Abril / 2010 - Cremers
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<strong>Cremers</strong> terá médico representante no Interior (Contracapa)<br />
CREMERS<br />
Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano VIII | nº 62 | abril <strong>2010</strong><br />
Emergências na UTI<br />
Fórum aponta os problemas e apresenta soluções<br />
para a crise nas emergências<br />
Código de Ética Médica<br />
Presidentes do CFM, Roberto Luiz<br />
D'Avila, e do <strong>Cremers</strong>, Cláudio Franzen,<br />
palestraram sobre o novo CEM no Hospital<br />
de Clínicas de Porto Alegre<br />
(Páginas 4 e 5)
Notas<br />
Presidente: Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />
Vice-presidente: Rogério Wolf de Aguiar<br />
1º Secretário: Fernando Weber da Silva Matos<br />
2º Secretário: Ismael Maguilnik<br />
Tesoureiro: Isaias Levy<br />
Corregedores: Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier<br />
Coordenador da Fiscalização: Antônio Celso Ayub<br />
Coordenador da Ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira Filho<br />
Coordenador das Câmaras Técnicas: Jefferson Pedro Piva<br />
Coodenador de Patrimônio: Iseu Milman<br />
Conselheiros<br />
Alberi Nascimento Grando, Antônio Celso Koehler Ayub, Céo<br />
Paranhos de Lima, Cláudio Balduíno Souto Franzen, Dirceu Francisco<br />
de Araújo Rodrigues, Enio Rotta, Ércio Amaro de Oliveira Filho,<br />
Euclides Viríssimo Santos Pires, Fernando Weber Matos, Isaias Levy,<br />
Iseu Milman, Ismael Maguilnik, Jefferson Pedro Piva, Joaquim José<br />
Xavier, Mário Antônio Fedrizzi, Mauro Antônio Czepielewski, Newton<br />
Monteiro de Barros, Régis de Freitas Porto, Rogério Wolf de Aguiar,<br />
Sílvio Pereira Coelho, Tomaz Barbosa Isolan<br />
Arthur da Motta Lima Netto, Cláudio André Klein, Clotilde Druck<br />
Garcia, Douglas Pedroso, Isabel Helena F. Halmenschlager, Izaias Ortiz<br />
Pinto, João Alberto Larangeira, Jorge Luiz Fregapani, Léris Salete<br />
Bonfanti Haeffner, Luciano Bauer Gröhs, Luiz Carlos Bodanese, Luiz<br />
Carlos Correa da Silva, Luiz Alexandre Alegretti Borges, Maria Lúcia<br />
da Rocha Oppermann, Paulo Amaral, Paulo Henrique Poti Homrich,<br />
Philadelpho M. Gouvêia Filho, Raul Pruinelli, Ricardo Oliva Willhelm<br />
CREMERS<br />
é uma publicação do Conselho Regional de Medicina<br />
do Rio Grande do Sul – Avenida Princesa Isabel, 921 – Fone<br />
(51) 3219.7544 – Fax (51) 3217.1968 – cremers@cremers.com.br –<br />
www.cremers.com.br – CEP 90620-001 – Porto Alegre/RS –<br />
Conselho Editorial: Cláudio Balduíno Souto Franzen,<br />
Rogério Wolf Aguiar, Fernando Weber da Silva Matos,<br />
Ismael Maguilnik e Isaias Levy – Redação: Viviane Schwager,<br />
Arthur Eich e W/COMM Comunicação – Jornalista Responsável:<br />
Ilgo Wink – Mat. 2556 – Revisão: Raul Rubenich – Fotografias:<br />
João Mattos, Bruno Cantini, Clóvis de Souza Prates, Matheus<br />
Wink, Daniel Badra, Fotos Rocha, W/COMM – Projeto e Design:<br />
Stampa Design – (51) 3023.4866 – stampa@stampadesign.com.br –<br />
www.stampadesign.com.br – Tiragem: 31.000 exemplares.<br />
<strong>Cremers</strong>, informativo do Conselho Regional de Medicina do RS,<br />
está aberto à participação de toda a classe médica gaúcha, para<br />
críticas, sugestões de pauta, artigos, divulgação de eventos e<br />
notícias de interesse da categoria. As correspondências serão<br />
encaminhadas ao Conselho Editorial. Contatos com a assessoria<br />
de imprensa pelo e-mail ai@cremers.org.br<br />
Recadastramento<br />
ATENÇÃO: prazo final para o Recadastramento<br />
Nacional dos Médicos é dia<br />
11 DE MAIO.<br />
Faça seu recadastramento através do<br />
portal: www.cremers.org.br.<br />
A entrega dos documentos deve ser<br />
feita na sede do <strong>Cremers</strong>, Av. Princesa<br />
Isabel, 921, das 9h às 18h45min, de<br />
segunda a sexta-feira, ou na delegacia<br />
seccional de sua região.<br />
PIN PAD: reação contra a<br />
decisão do Ipergs<br />
As entidades médicas gaúchas (<strong>Cremers</strong>,<br />
Simers e Amrigs) protocolaram ofício ao IPE<br />
questionando a posição daquela autarquia em<br />
relação à implantação do PIN PAD. Em seu comunicado<br />
03/2009, o Instituto afirmava que o equipamento<br />
deve ser implantado em toda a rede<br />
credenciada, sugerindo que tal instalação seria<br />
condicionante para a manutenção do credenciamento.<br />
A exigência ficou corroborada pelo comunicado<br />
08/<strong>2010</strong>.<br />
Durante as tratativas sobre o PIN PAD, o Grupo<br />
Paritário das entidades médicas e hospitalares<br />
obteve do IPE o compromisso de não descredenciar<br />
os médicos que optassem por não<br />
adquirir o equipamento, e que essa exigência<br />
só poderia ser feita aos novos credenciados. Aos<br />
já credenciados, a atualização tecnológica só<br />
poderia ser feita se expressamente prevista no<br />
termo de credenciamento firmado entre o IPE e<br />
cada médico.<br />
2 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Editorial<br />
Protagonismo médico<br />
e as emergências<br />
As condições do trabalho médico, a ética no exercício<br />
da profissão e a formação médica constituem preocupações<br />
permanentes do <strong>Cremers</strong>, que pauta suas ações<br />
pela busca do melhor para o médico e para a sociedade.<br />
Entre tais ações figuram iniciativas pioneiras no País,<br />
como a interdição de instituições de saúde que não apresentam<br />
as mínimas condições eticamente aceitáveis para<br />
a atividade médica. Com isso, o gestor público é instado<br />
a tomar providências para resolver o problema.<br />
Por ter em seu DNA toda uma história de luta e<br />
comprometimento com o médico, a saúde pública e a<br />
população, o <strong>Cremers</strong> não poderia omitir-se diante de um<br />
quadro que se agrava a cada ano, o das emergências.<br />
Se os gestores públicos não agem de maneira mais<br />
enfática, ou até lavam as mãos, demonstrando pouca<br />
ou nenhuma preocupação com a sorte de médicos e<br />
pacientes, o <strong>Cremers</strong> e seus parceiros na defesa da<br />
dignidade na atividade médica e da saúde pública no<br />
Estado - Simers e Amrigs - estão sempre atentos na<br />
busca de soluções, assim como seus congêneres em<br />
nível nacional.<br />
Não é mais possível aceitar que o médico trabalhe em<br />
emergências em condições de precariedade similares<br />
àquelas que nossos colegas encontram no Haiti, país<br />
pobre e ainda por cima devastado por um terremoto.<br />
Foi para enfrentar o problema, e não varrê-lo para<br />
debaixo do tapete ou entrar no jogo de empurra-empurra<br />
- tão comum quando se trata de saúde -, que o <strong>Cremers</strong><br />
promoveu o Fórum de Emergências. Realizado em<br />
março, o evento, de cunho nacional, reuniu em Porto<br />
Alegre muita gente interessada no tema, desde os<br />
próprios médicos, entre os quais emergencistas de<br />
larga experiência, até representantes do Judiciário e do<br />
Ministério Público.<br />
Foi uma interessante e profícua troca de experiências<br />
e informações que resultou na Carta de Porto Alegre, que<br />
o leitor pode conferir na página central desta edição, e<br />
também no Portal do <strong>Cremers</strong>: www.cremers.org.br.<br />
O documento não se limita a apontar os problemas<br />
das emergências, que são muitos e complexos, a começar<br />
pela falta de um financiamento adequado para todo<br />
o Sistema Único de Saúde, remuneração irrisória dos<br />
emergencistas e insuficiência de leitos.<br />
Redigido com base nos debates e nas sugestões<br />
dos participantes do Fórum, o texto apresenta medidas<br />
concretas, boa parte delas facilmente exequíveis, e que<br />
podem servir de bússola para os gestores verdadeiramente<br />
interessados em proporcionar à população um<br />
serviço digno de assistência à saúde.<br />
Assim como o novo Código de Ética Médica – que<br />
passou a vigorar neste mês de abril -, a Carta de Porto<br />
Alegre é mais uma prova de que os médicos têm a ideia<br />
exata de sua importância social e de que devem ser<br />
protagonistas na luta por um Brasil melhor, no qual o<br />
cidadão, entre outras coisas, tem o direito constitucional<br />
do acesso universal à saúde.<br />
Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />
Presidente do <strong>Cremers</strong><br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 3
Ética<br />
Novo Código entra em vigor<br />
Os presidente do CFM,<br />
Roberto Luiz D’Avila, e do<br />
<strong>Cremers</strong>, Cláudio Franzen, palestraram<br />
sobre o novo Código de<br />
Ética Médica para professores<br />
e alunos da Faculdade de<br />
Medicina da Ufrgs no auditório<br />
do Hospital de Clínicas de Porto<br />
Alegre no dia 14 de abril, 24<br />
Dr. Roberto Luiz D'Avila<br />
horas depois do lançamento oficial<br />
do CEM.<br />
O conselheiro do <strong>Cremers</strong><br />
Ismael Maguilnik, apresentou<br />
os palestrantes, destacando<br />
que Cláudio Franzen quando<br />
vice-presidente do Diretório<br />
Acadêmico Sarmento Leite contribuiu<br />
para obter verbas para<br />
construção do HC. “O Franzen<br />
Dr. Cláudio Franzen<br />
está ligado à história do Clínicas”,<br />
acentuou Ismael, que também é professor da Famed.<br />
Depois da exibição de um vídeo sobre o CEM, o presidente<br />
do <strong>Cremers</strong> falou sobre as principais mudanças do novo<br />
Código. “Foram acrescentados novos artigos para contemplar<br />
novos problemas e as transformações sociais ocorridas<br />
desde 1988”, enfatizou.<br />
O presidente do CFM, que coordenou a Comissão Nacional<br />
de Revisão do CEM, lembrou que nesses 22 anos “surgiram<br />
novas interfaces entre o médico e o paciente”, citando como<br />
exemplo os planos de saúde, que só foram regulamentados<br />
em 1998, e os novos equipamentos que surgiram no período.<br />
D’Ávila acentuou que o “Código aponta em direção ao humanismo”<br />
e que é fundamental “resgatar a boa prática médica” e<br />
que para isso é necessário “conversar mais com os pacientes”.<br />
Em relação às más condições de trabalho, o dirigente sinalizou<br />
que cabe ao médico responsabilizar os gestores.<br />
Na sequência, os palestrantes se colocaram à disposição<br />
do público, ao lado do professor Sérgio Menna Barreto, e do<br />
coordenador de Fiscalização do <strong>Cremers</strong>, Antônio Ayub.<br />
Encontro sobre o novo código reuniu médicos e alunos no Hospital de Clínicas<br />
Solenidade em Brasília celebra o novo CEM<br />
A entrada em vigor do novo Código de Ética<br />
Médica foi celebrada em solenidade realizada<br />
dia 13 de abril, na sede do CFM, com a participação<br />
de conselheiros federais e regionais de medicina,<br />
representantes de entidades médicas,<br />
deputados e outras autoridades, entre as quais<br />
o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.<br />
O presidente do CFM e coordenador da Comissão<br />
Nacional de Revisão do Código, Roberto<br />
Luiz d’Avila, afirmou que considera o reforço à<br />
autonomia do paciente a principal contribuição<br />
do novo documento. “Esse documento é um contrato<br />
que os médicos firmam com o paciente, a sociedade, os<br />
colegas que trabalham em assistência em saúde e com a<br />
própria profissão”, completou.<br />
O ministro Temporão comentou: “Este Código está sintonizado<br />
com os novos tempos e ressalta que o ser humano<br />
deve ser o centro de nossas atenções”, acrescentando<br />
que o documento é um instrumento de vanguarda pelo<br />
