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Seu exemplo pode ser seguido. Conserve seu veículo com ... - Detran

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DETRÂNSITO<br />

Revista do <strong>Detran</strong>/PR - ano V/ Número 46<br />

<strong>Seu</strong> <strong>exemplo</strong><br />

<strong>pode</strong> <strong>ser</strong> <strong>seguido</strong>.<br />

Con<strong>ser</strong>ve <strong>seu</strong> veículo<br />

<strong>com</strong> responsabilidade.<br />

ESTACIONAMENTO<br />

Quem tem medo do teste da baliza?<br />

MOBILIDADE<br />

A vez da bicicleta no trânsito<br />

COMPORTAMENTO<br />

Por amor, pai deixa filho na prisão


Cartas<br />

EDITORIAL<br />

Ó Fortuna<br />

Sr. Diretor Geral - <strong>Detran</strong>/PR<br />

Quero parabenizar a revista Detrânsito pela excelente qualidade de suas reportagens.<br />

Como Diretor de Ensino em um CFC, tenho buscado junto ao <strong>Detran</strong> do meu estado<br />

referências voltadas para educação para o trânsito, mas até então não encontrei<br />

material tão interessante.<br />

Claudir Piva Romero<br />

Diretor de Ensino<br />

Videira - SC<br />

Quero cumprimentá-los pela revista Detrânsito, conteúdos <strong>com</strong> qualidade e que me<br />

auxilia nas aulas teóricas bem <strong>com</strong>o nos cursos de renovação.<br />

Artur Roscoche dos Santos<br />

São Mateus do Sul PR<br />

Quero agradecer por ter recebido o exemplar da Revista do <strong>Detran</strong>/PR, e parabenizar<br />

toda equipe pela elaboração. Esta publicação já esta me ajudando nas aulas que<br />

ministro sobre Direção Defensiva e Legislação de Trânsito nos curso de Capacitação<br />

(Transporte Coletivo de Passageiro, Escolar, Produtos Perigosos e Emergências) e<br />

Instrutor de Trânsito. Parabéns a toda Diretoria.<br />

Manoel Silva Felix Da Costa<br />

Presidente Prudente - SP<br />

Gostaria de cumprimentar a todos que fazem parte do projeto e elaboração dessa<br />

brilhante revista. Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelas excelentes publicações.<br />

Sou Policial Rodoviário Estadual do Rio Grande do Sul, educador de trânsito<br />

(Instrutor Teórico de Trânsito de um CFC) e sou bacharel em direito pela URI-<br />

Campus de Erechim/RS.<br />

Sempre gostei do trânsito, e depois que <strong>com</strong>ecei a trabalhar na Polícia Rodoviária<br />

Estadual fiquei apaixonado ainda mais pelo trânsito. Porém, vivendo diariamente nas<br />

rodovias, e após uma análise pessoal, conclui que precisamos colaborar de forma<br />

direta ou indireta para termos mais educação e segurança no trânsito.<br />

Então, percebi que <strong>pode</strong>ria fazer mais do que simplesmente fiscalizar, orientar e a<br />

forma que encontrei para isso foi <strong>com</strong>o instrutor de trânsito, pois é aí que <strong>com</strong>eça a<br />

formação de um bom condutor, e <strong>com</strong> isso estaria colaborando para tentarmos<br />

diminuir esses índices alarmantes de acidentes.<br />

Porém, pouco material, muitas vezes superficiais demais diante da <strong>com</strong>plexidade do<br />

assunto.<br />

Tive acesso à Detrânsito por meio de um colega que esteve em Curitiba e então<br />

