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Catálogo da exposição "Edital 11" - Secult - Governo do Estado do ...

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EDITAL 11<br />

Fátima Nader<br />

Ignez Capovilla<br />

Júlio Tigre<br />

Tom Boechat<br />

Victor Monteiro<br />

Organização<br />

Bernadette Rubim Teixeira<br />

Exposição de 22 de março a 8 de maio de 2011.<br />

Museu de Arte <strong>do</strong> Espírito Santo Dionísio Del Santo - Maes


O <strong>Edital</strong> 11 possibilitou que cinco artistas <strong>do</strong> Espírito Santo desenvolvessem<br />

os seus respectivos projetos e criassem as suas obras volta<strong>da</strong>s a reflexões<br />

sobre temas pertinentes ao cotidiano de to<strong>do</strong>s nós, beneficia<strong>do</strong>s pelos<br />

recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Cultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo - Funcultura.<br />

Utilizan<strong>do</strong> suportes distintos, as obras, apresenta<strong>da</strong>s em conjunto nesta<br />

exposição no Museu <strong>do</strong> Arte <strong>do</strong> Espírito Santo (Maes), estimulam o público<br />

a exercitar o olhar e a percepção <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de que o circun<strong>da</strong>. A ci<strong>da</strong>de aparece<br />

como cenário e como matéria-prima <strong>do</strong>s artistas nesta busca de uma<br />

forma de expressão contemporânea e, ao mesmo tempo, de revelação de<br />

sua sensibili<strong>da</strong>de e de sua própria alma.<br />

Que o público desfrute os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> pesquisa e <strong>da</strong> criativi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s<br />

artistas de nossa terra e valorize ain<strong>da</strong> mais a arte aqui produzi<strong>da</strong>.<br />

José Paulo Viçosi<br />

Secretário de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cultura <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

T772<br />

Da<strong>do</strong>s Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)<br />

<strong>Edital</strong> 11 / Organiza<strong>do</strong>ra: Bernadette Rubim Teixeira. – Vitória:<br />

Secretaria de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cultura , 2011.<br />

32 p., 10 f. de lâms. : il. somente retrs. ; 28 cm.<br />

Exposição de 22 de março a 8 de maio de 2011. Museu de<br />

Arte <strong>do</strong> Espírito Santo – Dionísio Del Santo.<br />

ISBN 978-85-64423-01-5<br />

1. Arte moderna – Séc. XXI – Espírito Santo (Esta<strong>do</strong>)<br />

- Exposições. 2. Fotografia – Exposições. 3. Escultura –<br />

Exposições. 4. Instalações (Arte) – Vitória (ES). 6. Artistas<br />

capixabas. 8. Vídeoarte. 9. Patrimônio cultural. I. Teixeira,<br />

Bernadette Rubim. II. Museu de Arte <strong>do</strong> Espírito Santo. Dionísio<br />

Del Santo. III. Espírito Santo (Esta<strong>do</strong>). Secretaria de Cultura.<br />

CDD: 709.8152<br />

CDU: 7.036(815.2)


Onze por cinco<br />

Bernadette Rubim Teixeira<br />

A exposição <strong>Edital</strong> 11 reúne no Museu de Arte <strong>do</strong> Espírito Santo Dionísio<br />

Del Santo (Maes) a produção de cinco artistas capixabas vence<strong>do</strong>res <strong>do</strong> prêmio<br />

Bolsa Ateliê em Artes Visuais, versão 2010.<br />

O prêmio, concedi<strong>do</strong> pela Secretaria de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cultura <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo, com recursos <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de Cultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo – Funcultura,<br />

visa ao incentivo <strong>da</strong> produção artística capixaba, à qualificação <strong>do</strong>s<br />

artistas seleciona<strong>do</strong>s e ao aperfeiçoamento <strong>do</strong> seu trabalho, mediante o<br />

acompanhamento e a supervisão de um orienta<strong>do</strong>r. Os premia<strong>do</strong>s <strong>da</strong> edição<br />

2010 foram Fátima Nader, Ignez Capovilla, Júlio Tigre, Tom Boechat e Victor<br />

Monteiro.<br />

Para a arte contemporânea, “criar é descobrir novos senti<strong>do</strong>s, mostrar as<br />

possibili<strong>da</strong>des originais de o mun<strong>do</strong> aparecer” 1 e é nesse senti<strong>do</strong> que a arte<br />

capixaba atravessa um momento de vitali<strong>da</strong>de por meio de uma produção<br />

original e afina<strong>da</strong> com as questões <strong>do</strong> nosso tempo, marca<strong>do</strong>, no campo <strong>da</strong>s<br />