fato de que nele se reconhece que a vida tem um fim natural,<br />
que o trabalho do médico vai além da cura e que o<br />
profissional da medicina deve ser um cuidador.<br />
4 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Principais mudanças do novo Código de Ética Médica<br />
O MÉDICO É OBRIGADO A DECLARAR<br />
CONFLITOS DE INTERESSES<br />
“É vedado ao médico deixar de zelar, quando docente<br />
ou autor de publicações científicas, pela veracidade, clareza<br />
e imparcialidade das informações apresentadas, bem como<br />
deixar de declarar relações com a indústria de medicamentos,<br />
órteses, próteses, equipamentos, implantes de qualquer<br />
natureza e outras que possam configurar conflitos de interesses,<br />
ainda que em potencial. (Cap. 12 Art. 109).<br />
O PACIENTE PRECISA DAR O CONSENTIMENTO<br />
“É vedado ao médico deixar de obter consentimento do<br />
paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre<br />
o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco<br />
iminente de morte.” (Cap. 4, Art. 22).<br />
O MÉDICO DEVE EVITAR PROCEDIMENTOS DESNECESSÁ-<br />
RIOS EM PACIENTES TERMINAIS<br />
“É vedado ao médico abreviar a vida do paciente, ainda<br />
que a pedido deste ou de seu representante legal. (Cap.<br />
5, Art. 41). Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e<br />
terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos<br />
disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas<br />
inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração<br />
a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a<br />
de seu representante legal. Nas situações clínicas irreversíveis<br />
e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos<br />
diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos<br />
pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.<br />
(Cap. 1, XXII)<br />
O MÉDICO NÃO PODE PRATICAR A<br />
MANIPULAÇÃO GENÉTICA<br />
“É vedado ao médico intervir sobre o genoma humano com<br />
vista à sua modificação, exceto na terapia gênica, excluindo-se<br />
qualquer ação em células germinativas que resulte na modificação<br />
genética da descendência. (Cap. 3, Art. 16).<br />
A RECEITA E O ATESTADO DEVEM SER LEGÍVEIS<br />
“É vedado ao médico receitar, atestar ou emitir laudos de<br />
forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu<br />
número de registro no Conselho Regional de Medicina da<br />
sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários,<br />
atestados, laudos ou quaisquer outros documentos<br />
médicos. (Cap. 3, Art. 11).”<br />
O MÉDICO NÃO PODE TER RELAÇÃO COM<br />
COMÉRCIO E FARMÁCIA<br />
“É vedado ao médico exercer simultaneamente a Medicina<br />
e a Farmácia ou obter vantagem pelo encaminhamento<br />
de procedimentos, pela comercialização de medicamentos,<br />
órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, cuja<br />
compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade<br />
profissional”. (Cap. 8, Art. 69)<br />
PACIENTE TEM DIREITO A UMA SEGUNDA OPINIÃO E A<br />
SER ENCAMINHADO A OUTRO MÉDICO<br />
“É vedado ao médico opor-se à realização de junta médica<br />
ou segunda opinião solicitada pelo paciente ou por seu<br />
representante legal.” (Cap.5, Art. 39). “É vedado ao médico<br />
deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para<br />
procedimento especializado de volta ao médico assistente<br />
e, na ocasião, fornecer-lhe as devidas informações sobre o<br />
ocorrido no período em que por ele se responsabilizou.”<br />
O SIGILO MÉDICO DEVE SER PRESERVADO,<br />
MESMO APÓS A MORTE<br />
“O médico guardará sigilo a respeito das informações de<br />
que detenha conhecimento no desempenho de suas funções,<br />
com exceção dos casos previstos em lei”. (Cap. 1, XI). É<br />
vedado ao médico revelar fato de que tenha conhecimento<br />
em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo<br />
justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.<br />
(Cap.9, Art. 73.). Parágrafo único. Permanece essa proibição:<br />
a) mesmo que o fato seja de conhecimento público ou<br />
o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento<br />
como testemunha.<br />
É PROIBIDO USAR PLACEBO EM PESQUISA,<br />
QUANDO HÁ TRATAMENTO EFICAZ<br />
“É vedado ao médico manter vínculo de qualquer natureza<br />
com pesquisas médicas, envolvendo seres humanos,<br />
que usem placebo em seus experimentos, quando houver<br />
tratamento eficaz e efetivo para a doença pesquisada.”<br />
(Cap.12 Art. 106)<br />
O MÉDICO NÃO PODE ESTAR VINCULADO A CONSÓRCIOS<br />
“É vedado ao médico estabelecer vínculo de qualquer natureza<br />
com empresas que anunciam ou comercializam planos<br />
de financiamento, cartões de descontos ou consórcios<br />
para procedimentos médicos”. (Cap.8, Art. 72)<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 5
Fórum<br />
Fórum de Emergências do <strong>Cremers</strong><br />
Evento reuniu representantes das principais entidades médicas, gestores da área da saúde e especialistas em emergência<br />
Preocupado com a situação das emergências<br />
hospitalares, o Conselho realizou<br />
nos dias 25 e 26 de março último, o<br />
I Fórum de Emergências do <strong>Cremers</strong>.<br />
Representantes das principais entidades<br />
médicas do país, gestores da área da<br />
saúde e especialistas participaram do<br />
evento, que contou com uma série de<br />
palestras e uma importante conferência<br />
sobre uma experiência pioneira realizada<br />
em Minas Gerais no setor de emergência.<br />
Dr. Fernando Matos<br />
No final, foi apresentada a Carta de Porto<br />
Alegre (página central).<br />
O primeiro-secretário do <strong>Cremers</strong><br />
Fernando Weber Matos abriu o Fórum<br />
dizendo que “a crise nas emergências<br />
é um problema social da maior gravidade,<br />
que não poderia ficar sem uma<br />
discussão maior, como essa proposta<br />
pelo Conselho”.<br />
Em seguida, pronunciaram-se integrantes<br />
da mesa. O secretário municipal<br />
da Saúde de Porto Alegre, Luiz Carlos<br />
Seligman, elogiou a iniciativa do Conselho<br />
e frisou que “o problema das emergências<br />
não é um privilégio da Capital gaúcha, do<br />
Rio Grande do Sul, do Brasil, é um problema<br />
que acontece em todo o mundo”.<br />
O presidente da Fenam e do Simers,<br />
Paulo de Argollo Mendes, disse que o<br />
problema realmente ocorre em todos os<br />
lugares, mas que segue sem solução<br />
por parte dos gestores públicos. “O local<br />
onde há mais resolutividade é nas emergências.<br />
O paciente espera cinco horas na<br />
emergência do Hospital Conceição, por<br />
exemplo, mas sabe que vai sair de lá com<br />
o seu caso resolvido”, avaliou Argollo. O<br />
segundo vice-presidente da AMB, Newton<br />
Barros, afirmou que o fórum é de “máxima<br />
importância” e relatou que a entidade<br />
promove cursos para emergencistas, mas<br />
que isso é insuficiente diante “das más<br />
condições de trabalho que os médicos<br />
enfrentam por causa da superlotação das<br />
emergências em todo o país”.<br />
Dr. Paulo de Argollo Mendes<br />
6 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
amplia debate sobre o setor<br />
O presidente da Abramede, Frederico<br />
Arnaud, declarou: “A emergência é o<br />
maior problema de saúde pública do<br />
Brasil”, assegurou, enfatizando que<br />
“todas as reformas nas emergências passam<br />
pelo reconhecimento da especialidade<br />
de emergencista".<br />
Eduardo Vaz, presidente da Sociedade<br />
Brasileira de Pediatria, observou que a<br />
“situação das emergências é um reflexo<br />
da saúde pública brasileira” e cumprimentou<br />
a diretoria do <strong>Cremers</strong> pela realização<br />
do evento. “Sem uma política séria de<br />
recursos humanos para os profissionais<br />
da saúde não há solução", protestou.<br />
Conselheiro do <strong>Cremers</strong> e organizador<br />
do evento Luiz Alexandre Alegretti<br />
Borges destacou que falta mais indignação<br />
da sociedade diante desse problema<br />
que se agrava a cada ano. “Temos<br />
as emergências lotadas, com os pacientes<br />
peregrinando para serem atendidos,<br />
depois para serem internados e submetidos<br />
a algum procedimento. É sempre<br />
uma luta, que se repete em todos os<br />
pontos do país. Precisamos olhar para<br />
os exemplos que deram certo, como<br />
nos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá<br />
e outros. Lá existe incentivo e reconhecimento<br />
do médico que trabalha<br />
no setor. Precisamos fazer com que o<br />
médico que trabalha nas emergências<br />
seja fixado nessa área, que não seja<br />
uma atividade transitória. Para isso, é<br />
preciso criar mais residência médica<br />
para o emergencista e reconhecer a<br />
especialidade”, reforçou.<br />
O coordenador das Câmaras<br />
Técnicas do <strong>Cremers</strong>, Jefferson Piva,<br />
considerou que “a emergência é um<br />
problema complexo, que permite várias<br />
abordagens, o que um evento como<br />
este viabiliza”.<br />
Também participaram da mesa de<br />
abertura o presidente da Amrigs, Dirceu<br />
de Araújo Rodrigues, e a promotora de<br />
justiça do MP-RS Ângela Rotunno.<br />
Falta de leitos agrava problema<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong>, Cláudio<br />
Franzen, lembrou que nos últimos 16<br />
anos foram fechados mais de três mil<br />
leitos no Estado e que nos últimos anos<br />
cinco hospitais de Porto Alegre e outros<br />
tantos no Interior tiveram suas atividades<br />
interrompidas em função de remuneração<br />
inadequada, abaixo dos custos.<br />
- O Município não tem recursos, o<br />
Estado também não, porque o dinheiro<br />
vem de Brasília. A União também indica<br />
que não é com ela o problema, que<br />
ela passa o dinheiro que pode mandar.<br />
Com isso, vivemos esse caos nas emergências,<br />
cada vez mais superlotadas.<br />
Nas emergências, sofrem os pacientes,<br />
sofrem os médicos, que trabalham em<br />
condições semelhantes às verificadas<br />
no Haiti, não há grande diferença.<br />
Franzen frisou que as causas do problema<br />
são muitas, mas que começam<br />
pela falta de leitos para encaminhar<br />
os pacientes que ficam amontoados<br />
nas emergências, passam pela remuneração<br />
“ridícula” no SUS, e pela falta<br />
de condições dos hospitais do Interior,<br />
o que obriga o paciente a vir para a<br />
Capital para receber atendimento.<br />
Para o dirigente, é fundamental a<br />
participação de todos os segmentos<br />
da sociedade nesse debate, como o<br />
Ministério Público, que se fez presente.<br />
Observou que em breve a saúde cada<br />
vez mais estará em pauta: “Estamos<br />
começando mais um processo eleitoral.<br />
Como sempre acontece, os candidatos<br />
vão garantir que a saúde é prioridade.<br />
Infelizmente, depois de eleitos<br />
eles esquecem suas promessas”.<br />
Ao concluir, Franzen criticou as decisões<br />
judiciais que obrigam o médico a<br />
internar. “Cabe ao médico decidir, ele<br />
sabe da oportunidade da internação”,<br />
afirmou. Posicionou-se a favor de maior<br />
valorização do emergencista e do reconhecimento<br />
da especialidade pelo CFM<br />
e salientou que será preciso definir regras<br />
para as emergências, como a fixação de<br />
um limite máximo para receber pacientes.<br />
Dr. Frederico de Sousa Arnaud<br />
Dr. Eduardo Vaz<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 7
??? Fórum<br />
Gerenciamento de conflitos<br />
