Ed. 042 - Agenda da Dança de Salão Brasileira
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ANO 4 - Nº 42<br />
ABRIL/2011<br />
17<br />
Comportamento<br />
Quando comecei<br />
a <strong>da</strong>nçar, há<br />
20 anos, escutei<br />
Marcelo Martins a seguinte frase:<br />
“A <strong>da</strong>ma não<br />
pensa”. Des<strong>de</strong> então refleti muito a<br />
respeito e vi a Dança <strong>de</strong> Salão crescer<br />
e evoluir, assim como vários<br />
outros ramos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Fico<br />
então estarrecido quando ain<strong>da</strong><br />
escuto esta frase <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte. Hoje<br />
compreendo o “sentido” <strong>de</strong>sta frase:<br />
a <strong>da</strong>ma não <strong>de</strong>ve pensar qual<br />
será o próximo movimento, se antecipando,<br />
e sim sentir qual a proposta<br />
do cavalheiro. Mas a frase em<br />
si, <strong>da</strong> forma que é coloca<strong>da</strong>, faz <strong>da</strong><br />
mulher um objeto cuja única função<br />
é seguir o cavalheiro, preocupa<strong>da</strong><br />
apenas com o movimento que<br />
seu parceiro irá propor, esquecendo<br />
que ela tem vonta<strong>de</strong> própria. Por<br />
isso escuto mulheres que iniciam<br />
na Dança <strong>de</strong> Salão dizerem que é<br />
uma <strong>da</strong>nça machista. Algumas até<br />
se sujeitam a esta condição, seguindo<br />
seu instinto maternal natural,<br />
pensando primeiro nos outros para<br />
só <strong>de</strong>pois, se houver oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
pensar um pouco nelas. Enquanto<br />
isso, os homens, também seguindo<br />
seu instinto primitivo, pensam primeiro<br />
neles para <strong>de</strong>pois, quem sabe,<br />
A BOA DAMA DEVE PENSAR EM SEUS<br />
MOVIMENTOS, SENTIR A DANÇA E SE VALORIZAR<br />
se preocuparem com os outros.<br />
As mulheres lutaram, se libertaram<br />
e vem buscando seu espaço na<br />
socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na Dança <strong>de</strong> Salão não<br />
po<strong>de</strong>ria ser diferente. Quando fui<br />
a Buenos Aires pela primeira vez,<br />
em 1996, vi as mulheres no salão<br />
sentindo o Tango, o que é maravilhoso<br />
<strong>de</strong> se ver, mas não as percebi<br />
se valorizando. De lá pra cá voltei<br />
a Buenos Aires sete vezes e pu<strong>de</strong><br />
acompanhar a evolução do Tango-<br />
Dança. O que mais me chamou a<br />
atenção foi como as mulheres evoluíram<br />
e se valorizaram, há uma<br />
preocupação muito gran<strong>de</strong> com o<br />
seu corpo enquanto <strong>da</strong>nçam. A inteligência<br />
dos pés e <strong>da</strong>s pernas <strong>da</strong>s<br />
<strong>da</strong>mas no salão me impressiona.<br />
Mulheres que não são profissionais<br />
procurando se aperfeiçoar, buscando<br />
sentir ca<strong>da</strong> vez mais o Tango e<br />
ao mesmo tempo se entregando ao<br />
seu cavalheiro.<br />
Trabalho muito, principalmente<br />
<strong>de</strong> dois anos para cá, para as mulheres<br />
aproveitarem na Dança <strong>de</strong><br />
Salão, uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pensarem<br />
um pouco mais nelas mesmas,<br />
valorizando seus movimentos, <strong>da</strong>ndo<br />
forma, enfeitando, sendo criativas<br />
e <strong>de</strong>ixando-se levar, saindo<br />
<strong>de</strong> uma posição passiva para uma<br />
posição ativa. A <strong>da</strong>nça é um diálogo<br />
que conta com a participação <strong>de</strong><br />
ambos, que <strong>de</strong>ve ser agradável aos<br />
dois e não uma or<strong>de</strong>m <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo<br />
cavalheiro e executa<strong>da</strong> pela <strong>da</strong>ma,<br />
como num mo<strong>de</strong>lo patriarcal <strong>de</strong><br />
uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> antiga e <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte.<br />
Na Dança <strong>de</strong> Salão a mulher<br />
po<strong>de</strong> experimentar, durante alguns<br />
minutos <strong>de</strong> uma música, trocar <strong>de</strong><br />
papel: ao invés <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r, ela passa<br />
a ser cui<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo seu cavalheiro e<br />
