>s setores de prestação de serviços.<br />

Assim como o Japão exportou seus princípios e ferramentas de gestão <strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong>de nos 70 e 80, novas ferramentas <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, já em consoli<strong>da</strong>ção e em<br />

estágio de comprovação de best practices, serão difundi<strong>da</strong>s por outras <strong>na</strong>ções,<br />

como os EUA, países europeus e alguns países em desenvolvimento, ten<strong>do</strong> em<br />

vista que a gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de já atingiu e vem sen<strong>do</strong> experimenta<strong>da</strong> nos mais<br />

diversos países e setores <strong>da</strong><br />

economia, se tor<strong>na</strong>n<strong>do</strong> uma<br />

linguagem universal.<br />

Como obstáculos<br />

para a evolução <strong>da</strong> gestão<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de podemos<br />

destacar: o imediatismo que<br />

privilegia os resulta<strong>do</strong>s de<br />

curto prazo e a cultura <strong>da</strong><br />

descontinui<strong>da</strong>de que<br />

dificulta a consoli<strong>da</strong>ção de<br />

programas e ações; as<br />

<strong>Futuro</strong> <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de<br />

A empresa tem avança<strong>do</strong> e a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> as<br />

melhores práticas para identificação e<br />

acompanhamento <strong>da</strong> satisfação <strong>do</strong> cliente com<br />

a quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto Há consciência <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong>de de manter o padrão de quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong> produto atualiza<strong>do</strong> com os padrões<br />

mundiais, e de expandir e evoluir os serviços<br />

associa<strong>do</strong>s ao produto que são ofereci<strong>do</strong>s ao<br />

cliente


14<br />

dificul<strong>da</strong>des de integração <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de com outros programas e ações<br />

gerenciais; o risco de desequilíbrio entre a abor<strong>da</strong>gem econômica <strong>da</strong><br />

produtivi<strong>da</strong>de e a visão holística <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, favorecen<strong>do</strong> a primeira; e a não<br />

implementação efetiva <strong>da</strong> distribuição <strong>do</strong>s benefícios, lucros e resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s<br />

ações de melhoria.<br />

No caso de países em desenvolvimento, podemos destacar ain<strong>da</strong> as<br />

dificul<strong>da</strong>des para dissemi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de junto à população, em<br />

linguagem acessível, e o baixo nível educacio<strong>na</strong>l e a insuficiente qualificação <strong>do</strong>s<br />

recursos humanos. O uso <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de como um modismo ou, até mesmo, como<br />

um instrumento de marketing, também é um fator que impõe dificul<strong>da</strong>des à<br />

compreensão, ao uso <strong>do</strong>s princípios e ferramentas de melhoria, e a própria<br />

evolução <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

Em relação aos atributos intrínsecos <strong>do</strong>s produtos industrializa<strong>do</strong>s,<br />

tipicamente produtos <strong>da</strong> industria eletro-eletrônica e automobilística, a quali<strong>da</strong>de<br />

tende a ser padroniza<strong>da</strong>, transforman<strong>do</strong>-se numa espécie de commoditie. Portanto,<br />

a diferenciação em relação à quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> produto tende a se <strong>da</strong>r nos atributos<br />

associa<strong>do</strong>s a ele, e <strong>da</strong>í a importância <strong>do</strong>s serviços associa<strong>do</strong>s ao uso <strong>do</strong> produto e<br />

ao seu descarte.<br />

De qualquer forma, a quali<strong>da</strong>de no futuro se manifestará de forma<br />

diferencia<strong>da</strong> conforme o tipo de indústria e a própria empresa. Para algumas<br />

empresas, o futuro pode ser a consoli<strong>da</strong>ção de um simples programa 5S. Já para<br />

outras, será a consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>na</strong>s fases mais a montante <strong>do</strong><br />

ciclo de produção e de sua coorde<strong>na</strong>ção em to<strong>da</strong> a cadeia de produção e consumo.<br />

Bibliografia<br />

Garvin, D. A. (1992), Gerencian<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong>de: a visão estratégica e<br />

competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark.<br />

Juran, J. M. & Gry<strong>na</strong>, F. M.(1991) Controle de quali<strong>da</strong>de handbook. São Paulo,<br />

McGrawHill. 2v.


15<br />

Glossário<br />

TQM - Total Quality ma<strong>na</strong>gement - Filosofia de gestão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de basea<strong>da</strong> nos<br />

princípios de melhoria contínua e satisfação total <strong>do</strong>s clientes.<br />

QFD - Quality Function Deployment - Des<strong>do</strong>bramento <strong>da</strong> Função Quali<strong>da</strong>de.<br />

DFMA - Design for Manufacturing and Assembly - Conceito, práticas e<br />

ferramentas relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s volta<strong>da</strong>s para o projeto de produto para a simplificação<br />

<strong>da</strong> fabricação e montagem.<br />

FMEA - Failure Mode and effect A<strong>na</strong>lysis - Meto<strong>do</strong>logia para análise <strong>da</strong>s falhas<br />

potenciais de produtos e processos, <strong>do</strong>s efeitos, causas e ações de melhoria.<br />

CRM - Customer Relationship Ma<strong>na</strong>gement - Filosofia e práticas de<br />

relacio<strong>na</strong>mento individualiza<strong>do</strong> com os clientes (marketing 1 to 1).<br />

Seis Sigma - Programa de Melhoria desenvolvi<strong>do</strong> <strong>na</strong> Motorola e GE, basea<strong>do</strong> em<br />

ferramentas estatísticas de redução <strong>da</strong> variabili<strong>da</strong>de d e processos.<br />

PDCA - Meto<strong>do</strong>logia de gerenciamento <strong>da</strong> melhoria basea<strong>da</strong> no ciclo planejar (P)<br />

- executar (D) - verificar (C) e agir corretivamente (A).<br />

Meto<strong>do</strong>logia Taguchi - Meto<strong>do</strong>logia de planejamento e análise de experimento<br />

para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de produto e processo.<br />

MASP - Meto<strong>do</strong>logia para a análise e solução de problemas.<br />

ISO - Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Organization for Stan<strong>da</strong>rdization.

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