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Parnaso de Além-Túmulo - Autores Espíritas Clássicos

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12 – Francisco Cândido Xavier (Espíritos diversos)<br />

No firmamento em luz,<br />

Que celebrava<br />

A gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> uma alma que voltava<br />

Ao redil <strong>de</strong> Jesus.<br />

É Junqueiro...<br />

Descansa, agora vibrião das ruínas.<br />

Esquece o verme, as carnes, os estrumes.<br />

Retempera­te em meio dos perfumes<br />

Cantando à luz das amplidões divinas.<br />

É Augusto dos Anjos.<br />

E todos, todos os mais, aí estão vivos, ar<strong>de</strong>ntes, inconfundíveis na<br />

modulação <strong>de</strong> suas liras encantadas e <strong>de</strong>cantadas.<br />

E na prosa — exceto a Fernando <strong>de</strong> Lacerda, cujo estilo não temos<br />

elementos para i<strong>de</strong>ntificar — o mesmo traço <strong>de</strong> originalida<strong>de</strong> personalíssima se<br />

impõe.<br />

Duvidamos que o mais solerte plumitivo, o mais Intelectual dos nossos<br />

literatos consiga imitar, sequer, ainda que premeditadamente, esta produção. E isto o<br />

dizemos porque o médium Xavier, um quase adolescente, sem lastro, portanto, <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> cultura e treino poético, recebe­a <strong>de</strong> jacto, e mais — quando <strong>de</strong> alguns<br />

autores não conhece uma estrofe!<br />

É extraordinário, será maravilhoso, mas é a verda<strong>de</strong> nua e crua; verda<strong>de</strong><br />

que, qual a Luz. não po<strong>de</strong> ficar <strong>de</strong>baixo do alqueire. Foi por assim pensarmos que<br />

conseguimos vencer a relutância do médium em sua natural modéstia para lançar ao<br />

público, em geral, e aos confra<strong>de</strong>s, em particular, esta obra mediúnica, que, certo<br />

estamos, ficará como baliza fulgurante, na história a tracejar do Espiritismo em<br />

nossa pátria.<br />

* * *<br />

Mas, perguntarão: — quem é Francisco Cândido Xavier Será um rapaz<br />

culto, um bacharel formado, um acadêmico, um rotulado <strong>de</strong>sses que por ai vão<br />

felicitando a Família, a Pátria e a Humanida<strong>de</strong><br />

Nada disso.<br />

O médium polígrafo Xavier é um rapaz <strong>de</strong> 21 anos, um quase adolescente,<br />

nascido ali assim em Pedro Leopoldo, pequeno rincão do Estado <strong>de</strong> Minas. Filho <strong>de</strong><br />

pais pobres, não pô<strong>de</strong> ir além do curso primário <strong>de</strong>ssa pedagogia incipiente e<br />

rotineira, que faz do mestre­escola, em tese, um galopim eleitoral e não vai, também<br />

em tese, muito além das quatro operações e da leitura corrida, com borrifos <strong>de</strong><br />

catecismo católico, <strong>de</strong> contrapeso.<br />

Órfão <strong>de</strong> mãe aos 5 anos, o pai infenso a literatices e, ao <strong>de</strong>mais, pramido<br />

pelo ganha­pão, é bem <strong>de</strong> ver­se que não teve, que não podia ter o estímulo<br />

ambiente, nem uma problemática hereditarieda<strong>de</strong>, nem um, nem <strong>de</strong>z cireneus que o<br />

conduzissem por tortuosos e torturantes labirintos <strong>de</strong> acesso aos altanados paços do<br />

Olimpo para o Idílico convívio <strong>de</strong> Caliope e Polímnia.

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