ter a sua atenção e a sua preocupação<br />
em conduzi-la pelo salão em<br />
seus braços. Em contraparti<strong>da</strong>, o<br />
homem assume uma nova postura,<br />
contrária à sua natureza, <strong>de</strong> pensar<br />
primeiro no outro para <strong>de</strong>pois pensar<br />
nele. O homem então passa a<br />
cui<strong>da</strong>r e proteger sua parceira, se<br />
preocupando em dizer a ela os movimentos<br />
que irá propor através <strong>de</strong><br />
sua condução, para <strong>de</strong>pois executar<br />
o seu movimento, até porque ele<br />
já sabe o que irá fazer. Ela precisa<br />
previamente <strong>de</strong>sta informação para<br />
po<strong>de</strong>r respon<strong>de</strong>r. Acredito que ambos<br />
divi<strong>de</strong>m a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os<br />
dois pensam e buscam assim a harmonia<br />
do casal, o que há <strong>de</strong> mais<br />
mágico na Dança <strong>de</strong> Salão.<br />
Temos assim uma gran<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> exercitarmos funções diferentes<br />
do nosso dia-a-dia, on<strong>de</strong> as<br />
mulheres se preocupam com seus<br />
filhos, seus maridos, sua família e<br />
ain<strong>da</strong> tem que ir à luta, ao mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho e se posicionar profissionalmente.<br />
Dizer às <strong>da</strong>mas que “sintam” a<br />
condução é muito fácil. Porém<br />
existem cavalheiros que conduzem<br />
muito mal e que não passam segurança<br />
à sua <strong>da</strong>ma, esperando que<br />
ela o siga e, quando erram, o mais<br />
comum é transferir a culpa para a<br />
<strong>da</strong>ma. Qual a mulher que nunca<br />
passou por esta situação? E o pior<br />
é que muitas realmente acreditam<br />
que erraram.<br />
É importante que os cavalheiros<br />
se atualizem, assumam sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
na <strong>da</strong>nça, conduzam sua<br />
<strong>da</strong>ma pelo salão com respeito, preocupação<br />
e atenção. É hora <strong>da</strong>s <strong>da</strong>mas<br />
se valorizarem e melhorarem<br />
sua auto-estima. Só assim sentirão<br />
mais segurança para seguir seu<br />
cavalheiro, mas sem abrir mão <strong>da</strong><br />
sua individuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> sua <strong>da</strong>nça<br />
e do seu prazer. Com isso po<strong>de</strong>rão<br />
evoluir ca<strong>da</strong> vez mais, <strong>de</strong>senvolver<br />
seus enfeites, pensar mais no seu<br />
corpo e nos seus movimentos com<br />
charme, além <strong>de</strong> melhorar seu equilíbrio.<br />
Diante <strong>de</strong> tantos obstáculos,<br />
muitas vezes é difícil para as <strong>da</strong>mas<br />
simplesmente “sentirem”. Diversas<br />
<strong>da</strong>mas têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> neste aspecto<br />
mas, através <strong>de</strong> uma boa didática,<br />
estas mulheres po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver<br />
esta facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>dicando-se às aulas.<br />
O cavalheiro não <strong>de</strong>ve esperar<br />
que as <strong>da</strong>mas se encaixem à sua<br />
<strong>da</strong>nça. Ele tem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>da</strong>nçar para elas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
do seu nível, principalmente se ele<br />
já tem certa experiência. Quando<br />
<strong>da</strong>nça com uma <strong>da</strong>ma que está começando,<br />
ele tem que <strong>da</strong>nçar no nível<br />
<strong>de</strong>la e não esperar que ela <strong>da</strong>nce<br />
no nível <strong>de</strong>le. Por outro lado, se ele<br />
<strong>da</strong>nça com uma <strong>da</strong>ma do seu nível<br />
ou mais experiente, <strong>de</strong>ve aproveitar<br />
para colocar em prática tudo o que<br />
apren<strong>de</strong>u, sem esquecer-se <strong>de</strong> sempre<br />
valorizá-la, sem distinção. É<br />
possível ter prazer em <strong>da</strong>nçar com<br />
to<strong>da</strong>s as <strong>da</strong>mas, mas os cavalheiros<br />
têm que se <strong>de</strong>dicar a isso.<br />
Damas, pensem em seus movimentos,<br />
pratiquem, se valorizem e<br />