O painel que abriu o encontro no <strong>Cremers</strong> foi conduzido pelo vice-presidente da entidade, Dr. Rogério Wolf de Aguiar (C)<br />
A interferência da Justiça, a<br />
superlotação, o atendimento<br />
psiquiátrico e as internações<br />
prolongadas<br />
Os trabalhos no Fórum de Emergências<br />
foram iniciados na manhã do dia 26, com<br />
a mesa “Gerenciamento de Conflitos”,<br />
coordenada pelo vice-presidente do<br />
<strong>Cremers</strong>, Rogério Wolf de Aguiar. Foram<br />
Dr. Eugênio Couto Terra<br />
discutidas as internações por ordem judicial,<br />
a superlotação de emergências hospitalares<br />
e a problemática envolvendo o<br />
atendimento psiquiátrico.<br />
O juiz estadual Eugênio Couto Terra,<br />
da 10ª Vara da Fazenda Pública, falou<br />
sobre as angústias dos magistrados que<br />
atuam na área da saúde. “A saúde é um<br />
direito de todos e dever do Estado”, assinalou.<br />
Conforme Terra, a internação por<br />
ordem judicial é fundamentada na legislação.<br />
“Não temos como diagnosticar<br />
clinicamente se um paciente precisa ou<br />
não ser internado. Somos apenas garantidores<br />
do direito do cidadão”, esclareceu.<br />
No evento, o magistrado defendeu<br />
a necessidade de um diálogo entre a<br />
Justiça e os médicos emergencistas.<br />
O bloqueio e o fechamento de emergências<br />
foram tratados pelo chefe do<br />
Serviço de Emergência do Hospital<br />
Mãe de Deus, Antônio Rogério Proença<br />
Tavares Crespo. Conforme ele, todas<br />
as medidas tomadas objetivam garantir<br />
a segurança dos pacientes e profissionais.<br />
Em casos de bloqueio, deve-se<br />
avisar ao Samu que por determinado<br />
tempo a emergência não poderá receber<br />
pacientes. Tratando-se de fechamento<br />
da unidade, o gestor público ou<br />
privado, assim como a imprensa, devem<br />
ser comunicados.<br />
No painel, o coordenador do Plantão<br />
de Emergência em Saúde Mental do<br />
Pronto-Atendimento Cruzeiro do Sul<br />
(Pacs), o médico Sérgio Noll Louzada,<br />
fez um desabafo sobre a situação<br />
das emergências, principalmente as<br />
psiquiátricas. “Há um sucateamento<br />
da rede básica, com recursos insuficientes<br />
e desassistência ao doente<br />
mental”, frisou. Louzada assinalou<br />
que não há formação específica para<br />
emergência psiquiátrica, sem contar<br />
que faltam profissionais para trabalhar<br />
na área. “Médicos clínicos não podem<br />
substituir psiquiatras”, frisou, chamando<br />
a atenção também para a epidemia<br />
do crack no Estado e no País como<br />
um todo.<br />
8 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Internação prolongada é<br />
um dos problemas do setor<br />
Já o preceptor da<br />
Residência do Hospital de<br />
Pronto Socorro (HPS) de<br />
Porto Alegre, médico Daniel<br />
Fontana Pedrollo, abordou<br />
a internação prolongada e a<br />
situação de pacientes críticos.<br />
“Enfrentamos uma dificuldade<br />
enorme em tirar os<br />
pacientes das emergências,<br />
que chegam a ficar uma<br />
Dr. Daniel Pedrollo<br />
semana na unidade”, apontou.<br />
Os impactos da superlotação são o aumento da mortalidade<br />
e a redução na qualidade do atendimento. Conforme<br />
Pedrollo, 65% dos pacientes que chegam até as emergências<br />
poderiam ser atendidos em ambulatórios, evitando aglomeração<br />
de macas em espaços físicos insuficientes.<br />
Ainda no painel, no espaço reservado para os debatedores,<br />
o promotor de Justiça Mauro Souza assinalou que<br />
as mudanças de paradigmas<br />
estabelecidas<br />
na Constituição de 1988<br />
ainda não foram incorporadas<br />
no sistema público<br />
de saúde. “Existem problemas<br />
sérios de gestão,<br />
em que a falta de leitos é<br />
uma consequência desse<br />
problema”, disse. Ainda<br />
na intervenção, o assessor<br />
jurídico do <strong>Cremers</strong><br />
Dr. Mauro Souza<br />
Guilherme Brum destacou que há restrições quanto à atuação<br />
do Judiciário em internações demandadas. “Mas, de qualquer<br />
forma, precisamos afastar o estigma do papel de vilão<br />
da Justiça”, ponderou. A advogada Carla Bello, também do<br />
<strong>Cremers</strong>, defendeu que as ordens judiciais sejam efetivadas<br />
junto à própria Central de Leitos do Estado, que funciona 24h<br />
por dia, não diretamente ao médico.<br />
Dr. Guilherme Brum<br />
Dr. Antonio Crespo<br />
Dr. Sérgio Louzada<br />
Dr. Paulo José Marostica<br />
Dr. Carla Bello<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 9
Fórum<br />
Sistema de Emergências<br />
Melhoria da regulação das emergências e<br />
das internações hospitalares irá contribuir<br />
para qualificar a assistência<br />
Na segunda mesa do I Fórum de Emergências do <strong>Cremers</strong>,<br />
Sistemas de Emergências Hierarquizado e Integrado, coordenada<br />
pelo conselheiro do <strong>Cremers</strong> Newton Barros, os painelistas<br />
abordaram a realidade do atendimento pré-hospitalar<br />
na Capital e no Interior gaúchos, bem como medidas para<br />
reduzir a superlotação nas emergências.<br />
Coordenadora do Samu<br />
de Porto Alegre nos últimos<br />
anos, Roberta Rigo Dalcin<br />
apresentou um raio-x do<br />
atendimento prestado a<br />
uma população superior a<br />
1,4 milhão. Na Capital, a<br />
Samu opera com 16 equipes,<br />
em 11 bairros descentralizados.<br />
Em 2009, das 86<br />
mil regulações (contato telefônico<br />
com médicos), 36 mil<br />
Dr. Alberi Grando<br />
(42,2%) foram pertinentes.<br />
No período, a afecção traumática mais frequente resultou<br />
de acidentes entre carros e motos – 30% dos atendimentos.<br />
Conforme ela, o HPS absorve a maioria dos pacientes socorridos<br />
pelo Samu, seguido do Grupo Hospitalar Conceição<br />
(GHC). “No trabalho diário, enfrentamos uma disputa de leito<br />
nos hospitais, em que muitas vezes as macas ficam retidas<br />
nas unidades”, apontou Roberta.<br />
Já o chefe do Serviço de Emergência do Instituto do<br />
Coração, médico Mário Felix Luza Penaloza, fez uma análise<br />
das doenças cardiovasculares, responsáveis por 27% do total<br />
de doenças no Brasil. Somente na emergência do Instituto de<br />
Cardiologia foram atendidas nos últimos cinco anos 47 mil<br />
pessoas. “O eletrocardiograma nos dá uma especificidade de<br />
91%, por isso é importante que ele seja oferecido em todos os<br />
postos de saúde”, defendeu.<br />
Por sua vez, o conselheiro do <strong>Cremers</strong> e secretário<br />
municipal da Saúde de Passo Fundo, Alberi Nascimento<br />
Representando a AMB, Dr. Newton Barros (C), foi<br />
Grando, abordou os serviços de referência (recebe o<br />
paciente) e contrarreferência (encaminhamento de pacientes)<br />
na região do Planalto Médio. O médico chamou a atenção<br />
para a baixa oferta de consultas especializadas e falta<br />
de pessoas qualificadas nas unidades básicas de saúde,<br />
que acabam encaminhando pacientes sem necessidade<br />
para emergências hospitalares. “Emergência só deve atender<br />
emergência”. Como solução, ele defendeu uma gestão<br />
Dra. Angela Rotunno<br />
10 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Hierarquizado e Integrado<br />
coordenador do segundo painel do Fórum<br />
regionalizada e um financiamento adequado<br />
para a área da saúde.<br />
Regulação das emergências<br />
No espaço destinado aos debatedores,<br />
a promotora de Justiça Ângela<br />
Rotunno falou sobre a ação ingres-<br />
Dr. Carlos Cornetet Júnior<br />
sada pelo Ministério Público do RS<br />
para garantir a obrigatoriedade do<br />
município de Porto Alegre aumentar<br />
o número de leitos em emergências<br />
hospitalares. “Se o município entender<br />
que não é sua essa responsabilidade,<br />
passa-se então a delegação ao governo<br />
do Estado”, explicou. A promotora<br />
assinalou que a Capital é referência<br />
de alta e de média complexidade para<br />
determinadas regiões. “Porto Alegre é<br />
a cidade que mais recebe investimentos<br />
e recursos da União, por isso deve<br />
atender a demanda”, defende. Como<br />
alternativa para a problemática, ela<br />
apontou a melhora da regulação das<br />
emergências e dos leitos hospitalares,<br />
assim como melhores condições para<br />
os médicos do Programa Saúde da<br />
Família (PSF).<br />
Ainda no debate, o chefe do Serviço<br />
de Emergência do Hospital da Criança<br />
Santo Antônio, Sérgio Luis Amantéa,<br />
destacou que a unidade atende 120<br />
mil pacientes por ano, dos quais<br />
50% de Porto Alegre, 45% da Região<br />
Metropolitana e 5% do Interior. “Nosso<br />
setor gera um déficit de R$ 1 milhão<br />
por ano”, frisou.<br />
Por fim, o médico Carlos Augusto<br />
Cornetet Júnior, do Samu Pelotas,<br />
defendeu um melhora na gestão de<br />
saúde no Estado. “Não podemos<br />
depender de ações judiciais para fazer<br />
valer a lei”, criticou. No município e<br />
cidades vizinhas, o atendimento préhospitalar<br />
possui três equipes básicas<br />
e uma especializada para uma população<br />
superior a 350 mil habitantes.<br />
Dra. Roberta Dalcin<br />
Dr. Mário Penaloza<br />
Dr. Sérgio Amantéa<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 11
Fórum<br />
Gerenciamento administrativo<br />
e a insuficiência de recursos<br />
O terceiro painel do Fórum de Emergências foi coordenado pelo diretor-tesoureiro do <strong>Cremers</strong>, Dr. Isaias Levy (C)<br />
O terceiro painel do Fórum de<br />
Emergências abordou o Gerenciamento<br />
Administrativo, tendo como coordenador<br />
o diretor-tesoureiro do <strong>Cremers</strong>,<br />
Isaias Levy, que destacou a importância<br />
do tema. “O financiamento insuficiente<br />
das ações da saúde é um dos maiores<br />
responsáveis pela atual situação.<br />
É inadmissível que um Estado como o<br />
Rio Grande do Sul aplique apenas 5%<br />
do seu orçamento em saúde, quando<br />
deveria aplicar 12%”.<br />
O gerente de Emergências do<br />
Hospital Conceição, João Albino Potrich,<br />
falou sobre Implementação de Triagem/<br />
estratificação de risco. “Quem está no<br />
acolhimento precisa ter conhecimento<br />
de toda a rede de urgência e de emergência”,<br />
afirmou. “Hoje, o paciente<br />
procura o hospital porque sabe que<br />
tem mais resolutividade. Ele sabe, por<br />
exemplo, o horário em que tem médico<br />
em determinado posto. É importante<br />
agilizar a implantação de UPAs”, sinalizou,<br />
informando que o grupo Conceição<br />
está concluindo licitação para ter UPA<br />
na zona sul da Capital.<br />
Ao discorrer sobre Protocolos<br />
Assistenciais, o chefe do serviço de<br />
Emergências do Hospital de Clínicas de<br />
Porto Alegre, Luiz Antônio Nasi, começou<br />
informando que 73% do movimento<br />
do Samu no HC ocorrem por razões<br />
de ordem clínica, 16% trauma, 6% psiquiátrica<br />
e 5% obstetrícia. Lembrou<br />
que desde a I Guerra Mundial, quando<br />
foi realizada a primeira experiência de<br />
triagem, o sistema basicamente é o<br />
mesmo, fundamentado em três pontos:<br />
quais recursos temos, quanto tempo e<br />
para onde irá o paciente. Nasi acrescentou<br />
que a emergência do HC conseguiu<br />
reduzir o tempo médio de permanência<br />
para 2,38 dias, contra 7,4 dias da média<br />
histórica do setor. Para ele, o maior problema<br />
é a baixa remuneração do SUS<br />
para baixa e média complexidade.<br />
Dr. Luiz Antonio Nasi<br />
12 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Metas de gestão e o giro<br />
das emergências<br />
"Se trabalhar modelos<br />
de qualidade, é preciso<br />
