Agosto 2011 - Cremers
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AVANÇO IPE eleva remuneração de consultas e procedimentos pág. 6<br />
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano IX | nº 70 | <strong>Agosto</strong> <strong>2011</strong><br />
MOBILIZAÇÃO<br />
PELA SAÚDE<br />
Audiência pública na OAB/RS reuniu entidades<br />
em defesa dos hospitais filantrópicos e por mais<br />
recursos para a saúde pública Página central<br />
Médicos da Prefeitura<br />
de Porto Alegre<br />
ganham plano<br />
de carreira<br />
contracapa<br />
''Nas negociações que promovemos com a categoria, o Conselho<br />
Regional de Medicina do RS (<strong>Cremers</strong>) foi de fundamental importância<br />
para que pudéssemos chegar a um acordo envolvendo os profissionais<br />
médicos e a administração da cidade. A postura clara, firme e séria do<br />
<strong>Cremers</strong> possibilitou que chegássemos a um acordo adequado para todas<br />
as partes envolvidas e, especialmente, para os interesses da cidade''.<br />
José Fortunati<br />
Prefeito de Porto Alegre (RS)
NOTAS<br />
____________________________________________________________<br />
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul<br />
Avenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RS<br />
Fone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968<br />
cremers@cremers.com.br • www.cremers.com.br<br />
____________________________________________________________<br />
Composição da Diretoria<br />
Presidente: Fernando Weber da Silva Matos<br />
Vice-presidente: Isaias Levy<br />
1º Secretário: Rogério Wolf de Aguiar<br />
2º Secretário: Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />
Tesoureiro: Ismael Maguilnik<br />
Corregedores: Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier<br />
Coordenador da Fiscalização: Antônio Celso Koehler Ayub<br />
Coordenador da Ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira Filho<br />
Coordenador das Câmaras Técnicas: Jefferson Pedro Piva<br />
Coordenador de Patrimônio: Iseu Milman<br />
____________________________________________________________<br />
Conselheiros<br />
Alberi Nascimento Grando • Antônio Celso Koehler Ayub • Céo Paranhos<br />
de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Dirceu Francisco de Araújo<br />
Rodrigues • Enio Rotta • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo<br />
Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman<br />
• Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Mário<br />
Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de<br />
Barros • Régis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira<br />
Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Arthur da Motta Lima Netto • Cláudio<br />
André Klein • Clotilde Druck Garcia • Douglas Pedroso • Isabel Helena<br />
F. Halmenschlager • Izaias Ortiz Pinto • João Alberto Larangeira • Jorge<br />
Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luciano Bauer Gröhs<br />
• Luiz Carlos Bodanese • Luiz Carlos Corrêa da Silva • Luiz Alexandre<br />
Alegretti Borges • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Paulo Amaral • Paulo<br />
Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli •<br />
Ricardo Oliva Willhelm<br />
____________________________________________________________<br />
Conselho Editorial<br />
Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Rogério Wolf de Aguiar •<br />
Cláudio Balduíno Souto Franzen • Ismael Maguilnik<br />
____________________________________________________________<br />
Redação: W/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br),<br />
Viviane Schwäger e Taini Holz<br />
Jornalista Responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556<br />
Revisão: Raul Rubenich<br />
Fotografias: Dudu Leal/Fiergs, W/COMM Comunicação,<br />
Jaime Freitas/Amrigs e Marcio Arruda/CFM<br />
Projeto e Design Gráfico: • Fone: (51) 3023.4866<br />
stampa@stampadesign.com.br • www.stampadesign.com.br<br />
Tiragem: 25.200 exemplares<br />
____________________________________________________________<br />
<strong>Cremers</strong>, Revista do Conselho Regional de Medicina do RS, está aberta<br />
à participação de toda a classe médica gaúcha, para críticas, sugestões de<br />
pauta, artigos, divulgação de eventos e notícias de interesse da categoria.<br />
As correspondências serão encaminhadas ao Conselho Editorial.<br />
Contatos com Assessoria de Imprensa pelo e-mail: ai@cremers.org.br<br />
CFM emite nota sobre<br />
Certificação<br />
O Conselho Federal de Medicina (CFM) informa<br />
que, em virtude da rediscussão, pelo Plenário da<br />
entidade, da Resolução CFM 1.772/05 – que institui<br />
o Certificado de Atualização Profissional para os<br />
portadores dos títulos de especialista e certificados<br />
de áreas de atuação e cria a Comissão Nacional de<br />
Acreditação para elaborar normas e regulamentos<br />
para este fim, além de coordenar a emissão desses<br />
certificados –, fica prorrogado o prazo para execução<br />
da Resolução, sendo assegurados todos os direitos<br />
adquiridos relativos a créditos dos pontos obtidos<br />
com cursos, congressos e outros, autorizados pela<br />
Comissão Nacional de Acreditação (CNA).<br />
Parceria com a Dell<br />
O <strong>Cremers</strong> firmou convênio com a Dell para facilitar<br />
a aquisição de computadores pelos inscritos no<br />
Conselho. Os médicos serão beneficiados com<br />
desconto extra de 10% em sistemas, serviços e<br />
acessórios da empresa. O desconto será concedido<br />
mesmo em itens promocionais da Dell. . A empresa<br />
disponibiliza o número gratuito 0800-970-0246<br />
para realização das compras. O pagamento (à<br />
vista ou parcelado) poderá ser feito com cartão de<br />
crédito, depósito bancário ou financiamento CDC.<br />
O convênio abrange todos os produtos da Dell,<br />
inclusive os equipamentos mais profissionais, como<br />
os servidores.<br />
2 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
EDITORIAL<br />
Diálogo<br />
e truculência<br />
Sempre acreditei mais na força do diálogo, no poder das<br />
palavras bem postas no rumo do entendimento com o<br />
objetivo comum de construir uma sociedade mais justa, mais<br />
igualitária, mais saudável.<br />
E foi o diálogo constante, sereno na maior parte do tempo,<br />
mas firme e seguro, mantido com o gestor municipal, que<br />
resultou numa conquista significativa para a classe médica:<br />
um projeto do Executivo, aprovado pela Câmara Municipal<br />
de Porto Alegre e sancionado pelo prefeito José Fortunatti,<br />
estabelecendo o plano de carreira específico para médicos do<br />
município.<br />
No bojo da proposta, além da abertura para uma melhor<br />
remuneração aos profissionais, outros avanços que levam a maior<br />
valorização do trabalho médico, hoje sem o reconhecimento<br />
devido por parte da maioria dos gestores, que discursam, prometem,<br />
mas que na realidade quase nada fazem pela saúde pública.<br />
Não é por outra razão que vivemos hoje uma crise sem<br />
precedentes na área da saúde no Rio Grande do Sul, o Estado<br />
que menos investe no setor, menos de 4%. O resultado é essa<br />
ameaça de paira sobre os hospitais filantrópicos, responsáveis<br />
por 70% dos atendimentos pelo SUS no Estado. Solidário<br />
com esse drama, que afeta diretamente pacientes, médicos e<br />
demais trabalhadores da saúde, o <strong>Cremers</strong> está engajado no<br />
movimento “SOS Hospitais Filantrópicos”, que busca, pela<br />
união e o diálogo, uma solução que atenda aos interesses<br />
soberanos da população.<br />
Numa sociedade tão heterogênea, com interesses tão<br />
difusos e nem sempre transparentes, é inevitável que existam<br />
aqueles que optam pelo conflito – talvez até porque dele<br />
necessitem para viver tanto quanto do ar para respirar.<br />
Assim, é inevitável que nem sempre o bom senso prevaleça<br />
nas relações pessoais, profissionais, institucionais. Tenho<br />
consciência disso, mas ainda me surpreendo e fico espantado<br />
diante de determinadas situações.<br />
Foi o que senti quando soube que os homens da segurança<br />
pública, que, assim como a saúde e a educação, só é<br />
valorizada em retóricas de campanhas eleitorais, deflagraram<br />
uma operação de guerra em São Leopoldo, com três dezenas<br />
de policiais e inúmeras viaturas, só para deter um médico em<br />
seu local de trabalho.<br />
O comando policial acaso temia - quem duvida? - que o<br />
profissional, “armado” de um estetoscópio, pudesse resistir<br />
entrincheirado em seu consultório?<br />
A ação midiática expôs o médico, acusado de cobrar de<br />
pacientes por procedimentos feitos pelo SUS, à execração<br />
pública. O profissional foi algemado e conduzido ao hospital<br />
em que trabalha, sendo exibido como um troféu pelos policiais.<br />
Tal aparato seria justificável para prender um delinquente<br />
perigoso, alguém que realmente pudesse colocar em risco<br />
vidas inocentes.<br />
Em face disso, o <strong>Cremers</strong> encaminhou ofícios ao governo<br />
e ao secretário de Segurança Pública do Estado deixando<br />
muito clara sua indignação com um episódio tão grotesco e<br />
repugnante, algo mais comum aos tempos de ditadura, e que<br />
jamais deveria ocorrer onde viceja a democracia.<br />
É preciso enfatizar, para não pairar dúvidas, que o <strong>Cremers</strong><br />
se rebela contra o excesso policial, nunca com a investigação<br />
para apurar se o referido profissional cometeu delito.<br />
De sua parte, o <strong>Cremers</strong> já instaurou sindicância para, se<br />
for o caso, abrir Processo Ético-Profissional contra o acusado,<br />
proporcionando a ele amplo direito de defesa, o que deveria<br />
ser pilar inabalável num legítimo estado de direito.<br />
Fernando Weber Matos<br />
Presidente do <strong>Cremers</strong><br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 3
PROTESTO<br />
<strong>Cremers</strong> critica excesso policial<br />
na prisão de médico<br />
presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando<br />
O Matos, criticou o excesso de força<br />
policial na operação realizada dia 20 de<br />
julho para prender o médico Eduardo<br />
Mello Rodrigues. A operação da Polícia<br />
Civil, em São Leopoldo, contou com<br />
quatro delegados, 30 policiais e inúmeras<br />
viaturas. A ação ocorreu no Hospital<br />
Centenário e no consultório particular do<br />
profissional.<br />
Independente disso, o <strong>Cremers</strong> abriu<br />
sindicância para apurar as denúncias envolvendo<br />
o neurocirurgião, acusado de induzir<br />
pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS)<br />
a buscarem atendimento pago em seu consultório.<br />
O médico ficou detido um dia.<br />
Em entrevista ao jornal Zero Hora,<br />
publicada na edição do dia 23 de julho,<br />
Matos criticou duramente a ação da Polícia<br />
Civil. Para o presidente, o médico é um<br />
suspeito, e teria havido préjulgamento por<br />
parte dos policiais. Ele considera que a<br />
abordagem contou com reforço exagerado<br />
e prejudicou a imagem do profissional.<br />
– Só se via isso na ditadura. Tem gente<br />
sendo roubada na rua, e a polícia não<br />
utiliza todo esse aparato. Parece que tudo<br />
foi para humilhar, degradar a pessoa, ou<br />
para mostrar força, mostrar serviço, não<br />
sei. Não havia necessidade de operação<br />
tão espetaculosa para deter um médico<br />
que tem endereço profissional e endereço<br />
residencial conhecidos.<br />
Além de entrevistas<br />
manifestando indignação<br />
diante da operação policial,<br />
o <strong>Cremers</strong> colocou no<br />
ar pela Rádio Gaúcha o<br />
seguinte texto: ''<strong>Cremers</strong><br />
protesta contra excesso de<br />
força policial na prisão de<br />
médico em São Leopoldo. O<br />
<strong>Cremers</strong> também investiga<br />
o caso, mas sem exposição<br />
pública do acusado antes de<br />
julgamento e comprovação<br />
de culpa''.<br />
No dia 7 de agosto, o<br />
<strong>Cremers</strong> publicou nota na<br />
imprensa de São Leopoldo<br />
manifestando seu repúdio à<br />
forma como foi conduzida a<br />
ação policial.<br />
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA<br />
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL<br />
À COMUNIDADE DE SÃO LEOPOLDO<br />
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul manifesta<br />
o seu mais veemente repúdio à forma com que foi conduzida a ação policial<br />
desencadeada contra um médico, por uma suposta ilicitude na prestação de serviços<br />
ao SUS em São Leopoldo.<br />
É inadmissível, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, a utilização<br />