percebi que havia encontrado um material excelente <strong>com</strong><br />

temas relevantes, atuais, polêmicos e aprofundados, por autores<br />

altamente capacitados. Este é um dos melhores materiais<br />

disponíveis atualmente no mercado, e<br />

conseqüentemente colabora muito <strong>com</strong> o trânsito<br />

brasileiro.<br />

Sandro Lazzarin<br />

Erechim - RS<br />

Infortúnio, destino e fado ruins determinados<br />

pela fatalidade e o acaso. Eis, pois, <strong>com</strong>o classificamos<br />

os acontecimentos que nos atingem de forma trágica e<br />

repentina. Notem nessas palavras e expressões a<br />

ausência de tudo que hoje reputamos ao campo da razão,<br />

pois elas pertencem ao universo do onírico e remontam a<br />

épocas que se esquecem na noite do tempo.<br />

Fortuna era o nome da divindade romana<br />

relacionada à sorte dos homens. Como bem descreve o<br />

anônimo poeta na abertura da obra Carmina Burana, a<br />

Fortuna é deusa caprichosa, responsável pelos imprevistos<br />

incoerentes e até mesmo injustos pertinentes à<br />

existência humana.<br />

A civilização ocidental pensou assim por mais<br />

de mil anos e foi necessário mais um milênio para que a<br />

razão demonstrasse que, entre o nascer e o morrer, a vida<br />

do homem não é determinada apenas pela sorte ou<br />

fortuna. Mas, por mais racionais que tentamos <strong>ser</strong> diante<br />

da tragédia, mergulhados no espanto, em estranha<br />

nostalgia, erguemos nossas mãos para os céus a clamar<br />

por uma explicação lógica para o absurdo que nos<br />

alcança.<br />

No século passado desenvolvemos muitos<br />

artífices deste absurdo. O automóvel, por <strong>exemplo</strong> que<br />

nos oferece facilidades diante da vida moderna, é a<br />

mesma máquina que, ao transitar, <strong>pode</strong> nos empurrar<br />

para a vala da fatalidade e do acaso.<br />

Vivemos, por certo, o tempo das grandes<br />

contradições e esquecemos a mais das vezes que não há<br />

nada de racional, em nome da economia de tempo e<br />

conforto, em deixar a vida à mercê dos maus fados<br />

agregados aos algarismos das estatísticas de trânsito -<br />

tão desfavoráveis, tão certeiros.<br />

Quanto prejuízo isso nos traz?<br />

Infinitos: os materiais são desprezíveis diante<br />

do prejuízo contado em vidas e, principalmente, no que<br />

essas vidas deixam de produzir em benefício da humanidade.<br />

Dentre tantos que foram alcançados pela mão<br />

invisível da fatalidade no trânsito está o homem que<br />

pregava a revolta metafísica diante do absurdo da<br />

existência abreviada pela morte.<br />

França, 1960, final da manhã de 4 de janeiro.<br />

Albert Camus - prêmio Nobel de literatura de 1957 -<br />

aceitou uma carona de Sens a Paris. Sentado no banco<br />

traseiro, talvez Camus nem notasse que o carro, um<br />

Facel-Vega, estava sendo conduzido a mais de 130<br />

quilômetros por hora.<br />

Um camponês segue pela estrada de bicicleta e<br />

vê o Facel-Vega frear e desgovernado encontrar uma<br />

árvore.<br />

Camus estava morto. Em <strong>seu</strong> bolso, uma<br />

passagem de trem que <strong>pode</strong>ria ter lhe dado outro destino.<br />

Ao lado do corpo, os manuscritos de um novo livro: "O<br />

Primeiro Homem", um romance autobiográfico.<br />

Ironicamente, nas notas ao texto, ele escrevera que<br />

aquele romance ficaria inacabado.<br />

De fato, <strong>com</strong> sorte, ou sem sorte, <strong>com</strong> fortuna ou<br />

sem fortuna, qualquer vida abreviada nos parecerá obra<br />

inacabada.<br />

Expediente:<br />

Detrânsito é uma publicação do <strong>Detran</strong>/PR, ano V, nº 46, junho/julho/agosto 2007<br />

Editor: jornalista José Fernando da Silva (DRT - 3936)<br />

Impressão, Imprensa Oficial/ Tiragem: 60 mil exemplares<br />

Projeto gráfico e editoração - Almir Feijó/ Foto capa - Paulo da Rosa<br />

<strong>Detran</strong>/PR - Diretor Geral: David Antonio Pancotti<br />

3


Motoboys em segurança<br />

<strong>com</strong> as novas regras<br />

do Contran<br />

Cel. David Antônio Pancotti<br />

Diretor Geral do <strong>Detran</strong>/PR<br />

Em 2006, o Paraná possuía 1.146.005 condutores cadastrados na<br />

categoria A, que permite conduzir veículos de duas e três rodas. Por <strong>ser</strong> um<br />

veículo rápido e econômico, a procura pelas motocicletas aumenta cada<br />

vez mais. O total da frota, <strong>com</strong>parado <strong>com</strong> o ano de 2005, cresceu 14,69%.<br />

O aumento do número de acidentes de trânsito que envolve<br />

motociclistas, que no Paranáem 2006foiGH8,77%, preocupanão só as<br />

autoridades, mas todos os cidadãos <strong>com</strong>uns que possuem ou conhecem<br />

alguém que possua motocicleta. Os motociclistas representam 30,49% das<br />

vítimas de acidentes de trânsito no ParanáProcurandoaumentarasegurança<br />

dos motociclistas no trânsito, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran)<br />

publicou as resoluções 203 e 219. A 203, que entrará em vigor dia 01<br />

de janeiro, prevê regras para o uso do capacete, <strong>com</strong>o faixas retrorrefletivas,<br />

cinta jugular <strong>com</strong> engate para estar devidamente afixado na cabeça e viseira<br />

ou óculos de proteção apropriados.<br />

A resolução 219, que também <strong>com</strong>eça a vigorar em janeiro de<br />

2008, por sua vez estabelece o uso de placas vermelhas para motocicletas<br />

que sejam utilizadas no transporte de cargas, prevê um tamanho específico<br />

de dimensão máxima para os baús que transportam cargas e especificações<br />

particulares para o uso da grelha. Um <strong>exemplo</strong> de segurança instituída por<br />

essas medidas é o transporte de gás de cozinha. Os motociclistas que<br />

carregam, dois, três ou mais botijões de gás, arriscando a própria vida e a<br />

vida de outras pessoas, <strong>pode</strong>rá carregar apenas um botijão de forma mais<br />

segura e para isso <strong>ser</strong>á preciso passar por um curso para se especializar<br />

nesse tipo de transporte, tudo isso buscando a segurança do motociclista<br />

profissional.<br />

Para as resoluções entrarem em vigor, os municípios precisarão<br />

regulamentar a profissão dos motoboys, melhorando a qualidade profissional<br />

da classe, pois só assim conseguirão fiscalizar as novas normas. Essas<br />

novas medidas diminuirão o número de acidentes que envolvem os motociclistas.<br />

Uma reunião <strong>com</strong> os órgãos fiscalizadores de trânsito de Curitiba<br />

foi realizada no último mês de julho, na sede central do <strong>Detran</strong>/PR, para<br />

discutir a vigência das novas normas e acertar os detalhes da regulamentação<br />

da profissão.<br />

Outro problema que precisa <strong>ser</strong> resolvido para acabar <strong>com</strong> a briga<br />

dos motoboys e motoristas é o famoso hábito de ³ costurar´no trânsito.<br />

Talvez uma pista exclusiva, ou única, seja a solução para este problema que<br />

irrita tanto os motoristas quanto os motoboys. O número de acidentes que<br />

<strong>pode</strong> acontecer <strong>com</strong> as ³ costuras´também deve <strong>ser</strong> diminuído <strong>com</strong> uma<br />

pista exclusiva, pois assim os motociclistas andarão separados dos veículos<br />

e não teremos as famosas fechadas que, às vezes sem intenção, os motoristas<br />

acabam realizando.<br />

Repito sempre, a palavra chave nas relações sociais é o respeito. O<br />

trânsito hoje carece muito disso. Essas resoluções pregam justamente o<br />

respeito por parte do motociclista às normas de segurança. O respeito da<br />

sociedade ao se conscientizar de que duas rodas não são somente sinônimos<br />

de rapidez, pois numa motocicleta está um outro <strong>ser</strong> humano, trabalhador,<br />

pai de família, que utiliza <strong>seu</strong> veículo <strong>com</strong>o forma de obter renda e sustento.<br />