gerenciamento e aí<br />
é fundamental<br />
estabelecer metas"<br />
Dr. Welfane Cordeiro Junior<br />
Dra. Maria Rita de Assis Brasil<br />
Dr. Luciano Vitola<br />
O médico mineiro Welfane Cordeiro<br />
Júnior falou sobre o tema Marcador de<br />
Qualidade. “Não existe gerenciamento<br />
sem que se mensure alguma coisa. Se<br />
trabalhar com modelos de qualidade, é<br />
preciso gerenciamento e aí é fundamental<br />
estabelecer metas”, afirmou. “Metas<br />
de gestão de tempo ajudam a girar<br />
a emergência. Se não trabalhar com<br />
metas e mensuração não vai conseguir<br />
girar a emergência”, enfatizou o representante<br />
da Secretaria da Saúde de MG.<br />
Transporte intra-hospitalar e procedimentos<br />
sob supervisão foram<br />
os temas da palestra do chefe de<br />
Emergência Pediátrica do HSL-<br />
PUCRS, Francisco Bruno. “Quando o<br />
paciente chega é avaliado e vai para<br />
observação. No caso de necessidade<br />
de transporte, é preciso que esteja<br />
estável, deve ter equipamento adequado<br />
e uma equipe qualificada para<br />
o procedimento. O transporte interhospitalar<br />
é o maior risco”, salientou.<br />
Bruno explicou que o material para<br />
transporte é revisado a cada 15 dias<br />
para não haver problemas na hora de<br />
usá-lo, exemplificando que o tubo de<br />
oxigênio não pode faltar no transporte,<br />
porque pode não ter esse equipamento<br />
no local para o onde o paciente irá.<br />
Depois das palestras, houve a participação<br />
dos debatedores: Maria Rita de<br />
Assis Brasil, vice-presidente do Simers;<br />
Fernando Fernandez, emergencista do<br />
HMD e HMV; e Luciano Vitola, pneumologista<br />
pediátrico do HPS e HCS. Maria<br />
Rita frisou que não adianta esquema<br />
Dr. João Albino Potrich<br />
Dr. Francisco Bruno<br />
de triagem sem um olhar para o médico,<br />
com relação às suas demandas.<br />
Fernandez questionou se os hospitais<br />
estão fazendo a gestão certa, mantendo<br />
pacientes mais tempo que o necessário.<br />
Vitola disse que equipes de manejo<br />
rápido podem ser solução e lamentou<br />
que equipes do PSF não tenham pediatras,<br />
o que provoca aumento da demanda<br />
nas emergências dos hospitais.<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 13
Fórum<br />
Ensino também foi tema de debates<br />
O painel que encerrou o encontro foi coordenado pelo segundo-secretário do <strong>Cremers</strong>, Dr. Ismael Maguilnik (C)<br />
A última mesa do Fórum de<br />
Emergências trouxe o tema Ensino,<br />
especialização e titulação, abordando<br />
a formação de médicos especializados<br />
em emergência. O painel foi coordenado<br />
pelo segundo-secretário do <strong>Cremers</strong>,<br />
Ismael Maguilnik. Segundo os debatedores,<br />
a qualificação deve começar<br />
na graduação, seguida da residência<br />
em emergência. A criação do título de<br />
médico emergencista, ainda inexistente<br />
no Brasil, também foi defendida.<br />
Diretor da Faculdade de Medicina da<br />
UFRGS e conselheiro do <strong>Cremers</strong>, o prof.<br />
Mauro Czepielewski abordou a questão<br />
da graduação, lembrando uma definição<br />
clássica: a medicina é arte e ciência. “O<br />
treinamento em emergência consta nas<br />
diretrizes curriculares da medicina, mas<br />
o ensino não ocorre fora da prática da<br />
atividade. A emergência ainda não é contemplada<br />
como área de conhecimento”,<br />
declarou. Salientou que o internato é o<br />
momento propício para o treinamento<br />
na emergência, já que o graduando terá<br />
supervisão direta dos docentes.<br />
Fernando Fernandez, emergencista<br />
dos hospitais Mãe de Deus e<br />
Moinhos de Vento, ressaltou pontos<br />
do currículo do médico emergencista<br />
e a posição profissional diante da área.<br />
“Muitos médicos ainda veem a emergência<br />
como ‘bico’, e isso resulta em<br />
um trabalho realizado por profissionais<br />
sem treinamento, regulamentação ou<br />
perfil, nem padronização mínima dos<br />
serviços”, alertou. No entanto, segundo<br />
Fernandez, o emergencista deve ser<br />
marcado justamente por sua atitude de<br />
liderança, capacidade de coordenação<br />
de equipe e responsabilidade quanto<br />
às normas de atendimento. Apontou,<br />
ainda, algumas habilidades que pertencem<br />
ao domínio da especialidade,<br />
como tratamento a queimados e fraturados.<br />
“Residência em emergência<br />
é importante não só por formar profissionais,<br />
mas por estimular a pesquisa,<br />
necessária diante do crescente mercado<br />
de trabalho”, ressaltou.<br />
O coordenador da Câmara Técnica<br />
de Emergências do <strong>Cremers</strong> e organizador<br />
do evento, Luiz Alexandre Alegretti<br />
Borges, falou sobre a importância do<br />
título de emergencista. “O título outorga<br />
poder, pois reconhece o domínio da atuação.<br />
Confere legitimidade e segurança<br />
Dr. Mauro Czepielewski<br />
14 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Dr. Fernando Fernandez<br />
ao médico, aos pacientes e às famílias.<br />
Vincula o médico a uma sociedade de<br />
especialidade, fixando-o à área e proporcionando-lhe<br />
proteção ética, atualização<br />
científica e revalidação do título”, esclareceu.<br />
Alegretti lembrou que o emergencista<br />
está necessariamente presente em<br />
qualquer instituição que preste esse tipo<br />
de atendimento. “Havendo um emergencista<br />
que saiba fazer os procedimentos,<br />
pode-se ter outros médicos de diferentes<br />
especialidades para cooperar. O que<br />
não podemos aceitar é uma instituição<br />
que atenda baixa complexidade e deixe<br />
pacientes mais graves morrer por falta<br />
de profissionais qualificados”. Por fim,<br />
Alegretti apresentou uma proposta de<br />
modelo de titulação através da residência<br />
médica e um plano de transição para<br />
os profissionais que já trabalham na<br />
área, que inclui cursos de capacitação e<br />
prova de títulos.<br />
O terceiro palestrante, Márcio da<br />
Silveira Rodrigues, emergencista do<br />
HMD e Samu Metropolitano, abordou a<br />
qualificação do emergencista. Rodrigues<br />
frisou que a realidade da medicina de<br />
emergência hoje é um quadro em que a<br />
complexidade dos pacientes, a estrutura<br />
das instituições e a epidemia de trau-<br />
Dr. Márcio da Silveira Rodrigues<br />
ma são enfrentadas ou por profissionais<br />
muito jovens ou por médicos que não<br />
desejam essa atividade. “O médico que<br />
atua na emergência deve ser abraçado,<br />
reconhecido. É um profissional diferenciado,<br />
pois trabalha com uma importante<br />
peculiaridade: o tempo. A criação da<br />
especialidade é o caminho para esse<br />
reconhecimento”. Traçando um paralelo<br />
com a terapia intensiva, Rodrigues<br />
lembrou que, nessa especialidade, os<br />
médicos que nela já atuavam não foram<br />
excluídos. “A residência muda paradigmas,<br />
pois incentiva pesquisa, crescimento<br />
e certificação. O MEC não disponibiliza<br />
bolsas para especialidades não reconhecidas,<br />
daí a necessidade do título. Ele<br />
gera desenvolvimento<br />
e torna possível o<br />
andamento burocrático<br />
de projetos”, apontou. O médico<br />
encerrou sua participação afirmando que<br />
“enquanto houver um cabo de guerra em<br />
que se discute a quem pertence a emergência,<br />
não haverá avanço. É preciso<br />
trocá-lo pelo aperto de mãos”.<br />
Na esteira desse pensamento, o presidente<br />
da Abramede, Frederico Carlos<br />
de Sousa Arnaud, salientou: “Às vezes<br />
ficamos tristes e preocupados por ver<br />
o que os outros não veem”. O dirigente<br />
afirmou que a disputa entre especialidades<br />
médicas pelo domínio da área de<br />
emergência é uma “briga pelo óbvio,<br />
criada pela vaidade imensa de instituições<br />
que não querem largar o poder de<br />
mando e financeiro sobre a especialidade”.<br />
O vice-presidente da SBP, Eduardo<br />
Vaz, também participou do painel.<br />
“A residência muda<br />
paradigmas, pois incentiva<br />
pesquisa, crescimento e<br />
certificação."<br />
Dr. Márcio da Silveira Rodrigues<br />
Drs. Luiz Alexandre Alegretti Borges e Frederico Carlos de Souza Arnaud<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 15
Fórum<br />
Carta de Porto Alegre aponta soluções<br />
Dr. Cláudio Franzen leu o documento<br />
O Fórum de Emergências foi encerrado com o presidente<br />
Cláudio Franzen lendo a Carta de Porto Alegre,<br />
documento elaborado pelas entidades participantes do<br />
Fórum com propostas para solucionar a crise atualmente<br />
enfrentada pelas emergências. Entre as medidas sugeridas,<br />
estão o limite, por médico, de pacientes graves atendidos,<br />
implementação de uma estratificação de risco conforme<br />
modelos aceitos, criação imediata de central reguladora de<br />
leitos de emergência sob a gerência do gestor de saúde,<br />
estímulo à formação e fixação do médico no Serviço de<br />
Emergência, e estabelecimento e cumprimento do limite<br />
de 20% acima da capacidade máxima prevista para o setor<br />
e o máximo de 48 horas de internação dos pacientes.<br />
Confira as propostas do documento:<br />
• identificar e hierarquizar todas as Emergências Gerais e<br />
Especializadas, mediante redes regionais de assistência a<br />
pacientes agudos, fazendo valer a referência, bem como a<br />
contrarreferência, do ponto de vista logístico, administrativo,<br />
assistencial e financeiro;<br />
• implementar a Regionalização da Assistência à Saúde,<br />
segundo critérios técnicos, nos seus complexos primário,<br />
secundário e terciário, visando garantir a assistência para<br />
toda a população nas situações agudas;<br />
• aumentar o número de leitos resolutivos de internação em<br />
hospitais de média e alta complexidade, em hospitais próprios<br />
do SUS e conveniados, para permitir a transferência<br />
de pacientes estáveis das áreas de emergência, a fim de<br />
melhorar a capacidade de atendimento dessas unidades;<br />
• ampliar a rede básica, os respectivos horários de atendimento,<br />
assim como os investimentos em infraestrutura,<br />
conferindo maior poder resolutivo para os casos de menor<br />
e média gravidade, permitindo a contratransferência e a<br />
redução da demanda nas Emergências;<br />
• estabelecer um limite de pacientes graves sob os cuidados do<br />
médico emergencista, de acordo com critérios de gravidade;<br />
• definir a capacidade máxima de atendimento de cada Serviço<br />
de Emergência, estabelecendo-se que, em situações de catástrofes,<br />
é admitido um incremento de até 20% da capacidade<br />
máxima, atribuindo-se a responsabilidade aos gestores, excedido<br />
o limite, de providenciar novos locais de atendimento;<br />
• estabelecer e fazer cumprir um limite máximo de 24<br />
horas para a permanência de um paciente no Serviço de<br />
Emergência;<br />
• determinar que a Central Reguladora de Leitos assuma seu<br />
papel de gerenciar os leitos de emergência junto aos hospitais,<br />
responsabilizando-se pela agilização de transferência<br />
e contratransferência de pacientes, disponibilizando leitos<br />
hospitalares na rede pública e privada;<br />
• orientar o Poder Judiciário a encaminhar as decisões judicias<br />
referentes a pedidos de internação em emergências<br />
e UTIs à Central Reguladora de Leitos, responsável pela<br />
16 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
para a crise nas Emergências<br />
gerência do setor de saúde, para que defina o local mais<br />