de um aparato de 30 policiais para realizar a prisão de um único médico,<br />
de endereço profissional e residencial amplamente conhecidos pela comunidade<br />
leopoldense.<br />
O sensacionalismo obtido, além de colocar em evidência a autoridade policial<br />
nos meios de comunicação, prejudicou a imagem do médico, que - como<br />
qualquer cidadão - tem direito à ampla defesa e ao contraditório, mas não a ser<br />
tratado como um bandido de alta periculosidade.<br />
Os meios de comunicação poderiam ser mais dignamente ocupados pela<br />
autoridade policial com eventuais relatos de sucesso no efetivo combate à criminalidade<br />
que assola os leopoldenses e impõe a seus filhos temor e insegurança.<br />
O <strong>Cremers</strong>, por sua vez, investigará a atuação do médico em sindicância,<br />
dentro dos princípios do contraditório e da ampla defesa, sem qualquer atitude<br />
sensacionalista, linha de conduta que, a propósito, deveria nortear a atuação da<br />
Administração Pública em todas as esferas.<br />
4 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
Cartas ao governador e ao<br />
secretário de Segurança<br />
<strong>Cremers</strong> encaminhou correspondência ao governador Tarso Genro e ao secretário da Segurança do Estado, Airton Michels, em<br />
protesto contra o excesso de força policial na prisão de um médico em São Leopoldo. No ofício, o <strong>Cremers</strong> destaca que a ação<br />
implicou em ''verdadeiro prejulgamento, denegrindo antecipadamente – e de forma lamentável – a imagem de um profissional que tem<br />
direito ao contraditório e à ampla defesa no Estado Democrático de Direito delineado pela Carta da República de 1988''.<br />
Porto Alegre, 05 de agosto de <strong>2011</strong><br />
Ao cumprimentá-lo, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul, no uso das suas<br />
atribuições definidas pela Lei n.º 3.268/1957, vem à presença de Vossa Excelência, manifestar o seu repúdio<br />
à prisão do médico neurocirurgião, Doutor Eduardo Mello Rodrigues, ocorrida no dia 20 de julho de <strong>2011</strong><br />
em São Leopoldo, por supostamente se negar a realizar procedimentos pelo SUS no Hospital Centenário,<br />
conduzindo os pacientes à sua clínica particular para alegada cobrança indevida (processo criminal n.º<br />
033/2.11.0003564-5).<br />
Sem adentrar na discussão de mérito da suposta conduta do profissional, o CREMERS discorda completamente<br />
da condução do procedimento da prisão preventiva, uma vez que houve notoriamente a mobilização<br />
de grande aparato policial (30 policiais) –denominada operação Hipócrates - para prisão cautelar de um único<br />
médico, com endereços profissional e residencial conhecidos.<br />
Houve, indubitavelmente, a mobilização exagerada de um aparato policial, acompanhada “pari passu” de<br />
uma exposição desnecessária e exagerada na mídia do profissional, o que é inconcebível e injustificável. Deve<br />
ser salientado que a prisão se deu em caráter meramente cautelar, quando se entende que o procedimento<br />
da autoridade policial, nessas circunstâncias, deve se pautar pela prudência e reserva, sobretudo porque no<br />
Estado Democrático de Direito vigora o princípio da presunção de inocência.<br />
Logo, o CREMERS solicita formalmente explicações sobre o procedimento levado a efeito pelo Senhor<br />
Delegado de Polícia de São Leopoldo, Doutor Marco Antônio Duarte de Souza, na condução da prisão cautelar<br />
do médico Doutor Eduardo Mello Rodrigues, esperando que situações como a presente não se repitam<br />
por implicar verdadeiro prejulgamento, denegrindo antecipadamente – e de forma lamentável – a imagem de<br />
um profissional que tem direito ao contraditório e à ampla defesa no Estado Democrático de Direito delineado<br />
pela Carta da República de 1988.<br />
Por fim, o CREMERS informa que investigará o ocorrido na sindicância n.º 239/<strong>2011</strong>, dentro dos princípios<br />
do contraditório e da ampla defesa, sem qualquer sensacionalismo, linha de atuação que, a propósito,<br />
deveria pautar a atuação da Administração Pública em todas as esferas.<br />
Sendo o que tínhamos para o momento, renovamos nossos préstimos de estima e consideração.<br />
Dr. Fernando Weber Matos<br />
Presidente<br />
Dr. Rogério Wolf de Aguiar<br />
Primeiro-Secretário<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 5
AVANÇO<br />
IPE reajusta tabelas<br />
Grupo Paritário das entidades médico-hospitalares e IPE assinaram acordo com os novos valores<br />
O Grupo Paritário das entidades<br />
médico-hospitalares e o Instituto de<br />
Previdência do Estado (IPE) assinaram, dia<br />
10 de agosto, um termo de acordo para<br />
cumprir os reajustes reivindicados desde<br />
2009. O reajuste totaliza R$ 105 milhões,<br />
que valerão retroativamente, a contar do<br />
dia 01 de agosto de <strong>2011</strong>.<br />
Após sete reuniões consecutivas na<br />
última semana, o Grupo e o Instituto chegaram<br />
a um denominador comum para<br />
o reajuste, incrementando em 20% os<br />
valores de procedimentos que estavam<br />
congelados havia já dois anos.<br />
Representante do <strong>Cremers</strong> no Grupo<br />
Paritário, o vice-presidente Isaias Levy<br />
avaliou o acordo como um avanço importante.<br />
“Essa medida representa o resgate<br />
do valor do trabalho médico, e acena<br />
com a perspectiva da adoção, por parte<br />
do IPE, da nomenclatura da CBHPM até<br />
o final deste ano”, afirmou o dirigente da<br />
autarquia.<br />
O presidente do IPE, Valter Morigi,<br />
ressalta a importância do Grupo nas negociações:<br />
“Toda a área da saúde está concentrada<br />
nesta mesa, representando a<br />
democracia de que precisamos para gerir<br />
o Instituto. Momentos tensos fazem parte<br />
do processo, mas o mais importante é<br />
poder chegar a este momento final de<br />
conciliação”, salientou.<br />
ENTENDA O CASO<br />
O <strong>Cremers</strong> faz parte do Grupo Paritário<br />
das entidades médico-hospitalares desde<br />
sua criação, em 2004. No final de dezembro<br />
de 2010, o Conselho retirou-se da mesa de<br />
negociações, tendo em vista a inflexibilidade<br />
do IPE em atender os pleitos de reajuste<br />
de consultas e da adoção da CBHPM. Os<br />
representantes das entidades chamaram a<br />
atenção para a excessiva burocracia adotada<br />
pelo IPE, provocando, com isso, atrasos de<br />
pagamentos a hospitais, clínicas e laboratórios<br />
por serviços já prestados. Recentemente, o<br />
<strong>Cremers</strong> reingressou no grupo, quando as<br />
entidades decidiram pressionar a instituição<br />
por avanços e esta, por sua vez, demonstrou<br />
maior sensibilidade às demandas.<br />
Nova tabela vigora desde o dia 1 o de agosto<br />
• Consultas: R$ 47,00 (quarenta e sete reais)<br />
• Procedimentos Médicos: 20%<br />
• Pronto-atendimento: R$ 48,00 (quarenta e oito reais)<br />
• Taxas: 40%<br />
• Descongelamento dos medicamentos de uso restrito<br />
(Preço de Fábrica + 38,8%)<br />
• Diárias psiquiátricas: 30% e diária UTI/ CTI<br />
(Cód. 876): 30%<br />
• Diárias (exceto UTI/ CTI e Psiquiátrica): 10%<br />
• Análises Clínicas e Anatomia Patológica: 10%<br />
• Ecografia: 25%<br />
• Tomografia, Ressonância, Medicina Nuclear, Hemoterapia<br />
e Hemodiálise: 10%<br />
6 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
LEGISLAÇÃO<br />
<strong>Cremers</strong> edita nova resolução<br />
sobre vaga zero<br />
O <strong>Cremers</strong> editou no dia 22 junho a Resolução número 005/<strong>2011</strong>, que alterou a<br />
Resolução 004/<strong>2011</strong> a respeito da chamada vaga zero do Ministério da Saúde.<br />
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande<br />
do Sul, no uso das suas atribuições que são conferidas pela<br />
Lei n.º 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada<br />
pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e<br />
Considerando que o conceito “vaga zero”, disposto na<br />
Portaria 2.048/2002 do Ministério da Saúde, deve ser aplicado<br />
unicamente em situações excepcionais em que haja<br />
risco de morte e esgotadas as possibilidades de obtenção<br />
de vaga;<br />
Considerando que este conceito vem sofrendo distorções<br />
por parte dos gestores da saúde, que o aplicam para<br />
qualquer tipo de atendimento,<br />
RESOLVE:<br />
Artigo 1º - O art. 1º da Resolução <strong>Cremers</strong> nº 004/<strong>2011</strong>,<br />
que dispõe sobre o conceito de “vaga zero”, passa a vigorar<br />
com aseguinte redação:<br />
Art. 1° - O Conceito Vaga Zero da Portaria 2.048/2002 do<br />
MS, que permite que pacientes sejam entregues a hospitais,<br />
SEM VAGAS, lotados, somente deve ser aceito em casos de<br />
iminente risco de morte, devendo ser observados os seguintes<br />
preceitos éticos e legais:<br />
a) Princípio da Dignidade da Pessoa Humana – Artigos<br />
1º e 3º da Constituição da República e os Direitos<br />
Fundamentais à vida e à saúde – Artigo 5º e 6º da Lei<br />
Maior. A não obediência a esses princípios traz como<br />
consequência a falta de condições mínimas de atendimento,<br />
com pacientes em corredores, macas, cadeiras e<br />
outras situações precárias.<br />
b) O Código de Ética Médica, em seu Capítulo 1º, inciso II<br />
afirma: “O alvo de toda atenção do médico é a saúde<br />
do ser humano em benefício do qual deverá agir com o<br />
máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional...”.<br />
Quando o médico for obrigado a atender acima<br />
da capacidade operacional do hospital, deve comunicar<br />
ao Diretor Técnico, <strong>Cremers</strong>, Gestor Público e Ministério<br />
Público. O Diretor Técnico é o responsável pelas condições<br />
de trabalho.<br />
c) Excetuando-se os casos de iminente risco de morte, o<br />
médico regulador não deve utilizar o conceito vaga zero,<br />
mas, aceitando a inexistência de leitos vagos e direcionando<br />
os pacientes para outras instituições que tenham<br />
leitos vagos, sob pena de violar os direitos fundamentais<br />
do cidadão, previstos na Constituição.<br />
Parágrafo único: Após obtidas as condições clínicas que<br />
permitam a transferência do paciente, o fato será comunicado<br />
à regulação, persistindo a responsabilidade do gestor<br />
público pela obtenção de vaga, para continuidade do tratamento<br />
e, se necessário, com a compra de leitos, na forma<br />
da lei.<br />
Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data da sua<br />
publicação.<br />
Porto Alegre, 22 de junho de <strong>2011</strong><br />
Dr. Fernando Weber Matos<br />
Presidente<br />
Dr. Rogério Wolf de Aguiar<br />
Primeiro-Secretário<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 7
PARTICIPAÇÃO<br />
Vaga zero e situação das emergências<br />
<strong>Cremers</strong> promoveu no dia 21 de<br />
O julho a Reunião Vaga Zero, que<br />
debateu a Resolução 05/<strong>2011</strong>. Além do<br />
presidente Fernando Matos, do vice-presidente<br />
Isaias Levy e do coordenador<br />
da Fiscalização, Antônio Celso Ayub, e<br />
de integrantes de Câmaras Técnicas do<br />
<strong>Cremers</strong>, participaram do encontro diretores<br />
técnicos de hospitais, chefes dos<br />
serviços de Emergência, representantes<br />
do SAMU da Capital e da Grande Porto<br />
Alegre, Unimed POA, Ecco-Salva, secretarias<br />
municipais da região metropolitana e<br />
da Secretaria da Saúde do Estado.<br />
A reunião contou com a presença<br />
da 2ª secretária do CRM do Distrito<br />
Federal, Josélia Lima Nunes, que veio a<br />
Porto Alegre para participar do encontro<br />
e também para conhecer a experiência<br />
do <strong>Cremers</strong> em torno da questão da vaga<br />
zero, foco da Resolução 04, modificada<br />
pela Resolução 05/<strong>2011</strong>. “A situação de<br />
caos na saúde, com falta de leitos, materiais<br />
e de médicos no Distrito Federal é<br />
muito parecida com a de Porto Alegre”,<br />
frisou Josélia depois de ouvir os relatos<br />
dos demais participantes do evento.<br />
Encontro realizado no <strong>Cremers</strong> reuniu representantes de inúmeras entidades envolvidas<br />
com a questão do atendimento e do serviços de emergência da Grande Porto Alegre<br />
A iniciativa de promover a reunião<br />
foi do coordenador das Câmaras Técnicas<br />
do <strong>Cremers</strong>, Jefferson Piva, que abriu os<br />
trabalhos explicando que as resoluções<br />
sobre vaga zero foram criadas em função<br />
do aumento de casos de conflito entre<br />
colegas nas portas das emergências e também<br />
por causa da Resolução 106/<strong>2011</strong><br />
da Secretaria Estadual da Saúde, que<br />
possibilitava a transferência de pacientes<br />
sem a comunicação prévia do regulador<br />