Artes Visuais, por uma multiplici<strong>da</strong>de de correntes que especulam e experimentam<br />

linguagens individuais.<br />

Artistas como Ivanilde Brunow, Orlan<strong>do</strong> Farya e Sami Hilal já levam o<br />

nome <strong>do</strong> Espírito Santo para outros esta<strong>do</strong>s e para fora <strong>do</strong> Brasil. E isso não<br />

é de agora. Além desses, temos também jovens capixabas, como é o caso de<br />

Miro Soares e Marcus Vinícius. O primeiro se arroja por paragens diversas em<br />

busca <strong>do</strong> aprofun<strong>da</strong>mento de uma poética individual enquanto que o outro,<br />

ao se embrenhar no caminho <strong>da</strong> performance, cria redes multinacionais e<br />

promove um intercâmbio de artistas que inclui a ci<strong>da</strong>de de Vitória no circuito<br />

internacional desse tipo de expressão artística.<br />

Exposições realiza<strong>da</strong>s no Museu Vale, no Palácio Anchieta, na Galeria<br />

Homero Massena, na Ufes e em outros espaços expositivos de Vitória, bem<br />

como no próprio Maes, têm demonstra<strong>do</strong> que a Arte Contemporânea Capixaba,<br />

mais especificamente as Artes Visuais, está se fortalecen<strong>do</strong>. E é para<br />

ampliar as possibili<strong>da</strong>des de pesquisa aos artistas locais que existe o <strong>Edital</strong><br />

Bolsa Ateliê.<br />

Mas por que Bolsa Ateliê?<br />

Ateliê é o espaço físico ou mental de criação <strong>do</strong> artista, seu lugar mais íntimo,<br />

palco de especulações, experimentos, avanços e recuos envolvi<strong>do</strong>s no<br />

processo de elaboração e feitura de suas obras. Deixo a cargo <strong>da</strong> historiografia<br />

<strong>da</strong> arte as discussões sobre o papel <strong>da</strong> inspiração, <strong>da</strong> intencionali<strong>da</strong>de,<br />

<strong>do</strong> trabalho e <strong>da</strong> disciplina no ato de criar, bem como sobre o que seja o ato<br />

criativo nas artes. Mas em que espaço esse ato acontece? Por que, para alguns<br />

artistas, é tão importante um lugar especial para esse exercício, mesmo<br />

quan<strong>do</strong> a ênfase está no conceito?<br />

Relembran<strong>do</strong> apenas momentos mais próximos <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de, vemos<br />

que, ao contrário de artistas como Brancusi ou Mark Rothko, o ateliê como<br />

lugar sagra<strong>do</strong> não fazia senti<strong>do</strong> para Joseph Beuys e Marcel Duchamp, preocupa<strong>do</strong>s<br />

em tornar menos níti<strong>do</strong>s os contornos divisórios entre vi<strong>da</strong> e arte.<br />

Entretanto, para Jackson Pollock, o ateliê se constituía em um lugar de esquecimento<br />

e de concentração no próprio trabalho, ao passo que Andy Warhol<br />

agregou ao ateliê a ideia de fábrica e de local para reuniões sociais. Além<br />

disso, artistas americanos, como Robert Rauschenberg e Jasper Johns, a<br />

partir <strong>do</strong>s Anos 50 <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, converteram antigas pequenas indús-<br />

1. Fernan<strong>do</strong> Pessoa. Museu de arte<br />

contemporânea – O Caso <strong>do</strong> Museu<br />

Vale. In: Crítica em Artes. Erly Milton<br />

Vieira Júnior et al. Vitória: SECULT.<br />

2010.


trias em locais de moradia, de trabalho e de encontros – espaços multidisciplinares<br />

–, o que contribuiu para a renovação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Nova Iorque.<br />

O ateliê contemporâneo comporta quase to<strong>do</strong> tipo de espaço e conceito.<br />

Do galpão ao escritório, <strong>do</strong> apartamento ao computa<strong>do</strong>r portátil,<br />

<strong>da</strong> cozinha alquímica ao bloco de notas, <strong>do</strong> avião à cabana rústica e<br />

desta ao cyber space. O centro não mais precisa estar no centro e a<br />

ubiqui<strong>da</strong>de passa a ser a utopia 2 .<br />

Por meio <strong>da</strong>s novas mídias e <strong>da</strong>s tecnologias são amplia<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong>des<br />

não só <strong>do</strong> local de elaboração e de feitura <strong>da</strong> obra, mas também<br />

<strong>da</strong> própria ativi<strong>da</strong>de artística, exigin<strong>do</strong>, igualmente, maior reflexão sobre as<br />

relações entre Ciência e Arte.<br />

O prêmio Bolsa Ateliê em Artes Visuais se situa no <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> contemporanei<strong>da</strong>de,<br />

