MODELO DE RESUMO EXPANDIDO - SITEC2012 - Semana do ...
MODELO DE RESUMO EXPANDIDO - SITEC2012 - Semana do ...
MODELO DE RESUMO EXPANDIDO - SITEC2012 - Semana do ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Semana</strong> <strong>do</strong> Instituto de Tecnologia da UFPA 2011 10<br />
Resumo<br />
PILARES <strong>DE</strong> CONCRETO COM CANTOS ABAULADOS E<br />
ENCAMISAMENTO PARCIAL REFORÇADOS COM CFRP<br />
Orientanda: Leonyce Sousa <strong>do</strong>s Santos 1 ;<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Dênio Ramam Carvalho de Oliveira 2<br />
Para reabilitação de estruturas comprimidas ou aumentar a capacidade resistente desses<br />
elementos, a técnica de confinamento é a mais aplicada como reforço, dentre os<br />
matérias utiliza<strong>do</strong>s nesta técnica está o compósito de fibra de carbono. São focos de<br />
estu<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s experimentais para três grupos de quatro pilares de concreto,<br />
dividi<strong>do</strong>s por seções transversais varian<strong>do</strong> em (100x100) mm, (100x120) mm e<br />
(100x150) mm, sen<strong>do</strong> um pilar de referência por grupo e três pilares de cada grupo<br />
apresentaram, em ambas as extremidades, o abaulamento das arestas em faixas de 160<br />
mm, com variações de raios igual a 50 mm, 55 mm e 60 mm. To<strong>do</strong>s foram submeti<strong>do</strong>s à<br />
compressão axial, e os pilares abaula<strong>do</strong>s tiveram suas extremidades confinadas por uma<br />
faixa de teci<strong>do</strong> de fibra de carbono, CFRP (Carbon Fiber Reinforced Polymer). A<br />
resistência à compressão <strong>do</strong> concreto foi em média 47 MPa aos 35 dias de idade. O<br />
principal objetivo <strong>do</strong> trabalho foi avaliar a influência da variação <strong>do</strong> raio de<br />
abaulamento <strong>do</strong>s cantos <strong>do</strong>s pilaretes no desempenho <strong>do</strong>s reforços. Os elementos que<br />
apresentaram os cantos arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong>s com menor raio, embora ten<strong>do</strong> suas seções<br />
reduzidas, obtiveram acréscimos significativos na resistência última, em comparação as<br />
pilaretes de mesma seção. O desempenho <strong>do</strong>s reforços foi satisfatório.<br />
Palavras-chave: concreto arma<strong>do</strong>, pilar, CFRP, fibra de carbono.<br />
Introdução<br />
Os elementos estruturais são dimensiona<strong>do</strong>s para reagis aos esforços solicitantes, ao longo de<br />
sua vida útil, satisfazen<strong>do</strong> a necessidade para qual foi projeta<strong>do</strong>. Porém, nas fases de projeto,<br />
execução e utilização, podem ocorrer aumento das solicitações ou redução da capacidade<br />
resistente desses elementos, em decorrências de falha no projeto, má especificação <strong>do</strong>s<br />
materiais, falha na execução, aumento da sobrecarga de utilização da construção e desgaste<br />
naturas <strong>do</strong>s elementos. Estas patologias provocam uma perda contínua e acentuada <strong>do</strong> nível de<br />
segurança da estrutura, que deve sofrer intervenção de reforço, quan<strong>do</strong> possível, visan<strong>do</strong><br />
restaurar <strong>do</strong> nível de segurança exigi<strong>do</strong>. Mas, segun<strong>do</strong> MACHADO (2002) os reforços podem<br />
também reabilitar os elementos em boas condições para permitir o aumento das cargas<br />
solicitantes para atender as mudanças de destinação. Entre as técnicas de reforço estrutural, no<br />
que refere a pilares, destaca-se o confinamento passivo com material compósito com fibras de<br />
carbono (CFRP). A utilização deste sistema de reforço em estruturas se iniciou na década de 80,<br />
no Japão, quan<strong>do</strong> as autoridades japonesas tomaram à decisão de reforças as construções<br />