apropriado para cumprir a respectiva decisão;<br />
• implementar uma rede de atendimento para os pacientes<br />
psiquiátricos, nos níveis primário, secundário e terciário,<br />
garantindo o adequado atendimento nas situações agudas;<br />
• adotar uma estratificação de risco padrão, para todas as<br />
Emergências, de acordo com os critérios de gravidade (por<br />
exemplo, o modelo “Manchester”), visando o gerenciamento<br />
e o controle de qualidade;<br />
3) qualificar e capacitar todos os médicos atuantes nas<br />
Emergências, através de cursos, habilitando-os a concorrer<br />
ao título de Especialista em Medicina de Emergência;<br />
4) incentivar a criação da Disciplina de Medicina de<br />
Emergência em todas as Escolas Médicas do país;<br />
5) Implementar um Plano de Cargos e Salários, com remuneração<br />
justa e digna aos médicos emergencistas.<br />
• exigir que as Emergências implementem e apliquem protocolos<br />
e marcadores de qualidade, bem como métodos de<br />
gerenciamento;<br />
• estimular a formação e fixação do médico no Serviço de<br />
Emergência, mediante:<br />
1) criação da Especialidade Medicina de Emergência, via<br />
Comissão Mista de Especialidades;<br />
2) estimular a criação de Residências Médicas em Medicina<br />
de Emergência em todo o país;<br />
Fórum foi prestigiado por um grande número de médicos<br />
Problemas constatados no evento e que dão embasamento à Carta de Porto Alegre<br />
• Dissociação entre emergências e hospitais;<br />
• Inoperância do sistema de referência e contrarreferências;<br />
• Financiamento insuficiente (custo do atendimento é maior<br />
do que o valor pago pelo SUS);<br />
• Falta de leitos para acompanhamento após o atendimento<br />
na emergência;<br />
• Despreparo dos profissionais que atuam nas emergências;<br />
• Inexistência de central de leitos exclusiva para emergências;<br />
• Ineficiência dos serviços preparados para atender em urgência<br />
e emergência, em número compatível com a necessidade;<br />
• Falta de integração dos gestores nos diferentes níveis<br />
de Poder;<br />
• Ineficiência da rede básica no atendimento primário, determinando<br />
o encaminhamento aos serviços de urgência e<br />
emergência como forma de resolver o problema do paciente;<br />
• Insuficiência no fornecimento de medicamentos de doenças<br />
crônicas, gerando situações de emergências (por exemplo,<br />
falta de anti-hipertensivo, aumentando o número de AVCs);<br />
• Remuneração desencorajante para atrair médicos especialistas<br />
em urgências e emergências;<br />
• Falta de plano de carreira no SUS;<br />
• Deficiência no sistema de comunicação entre os hospitais, a<br />
fim de permitir contato ágil e rápido entre o médico na ponta<br />
e o médico emergencista<br />
• Desconhecimento global do sistema (quais são, onde estão,<br />
e a especialização de cada serviço)<br />
• Inexistência de descentralização regionalizada dos serviços<br />
de emergência e urgência<br />
• Fechamento de hospitais em Porto Alegre e no Estado, em<br />
número crescente.<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 17
Fórum<br />
Emergências: médico relata<br />
experiência em Minas Gerais<br />
A cerimônia de abertura do Fórum de Emergências foi<br />
concluída com uma conferência do coordenador Estadual<br />
de Urgência, Emergência e UTI de Minas Gerais, Welfane<br />
Cordeiro Júnior, que falou sobre os modelos de triagem e as<br />
redes integradas nos serviços dessa área, a partir do modelo<br />
de Manchester. “O sistema público de saúde no país é o reflexo<br />
da sociedade. Se hoje não temos recursos suficientes para<br />
a saúde, é porque a sociedade brasileira não se mobilizou<br />
para isso”, criticou o palestrante, que é presidente do Grupo<br />
Brasileiro de Classificação de Risco.<br />
O modelo foi implantado, de forma pioneira no país,<br />
numa região que abrange 86 municípios do norte de Minas<br />
Gerais, atingindo 1,5 milhão de pessoas. “É um projeto<br />
piloto em que os municípios trabalham de forma integrada,<br />
sob um só comando, com indicadores e linguagem única”,<br />
explicou o palestrante.<br />
“As pessoas vivem mais tempo e, com isso, aumenta o<br />
número de pacientes com doenças crônicas e a procura<br />
Dr. Welfane Cordeiro Junior<br />
pelas urgências. Se não estivermos organizados em rede,<br />
não temos condições de responder adequadamente. Se não<br />
mudarmos o quadro atual, em 20 anos poderemos ter o caos<br />
nas emergências hospitalares”, sinalizou.<br />
Fórum reuniu dirigentes, conselheiros e<br />
delegados do <strong>Cremers</strong>, representantes de<br />
entidades médicas, autoridades e atraiu<br />
também o interesse de jovens médicos<br />
18 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Miniconferências:<br />
a responsabilidade do médico<br />
As atividades do Fórum de<br />
Emergências foram encerradas com<br />
duas miniconferências sobre diferentes<br />
níveis de responsabilidade do médico<br />
emergencista, do diretor técnico e do<br />
gestor. A mesa foi coordenada pelo presidente<br />
do <strong>Cremers</strong>, Cláudio Franzen.<br />
Mauro Luís Silva de Souza, promotor<br />
de justiça do Ministério Público<br />
Estadual, falou sobre a responsabilidade<br />
penal, civil e administrativa, estabelecendo<br />
as diferenças entre funcionários<br />
de instituições públicas e privadas.<br />
Citando o artigo 37, parágrafo 6º da<br />
Constituição Federal, esclareceu: “As<br />
pessoas jurídicas de direito público e as<br />
Dr. Jefferson Piva palestrou sobre a responsabilidade ética<br />
de direito privado prestadoras de serviços<br />
públicos responderão pelos danos<br />
que seus agentes, nessa qualidade,<br />
causarem a terceiros, assegurado o<br />
direito de regresso contra o responsável<br />
nos casos de dolo ou culpa”.<br />
Explicou, ainda, que a responsabilidade<br />
penal se baseia na relevância jurídica<br />
das omissões – próprias ou impróprias –,<br />
exemplificando a última com o caso do<br />
“enfartado que morre porque o médico<br />
não quis ou não pôde atendê-lo”.<br />
A segunda miniconferência foi proferida<br />
pelo coordenador das Câmaras<br />
Técnicas do <strong>Cremers</strong>, Jefferson Piva,<br />
sobre a responsabilidade ética. “A emergência<br />
é a área mais crítica, e isso pode<br />
ser observado devido à quantidade de<br />
demandas à nossa Câmara Técnica<br />
de Emergências”, frisou. Piva lembrou,<br />
ainda, que “o que norteia o bem-fazer da<br />
medicina é pensar na coletividade”, ao<br />
falar sobre o trabalho médico, realizado<br />
sempre em equipe, e do envolvimento de<br />
todos no atendimento aos pacientes. “O<br />
registro em prontuário é fundamental para<br />
garantir a segurança dos pacientes e,<br />
principalmente, dos médicos”, ressaltou.<br />
O dirigente concluiu chamando a<br />
atenção para a ausência dos gestores<br />
públicos da saúde e seus representantes<br />
durante o debate, tratando o fato<br />
como exemplo da omissão do Estado<br />
Público acompanhou o evento com grande interesse<br />
para com a saúde.<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 19
Mobilização<br />
Detran quer regularizar situação<br />
de médicos peritos<br />
O Departamento Estadual de<br />
Trânsito (Detran/RS) decidiu, após<br />
longo tempo de tratativas, tomar a<br />
iniciativa de regularizar a situação dos<br />
médicos a serviço da entidade. Há<br />
anos, o <strong>Cremers</strong> luta por melhores condições<br />
de trabalho para os colegas que<br />
atendem nos Centros de Formação<br />
de Condutores (CFCs), buscando<br />
especialmente que o valor da consulta<br />
médica pericial seja repassado ao<br />
médico em sua integralidade.<br />
“Em todos esses anos, nunca conseguimos<br />
o desfecho desejado, apesar de<br />
alguns avanços. Agora, o novo diretor<br />
provavelmente reviu nossas solicitações<br />
e as normativas nacionais, e buscou<br />
espontaneamente a opinião do Conselho<br />
sobre o assunto”, afirma o primeirosecretário<br />
do <strong>Cremers</strong> Fernando Matos.<br />
No início de março, o presidente<br />
do Detran, Sérgio Fernando Elsenbruch<br />
Filomena, encaminhou ofício ao <strong>Cremers</strong>,<br />
assim como ao Conselho Regional de<br />
Psicologia e ao Sindicato dos CFCs, solicitando<br />
manifestação sobre despacho<br />
que esmiúça a situação dos profissionais<br />
junto à entidade. No documento, o dirigente<br />
assinala as reiteradas manifestações<br />
da Contadoria e Auditoria Geral do<br />
Estado (CAGE) apontando a necessidade<br />
de adequar a repartição dos valores<br />
recebidos pelos médicos e CFCs através<br />
da taxa de exames. No formato atual de<br />
divisão, o Estado acaba arcando com<br />
custos que ficam descobertos pela taxa,<br />
destinando, assim, dinheiro público à<br />
atividade privada.<br />
Diante da consulta, o <strong>Cremers</strong> sugeriu<br />
três alternativas que obedecem à<br />
legislação e a ética médica. A primeira<br />
é o credenciamento de clínicas médicas<br />
para a realização dos exames, observando-se<br />
a legislação que regulamenta a<br />
contratação de serviços públicos. Outra<br />
alternativa seria a contratação, via concurso<br />
público, de médicos que seriam<br />
vinculados diretamente ao Detran, sendo<br />
esse o responsável pelo fornecimento de<br />
estrutura e materiais necessários à realização<br />
dos exames em salas de propriedade<br />
do Detran, fora dos CFCs. Por fim,<br />
a terceira alternativa é o credenciamento<br />
de médicos para realização de exames,<br />
mas também com equipamentos, materiais<br />
e salas disponibilizados pelo Detran,<br />
fora dos CFCs.<br />
Projeto obriga existência de contrato entre<br />
operadoras de saúde e prestadores de serviço<br />
O substitutivo aprovado pelo<br />
Senado ao PLS 276/2004, que “Altera<br />
os arts. 17 e 18 da Lei 9.656, de 3 de<br />
junho de 1998, que dispõe sobre os<br />
planos e seguros privados de assistência<br />
à saúde, para tornar obrigatória<br />
a existência de contratos escritos<br />
entre operadoras dos referidos planos<br />
e seus prestadores de serviços”, foi<br />
aprovado no dia 16 de março, em<br />
caráter terminativo pela Comissão de<br />
Assuntos Sociais (CAS). Como não<br />
foram apresentados recursos para a<br />
apreciação do Plenário, o projeto, de<br />
autoria da senadora Lúcia Vânia, vai à<br />
Câmara dos Deputados.<br />
O substitutivo do senador Augusto<br />
Botelho atinge somente as pessoas físicas<br />
e jurídicas externas à rede própria<br />
da operadora, o que exclui os membros<br />
das cooperativas que operam planos<br />
de saúde, além dos profissionais<br />
diretamente empregados pela operadora<br />
e os estabelecimentos a elas<br />
pertencentes. Para os prestadores de<br />
serviço, a exigência de contrato pode<br />
trazer, entre outros benefícios, a garantia<br />
de revisão periódica dos preços e o<br />
fim da prática do descredenciamento<br />
imotivado. Também os usuários dos<br />
planos de saúde poderão contar com<br />
novas garantias nos casos em que se<br />
justificar o rompimento da relação entre<br />
a operadora e o prestador de serviços.<br />
O projeto é de autoria da senadora<br />
Lúcia Vânia.<br />
20 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
União<br />
Entidades médicas unidas em<br />
nova diretoria do Simers<br />
Na posse da diretoria do Simers para o período de <strong>2010</strong> a<br />