<strong>da</strong> pesquisa e <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de, pois se trata de um projeto que<br />

incentiva o exame e a investigação de linguagens nas artes plásticas em<br />

condições e estatuto análogos aos <strong>da</strong> ciência e <strong>da</strong> tecnologia. Constitui-se<br />

como um espaço de criação, de pensamento e de circulação de ideias absolutamente<br />

necessário ao ambiente artístico <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Vitória.<br />

O Bolsa Ateliê consiste na concessão de um prêmio a um artista ou a um<br />

grupo, oportunizan<strong>do</strong>-lhe, ao mesmo tempo, a divulgação, o aprimoramento<br />

e o desenvolvimento de sua poética. A bolsa tem a duração de oito meses e<br />

a evolução <strong>do</strong>s trabalhos é acompanha<strong>da</strong> por um orienta<strong>do</strong>r indica<strong>do</strong> pelo<br />

artista.<br />

Os cinco projetos vence<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>Edital</strong> 11 no ano de 2010 foram escolhi<strong>do</strong>s<br />

pela comissão forma<strong>da</strong> por Valdelino Gonçalves <strong>do</strong>s Santos, Kátia<br />

Canton e Ronal<strong>do</strong> Barbosa. Foi um total de quarenta concorrentes habilita<strong>do</strong>s,<br />

número que demonstra o interesse <strong>do</strong> público alvo e evidencia a<br />

importância <strong>do</strong> projeto para a comuni<strong>da</strong>de artística <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

A mostra <strong>Edital</strong> 11, realiza<strong>da</strong> no Maes, é o marco de conclusão de uma<br />

etapa, mas não significa o encerramento <strong>da</strong>s pesquisas realiza<strong>da</strong>s, pois<br />

estas ain<strong>da</strong> podem reverberar em continui<strong>da</strong>des e/ou novas proposições. A<br />

exposição nasceu <strong>do</strong> desejo de ampliar a visibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s trabalhos desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

no projeto Bolsa Ateliê e, conceitualmente, se vincula a princípios<br />

<strong>da</strong> arte contemporânea; transitória, precária, atemporal...<br />

A escolha <strong>do</strong>s trabalhos em exibição coube à cura<strong>do</strong>ria realiza<strong>da</strong> pelos<br />

orienta<strong>do</strong>res e pelos próprios artistas, os quais tiveram total liber<strong>da</strong>de de<br />

decidirem o que seria mostra<strong>do</strong>.<br />

Falemos <strong>da</strong>s propostas e <strong>da</strong> exposição:<br />

Fátima Nader foi orienta<strong>da</strong> por Neusa Mendes 3 no projeto Jardins e<br />

outras delicadezas. Tal trabalho propõe uma ação no entorno <strong>do</strong> ateliê <strong>da</strong><br />

artista, localiza<strong>do</strong> na Esca<strong>da</strong>ria Beatrice Poli Monjardim, em Fradinhos –<br />

bairro de Vitória que ain<strong>da</strong> apresenta características bucólicas. Para Fátima,<br />

o jardim, com “Sua concepção espacial artificial determina a visão contemplativa<br />

de um pequeno mun<strong>do</strong> dentro <strong>da</strong> paisagem que se faz ver, ao<br />

mesmo tempo em sua materiali<strong>da</strong>de e sua poética” 4 .<br />

De seu ateliê, Fátima avista a Pedra <strong>do</strong>s Olhos, pássaros em revoa<strong>da</strong><br />

e pequenos jardins que são fotografa<strong>do</strong>s e reapresenta<strong>do</strong>s nas paredes<br />

2. Lauro Cavalcanti. In: Atelier Contemporâneo:<br />

Projeto Finep no Paço<br />

Imperial. s. l.: Salamandra, 1998.<br />

3. Neusa Maria Mendes. Mestre em<br />

Comunicação e Semiótica/PUC-SP,<br />

2003. Doutoran<strong>da</strong> em Comunicação<br />

e Semiótica/PUC-SP, foi Secretária<br />

de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cultura <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo e coordenou o restauro <strong>do</strong><br />