sintam o gran<strong>de</strong> prazer <strong>de</strong> <strong>da</strong>nçar a<br />
dois.<br />
__________<br />
Marcelo Martins é diretor, professor<br />
e coreógrafo, proprietário <strong>da</strong><br />
Escola Carioca <strong>de</strong> Dança<br />
www.escolacarioca.com.br<br />
Mensagens dos leitores<br />
Caro Perna,<br />
Quem não está no meio <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça po<strong>de</strong> assustar<br />
um pouco com o título, mas concordo com suas<br />
palavras. Talvez algumas mulheres não concor<strong>da</strong>rão<br />
e ficarão muito assusta<strong>da</strong>s. Aqui estou em<br />
sua <strong>de</strong>fesa. Depois <strong>da</strong> queima do sutien é muito<br />
difícil a <strong>da</strong>ma enten<strong>de</strong>r que não existe um processo<br />
abusivo <strong>de</strong> submissão quando na DANÇA pedimos<br />
para as mesmas não pensarem. A sensação<br />
ao escutar esta frase para muitas mulheres é <strong>de</strong><br />
um <strong>de</strong>sconforto fora do normal, pois na ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
estão vivendo uma memória do passado quando<br />
as mesmas não tinham direito <strong>de</strong> falar. Assim, isto<br />
foi passando <strong>de</strong> geração a geração. Como <strong>da</strong>ma<br />
aprendi que eu não posso pensar, mas eu posso<br />
interpretar o corpo do meu cavalheiro e assim<br />
<strong>de</strong>scobri que naquele momento o corpo <strong>de</strong> <strong>da</strong>nçarino<br />
fala para mim! Parece loucura, mas o ato <strong>de</strong><br />
interpretar é uma AÇÃO e não uma submissão. A<br />
<strong>da</strong>nça me realizou em todos os sentidos como ser<br />
humano e principalmente como MULHER!<br />
Elaine Reis, Aca<strong>de</strong>mia Pé <strong>de</strong> Valsa, MG, sobre<br />
o artigo “Dama Boa Não Pensa”, publicado na<br />
edição 41.<br />
.............................................<br />
Parabéns pelo blog! Adorei, vou sempre passar<br />
por aqui!<br />
Isis Mahasin, em mensagem no Livro <strong>de</strong> Visitas<br />
.............................................<br />
São 18:29 <strong>de</strong> um domingo e estou assistindo ao<br />
programa <strong>da</strong> Eliana, on<strong>de</strong>, em um quadro do programa<br />
“Os opostos se atraem?”, um rapaz estava<br />
respon<strong>de</strong>ndo perguntas sobre <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão,<br />
e uma <strong>da</strong>s perguntas foi: On<strong>de</strong> nasceu Ma<strong>da</strong>me<br />
Poças Leitão, primeira <strong>da</strong>ma <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão<br />
no Brasil?. E como acompanho assiduamente o<br />
jornal, <strong>de</strong>scobri que foi Luiz Lacomba, o primeiro<br />
professor <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça no Brasil. Não sei se estou<br />
certo, mas em uma <strong>da</strong>s edições, pediu aos leitores<br />
que os informasse relatos com <strong>da</strong>dos incorretos.<br />
Espero ter aju<strong>da</strong>do em algo.<br />
David Theodor, por email<br />
NR: David leu nosso artigo “Com todo respeito à<br />
Ma<strong>da</strong>me, mas a <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão começou no Rio,<br />
no século 18”, on<strong>de</strong> pedíamos aos leitores que nos<br />
informassem informações erra<strong>da</strong>s sobre a história<br />
<strong>da</strong> <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão no Brasil. Não é a primeira<br />
vez, nesse programa, que são <strong>da</strong><strong>da</strong>s como certas<br />
respostas erra<strong>da</strong>s com relação à <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão.<br />
Assim como fizemos com duas mídias especializa<strong>da</strong>s<br />
em <strong>da</strong>nça, que também afirmavam em seus<br />
artigos que a <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão havia começado por<br />
São Paulo, no século 20, com Mme Poças Leitão,<br />
remetemos à emissora cópia do anúncio <strong>de</strong> Luiz<br />
Lacombe, <strong>de</strong> 13/07/1811, e explicações a respeito.<br />
Mais um motivo para comemorarmos com<br />
bastante <strong>de</strong>staque os duzentos anos <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça <strong>de</strong><br />
