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PDF da matéria completa - Global Garbage

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TERRA DA GENTE | biodiversi<strong>da</strong>de<br />

28<br />

nham em brinquedos, jogos, livros,<br />

figurinhas, filmes e seriados de TV.<br />

A expressão travessa e simpática<br />

desses bichos nos faz sonhar em ter<br />

um deles como amigo íntimo, como<br />

nas várias versões envolvendo o golfinho<br />

Flipper, que se tornou o nome<br />

mais conhecido dos golfinhos-narizde-garrafa<br />

(Tursiops truncatus), bastante<br />

comuns na costa brasileira.<br />

A literatura e o cinema também<br />

tornaram vilãs algumas espécies,<br />

como é o caso <strong>da</strong> orca (Orcinus orca),<br />

injustamente imortaliza<strong>da</strong> como<br />

‘baleia assassina’, e do cachalote (Physeter<br />

macrocephalus), a famosa ‘baleia’<br />

Moby Dick <strong>da</strong> obra de Herman Melville<br />

e a Dona Monstro <strong>da</strong> animação<br />

Pinóquio dos Estúdios Walt Disney.<br />

O que pouca gente sabe é que ambas<br />

as espécies, apesar de grandes, não<br />

são baleias, mas golfinhos.<br />

Baleias e golfinhos são agrupados<br />

Os perigos do lixo marinho<br />

Uma <strong>da</strong>s grandes ameaças aos golfinhos – e também a to<strong>da</strong>s<br />

as espécies que dependem do mar para viver e se alimentar – é<br />

o lixo marinho. Formado por todo tipo de resíduo sólido manufaturado,<br />

pode permanecer no oceano por milhares de anos. No<br />

Pacífico Norte, há registro de imensas ‘ilhas’ flutuantes de lixo,<br />

mas não se sabe se elas também existem no Atlântico Sul.<br />

“Esse lixo pode ser de fontes terrestres – jogado por usuários<br />

de praias e rios, sistemas de drenagem e esgoto, enchentes, lixões<br />

e aterros próximos a corpos d’água – e de fontes marinhas,<br />

como navios e plataformas oceânicas de petróleo e gás”, diz a<br />

oceanógrafa Juliana Assunção Ivar do Sul, <strong>da</strong> Associação Praia<br />

Local, Lixo <strong>Global</strong>.<br />

Uma vez no ambiente, o lixo formado por plástico, isopor,<br />

metal, papel e vidro causa diferentes impactos nos golfinhos.<br />

Curiosos, os animais gostam de interagir com as redes de pesca<br />

abandona<strong>da</strong>s e acabam morrendo afogados. Ou permanecem<br />

indefini<strong>da</strong>mente enre<strong>da</strong>dos (enrolados à rede), com vários efeitos<br />

subletais: ficam debilitados, com dificul<strong>da</strong>des para se defenderem,<br />

alimentarem-se e se reproduzirem.<br />

Outro problema é a ingestão dos produtos pequenos.<br />

“Eles comem de tudo e não se sabe a razão. Há teorias de<br />

que confundiriam o lixo com presas ou outros alimentos”,<br />

acrescenta Juliana. “A ingestão desses objetos pode causar<br />

sensação de sacie<strong>da</strong>de e o animal não busca mais alimento.<br />

Se o item é maior, pode causar obstrução gastrointestinal,<br />

com efeitos letais e subletais”.<br />

epraticamente impossível<br />

encontrar quem<br />

não goste deles, seja<br />

pela reconheci<strong>da</strong><br />

inteligência e capaci<strong>da</strong>de de comunicação,<br />

seja pela graça com que se<br />

exibem, às vezes bem pertinho <strong>da</strong><br />

costa ou em shows de parques aquáticos<br />

ao redor do mundo. Os golfinhos<br />

também fazem parte do imaginário<br />

popular. Figuram há pelo<br />

menos 2 mil anos ao lado de deuses<br />

e seres fantásticos nos mosaicos do<br />

Império Romano. E nos acompa-<br />

em uma só ordem de mamíferos<br />

marinhos, a dos cetáceos (Cetacea).<br />

Porém, as baleias se encaixam em<br />

uma subordem conheci<strong>da</strong> como<br />

misticetos (Mysticeti), cuja característica<br />

principal é a presença de<br />

barbatanas de queratina, que ficam<br />

presas na mandíbula pelos dois lados<br />

<strong>da</strong> boca e servem para filtrar<br />

alimentos: peixes e crustáceos bem<br />

pequenos. Já os golfinhos são odontocetos<br />

(Odontoceti) e possuem dentes<br />

para se alimentarem de animais<br />

maiores: lulas, peixes – às vezes<br />

bem grandes, como tubarões – e<br />

até baleias bem maiores do que os<br />

próprios golfinhos. Além <strong>da</strong> presença<br />

de dentes, o que possibilita aos<br />

golfinhos essa eficiência na captura<br />

de alimento é a capaci<strong>da</strong>de de caçar<br />

em grupo.<br />

O maior misticeto é a baleia-azul,<br />

que pode chegar a 33 metros de comprimento<br />

quando adulta e o menor, a<br />

baleia-franca-anã (Caperea marginata)<br />

de 5 a 6 metros. O maior odontoceto é<br />

o cachalote, que atinge até 18 metros<br />

de comprimento quando adulto, e o<br />

menor, a vaquita (Phocoena sinus) e seu<br />

máximo de metro e meio.<br />

Com uma linha de costa muito<br />

grande, o Brasil se dest aca na diver-

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