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o grupo hovione

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Guy Villax, dá-nos a sua visão da Hovione<br />

Continuação da primeira página<br />

tomamos a responsabilidade pela documentação<br />

de registo do princípio activo junto das autoridades<br />

de saúde. Este trabalho corresponde a 20% do<br />

volume de negócios e a prazo vai garantir o<br />

crescimento da actividade industrial.<br />

O facto de estarmos envolvidos no desenvolvimento<br />

de três dos 19 novos fármacos com previsão<br />

de aprovação pelo FDA e lançamento no<br />

mercado norte-americano nos próximos 12 meses<br />

reflecte bem o nosso empenho e sucesso neste<br />

segmento do mercado.<br />

Como se constrói um negócio industrial em<br />

Portugal que tem uma base científica e vence nos<br />

mercados mais avançados?<br />

Primeiro, há que criar bom nome, com muito trabalho,<br />

construção de competências, demonstração de<br />

saber fazer e apostas tecnológicas de muito longo<br />

prazo. Em Portugal podemos não ser conhecidos<br />

por não vender directamente ao público, mas<br />

na indústria, a nível mundial, temos<br />

hoje em dia um excelente nome e<br />

muito boa reputação. Em<br />

segundo lugar, é preciso<br />

manter uma estratégia clara:<br />

servir clientes exigentes em<br />

mercados altamente regulamentados,<br />

assim como ter<br />

uma boa gestão de uma vasta<br />

gama de perícias: químicos,<br />

engenheiros, farmacêuticos,<br />

microbiólogos, biólogos - todos nós<br />

temos de ser técnicos e gestores, tanto<br />

devemos ser criativos como preocupados com<br />

resultados financeiros. Todos temos uma atenção<br />

constante no serviço, na qualidade, na comunicação<br />

com o cliente – estamos sempre a estudar a<br />

concorrência, a procurar perceber o mercado e muito<br />

atentos às tecnologias de amanhã.<br />

Quem são essas pessoas que descreve, tão versáteis?<br />

As pessoas que trabalham na Hovione são<br />

certamente muito invulgares pois conseguem<br />

resultados que muitas multinacionais do sector não<br />

conseguem. Sem dúvida os técnicos que saiem das<br />

nossas faculdades são muito bons. Temos<br />

excelente matéria cinzenta em todas as áreas e<br />

pessoas muito competentes e empenhadas. O<br />

amor à camisola, o espírito de equipa, a vontade de<br />

melhorar e a aposta na formação são ainda factores<br />

que explicam este sucesso.<br />

Quem são os vossos clientes ?<br />

São cerca de 100 empresas em 40 países. No<br />

segmento genérico são quase todas as maiores<br />

casas nos mercados mais exigentes. No segmento<br />

dos clientes Inovadores inclui-se também seis das<br />

maiores multinacionais e duas das quatro maiores<br />

Biotechs. Uma carteira de clientes de muita qualidade,<br />

em 45 anos de negócio tivemos uma factura<br />

que não foi paga...<br />

E a Hovione no estrangeiro?<br />

Em Macau temos 130 pessoas - tem sido uma<br />

história fantástica de muito trabalho e muitos<br />

sucessos. Começámos por transformar matériasprimas<br />

chinesas para fornecer clientes japoneses e<br />

americanos. Nos anos 90 começámos a transferir<br />

know-how para fábricas chinesas - escolhidas a<br />

dedo - para fazerem passos intermédios dos nossos<br />

produtos e com as quais fazemos a ponte entre<br />

clientes americanos e as exigências do FDA. Em<br />

termos de vantagem competitiva é algo que<br />

nenhum dos nossos concorrentes pode oferecer de<br />

uma forma tão concreta pois nenhum tem 20 anos<br />

de experiência na China. Isto é, a Hovione<br />

globalizou-se muito antes dessa palavra ter o<br />

sentido que tem hoje.<br />

Quais os resultados do Centro<br />

de Transferência de<br />

Tecnologia nos EUA?<br />

Nesta primeira metade<br />

de 2005, o TTC duplicou<br />

as suas vendas em<br />

relação ao mesmo<br />

período do ano passado<br />

- vendemos USD3.5m e<br />

estamos em break-even.<br />

Mas os proveitos que<br />

tiramos desta presença nos<br />

EUA são muito mais vastos, tanto em<br />

termos de imagem, como em termos de demonstração<br />

de compromisso para com o mercado americano<br />

e de serviço e apoio às Biotech. Com o TTC<br />

conseguimos fazer os primeiros quilos de princípios<br />

activos para ensaios clínicos de muitas das firmas<br />

que sempre se tinham recusado a encomendar<br />

serviços de I&D fora dos EUA. Graças ao clima de<br />

confiança e demonstração de profissionalismo,<br />

conseguimos que essas firmas permitam que os seus<br />

projectos sejam transferidos para as fábricas de<br />

Loures ou de Macau.<br />

A Hovione está envolvida<br />

no desenvolvimento de três<br />

dos 19 novos fármacos com<br />

previsão de aprovação pelo<br />

FDA e lançamento no mercado<br />

norte-americano nos próximos<br />

12 meses.<br />

Quem trabalha no TTC?<br />

No TTC trabalham actualmente 36 pessoas; um terço<br />

são cientistas com 20-30 anos de experiência em<br />

grandes multinacionais, um terço são jovens recémlicenciados,<br />

e o outro terço são pessoas ex-Loures ou<br />

ex-Macau.<br />

E choques culturais ?<br />

Os americanos têm uma cultura de negócio própria<br />

muito forte, assim uma das preocupações é garantir<br />

que, se aprendemos deles aquilo que eles têm de<br />

melhor, temos também de levar a cultura Hovione<br />

que explica, em boa parte, o nosso sucesso.<br />

Hovione Loures<br />

Hovione Macau<br />

Hovione New Jersey<br />

Qual a estratégia actual da Hovione?<br />

Queremos aumentar o valor mais do que o volume,<br />

servindo clientes que exigem mais serviço,<br />

fiabilidade e capacidade técnica, e apostar na inovação<br />

e na tecnologia. Assim, estamos a migrar para<br />

produtos e serviços mais complexos, com atributos<br />

de qualidade mais elevados. Por exemplo com as<br />

novas tecnologias que temos na engenharia de<br />

partículas, estamos a entrar na pré-formulação,<br />

uma área muito especializada que faz a ligação<br />

entre a química e a farmacêutica. Esta capacidade<br />

técnica tem gerado muita procura e tem sido um<br />

sucesso junto dos clientes.<br />

Como vê o futuro?<br />

Com optimismo! Precisamos sem dúvida de<br />

melhorar a nossa produtividade e de nos tornarmos<br />

melhores gestores. Desenvolver capacidades<br />

como a liderança, autonomia, delegação, comunicação<br />

é fundamental. Ainda estamos a gerir a<br />

mudança de uma empresa que fornecia apenas<br />

produtos, para uma empresa que, em parte, se<br />

organiza por projectos e vende serviços de grande<br />

complexidade e know-how altamente especializado.<br />

Mas estou confiante - estamos no bom caminho!<br />

✲P. 3

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