Palácio Anchieta.<br />

4. Fátima Nader. Depoimento.<br />

5. Bairro de Vitória onde se inseria a<br />

região de Fradinhos no Século XIX.<br />

6. Apareci<strong>do</strong> José Cirillo. Professor<br />

<strong>do</strong> Centro de artes <strong>da</strong> Ufes. Mestre<br />

Educação/Ufes. Doutor em Comunicação<br />

e Semiótica/PUC-SP.<br />

7. Apereci<strong>do</strong> José Cirillo. Relatório<br />

<strong>Edital</strong> 11/2010.<br />

8. Júlio Tigre. Relatório <strong>Edital</strong><br />

11/2010.<br />

9. Idem<br />

internas <strong>do</strong> ateliê e em seu entorno. Do livro Segun<strong>da</strong> Viagem ao Interior <strong>do</strong><br />

Brasil: Espírito Santo, de Auguste de Saint-Hilaire, a artista retirou gravuras<br />

e palavras que inseriu nos desenhos, como cultivar, contemplar, ver, persuadir,<br />

desaparecer, utiliza<strong>da</strong>s pelo autor a fim de registrar suas impressões<br />

sobre a região de Jucutuquara 5 e os costumes de seus habitantes, no início<br />

<strong>do</strong> Século XIX.<br />

Jardins e outras delicadezas apresenta essas imagens transforma<strong>da</strong>s<br />

num mun<strong>do</strong> de subjetivi<strong>da</strong>des e sutilezas por meio de desenhos e de pinturas<br />

de uma leveza extrema. Em contraparti<strong>da</strong>, a tenui<strong>da</strong>de dessas formas<br />

esconde <strong>do</strong>s menos avisa<strong>do</strong>s a violência <strong>da</strong> ação que as engendrou em<br />

alguns momentos: o talhe hábil e justo <strong>do</strong> bisturi que descarna o papel<br />

em finas lâminas/pétalas ou que, em leves incisuras nas paredes, desloca<br />

cama<strong>da</strong>s de tinta crian<strong>do</strong> formas quase invisíveis. Formas essas que, ironicamente,<br />

como fantasmas desaparecerão com o término <strong>do</strong> projeto.<br />

O trabalho de Fátima vem para o Museu na forma de vídeo realiza<strong>do</strong><br />

a partir <strong>da</strong>s imagens/matrizes que deram origem aos desenhos expostos<br />

no ateliê. São fotos e desenhos mais níti<strong>do</strong>s, anteriores às interferências<br />

que sofreram durante o processo. Com duração de <strong>do</strong>is minutos, o vídeo<br />

preserva to<strong>da</strong> a delicadeza <strong>do</strong> traço precavi<strong>do</strong>, <strong>do</strong> corte justo e <strong>da</strong> palavra<br />

oportuna emprega<strong>do</strong>s pela artista.<br />

Inquilino Ateliê em Campo Amplia<strong>do</strong> foi o projeto de intervenção urbana<br />

proposto por Júlio Tigre. Orienta<strong>do</strong> por José Cirillo 6 , trata-se <strong>da</strong> ocupação de<br />

um sobra<strong>do</strong> na Rua Graciano Neves, nº 427, esquina com a Maria Saraiva,<br />

no Centro de Vitória, de uma intervenção centra<strong>da</strong> no<br />

deslocamento <strong>da</strong>s relações perceptivas para espaços fora <strong>do</strong> chama<strong>do</strong><br />

cubo branco <strong>da</strong>s galerias e <strong>do</strong>s circuitos oficiais <strong>da</strong> arte. Seu objetivo é<br />

destacar a fratura nos mo<strong>do</strong>s de ver a arte, característica <strong>da</strong> arte contemporânea;<br />

sua ação coloca o público na posição de co-autor ao interagir<br />

de mo<strong>do</strong> ativo e a obra deixa de ser um objeto de apreciação e<br />

torna-se um objeto de interação. Interação <strong>da</strong> memória <strong>do</strong> artista com a<br />

<strong>do</strong> público media<strong>da</strong> pela memória <strong>do</strong> espaço escolhi<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s efeitos de<br />

senti<strong>do</strong> que provoca no artista e naqueles que interagem com a obra 7 .<br />

Segun<strong>do</strong> Júlio, a definição de ateliê como campo amplia<strong>do</strong> instaura o<br />

processo de criação <strong>da</strong> obra e configura as intervenções no mesmo local:<br />

criação e exibição fundi<strong>da</strong>s num mesmo espaço e processo. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

o ateliê é, simultaneamente, obra e espaço expositivo. Uma <strong>da</strong>s preocupações<br />

<strong>do</strong> artista foi a de não escamotear a reali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> local, mas sim de<br />

preservar para o especta<strong>do</strong>r uma “experiência priva<strong>da</strong> com a arte” 8 . Segun<strong>do</strong><br />

ele, o sobra<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> contrasta com o movimento acelera<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de na “duração quase monástica de uma velha sepultura. O edifício<br />

range, enverga, mas resiste às intempéries e assombra a rua” 9 . To<strong>do</strong> o processo<br />

