17.04.2015 Views

Informativo sacarolhas nº 6 curvas.indd - Ibravin

Informativo sacarolhas nº 6 curvas.indd - Ibravin

Informativo sacarolhas nº 6 curvas.indd - Ibravin

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ano 3 | Nº 6 | Setembro de 2012<br />

informativo<br />

Saca-rolhas<br />

8<br />

A produção de uvas comuns –<br />

americanas e híbridas – está em<br />

transição. Segundo o diretor-técnico<br />

do <strong>Ibravin</strong>, Leocir Bottega, muitos<br />

produtos substitutos – como<br />

sangrias, coquetéis e até vinagres<br />

de outras fontes – tiraram mercado<br />

que antes era reservado às uvas<br />

comuns. “Felizmente surgiu uma<br />

alternativa, a produção de suco de<br />

uva, sucesso de mercado nos últimos<br />

anos”, falou. Paralelamente,<br />

as pesquisas proporcionaram o desenvolvimento<br />

de novas variedades<br />

de uvas, que reduziram o espaço<br />

de cultivo de cepas tradicionais<br />

como a Isabel, mas beneficiaram<br />

os agricultores com a redução de<br />

custos de produção dos vinhos de<br />

mesa e de suco de uva. “As mudanças<br />

no cultivo e as dificuldades<br />

na comercialização de vinho<br />

de mesa formam um cenário novo<br />

na produção das uvas americanas e<br />

híbridas”, pontuou Bottega.<br />

A Embrapa Uva e Vinho desenvolveu<br />

uma série de uvas híbridas<br />

após diversos cruzamentos de espécies.<br />

Entre elas estão os tipos<br />

Carmem, Violeta, Lorena, Cora e<br />

Rúbea, que já estão alterando para<br />

melhor o mercado. A primeira mudança<br />

verificada nos últimos três<br />

anos é o aumento do volume de<br />

uvas comuns destinadas à elaboração<br />

de suco de uva. Nesta safra,<br />

56% da uva comum colhida foi encaminhada<br />

para produção de suco.<br />

No ano passado foi 49%. Em 2004,<br />

apenas 24% da uva comum virou<br />

suco. “Esta é uma nova realidade<br />

do setor, que tem encontrado no<br />

suco de uva uma alternativa viável<br />

para o maior equilíbrio econômico<br />

e uma saída para enfrentar os altos<br />

estoques de vinhos de mesa”, explicou<br />

Bottega.<br />

O volume maior de uva comum<br />

à elaboração de suco tem provocado<br />

uma mudança nas variedades<br />

cultivadas. A tradicional Isabel,<br />

que em 2004 era responsável<br />

por 47,5% da uva comum<br />

produzida no Rio Grande<br />

do Sul, teve sua representatividade<br />

diminuída para<br />

29% em 2011. A Bordô,<br />

que dá mais aroma e estrutura<br />

ao suco de uva, pulou<br />

de 13,7% em 2004 para<br />

22,3% no ano passado. Assim,<br />

o suco de uva integral<br />

tem experimentado taxas<br />

de crescimento ao redor de<br />

40% nos últimos anos.<br />

No entanto, essa mudança<br />

para melhor no cultivo<br />

de uvas comuns contrasta<br />

com a queda abrupta<br />

das vendas do suco de uva<br />

integral. De 2004 a 2011,<br />

segundo o diretor-técnico<br />

do <strong>Ibravin</strong>, esse mercado<br />

registrou uma média de<br />

crescimento de 35% a 40%<br />

ao ano. Entretanto, no primeiro<br />

semestre de 2012, a<br />

média de crescimento ficou<br />

abaixo de 10%. “Não<br />

sabemos se já foi atingido<br />

um equilíbrio entre oferta e<br />

procura ou algum outro fenômeno<br />

de mercado. Porém, observamos<br />

que há uma dificuldade na ampliação<br />

das vendas este ano”, alertou.<br />

Valor agregado<br />

Bottega ainda destacou que a<br />

comercialização do vinho a granel<br />

(não engarrafado), o carro-chefe<br />

dos produtores artesanais da bebida,<br />

também obteve queda. “O ano<br />

de 2012 é o pior para o segmento<br />

das vendas a granel dos últimos<br />

tempos. A maior parte da produção<br />

de vinhos de mesa escoava com<br />

essa comercialização e a queda das<br />

vendas é preocupante”, descreveu.<br />

Em contrapartida, cresceu a comercialização<br />

de vinho de mesa engarrafado,<br />

passando de 67,2 milhões<br />

de litros em 2010 para 81,7 milhões<br />

de litros em 2011. “Isso é resultado<br />

do investimento dos produtores<br />

em promoção e agregação de valor,<br />

ações incentivados pelas entidades<br />

do setor”, salientou Bottega.<br />

Conforme o diretor-técnico do<br />

<strong>Ibravin</strong>, essas ambiguidades contribuem<br />

para que o desequilíbrio<br />

do segmento de vinhos de mesa,<br />

que pretende encontrar sua estabilidade<br />

e um caminho para o seu<br />

desenvolvimento. “Queremos iniciar<br />

um novo ciclo para o vinho de<br />

mesa no Brasil, por isso estamos<br />

debatendo a realidade do setor”,<br />

comentou. Atualmente, 16 mil famílias<br />

trabalham com o cultivo da<br />

uva no RS. Elas amargam perdas<br />

com a cultura de uvas finas, pois o<br />