existentes, principalmente aos <strong>do</strong> sistema viário, devi<strong>do</strong> à constates ameaças de sismos. No<br />
Brasil, uma das primeiras aplicações foi no reforço estrutural <strong>do</strong> viaduto Santa Tereza, uma obra<br />
da prefeitura de Belo Horizonte (site). O confinamento é uma das principais técnicas para<br />
reforço de pilares de concreto submeti<strong>do</strong>s à compressão axial e excêntrica, trazen<strong>do</strong>-lhe<br />
diversos benefícios em seu comportamento estrutural. Porém, segun<strong>do</strong> SUDANO (2005),<br />
dependen<strong>do</strong> da forma da seção transversal o grau de eficiência <strong>do</strong> reforço pode variar devi<strong>do</strong> à<br />
distribuição da pressão de confinamento. Assim, quanto mais próxima de um circular for a<br />
seção transversal <strong>do</strong> pilar a ser reforça<strong>do</strong>, mais uniforme será a distribuição das pressões de<br />
confinamento e conseguintemente, maior será a eficiência <strong>do</strong> reforço. O presente trabalho tem<br />
por objetivo de avaliar a influência da variação <strong>do</strong> raio de abaulamento <strong>do</strong>s cantos <strong>do</strong>s pilares<br />
curtos, submeti<strong>do</strong>s a um carregamento normal, com seção transversal quadrada e retangular, no
500<br />
160<br />
180<br />
160<br />
500<br />
160<br />
160<br />
180<br />
500<br />
160<br />
160<br />
180<br />
<strong>Semana</strong> <strong>do</strong> Instituto de Tecnologia da UFPA 2011 11<br />
que tange o desempenho <strong>do</strong>s reforços de confinamento parcial por CFRP nas extremidades,<br />
através da variação da capacidade resistente última.<br />
Programa experimental<br />
O concreto utiliza<strong>do</strong> nos pilares foi <strong>do</strong>sa<strong>do</strong> “in loco” empregan<strong>do</strong> o cimento Portland CPII - Z<br />
32. O agrega<strong>do</strong> miú<strong>do</strong> e o agrega<strong>do</strong> graú<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s foram à areia lavada de rio e o seixo fino<br />
com diâmetro característico de até 9,5 mm. Para o concreto determinou-se a resistência<br />
característica à compressão aos 35 dias de idade a partir de ensaios de compressão axial, de<br />
acor<strong>do</strong> com a NBR 5739 (ABNT, 1994). A determinação <strong>do</strong> módulo de elasticidade <strong>do</strong> concreto<br />
estar de acor<strong>do</strong> com a NBR 8522 (ABNT, 2003). Utilizou-se EER nos corpos-de-prova a fim de<br />
verificar as deformações no decorrer <strong>do</strong>s ensaios.<br />
Foram confecciona<strong>do</strong>s 12 (<strong>do</strong>ze) modelos reduzi<strong>do</strong>s de pilares (h=500 mm) ensaia<strong>do</strong>s à<br />
compressão axial no LEC da UFPA, sen<strong>do</strong> que nove foram reforça<strong>do</strong>s com material compósito<br />
de fibra de carbono (CFRP). Em to<strong>do</strong>s os reforços foi utilizada uma faixa de teci<strong>do</strong> de fibra de<br />
carbono nas extremidades <strong>do</strong>s pilares com 160 mm de largura. Dentre os pilares com seção<br />
transversal quadrada de 100 mm x 100 mm, um foi de referência e os demais apresentaram<br />
cantos abaula<strong>do</strong>s e reforço. Dos pilares com seção transversal retangular de 120 mm x 100 mm<br />
e 150 mm x 100 mm, <strong>do</strong>is foram de referência e seis apresentaram cantos abaula<strong>do</strong>s e reforço.<br />
A variação <strong>do</strong>s raios de abaulamento <strong>do</strong>s cantos, tanto nos pilares quadra<strong>do</strong>s quanto nos<br />
retangulares, foi: r = 50 mm, r = 55 mm e r = 60 mm. A figura 1 mostra os raios de abaulamento<br />
e detalhes <strong>do</strong>s pilaretes.<br />
