Informativo sacarolhas nº 4.indd - Ibravin
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Ano 2 | Nº 4 | Setembro de 2011<br />
informativo<br />
Saca-rolhas<br />
Argentinos e brasileiros<br />
debatem ações conjuntas<br />
Negociação<br />
Produtores discutiram a criação de um Plano Estratégico Vitivinícola do Mercosul, cujo objetivo seria encontrar<br />
coincidências gerais para superar as dissidências pontuais. Aproximação terá nova rodada em outubro.<br />
Recivitis está apta a receber<br />
demandas de inovação<br />
Recursos<br />
Em uma primeira etapa, com prazo de dois anos, a Recivitis tem a sua disposição R$ 10 milhões, a serem alocados<br />
no projeto de gestão dela mesma e nos projetos demandados pelo setor empresarial e aprovados pelo sistema.<br />
8<br />
Depois de dois anos, os vitivinicultores<br />
brasileiros e argentinos<br />
voltaram a se reunir oficialmente<br />
para debater ações conjuntas com<br />
vistas ao desenvolvimento do mercado<br />
de vinhos no País.<br />
O encontro ocorreu no dia 12<br />
de julho, na Sala Piemonte, do Hotel<br />
Dall’Onder Vitória, em Bento<br />
Gonçalves. O presidente do Conselho<br />
Deliberativo do <strong>Ibravin</strong>, Júlio<br />
Fante, foi o anfitrião do presidente<br />
da Corporacion Vitivinicola Argentina<br />
(Coviar), Lorenzo Capece,<br />
acompanhado de Alberto Arizu,<br />
presidente do Wines of Argentina,<br />
Cristina Bracheta (diretora-executiva<br />
da Coviar) e José Alberto Zuccardi.<br />
Brasileiros e argentinos discutiram<br />
a criação de um Plano Estratégico<br />
Vitivinícola do Mercosul,<br />
cujo objetivo seria encontrar coincidências<br />
para superar as divergências.<br />
“Os nossos problemas são<br />
muito semelhantes”, disse o presidente<br />
da Coviar, Lorenzo Capece.<br />
“Devemos procurar pontos de consenso<br />
para enfrentar juntos as dificuldades<br />
impostas pelo mercado”,<br />
afirmou o presidente do <strong>Ibravin</strong>,<br />
Júlio Fante.<br />
Nesse sentido, foi debatida uma<br />
proposta de promoção conjunta do<br />
consumo responsável de vinho no<br />
Brasil. “Temos um mercado com<br />
um potencial de crescimento muito<br />
grande, com espaço para os vinhos<br />
brasileiros e também para os importados,<br />
desde que a concorrência<br />
ocorra de forma saudável em um<br />
ambiente competitivo responsável”,<br />
ponderou Fante.<br />
A ideia inicial é buscar recursos<br />
do BID (Banco Interamericano de<br />
Desenvolvimento) para financiar a<br />
construção e a implementação de<br />
planejamento estratégico que pode<br />
prever a realização de uma campanha<br />
conjunta, no Brasil, divulgando<br />
os benefícios do vinho como alimento<br />
e bem estar para as pessoas.<br />
Foto: Orestes de Andrade Jr.<br />
ENCONTRO reuniu quatro lideranças do setor vitivinícola argentino e mais de uma dezena de brasileiros<br />
Na Argentina, lembrou Capece,<br />
o governo federal acaba de<br />
reconhecer o vinho como bebida<br />
nacional, como alimento saudável<br />
e estratégico para os argentinos.<br />
“Tem que acontecer o mesmo no<br />
Brasil”, salientou.<br />
A intenção da campanha, além<br />
de recomendar o consumo moderado<br />
da bebida, é esclarecer os<br />
consumidores e os canais de distribuição<br />
sobre as particularidades<br />
do vinho em geral. “O Estudo de<br />
Mercado realizado em 2008, unindo<br />
<strong>Ibravin</strong> e Coviar, mostrou que<br />
existe um alta grau de desconhecimento<br />
dos brasileiros em relação<br />
ao vinho”, lembrou Zuccardi.<br />
Um novo encontro será marcado<br />
para seguir na implementação<br />
deste Plano Estratégico Vitivinícola<br />
do Mercosul, atraindo o Uruguai<br />
para as discussões. A partir<br />
de agora, o contato será contínuo<br />
entre os vitivinicultores brasileiros<br />
e argentinos.<br />
Outros temas<br />
Outro resultado do encontro<br />
foi o consenso de que é preciso<br />
estabelecer uma estratégia conjunta<br />
dos setores vitivinícolas de<br />
ambos os países tendo em vista as<br />
negociações do Acordo de Livre<br />
Comércio entre Mercosul e União<br />
Europeia. Ainda foi acertado o<br />
seguimento do debate acerca de<br />
uma cooperação técnica para análise<br />
de vinhos entre o Brasil e a<br />
Argentina.<br />
Os brasileiros também deixaram<br />
evidente o desejo de rever<br />
os termos do Acordo de 2005,<br />
que estabeleceu um piso mínimo<br />
para entrada de vinhos argentinos<br />
ao Brasil. Hoje, em torno de 60%<br />
dos vinhos argentinos vendidos<br />
no País ingressam abaixo dos custos<br />
de produção nacionais, criando<br />
um desequilíbrio competitivo.<br />
O governo estadual, através<br />
de Plínio Manosso, da Secretaria<br />
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento<br />
(Seapa), e o governo<br />
federal, por meio de Edgar Luis<br />
Rodrigues, do Ministério do Desenvolvimento,<br />
