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Os imigrantes do Núcleo Colonial de São ... - Diversitas - USP

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Dia<strong>de</strong>ma nasceu no Gran<strong>de</strong> ABC: História Retrospectiva da Cida<strong>de</strong> Vermelha<br />

66<br />

Houve conflitos também <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

à existência <strong>do</strong> trabalho obrigatório<br />

<strong>do</strong>s <strong>imigrantes</strong> nas estradas da Vila,<br />

envolven<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta vez problemas consulares,<br />

que exigiram a intervenção<br />

<strong>do</strong> Presi<strong>de</strong>nte da Província. Conforme<br />

o Regulamento <strong>Colonial</strong>, os colonos<br />

eram obriga<strong>do</strong>s a trabalhar um<br />

número variável <strong>de</strong> dias por mês no serviço <strong>de</strong> estradas, gratuitamente,<br />

supon<strong>do</strong>-se que seria <strong>do</strong> seu interesse construir caminhos carroçáveis para<br />

sua produção. Após a emancipação <strong>do</strong> núcleo, a municipalida<strong>de</strong> passou a se<br />

utilizar <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>s colonos para seus serviços públicos, dan<strong>do</strong> orige~<br />

a reclamações e a um inci<strong>de</strong>nte consular com os colonos húngaros da linha<br />

Bernardino <strong>de</strong> Campos. Na ocasião, o cônsul <strong>do</strong> Império Austro-Húngaro<br />

remeteu ofício ao Presi<strong>de</strong>nte da Província, pedin<strong>do</strong> satisfação sobre as reclamações<br />

<strong>do</strong>s colonos. Eles foram obriga<strong>do</strong>s a trabalhar em obras <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

Bernar<strong>do</strong>, <strong>do</strong>is ou três dias por mês, sob ameaça <strong>de</strong> prisão. Da mesma forma,<br />

os colonos poloneses, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s em outro trecho como "morigera<strong>do</strong>s"<br />

escreveram um abaixo assina<strong>do</strong> para recusar o trabalho nas estradas municipais.<br />

Veja como segue:<br />

"Como nem roubamos, nem salquegamos e nem conduzimos ma<strong>de</strong>iras,<br />

não temos tanto interesse nos melhoramentos <strong>de</strong>ste caminho.<br />

Demais temos pagos os nossos lotes e cumpri<strong>do</strong>s com as disposições<br />

legais, e os caminhos que passam por nossos lotes são quase<br />

que exclusivamente utiliza<strong>do</strong>s e estraga<strong>do</strong>s pelos gatunos, salquega<strong>do</strong>res<br />

e carroceiros <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, fican<strong>do</strong>-nos, além disso, ainda impedi<strong>do</strong>s<br />

na exportação <strong>de</strong> nossos produtos...po<strong>de</strong>mos perguntar por<br />

que direito <strong>de</strong>vemos trabalhar para esses últimos, <strong>do</strong>s quais a maior<br />

parte nem quer pagar, nem quer ficar nos lotes; que nos seja permiti<strong>do</strong>,<br />

uma vez este esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas acaba<strong>do</strong>, trabalhar nos consertos<br />

<strong>do</strong>s nossos caminhos, mas só <strong>de</strong>ntro da linha <strong>de</strong> Capivari'.<br />

É notório neste <strong>do</strong>cumento como os <strong>imigrantes</strong> poloneses resistiram em<br />

serem assimila<strong>do</strong>s ao meio e adaptarem-se aos mo<strong>do</strong>s tradicionais <strong>de</strong> vida<br />

da população local (extração e transporte <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras), ao contrário <strong>do</strong>s<br />

<strong>imigrantes</strong> italianos e espanhóis que adaptaram-se com maior facilida<strong>de</strong>'6.

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