aumento das importações está estancando<br />

a produção nacional de<br />

vinhos finos, e com o plantio das<br />

uvas para vinhos de mesa, com as<br />

oscilações do mercado. “Uma dupla<br />

desvantagem”, concluiu.<br />

Foto: Cassius André Fanti<br />

A Bordô pulou de 13,7% em 2004 para 22,3% em 2011, enquanto<br />

a Isabel, que em 2004 era responsável por 47,5% da uva comum<br />

produzida no RS, caiu para 29% no ano passado<br />

O vinho de mesa pode ser a porta<br />

de entrada para o novo consumidor<br />

da bebida de Baco. Esta é conclusão<br />

a que chegaram os mais de 100<br />

participantes do seminário “Viabilidade<br />

Econômica da Produção de<br />

Vinhos de Uvas Americanas”, realizado<br />

no dia 28 de junho, no bairro<br />

Forqueta, em Caxias do Sul (RS).<br />

Fácil de beber e acessível a todos<br />

os bolsos, o vinho de mesa poderia<br />

atrair consumidores de outras bebidas<br />

no Brasil, cujo consumo está<br />

hoje ao redor de apenas 2 litros por<br />

pessoa ao ano. “À medida que o<br />

consumidor desenvolver o seu paladar,<br />

naturalmente haverá a migração<br />

para outros vinhos, beneficiando<br />

todo o setor”, opinou o vice-presidente<br />

da Associação Gaúcha dos<br />

Vinicultores (Agavi) e diretor de<br />

agronegócio da Câmara da Indústria,<br />

Comércio e Serviços de Caxias<br />

do Sul (CIC), Evandro Lovatel.<br />

Os participantes do seminário<br />

entendem que, atualmente, o vinho<br />

de mesa é visto com certo desprezo.<br />

“Muitas vezes, quem vende e quem<br />

consome tem vergonha de assumir”,<br />

disse Lovatel. “Temos é que definir<br />

um nicho de mercado para este produto,<br />

valorizar as suas características,<br />

buscar uma identidade para o<br />

vinho de mesa”, sugeriu Mauro Cirne,<br />

da Associação dos Engenheiros<br />

Agrônomos da Encosta Superior<br />

do Nordeste (Aeane). “Hoje não há<br />

marketing para este produto, que é<br />

visto como patinho feio do setor,<br />

mas que, ao mesmo tempo, sustenta<br />

os produtores e grande parte da indústria”,<br />

argumentou. O seminário<br />

integrou a programação da Festa<br />

do Vinho Novo 2012, realizada de<br />

30 de junho a 5 de julho, sempre às<br />

sextas-feiras, sábados e domingos,<br />

com shows e desfiles temáticos.<br />

O delegado do Ministério do<br />

Desenvolvimento Agrário (MDA)<br />

Nilton Pinho DeBem, indicou cinco<br />

caminhos para dar maior competitividade<br />

à categoria vinho de mesa:<br />

Foto: Orestes de Andrade Jr.<br />

NILTON Pinho DeBem, indicou cinco caminhos para dar maior competitividade à categoria vinho de mesa<br />

microzoneamento (identificando<br />

as melhores áreas para cada tipo<br />

de uva), produção orientada para o<br />

mercado, mais assistência técnica e<br />

práticas de economia solidária e em<br />

rede. O coordenador da Comissão<br />

Interestadual da Uva, Olir Schiavenin,<br />

concordou e sugeriu que os<br />

produtores se organizem em associações<br />

ou cooperativas para reduzir<br />

custos. “Nós só vamos ter visibilidade<br />

se estivermos organizados.<br />

Individualmente, não vamos a lugar<br />

nenhum”, comentou.<br />

O Workshop de Mídias Sociais, 2ª edição, voltou a movimentar a<br />

Serra Gaúcha, atraindo 150 pessoas no dia 29 de junho, em Farroupilha.<br />

Numa parceria entre o <strong>Ibravin</strong> e o Sebrae, o evento abordou a<br />

importância da experiência emocional na fidelização de uma marca.<br />

“O foco foi o relacionamento e experiência de consumo, em específico<br />

na cadeia do vinho brasileiro. Hoje, o setor vitivinícola ainda é muito<br />

focado na produção. Só que, para se promover este produto, é preciso<br />

estratégias criativas, que permitam se sobressair no mercado do vinho<br />

extremamente competitivo”, explicou o gerente de marketing do <strong>Ibravin</strong>,<br />

Diego Bertolini.<br />

A pauta da oficina deste ano teve uma evolução natural da anterior.<br />

Se em 2011 foram trabalhados conceitos básicos do marketing em redes<br />

sociais, comércio eletrônico e gestão de conteúdo, em 2012 foram<br />

trazidos exemplos concretos de como as ferramentas digitais podem<br />

dinamizar as vendas, principalmente pela internet. “Depois do ano passado,<br />

a mudança nas redes de algumas vinícolas foi nítida. Em termos<br />

de gestão de conteúdo, de ações paralelas, deu muito certo”, avaliou o<br />

gerente. Como destaque da programação realizada, a presença do norte-americano<br />

Gregory Dal Piaz [foto], editor da Snooth, a maior rede<br />

social exclusivamente voltada ao vinho dos Estados Unidos.<br />

150 pessoas participaram do evento no Farina Park Hotel em Farroupilha<br />

Foto: Gilmar Gomes<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!