NOTAS<br />

Contran prorroga prazo para<br />

entrada em vigor de resoluções<br />

O Conselho Nacional de<br />

Trânsito (Contran) prorrogou o prazo de<br />

entrada em vigor da resolução 231, que<br />

estabelece o novo sistema de placas de<br />

veículos, por meio da resolução 241. A<br />

entrada em vigor, que antes estava<br />

prevista para 01 de agosto, foi adiada<br />

para 01 de janeiro do próximo ano.<br />

Agora os fabricantes das placas<br />

terão mais tempo para se adequarem ao<br />

novo estilo <strong>com</strong> a fonte Mandatory. A<br />

nova norma manda padronizar a<br />

tipologia dos caracteres das placas de<br />

identificação dos veículos. As placas<br />

também devem possuir uma película<br />

refletiva em veículos de duas ou três<br />

rodas <strong>com</strong>o motonetas, triciclos,<br />

ciclomotor e motocicleta.<br />

Deverão contar <strong>com</strong> o novo<br />

modelo <strong>com</strong> película, somente as motos<br />

registradas na categoria aluguel<br />

(utilizada para trabalho). Essa mudança<br />

tem o propósito de melhoria na visibilidade<br />

das placas garantindo uma melhor<br />

identificação do veículo.<br />

A nova Resolução 242 libera o uso<br />

de gerador de imagem Cartográfica<br />

O Conselho Nacional de<br />

Trânsito (Contran) autorizou o uso de<br />

equipamentos que utilizam mapas para<br />

localização. De acordo <strong>com</strong> a resolução<br />

242, estes equipamentos deverão <strong>ser</strong><br />

destinados a orientar o condutor quanto<br />

ao sistema de auxílio à manobra,<br />

indicação de trajetos ou orientação sobre<br />

as condições da via por meio de mapas,<br />

imagens e símbolos. Na Resolução, os<br />

equipamentos <strong>pode</strong>rão <strong>ser</strong> previstos<br />

pelo fabricante do veículo ou utilizados<br />

<strong>com</strong>o acessórios de forma provisória.<br />

No caso dos provisórios, enquanto o<br />

veículo estiver em movimento, a norma<br />

orienta que a instalação deve <strong>ser</strong><br />

realizada no pára-brisa ou no painel<br />

dianteiro.<br />

Em relação aos equipamentos<br />

de entretenimento, continua permitida a<br />

instalação no painel somente daqueles<br />

que, automaticamente, deixam de<br />

funcionar ou são capazes de substituir a<br />

imagem por áudio quando o veículo<br />

estiver se deslocando.<br />

Quem descumprir as regras<br />

estará <strong>com</strong>etendo infração grave, sujeito<br />

a multa de R$ 127,69, cinco pontos na<br />

CNH e mais a retenção do veículo para a<br />

regularização.<br />

COMPORTAMENTO<br />

Sem pressa para tirar a habilitação<br />

4 5<br />

Foto: Vanussa Popovicz<br />

Candidatos mais maduros se dizem mais responsáveis no trânsito<br />

FranklinBenetti³Não me arrependo de ter aprendido a dirigir tarde. Hoje sou mais responsável e realizado <strong>com</strong>o pessoa´<br />

Vanussa Popovicz<br />

A idade pouco importa quando<br />

há um sonho SDUDVH realizar<br />

Dificuldade no aprendizado por<br />

causa da idade caracterizada pelas<br />

descobertas, coragem e euforia<br />

também não é desculpa. A responsabilidade<br />

é uma das características<br />

mais marcantes da idade, principalmente<br />

porque a maioria tem família e,<br />

talvez por isto, <strong>com</strong>eça a ver o<br />

mundo <strong>com</strong> um olhar diferente,<br />

sempre pensando no cônjuge e nos<br />

filhos. Éassimquesecaracterizam<br />

oscandidatosà primeirahabilitação<br />

<strong>com</strong> mais de 30 anos.<br />

O mais <strong>com</strong>um éverosjovens<br />

assimque<strong>com</strong>pletamanoscorreremparaumCentrodeFormação<br />

de<br />

Condutores (CFC), as antigas autoescolas,<br />

para tirar a carteira. Ver uma<br />

pessoa mais experiente, mas ainda jovem,<br />

édeseestranharMuitosaprenderamadirigir<strong>com</strong>ospais<strong>com</strong>o<br />