<strong>do</strong> trabalho foi <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong> em vídeo e em fotografia. Dessa forma,<br />

os registros capta<strong>do</strong>s no espaço Presença – Projeto Inquilino 3ª Edição puderam<br />

ser estendi<strong>do</strong>s até o Museu.<br />

Na sala <strong>do</strong> Maes, o edifício se abre em planos transparentes, dispostos<br />

de forma a permitir um passeio por suas entranhas, onde as imagens


<strong>da</strong> instalação se mostram como vísceras de um organismo estranho,<br />

com ruí<strong>do</strong>s e silêncios, vazios e surpresas, que podem ou não remeter à<br />

experiência solitária de quem vivenciou a visita ao ateliê Inquilino.<br />

Já (Re)encontro com a paisagem, de Ignez Capovilla, e Lugar, de Tom<br />

Boechat, são projetos que se baseiam na técnica <strong>da</strong> fotografia. Ignez é orienta<strong>da</strong><br />

por Mariana de Moraes 10 e montou seu ateliê no anexo <strong>da</strong> Galeria<br />

Homero Massena, onde se recolheu para realizar suas pesquisas, ten<strong>do</strong><br />

também, em diversos momentos, compartilha<strong>do</strong> o espaço com outros artistas.<br />

Com o intuito de expandir sua experiência para além <strong>do</strong> ateliê, criou o<br />

blog napaisagem [napaisagem.wordpress.com], como ferramenta de comunicação<br />

<strong>do</strong> projeto.<br />

A orienta<strong>do</strong>ra Mariana de Moraes faz o convite a um (re)encontro com a<br />

paisagem, propon<strong>do</strong> trabalhar<br />

no lugar <strong>do</strong> entre: entre o visível e o invisível, entre o público e o priva<strong>do</strong>,<br />

entre o real e a ficção. [...] nesse lugar, a arte entra para tornar público<br />

esse encantamento, tornar visível esse invisível, transformar a vi<strong>da</strong> em<br />

narrativa, no incessante movimento de troca e transfigurações 11 .<br />

As fotografias de Ignez habitam esse lugar onde a arte lança mão de tecnologias<br />

atuais para tornar visível aos outros aquilo que só a sensibili<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> artista percebeu. Paisagens de interiores, naturezas-mortas, veladuras,<br />

profundi<strong>da</strong>des e tons baixos que denotam intimi<strong>da</strong>de e recolhimento; imagens<br />

discretas que parecem revelar a natureza <strong>da</strong> artista.<br />

Entretanto, <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong>, existe o horizonte que dá a imensa medi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

paisagem. Uma linha à altura <strong>do</strong>s nossos olhos, contínua e feita de pequenos<br />

módulos. Horizonte: tu<strong>do</strong> entre o céu e a terra, ou entre o céu e o mar.<br />

No projeto Lugar, Tom Boechat é orienta<strong>do</strong> por Orlan<strong>do</strong> <strong>da</strong> Rosa Farya 12 .<br />

10. Mariana Santos Antonio de<br />

Moraes. Artista-pesquisa<strong>do</strong>ra, trabalha<br />

a partir <strong>do</strong> conceito de [HnA]<br />

molécula multiplica<strong>do</strong>ra de arte.<br />

Especialização em Comunicação<br />

Estratégica, Ufes, 2008.<br />

11. Mariana de Moraes. Relatório <strong>do</strong><br />

<strong>Edital</strong> 11/2010.<br />

12. Orlan<strong>do</strong> <strong>da</strong> Rosa Farya. Artista<br />

Plástico e Professor <strong>do</strong> Departamento<br />

de Artes Visuais <strong>da</strong> Ufes.<br />

Mestre em História Social <strong>da</strong> Cultura/PUC-Rio.<br />

13. Tom Boechat. Depoimento <strong>do</strong><br />

artista.<br />

Em sua pesquisa, Tom investiga os possíveis pontos de diálogo entre a<br />

pintura e a fotografia contemporâneas e propõe a realização de uma série<br />

fotográfica que aborde, tanto no processo criativo quanto no resulta<strong>do</strong> final,<br />

questões pertinentes a essas duas linguagens: aspectos de bidimensionali<strong>da</strong>de<br />

e tridimensionali<strong>da</strong>de na representação visual, materiali<strong>da</strong>de pictórica<br />

e representação de textura e de cama<strong>da</strong>s de cor no suporte fotográfico, o<br />

corte espacial/temporal <strong>da</strong> fotografia, o instantâneo e sua transitorie<strong>da</strong>de,<br />

a representação figurativa, a criação de campos de cores, a imagem abstrata<br />