2012, dia 20 de março, os presidentes do Sindicato, Paulo de<br />
Argollo Mendes, do <strong>Cremers</strong>, Cláudio Balduíno Franzen, e da<br />
Amrigs, Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues, destacaram as<br />
prioridades para a luta da classe: aprovação do piso nacional<br />
de R$ 7 mil e da Lei do Ato Médico (ambos tramitando<br />
no Congresso Nacional), criação da carreira de Estado para<br />
médico e implantação da tabela de honorários já adotada em<br />
planos de saúde e área privada para o SUS.<br />
Argollo, que começa o quarto mandato à frente da entidade<br />
– maior na área sindical médica na América Latina graças à<br />
sua alta densidade de associação (quase 70% dos profissionais<br />
em atuação no RS) – ressaltou que a união das três siglas dará<br />
novo impulso às pautas que afetam diretamente o trabalho<br />
médico. Franzen e Rodrigues integram agora o Conselho de<br />
Representantes do Simers.<br />
O presidente do <strong>Cremers</strong> considera fundamental a atuação<br />
conjunta, mesmo que cada uma desempenhe suas atribuições<br />
técnicas. “Estávamos isolados e hoje agimos acima de questões<br />
pessoais, com uma pauta comum que nos une. Essa aproximação<br />
potencializa esforços, que só beneficiarão o trabalho<br />
médico e a sociedade que confia no nosso papel”, ressaltou<br />
Franzen. O dirigente do Conselho exemplificou que a parceria<br />
ocorre tanto nas pautas relacionadas à carreira, remuneração<br />
e exercício da profissão, como no combate a problemas que<br />
impedem assistência adequada.<br />
O Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos (PCCV), que<br />
teve estudos da Fundação Getúlio Vargas e busca valorização<br />
da formação e diferentes especialidades, foi proposto a inúmeros<br />
municípios, como Porto Alegre e Canoas e em diversas<br />
regiões gaúchas. “Todas essas ações vão assegurar melhor<br />
condição de assistência médica à população e acabarão, por<br />
exemplo, com a falta de médicos. Com a união das entidades,<br />
tenho certeza de que vamos alcançar nossos objetivos”,<br />
projetou Argollo.<br />
Para o presidente da Amrigs, a nova atuação desafia e<br />
deve amplificar as ações que dominam a pauta no Estado<br />
e em todo o País. Rodrigues lembrou que o PCCV, a regu-<br />
Drs. Claudio Franzen, Paulo de Argollo Mendes e Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues<br />
lamentação da Medicina (única profissão da saúde até hoje<br />
sem delimitação da área de atuação) e o piso nacional são<br />
plataformas que já uniram as entidades nacionais – Conselho<br />
Federal de Medicina (CFM), Fenam e Associação Médica<br />
Brasileira (AMB). “Não estamos mais divididos. O pensamento<br />
não é só do Simers, Amrigs ou <strong>Cremers</strong>, mas da classe<br />
médica”, destacou.<br />
“Estávamos isolados e hoje agimos<br />
acima de questões pessoais, com<br />
uma pauta comum que nos une.<br />
Essa aproximação potencializa<br />
esforços, que só beneficiarão o<br />
trabalho médico e a sociedade que<br />
confia no nosso papel”.<br />
Dr. Cláudio Franzen<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 21
Legislação<br />
Projeto da ortotanásia segue<br />
em tramitação na Câmara<br />
O Projeto de Lei 6.715/09, do Senado, que permite<br />
ao doente terminal optar pela suspensão dos<br />
procedimentos médicos que o mantêm vivo artificialmente,<br />
continua em tramitação na Câmara. Com<br />
isso, o médico que atender ao pedido de interrupção<br />
do tratamento não poderá ser processado por homicídio<br />
doloso. No dia 29 de março, o projeto foi tema<br />
de uma audiência pública na Câmara Federal.<br />
No seminário, o promotor de Justiça Diaulas<br />
Ribeiro manifestou opinião favorável à proposta.<br />
Segundo Diaulas, o projeto evoca a resolução do<br />
CFM, atualmente suspensa pela Justiça Federal,<br />
que autoriza o médico a não empreender esforço<br />
terapêutico apenas para manter o paciente vivo. "A<br />
interrupção do tratamento é algo absolutamente<br />
defendido. Para o Conselho Federal, o paciente<br />
terminal tem direito a toda assistência humanizada",<br />
afirmou, acrescentando que o "tratamento<br />
fútil" onera a saúde pública, ocupando leitos de<br />
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com doentes<br />
que deveriam ser atendidos em unidades de tratamento<br />
paliativo.<br />
A decisão do paciente de renunciar ao tratamento<br />
para morrer naturalmente é conhecida, na medicina,<br />
como ortotanásia. Ela difere da eutanásia, que é a<br />
prática de provocar a morte de um doente, geralmente<br />
pela aplicação de uma dose letal de medicamentos<br />
ou pela suspensão da alimentação (de pacientes<br />
vegetativos).<br />
O texto, que altera o Código Penal (Decreto-Lei<br />
2.848/40), estabelece que a exclusão de ilicitude<br />
será anulada em caso de omissão de tratamento ao<br />
paciente. A situação terminal do doente deverá ser<br />
atestada por dois médicos. Pela proposta, no caso<br />
de impossibilidade do paciente, o pedido de suspensão<br />
do tratamento poderá ser feito por seu cônjuge,<br />
companheiro, ascendente, descendente ou irmão.<br />
Procedimento já é legalizado<br />
em vários países<br />
Em 2006, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou<br />
uma resolução (1.805/06) autorizando a ortotanásia<br />
– os médicos poderiam limitar ou suspender os procedimentos<br />
e tratamentos que prolongassem a vida de doentes<br />
terminais acometidos de enfermidades graves e incuráveis.<br />
Segundo a resolução, o médico deveria ministrar os cuidados<br />
necessários para aliviar sintomas que levassem ao<br />
sofrimento do paciente. No entanto, a resolução foi suspensa<br />
por uma liminar da Justiça Federal, a pedido do Ministério<br />
Público.<br />
Agora, com o projeto, que é de autoria do senador Gerson<br />
Camata, a ortotanásia poderá ser legalizada. No mundo,<br />
ela já é praticada legalmente em países como Inglaterra,<br />
Japão e Canadá. Nos Estados Unidos, existe desde 1991<br />
o Ato de Autodeterminação do Paciente, que garante ao<br />
doente o direito de aceitar ou recusar tratamentos no momento<br />
de sua admissão no hospital.<br />
Internautas aprovam a ortotanásia<br />
A agência Senado realizou durante o mês de março<br />
em sua página na internet, em parceria com a Secretaria<br />
de Pesquisa e Opinião Pública (Sepop), pesquisa para<br />
conhecer a opinião dos internautas sobre a ortotanásia.<br />
A pergunta formulada no site www.senado.gov.br<br />
foi a seguinte: “Qual a sua opinião sobre a proposta da<br />
ortotanásia, que permite ao doente terminal decidir<br />
sobre a suspensão dos procedimentos médicos que o<br />
mantem vivo? (PLS 524/09)".<br />
O resultado apontou vitória do SIM, com 62,5% dos<br />
votos, contra 37,5% de NÃO. Votaram 6.076 internautas.<br />
22 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Fiscalização<br />
Santa Casa de Livramento<br />
reabre após grande mobilização<br />
A Santa Casa de Misericórdia de Santana do<br />
Livramento foi reaberta em grande estilo no dia<br />
15 de março, em solenidade que contou com as<br />
presenças da governadora Yeda Crusius e do secretário<br />
da saúde Osmar Terra. Centenas de pessoas<br />
participaram do ato. A Santa Casa foi reaberta a<br />
partir de forte mobilização da sociedade local.<br />
A reabertura ocorreu depois que o <strong>Cremers</strong><br />
levantou a interdição do exercício ético da medicina,<br />
realizada em outubro do ano passado. Em<br />
nota oficial publicada na imprensa do município,<br />
o <strong>Cremers</strong> esclareceu os motivos que o levaram a<br />
levantar a interdição, apesar de persistirem alguns<br />
problemas.<br />
“Vamos ficar atentos ao hospital para que as<br />
pendências constatadas por nossa Comissão de<br />
Fiscalização sejam sanadas o mais rápido possível”,<br />
afirmou o presidente Cláudio Franzen.<br />
A julgar pelos recursos que estão sendo injetados<br />
na Santa Casa, a ação do <strong>Cremers</strong> foi oportuna<br />
e trouxe resultados positivos. A população de<br />
A Santa Casa de Santana do Livramento foi interditada em outubro do ano passado<br />
Livramento e arredores ficou cinco meses sem o hospital, mas agora<br />
o recebe em condições alentadoras.<br />
Na solenidade de reabertura, a governadora do Estado assinou convênios<br />
que garantem o repasse dos valores (R$ 762 mil), que serão utilizados<br />
na construção da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) tipo II, o que<br />
irá aumentar a complexidade do hospital e garantir o aporte de mais<br />
verbas, além de R$ 300 mil que serão utilizados para o pagamento dos<br />
funcionários da Instituição. Já houve o repasse de R$ 1,5 milhão pelo<br />
Estado. Para 2011, há previsão de repasse de cerca de R$ 5 milhões<br />
para os programas de saúde do município.<br />
Encontro nacional sobre a CBHPM<br />
Foi realizado dia 9 de abril, em Belo Horizonte, o Fórum<br />
Nacional sobre a CBHPM, organizado pela Comissão Estadual de<br />
Honorários Médicos de Minas Gerais – formada por representantes<br />
do Sindicato dos Médicos (Sinmed-MG), Associação Médica<br />
(AMMG), Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) e Federação<br />
Nacional das Cooperativas Médicas (Fencom), com o apoio da AMB,<br />
Fenam e Federação Sudeste dos Médicos (Fesumed). O diretortesoureiro<br />
Isaias Levy representou o <strong>Cremers</strong> durante o encontro,<br />
que debateu, entre outros temas, a implantação da CBHPM no SUS.<br />
O representante da Comissão Pró-SUS, Roberto Queiroz Gurgel,<br />
relatou sobre a implantação nos Estados.<br />
Dr. Isaias Levy (D) representou o <strong>Cremers</strong> no evento realizado em MG<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 23
Agenda<br />
Agenda<br />
V Simpósio Sul Americano do Aparelho Digestivo<br />
Hotel Serrano - Gramado RS<br />
20/05/<strong>2010</strong> a 22/05/<strong>2010</strong><br />
http://www.ccmeventos.com.br/gastro<strong>2010</strong>/<br />
III Jornada Regional de Geriatria e Gerontologia da SBGG-RS<br />
Caxias do Sul<br />
28/05/<strong>2010</strong> a 29/05/<strong>2010</strong><br />
http://www.sbggrs.org.br/<br />
Doenças de Inverno <strong>2010</strong> - XIII Simpósio de Sinusite,<br />
Rinossinusite e Asma - Curso de Foniatria da ABORL - CCF<br />
Hotel Sheraton - Porto Alegre RS<br />
21/05/<strong>2010</strong> a 22/05/<strong>2010</strong><br />
http://www.doencasdeinverno.com.br/<br />
23º Ciclo de Avanços em Clínica Psiquiátrica<br />
AMRIGS - Porto Alegre RS<br />
21/05/<strong>2010</strong> a 22/05/<strong>2010</strong><br />
http://www.aprs.org.br/<br />
Simpósio Sul Brasileiro de Atualização em Neurologia e Neurocirurgia<br />
AMRIGS - Porto Alegre<br />
27/05/<strong>2010</strong> a 29/05/<strong>2010</strong><br />
16º Encontro dos Pneumologistas e Cirurgiões de Tórax do Rio Grande do Sul<br />
Hotel Serra Azul - Gramado RS<br />
07/05/<strong>2010</strong> a 08/05/<strong>2010</strong><br />
http://www.ccmeventos.com.br/16epct/<br />
III Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria /<br />
Simpósio Sul-americano de Pediatria<br />
Centro de Eventos da PUC/RS - Porto Alegre / RS<br />
01/07/<strong>2010</strong> a 03/07/<strong>2010</strong><br />
http://www.sprs.com.br/<br />
24 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Atuação<br />
<strong>Cremers</strong> e Ministério Público<br />
debatem a perícia médica no Interior<br />
Em reunião realizada dia 9 de dos de lesão corporal em cidades do<br />