salão no Brasil, em julho próximo. Afinal, não à<br />
toa, a <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão foi <strong>de</strong>clara<strong>da</strong> bem cultural<br />
imaterial do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, pela Lei<br />
5880/2010 (Lei Molon).<br />
.............................................<br />
Continuem o bom trabalho!<br />
Agnaldo Almei<strong>da</strong> Pereira, por email<br />
.............................................<br />
Gostaria <strong>de</strong> incluir-me nas mensagens <strong>de</strong> leitores,<br />
para ir a publico minha admiração pelo trabalho<br />
realizado por Leonor Costa e Aragão! O jornal é<br />
realmente um dos principais veiculos <strong>de</strong> informação<br />
<strong>da</strong> categoria <strong>da</strong> Dança no Estado do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, informação esta coloca<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma clara<br />
e límpi<strong>da</strong>, abrindo espaço <strong>de</strong>mocraticamente a todos,<br />
com cui<strong>da</strong>do em levar a informação correta,<br />
utilizando com ética e <strong>de</strong>cência o espaço jornalistico!<br />
Congratulações aos <strong>de</strong>dicados jornalistas, e<br />
vamos juntos pelo avanço e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
Dança!!!<br />
Denise Acquarone, Diretora do SPDRJ, por<br />
email<br />
.............................................<br />
Parabéns, novamente, pela excelente matéria <strong>da</strong><br />
nossa queri<strong>da</strong> Myriam Martinez, lúci<strong>da</strong> e direta,<br />
como sempre! Esse tipo <strong>de</strong> posicionamento, sim,<br />
é positivo à categoria, é o fortalecimento <strong>da</strong> profissão.<br />
A <strong>de</strong>fesa do Sindicato e <strong>da</strong>s Associações<br />
<strong>de</strong> classe é o caminho para que o profissional <strong>da</strong><br />
<strong>da</strong>nça obtenha respeito e a Dança seja valoriza<strong>da</strong>,<br />
como uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica importante para o<br />
Estado e o país.<br />
Denise Acquarone, Diretora do SPDRJ, por<br />
email, sobre do artigo <strong>de</strong> Myriam Martinez “Registro<br />
Profissional, sim!”, publicado na edição<br />
41.<br />
...................................<br />
Parabéns a to<strong>da</strong> a equipe do Jornal Falando <strong>de</strong><br />
Dança pelo trabalho que vem realizando com tanta<br />
serie<strong>da</strong><strong>de</strong> e compromisso. Se transformou num<br />
importante canal <strong>de</strong> comunicação com a população<br />
<strong>da</strong> <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salão prestando gran<strong>de</strong> serviço,<br />
ao mesmo tempo que traz o entretenimento e a<br />
cultura na dose certa. Um trabalho inteligente<br />
<strong>de</strong>ste charmoso veiculo <strong>de</strong> comunicação.<br />
Jorge Rodrigues, por email<br />
NR: Agra<strong>de</strong>cemos as mensagens <strong>de</strong> incentivo recebi<strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong> nossos leitores.<br />
.............................................<br />
Cartas para esta seção:<br />
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expediente na página 18).<br />
..............................................<br />
O Jornal Falando <strong>de</strong> Dança acolhe opiniões sobre<br />
todos os temas <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça. Porém reserva-se o<br />
direito <strong>de</strong> rejeitar insultos, acusações e <strong>de</strong>núncias<br />
<strong>de</strong>sacompanha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> documentação e sem i<strong>de</strong>ntificação<br />
correta do remetente (nome completo,<br />
CPF, i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, en<strong>de</strong>reço e telefone <strong>de</strong> contato).<br />
Devido à limitação <strong>de</strong> espaço, será feita uma seleção<br />
<strong>da</strong>s cartas e, quando não forem suficientemente<br />
concisas, serão publicados os trechos mais<br />
relevantes.<br />
Não serão publica<strong>da</strong>s mensagens <strong>de</strong> conteúdo<br />
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