na produção fotográfica e a produção de mun<strong>do</strong>s ficcionais a partir <strong>da</strong><br />

representação fotográfica <strong>do</strong> real.<br />

Em depoimento, Tom afirma que<br />

A Bolsa Ateliê de Artes Visuais propiciou os recursos financeiros necessários<br />

para que eu tivesse tempo e recursos materiais para aprofun<strong>da</strong>r<br />

minha pesquisa sobre a fotografia contemporânea e seus pontos de<br />

diálogo com a pintura. Através <strong>do</strong> edital foi possível <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de<br />

a um trabalho desenvolvi<strong>do</strong> nos últimos 5 anos e assim apontar novos<br />

rumos. Além disso, pude desenvolver to<strong>do</strong> o trabalho sem qualquer<br />

pressão institucional ou merca<strong>do</strong>lógica, com o apoio de um orienta<strong>do</strong>r<br />

e com a estrutura necessária para expor o resulta<strong>do</strong> final para o público<br />

13 .<br />

As quatro fotografias apresenta<strong>da</strong>s nesta exposição foram produzi<strong>da</strong>s<br />

no cenário urbano <strong>da</strong> Grande Vitória durante o perío<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bolsa. O artista<br />

retratou construções em esta<strong>do</strong> de aban<strong>do</strong>no, semidestruí<strong>da</strong>s, ex-lugares<br />

que vão surgin<strong>do</strong> nas ci<strong>da</strong>des em sua ânsia de renovação. Para<strong>do</strong>xalmente,<br />

esses ex-lugares preservam características que interessam ao artista: planos,<br />

justaposições, cama<strong>da</strong>s pictóricas sobreviventes e mistérios.


Não sei se pela dimensão <strong>da</strong>s obras, pela planari<strong>da</strong>de conferi<strong>da</strong> às imagens,<br />

pelos campos de cor ou se, por tu<strong>do</strong> isso junto, Lugar transformou o<br />

local/museu em espaço de experiência <strong>da</strong> fotografia que fala <strong>da</strong> pintura,<br />

que remete a Mark Rothko, que quase cheira a tinta.<br />

Apontamentos é a instalação que Victor Monteiro apresenta no Museu.<br />

Seu orienta<strong>do</strong>r foi Luciano Car<strong>do</strong>so 14 . A arte de Victor se realiza a partir<br />

de fragmentos <strong>da</strong> natureza. São galhos e restos de árvores pica<strong>do</strong>s pela<br />

lâmina humana, como mostra um vídeo na parede <strong>da</strong> sala. A precisão <strong>do</strong><br />

golpe que incide sobre a madeira pode nos remeter à atitude insensível <strong>do</strong><br />

homem sob a tentativa de <strong>do</strong>minar a natureza. Porém, aqui o que se sobressai<br />

é a concentração monástica, o trabalho paciente, exaustivo, persistente<br />

e quase obsessivo <strong>do</strong> artista.<br />

As peças assim esculpi<strong>da</strong>s estão justapostas sobre um suporte, como<br />

que suspensas a um metro <strong>do</strong> chão, e forman<strong>do</strong> uma superfície espinhosa<br />

semelhante às que encontramos na natureza. Entretanto, elas não provocam<br />

repulsa. Ao contrário disso, as peças convi<strong>da</strong>m ao toque. Tratam-se de<br />

galhos secos, sem vi<strong>da</strong> e em processo de deterioração. Suas cores, mesmo<br />

que distintas, já não possuem o viço primitivo.<br />

Pendente no teto, uma luminária submete esses galhos a uma luz amarela<strong>da</strong>,<br />

destacan<strong>do</strong>-os na penumbra <strong>da</strong> sala. A luz é como um sol a acariciá-los.<br />

Os galhos permanecem ali, ao calor desse sol, como se pudessem<br />

reverter o processo natural, voltar à vi<strong>da</strong> e brotar de novo. E ain<strong>da</strong> nos brin<strong>da</strong>m<br />

com um chão de estrelas.<br />

Vivencian<strong>do</strong> essa exposição e percorren<strong>do</strong>-a é possível perceber que<br />

projetos gera<strong>do</strong>s de forma completamente independente se tocam por meio<br />

<strong>do</strong>s conceitos de paisagem, sen<strong>do</strong> que esta funciona como um fio que permeia<br />

os trabalhos, situan<strong>do</strong>-os numa teia de subjetivi<strong>da</strong>des.<br />