de leitos.<br />
O vice-presidente Isaias Levy salientou<br />
que a medida do <strong>Cremers</strong> repercutiu<br />
favoravelmente junto aos demais CRMs.<br />
“A resolução sobre a vaga zero extrapolou<br />
''O sistema estava<br />
funcionando sem a devida<br />
organização e sem a devida<br />
supervisão dos gestores. Havia<br />
muitos atritos entre colegas,<br />
casos que resultaram em<br />
denúncias aqui no <strong>Cremers</strong>.''<br />
Dr. Fernando Weber Matos<br />
2ª secretária do CRM do Distrito Federal, Josélia Lima Nunes, veio a Porto Alegre<br />
especialmente para conhecer a experiência do <strong>Cremers</strong> sobre a Vaga Zero<br />
8 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
em debate<br />
a divisa do Rio Grande do Sul. O <strong>Cremers</strong><br />
recebeu muitos elogios pela iniciativa”,<br />
salientou.<br />
O presidente Fernando Matos reiterou<br />
que o <strong>Cremers</strong> editou a Resolução 04,<br />
seguida da 05, que dirimiu dúvidas provocadas<br />
pela anterior, para reduzir os atritos<br />
entre médicos na entrada das emergências.<br />
“O sistema estava funcionando<br />
sem a devida organização e sem a devida<br />
supervisão dos gestores. Havia muitos<br />
atritos entre colegas, casos que resultaram<br />
em denúncias aqui no <strong>Cremers</strong>. Por<br />
isso, decidimos intervir, assumindo essa<br />
responsabilidade”.<br />
Matos anunciou que o <strong>Cremers</strong> irá<br />
normatizar, por resolução, a questão do<br />
número de médicos por pacientes dependendo<br />
do nível de complexidade e de<br />
risco. “Não se pode ter o mesmo número<br />
de médicos em cada uma das áreas<br />
das emergências. As necessidades são<br />
diferentes de sala para sala”, comentou,<br />
acrescentando que caberia aos gestores<br />
da saúde tomar essa providência. Ao<br />
concluir, reiterou que é preciso criar a<br />
especialidade de emergencista.<br />
Encontro aponta<br />
soluções<br />
Além de debater a questão da ‘vaga zero’, a reunião avançou sobre toda a<br />
problemática que envolve o atendimento nas emergências. A maioria dos 70<br />
participantes se manifestou dando conhecimento dos problemas que encontra em<br />
sua atividade cotidiana, destacando as principais dificuldades enfrentadas em sua<br />
área de atuação. O coordenador das CTs, Jefferson Piva, pretende organizar novos<br />
encontros para debater essas questões. Já está previsto um encontro entre os diretores<br />
técnicos e chefes dos serviços de emergência dos hospitais da Grande Porto Alegre<br />
e a diretoria do <strong>Cremers</strong>.<br />
Entre as conclusões que ficaram da reunião, destacam-se:<br />
• Houve um consenso em relação ao reconhecimento de que o médico regulador<br />
é autoridade que tem a competência para gerir as vagas e transferência<br />
para o serviço de emergência sob a sua coordenação;<br />
• Para realizar tal tarefa, o gestor deve conhecer o limite ou capacidade de<br />
atendimento das diversas áreas de cada serviço de emergência, a ser informado<br />
em tempo real ao médico regulador do SAMU;<br />
• Nessa informação devem constar: identificação, diagnóstico, tempo de<br />
internação e necessidades terapêuticas ou diagnósticas para a alta ou transferência;<br />
• Os serviços de emergência devem designar um médico que seja responsável<br />
pela gerência de vagas de seu serviço, o qual será o elo de contato com o<br />
médico regulador;<br />
• Deverá haver um movimento de maior integração entre o SAMU<br />
Metropolitano, SAMU Municipal e serviços de emergência de referência em<br />
nosso Estado;<br />
Foram apresentadas propostas para as emergências<br />
• Os serviços de emergência dos Hospitais da Grande Porto Alegre apresentaram<br />
como seu maior problema o excesso de pacientes graves e necessitando<br />
de suporte hospitalar de maior complexidade.<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 9
SOLUÇÃO<br />
Divina Providência assume<br />
Hospital Independência<br />
Solução para o impasse que envolvia os<br />
hospitais que pertenciam à Ulbra começou<br />
com a mobilização de entidades como <strong>Cremers</strong><br />
e OAB/RS, que pressionaram pela reabertura<br />
do Luterano e do Independência<br />
Foco de forte mobilização de entidades como<br />
<strong>Cremers</strong> e OAB/RS, o Hospital Independência<br />
deverá reabrir suas portas dentro de 60 dias. O ex-hospital<br />
da Ulbra será administrado pelo Hospital Divina<br />
Providência, conforme anúncio feito pelo prefeito José<br />
Fortunatti, dia 19 e julho.<br />
Referência em traumato-ortopedia, a unidade hospitalar<br />
estava fechada desde abril de 2009 em função da crise na universidade.<br />
Hospital Independência sempre foi referência em traumato-ortopedia<br />
Todos os leitos oferecidos pelo Hospital Independência serão pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 90 de internação e 10 de<br />
UTI. Não deverá haver atendimento ao público, somente encaminhamentos por meio da Central Estadual de Regulação de Leitos. O<br />
hospital servirá de retaguarda para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) e Pronto-Atendimento Cruzeiro do Sul (Pacs).<br />
Unidade Álvaro Alvim do<br />
Hospital de Clínicas pode<br />
abrir ainda neste ano<br />
Também neste segundo semestre deve ser reaberto<br />
o antigo Hospital Luterano, agora sob administração<br />
do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Denominado<br />
Unidade Álvaro Alvim, o hospital será centro de referência<br />
nacional em tratamento de dependentes químicos.<br />
A instalação do serviço tem financiamento da Secretaria<br />
Nacional de Políticas sobre Drogas. Deverão ser disponibilizados<br />
120 leitos.<br />
Hospital será destinado a tratamento de dependentes químicos<br />
10 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
COBRANÇA<br />
Ação judicial para que o IPE<br />
autorize a Hemolenta<br />
<strong>Cremers</strong> entrou com ação na Justiça<br />
O Federal no início de julho para<br />
que o Instituto de Previdência do Estado<br />
(Ipergs) inclua a hemodiálise contínua<br />
(Hemolenta) em sua tabela de procedimentos.<br />
O tratamento é fundamental para preservação<br />
da vida de pacientes renais e<br />
instabilidade hemodinâmica internados<br />
em Unidade de Tratamento Intensivo.<br />
O <strong>Cremers</strong> e a Sociedade Gaúcha de<br />
Nefrologia mantiveram tratativas com a<br />
direção do IPE para que o procedimento<br />
fosse autorizado o mais rápido possível.<br />
Diante da resistência encontrada,<br />
o <strong>Cremers</strong> enviou ofícios (em fevereiro<br />
e março) ao diretor de Saúde do IPE,<br />
com cópias para o governador do Estado,<br />
secretário estadual da Saúde e Ministério<br />
Público Estadual, relatando a gravidade da<br />
situação e solicitando providências.<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando<br />
Weber Matos, explica que a entidade decidiu<br />
ingressar com a ação judicial só após<br />
esgotar todas as negociações com o IPE.<br />
– A não utilização de hemodiálise<br />
contínua pode causar o óbito do paciente.<br />
Cabe ao IPE amparar o usuário do seu<br />
plano de saúde. Além disso, a não inclusão<br />
desse procedimento na tabela afeta o profissional<br />
médico, que tem obrigação ética<br />
de utilizar a melhor técnica e os recursos<br />
existentes em benefício do paciente.<br />
CFM estabelece regras para atendimento<br />
às vítimas de queimaduras<br />
CFM lançou um conjunto de regras<br />
O que contribuirá para a melhora da<br />
assistência oferecida às vítimas de queimaduras<br />
no país. O Protocolo de Tratamento<br />
de Emergência das Queimaduras - elaborado<br />
pela Câmara Técnica de Queimaduras<br />
do CFM - dá subsídios para a qualificação<br />
do atendimento a este tipo de paciente,<br />
sobretudo nas unidades da rede pública.<br />
O documento já foi, inclusive, entregue<br />
ao Ministério da Saúde com a proposta de<br />
que seja incorporado às diretrizes assistenciais<br />
do Sistema Único de Saúde (SUS).<br />
A preocupação é fazer com que os<br />
pacientes recebam os cuidados adequados,<br />
o que reduz os riscos de complicações<br />
em seus quadros clínicos e minimiza<br />
a possibilidade de sequelas físicas e<br />
estéticas. A elaboração do documento foi<br />
feita de maneira a oferecer aos médicos<br />
e outros profissionais de saúde um verdadeiro<br />
passo a passo de como atender<br />
este tipo de caso. O foco principal recai<br />
sobre os atendimentos de urgência e<br />
emergência, porta principal de entrada<br />
das ocorrências. Há indicações precisas<br />
sobre procedimentos de diagnóstico e de<br />
prescrição que podem ser úteis, especialmente<br />
para situações que ocorrem em<br />
áreas remotas, onde não há presença de<br />
especialistas.<br />
Atendimento uniforme - Uma das preocupações<br />
do grupo foi estabelecer parâmetros<br />
de reprodução possível, em acordo<br />
com o previsto pelo Curso Nacional<br />
de Normatização de Atendimento ao<br />
Queimado (CNNAQ), da Sociedade<br />
Brasileira de Queimaduras. A ideia é<br />
gerar a uniformização do atendimento nas<br />
emergências do tipo.<br />
As normas propostas pelo CFM e<br />
pelas entidades médicas que ajudaram<br />
em sua elaboração foram entregues à<br />
coordenadora geral de Média e Alta<br />
Complexidade, Maria Inez Gadelha, e<br />
à secretária executiva do Ministério da<br />
Saúde, Márcia Aparecida do Amaral. Elas<br />
informaram que o documento poderá ser<br />
incluído como anexo à portaria federal<br />
que trata do cadastramento de serviços de<br />
atendimento às queimaduras.<br />
Confira: http://portal.cfm.org.br/images/<br />
stories/pdf/queimados.pdf)<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 11
MANIFESTAÇÃO<br />
SUS: paralisação nacional<br />
dia 25 de outubro<br />
Reunião da Comissão Nacional Pró-SUS, realizada dia 5 de agosto,<br />
em Brasília, aprovou paralisação nacional dos médicos que atuam<br />
na saúde pública. A ação ficou marcada para o dia 25 de outubro.<br />
Participam da comissão nacional representantes do CFM, AMB e<br />
Fenam.<br />
O Dia Nacional de Paralisação será precedido de movimentos<br />
organizados nos estados e culminará com a presença das lideranças<br />
em Brasília para mobilizações no Congresso e no Ministério da Saúde,<br />
no dia 26 de outubro. Os estados, por sua vez, poderão agregar lutas<br />
locais às suas pautas, de acordo com as especificidades regionais.<br />
Principais itens da pauta nacional:<br />
• Melhor remuneração<br />
no SUS; Plano de Cargos, Carreira<br />
e Vencimentos (PCCV); Condições<br />
adequadas de trabalho médico;<br />
Assistência de qualidade para a<br />
população; Financiamento maior e<br />
permanente para o SUS; Qualificação<br />
da gestão pública.<br />
Estudo para melhorar a remuneração<br />
no Sistema Único de Saúde<br />
Representantes das entidades médicas nacionais integram<br />
o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde (MS)<br />
para elaborar um estudo sobre a Remuneração dos Profissionais<br />
Médicos no Âmbito do SUS. Participam também representantes<br />
de três departamentos do MS, da Confederação das Santas Casas<br />
de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) e da<br />
Federação Brasileira de Hospitais (FBH).<br />
Na primeira reunião, dia 7 de julho, o tema central debatido<br />
foi o trabalho dos médicos ligados às clínicas e hospitais da rede<br />
privada conveniada ao SUS. A ideia é priorizar a discussão do<br />
pagamento pelo Código 7, no qual o médico recebe diretamente<br />
do SUS. Na reunião, a pertinência dessa forma de pagamento foi<br />
consenso entre médicos e representantes dos hospitais.<br />
O trabalho médico na rede própria e o Cadastro Nacional de<br />
Estabelecimentos de Saúde (CNES) também foram itens da pauta.<br />
Segundo o MS, o trabalho médico na rede própria está sendo<br />
objeto de discussão na Mesa Nacional de Negociação do SUS,<br />
que teve sua atividade reforçada pelo ministério.<br />
Ressarcimento<br />
Após ficar quase um ano sem pedir de volta às seguradoras de saúde ressarcimento das internações de conveniados em hospitais públicos,<br />
a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) bateu recorde de cobrança e arrecadação neste ano.<br />
A agência arrecadou, de janeiro a maio de <strong>2011</strong> R$ 25 milhões, valor superior à soma dos anos de 2008, 2009 e 2010. A agência voltou a<br />
emitir notificações para as operadoras em julho do ano passado. Por problemas administrativos, a ANS ficou, entre 2008 e 2009, sem fazer<br />
notificações, o que gerou um alerta do TCU (Tribunal de Contas da União) e multa à agência.<br />
