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Comércio de Material Eléctrico e Electrónico<br />
Forte quebra nas vendas<br />
As <strong>maiores</strong> <strong>empresas</strong> de comércio de material<br />
eléctrico e electrónico continuam a sofrer os<br />
efeitos da conjuntura económica, registando<br />
uma diminuição de quase 12 por cento nos<br />
resultados líquidos em 2002 face ao período<br />
AS MAIORES classificação das <strong>empresas</strong> por vendas em 2002<br />
CLASS. CLASS. EMPRESA VENDAS VAR. % RESULT. RENT. CAP. N.º<br />
SECTOR <strong>500</strong> 2002 LíQUIDOS PRÓPRIO % TRAB.<br />
1 50 HEWLETT-PACKARD PORTUGAL S.A. 325.200.000 61,6 N.D. N.D. 168<br />
2 64 COMPUTER 2000 PORTUGUESA LDA 266.354.882 24,2 1.668.395 11,2 90<br />
3 65 WORTEN - EQUIPAMENTOS PARA O LAR S.A. 263.825.472 15,1 14.381.174 66,5 690<br />
4 83 Cª IBM PORTUGUESA S.A. 214.818.070 -3,9 18.473.194 25,0 532<br />
5 88 CPCDI - Cª PORT. COMP. D.P. INFORMÁTICOS.S.A. 187.204.788 6,8 4.709.485 26,5 143<br />
6 104 ERICSSON TELECOMUNICAÇÕES LDA 159.285.724 -18,4 14.881.120 60,9 320<br />
7 112 SAMSUNG - ELECTRÓNICA PORTUGUESA S.A. 149.767.415 1,8 1.603.440 11,9 40<br />
8 119 SONY PORTUGAL LDA 138.655.000 -8,2 6.451.000 27,4 171<br />
9 12 SOLBI - SOC. LUSO BRITÂNICA DE INFORMÁTICA LDA 134.253.092 6,7 1.307.125 10,2 210<br />
10 162 D.L.I. - DISTRIB. E LOGÍSTICA PARA A INFORM. S.A. 110.606.672 -8,0 158.838 2,6 100<br />
TOTAL 27 EMPRESAS DO SECTOR 2.796.195.528 3,1 73.471.139 19,9 4.217<br />
Valores em euros; variação e rentabilidade do sector calculadas com base nas <strong>empresas</strong> que apresentam registos em 2002 e 2001<br />
Comércio de Produtos Petrolíferos<br />
Lenta caminhada<br />
para a liberalização<br />
O comércio de produtos petrolíferos em<br />
Portugal está a ressentir-se da crise económica,<br />
a avaliar pelos dados relativos a<br />
2002, segundo os quais as vendas quase estagnaram.<br />
O aumento estimado das vendas<br />
foi de apenas 0,3 por cento no ano passado,<br />
AS MAIORES classificação das <strong>empresas</strong> por vendas em 2002<br />
CLASS. CLASS. EMPRESA VENDAS VAR. % RESULT. RENT. CAP. N.º<br />
SECTOR <strong>500</strong> 2002 LíQUIDOS PRÓPRIO % TRAB.<br />
1 1 PETROGAL - PETRÓLEOS DE PORTUGAL S.A. 5.205.495.000 -4,1 98.907.000 9,48 2.200<br />
2 9 BP PORTUGUESA S.A. 1.466.605.636 7,5 18.171.250 10,16 333<br />
3 16 SHELL PORTUGUESA LDA 1.041.510.000 -0,5 44.573.000 27,24 315<br />
4 37 CEPSA - PORTUGUESA DE PETRÓLEOS LDA 464.823.903 7,7 3.344.847 5,46 144<br />
5 53 REPSOL PORTUGAL - PETRÓLEO E DERIVADOS LDA 318.473.138 3,5 -4.568.545 -4,33 118<br />
6 59 GALPGESTE - GESTÃO DE ÁREAS DE SERVIÇO LDA 292.800.732 9,7 762.355 63,61 1.126<br />
7 74 ESSO PORTUGUESA S.A. 236.771.038 -0,2 1.274.104 3,64 128<br />
8 92 RODOGESTE LDA 185.199.437 10,4 1.261.226 44,79 540<br />
9 98 CARDOL - SOC. DE COMERC. DE COMBUSTÍVEIS LDA 172.716.223 48,6 406.570 88,89 180<br />
10 111 PETRIN - PETRÓLEOS E INVESTIMENTOS S.A. 151.172.000 1,2 126.000 4,40 10<br />
TOTAL 18 EMPRESAS DO SECTOR 10.004.906.338 0,3 168.650.508 9,81 5.820<br />
Valores em euros; variação e rentabilidade do sector calculadas com base nas <strong>empresas</strong> que apresentam registos em 2002 e 2001<br />
homólogo e uma rentabilidade dos capitais<br />
próprios de 19,9 por cento, quando em 2001<br />
este indicador apontava para uns mais honrosos<br />
30,1 por cento. Isto apesar de um aumento<br />
de três por cento nas vendas, impulsionado<br />
um comportamento que poderá prolongarse<br />
no ano em curso, em que o mercado<br />
voltou a funcionar sob o regime de preços<br />