Se Ignez Capovila, em seu [Re]encontro com a paisagem, relata paisagens<br />

interiores, cria espaços para sutis [re]velações e imagens que nos fazem<br />

supor uma suspensão no tempo, Fátima Nader traz o entorno para<br />

dentro <strong>do</strong> seu ateliê por meio de desenhos, pinturas, sobreposições e colagens,<br />

em imagens revesti<strong>da</strong>s <strong>da</strong> delicadeza e <strong>do</strong> gesto incisivo que trazem<br />

a ambigui<strong>da</strong>de presente em sua poética.<br />

A paisagem urbana se mostra com maior evidência nos trabalhos de<br />

Tom Boechat e de Júlio Tigre quan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>is artistas utilizam lugares, espaços<br />

e construções que fazem parte <strong>do</strong>s cenários <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Além disso,<br />

ain<strong>da</strong> temos a floresta latente nos apontamentos de Victor Monteiro que,<br />

se quisermos, pode se transformar nos caminhos de jardins percorri<strong>do</strong>s por<br />

Fátima Nader.<br />

A mostra <strong>Edital</strong> 11 traz ao público <strong>do</strong> Museu obras que constituem parte<br />

<strong>da</strong> pesquisa propicia<strong>da</strong> pelo prêmio Bolsa Ateliê, como uma forma de democratizar<br />

o conhecimento e de ampliar a visibili<strong>da</strong>de desses trabalhos,<br />

além de permitir sua inserção num circuito mais amplo. O panorama <strong>da</strong>s<br />

artes capixabas inclui um universo ain<strong>da</strong> maior de artistas e de meios que,<br />

com a permanência e a ampliação <strong>da</strong>s políticas públicas volta<strong>da</strong>s ao campo<br />

<strong>da</strong>s Artes Visuais, tendem a se estender ain<strong>da</strong> mais.<br />

14. Luciano Coutinho Car<strong>do</strong>so.<br />

Artista Plástico e Professor com<br />

Pós-Graduação em Arteterapia em<br />

Educação e Saúde pela Facul<strong>da</strong>de<br />

Cândi<strong>do</strong> Mendes.


Fátima Nader<br />

Possui graduação em Artes Plásticas Bacharela<strong>do</strong><br />

(1989) e em Educação Artística Licenciatura<br />

(2001) pela Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo, e mestra<strong>do</strong> em Artes (2009) pela mesma<br />

universi<strong>da</strong>de. Atualmente, cursa Doutora<strong>do</strong> em<br />

Comunicação e Semiótica, na Pontifícia Universi<strong>da</strong>de<br />

Católica de São Paulo, desenvolven<strong>do</strong><br />

o projeto de tese Memória e Esquecimento na<br />

Invenção <strong>do</strong> Jardim.


“Jardins e outras delicadezas”<br />

Vídeo, 2 minutos<br />

2011


Ignez Capovilla<br />

Graduan<strong>da</strong> em Artes Visuais na Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal <strong>do</strong> Espírito Santo desde 2005, forma<strong>da</strong><br />

no Curso Superior de Fotografia <strong>do</strong> Centro Universitário<br />

Vila Velha em 2006. Participou de<br />

exposições coletivas e como artista/pesquisa<strong>do</strong>ra<br />

<strong>do</strong> Pie<strong>da</strong>rte, projeto/extensão <strong>da</strong> exposição<br />

“Andy Warhol – arte e práticas para o dia a dia”.


“Presente”<br />

Fotografias<br />

2010


Júlio Tigre<br />

Possui graduação em Artes Plasticas pela Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal <strong>do</strong> Espírito Santo (1999).<br />

<strong>do</strong>utoran<strong>do</strong> no programa: Lenguages y Poéticas<br />

en El Arte Contemporaneo na Universi<strong>da</strong>d de<br />

Grana<strong>da</strong>, Espanha desde 2007. Tem experiência<br />

na área de artes, com ênfase em escultura,<br />

instalaçao, vídeo/performance.


Presença – Projeto Inquilino 3ª Edição<br />

Videoinstalação<br />

2011<br />

Vídeo Full Hd<br />

Áudio 5.1<br />

Captação, edição de imagens e áudio:<br />

Alexandre Barcelos<br />

Grupo de apoio na residência:<br />

Coletivo Embira


Tom Boechat<br />

Estu<strong>do</strong>u fotografia no ICP – International Center<br />

of Photography, em Nova York. É fotógrafo<br />

associa<strong>do</strong> à Usina de Imagem e à OÁ Galeria,<br />

com trabalhos publica<strong>do</strong>s em diversas revistas<br />

e jornais nacionais e internacionais. Possui<br />

trabalhos autorais produzi<strong>do</strong>s em Tóquio, Nova<br />

Iorque, Rio de Janeiro e Vitória.