12 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
REAÇÃO<br />
Luto pela Saúde<br />
Conselhos reagem contra decisão judicial que impede a livre manifestação contra<br />
abusos cometidos pelos planos de saúde<br />
Conselhos de Medicina recorrem<br />
contra decisão judicial que impede<br />
a livre manifestação por melhor remuneração<br />
pelos planos de saúde e por<br />
plena autonomia no exercício da medicina<br />
em benefício dos pacientes.<br />
O Conselho Federal de Medicina<br />
(CFM) e os 27 Conselhos Regionais de<br />
Medicina (CRMs) divulgaram, no dia 4<br />
de agosto, nota na qual confirmam que<br />
as entidades recorrerão contra a decisão<br />
da Justiça que suspendeu os efeitos de<br />
medida liminar contra ato administrativo<br />
da Secretaria de Direito Econômico<br />
(SDE) contra o movimento da categoria.<br />
As entidades afirmam que “utilizarão<br />
todos os instrumentos e recursos<br />
possíveis no âmbito da Justiça no sentido<br />
de reverter a decisão do TRF”. A nota<br />
foi aprovada por unanimidade pelos 28<br />
presidentes do CFM e dos CRMs, reunidos<br />
em Brasília. O CFM e os 27 CRMs se<br />
comprometem a buscar a reversão desse<br />
quadro, que afeta os 347 mil médicos<br />
brasileiros e cerca de 45 milhões de<br />
usuários dos planos de saúde, pois<br />
entendem que os argumentos em defesa<br />
dos direitos da sociedade e da Medicina<br />
são fortes e suficientes para mantê-los<br />
em estado de luta.<br />
NOTA OFICIAL DOS CONSELHOS DE MEDICINA<br />
Com relação à recente decisão do Tribunal Regional Federal<br />
(TRF), que suspendeu liminar concedida pela Justiça Federal em<br />
favor do Conselho Federal de Medicina (CFM) contra medida administrativa<br />
proposta pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), o<br />
CFM e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) esclarecem<br />
aos médicos e à sociedade que:<br />
1) Utilizarão todos os instrumentos e recursos possíveis no<br />
âmbito da Justiça no sentido de reverter a decisão do TRF;<br />
2) Os motivos que geraram o ato administrativo da SDE<br />
inexistem, o que o torna desnecessário e abusivo;<br />
3) O CFM nunca autorizou a cobrança de taxas extras para<br />
procedimentos e consultas, o que sempre foi proibido pelo<br />
Código de Ética Médica, documento anterior ao movimento<br />
médico ao qual a SDE se refere;<br />
4) O CFM nunca puniu médicos que não participassem de<br />
movimentos da categoria;<br />
5) A alegada orquestração para descredenciamentos em massa<br />
de médicos não procede, assim como não tem havido<br />
paralisação por tempo indeterminado das atividades de<br />
médicos vinculados às operadoras de planos de saúde;<br />
6) O movimento médico brasileiro – coordenado por<br />
representantes de suas entidades nacionais e estaduais<br />
– tem buscado incessantemente o diálogo com as empresas<br />
da área de saúde suplementar com intuito de criar um<br />
cenário que melhore a assistência oferecida aos usuários;<br />
7) Para as entidades médicas, as empresas têm visado<br />
à obtenção do lucro em detrimento da qualidade do<br />
atendimento, desvalorizando o trabalho do médico e a<br />
relação médico-paciente.<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 13
ATUAÇÃO<br />
Comissão de Saúde Suplementar<br />
projeta nova manifestação<br />
Próximo movimento nacional das<br />
entidades médicas em relação aos<br />
planos de saúde está previsto para<br />
21 de setembro<br />
Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), em<br />
A reunião no dia 5 de agosto com a participação de representantes<br />
de entidades médicas e de especialidades, decidiu que o<br />
próximo movimento nacional em relação aos planos de saúde<br />
será realizado dia 21 de setembro.<br />
O movimento anterior, de 7 de abril, mostrou a força da<br />
mobilização dos médicos, que alertaram a sociedade para a<br />
defasagem nos honorários e a interferência das empresas na<br />
autonomia dos profissionais, problema que afeta diretamente os pacientes.<br />
Enquanto isso, CFM, AMB e Fenam trabalham para reverter a decisão do TRF, que suspendeu medida liminar da Justiça Federal em<br />
favor do Conselho Federal de Medicina (CFM) contra medida administrativa proposta pela Secretaria de Direito Econômico (SDE), que<br />
impede a realização dos protestos das entidades médicas.<br />
O vice-presidente do <strong>Cremers</strong>, Isaias Levy, que integra a Comsu, observa que a luta dos médicos é também em “favor dos segurados<br />
dos planos de saúde, que hoje são mais de 45 milhões em todo o País”.<br />
Comissão Nacional de Saúde Suplementar reunida dia 5 de agosto<br />
Projeto fixa prazo para operadoras<br />
Comissão de Assuntos Políticos (CAP)<br />
A das entidades médicas deu parecer<br />
favorável ao Projeto de Lei 1.431/11 que<br />
tramita no Congresso Nacional. A proposição<br />
disciplina um período máximo<br />
para que operadoras de saúde analisem e<br />
respondam o pedido de autorização para<br />
realização de procedimento eletivo.<br />
Outra proposta considerada importante<br />
para a agenda, e que vai contar<br />
com o apoio da CAP, é o PL 1.540/11,<br />
que altera o art. 192 da Consolidação das<br />
Leis do Trabalho e determina o adicional<br />
de insalubridade aplicado ao salário base<br />
do trabalhador. "O projeto propicia aos<br />
profissionais que trabalham em ambientes<br />
insalubres, como o caso dos médicos, a<br />
percepção justa de adicional pelos serviços<br />
realizados nesses locais", justificou a<br />
CAP em seu parecer.<br />
Durante a reunião, a comissão se<br />
manifestou contrária ao PL 1.475/11, que<br />
institui o termo de esclarecimento prévio<br />
para procedimentos que imponham risco<br />
cirúrgico ou anestésico ao usuário. Para<br />
os membros da CAP, o projeto interfere<br />
nas prerrogativas legais dos Conselhos<br />
Regionais de Medicina, que têm a competência<br />
de julgar eticamente o médico.<br />
14 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
ORÇAMENTO<br />
Estados fazem ‘maquiagem’ nos<br />
investimentos em Saúde<br />
Dinheiro aplicado em pagamento de<br />
aposentadorias, saneamento, campanhas de<br />
segurança e financiamento habitacional entra<br />
em orçamentos como gastos com saúde pública<br />
<strong>Cremers</strong> vem denunciando há longo tempo que os gastos<br />
com saúde divulgados por estados e municípios na<br />
O<br />
maioria das vezes não são destinados a programas de prevenção<br />
e tratamento de doenças. Reportagem do jornal Folha de<br />
São Paulo, edição de 4 de julho, vem agora provar que aplicações<br />
de recursos em outras áreas acabam na rubrica ‘saúde’.<br />
- Há muito tempo batemos nessa tecla. Os governos apregoam<br />
uma coisa e fazem outra. Os investimentos específicos<br />
na saúde, na doença, na realidade são insignificantes. Por isso<br />
é que a saúde pública se encontra nesse caos, causando<br />
o fechamento de hospitais, superlotação<br />
das emergências e penalizando pacientes e<br />
médicos -, afirma o presidente do <strong>Cremers</strong><br />
Fernando Matos.<br />
Segundo o jornal, “Estados maquiaram<br />
seus investimentos em saúde pública<br />
nos últimos anos declarando quase R$ 12 bilhões gastos<br />
com reformas de presídios, aposentadorias de funcionários<br />
públicos e outras atividades como se tivessem sido aplicados<br />
no setor”.<br />
A publicação acrescenta: “A emenda constitucional 29,<br />
aprovada pelo Congresso no ano 2000, determina que os<br />
Estados invistam no sistema público de saúde no mínimo 12%<br />
de suas receitas, mas a maioria não cumpre a legislação e tem<br />
inflado as prestações de contas entregues ao governo federal.<br />
Despesas com ensino superior, obras de saneamento básico<br />
e financiamento habitacional também foram apresentadas<br />
como investimentos em saúde, de acordo com o Ministério<br />
da Saúde”.<br />
Ainda conforme dados do MS, os 27 Estados declararam<br />
gastos de R$ 115 bilhões com saúde de 2004 a 2008. “Depois<br />
de examinar suas prestações de contas, o ministério concluiu<br />
que R$ 11,6 bilhões se referiam a despesas com outras áreas,<br />
que não poderiam ser usadas para cumprir a lei. Esse dinheiro<br />
corresponde a 10% dos gastos informados pelos Estados<br />
nesses cinco anos e seria suficiente para manter por um ano<br />
13 ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de<br />
Urgência) em cada um dos 5,5 mil municípios do país.<br />
RS está entre os estados que menos investem em saúde pública<br />
O Ministério da Saúde identificou problemas nas contas de todos os Estados em 2008. Treze conseguiram cumprir a emenda<br />
29 mesmo após abater gastos com outras áreas. O governo ainda não analisou as prestações de contas de 2009 e 2010.<br />
Os gastos do Rio Grande do Sul com saúde em 2008 caíram de 12% para 4% da receita depois que a prestação de contas<br />
do Estado foi revista pelo Ministério da Saúde. Até despesas com um programa de prevenção da violência fora classificado pelo<br />
Estado como ação de saúde.<br />
"Era feita uma maquiagem", disse o atual secretário estadual de Saúde, Ciro Simoni. "Ano que vem não vai poder mais." Ele<br />
promete cumprir a emenda 29 até 2014, mas para atingir a meta será preciso dobrar o orçamento de sua secretaria, que tem<br />
R$ 1,2 bilhão neste ano.<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 15
MOBILIZAÇÃO<br />
Audiência pública expõe grave<br />
crise que ameaça de fechamento<br />
A grande parte dos 239 hospitais filantrópicos<br />
do Estado foi tema da audiência<br />
pública organizada pelo movimento ‘SOS<br />
Hospitais Filantrópicos’ e realizada no dia<br />
9, na sede da OAB/RS. Mais de 600 pessoas<br />
lotaram os três auditórios da entidade.<br />
Os hospitais filantrópicos cobram do<br />
governo gaúcho um aporte emergencial<br />
de recursos para que possam continuar<br />
prestando assistência aos 7,5 milhões de<br />
usuários do SUS no Estado.<br />
Depois de ouvir inúmeras e contundentes<br />
críticas ao governo atual e aos que<br />
o antecederam pelos minguados recursos<br />
destinados à saúde, o secretário da Saúde,<br />
Ciro Simoni, reconheceu que o Estado<br />
aplica pouco em saúde, mas observou<br />
que trabalha com o orçamento da gestão<br />
anterior, e que o compromisso do governo<br />
atual é de investir cada vez mais até chegar<br />
aos 12% previstos pela Emenda 29.<br />
Hoje, o Rio Grande do Sul é o Estado que<br />
menos investe em saúde em todo o País,<br />
com índice inferior a 4%.<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando<br />
Weber Matos, destacou a importância da<br />
mobilização em defesa dos hospitais filantrópicos,<br />
responsáveis por 70% dos atendimentos<br />
pelo SUS no Rio Grande do Sul,<br />
abrangendo mais de sete milhões de pessoas.<br />
Atualmente, cerca de oito mil médicos<br />
trabalham nesses hospitais, que empregam<br />
em torno de 55 mil trabalhadores.<br />
COLAPSO NO ATENDIMENTO<br />
– Se os hospitais que atendem baixa e<br />
média complexidade fecharem as portas,<br />
o que é provável diante dos relatos dramáticos<br />
que ouvimos, haverá a migração<br />
ainda maior de pacientes para as principais<br />
cidades, em especial Porto Alegre.<br />
Se os hospitais filantrópicos deixarem<br />
de atender, será inevitável um colapso<br />
na saúde pública do Estado em função<br />
da total insensibilidade dos governos<br />
estadual e federal que não destinam os<br />
recursos necessários para um atendimento<br />
digno. Essa política nefasta afeta hospitais,<br />
pacientes, médicos e demais trabalhadores<br />
da saúde.<br />
Para Fernando Matos, o sucesso da<br />
audiência pública é uma prova de que<br />
a sociedade civil organizada tem força<br />
para promover mudanças em favor da<br />
população.<br />
DIREITO À SAÚDE<br />
– O povo gaúcho precisa lutar pelos<br />
direitos constitucionais que estão sendo<br />
sonegados por governantes. Na área da<br />
saúde, vivemos um quadro desumano.<br />
Hospitais lotados, emergências superlotadas,<br />
longas filas. O povo tem direito a<br />
uma assistência de qualidade. O investimento<br />
em saúde é acima de tudo uma<br />
questão de prioridade, de vontade política.<br />
Nessa audiência pública tivemos um<br />
exemplo de democracia, de cidadania,<br />
sinalizando que a sociedade civil pode<br />
alterar essa situação dramática da saúde -,<br />
concluiu o presidente do <strong>Cremers</strong>.<br />
No encerramento, o presidente da<br />
OAB/RS, Claudio Lamachia, também<br />
manifestou seu entusiasmo com o evento<br />
e com a causa da saúde:<br />