maridoouaté sozinhos, já os menos<br />

afobados deixaram para aprender no<br />

CFC. De janeiro a junho de 2007,<br />

13.373 pessoas <strong>com</strong> mais de 31 anos<br />

tiraram a primeira habilitação, enquanto<br />

62.599 pessoas de 18 a 30<br />

anos procuraram o <strong>ser</strong>viço no mesmo<br />

período.<br />

A busca por oportunidade melhor<br />

também é um bom motivo para<br />

tirar a primeira habilitação. Nabir<br />

José Esconiscki (49) é cobrador de<br />

ônibus e resolveu tirar a habilitação<br />

para, futuramente, tentar <strong>ser</strong> motorista<br />

de ônibus. ³Antes eu não tinha<br />

planos de <strong>com</strong>prar um carro, agora já<br />

pretendo até <strong>ser</strong> motorista de ônibus´<br />

revelaEleaprendeuadirigirnoCFC<br />

enão sentiu nenhuma dificuldade no<br />

aprendizado. ³O mais difícil é controlar<br />

o nervosismo na hora do exame´umobstáculo<br />

enfrentado por todos<br />

os candidatos, independente da<br />

idade. Esconiscki foi aprovado no primeiro<br />

exame e não se arrepende de<br />

ter demorado tanto para ter a habilitação.<br />

³Agora eu sou mais responsável,<br />

tenho minha família e penso nela.<br />

A única vantagem que ia ter se eu tivesse<br />

tirado a carteira mais cedo é<br />

que talvez eu já fosse motorista."<br />

Dois meses depois de passar no<br />

exame prático, Esconiscki está conduzindo<br />

motocicleta. O carro ainda<br />

está nos planos e logo <strong>ser</strong>á <strong>com</strong>prado.<br />

A sensação de ter habilitação é descrita<br />

<strong>com</strong>o algo correto. ³Agora posso<br />

andar de moto sossegado, de cabeça<br />

erguida, sem culpa e sem medo de<br />

levar multa´afirmaOpróximo passo<br />

é esperar passar dois anos para alterar<br />

categoria e conquistar a promoção<br />

para motorista de ônibus.<br />

O Examinador Flávio Augusto<br />

Plantes avalia a demora para tirar a<br />

carteira. ³Algumas pessoas caem no<br />

<strong>com</strong>odismo. Hoje, há uma grande<br />

necessidade em se ter habilitação.<br />

Não tem mais aquela coisa do


Foto: Vanussa Popovicz<br />

Lúcia Aparecida Saraiva: ³Me sinto mais madura. Vejo as coisas erradas no trânsito e penso<br />

