Portugal, 1910-1940: da República ao Estado Novo - João B. Serra
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exigências. A suspensão do pagamento <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> e a possibili<strong>da</strong>de de recorrer a um<br />
empréstimo de guerra permitiu reduzir<br />
seu encargo, mas é a defesa que domina<br />
naturalmente o período.<br />
Como nota Nuno Valério, o padrão de actuação é flutuante, devido certamente às pressões<br />
contraditórias ou dificilmente controláveis dos preços e <strong>da</strong>s preocupações com o equilíbrio<br />
<strong>da</strong>s contas. Mas a tendência para regressar às priori<strong>da</strong>des republicanas é notória 11 .<br />
A direita não-republicana<br />
Os anos 20, assistem a diversas tentativas de fusão dos conservadores republicanos num<br />
único partido, a uma reorganização do campo conservador não republicano, católicos e<br />
monárquicos.<br />
As primeiras iniciativas de relançamento do movimento católico tinham ocorrido em finais<br />
de 1912. No ano seguinte, no âmbito <strong>da</strong> União Católica é cria<strong>da</strong> uma organização<br />
específica, para actuar no terreno político: o Centro Católico Português. De Novembro de<br />
1918 em diante, o Centro Católico, com alguns deputados e senadores eleitos, pautou a sua<br />
intervenção por um certo pragmatismo, defendendo a política <strong>da</strong> Igreja com aceitação do<br />
quadro institucional vigente e oferecendo pontualmente colaboração. Os deputados do<br />
Centro evitaram cui<strong>da</strong>dosamente qualquer suspeita de envolvimento em propostas ou<br />
activi<strong>da</strong>des conspirativas ou de teor fascizante, muito embora outros elementos delas se não<br />
11<br />
op. cit. p. 282-290<br />
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