- A OAB/RS, como guardiã da cidadania,<br />
está comprometida com essa causa<br />
tão nobre que é a saúde pública. Temos<br />
que dizer um basta ao descaso com a<br />
Mais de 600 pessoas participaram da audiência<br />
saúde. Não podemos aceitar que este País<br />
que tem uma das maiores cargas tributárias<br />
do mundo continue dando em troca<br />
um retorno péssimo nas políticas públicas<br />
básicas, como saúde, educação, segurança<br />
e saneamento. Sem contar que estamos<br />
a um passo do colapso no judiciário.<br />
“Se os hospitais filantrópicos<br />
deixarem de atender, será<br />
inevitável um colapso na<br />
saúde pública do Estado em<br />
função da total insensibilidade<br />
dos governos estadual e<br />
federal que não destinam os<br />
recursos necessários para um<br />
atendimento digno.”<br />
Dr. Fernando Weber Matos<br />
16 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
situação dos hospitais filantrópicos<br />
Solução para a saúde começa com aumento de verbas<br />
pública na sede da OAB/RS, dia 9 de agosto<br />
DIAGNÓSTICO DA REDE HOSPITALAR SEM<br />
FINS LUCRATIVOS DO RS<br />
REDE DE HOSPITAIS SEM FINS<br />
LUCRATIVOS DO RS<br />
239 unidades hospitalares<br />
18 mil leitos SUS<br />
Mais de 70% da capacidade assistencial<br />
hospitalar SUS no Estado<br />
519 mil internações/ano<br />
55 mil trabalhadores<br />
66,6% dos leitos existentes no RS estão<br />
nestes hospitais<br />
Em 220 municípios é o único hospital<br />
Dívida dos hospitais<br />
Lideranças e representantes de setores<br />
diretamente interessados em solucionar<br />
a crise que envolve a saúde pública no<br />
Estado, em especial a questão dos hospitais<br />
filantrópicos, manifestaram-se indignados e<br />
preocupados com o problema.<br />
O presidente da Famurs, Mariovane<br />
Weis, destacou que os municípios estão<br />
"esgotados", sem poder fazer investimentos<br />
maiores do que já destinam aos hospitais.<br />
O presidente da Confederação Nacional<br />
de Prefeitos, Paulo Ziulkoski, apontou que o<br />
Rio Grande do Sul ocupa a 27ª posição, ou<br />
seja, a última, no quesito investimento<br />
na área da saúde.<br />
Marcelo Bosio, secretário-adjunto<br />
de Saúde de Porto Alegre, ressaltou a<br />
necessidade de uma atualização da tabela<br />
do SUS.<br />
"Estamos aqui falando da vida de 7,5<br />
milhões de gaúchos que têm apenas o SUS<br />
para recorrer. Nós queremos atender estas<br />
pessoas, mas estamos pedindo socorro<br />
para que isso possa acontecer", afirmou<br />
o presidente do Sindicato dos Hospitais<br />
Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos,<br />
Júlio Dornelles de Matos.<br />
Para Oswaldo Balparda, presidente da<br />
Federação das Santas Casas e Hospitais<br />
Filantrópicos, a situação caótica em que<br />
se encontra a saúde no RS se deve a anos<br />
de descaso, com gestão pública falha e<br />
negligente.<br />
O presidente da Federação dos<br />
Empregados em Serviços de Saúde do<br />
RS, Milton Kempfer, descreveu a situação<br />
dramática que enfrentam os profissionais<br />
que atuam nos hospitais. Segundo ele,<br />
mais de 20 instituições fecharam as portas<br />
nos últimos anos, deixando milhares de<br />
funcionários desamparados.<br />
"Nossos trabalhadores estão migrando<br />
para outras profissões, pois as instituições<br />
estão sem poder pagar salários justos e<br />
adequados à função que exercem", afirmou o<br />
presidente do Sindi-Saúde, Gilmar França.<br />
Representando a presidência da ALRS,<br />
o deputado estadual Pedro Westphalen<br />
salientou que o Brasil investe apenas 3% de<br />
seu orçamento em saúde pública, o mais baixo<br />
índice da América Latina. "A responsabilidade<br />
que é da União e do Estado recai sobre as<br />
prefeituras, e o resultado é o caos''.<br />
Martin Schulze, juiz de direito e<br />
coordenador do Comitê Estadual da Saúde,<br />
apresentou números recentes de uma<br />
pesquisa do CNJ, o qual aponta que existem<br />
no País 240 mil ações envolvendo a busca<br />
ao atendimento de saúde no Brasil. Destas,<br />
asseverou Shulze, "120 mil são oriundas do<br />
Rio Grande do Sul".<br />
Segundo o magistrado – e voz corrente<br />
entre os demais participantes – o governo<br />
paga bem os procedimentos de alta<br />
complexidade, mas os valores repassados<br />
para a baixa e média são irrisórios, não<br />
cobrindo os custos do atendimento<br />
prestado pelas instituições.<br />
"O problema de gestão está nas escolhas<br />
que se faz", afirmou a defensora pública<br />
Paula Pinto de Souza, dirigente do Núcleo de<br />
Tutelas da Saúde da Defensoria.<br />
A dívida total dos hospitais – resultado de compromissos vencidos com bancos, fornecedores e encargos trabalhistas não recolhidos - já<br />
ultrapassa R$ 1 bilhão. Entre as causas apontadas estão o não investimento dos percentuais mínimos em saúde por Estado e União e a<br />
desatualização da tabela de serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que não acompanha os índices de inflação oficiais. Só<br />
no ano passado, o déficit foi de R$ 310 milhões.<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 17
ARTIGO<br />
Fratura Exposta<br />
Define-se fratura exposta quando o osso fraturado ou o seu hematoma<br />
entra em contato com o meio externo, podendo ocorrer<br />
risco de amputação do membro atingido devido a infecções e gangrena.<br />
Trata-se de situação de emergência e que exige o atendimento<br />
por especialistas – os traumatologistas.<br />
O porteiro de Alvorada que necessitou viajar 350 quilômetros<br />
para ser atendido é o retrato desnudo da carência do setor hospitalar<br />
do Estado, denunciado sistematicamente pelo Conselho<br />
Regional de Medicina e pela imprensa. O fechamento de leitos nos<br />
últimos 20 anos, devido à debacle de hospitais como o Lazarotto,<br />
Independência, Maia Filho, Luterano e Ipiranga, não teve, em contrapartida,<br />
a criação de novas vagas.<br />
Um estudo realizado em agosto de 2009 pela Sociedade de<br />
Ortopedia e Traumatologia do RS sobre o Hospital de Pronto Socorro<br />
Municipal de Porto Alegre já apontava a falta de condições de trabalho<br />
e a defasagem em termos de recursos humanos. Nas escalas<br />
de plantão somente dois traumatologistas concorrem, e quando há<br />
necessidade de operar algum paciente, esses médicos sobem para o<br />
bloco cirúrgico, auxiliando-se mutuamente como é de boa técnica,<br />
deixando os doentes do atendimento ambulatorial muitas vezes com<br />
seis a oito horas de espera. A escala ideal de quatro traumatologistas<br />
está longe de ser alcançada por falta de contratação de mais profissionais,<br />
e seguramente este setor entrará em breve em colapso.<br />
A recusa de atendimento tem sido uma constante de parte das<br />
emergências, exatamente pela superlotação que vem ocorrendo. Não<br />
se vislumbram perspectivas favoráveis para a, curto prazo, resolver<br />
todos os problemas. Mas, seguramente, com mais ações concretas<br />
para a reabertura de leitos, com a gestão pública aportando os recursos<br />
indispensáveis, seja em numerário, seja em pessoal e material<br />
especializado, começaremos a ver uma luz no fim do túnel. Caso<br />
contrário, mais e mais pessoas engrossarão as filas do SUS com<br />
sequelas graves na procura de um tratamento especializado, incrementando<br />
o "batalhão dos aleijados" que cobre de vergonha o nosso<br />
Estado e que tem sido alvo de críticas e debates nos congressos da<br />
especialidade.<br />
Isaias Levy<br />
Médico traumatologista<br />
Vice-Presidente do CREMERS<br />
Medicina Holística<br />
no Encontro dos<br />
jubilados<br />
encontro mensal dos médicos jubilados,<br />
O cuja edição de julho aconteceu no dia<br />
25, levantou o tema da medicina holística,<br />
apresentada em palestra do médico clínico<br />
Oly Lobato. O médico revisou a história da<br />
abordagem holística da medicina, lembrando<br />
a ideia de que não basta estudar as partes para<br />
entender o todo.<br />
Dr. Oly Lobato<br />
Lobato fez um apanhado histórico sobre<br />
o entendimento e conceituação das doenças,<br />
citando exemplos como a quebra de tabus<br />
entre tribos primitivas, que era considerada<br />
fator causador de enfermidades. Também<br />
apontou o papel de Hahnemann, criador da<br />
homeopatia, como o pensador que relacionou<br />
corpo e mente, estabelecendo a ideia de<br />
medicina psicossomática.<br />
Ao finalizar, Lobato ressaltou a importância<br />
do exercício físico e da respiração para a<br />
prática holística, e lembrou: “A linguagem da<br />
medicina holística é afetiva e pedagógica, pois<br />
acolhemos o paciente e ensinamos o que deve<br />
ser feito para restabelecer sua saúde”.<br />
18 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
ATO MÉDICO<br />
Médicos rejeitam projeto que<br />
regulamenta optometria<br />
Os médicos brasileiros não concordam com a regulamentação<br />
da optometria, pois consideram o cuidado<br />
com os olhos competência da Medicina.<br />
Esta foi a posição firmada em audiência<br />
pública do Senado Federal promovida<br />
pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS)<br />
dia 13 de julho, em Brasília. O objetivo da<br />
reunião era discutir o projeto de lei (PLS<br />
234/10), do ex-senador Sérgio Zambiasi<br />
(PTB-RS), que propõe a regulamentação<br />
da profissão de optometrista.<br />
Durante a audiência, o representante<br />
do Conselho Federal de Medicina (CFM), Marcos Ávila,<br />
afirmou que, diferente de alguns argumentos, há número<br />
suficiente de médicos oftalmologistas no país. Para ele, a<br />
melhoria na saúde ocular do brasileiro depende da universalização<br />
do atendimento oftalmológico por meio do<br />
Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, a oftalmologia<br />
brasileira é referência mundial, motivo pelo qual o Brasil já<br />
sediou três congressos internacionais<br />
da área.<br />
Na opinião do presidente do<br />
Conselho Brasileiro de Oftalmologia<br />
(CBO), Paulo Augusto de Arruda<br />
Mello, a evolução da Medicina não<br />
justifica a continuidade da optometria.<br />
“A criação da profissão de optometrista<br />
é um desserviço ao Brasil”.<br />
Diante do impasse, vários senadores<br />
se posicionaram e muitos não concordam com a<br />
regulamentação da profissão, como o senador e médico<br />
Paulo Davim (PV-RN), que considera a formação do optometrista<br />
como não suficiente para garantir qualidade no<br />
atendimento.<br />
Especialista enfatiza que só o oftalmologista<br />
avalia adequadamente o olho<br />
Corregedor do <strong>Cremers</strong> e<br />
oftalmologista, Joaquim<br />
José Xavier revela que costuma<br />
receber pacientes que consultaram<br />
com optometristas.<br />
“São pessoas com glaucoma,<br />
alterações retinianas, diabetes<br />
ou catarata, que fazem seus<br />
óculos, mas que não resolvem<br />
Dr. Joaquim José Xavier<br />
seu problema de visão porque<br />
essas alterações não são avaliadas”, relata, acrescentando<br />
que o optometrista não tem os equipamentos<br />
necessários nem estudou para fazer uma avaliação<br />
mais profunda do globo ocular.<br />
Xavier destaca que um exame completo envolve<br />
aferição da acuidade visual, fundo de olho, pressão<br />
ocular, microscopia intraocular e exames complementares,<br />
o que dá condições de realmente avaliar o olho,<br />
que “é um prolongamento do cérebro. Com relação à<br />
saúde pública, quem de fato estuda na íntegra o globo<br />
ocular é o oftalmologista. Quem, de fato, está preparado<br />
para avaliar e tratar o paciente é o médico, pois<br />
apenas a receita de óculos não caracteriza um exame<br />
oftalmológico”.<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 19
ÉTICA<br />
Doação de órgãos para receptor<br />
não aparentado<br />
Fórum das Comissões de Ética<br />
O Médica dos Hospitais de Porto<br />
Alegre, realizado dia 20 de junho no<br />
<strong>Cremers</strong>, contou com a participação<br />
da médica Marília dos Santos Severo,<br />
presidente da Comissão de Ética do<br />
Complexo Hospitalar da Santa Casa<br />
de Misericórdia. O assunto em pauta<br />
foi “Liberação de candidato a doador<br />
em vida de órgão (rim) para receptor<br />
Dra. Marília dos<br />
Santos Severo não aparentado”.<br />
Resumo do caso: A Comissão de Ética Médica recebe solicitação<br />
de parecer para liberação de um doador de rim não<br />
aparentado ao receptor. A equipe de transplante renal deseja<br />
que a Comissão de Ética se pronuncie “especialmente” sobre<br />
a possibilidade de estar ou não ocorrendo comércio de órgão.<br />
Sobre esse assunto existe a Portaria nº 2.600 de 21 de outubro<br />