O sistema de reforço estrutural MFC-130 é composto por três componentes principais: o primer<br />
epóxico, o adesivo epóxico estruturante e a manta de fibra de carbono. O teci<strong>do</strong> é forma<strong>do</strong> por<br />
fibras de carbono unidirecionais orientadas na direção longitudinal, com a fibra de carbono<br />
ten<strong>do</strong> resistência à tração de 3550 MPa. O comprimento da fibra de carbono correspondeu a<br />
uma vez e meia o perímetro da seção transversal para to<strong>do</strong>s os pilaretes. Para os pilaretes<br />
cilíndricos o tamanho da faixa de fibra de carbono foi o comprimento da circunferência mais o<br />
traspasse de meia circunferência. Em seguida, preparou-se o primer epóxico na proporção 5:1 e<br />
misturou-se o mesmo e após sua homogeneização, aplicou-se nos pilares com o auxilio de um<br />
rolo (figura 2). Após aproximadamente 3 horas o primer atingiu a viscosidade ideal e então a<br />
primeira camada de resina epóxi pôde ser aplicada e depois a primeira camada de fibra. Uma<br />
segunda demão <strong>do</strong> epóxi estruturante foi aplicada sobre a fibra para uniformização e os pilares<br />
ficaram em processo de cura por sete dias. Após 35 dias de suas moldagens, os pilaretes foram<br />
submeti<strong>do</strong>s a ensaios de compressão axial. A tabela 1 apresenta a bateria de ensaios realiza<strong>do</strong>s.<br />
Seção<br />
100x100 (mm)<br />
Seção<br />
100 x 120 (mm)<br />
Seção<br />
100 x 150 (mm)<br />
PQR<br />
PRR01<br />
PRR02<br />
PQA01<br />
PRA01<br />
PQA02<br />
PRA02<br />
PRA04<br />
PRA05<br />
PQA03<br />
PRA03<br />
PRA06<br />
Figura 1 – Raios de abaulamento e dimensões <strong>do</strong>s pilaretes.
<strong>Semana</strong> <strong>do</strong> Instituto de Tecnologia da UFPA 2011 12<br />
Pilar<br />
Seção<br />
Figura 2 – Etapas de aplicação <strong>do</strong> CFRP<br />
Tabela 1 – Características <strong>do</strong>s pilaretes.<br />
Dimensões<br />
(mm)<br />
b x/b y Raio (mm) Área (mm²)<br />
Tipo de Reforço<br />
CFRP<br />
PQR Quadra<strong>do</strong> 100 x 100 1,0 - 10000 Sem Reforço<br />
PQA01 Circular D=100 1,0 50 7854 02 faixas nas extremidades<br />
PQA02 Quadra<strong>do</strong>-Abaula<strong>do</strong> 100 x 100 1,0 55 8887 02 faixas nas extremidades<br />
PQA03 Quadra<strong>do</strong>-Abaula<strong>do</strong> 100 x 100 1,0 60 9509 02 faixas nas extremidades<br />
PRR01 Retangular 120 x 100 1,2 - 12000 Sem Reforço<br />
PRA01 Retangular-Abaula<strong>do</strong> 120 x 100 1,2 50 9854 02 faixas nas extremidades<br />
PRA02 Retangular-Abaula<strong>do</strong> 120 x 100 1,2 55 10946 02 faixas nas extremidades<br />
PRA03 Retangular-Abaula<strong>do</strong> 120x 100 1,2 60 11509 02 faixas nas extremidades<br />
PRR02 Retangular 150 x 100 1,5 - 15000 Sem Reforço<br />
PRA04 Retangular-Abaula<strong>do</strong> 150 x 100 1,5 50 12854 02 faixas nas extremidades<br />
PRA05 Retangular-Abaula<strong>do</strong> 150 x 100 1,5 55 13884 02 faixas nas extremidades<br />
PRA06 Retangular-Abaula<strong>do</strong> 150 x 100 1,5 60 14509 02 faixas nas extremidades<br />
Resulta<strong>do</strong>s<br />
Os valores obti<strong>do</strong>s nos ensaios de compressão axial <strong>do</strong>s pilares (F u ) encontram-se na tabela 4.<br />
Observou-se que, como era espera<strong>do</strong>, para o pilar se seção quadrada com raio de abaulamento<br />
de 50 mm o ganho de resistência e ductilidade fosse expressivo, levan<strong>do</strong> em consideração que a<br />
área bruta desse pilar é significativamente menor que a área <strong>do</strong> pilar de referência. Essa<br />
estimativa utiliza uma área efetiva de concreto confina<strong>do</strong> correspondente a 60 % da área bruta<br />
da seção transversal para pilares quadra<strong>do</strong>s e retangulares. Estes pilares, com um raio de<br />