Fotografia digital,<br />

Impressão em jato de tinta<br />

2010 e 2011<br />

Tratamento <strong>da</strong>s imagens:<br />

Pablo Carneiro/Usina de Imagem


Victor Monteiro<br />

Artista graduan<strong>do</strong> no curso de Artes Plásticas<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

(2003), iniciou sua produção/pesquisa em desenho<br />

e pintura, e, posteriormente, passou a<br />

desenvolver projetos/pesquisa de instalação e<br />

práticas alternativas de trabalho. Atuou como<br />

professor de Artes em Vila Velha e como arteeduca<strong>do</strong>r<br />

em projetos sociais em Vitória – Secri,<br />

Cajun e Pie<strong>da</strong>rte.<br />

“Apontamentos”<br />

Instalação<br />

2011


<strong>Governo</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Espírito Santo<br />

Museu de Arte <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

Dionísio Del Santo<br />

Exposição<br />

Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Renato Casagrande<br />

Diretora<br />

Leila Horta<br />

Coordenação<br />

Bernadette Rubim Teixeira<br />

Vice-Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

Gival<strong>do</strong> Vieira<br />

Assessora especial<br />

Rosane Baptista<br />

Desenvolvimento<br />

Fabrício Coradello<br />

Secretário de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cultura<br />

José Paulo Viçosi<br />

Arte-Educação<br />

Ana Luiza de Oliveira Bringuente<br />

Expografia<br />

Júlio Schmidt<br />

Subsecretário de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Cultura<br />

Erlon José Paschoal<br />

Supervisor de espaço<br />

Joaquim Galdino de Oliveira<br />

Design gráfico<br />

Vinícius Guimarães<br />

Subsecretária de Esta<strong>do</strong><br />

de Patrimônio Cultural<br />

Joelma Consuêlo Fonseca e Silva<br />

Gerente de Ação Cultural<br />

Mauricio José <strong>da</strong> Silva<br />

Apoio técnico<br />

Edson <strong>da</strong> Silva<br />

Il<strong>da</strong> Chagas Car<strong>do</strong>so<br />

Estagiários – media<strong>do</strong>res<br />

Anderson Soares Nepomuceno<br />

Lara Carpane<strong>do</strong> Carlini<br />

Renan Andrade<br />

Iluminação<br />

Antônio Mendell<br />

Montagem<br />

Equipe Tuca Sarmento<br />

Equipamentos<br />

CBTEC Vix<br />

Instituto Sincades<br />

Presidente<br />

I<strong>da</strong>lberto Luiz Moro<br />

Gerente executivo<br />

Dorval Uliana<br />

Analista de projetos<br />

Denise Mo<strong>do</strong>lo de Assunção<br />

Assistente de projetos<br />

Livia Brunoro<br />

Estagiária – biblioteca<br />

Fernan<strong>da</strong> de Souza<br />

Jessica Evangelista Rodrigues<br />

Receptivo<br />

Carlos Monteiro <strong>do</strong>s Santos<br />

Fabrício Silva Pinto<br />

Jose Luis Coelho de Mace<strong>do</strong><br />

José Renato Carneiro<br />

José Waldyr de Almei<strong>da</strong> Gomes<br />

Wanderson Pereira Melo<br />

Apoio<br />

Andrea de Mellos<br />

Bianca <strong>da</strong> Conceição<br />

Sonia Maria Silva<br />

George <strong>da</strong> Conceição<br />

Apoio segurança<br />

Arquiles <strong>do</strong>s Santos Alves<br />

Antônio Marcos Correa <strong>da</strong> Silva<br />

Antônio de Pádua Monteiro<br />

Diego Araujo Rodrigues<br />

Erasmo Vasconcelos Viana<br />

Pablo <strong>do</strong>s Santos Pinto<br />

Robson de Assis<br />

Vilmar Borges Alvim<br />

Impressões fotográficas<br />

Vitória Fine Arts<br />

Programação visual<br />

Criart<br />

Fotografia para catálogo<br />

Edson Chagas<br />

Revisão de texto<br />

Luiz Cláudio Kleaim<br />

Paulo Gois Bastos<br />

Catalogação<br />

Ana Maria de Matos Mariani<br />

Produção<br />

Casa <strong>do</strong> Lago<br />

Projeto Educativo<br />

Cura<strong>do</strong>ria educativa<br />

Ana Luiza de Oliveira Bringuente<br />

Melina Alma<strong>da</strong> Sarnaglia<br />

Audiovisual<br />

Yury Aires<br />

Maes na Rede<br />

Orlan<strong>do</strong> Lopes<br />

Ariny Bianchi<br />

Encontro de Arte-Educação<br />

Adriana Magro

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