março, representantes do <strong>Cremers</strong> e do Interior do RS. A discussão foi despertada<br />
devido ao episódio da prisão de um<br />
Ministério Público Estadual discutiram<br />
a situação da perícia médica em lau-<br />
médico em São Borja, forçado a aban-<br />
Representantes do <strong>Cremers</strong> e do MPE em reunião dia 9 de março<br />
donar o atendimento na emergência<br />
do hospital para realizar perícia em um<br />
detento, e consequente promulgação<br />
da Resolução <strong>Cremers</strong> 18/2009.<br />
Ficou acordado que é necessária a<br />
participação do Poder Judiciário para<br />
que medidas efetivas possam ser tomadas<br />
e a situação seja regulamentada.<br />
Representando o <strong>Cremers</strong>, participaram<br />
da reunião o presidente Cláudio<br />
Franzen, o primeiro-secretário Fernando<br />
Matos, o tesoureiro Isaias Levy e o consultor<br />
jurídico Jorge Perrone de Oliveira.<br />
Pelo MPE compareceram o subprocurador-geral<br />
de Justiça para Assuntos<br />
Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski,<br />
e o coordenador do Centro de Apoio<br />
Operacional Criminal, Fabiano Dallazen.<br />
Conselhos de Medicina desobrigados de<br />
registrar especialidades não reconhecidas<br />
O Superior Tribunal de Justiça, em<br />
decisão colegiada da 2ª Turma, não<br />
deu provimento ao Recurso Especial<br />
nº 1.038.260 - ES, interposto pelo<br />
médico Vagner Franco da Silveira,<br />
para que lhe fosse concedido o<br />
registro de especialista em medicina<br />
estética no CRM do Espírito Santo.<br />
O médico buscava o registro<br />
naquele Conselho após ter concluído<br />
curso de pós-graduação, lato<br />
sensu, na suposta especialidade,<br />
reconhecida pelo MEC, através da<br />
Capes, junto à Escola de Medicina<br />
Fundação Técnico-Educacional<br />
Souza Marques, no Rio de Janeiro.<br />
A especialidade, porém, não é reconhecida<br />
pelo Conselho Federal de<br />
Medicina.<br />
A Alta Corte entendeu, entre<br />
outros motivos, que a simples<br />
existência de um curso de pósgraduação,<br />
ainda que reconhecido<br />
pelo MEC, não é capaz de<br />
qualificar-se, no universo científico,<br />
como nova especialidade médica.<br />
Também entendeu que não pode o<br />
Poder Judiciário invadir a competência<br />
dos Conselhos de Medicina,<br />
para obrigá-los a conferir o título<br />
de especialista, em ramo científico<br />
ainda não reconhecido como especialidade<br />
médica.<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 25
Painel<br />
Colégio Brasileiro de Cirurgiões<br />
No dia 26 de março, a nova diretoria do Colégio Brasileiro<br />
de Cirurgiões – Capítulo RS assumiu o comando da entidade<br />
para a gestão <strong>2010</strong>-2011. Durante a solenidade, o primeirosecretário<br />
Fernando Matos representou o <strong>Cremers</strong>, proferindo<br />
a palestra Comentários sobre o novo Código de Ética Médica,<br />
na qual falou sobre as principais mudanças no texto, explicando<br />
suas razões e perspectivas.<br />
Matos salientou a importância do CBC no Brasil e no Rio<br />
Grande do Sul por ser o órgão de maior expressão na área,<br />
caracterizando-se por manter seus associados atualizados<br />
sobre as novas técnicas e conceitos na especialidade. “Como<br />
cirurgião e membro do Colégio, é uma satisfação encontrar<br />
tantos colegas e velhos amigos”, ressaltou.<br />
A nova diretoria do CBC-RS é composta por Carlos<br />
Otávio Corso, mestre; Alexandre Keunecke de Oliveira,<br />
vice-mestre; Gerson Junqueira Júnior, primeiro-secretário;<br />
Ricardo Breigeiron, segundo-secretário; Leandro<br />
Totti Cavazzola, primeiro-tesoureiro; Antônio Carlos<br />
Nova diretoria do CBC-RS tomou posse dia 26 de março<br />
Weston, segundo-tesoureiro; e Fernando Antônio Santos<br />
Figueiredo, representante do Departamento de Defesa<br />
Profissional (Depro).<br />
Medalha do Mérito Farroupilha<br />
O professor da Faculdade de<br />
Medicina da UFRGS Gilberto<br />
Schwartsmann recebeu, no dia 7<br />
de abril, a Medalha do Mérito Farroupilha,<br />
proposição do deputado<br />
Adão Villaverde. A distinção, a<br />
mais alta do Legislativo gaúcho, foi<br />
entregue ao médico oncologista<br />
Dr. Gilberto Schwartsmann<br />
pelo presidente da Casa, deputado<br />
Giovani Cherini. "Ao longo de<br />
minha carreira, conheci pessoas e<br />
lugares fascinantes, tive o privilégio<br />
de receber algumas distinções<br />
que me marcaram profundamente,<br />
mas as honrarias recebidas em<br />
nossa própria terra têm um sabor<br />
especial", reconheceu o homenageado.<br />
Dirigindo-se a parentes e<br />
amigos, agradeceu pela presença<br />
de todos e disse que não havia<br />
nada mais bonito que a amizade.<br />
Passo-fundense, de 54 anos, Gilberto<br />
Schwartsmann formou-se na<br />
Faculdade de Medicina da Universidade<br />
Federal do Rio Grande do Sul<br />
e realizou especialização em instituições<br />
de ensino de vanguarda na<br />
Europa e nos Estados Unidos. Na<br />
Universidade de Londres, na Grã-<br />
Bretanha, especializou-se no tratamento<br />
do câncer. Na Universidade<br />
de Amsterdam, na Holanda, realizou<br />
o seu PhD em Cancerologia.<br />
No Instituto Nacional do Câncer<br />
dos Estados Unidos completou o<br />
seu pós-doutorado. Schwartsmann<br />
preside a Fundação Sul-Americana<br />
para o Desenvolvimento de Novos<br />
Medicamentos contra o câncer e é<br />
vice-presidente da Sociedade Latino-americana<br />
de Cancerologia. Preside,<br />
também, o Conselho Fiscal do<br />
Instituto do Câncer Infantil do Rio<br />
Grande do Sul e é vice-presidente<br />
da Sociedade Latino-americana de<br />
Oncologia Clínica.<br />
26 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Academia<br />
Academia de Medicina RS<br />
A Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina realizou no<br />
dia 27 de março, no <strong>Cremers</strong>, a sua primeira reunião do ano,<br />
coordenada pelo presidente da entidade, Luís Rohde. Com<br />
a presença dos acadêmicos e também de estudantes de<br />
medicina, o secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da<br />
Saúde, Alberto Beltrame proferiu uma palestra oportuna e<br />
esclarecedora. Os principais temas abordados pelo secretário<br />
foram sobre as centrais estaduais de transplantes, a política<br />
nacional de urgência e emergência e questões gerais<br />
sobre o Sistema Único de Saúde no país.<br />
Secretário do Ministério da Saúde, Dr. Alberto Beltrame<br />
Primeira reunião do ano foi realizada dia 27 de março<br />
Associação Gaúcha de História da Medicina<br />
O professor Carlos Antônio Mascia Gottschall, exconselheiro<br />
do <strong>Cremers</strong> e membro fundador da Associação<br />
Gaúcha de História da Medicina (AGHM),<br />
foi eleito, em dezembro último, Presidente de Honra<br />
dessa Associação, em caráter vitalício.<br />
“Por meio da AGHM o Rio Grande do Sul oficializa<br />
um movimento de extrema importância com a finalidade<br />
de desenvolver estudos e pesquisas sobre a história<br />
da medicina, principalmente a gaúcha”, destaca<br />
o prof. Gottschall.<br />
A entidade irá promover cursos e seminários, intercambiar<br />
informações entre interessados, incentivar<br />
o ensino da memória médica nos cursos médicos,<br />
como requisito para a formação integral do médico e<br />
cultuar exemplos inspiradores de dedicação à prática,<br />
ao ensino e à pesquisa médica, visando também colaborar<br />
com outras entidades médicas, para melhor<br />
divulgar os propósitos expostos acima.<br />
A primeira diretoria eleita é integrada pela Dra. Leonor<br />
Schwartsmann (Presidente), Luiz Guilhermano<br />
(Vice-Presidente), Júlio Razera (Tesoureiro), João Gabriel<br />
Medeiros (Secretário). Foram também eleitos expressivos<br />
médicos e historiadores para os conselhos<br />
consultivo, jurídico e fiscal.<br />
Nova entidade busca preservar a memória da Medicina<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 27
Balanço<br />
Assessoria Jurídica registra<br />
crescimento de atividades<br />
A Assessoria Jurídica do <strong>Cremers</strong> registrou em 2009 um<br />
aumento considerável em sua atuação, principalmente no<br />
que se refere aos pareceres e despachos, que totalizaram<br />
471, contra 302 do ano anterior. Diante da demanda crescente,<br />
o setor ganhou um espaço físico maior e um reforço<br />
na equipe coordenada pelo Dr. Jorge Alcibíades Perrone<br />
de Oliveira.<br />
Entre as atividades da assessoria: promover o andamento<br />
das execuções fiscais, ajuizar ações diversas de<br />
interesse do Conselho, cumprir prazos judiciais em geral,<br />
atender consultas da Ouvidoria, de conselheiros e delegados<br />
seccionais.<br />
A Assessoria Jurídica participa ativamente nos Processos<br />
Ético-Profissionais, emitindo pareceres com relação à processualística<br />
e acompanhando audiências de instrução e sessões<br />
de julgamento, para que seja observado o que determinam o<br />
Código de Processo Ético-Profissional e demais legislações.<br />
No ano passado, foram 388 acompanhamentos de processos<br />
e sindicâncias, contra 114 de 2008.<br />
Além disso, a assessoria é instada a manifestar-se sobre<br />
registros, alterações contratuais, cancelamentos e emissão<br />
de certidões realizadas por empresas que prestam serviços<br />
médicos e legalmente devem possuir registro no <strong>Cremers</strong>.<br />
Outra função é analisar pedidos de inscrição de médicos<br />
estrangeiros/brasileiros formados no exterior, conforme<br />
normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina.<br />
Do mesmo modo, a Assessoria tem como atribuição a<br />
elaboração de pareceres sobre inúmeras consultas referentes<br />
às atividades médicas encaminhadas ao Conselho. O setor<br />
participa, também, de reuniões/eventos/seminários nos diversos<br />
órgãos públicos acompanhando a diretoria e orientando<br />
sobre eventuais acordos e contratos.<br />
Por fim, a Assessoria Jurídica analisa os processos de licitações,<br />
fornecendo orientação e respaldo sobre o que prevê<br />
a legislação para as compras e contratações realizadas por<br />
esse Conselho, conforme determina o Tribunal de Contas da<br />
União (TCU).<br />
A equipe é composta pelos consultores jurídicos: Carla<br />
Bello Fialho Cirne Lima, Felipe Farias Borba, Guilherme<br />
Brust Brun, Gustavo Moreira Pestana e Maely Verba<br />
Gischkow. O setor tem como assistente a funcionária Salete<br />
Luciana de Oliveira.<br />
Centro de Informática: atuação abrangente<br />
O Centro de Informática teve participação<br />
decisiva na consolidação do<br />
novo Portal <strong>Cremers</strong>, no qual os médicos<br />
e a comunidade em geral encontram<br />
uma série de serviços, disponibilizados<br />
de forma atraente e dinâmica.<br />
Além do envolvimento com o Portal,<br />
o CI mantém atuação em todos os setores<br />
do <strong>Cremers</strong>, onde há 75 microcomputadores<br />
ativos. O coordenador<br />
do setor, Paulo Sobrinho, projeta para<br />
este ano uma atualização da infraestrutura<br />
do sistema de tecnologia da<br />
informação da entidade.<br />
Em 2009, o CI teve participação<br />
efetiva nas seguintes atividades:<br />
Apoio à eleição para conselheiro<br />
do CFM e também no pleito para a<br />
delegacia seccional de Bento Gonçalves;<br />
operação de seis sessões de<br />
videoconferência; adequação dos<br />
processos de arrecadação à cobrança<br />
