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Parnaso de Além-Túmulo - Autores Espíritas Clássicos

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42 – Francisco Cândido Xavier (Espíritos diversos)<br />

O REMORSO<br />

Quando fugi da dor, fugindo ao mundo,<br />

Divisei aos meus pés, <strong>de</strong> mim diante,<br />

A medonha figura <strong>de</strong> gigante<br />

Do Remorso, <strong>de</strong> olhar grave e profundo.<br />

Era <strong>de</strong> ouvir­lhe o grito gemebundo,<br />

Sua voz cavernosa e soluçante!...<br />

Aproximei­me <strong>de</strong>le, suplicante,<br />

Dizendo­lhe, cansado e moribundo: —<br />

“Que fazes ao meu lado, corvo horrendo,<br />

Se enlouqueci no meu <strong>de</strong>gredo estranho,<br />

Acordando­me em lágrimas, gemendo”<br />

Ele riu­se e clamou para meus ais:<br />

“Companheiro na dor, eu te acompanho,<br />

Nunca mais te abandono! Nunca mais!”<br />

SONETO<br />

Mais se me afunda a chaga da amargura<br />

Quando reflexiono, quando penso<br />

No mar humano, encapelado e imenso,<br />

On<strong>de</strong> se per<strong>de</strong> a luz em noite escura...<br />

Nesse abismo <strong>de</strong> treva a bênção pura,<br />

Do espírito <strong>de</strong> amor ao mal imenso,<br />

Sente o assédio do mal. É o contra­senso<br />

Da luz unida à lama que a tortura.<br />

Mais se me aumenta a chaga dolorida,<br />

Escutando o soluço cavernoso<br />

Da pobre Humanida<strong>de</strong> escravizada;<br />

Sentindo o horror que nasce <strong>de</strong>ssa vida,<br />

Que se vive no abismo tenebroso,<br />

Cheio do pranto da alma encarcerada!

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