em evitar quando tiver a carteira<br />

marido ou do namorado levar,<br />

atualmente émaisfácil ter habilitação<br />

do que depender dos outros.<br />

Comprar um carro também ficou<br />

muito mais fácil, o que fez aumentar<br />

o interesse pela carteira´<br />

A teoria de Plantes é confirmada<br />

pelos candidatos. ³Demorei para<br />

tirar a carteira por preguiça, fiquei<br />

sossegada e o gasto do dinheiro <strong>com</strong><br />

os filhos também não permitiu que<br />

sobrasse para a CNH. Dirijo desde os<br />

17 anos, aprendi manobrando o carro<br />

da minha mãe na garagem´revela<br />

Áurea Luzia Correa (33) aprovada<br />

no primeiro exame.<br />

Mas nem todos os candidatos<br />

têm a mesma sorte de <strong>ser</strong>em aprovados<br />

de imediato. Mariluz Macanin<br />

(40) esperou os filhos crescerem<br />

para tirar a habilitação. Ela fez as<br />

aulas junto <strong>com</strong> a filha. Ambas<br />

aprenderam a dirigir no CFC e<br />

Mariluz não sentiu grandes dificuldades.<br />

³A parte teórica é a mais difícil.<br />

Claro que, se eu tivesse meus 18, 19<br />

anos, <strong>ser</strong>ia tudo mais fácil porque<br />

depois de uma certa idade o reflexo<br />

fica mais lento´acreditaAhabilitação<br />

vai trazer independência na sua<br />

lo<strong>com</strong>oção. No dia do exame ela<br />

conseguiu disfarçar bem o nervosismo,<br />

mas se atrapalhou no momento<br />

de fazer a baliza e extrapolou o<br />

tempo de cinco minutos para colocar<br />

o carro na vaga e por isto teve que<br />

marcar um novo teste. ³Agora estou<br />

6<br />

mais calma e daqui 15 dias eu volto,<br />

se Deus qui<strong>ser</strong> vou conseguir´<br />

Franklin Benetti (40) resolveu<br />

tirar a habilitação para <strong>pode</strong>r passear<br />

<strong>com</strong> mais conforto <strong>com</strong> a família.<br />

Benetti conta que já teve dois carros<br />

e sempre dirigiu sem habilitação.<br />

³Uma vez a polícia me pegou<br />

andando de moto e sem carteira. No<br />

mais, eu sempre andava pouco´Ele<br />

aprendeuadirigir<strong>com</strong>anospor<br />

puracuriosidade³Ficava perguntando<br />

<strong>com</strong>o que fazia e ob<strong>ser</strong>vava<br />

bastante também´ A<br />

demora para aprender a<br />

dirigir segundo Benetti<br />

foiporfaltadeoportunidade³Vim<br />

do interior e lá<br />

não tinha muito contato<br />

<strong>com</strong> carros. Mas não me<br />

arrependo de ter aprendido<br />

a dirigir tarde. Hoje,<br />

sou mais responsável e<br />

realizado <strong>com</strong>o pessoa´<br />

afirma No primeiro<br />

exameBenettiVH descuidou<strong>com</strong>algunspedestres<br />

que atravessavam na<br />

esquina ³Nunca está<br />

100%, mas agora estou<br />

mais preparado´ 0 as<br />

mesmo se sentindo mais<br />

seguro HOH infelizmente<br />

não conseguiu passar no<br />

segundo exame por<br />

pequenos descuidos,<br />

<strong>com</strong>o não engatar corretamente as<br />

marchas, não ligar a seta ao fazer<br />

conversões, entre outros detalhes<br />

que somam pontos no momento do<br />

teste.<br />

Aos 59 anos, Maria de Lourdes<br />

da Silva decidiu tirar a habilitação<br />

para ir ao trabalho de carro. ³Sou<br />

professora, trabalho em dois turnos ,<br />

<strong>com</strong> a habilitação eu posso ir<br />

trabalhar de carro, e assim evitar o<br />

ônibus´ No terceiro teste Maria<br />

deixouocarromorrercincovezesna<br />

balizaenão conseguiu <strong>com</strong>pletar o<br />

teste.<br />

Muitas vezes a reprovação não<br />

é nem por falta de preparo ou por<br />

dificuldades no aprendizado, mas<br />

sim por falta de atenção. Lúcia<br />

Aparecida Saraiva (36) fez a baliza<br />

certinho, conseguiu atésairdavaga<br />

masnahoradevoltarocarropara<br />

trás do protótipo se descuidou e<br />

bateu a traseira do veículo, sendo<br />

eliminada na hora. "Com a habilitação<br />

ia <strong>pode</strong>r trabalhar de carro".<br />

"Aprendi na auto-escola e não tive<br />

nenhuma dificuldade. Ter demorado<br />

para tirar a habilitação foi até melhor,<br />

porque agora eu me sinto mais<br />

madura, vejo as coisas erradas no<br />

trânsito e penso em evitar quando<br />

tiver a carteira´diz<br />

Para tirar a primeira habilitação,<br />

o candidato deve, obrigatoriamente,<br />

Áurea Luzia Correa, 33 anos,<br />

demorou para tirar a habilitação<br />

³ por preguiça´<br />

Foto: Vanussa Popovicz<br />

<strong>ser</strong> maior de 18 anos e submeter-se a<br />

exames de aptidão física e mental,<br />

Foto: Paulo da Rosa<br />

1ª HABI LITA ÇÃO<br />

Foto: Vanussa Popovicz<br />

Maria de Lourdes da Silva decidiu tirar a habilitação aos 59 anos para facilitar a ida ao trabalho<br />

