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Revista - ABAS

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CAPA<br />

trução”, salienta Wlamir Marins. “Agora, a boa notícia é que, ainda<br />

que lentamente, este conceito tem mudado. Alguns clientes têm entendido<br />

que valor não está associado a preço”, acredita.<br />

Carlos Eduardo Giampá afirma que muitos preferem construir um<br />

poço de forma clandestina e para tanto buscam contratar a obra de<br />

menor preço, desconsiderando projeto, qualidade dos materiais e<br />

regulamentação ambiental e legal. “Isso está direcionando o setor<br />

para cada vez mais existirem apenas empresas de pequeno porte<br />

desqualificadas”, lamenta.<br />

Claudio Oliveira lembra que o preço é fator decisivo não apenas<br />

nas contratações privadas, mas principalmente nas públicas. “Esta<br />

tendência explica, na maioria dos casos, o grande número de poços<br />

mal construídos e problemáticos existentes no país. Fato preocupante,<br />

pois, além de provocar desperdícios de recursos ao contratante, afetar<br />

o meio ambiente, pode causar<br />

certo descrédito em todo o setor de<br />

perfuração e nas águas subterrâneas,<br />

como fonte de abastecimento”.<br />

Amâncio também destaca que as licitações<br />

de obras e materiais, por visarem<br />

o menor preço, acabam afetando<br />

a qualidade das obras e,<br />

consequentemente, a população que<br />

as usufruirá.<br />

Mario Wrege ressalta que “os leigos<br />

preferem pagar menos e, por<br />

isso, obtêm serviços desqualificados,<br />

mas não se dão conta é que pagarão<br />

José Mauro Passos Amâncio,<br />

elevados custos de bombeamento e<br />

diretor da Aquageo<br />

de manutenção durante toda a vida<br />

útil do poço, além de possíveis problemas de contaminação, por um<br />

poço mal construído, de baixo preço. Mas, em função da necessidade<br />

de outorgar, as intervenções no ciclo hidrológico tendem a ser<br />

melhores qualificadas, e, consequentemente, as ações de perfuração,<br />

de testagem e de projeto de poços”, acredita.<br />

Para Antônio José Araújo, este é ainda um problema cultural em<br />

nosso país. “Estamos melhorando essa concepção, mas ainda precisamos<br />

avançar – e muito –, pois a mudança é um processo cíclico<br />

e complexo, principalmente, quando envolve todos os elos responsáveis.<br />

Só compramos bem, aquilo que conhecemos bem”, salienta.<br />

Segundo o ex-presidente da <strong>ABAS</strong> e diretor do Instituto das Águas<br />

do Paraná, Everton Luiz da Costa Souza, o grau de exigência do<br />

mercado está cada vez maior, pois usuários que utilizam as águas<br />

subterrâneas nos seus processos não podem correr riscos de contratar<br />

empresas inabilitadas e profissionais que desconheçam a técnica<br />

apropriada. Portanto, “os custos devem ser fruto de uma planilha<br />

de remuneração coerente para os serviços de consultoria, para os<br />

serviços de perfuração, para os materiais utilizados na obra. A opção<br />

pelo mais barato, necessariamente, deve estar associada a uma ampla<br />

análise comparativa entre prestadores de serviços de qualidade<br />

e não pode ser a única condicionante a ser avaliada. A responsabilidade<br />

técnica, a estrutura e a capacidade das empresas perfuradoras<br />

Divulgação Aquageo<br />

JUNHO / JULHO 2011<br />

ÁGUA E MEIO AMBIENTE SUBTERRÂNEO 13

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