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PDF da matéria completa - Global Garbage

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saltador<br />

O golfinho-rotador<br />

(nesta e na pág. anterior), que gira no ar<br />

como um pião, tem a maior população<br />

residente conheci<strong>da</strong> em Fernando de<br />

Noronha, mas a espécie se espalha por<br />

grande parte do litoral brasileiro<br />

si<strong>da</strong>de de<br />

golfinhos. Dentre<br />

mais de 70 espécies conheci<strong>da</strong>s<br />

no mundo, quase 50% já foram<br />

registra<strong>da</strong>s ao menos uma vez no<br />

nosso litoral e na Bacia Amazônica,<br />

onde vivem o boto-cor-de-rosa (Inia<br />

geoffrensis) e o boto-tucuxi (Sotalia<br />

fluvialitis), nossas duas espécies fluviais.<br />

Segundo o biólogo Marcos<br />

Santos, coordenador do Laboratório<br />

de Biologia <strong>da</strong> Conservação de Cetáceos<br />

do Departamento de Zoologia<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadual Paulista<br />

(Unesp) de Rio Claro, originalmente<br />

as duas espécies mais comuns no<br />

litoral brasileiro eram o boto-cinza<br />

(Sotalia guianensis), ain<strong>da</strong> abun<strong>da</strong>nte,<br />

e a toninha (Pontoporia blainvillei),<br />

hoje ameaça<strong>da</strong>. “O boto-cinza ocorre<br />

em águas costeiras, muitas vezes<br />

adentrando estuários, desde o estado<br />

de Santa Catarina e, rumando<br />

ao Norte, até Honduras, na América<br />

Central. Poderíamos dizer que é a<br />

‘mais brasileira’ <strong>da</strong>s espécies de cetáceos.<br />

A toninha ocorre em águas<br />

costeiras desde o Espírito Santo e,<br />

rumando ao Sul, até a Baía Blanca<br />

na Argentina”, diz.<br />

Onde tem<br />

peixe, tem<br />

golfinho,<br />

que precisa<br />

comer muito<br />

A bióloga Liliane Lodi, do Instituto<br />

Aqualie, estu<strong>da</strong> o golfinhonariz-de-garrafa<br />

no litoral do Rio<br />

de Janeiro e conta que os golfinhos<br />

são animais bastante sociais, “mas<br />

entre eles”. Ela recomen<strong>da</strong>: “Para<br />

observá-los, é melhor permanecer<br />

dentro do barco ou na praia e não<br />

tentar tocá-los na água, pois dificilmente<br />

se consegue”. Esses animais<br />

an<strong>da</strong>m sempre em grupos, de tamanhos<br />

variados, conforme a espécie.<br />

As orcas, por exemplo, vivem em<br />

alto-mar, em socie<strong>da</strong>des matriarcais,<br />

onde a fêmea mais velha é a líder<br />

do grupo. “Formam famílias de<br />

até quatro gerações. Os grupos, em<br />

geral, são pequenos, mas eventualmente<br />

podem chegar a 50 indivíduos”,<br />

diz Liliane.<br />

Grupos de golfinhos oceânicos<br />

são bem maiores e chegam a ter<br />

centenas de indivíduos. As espécies<br />

costeiras vivem em grupos menores.<br />

“Mas já vi grupo de boto-cinza<br />

na baía de Parati, onde há boa disponibili<strong>da</strong>de<br />

de alimentos, de até<br />

450 indivíduos”, conta a bióloga.<br />

Algumas espécies possuem socie<strong>da</strong>des<br />

mais flui<strong>da</strong>s e mu<strong>da</strong>m de grupo<br />

o tempo todo, como é o caso do próprio<br />

nariz-de-garrafa e do golfinhorotador<br />

(Stenella longirostris), que<br />

habita grande parte do litoral brasileiro,<br />

mas tem a maior população<br />

residente conheci<strong>da</strong> no arquipélago<br />

de Fernando de Noronha.<br />

Golfinhos costumam ser poligâmicos,<br />

com machos e fêmeas cruzando<br />

com vários indivíduos do<br />

sexo oposto. A gestação dura em<br />

torno de 12 meses na maioria <strong>da</strong>s<br />

espécies e o filhote é amamentado<br />

matheus jeremias fortunato<br />

TERRA DA GENTE | biodiversi<strong>da</strong>de<br />

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