eletrônica do Banrisul; migração<br />
do servidor de arquivos principal<br />
da Netware para FreeBSD/Samba;<br />
migração bem-sucedida do banco<br />
de dados do SIEM em um servidor<br />
Oracle 10g XE e início do processo<br />
de passagem desse para produção;<br />
início do processo de reorganização<br />
da estrutura de atendimento do TI/<br />
<strong>Cremers</strong>; e apoio ao recadastramento<br />
geral de médicos.<br />
28 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Trabalho Médico<br />
Número de médicos cresce<br />
em ritmo acelerado<br />
No Dia Mundial da Saúde, 7<br />
de abril, o Conselho Federal de<br />
Medicina (CFM) divulgou dados<br />
sobre a concentração de médicos<br />
no país. O levantamento<br />
mostra que o número de profissionais<br />
aptos a atuar cresce em<br />
ritmo mais acelerado que o da<br />
população – mas a distribuição<br />
está longe de ser uniforme.<br />
O levantamento, inédito,<br />
aponta que o déficit de médicos<br />
no Interior não significa a falta de<br />
profissionais no país. Dados coletados<br />
entre 2000 e 2009 apontam<br />
uma média nacional de um médico<br />
para um grupo de 578 habitantes,<br />
índice próximo a de países<br />
como dos Estados Unidos,<br />
que é de um para 411 pessoas.<br />
O primeiro-secretário do<br />
CFM e responsável pela coleta<br />
das informações, Desiré Carlos<br />
Callegari, defende melhores políticas<br />
públicas para a interiorização<br />
do profissional. Ele também<br />
avalia como desnecessária a<br />
abertura indiscriminada das escolas<br />
médicas. O Brasil possui hoje<br />
181 escolas médicas, sendo que,<br />
dessas, 100 foram instaladas na<br />
última década.<br />
Aumenta número de mulheres na medicina<br />
Entre 2000 e 2009, a quantidade de<br />
médicos aumentou 27% – de 260.216<br />
para 330.825. No mesmo intervalo de<br />
tempo, a população brasileira cresceu<br />
aproximadamente 12% – de 171.279.882<br />
para 191.480.630 –, segundo estimativas<br />
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística<br />
(IBGE). Em 2000, havia no país<br />
um médico para cada grupo de 658 habitantes;<br />
em 2009, a situação passou a<br />
ser de um médico para 578 habitantes.<br />
A distribuição de médicos por habitantes<br />
é heterogênea no território nacional.<br />
Na região Norte, há um médico para cada<br />
grupo de 1.130 habitantes. São 13.582<br />
profissionais aptos a atuar, registrados<br />
primariamente em conselhos de medicina<br />
da região. Já na região Sul, são 509<br />
habitantes por médico.<br />
De 2000 a 2009, a proporção de profissionais<br />
do sexo feminino no universo de<br />
médicos registrados no Brasil subiu quatro<br />
pontos percentuais – de 35,5% para<br />
39%. Essa tendência fica mais evidente<br />
quando se comparam os ritmos de crescimento<br />
no universo de cada gênero: o<br />
número de médicas aumentou 39,8% no<br />
período; o de médicos, 20,1%.<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 29
Delegacias<br />
Entrega de Carteiras<br />
Santa Maria<br />
A tradicional entrega de carteiras a<br />
novos médicos a cada início de ano teve<br />
prosseguimento no dia 11 de fevereiro,<br />
em Santa Maria. O evento ocorreu na<br />
Sociedade de Medicina do município<br />
e contou com os seguintes integrantes<br />
do <strong>Cremers</strong>: Ismael Maguilnik, segundo-secretário;<br />
Isaias Levy, tesoureiro;<br />
Antônio Celso Ayub, coordenador de<br />
fiscalização; João Alberto Larangeira,<br />
conselheiro e presidente do Sindicato<br />
Médico de Santa Maria; Leris Salete<br />
B. Haeffner, conselheira e coordenadora<br />
do curso de medicina da UFSM;<br />
Floriano Soeiro de Souza Neto, delegado<br />
seccional de Santa Maria; e Rodrigo<br />
Maurer da Silva, primeiro-secretário da<br />
Delegacia de SM.<br />
Evento em Santa Maria foi realizado dia 11 de fevereiro<br />
Dr. Floriano de Souza Neto (D),<br />
delegado de Santa Maria<br />
Dr. Victor Hugo Pereira Coelho,<br />
delegado de Pelotas<br />
Delegacias Seccionais<br />
Alegrete Dr. Cláudio Luiz Morsch (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | alegrete@cremers.org.br<br />
Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | cremers-bage@hotmail.com<br />
Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3452-3086 R. José Mario Mônaco, 349/504 | CEP 95700-000<br />
Cachoeira do Sul Dr. Mário Both (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | crmcachoeiradosul@yahoo.com.br<br />
Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235 | CEP 96180-000<br />
Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Av. Pátria, 823/202 | CEP 99500-000<br />
Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | cremers_caxiasdosul@yahoo.com.br<br />
Cruz Alta Dr. Eduardo Pinto de Campos (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | crmcruzalta@terra.com.br<br />
Erechim Dr. Paulo César Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-000 | crmerechim@via-rs.net<br />
Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wayhs (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | cremersijui@terra.com.br<br />
Lajeado Dr. Fernando José Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | cremerslajeado@redeplay.com.br<br />
Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/sl. 55/56 | CEP 93510-320 | cremers.novohamburgo@terra.com.br<br />
Osório Dr. Angelo Mazon Netto (51) 3663.2755 R. Barão do Rio Branco, 261/08-9 | CEP 95520-000<br />
Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobom Souza (55) 3742-3969 R. Francisco Pinheiro, 116/8 | CEP 98300-000<br />
30 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>
Pelotas e Rio Grande<br />
Nos dias 12 e 13 de março foram realizadas as entregas<br />
das carteiras aos novos médicos em Pelotas e Rio Grande,<br />
respectivamente. As solenidades contaram com a presença<br />
dos seguintes integrantes do <strong>Cremers</strong>: Cláudio Franzen, presidente;<br />
Ismael Maguilnik, segundo-secretário; Régis Porto,<br />
corregedor, e Isaias Ortiz, conselheiro.<br />
Em Pelotas, o evento contou com a participação do delegado<br />
do <strong>Cremers</strong> , Victor Hugo Pereira, e do secretário André<br />
Diniz. Presentes também a delegada regional do Simers,<br />
Gislaine Silveira de Vargas; Túlio Wenzel, conselheiro do<br />
Simers; Augusto Niencheski, diretor financeiro, e Simone<br />
Macluf, diretora social da AMP.<br />
Em Rio Grande compareceram também Job José Gomes,<br />
delegado do <strong>Cremers</strong>; Fábio de Aguiar Lopes, primeiro-secretário;<br />
Roberto Guardiola Velloso, segundo-secretário; Horacio<br />
Augusto de Miranda, presidente do Sindicato dos Médicos de<br />
Rio Grande; Paulo Neves Figueiredo, presidente da Sociedade<br />
de Medicina da cidade; Vilson Estevão Paulitsch, diretor-técnico<br />
da Santa Casa de Misericórdia de Rio Grande; e Romeu Selistre<br />
Sobrinho, diretor do Hospital Universitário de Rio Grande.<br />
Evento em Pelotas no dia 12 de março<br />
Dr. Job José Teixeira Gomes,<br />
delegado de Rio Grande<br />
Entrega de carteiras em Rio Grande dia 13 de março<br />
Delegacias Seccionais<br />
Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Bento Gonçalves, 190/207 | CEP 99010-010 | cremerspf@tpo.com.br<br />
Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. General Osório, 754/602 | CEP 96020-000 | crmpel.sul@terra.com.br<br />
Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | riogrande@cremers.org.br<br />
Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715-9402 Fernando Abott, 270/204 - Centro |CEP 96825-150 | santacruz@cremers.org.br<br />
Santa Maria Dr. Floriano Soeiro de Souza Neto (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | cremers.santamaria@terra.com.br<br />
Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | santarosa@cremers.org.br<br />
Santana do Livramento Dra. Tânia Regina da Fontoura Mota (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501 | CEP 97573-500 | cremerslivramento@yahoo.com.br<br />
Santo Ângelo Dr. Edson Luiz Maluta (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 | CEP 98801-610 | cremers.santoangelo@yahoo.com.br<br />
São Borja Dr. Luiz Roque Lucho Ferrão (55) 3431-5086 R. Riachuelo, 1010 sala 43 | CEP 97670-000<br />
São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636 | CEP 97300-000<br />
São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435 | CEP 96700-000<br />
São Leopoldo Dr. Ricardo Lopes (51) 3572.0399 R. São Pedro, 1050 | CEP 93010-260<br />
Três Passos Dr. Dary Pretto Filho (55) 3522.2324 R. Bento Gonçalves, 222 | CEP 98600-000<br />
Uruguaiana Dr. Luiz Antônio de Souza Marty (55) 3411.2161 R. Dr. Domingos de Almeida, 3.801 | CEP 97500-004 | corpoclinico@hotmail.com<br />
abril/<strong>2010</strong> CREMERS 31
Atuação<br />
Aprovada Resolução sobre<br />
'médico representante'<br />
A plenária do <strong>Cremers</strong>, realizada<br />
dia 14 de abril, aprovou<br />
proposição do presidente<br />
Cláudio Franzen para a criação<br />
de representação do Conselho<br />
em municípios que tenham mais<br />
de 20 médicos, desde que não<br />
sejam sede de delegacia seccional.<br />
A Resolução nº 3/<strong>2010</strong><br />
estabelece que haverá eleição<br />
entre os médicos do município<br />
nos moldes das que escolhem<br />
os delegados e os conselheiros.<br />
Os médicos residentes em<br />
cada município que se enquadrem<br />
no requisito receberão<br />
correspondência do <strong>Cremers</strong><br />
sobre como deverá ocorrer o<br />
processo eleitoral. O médico<br />
eleito será convocado a comparecer<br />
à sede da entidade<br />
para receber orientação sobre<br />
suas atribuições. “O objetivo<br />
é ter mais médicos envolvidos<br />
e comprometidos com a ética<br />
médica próximos de seus<br />
colegas”, comenta Franzen,<br />
responsável também pela criação<br />
das delegacias seccionais,<br />
na década de 80.<br />
<strong>Cremers</strong> e CFM discutem<br />
agenda para ações em conjunto<br />
O trabalho dos médicos nas<br />
zonas de fronteira, o estrangulamento<br />
das emergências e as<br />
dificuldades no campo da perícia<br />
médica. Estes foram alguns<br />
dos temas discutidos na reunião<br />
da diretoria do Conselho Federal<br />
de Medicina (CFM) com diretores<br />
e conselheiros do <strong>Cremers</strong>.<br />
O encontro aconteceu no dia 14,<br />
à noite, na sede do <strong>Cremers</strong>.<br />
Para o presidente do CFM,<br />
Roberto Luiz d’Avila, cada encontro<br />
oferece informações ricas que<br />
subsidiam o trabalho da entidade<br />
e permitem maior sintonia entre<br />
as preocupações dos médicos e<br />
as propostas em andamento.<br />
Para o presidente do <strong>Cremers</strong>, Claudio<br />
Balduíno Franzen, foi uma primeira oportunidade<br />
de troca. “Foi uma chance valiosa<br />
de apresentar as questões regionais<br />
ao CFM, que com sua força poderá incor-<br />
Integrantes do <strong>Cremers</strong> e do CFM reunidos na sede do Conselho, em Porto Alegre<br />
porar estas preocupações e defender Já foram promovidos encontros nos<br />
essas bandeiras”, salientou.<br />
estados de Santa Catarina, Distrito<br />
Com essa reunião, o CFM completa Federal, Pernambuco, Bahia, Rio de<br />
uma dezena de encontros realizados Janeiro, São Paulo, Goiás e Alagoas.<br />
com os CRMs desde a posse da atual O mais recente foi no Paraná, no dia<br />
diretoria, em outubro do ano passado. 15 de março último.<br />
32 CREMERS<br />
abril/<strong>2010</strong>