máximos de venda ao público.<br />
Com um ano de 2003 que nada trouxe<br />
de novo ao sector, apesar das promessas<br />
pelo crescimento substancial de 61,6 por cento<br />
da facturação da Hewlett-Packard Portugal.<br />
A principal empresa do sector de grossistas de<br />
material eléctrico e electrónico, especializada<br />
no ramo dos computadores, subiu graças à fusão<br />
com a Compaq para o primeiro lugar deste<br />
sub-“ranking” e para a 50ª posição na lista das<br />
<strong>500</strong> <strong>maiores</strong> do PÚBLICO, quando na classificação<br />
anterior ocupava, respectivamente, o<br />
quarto e o 84º lugares.<br />
Os problemas deste sector, que tem um<br />
peso de cerca de 3,1 por cento nas vendas<br />
das <strong>500</strong> <strong>maiores</strong>, têm a ver não apenas com<br />
uma retracção generalizada do consumo, mas<br />
também com os atrasos nos pagamentos da<br />
parte do Estado, que continuaram a afectar<br />
o desempenho do segmento dos bens de<br />
equipamento (material eléctrico e electrónico).<br />
Entre as mais atingidas pela descida de<br />
receitas contam-se, por exemplo, as <strong>empresas</strong><br />
de imagem médica (radiologia), que têm uma<br />
forte dependência do Estado em termos de<br />
facturação. Do lado dos bens de consumo<br />
corrente (electrodomésticos), a situação também<br />
não é famosa, com muitas sociedades a<br />
apresentarem resultados negativos ou lucros<br />
próximos do zero.<br />
Apesar da quase estagnação de vendas registada<br />
em 2002, há que assinalar que entraram<br />
este ano para a lista das <strong>500</strong> <strong>maiores</strong> um<br />
total de sete <strong>empresas</strong> ligadas ao comércio de<br />
materiais eléctricos e electrónicos.<br />
Inês Sequeira<br />
de mudança, as <strong>empresas</strong> de comércio de<br />
produtos petrolíferos têm agora encontro<br />
marcado com a liberalização em 2004. É<br />
um encontro com mais garantias, a começar<br />
pelo facto de a proposta de Orçamento do<br />
Estado para 2004 já consagrar o novo regime<br />
de tributação dos combustíveis em sede<br />
de IVA, estabelecendo a sua entrada em<br />
vigor em 1 de Janeiro de 2004. O imposto<br />
devido pela venda de combustível por parte<br />
dos revendedores passa a ser liquidado<br />
por estes com base na margem efectiva de<br />
vendas. O novo regime estabelece também<br />
que os revendedores devem manter registos<br />
separados das aquisições e vendas dos combustíveis<br />
abrangidos por este regime.<br />
É assim previsível que a liberalização<br />
dos preços de venda dos combustíveis comporte<br />
alterações num sector cujo “ranking”<br />
empresarial não tem conhecido grandes<br />
oscilações, com a petrolífera portuguesa,<br />
Petrogal, a dominar o mercado.<br />
Apesar de 2002 ter sido um ano de crise,<br />
as <strong>empresas</strong> conseguiram mesmo assim um<br />
aumento residual das vendas no seu conjunto.<br />
O outro dado distintivo em relação<br />
ao ano transacto é o da rentabilidade dos<br />
capitais próprios, que baixou ligeiramente<br />
de 20,3 para 9,8 por cento. Pese embora<br />
a descida, este rácio mantém-se acima da<br />
média das <strong>500</strong> <strong>maiores</strong> <strong>empresas</strong> portuguesas<br />
não financeiras (8,9 por cento).<br />
Em termos individuais, há casos singulares,<br />
como a Cardol, a Galpgeste e<br />
a Rodogeste, com resultados líquidos a<br />
equivalerem a entre 88 e 44 por cento dos<br />
respectivos capitais próprios.<br />
Lurdes Ferreira<br />
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