de 2009, do Ministério da Saúde, que aprova o Regulamento<br />
Técnico do Sistema Nacional de Transplantes:<br />
Art. 50 - É permitida a doação de um rim de doador vivo juridicamente<br />
capaz, atendidos os preceitos legais quanto à doação<br />
intervivos, que tenha sido submetido a rigorosa investigação clínica,<br />
laboratorial e de imagem e esteja em condições satisfatórias<br />
de saúde, possibilitando que a doação seja realizada dentro de<br />
um limite de risco aceitável.<br />
§ 1º - Sempre que as doações previstas no caput envolverem<br />
doadores não aparentados, deverão ser submetidas, previamente,<br />
à autorização judicial, à aprovação da Comissão de Ética do<br />
estabelecimento de saúde transplantador e da CNCDO, assim<br />
como comunicadas ao Ministério Público.<br />
Novas áreas de atuação médica<br />
Resolução CFM 1.973/<strong>2011</strong>, publicada<br />
no Diário Oficial da União no<br />
A<br />
dia 1 o de agosto, cria três novas áreas<br />
de atuação médica: medicina do sono,<br />
medicina paliativa e medicina tropical.<br />
Área de atuação é um ramo de especialidade<br />
médica. Ao ingressar em programa<br />
de residência da especialidade infectologia,<br />
por exemplo, o profissional pode,<br />
a partir de agora, receber treinamento<br />
adicional específico na área de medicina<br />
tropical.<br />
A resolução associa a área de medicina<br />
paliativa às especialidades Clínica<br />
Médica, Cancerologia, Geriatria e<br />
Gerontologia, Medicina de Família e<br />
Comunidade, Pediatria e Anestesiologia.<br />
Dados da Organização Mundial de<br />
Saúde (OMS) indicam que 65% dos<br />
portadores de doenças crônicas que<br />
ameaçam a vida necessitam de cuidados<br />
paliativos.<br />
A área de atuação medicina tropical,<br />
vinculada à especialidade Infectologia,<br />
é dedicada ao estudo e tratamento de<br />
doenças como malária, febre amarela,<br />
dengue, esquistossomose e leishmaniose,<br />
típicas de regiões tropicais.<br />
Com a resolução, a área de atuação<br />
dor, que era associada somente às especialidades<br />
anestesiologia e neurologia,<br />
passa a ser associada adicionalmente a<br />
acupuntura, medicina física e reabilitação,<br />
neurocirurgia e ortopedia e traumatologia.<br />
Além disso, a especialidade<br />
medicina legal passa a ser denominada<br />
medicina legal e perícia médica.<br />
Deixaram de ser tratadas como áreas<br />
de atuação: cirurgia de coluna, perícia<br />
médica, reprodução humana e medicina<br />
aeroespacial. Também houve ampliação<br />
no número de especialidades vinculadas<br />
à área de atuação hepatologia, que, a<br />
partir de agora, ainda manterá ligações<br />
com a clínica médica e a infectologia.<br />
20 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
Seminário sobre Crack<br />
primeiro-secretário do <strong>Cremers</strong>, Rogério<br />
o Aguiar, participou de evento realizado pelo<br />
SESI-RS sobre prevenção do uso do crack<br />
O Serviço Social da Indústria do Rio Grande<br />
do Sul (Sesi-RS) promoveu, no dia 9 de agosto,<br />
o Seminário Estadual “Crack, não condene sua<br />
vida”, na sede da FIERGS. O primeiro-secretário<br />
do <strong>Cremers</strong>, Rogério Wolf de Aguiar, participou<br />
da mesa-redonda sobre aspectos ético-legais do<br />
enfrentamento da disseminação do uso do crack.<br />
O evento abordou algumas propostas que<br />
vêm sendo discutidas no Interior do Estado por<br />
meio de seminários que buscam debater o tema<br />
nas comunidades, dando um panorama sobre<br />
o uso de drogas na localidade e levantando as<br />
políticas sociais e recursos usados para a prevenção.<br />
A campanha do Sesi-RS busca mobilizar a<br />
sociedade, sensibilizando-a sobre o tema por<br />
meio da realização dos seminários.<br />
Dr. Rogério de Aguiar<br />
Associação de Psiquiatria do Rio<br />
A Grande do Sul, com o apoio do<br />
<strong>Cremers</strong> e outras entidades, divulgou<br />
manifesto contra o consumo de drogas.<br />
Confira:<br />
Perante a atual pauta de discussão de<br />
medidas liberalizadoras da maconha, as<br />
Entidades Médicas abaixo listadas consideram<br />
que:<br />
1. Dependência química, pela sua<br />
relevância epidemiológica, é uma<br />
prioridade em saúde pública e<br />
exige uma política específica.<br />
2. Nessa política, álcool, tabaco e<br />
maconha, por serem as drogas mais<br />
consumidas no país, devem merecer<br />
atenção prioritária.<br />
E ALERTAM:<br />
1. Quaisquer medidas liberalizadoras<br />
da maconha estão associadas ao<br />
aumento do seu consumo e do<br />
número de jovens consumidores;<br />
Manifesto contra drogas<br />
2. O aumento do consumo da maconha<br />
está relacionado à consequente<br />
ampliação dos problemas clínicos<br />
e sociais a ela relacionados;<br />
3. Ocorre aumento da demanda por<br />
atendimento médico dos usuários<br />
com problemas e consequentemente<br />
uma piora no atendimento<br />
de saúde da população;<br />
4. A maconha piora o desempenho<br />
escolar e aumenta a evasão, com<br />
atraso no desenvolvimento individual<br />
e da cidadania, com evidente<br />
impacto na escolarização plena;<br />
5. O uso da maconha está associado<br />
a problemas clínicos relevantes.<br />
Aumenta o risco de doenças cardioventilatórias<br />
agudas e crônicas,<br />
de doenças neoplásicas em geral.<br />
Produz alterações notáveis na psicomotricidade,<br />
em especial na percepção<br />
de profundidade e deslocamento.<br />
Reduz a fertilidade;<br />
6. O uso da maconha está relacionado<br />
a alterações de memória, prejuízos<br />
psicológicos e psicoses. Também<br />
está muito associado à depressão<br />
pré e pós-uso crônico, duplicando<br />
a chance de esquizofrenia;<br />
7. A maconha constitui-se numa<br />
importante porta de entrada para<br />
problemas relacionados às demais<br />
drogas.<br />
APRS<br />
CREMERS<br />
SIMERS<br />
AMRIGS<br />
ABEAD<br />
ABP<br />
CFM<br />
AMB<br />
Associação de Psiquiatria<br />
do RS<br />
Conselho Regional de<br />
Medicina do RS<br />
Sindicato Médico do RS<br />
Associação Médica do RS<br />
Associação Brasileira de<br />
Estudo do Álcool e Outras<br />
Drogas<br />
Associação Brasileira de<br />
Psiquiatria<br />
Conselho Federal de Medicina<br />
Associação Médica Brasileira<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 21
ENSINO<br />
Governo planeja abrir mais<br />
2.500 vagas de Medicina<br />
Os Ministérios da Saúde e da Educação<br />
finalizam um plano com o objetivo<br />
de aumentar o número de médicos por<br />
habitante no País e tornar mais rígido o<br />
processo de abertura de novas vagas em<br />
cursos de Medicina. Estudos das duas<br />
pastas apontam a necessidade de criação<br />
de 2,5 mil vagas, prioritariamente em instituições<br />
públicas.<br />
No Rio Grande do Sul, são 24.900<br />
médicos ativos para uma população de<br />
10.695.000 (IBGE censo de 2010). O<br />
Estado conta, portanto, com um (1) médico<br />
para 430 habitantes.<br />
Hoje, o Brasil tem 1,8 médico para<br />
cada mil habitantes. A ideia do plano é<br />
chegar aos 2,5 médicos (pelo menos) para<br />
cada mil pessoas até 2030. Para que isso<br />
aconteça, os dois ministérios fizeram uma<br />
radiografia da formação médica no Brasil<br />
para identificar as áreas com maior carência.<br />
Assim, pretendem expandir a abertura<br />
de vagas em cursos de Medicina nas regiões<br />
com maior déficit de profissionais.<br />
Atualmente, o Brasil forma 16,5 mil<br />
novos médicos por ano em 183 escolas.<br />
A proposta que está em discussão é elevar<br />
esse número para 19 mil por ano.<br />
NOVOS CURSOS<br />
As últimas autorizações para abertura<br />
de vagas de Medicina foram concedidas<br />
no início de 2010 pelo Ministério da<br />
Educação (MEC) a duas instituições públicas.<br />
Hoje existem 45 processos parados<br />
no onselho Nacional de Educação (CNE).<br />
O Conselho aguarda a publicação da<br />
portaria interministerial que vai definir<br />
as novas regras para dar andamento aos<br />
pedidos.<br />
No Rio Grande do Sul, são<br />
24.900 médicos ativos para<br />
uma população de 10.695.000<br />
(IBGE censo de 2010). O<br />
Estado conta, portanto, com<br />
um (1) médico para 430<br />
habitantes<br />
"A questão mais urgente é resolver<br />
as disparidades regionais. Isso vai ajudar<br />
o MEC a saber quais Estados serão<br />
priorizados na abertura de novas vagas<br />
de Medicina", diz Milton de Arruda<br />
Martins, secretário de gestão do trabalho<br />
e educação em saúde do Ministério da<br />
Saúde. Ele exemplifica a situação com<br />
o Maranhão, que tem 181 vagas em três<br />
cursos. "São números insuficientes para<br />
suprir a demanda de médicos", afirma.<br />
O Rio, por sua vez, oferece 2.516 vagas<br />
por ano em 18 escolas. "Não há motivos<br />
para abrirmos novas vagas nesse local",<br />
comenta Martins.<br />
Contestação<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong>,<br />
Fernando Matos, avalia que não<br />
existe necessidade de novos<br />
cursos de medicina. “Existem<br />
médicos em número mais do<br />
que suficiente. O que falta<br />
é uma política do governo<br />
federal no sentido de ampliar<br />
a interiorização dos médicos,<br />
a começar com um plano<br />
de carreira à semelhança do<br />
que existe no judiciário, por<br />
exemplo. Também é preciso criar<br />
condições para que os médicos<br />
se estabeleçam nos pontos mais<br />
afastados”.<br />
22 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
Graduados na Bolívia são maioria<br />
Ministério da Educação recebeu 601 inscrições para o Exame Nacional de<br />
O Revalidação de Diplomas Médicos. Os candidatos, brasileiros ou estrangeiros<br />
residentes no Brasil, fizeram a graduação em 29 países, mas a maioria é da<br />
Bolívia (320), Cuba (146) e Argentina (58). Também se inscreveram médicos<br />
graduados na Espanha (17), Alemanha (7), Rússia (4) e Estados Unidos (2).<br />
Será a primeira prova com as novas regras aprovadas em junho, instituindo<br />
o Revalida e simplificando a revalidação. A revalidação de diplomas de<br />
médicos ocorre em duas etapas: prova teórica e prova prática de habilidades<br />
clínicas A primeira consta de provas objetivas, de múltipla escolha e discursiva,<br />
eliminatórias, marcadas para 28 de agosto, em Brasília, Porto Alegre, Manaus,<br />
Fortaleza, Rio de Janeiro e Campo Grande.<br />
Os médicos aprovados estarão aptos a fazer a avaliação de habilidades clínicas<br />
(segunda fase), em 1 o e 2 de outubro, também eliminatória. Nessa etapa, todos os candidatos serão avaliados<br />
em Brasília. Concluída a fase de aplicação das provas, o Inep (órgão do MEC responsável pelo exame) encaminhará<br />
o resultado a cada universidade que tiver candidatos inscritos. No processo deste ano, 37 instituições federais, estaduais e<br />
municipais de educação superior aderiram ao exame e estão credenciadas a emitir certificado.<br />
A previsão do Ministério da Educação é que o processo seja concluído até dezembro. Um projeto piloto do Revalida<br />
foi testado no ano passado. Dos 628 inscritos, cerca de 200 chegaram à etapa final e apenas dois foram aprovados. O<br />
Ministério da Saúde explica que o piloto testou uma metodologia, que agora foi aperfeiçoada e contará com a participação<br />
de docentes das universidades públicas. A ideia é que o aprovado tenha o nível médio dos alunos de medicina de universidades<br />
públicas brasileiras.<br />
no exame de revalidação<br />
Ato em favor da Emenda 29<br />
A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara<br />
dos Deputados e a Frente Parlamentar da Saúde realizam no<br />
próximo dia 24 um ato pela aprovação da regulamentação da<br />
Emenda Constitucional 29.<br />
As entidades médicas nacionais – Conselho Federal de<br />
Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação<br />
Nacional dos Médicos (Fenam) – participarão da mobilização.<br />
Comparecerão também parlamentares, representantes da sociedade<br />
civil organizada, entidades e profissionais da área da saúde.<br />
O presidente da Frente, deputado Darcísio Perondi, diz que,<br />
além da luta pela Emenda 29, é preciso cobrar mais verbas para<br />
a saúde: “Recursos existem. Será que o mais importante são as<br />
reservas cambiaisl, as isenções, o enfrentamento da crise na<br />
indústria, que não é tão grave como se diz? Grave é a saúde!”<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 23
AGENDA<br />
05 A 08<br />
SETEMBRO<br />
XXXVI Congresso Brasileiro de Oftalmologia<br />
» Local: Porto Alegre/RS<br />
» Informações: www.cbo<strong>2011</strong>.com.br<br />