ParaNabirJosé Esconiscki, a carteira de habilitação garantiu<br />

a sensação de dignidade por <strong>pode</strong>r andar habilitado<br />

7


Foto: Paulo da Rosa<br />

HABILITAÇÃO<br />

Baliza:<br />

"Quem vai <strong>ser</strong> o primeiro?<br />

Cronômetro acionado. Pode <strong>com</strong>eçar!"<br />

Essassão as frases usadas pelos<br />

examinadores do Departamento de<br />

Trânsito do Paraná (<strong>Detran</strong>PR)no<br />

início do exame prático de direção<br />

veicular, prova obrigatória para<br />

quem pretende obter a primeira<br />

habilitação (Permissão para Dirigir).<br />

Antes de o candidato pisar<br />

no acelerador, um "Boa Sorte"<br />

afinal carrasco aqui apenas o<br />

exameosexaminadoresnão!<br />

Para a maioria dos candidatos,<br />

o exame prático é o pior dos três<br />

testes exigidos pelo <strong>Detran</strong>/PR para<br />

a obtenção da permissão para dirigir.<br />

A baliza assume o papel de<br />

questão bicho papão da prova. ³É um<br />

o "terror"dos candidatos<br />

à primeira habilitação<br />

Ansiedade e nervosismo contribuem para o alto índice de reprovação<br />

no exame prático<br />

Mariele Passos<br />

procedimento obrigatório que o<br />

candidato enfrenta para tirar a<br />

Carteira Nacional de Habilitação<br />

(CNH), no qual é avaliada a real<br />

capacidade do candidato em controlar<br />

e manobrar o veículo em vagas<br />

demarcadas no estacionamento.<br />

Também éavaliadaacapacidadede<br />

reflexodofuturomotoristarequisitoimportantíssimo<br />

para se dirigir um<br />

veículo´ explica Larson Orlando<br />

da Divisão de Aprendizagem e<br />

Habilitação (DAH).<br />

A Coordenadora de<br />

Habilitação do <strong>Detran</strong>/PR Maria<br />

Aparecida Farias diz que a intenção<br />

da baliza é avaliar se o candidato está<br />

bem preparado para estacionar de<br />

modo que não tumultue o fluxo da<br />

via e assim não cause problemas no<br />

tráfego. Para ela, a baliza é a principal<br />

etapa de todos os testes exigidos<br />

pelo <strong>Detran</strong>. ³No teste prático tem<br />

que se <strong>com</strong>eçar <strong>com</strong> a baliza, porque<br />

se o condutor não consegue nem<br />

colocar na vaga estipulada, provavelmente,<br />

não conseguirámanobrar<br />

oveículo na rua´<br />

De acordo <strong>com</strong> dados<br />

estatísticos do <strong>Detran</strong>/PR, no mês de<br />

junho deste ano, dos 7.288 candidatos,<br />

3.165 foram reprovados<br />

(43,42%). O examinador Erick<br />

Costa diz que ³muitos candidatos a<br />

CNH chegam ao <strong>Detran</strong> nervosos e<br />

ansiosos, o que já é um mau sinal.<br />

Mas não é só isso: reprovam porque<br />

se preocupam em passar na primeira<br />

tentativa da baliza, não pensam que<br />

<strong>pode</strong>m manobrar o carro, sair da<br />

vaga e tentar mais duas vezes´<br />

De acordo <strong>com</strong> o Manual de<br />

Procedimentos, o candidato tem<br />

direito a três tentativas para colocar e<br />

retirar o veículo da vaga em até cinco<br />

minutos. A avaliação inicia-se numa<br />

faixa de cor verde pintada preferencialmente<br />

atrás do protótipo traseiro<br />

(objetos parados que determinam o<br />

espaço da vaga para estacionar, <strong>com</strong><br />

seis metros de espaço entre eles). A<br />

conclusão da baliza acontece quando<br />

o candidato aciona o freio estacionário<br />

(freio de mão), sendo que o<br />

veículo deverá ficar alinhado numa<br />

distância de no máximo 30 cm do<br />

meio fio. Se o candidato não posicionar<br />

o veículo devidamente, tocar no<br />

cone, ultrapassar o tempo limite de<br />

cinco minutos, deixar o carro<br />

"morrer", bater ou encostar no<br />

protótipo, estará eliminado do<br />

exame prático e terá que remarcar o<br />

teste.<br />

Segundo Orlando, antes do<br />

candidato iniciar, o examinador deve<br />

dar as instruções básicas do teste.<br />

Costa diz que muitos candidatos<br />

decoram o que é explicado pelo<br />

instrutor e não aprendem a manobrar<br />

o veículo. Orlando também segue<br />

este raciocínio e ainda destaca que<br />

para muitos candidatos o terrorismo<br />

da baliza está no tempo que ele tem<br />

para colocar e retirar o veículo da<br />

vaga. ³Se o candidato está preparado,<br />

o tempo não é um empecilho e não é<br />

motivoparaestarnervosoporque<br />

elesabeepraticounaautoescola´<br />

argumenta<br />

Além do tempo, outro<br />

problema para alguns candidatos<br />

que enfrentam a baliza são os<br />

protótipos. Nos casos de Karina<br />

Wagner Bittencourt (22) e Robson<br />

Schneider Favero (19) o motivo pelo<br />

re-teste do exame prático équena<br />

primeira tentativa de realizar a<br />

balizaambosbateramnosprotótipos.<br />

Já Alexandra Pereira<br />

Guimarães (31) estava no <strong>seu</strong> sexto<br />

exame prático. O motivo das<br />

reprovações? Baliza! Todas as cinco<br />

reprovações estavam ligadas ao tão<br />

temido quesito, seja em relação ao<br />

tempo, <strong>com</strong>o também aos protótipos.<br />

³Fico muito nervosa. E de todos os<br />

testes, para mim, o pior é a baliza.<br />

Mas hoje, felizmente, consegui<br />

passar na baliza. Já no teste de rua<br />

não. Vá saber o que acontece né?´<br />

desabafa<br />

O vigilante Pedro Do É<br />

Silva (41) já dirigia veículos na<br />

região rural do ParanáHá um ano<br />

<strong>com</strong>prou um carro, mas só pensa em<br />

pegar no volante quando estiver<br />

devidamente habilitado. Ele estava<br />

no <strong>seu</strong> quinto exame prático e<br />

adivinhem o maior adversário de<br />

Pedro. Isso mesmo, a temida baliza.<br />

Em duas tentativas, Pedro bateu nos<br />

protótipos e nas outras duas ultrapassou<br />

o limite de tempo. Ele terá que<br />

remarcar o teste pela sexta vez, já<br />

queomotivodesuaquintareprovação<br />

novamente foi o tempo, que ao<br />

<strong>seu</strong> ver é muito curto. ³O examinador<br />

<strong>pode</strong>ria ter dado uma chance, por<br />

causa de dois dedinhosforadafaixa<br />

tive que tirar o carro e por isso<br />

estoureiotempo´Costaesclarece<br />

No exame prático, a baliza é o maior temor dos candidatos à 1ª Habilitação<br />

8 9<br />

Foto: Mariele Passos


Foto: Mariele Passos<br />

Pedro Silva espera conseguir <strong>ser</strong> aprovado no exame, para só então <strong>com</strong>eçar a dirigir <strong>seu</strong><br />

novo carro<br />

que não é possível dar chances,<br />

"porque no dia-a-dia do trânsito as<br />

chances nem sempre existem e<br />

pequenos erros <strong>pode</strong>m gerar uma<br />

colisão."<br />

Para a assistente <strong>com</strong>ercial<br />

Márcia Cristina Gonçalves (30), que<br />

aprendeu a dirigir em um Centro de<br />

Formação de Condutores (CFC), o<br />

nervosismo aumenta por se saber<br />

que está sendo avaliada. "Na autoescola<br />

a gente aprende certo, chega<br />

no <strong>Detran</strong> parece que desaprendemos<br />

o que nos ensinaram, só pelo<br />

fato de sabermos que estamos sendo<br />

avaliados." Márcia vai para o <strong>seu</strong><br />

sétimo exame prático e as reprovações<br />

também foram na hora de fazer<br />

a baliza.<br />

Maria Aparecida diz que<br />

qualquer situação de avaliação é<br />

motivo de nervosismo e vai ter<br />

sempre quem culpe a pessoa que está<br />

avaliando, ³isto não acontece só aqui<br />

no <strong>Detran</strong>/PR´ argumenta Ela<br />

ainda ressalta que não se deve<br />

atribuir ao examinador a responsabilidade<br />

pela reprovação, pois, a<br />

atividade do examinador é avaliar o<br />

candidato de acordo <strong>com</strong> os pré<br />

requisitosparaseobteraCNH<br />

“Não adianta culpar o<br />

examinador pela falta de preparo do<br />

aluno´esclareceapsicóloga Sallete<br />

Coelho Martins, especialista em<br />

trânsito e que trabalha <strong>com</strong> pessoas<br />

que têm medo de dirigir. Ela explica<br />

de forma científica a razão de muitas<br />

reprovações. ³A primeira falha que<br />

esse candidato tiver vem por um<br />

pensamento automático, também<br />

chamado de pensamento negativo, o<br />

qual gera os sintomas fisiológicos,<br />

<strong>com</strong>o o tremor, boca seca e mão<br />

suada. Estes pensamentos <strong>pode</strong>m <strong>ser</strong><br />

tratados inclusive <strong>com</strong> o auxílio da<br />

terapia cognitiva <strong>com</strong>portamental"<br />

Nem só de reprovação é<br />

feito o exame prático de direção<br />

veicular. Daqueles 7.288 candidatos,<br />

4.123 foram aprovados (56,58%). A<br />

secretária Tahise Negro Marques<br />

(31) foi aprovada no <strong>seu</strong> segundo<br />

exame prático e o que lhe favoreceu<br />

foi lembrar de todas as etapas na hora<br />

da prova. "Precisa praticar muito na<br />

auto-escola e na hora do teste se<br />

concentrar nas manobras"re<strong>com</strong>endaTahiseficoubastantepreocupadanoinício<br />