Indústria e Comércio<br />
(MDIC), acompanharam o<br />
encontro, assim como lideranças<br />
da Uvibra (Henrique Benedetti),<br />
Agavi (Elmar Viapianna e Darci<br />
Dani), Fecovinho (Alceu Dalle<br />
Molle e Hélio Marchioro), Sindicatos<br />
dos Trabalhadores Rurais de<br />
Bento Gonçalves (Inês Beltoni),<br />
Asbrasuco (José Carlos Estefenon),<br />
Embrapa Uva e Vinho (José<br />
Fernando Protas), Comissão Interestadual<br />
da Uva (Olir Schiavenin<br />
e Eduardo Piaia) e da Câmara Setorial<br />
da Viticultura, Vinhos e Derivados<br />
(Arnaldo Passarin).<br />
A Rede de Centros de Inovação<br />
em Vitivinicultura (Recivitis), formada<br />
por dez instituições científicas<br />
e tecnológicas (ICTs) de três<br />
Estados, está apta a receber solicitações<br />
de projetos de inovação<br />
do setor produtivo. A habilitação<br />
é o resultado de reunião de representantes<br />
das ICTs integrantes da<br />
Rede, realizada recentemente, na<br />
Embrapa Uva e Vinho, em Bento<br />
Gonçalves.<br />
Agora, então, empresas, cooperativas<br />
agroindustriais ou organizações<br />
empresariais já podem<br />
procurar as ICTs da Recivitis, para<br />
apresentar demandas de inovação<br />
(veja o conceito abaixo), a serem<br />
financiadas pelo Sistema Brasileiro<br />
de Tecnologia (Sibratec)/Financiadora<br />
de Estudos e Projetos<br />
(Finep), do Ministério da Ciência<br />
e Tecnologia (MCT).<br />
Resumidamente, as instituições<br />
científicas e tecnológicas avaliam<br />
os pedidos, que, se aprovados, recebem<br />
a forma de projetos – elaborados<br />
pelas referidas ICTs –, para<br />
passarem à análise pela Finep; acatada<br />
a proposta pela Financiadora,<br />
é, finalmente, celebrado o convênio<br />
para implementação do projeto<br />
de inovação, para o que são liberados<br />
recursos do sistema Sibratec/<br />
Finep. A execução, depois, é orientada<br />
e acompanhada pelas instituições<br />
científicas e tecnológicas.<br />
Um exemplo, já em andamento,<br />
aponta o coordenador da Rede, pesquisador<br />
da Embrapa Uva e Vinho<br />
José Fernando da Silva Protas, também<br />
integrante da equipe do <strong>Ibravin</strong><br />
(Instituto Brasileiro do Vinho), é o<br />
“Projeto de inovação tecnológica<br />
para o desenvolvimento da vitivinicultura<br />
da Campanha” do RS.<br />
O projeto, já elaborado, tem<br />
como meta a instituição de uma<br />
Indicação Geográfica (IG, conceito<br />
em que se inserem o Vale dos<br />
Vinhedos e, mais recentemente,<br />
Pinto Bandeira) “profundamente<br />
Texto e foto: Giovani Capra / Embrapa Uva e Vinho<br />
PRIMEIRA reunião de trabalho da Recivitis, realizada na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves<br />
comprometida com a preservação<br />
ambiental”, anotou Protas.<br />
Em tal sentido, a proposta prevê,<br />
entre outras diretrizes, esmero<br />
na gestão de recursos naturais,<br />
em particular o solo, por meio<br />
da seleção das áreas com maior<br />
aptidão para o cultivo da videira,<br />
através do instrumento de zoneamento<br />
vitícola, e racionalização<br />
do uso de insumos químicos, com<br />
consequente redução do impacto<br />
sobre o solo e recursos hídricos.<br />
Inovação: conceito<br />
O projeto, de acordo com o<br />
coordenador da Recivitis, está<br />
sendo encaminhado para o comitê<br />
gestor da Rede e, se aprovado,<br />
vai para a Finep.<br />
Em uma primeira etapa, com<br />
prazo de dois anos, a Recivitis<br />
tem à sua disposição R$ 10 milhões,<br />
a serem alocados no projeto<br />
de gestão dela mesma e nos<br />
projetos demandados pelo setor<br />
empresarial e aprovados pelo sistema.<br />
Introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que<br />
resulte em novos produtos, processos ou serviços. Definição dada pela Lei Nº<br />
10.973, de 2 de dezembro de 2004, a “Lei de Inovação Tecnológica”.<br />
A Recivitis - A Rede de Centros de Inovação em Vitivinicultura (Recivitis), como<br />
seu próprio nome antecipa, é um grupo de instituições de ciência e tecnologia,<br />
atuantes no setor vitivinícola em todo o país, coordenada pela Embrapa Uva e<br />
Vinho, de Bento Gonçalves. A Rede integra o Sibratec, que tem como secretariaexecutiva<br />
a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT e,<br />
como agência executora, a Finep. Atualmente, ela é formada pelas seguintes instituições:<br />
Embrapa, por meio das unidades Uva e Vinho, Pecuária Sul (Bagé-RS),<br />
Clima Temperado (Pelotas-RS) e Semiárido (Petrolina-PE); Empresa de Pesquisa<br />
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); universidades Federal<br />
de Santa Catarina (UFSC), do Estado de Santa Catarina (Udesc), de Caxias do Sul<br />
(UCS) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Instituto de Tecnologia de Pernambuco<br />
(ITEP-OS).<br />
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