12 A 17<br />
SETEMBRO<br />
29 A 01<br />
OUTUBRO<br />
15 o Congresso de Educação Continuada da Sociedade<br />
Brasileira de Neurocirurgia<br />
» Local: Porto de Galinhas/PE<br />
» Informações: www.wfnsinterimmeeting<strong>2011</strong>.com.br<br />
IV Congresso Brasileiro de Neuropsiquiatria Geriátrica<br />
» Local: Porto Alegre/RS<br />
» Informações: www.cbnpg<strong>2011</strong>.com.br<br />
21 A 23<br />
OUTUBRO<br />
IV Congresso Sul-Brasileiro de Nefrologia<br />
» Local: Curitiba/PR<br />
» Informações: www.jz.com.br/congressos/nefrologia/nefrologia.htm<br />
08 A 12<br />
OUTUBRO<br />
13 o Congresso Brasileiro de Pneumologia Pediátrica<br />
» Local: Salvador/BA<br />
» Informações: www.pneumoped<strong>2011</strong>.com.br<br />
22 A 26<br />
NOVEMBRO<br />
XXXIV Congresso Brasileiro de Urologia<br />
» Local: Florianópolis/SC<br />
» Informações: http://sbu<strong>2011</strong>.com<br />
24 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
ACADEMIA<br />
Palestra sobre Oncologia na<br />
Academia de Medicina<br />
Com a presença de um expressivo número de acadêmicos e convidados,<br />
foi realizada no dia 2 de julho a reunião mensal da Academia<br />
Sul-Rio-Grandense de Medicina. Além da discussão de assuntos gerais,<br />
ocorreu a palestra do acadêmico e professor da Faculdade de Medicina<br />
da Ufrgs Gilberto Schwartsmann, que falou sobre o tema “RC-3095:<br />
Oportunidades Terapêuticas de uma nova Patente Brasileira”. O RC-3095<br />
exerce potente atividade inibitória em uma ampla variedade de neoplasias<br />
humanas.<br />
Dr. Luiz Carlos<br />
Corrêa da Silva<br />
PROMOÇÃO DE SAÚDE<br />
O acadêmico e conselheiro do <strong>Cremers</strong><br />
Luiz Carlos Corrêa da Silva foi o palestrante<br />
da reunião do dia 30 de julho da Academia<br />
Sul-Rio-Grandense de Medicina. Sua palestra<br />
foi sobre o tema “Vida: promoção da saúde”,<br />
na qual destacou, entre outros aspectos, a<br />
importância de o indivíduo manter um peso<br />
razoável, caminhar e não fumar, nem passivamente,<br />
além de tratar de evitar excessos.<br />
Dr. Gilberto Schwartsmann palestrou no dia 2 de julho<br />
Plateia acompanhou a palestra com atenção<br />
Homeopatia debate déficit de atenção e hiperatividade<br />
A Câmara Técnica de Homeopatia do <strong>Cremers</strong> promoveu no dia 17 de junho a palestra<br />
‘Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças’. O tema foi abordado pelo<br />
médico pediatra e professor Antônio Carlos Rezende, com especialização em Homeopatia<br />
pela Universidade Facis de São Paulo. Aproximadamente 60 médicos e estudantes de<br />
medicina participaram do evento.<br />
Dr. Antônio Carlos Rezende<br />
A presidente da CT, Universina Nunes de Oliveira Ramos, comentou que a palestra do prof.<br />
Rezende foi muito interessante e esclarecedora, e que no final houve uma “intensa troca de<br />
ideias sobre o assunto”. A CT de Homeopatia é constituída ainda por Ângela Maria Hexel,<br />
Ben-Hur Cassol Dalla Porta e Denise Misso Marcon.<br />
Dra. Universina Nunes de Oliveira Ramos<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 25
SAÚDE PÚBLICA<br />
Secretaria Estadual da Saúde<br />
alerta sobre sarampo<br />
Casos de sarampo estão sendo verificados no Estado desde<br />
agosto do ano passado. Como desde 1999 não havia notificação<br />
dessa doença exantemática no RS, a Secretaria da Saúde<br />
emitiu nota técnica sobre o assunto:<br />
SUSPEITA DE SARAMPO: todo indivíduo que, independente<br />
da idade e situação vacinal, apresentar febre e exantema<br />
máculo-papular, acompanhados de um ou mais dos seguintes<br />
sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite;<br />
NOTIFICAÇÃO IMEDIATA por telefone:<br />
2.1- Casos suspeitos procedentes da cidade de Porto Alegre:<br />
contatar (51) 3289-2471; (51) 3289-2472; e pelo telefone<br />
de plantão 24h da Vigilância Epidemiológica.<br />
2.2 - Casos suspeitos procedentes de outras cidades do estado<br />
do Rio Grande do Sul- contatar o Disque Vigilância (150)<br />
ou comunicar pelo email notifica@saude.rs.gov.br;<br />
INFORMAÇÕES ESSENCIAIS PARA NOTIFICAÇÃO: nome<br />
completo, data de nascimento, endereço residencial, telefone e<br />
data do início dos sintomas.<br />
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: após a notificação, a<br />
Vigilância em Saúde do Estado ou do Município coletará espécimes<br />
clínicos (sangue e swab nasofaríngeo e orofaríngeo) para<br />
detecção de anticorpos IgM e IgG.<br />
ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO: após a identificação de um<br />
caso suspeito de sarampo, indicar o isolamento domiciliar e<br />
máscara cirúrgica em ambientes públicos. Considerar o tempo<br />
de isolamento como período de transmissibilidade da doença: 5<br />
dias antes do aparecimento do exantema até 5 dias após.<br />
IMPORTANTE: a notificação imediata de casos suspeitos permite<br />
a aplicação de medidas de controle e a realização de exames<br />
complementares para o diagnóstico diferencial com as seguintes<br />
doenças exantemáticas: rubéola, dengue e parvovírus B19.<br />
Mais detalhes: www.saude.rs.gov.br.<br />
Apoio à Campanha Estadual de Doação de Órgãos<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando Matos, recebeu a visita do coordenador<br />
da Frente Parlamentar de Estímulo à Doação de Órgãos, Adilson Troca, dia<br />
25 de julho. O deputado convidou a entidade a participar de um grupo de<br />
trabalho em favor da Doação de Órgãos. Matos manifestou seu entusiasmo<br />
em relação ao assunto, um tema sempre na pauta do <strong>Cremers</strong>.<br />
O Conselho já realiza um grande trabalho na questão dos transplantes,<br />
tendo inclusive uma Câmara Técnica que discute o tema. Matos entregou<br />
ao deputado cópia de um estudo apresentado ao governo do Estado onde<br />
constam sugestões para superar dificuldades relativas à doação de órgãos.<br />
Com o apoio do <strong>Cremers</strong>, a Campanha Estadual de Doação de Órgãos,<br />
que será coordenada pela Frente Parlamentar, ganha mais força, avalia Troca.<br />
“Estamos mapeando todos os que querem ser parceiros. Queremos formar<br />
um grupo forte, que possa ter ações abrangentes em favor desta causa tão<br />
nobre”, explica.<br />
Deputado Adilson Troca foi recebido pelo<br />
presidente Fernando Matos<br />
26 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
PAINEL<br />
Notas do CFM<br />
PUBLICIDADE MÉDICA<br />
O juízo da 16ª Vara Federal firmou entendimento<br />
pela legalidade da Resolução CFM 1.701/2003 – que<br />
havia sido questionada -, sob fundamento de que a<br />
norma regula as questões da propaganda médica, cabendo<br />
ao CFM atingir o perfeito desempenho ético da medicina,<br />
por meio de supervisão da ética profissional em<br />
toda a República. Cabe recurso.<br />
AÇÃO CONTRA O COFITO<br />
O CFM ingressou com ação anulatória da Resolução<br />
Cofito nº 381/2010, que trata da emissão de atestados<br />
de saúde e laudos periciais por fisioterapeutas. Entende<br />
o CFM que os fisioterapeutas não possuem autorização<br />
legal para diagnosticar doenças ou emitir atestados de<br />
saúde.<br />
SENTENÇA FAVORÁVEL – PEP 1<br />
Médico denunciado (origem: Cremesp) pleiteava<br />
anulação do PEP em recurso ao CFM. Juiz da 17ª Vara<br />
Federal de SP entendeu que o PEP tramitou regularmente,<br />
sem nulidades ou irregularidades. O fato de o médico<br />
estar desacompanhado de advogado não evidencia cerceamento<br />
de defesa. A pena imposta ao médico poderá<br />
ser executada.<br />
Orientação sobre a<br />
cirurgia bariátrica<br />
CFM divulgou nota de esclarecimento na qual ressalta que a<br />
O Resolução CFM 1.942/2010, que estabelece normas seguras<br />
para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações,<br />
procedimentos e equipe, não sofreu alterações. De acordo<br />
com a entidade, para que novas técnicas indicadas a este tipo de<br />
intervenção sejam autorizadas é necessária avaliação de mais estudos<br />
e pesquisas que comprovem sua eficácia e sua segurança para<br />
os pacientes.<br />
Em sua nota, o CFM destaca que na “avaliação da entidade, técnicas<br />
recentes – como a gastrectomia vertical com interposição de íleo<br />
- ainda precisam de mais estudos e pesquisas que comprovem sua<br />
eficácia e sua segurança para os pacientes para serem autorizadas”,<br />
e reafirma que a “Câmara Técnica de Cirurgia Bariátrica, criada pelo<br />
CFM especialmente para analisar os trabalhos desenvolvidos na área,<br />
continuará ativa”.<br />
Livro sobre<br />
Pneumologia<br />
SENTENÇA FAVORÁVEL – PEP 2<br />
Questionada a aplicação da penalidade de cassação<br />
do exercício profissional. Indeferido o pedido de antecipação<br />
de tutela recursal, com base nas informações do<br />
CFM, que entendeu : “... Os fatos, se verdadeiros, são<br />
mais do que graves infrações éticas, são também graves<br />
crimes”.<br />
CONSELHEIROS FEDERAIS PELO RS<br />
O conselheiro Luiz Carlos Corrêa da<br />
Silva está lançando o livro “Pneumologia:<br />
Princípios e Práticas”. O lançamento oficial<br />
será dia 26 de agosto durante os<br />
Congressos Brasileiros da SBPT – Sociedade Brasileira de<br />
Pneumologia e Tisiologia (ASMA, DPOC e TABAGISMO).<br />
A obra, publicada pela editora ArtMed, reúne textos de<br />
médicos convidados sobre preceitos teóricos e práticos da<br />
especialidade.<br />
Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />
Dr. Antônio Celso Ayub<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 27
SAÚDE SUPLEMENTAR<br />
Pesquisa reafirma críticas<br />
a planos de saúde<br />
Pesquisa do Instituto Datafolha comprova a correlação entre a<br />
experiência negativa vivenciada pelos pacientes e seus familiares<br />
e a insatisfação com o atendimento prestado pelos planos de<br />
saúde. De acordo com a pesquisa, as reclamações mais comuns<br />
estão relacionadas com a demora no atendimento ou fila de espera<br />
no pronto-socorro, no laboratório ou na clínica (26%). Percentual<br />
significativo dos entrevistados também relatou existir poucas<br />
opções de médicos, hospitais e laboratórios (21%) disponíveis para<br />
o atendimento de suas necessidades. Outros 14% relatam que<br />
tiveram que buscar a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS)<br />
por conta da negação de cobertura ou restrição de atendimento do<br />
plano de saúde contratado.<br />
Com relação ao atendimento médico, a principal queixa dos<br />
entrevistados é a dificuldade de marcar uma consulta (19%) e o<br />
descredenciamento do profissional médico procurado (18%). O<br />
excesso de burocracia foi outro ponto de reclamação dos usuários:<br />
13% vivenciaram demora para a autorização de exames ou a liberação<br />
de guias, inclusive de internação, e 12% tiveram negativa de<br />
cobertura de procedimento ou exame.<br />
A cobrança de valores adicionais, além da mensalidade, também<br />
foi apontada por 19% dos entrevistados, que tiveram de efetuar<br />
pagamento extra para garantir a realização de consultas, exames<br />
ou outros procedimentos. A pesquisa captou ainda relatos de usuários<br />
dos planos que tiveram que deixar um cheque caução para<br />
atendimento e também de pacientes que tiveram alta médica<br />
imposta pelo plano antes da determinação do médico.<br />
Os dados constam do estudo patrocinado<br />
pelo CFM e realizado pelo Datafolha que,<br />
no período de 4 e 5 de abril de<br />
<strong>2011</strong>, ouviu 2.061 pessoas,<br />
distribuídas em 145 municípios<br />
e com idades de 16 anos<br />
ou mais.<br />
Opinião dos médicos<br />
Em geral, a posição dos médicos com respeito aos<br />
planos de saúde é negativa. Estudo realizado pelo<br />
Datafolha, encomendado pela Associação Paulista<br />
de Medicina (APM) e pela Associação Médica<br />
Brasileira (AMB), com o apoio do CFM, mostrou<br />
que a maioria absoluta dos profissionais brasileiros<br />
denuncia interferências das empresas na autonomia<br />
dos profissionais. Os dados foram divulgados em<br />
dezembro de 2010.<br />
De forma geral, o médico brasileiro que trabalha<br />
com planos ou seguros saúde atribui, em média, nota<br />
5 para as operadoras, numa escala de zero a 10. Do<br />
total de entrevistados, 92% dos médicos afirmam que<br />
os planos de saúde interferem em sua autonomia<br />
profissional.<br />
Entre os tipos de interferências praticadas pelas<br />
operadoras de planos ou seguros saúde, os médicos<br />
apontam principalmente as glosas de procedimentos<br />
ou medidas terapêuticas (78%) e a interferência no<br />
número de exames e procedimento (75%). Citadas<br />
por cerca de sete em cada de 10 se destacam ainda as<br />