do teste. "Não <strong>com</strong>ecei<br />

bem o teste, e isso me deixou aflita.<br />

Cheguei a pensar que ali <strong>pode</strong>ria<br />

estar reprovada." Ela conta ter<br />

controlado a ansiedade e ficado<br />

calmaduranteamaiorpartedoteste,<br />

RTXHfoidefundamentalimportância<br />

para a aprovação. "Agora é só<br />

esperar a habilitação chegar."<br />

Para Tahise Marques, no momento<br />

do exame a concentração é fundamental<br />

Foto: Mariele Passos<br />

Foto: Paulo Rosa<br />

SEGURO<br />

Muitas vítimas de acidentes de trânsito não sabem<br />

dos benefícios do seguro DPVAT.<br />

DPVAT ± Seguroparatodos<br />

Poucos buscam os direitos quando sofrem um acidente<br />

Vanussa Popovicz<br />

Todo ano, no início do mês<br />

de agosto, junto <strong>com</strong> o<br />

Licenciamento, <strong>com</strong>eça a <strong>ser</strong><br />

cobrado o Seguro Obrigatório de<br />

Danos Pessoais Causados por<br />

Veículos Automotores de Via<br />

Terrestre (DPVAT). Criado pela lei<br />

6.194/74, o DPVAT garante indenização<br />

em casos de acidentes ocorridos<br />

em território nacional que tenha<br />

ocasionado vítima. Despesas <strong>com</strong><br />

medicamentos e internação, assim<br />

<strong>com</strong>o indenização em caso de<br />

invalidez permanente ou morte são<br />

garantidas por este seguro.<br />

As indenizações são de R$<br />

13.500,00 nos casos de invalidez e<br />

morte e até R$ 2.700 por vítima para<br />

despesas <strong>com</strong> medicamentos e<br />

hospitais. No ano passado, em todo o<br />

Paranà. foramregistrados72.688<br />

acidentes. Apenas30.740pessoas<br />

receberamaindenização do DPVAT.<br />

No ano de 2007, 13.540 paranaenses<br />

foram indenizados.<br />

No Brasil, foi pago<br />

mais de R$ 1 bilhão<br />

em indenizações no<br />

ano de 2006. “Todas<br />

as vítimas de trânsito<br />

têm direito de<br />

receber o seguro, até<br />

os pedestres, pois são vítimas de<br />

veículos automotores” explicao<br />

diretorgeraldo<strong>Detran</strong>, coronel<br />

David Antonio Pancotti. Só não<br />

recebe o seguro o motorista envolvido<br />

no acidente que estiver <strong>com</strong> os<br />

"As indenizações são<br />

de R$ 13.500,00 nos casos<br />

de invalidez e morte e até<br />

R$ 2.700,00 por vítima<br />

para despesas <strong>com</strong><br />

medicamentos e hospitais"<br />

impostos do veículo atrasados. O<br />

prazo para pedir a indenização é de<br />

três anos, contados a partir da data do<br />

acidente, ou seja, se o acidente<br />

ocorreu em 2006, as vítimas <strong>pode</strong>m<br />

dar entrada no<br />

DPVAT até 2009. Há<br />

casos em que o prazo<br />

<strong>pode</strong> <strong>ser</strong> maior que<br />

três anos, quando o<br />

acidente ocorreu<br />

antes da entrada do<br />

novo Código Civil,<br />

em 2003. Nos casos de invalidez em<br />

que o acidentado esteve ou ainda está<br />

emtratamento, oprazolevaem<br />

contaadatadolaudodeconclusão<br />

do Instituto Médico Legal (IML).<br />

A auxiliar administrativa<br />

10 11


Mercia Caroline Sanchez Rufatto<br />

(20) foi atropelada por uma motocicleta<br />

em setembro de 2006. Chegou<br />

ao hospital <strong>com</strong> fraturas no tornozelo,<br />

na mandíbula e na bacia. Precisou<br />

usar fraldas, ficou cinco meses sem<br />

andar e foi submetida a inúmeras<br />

sessões de fisioterapia. Como não<br />

sabia que podia recorrer ao DPVAT,<br />

ela se desfez de muitas notas fiscais<br />

dos medicamentos que precisou<br />

tomar. ³No hospital tem algumas<br />

seguradoras que entregam folhetos<br />

falando do DPVAT, mas a maioria<br />

cobra 30% do valor do reembolso, aí<br />

não temos muita informação de<br />

<strong>com</strong>o que funciona, por isso que eu<br />

consegui apenas parte do seguro´<br />

contaCobrar para dar entrada no<br />

seguroouparaprestarinformações<br />

não é correto, por isso o assegurado<br />

deve procurar uma conveniada que<br />

faça o <strong>ser</strong>viço gratuitamente.<br />

O reembolso de Mercia saiu<br />

21 dias depois que ela deu entrada no<br />

DPVAT. Ela conseguiu apenas R$<br />

1.060,00 dentre todos os gastos que<br />

teve <strong>com</strong> os medicamentos, porque<br />

jogou algumas notas fiscais fora.<br />

³Precisa da nota fiscal e do receituário<br />

do medicamento´ explicaAs<br />

sessões de fisioterapia não foram<br />

reembolsadas, assim <strong>com</strong>o as<br />

próteses que precisarão <strong>ser</strong> trocadas<br />

nos próximos anos também não terão<br />

reembolso. Mercia está aguardando<br />

o último laudo médico para dar<br />

entrada no DPVAT por invalidez.<br />

³Estou <strong>com</strong> seqüelas permanentes,<br />

<strong>com</strong>o a prótese que eu tenho na bacia<br />

que tem uma vida útil de cerca de<br />

