Informativo sacarolhas nº 6 curvas.indd - Ibravin
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Ano 3 | Nº 6 | Setembro de 2012<br />
informativo<br />
Saca-rolhas<br />
6<br />
Em reunião da Câmara Setorial<br />
da Viticultura, Vinhos e Derivados<br />
realizada no dia 16 de maio, no<br />
Ministério da Agricultura (Mapa),<br />
em Brasília, o <strong>Ibravin</strong> apresentou a<br />
proposta de criação de um Fundo<br />
Nacional para Promoção e Ordenamento<br />
do Mercado Vitivinícola<br />
Brasileiro. A proposta está baseada<br />
na experiência desenvolvida no<br />
Rio Grande do Sul com o Fundovitis<br />
(Fundo de Desenvolvimento da<br />
Vitivinicultura), e pretende obter<br />
recursos para a promoção dos produtos<br />
vinícolas. O presidente do<br />
Conselho Deliberativo do <strong>Ibravin</strong>,<br />
Alceu Dalle Molle, explicou que<br />
hoje o Brasil vem consolidando<br />
a produção de sucos e vinhos em<br />
mais de uma dezena de Estados<br />
brasileiros e a constituição de um<br />
fundo nacional torna-se “um instrumento<br />
importante de integração<br />
e desenvolvimento do setor”.<br />
A proposta do <strong>Ibravin</strong> foi aprovada<br />
na reunião da Câmara Setorial,<br />
que determinou a formação de<br />
um Grupo de Trabalho, com a participação<br />
de produtores e importadores.<br />
A primeira reunião será em<br />
setembro na sede da Abrabe (Associação<br />
Brasileira de Bebidas),<br />
em São Paulo. “Se for criado, o<br />
A Escola Superior de Propaganda e Marketing<br />
(ESPM), referência nacional em ensino nas áreas de<br />
comunicação, negócios e marketing, está iniciando<br />
um programa de Pós-Graduação dirigido aos executivos<br />
e empresários ligados ao setor do vinho, em<br />
parceria com o <strong>Ibravin</strong>. O programa de formação em<br />
Gestão de Negócios e Marketing do Vinho iniciou<br />
no final de agosto. As aulas ocorrerão na sede do<br />
<strong>Ibravin</strong>, nas vinícolas, restaurantes e hotéis da Serra<br />
Gaúcha. “Queremos que os alunos vivenciem o<br />
mundo do vinho em toda sua plenitude, tanto no aspecto<br />
teórico de gestão de negócios, quanto através<br />
de experiências de mercado”, afirma o coordenador<br />
PROPOSTA para aumentar a cultura do vinho no Brasil está sendo debatida na Câmara Setorial da Viticultura<br />
Fundo dará suporte para o <strong>Ibravin</strong><br />
ter abrangência nacional”, falou<br />
Dalle Molle. A ideia inicial é arrecadar<br />
um percentual sobre o faturamento<br />
das indústrias vinícolas,<br />
engarrafadores e importadores. O<br />
diretor-executivo do <strong>Ibravin</strong>, Carlos<br />
Paviani, disse que “a proposta<br />
exclui as empresas que vendem vinho<br />
a granel, pois a incidência da<br />
contribuição recairia apenas sobre<br />
os vinhos e produtos vitivinícolas<br />
engarrafados, nacionais ou importados”.<br />
A Câmara Setorial também<br />
discutiu as formas de gestão deste<br />
fundo que teria participação de<br />
produtores, engarrafadores e im-<br />
portadores. A meta é elevar o consumo<br />
per capita de dois para cinco<br />
litros em cinco ou seis anos. “Para<br />
tanto, precisamos de mais recursos<br />
para difundir a cultura do consumo<br />
de vinho junto às refeições em todo<br />
o país, assim como já se faz no sul<br />
e nas regiões produtoras do mundo<br />
e promover de forma massiva o<br />
produto vinho”, observou Paviani.<br />
A criação de um Fundo Nacional<br />
pode ser feita através de legislação<br />
específica, prevista pela<br />
Constituição Federal, caracterizando-se<br />
como um fundo setorial<br />
ou como uma contribuição de intervenção<br />
de domínio econômico<br />
(Cide).<br />
do curso, professor Flávio Martins.<br />
A área de marketing e de gestão de vinícolas e<br />
empresas ligadas ao setor de vinhos é o foco desse<br />
programa. Esta será a terceira turma de Pós-Graduação<br />
desenvolvida na ESPM para os profissionais<br />
do setor do vinho, que conta com professores com<br />
bagagem acadêmica e experiência de mercado.<br />
O curso, que terá dois anos de duração, acontece<br />
quinzenalmente com sede itinerante nas cidades da<br />
Serra Gaúcha. Os alunos receberão diploma Latu<br />
Sensu com certificação do MEC. Mais informações<br />
podem ser obtidas pelo email incompany-rs@<br />
espm.br ou pelo fone (51) 3218.1300.<br />
Foto: Orestes de Andrade Jr.<br />
A legalização da produção artesanal<br />
de vinho está mais próxima.<br />
Uma proposta consensual irá gerar<br />
um projeto de lei substitutivo, reunindo<br />