restrições às doenças préexistentes e a interferência<br />
em atos diagnósticos e terapêuticos mediante<br />
designação de auditores.<br />
No Brasil, 45,5 milhões de<br />
pessoas tem planos ou seguros<br />
de saúde. Atuam nesse mercado<br />
1.044 empresas que movimentaram<br />
aproximadamente<br />
R$ 71 bilhões em 2010, segundo<br />
dados da Agência Nacional<br />
de Saúde Suplementar (ANS).<br />
28 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
Comissão define honorários<br />
com a Golden Cross<br />
Os representantes das entidades médicas na Comissão<br />
Estadual de Honorários Médicos do RS (CEHM) estiveram<br />
reunidos dia 14 de julho com o diretor administrativo-financeiro<br />
nacional da Golden Cross, Aloísio José de Souza Francisco,<br />
e com o diretor administrativo-técnico da seguradora no RS,<br />
Pasqualino Renato Guaragna.<br />
Na ocasião, os representantes Jorge Utaliz Guimarães Silveira,<br />
pela Amrigs, Jorge Luiz Eltz de Souza e Cristiana Menezes Leão,<br />
pelo Simers, e Isaias Levy, pelo <strong>Cremers</strong>, apresentaram o posicionamento<br />
da Comissão no sentido de que a Golden Cross adote<br />
o referencial da CBHPM- 6ª edição, para a remuneração de procedimentos<br />
e consultas, descartando a tabela AMB-92 que utiliza,<br />
bem como o CH (coeficiente de honorários), substituindo-o<br />
pela UCO.<br />
Empresa apresenta plano de reajustes<br />
No dia 28 de julho, a Golden Cross enviou correspondência<br />
à CEHM informando que desde janeiro deste ano passou a<br />
pagar R$ 46,00 para as consultas. O valor foi ampliado para R$<br />
48,00 a partir de julho. O CH é de R$ 0,40. A empresa destaca<br />
que “este ano já reajustou espontaneamente as consultas até o<br />
mês de julho em 9,09% e o CH em 5,26%”.<br />
No ofício, a Golden Cross assume o compromisso de pagar<br />
R$ 50,00 por consulta a partir de setembro, ampliando para<br />
R$ 52,00 a partir de 1 o de dezembro. Já o CH será reajustado para<br />
R$ 0,42 a partir de 1 o de setembro.<br />
A empresa conclui enfatizando que os reajustes até o final<br />
do ano atingirão 18,18% para as consultas e 10,52% para o CH.<br />
Reuniões com Caixa Saúde, Unidas<br />
e Centro Clínico Gaúcho<br />
A Comissão Estadual de Honorários Médicos esteve reunida no<br />
dia 18 de julho com representantes do Caixa Saúde e do grupo<br />
Unidas. Foram duas reuniões realizadas em horários diferentes,<br />
mas com a mesma pauta. A CEHM apresentou as reivindicações de<br />
melhoria dos honorários médicos, tanto em consultas como em<br />
procedimentos, e cobrou a adoção da CBHPM 6ª edição. Os dois<br />
segmentos de seguradoras se comprometeram a enviar propostas<br />
em relação ao assunto.<br />
Anteriormente, dia 11, a comissão se reuniu com a direção do<br />
Centro Clínico Gaúcho. O diretor Iseu Milman representou o<br />
<strong>Cremers</strong> nesse encontro.<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 29
DELEGACIAS<br />
<strong>Cremers</strong> reúne médicos<br />
em Santa Maria<br />
Conselho Regional de Medicina do Estado do RS (<strong>Cremers</strong>)<br />
O promoveu, dia 12 de agosto, o 2 o Encontro das Delegacias<br />
Seccionais – Região Planalto e Missões, que reuniu diretores<br />
da entidade e os médicos de Santa Maria e região para debater<br />
assuntos importantes da categoria. Constaram das atividades uma<br />
aula inaugural para os alunos de medicina do 2 o semestre da<br />
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a solenidade de<br />
entrega de carteiras profissionais aos novos médicos.<br />
Um dos destaques da programação foi o julgamento simulado<br />
– uma versão didática dos julgamentos éticos que acontecem<br />
no <strong>Cremers</strong>, aos quais somente os Conselheiros e partes envolvidas<br />
têm acesso. Com a simulação, o Conselho pretende estender<br />
a todos os médicos conhecimentos sobre o rito processual, conduta<br />
durante o julgamento e outros aspectos éticos. A experiência<br />
tivera sua primeira edição no encontro realizado em Pelotas, no<br />
final de abril.<br />
A programação incluiu, ainda, palestras sobre temas atuais<br />
e relevantes, como a resolução sobre Vaga Zero, Código de<br />
Ética, remuneração, terminalidade, perícia e propaganda médica,<br />
internação psiquiátrica e processos contra médicos. Os delegados<br />
seccionais das cidades abrangidas pela Coordenadoria Planalto<br />
Central e Missões também tiveram espaço para manifestações e<br />
apresentar suas demandas.<br />
.<br />
Na próxima edição, reportagem completa<br />
e fotos sobre o encontro.<br />
Visita a hospitais de Passo Fundo<br />
Dentro de sua proposta de maior aproximação com os médicos<br />
do Interior, o <strong>Cremers</strong> tem realizado uma série de encontros<br />
regionais e visitas a municípios. No dia 28 de julho, o presidente<br />
Fernando Matos e o tesoureiro Ismael Maguilnik estiveram em Passo<br />
Fundo. Visitaram o Hospital São Vicente de Paulo, Hospital da Cidade<br />
e o Hospital Beneficente Dr. Cesar Santos. Os dirigentes mantiveram<br />
contato com os diretores técnicos e clínicos das unidades hospitalares:<br />
Rudah Jorge, Juarez Antônio Dal Vesco, Paulo Sérgio Bonfiglio<br />
Osório, Luiz Carlos Trombini e Jorge Roberto Salles de Anunciação.<br />
30 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>
Reunião em Camaquã<br />
O <strong>Cremers</strong> promove reunião de<br />
integração com os médicos de Camaquã<br />
e arredores no dia 2 de setembro, às 19h,<br />
na sede da Sociedade Médica local<br />
(Rua Padre Hildebrando Pedroso, 496).<br />
Confirmação de presença pelo<br />
telefone (51) 3219.7544, ramal 243, ou<br />
pelo e-mail coordds@cremers.org.br.<br />
PROGRAMAÇÃO<br />
Horário Palestra Palestrante<br />
19h00 às 19h20 Palestra “O que é o <strong>Cremers</strong>?” Dr. Fernando Weber Matos<br />
19h20 às 19h30 debate<br />
19h30 às 19h50 Palestra “Prontuário Médico” Dr. Ismael Maguilnik<br />
19h50 às 20h00 debate<br />
20h00 às 20h20<br />
Palestra “Terminalidade/<br />
Cuidados Paliativos”<br />
Dr. Rogério W. Aguiar<br />
20h20 às 20h30 debate<br />
20h30<br />
confraternização<br />
Seção Delegado Fone Endereço | e-mail<br />
Alegrete Dr. Cláudio Luiz Morsch (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | alegrete@cremers.org.br<br />
Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | cremers-bage@hotmail.com<br />
Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-000 | bentogoncalves@cremers.org.br<br />
Cachoeira do Sul Dr. Mário Both (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | crmcachoeiradosul@yahoo.com.br<br />
Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235 | CEP 96180-000<br />
Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Av. Pátria, 823/202 | CEP 99500-000<br />
Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | cremers_caxiasdosul@yahoo.com.br<br />
Cruz Alta Dr. Eduardo Pinto de Campos (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 / salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | crmcruzalta@terra.com.br<br />
Erechim Dr. Paulo César Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-000 | crmerechim@via-rs.net<br />
Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wayhs (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | cremersijui@terra.com.br<br />
Lajeado Dr. Fernando José Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | cremerslajeado@redeplay.com.br<br />
Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500 / salas 55 e 56 | CEP 93510-320 | cremers.novohamburgo@terra.com.br<br />
Osório Dr. Angelo Mazon Netto (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | osorio@cremers.org.br<br />
Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobom Souza (55) 3742.3969 R. Francisco Pinheiro, 116/8 | CEP 98300-000<br />
Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-010 | cremerspf@tpo.com.br<br />
Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. General Osório, 754/602 | CEP 96020-000 | crmpel.sul@terra.com.br<br />
Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | riogrande@cremers.org.br<br />
Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715-9402 R. Fernando Abott, 270/204 - Centro |CEP 96825-150 | santacruz@cremers.org.br<br />
Santa Maria Dr. Floriano Soeiro de Souza Neto (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | cremers.santamaria@terra.com.br<br />
Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | santarosa@cremers.org.br<br />
Santana do Livramento Dra. Tânia Regina da Fontoura Mota (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501 | CEP 97573-500 | cremerslivramento@yahoo.com.br<br />
Santo Ângelo Dr. Edson Luiz Maluta (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | cremers.santoangelo@yahoo.com.br<br />
São Borja Dr. Luiz Roque Lucho Ferrão (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | saoborja@cremers.org.br<br />
São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636 | CEP 97300-000<br />
São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435 | CEP 96700-000<br />
São Leopoldo Dr. Ricardo Lopes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | saoleopoldo@cremers.org.br<br />
Três Passos Dr. Dary Pretto Filho (55) 3522.2324 R. Bento Gonçalves, 222 | CEP 98600-000<br />
Uruguaiana Dr. Luiz Antônio de Souza Marty (55) 3411.2161 R. Dr. Domingos de Almeida, 3.801 | CEP 97500-004 | corpoclinico@hotmail.com<br />
agosto - <strong>2011</strong> | REVISTA CREMERS | 31
CONQUISTA<br />
Plano de carreira para os<br />
médicos da Capital<br />
Antiga luta do <strong>Cremers</strong> resulta na criação de carreira específica para os médicos<br />
contratados pela prefeitura de Porto Alegre.<br />
“A criação do plano de carreira<br />
específico vai permitir que o gestor<br />
municipal tenha condições de<br />
remunerar de forma mais digna<br />
os médicos contratados pela<br />
prefeitura”.<br />
Dr. Fernando Weber Matos<br />
luta do <strong>Cremers</strong> por um plano de<br />
A carreira para os médicos contratados<br />
pelo município de Porto Alegre chega a<br />
um final feliz. A Câmara de Vereadores<br />
da Capital aprovou projeto do Executivo<br />
que cria o Grupo Especialidade Médica<br />
e a classe de Médico Especialista no quadro<br />
de cargos de provimento efetivo no<br />
município.<br />
No dia 26 de julho, após sancionada<br />
pelo prefeito José Fortunatti, foi publicada<br />
no Diário Oficial da Capital a Lei<br />
Complementar 677 da Carreira Médica.<br />
A lei desvincula os médicos do grupo dos<br />
técnico-científicos.<br />
A proposta determina a criação da classe<br />
de cargos de Médico Clínico Geral no<br />
Grupo Executivo e Assessoramento Superior<br />
de cargos de provimento efetivo. Da mesma<br />
forma, prevê a criação da tabela de pagamentos<br />
das classes de Médico Clínico Geral<br />
e de Médico Especialista, extinguindo, à<br />
medida que vagarem, os cargos efetivos de<br />
Médico Clínico Geral. Os efeitos da lei são<br />
Reunião da Diretoria do <strong>Cremers</strong> com o prefeito José Fortunati, dia 31 de janeiro, debateu a<br />
questão do plano de carreira para os médicos do município<br />
retroativos a primeiro de janeiro.<br />
A LC 677 incorpora aumento de 21%<br />
(de um abono do ano passado) aos vencimentos<br />
básicos, que é adicionado aos<br />
8% que foram concedidos aos demais<br />
servidores municipais.<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando<br />
Matos, comenta que a nova lei contempla<br />
uma antiga reivindicação da entidade. “A<br />
criação do plano de carreira específico<br />
vai permitir que o gestor municipal tenha<br />
condições de remunerar de forma mais<br />
digna os médicos contratados pela prefeitura”,<br />
avalia Matos, elogiando a iniciativa<br />
do executivo municipal, que “foi sensível<br />
aos anseios dos médicos e sempre muito<br />
receptivo ao pleito do <strong>Cremers</strong>”.<br />
Conforme o prefeito José Fortunati,<br />
a proposta decorreu da discussão da<br />
administração municipal junto à categoria<br />
profissional médica e seus órgãos representativos,<br />
além dos demais setores da<br />
prefeitura.<br />
O prefeito destaca a relevância da<br />
alteração no regime de trabalho da classe<br />
de cargos de Médico Clínico Geral e<br />
de Médico Especialista, para extinguir o<br />
cargo de Médico, assim como a respectiva<br />
alteração no regime de trabalho de<br />
tais cargos e a instituição da Gratificação<br />
de Incentivo Médico. A lei reduz a carga<br />
horária de seis para quatro horas por dia.<br />
Os efeitos da medida abrangem também<br />
os médicos aposentados do município.<br />
32 | REVISTA CREMERS | agosto - <strong>2011</strong>