Download da Edição em PDF - Folha Ribeirão Pires
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Sexta-feira, 13 de agosto de 2010 Ci<strong>da</strong>de <strong>Folha</strong><br />
Justiça busca documentos para provar<br />
irregulari<strong>da</strong>des <strong>em</strong> contrato médico<br />
Investigação que começou na ci<strong>da</strong>de de Rio Grande <strong>da</strong> Serra, pode esbarrar nas administrações de <strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong> e Mauá<br />
Oficial de Justiça deixa o prédio <strong>da</strong> Corpo & Alma com documentos<br />
Em virtude <strong>da</strong>s investigações<br />
envolvendo a Prefeitura de Rio<br />
Grande <strong>da</strong> Serra e as <strong>em</strong>presas<br />
médicas C<strong>em</strong>ed e MRF Médicos<br />
Associados, a Promotoria <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />
requisitou no último dia 6 de agosto<br />
Secretaria de Saúde de Rio Grande<br />
<strong>da</strong> Serra, a sede <strong>da</strong> MRF <strong>em</strong><br />
<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong> e o escritório <strong>da</strong> Pró-<br />
Mulher (Corpo & Alma), foram<br />
vistoriados e farta documentação<br />
apreendi<strong>da</strong>.<br />
busca e apreensão de documen-<br />
Segundo <strong>da</strong> Promotora de<br />
tos e equipamentos <strong>em</strong> três locais Justiça de Rio Grande <strong>da</strong> Serra,<br />
de atuação <strong>da</strong>s <strong>em</strong>presas. A Sandra Reimberg, desde 2005 a<br />
<strong>Folha</strong>: 06/08/2010<br />
Administração de Rio Grande mantém<br />
contrato com a C<strong>em</strong>ed para<br />
prestação de serviços médicos,<br />
onde a <strong>em</strong>presa seria a responsável<br />
por administrar três plantões diários,<br />
sendo dois de clínica geral e<br />
uma pediatria.<br />
Ain<strong>da</strong> segundo a Promotoria, na<br />
época o Executivo gastava <strong>em</strong><br />
torno de R$ 42 mil por mês para<br />
manter os profissionais, contudo<br />
com a terceirização dos serviços, o<br />
custo saltou para R$ 70 mil, pelo<br />
mesmo número de médicos. Esse<br />
processo perdurou até meados de<br />
2009, quando a C<strong>em</strong>ed desistiu do<br />
contrato, sendo então contrata<strong>da</strong> de<br />
forma <strong>em</strong>ergencial e posteriormente<br />
efetiva<strong>da</strong> a MRF Médicos<br />
Associados, mantendo o valor mês<br />
de R$ 70 mil.<br />
Para a Promotoria, além dos<br />
valores estar<strong>em</strong> muito acima do<br />
valor gasto anteriormente, os contratos<br />
com a C<strong>em</strong>ed e a MRF ain<strong>da</strong><br />
traz<strong>em</strong> indícios de favorecimento<br />
<strong>em</strong> licitação.<br />
“Verificando a documentação,<br />
perceb<strong>em</strong>os que o quadro social <strong>da</strong><br />
C<strong>em</strong>ed e <strong>da</strong> MRF apresenta entre<br />
seus sócios as mesmas pessoas e<br />
que esses ain<strong>da</strong> aparec<strong>em</strong> <strong>em</strong> outra<br />
<strong>em</strong>presa utiliza<strong>da</strong> para participar<br />
<strong>da</strong>s licitações. Por ex<strong>em</strong>plo,<br />
Maurício Gonçalves Fonseca, aparecia<br />
como sócio <strong>da</strong> C<strong>em</strong>ed, depois<br />
<strong>da</strong> MRF e ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> Fonseca; to<strong>da</strong>s<br />
apresentavam propostas <strong>em</strong> concorrências<br />
de diversas Prefeituras,<br />
sendo uma delas, a vencedora. Isso<br />
configura pessoali<strong>da</strong>de do contrato”,<br />
explica a promotora.<br />
Caso as irregulari<strong>da</strong>des dos contratos<br />
sejam comprova<strong>da</strong>s, a<br />
Prefeitura de Rio Grande, na figura<br />
do prefeito, pode ser enquadrado<br />
por Improbi<strong>da</strong>de Administrativa e<br />
as <strong>em</strong>presas e seus representantes,<br />
na burla <strong>da</strong> licitação que configura<br />
crime.<br />
Em nota a Prefeitura de Rio<br />
Grande disse estar à disposição para<br />
contribuir com a Justiça, inclusive<br />
para esclarecer qualquer fase processual<br />
de contratação. Porém, ressalta<br />
que as referi<strong>da</strong>s contratações<br />
foram observa<strong>da</strong>s o devido processo<br />
legal.<br />
No que se refere ao pedido de<br />
busca e apreensão, encara como<br />
uma medi<strong>da</strong> cautelar por parte do<br />
Ministério Público (MP), onde<br />
9<br />
foram apreendidos processos cujas<br />
cópias são as mesmas que já estavam<br />
de posse do MP, cópias essas<br />
cedi<strong>da</strong>s no passado pela própria<br />
Prefeitura. O prefeito Adler Alfredo<br />
Jardim Teixeira (PSDB), o Kiko,<br />
<strong>em</strong> reunião <strong>em</strong> São Paulo não<br />
comentou o caso.<br />
<strong>Ribeirão</strong> <strong>Pires</strong><br />
Após o pedido de busca e<br />
apreensão, a Promotoria percebeu<br />
que a sede <strong>da</strong> MRF fica <strong>em</strong> um dos<br />
prédios de proprie<strong>da</strong>de do secretário<br />
de Saúde de <strong>Ribeirão</strong>, Jorge<br />
Mitidiero, com isso, determinou<br />
que as buscas também foss<strong>em</strong> feitas<br />
na sede <strong>da</strong> Pró-Mulher, que t<strong>em</strong><br />
como bandeira a Corpo & Alma e<br />
fica na Aveni<strong>da</strong> Fortuna, 200, prédio<br />
que abriga as sedes <strong>da</strong>s duas<br />
<strong>em</strong>presas. Em nota, o secretário<br />
informou que não possui qualquer<br />
vínculo com a MRF, sendo a<br />
mesma apenas locatária de algumas<br />
salas existentes no prédio e ain<strong>da</strong><br />
que a <strong>em</strong>presa médica nunca prestou<br />
serviços à Prefeitura de<br />
<strong>Ribeirão</strong>. A reportag<strong>em</strong> não conseguiu<br />
localizar Maurício Fonseca<br />
para comentar as denúncias.