o entendimento obtido entre<br />
as lideranças do setor vitivinícola<br />
brasileiro e os deputados Onyx Lorenzoni<br />
(DEM-RS) e Pepe Vargas<br />
(PT-RS), hoje ministro do Desenvolvimento<br />
Agrário, autores de dois<br />
projetos sobre o assunto. A decisão<br />
foi tomada no dia 6 de julho, em<br />
audiência pública da Comissão de<br />
Agricultura da Câmara dos Deputados,<br />
no auditório da Embrapa Uva e<br />
Vinho, em Bento Gonçalves (RS),<br />
sob a coordenação do deputado federal<br />
Alceu Moreira (PMDB-RS),<br />
relator dos dois projetos de lei (PL<br />
3183/2012, de Onyx Lorenzoni; e o<br />
PL 2693/2011, de Pepe Vargas).<br />
O caminho escolhido para legalizar<br />
a produção artesanal de vinho é<br />
enquadrar os pequenos viticultores<br />
nas regras da agricultura familiar.<br />
Assim, estariam isentos de impostos,<br />
como o ICMS, os produtores de<br />
uva, vinho e derivados, com produção<br />
limitada às regras da agricultura<br />
familiar, uso de 100% de matéria-<br />
-prima própria, área de até quatro<br />
módulos rurais e faturamento bruto<br />
anual de 15 mil UPFs (cerca de R$<br />
196 mil, pelo UPF-RS) com toda a<br />
atividade produtiva rural.<br />
“Estas são as regras que regem<br />
os agricultores familiares de todos<br />
os setores agropecuários”, disse<br />
Alexandre Hoffmann, chefe-adjunto<br />
de transferência de tecnologia<br />
da Embrapa Uva e Vinho, que<br />
relatou os resultados do seminário<br />
sobre o assunto realizado no dia 18<br />
de maio, numa promoção do <strong>Ibravin</strong>,<br />
em parceria com a Embrapa,<br />
Emater-RS, Superintendência Federal<br />
do Ministério da Agricultura<br />
no RS, IFRS (Instituto Federal do<br />
Rio Grande do Sul), UFRGS (Universidade<br />
Federal do Rio Grande<br />
do Sul) e Secretaria de Agricultura<br />
do Estado.<br />
“Os limites compreendem toda<br />
a atividade econômica dos produtores,<br />
não apenas a produção de<br />
uva, vinho e derivados, que deverão<br />
estar inseridos no contexto geral<br />
das propriedades rurais”, alertou<br />
José Fernando Werlang, fiscal<br />
federal agropecuário do Serviço de<br />
Inspeção de Produtos Agropecuários<br />
(Sipag/SAF-RS) do Ministério<br />
da Agricultura no RS. “As regras<br />
da agricultura familiar são o caminho<br />
para a regularização do vinho<br />
artesanal e colonial no Brasil,<br />
especialmente no Rio Grande do<br />
Sul, onde esta atividade é histórica<br />
entre os produtores”, observou o<br />
fiscal. “Com a legalização, o produtor<br />
terá mais uma alternativa de<br />
renda na propriedade rural”.<br />
Comercialização<br />
Quem estiver enquadrado nestas<br />
PRODUTORES de vinhos colonial e artesanal participaram ativamente da construção da proposta<br />
Foto: Viviane Zanela<br />
AUTORIDADES como o deputado federal Alceu Moreira (no microfone) presentes no evento da Embrapa<br />
regras poderá comercializar o vinho<br />
artesanal ou colonial exclusivamente<br />
na sua propriedade ou então em<br />
feiras de agricultores familiares<br />
realizadas dentro do seu Estado.<br />
“O que queremos é regulamentar<br />
uma questão que já existe hoje, a<br />
produção de vinho artesanal e colonial,<br />
feita por produtores que atualmente<br />
estão na informalidade”,<br />
alertou o fiscal. As limitações a este<br />
produtor – que não precisa registrar<br />
empresa para não perder a condição<br />
de segurado especial do INSS – será<br />
não vender seus produtos a estabelecimentos<br />
comercias como armazéns<br />
e restaurantes. Sua venda deverá ser<br />
exclusivamente ao consumidor final.<br />
“Esta será uma decisão histórica,<br />
que beneficiará milhares de pequenos<br />
produtores de uva em todo o<br />
país”, comentou a assessora jurídica<br />
do <strong>Ibravin</strong>, Kelly Bruch.<br />
Além do enquadramento legal<br />
dos produtores de vinhos artesanais,<br />
ficou evidente a necessidade<br />
de estabelecer um padrão mínimo<br />
de qualidade. Se ele é artesanal,<br />
colonial ou orgânico, por exemplo,<br />
são qualificações que podem ser<br />
usadas comercialmente.<br />
“As regras mínimas para os produtos<br />
de origem agropecuária são<br />
as mesmas e devem ser seguidas<br />
por todos”, apontou. Werlang salientou<br />
que qualquer produtor precisa<br />
ter um registro formal (CNPJ<br />
ou, no caso, o bloco de produtor<br />
rural), ter um técnico responsável e<br />
seguir as Boas Práticas de Fabricação<br />
em suas instalações e no uso de<br />
equipamentos.<br />
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