abaulamento de 50 mm, apresentaram os melhores resulta<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s com os raios<br />
de 55 mm e 60 mm. O raio de abaulamento de 55 mm não apresentou ganho de resistência em<br />
relação aos pilares de referência, tanto para o pilar quadra<strong>do</strong> quanto para os retangulares.<br />
Provavelmente o reduzi<strong>do</strong> ganho de resistência para os pilares de seção transversal retangular<br />
com os cantos abaula<strong>do</strong>s tenha minimiza<strong>do</strong> a influencia <strong>do</strong>s raios de abaulamento, devi<strong>do</strong> à<br />
dificuldade de propagação de tensões de confinamento em seções elípticas ou similares, como<br />
apresenta SUDANO (2005). Os resulta<strong>do</strong>s foram compara<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> a relação F u /F cc , sen<strong>do</strong><br />
F cc a força estimada pela norma americana. A figura 3 mostra os pilaretes após a ruptura.<br />
F u<br />
Tabela 04 – Cargas de ruptura e ganho de resistência.<br />
F u<br />
Pilar<br />
(kN)<br />
Ganho (%) Pilar<br />
(kN)<br />
Ganho (%) Pilar F u (kN) Ganho (%)<br />
PQR 316.0 - PRR - 01 478.0 - PRR - 02 496.0 -<br />
PQA - 01 472.0 49,4 PRA - 01 564.0 18,0 PRA - 04 580.0 16,9<br />
PQA - 02 375.0 18,6 PRA - 02 402.0 -- PRA - 05 415.0 --<br />
PQA - 03 457.0 44,6 PRA - 03 518.0 8,4 PRA - 06 496.0 --
<strong>Semana</strong> <strong>do</strong> Instituto de Tecnologia da UFPA 2011 13<br />
Figura 3 – Aspecto <strong>do</strong>s pilaretes após os ensaios.<br />
Conclusões<br />
Os pilares com raio de abaulamento de 50 mm apresentaram os melhores rendimentos <strong>do</strong><br />
reforço em relação aos pilares de referência, consideran<strong>do</strong>-se que este raio é o que provoca a<br />
maior subtração de área bruta <strong>do</strong> pilar. O pilar PQA-01, com seção transversal muito próxima<br />
da circular, apresentou um rendimento de 49,4 %. Para os pilares com raio de abaulamento de<br />
55 mm, não foi verifica<strong>do</strong> ganho de resistência. Os pilares com raio de abaulamento de 60 mm<br />
apresentaram um rendimento intermediário, consideran<strong>do</strong> que esse raio de abaulamento é o que<br />
tem a menor subtração de área bruta <strong>do</strong> pilar. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s três raios de abaulamento<br />
corroboram os resulta<strong>do</strong>s que indicam que o reforço de pilares com seção circular é mais<br />
eficiente que aquele em pilares de seção quadrada e retangular, e demonstram claramente que o<br />
rendimento <strong>do</strong> reforço diminui com o aumento da relação b x /b y .<br />
Referências bibliográficas<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA <strong>DE</strong> NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto – Ensaio de<br />
compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de janeiro, 1994.<br />
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA <strong>DE</strong> NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: Concreto –<br />
Determinação <strong>do</strong>s módulos estáticos de elasticidade e de deformação e da curva tensão<br />
deformação. Rio de janeiro, 2003.<br />
MACHADO, A. P. Reforço de estruturas de concreto arma<strong>do</strong> com fibras de carbono. PINI, São<br />
Paulo, 2002.<br />
SUDANO, A. L. A influência da forma da seção transversal no confinamento de pilares de<br />
concreto arma<strong>do</strong> encamisa<strong>do</strong>s com PRFC (polímero reforça<strong>do</strong> com fibra de carbono).<br />
Dissertação de mestra<strong>do</strong> em Engenharia. EESC/USP. São Paulo, 2005, 147 p.<br />
1<br />
Estudante. Faculdade de Engenharia Civil. E-mail; leonycesantos@yahoo.com.br<br />
2<br />
Orienta<strong>do</strong>r. Faculdade de Engenharia Civil. E-mail; denio@ufpa.br