cinco anos. O médico falou que é<br />

quase certo que o último laudo vai<br />

afirmar a minha invalidez´conta<br />

Os valores cobrados pelo<br />

DPVAT variam de acordo <strong>com</strong> a<br />

categoria do veículo, ou seja, motos<br />

pagam um valor diferente dos carros<br />

que pagam um valor diferente dos<br />

ônibus e assim sucessivamente.<br />

Poucos utilizam o benefício, que é<br />

administrado pela Federação<br />

Nacional dos Seguros Privados e de<br />

Capitalização (Fenaseg), <strong>com</strong> sede<br />

no Rio de Janeiro. Para dar entrada<br />

no DPVAT, basta procurar uma das<br />

seguradoras conveniadas, espalhadas<br />

por todo Brasil, que <strong>pode</strong>m <strong>ser</strong><br />

consultadas no site www.dpvatseguro.<strong>com</strong>.brou<br />

no telefone 0800 41<br />

5100No Paranáo Sindicato dos<br />

Corretores de Seguro (SincorP5 )<br />

orientaeencaminhasemcustosa<br />

documentação para o recebimento<br />

do seguro DPVAT. A solicitação<br />

<strong>pode</strong> <strong>ser</strong> feita nas regionais de<br />

Curitiba, Cascavel, Londrina,<br />

Maringá e Ponta Grossa ou pelo<br />

telefone 0800 415100 de qualquer<br />

lugar do estado.<br />

É importante ter em mãos o<br />

Boletim de Ocorrência do acidente,<br />

os documentos pessoais e CPF;<br />

<strong>com</strong>provante de residência;<br />

Certificado de Registro do Veículo<br />

(CRV) no caso de proprietário do<br />

veículo; certidão de óbito para os<br />

casos de indenização por morte;<br />

Vítimas indenizadas no Brasil em 2006<br />

193.118 R$ 1,027 bilhão R$ 2,9 bilhões<br />

Quantidade Valor gasto em indenização Valor arrecadado*<br />

Vítimas indenizadas no Paraná em 2006<br />

30.740 R$ 89,7 milhões R$ 254 milhões<br />

Quantidade Valor gasto em indenização Valor arrecadado*<br />

Vítimas indenizadas no Brasil no primeiro semestre de 2007<br />

116.502 R$ 578,4 milhões<br />

Quantidade<br />

Valor gasto em indenização<br />

Vítimas indenizadas no Paraná no primeiro semestre de 2007<br />

13.540 R$ 46,7 milhões<br />

Quantidade<br />

Valor gasto em indenização<br />

* De todo o valor arrecadado, 50% é destinado ao Governo Federal.<br />

laudo do Instituto Médico Legal<br />

(IML) para os casos de indenização<br />

por invalidez permanente; relatórios<br />

médicos, <strong>com</strong>provante de despesas e<br />

declaração da instituição que prestou<br />

o atendimento no caso de reembolso<br />

de despesas médicas.<br />

Do total arrecadado <strong>com</strong> o<br />

DPVAT, 45% são repassados ao<br />

Ministério da Saúde, para custeio do<br />

atendimento médico-hospitalar às<br />

vítimas de acidentes de trânsito em<br />

todo país, e 5% são repassados ao<br />

Ministério das Cidades, para<br />

aplicação exclusiva em programas<br />

destinados à prevenção de acidentes<br />

de trânsito.<br />

Na tabela abaixo, o total de<br />

vítimas, gastos e arrecadação do<br />

DPVAT em 2006 e 2007.<br />

Mercia Caroline não sabia que precisava<br />

das notas fiscais e dos receituários para<br />

receber as indenizações<br />

Foto: Vanussa Popovicz<br />

LICENCIAMENTO<br />

Licenciamento de veículo é<br />

recolhido pelo Banco do Brasil<br />

O Banco do Brasil járecebe<br />

as Guias de Recolhimento de<br />

Licenciamento Anual de Veículos<br />

(GRLAV) referente a 2007.<br />

O pagamento <strong>pode</strong> <strong>ser</strong>feito<br />

somente no Banco do Brasil ou<br />

BancoPopularCasooproprietário<br />

do veículo tenha débitos de IPVA,<br />

ele deve retirar o extrato nas máquinas<br />

de auto-atendimento no banco e<br />

dirigir-se ao caixa para prosseguir<br />

<strong>com</strong> a operação. Os correntistas do<br />

Banco do Brasil contam <strong>com</strong> a possibilidade<br />

de efetuar o pagamento nos<br />

terminais eletrônicos do banco ou<br />

via internet.<br />

A cobrança se estende até<br />

30 denovembromasasdataslimitesparaopagamentosão<br />

determinadas<br />

de acordo <strong>com</strong> os dois últimos dígitos<br />

da placa. Para saber a data de<br />

vencimento do licenciamento, o proprietário<br />

do veículo <strong>pode</strong> consultar o<br />

calendário disponível no site do<br />

<strong>Detran</strong>PR (www.detran.pr.gov.br)<br />

ou aguardar o recebimento da<br />

GRLAV Junto <strong>com</strong> a taxa de<br />

LicenciamentoécobradooSeguro<br />

Obrigatório do veículo. A taxa éde<br />

R$ 25,40paratodososveículos eo<br />

seguro varia de R$ 84,72 a R$<br />

480,47 deacordo<strong>com</strong>aespécie, tipo<br />

e categoria do veículo.<br />

Atrasados ±O proprietário que possui<br />

débitos e impostos atrasados deve<br />

quitar esses valores para <strong>pode</strong>r licenciar<br />

o veículo. Depois do pagamento,<br />

o documento éencaminhado<br />

via Correios para o endereço em que<br />

o veículo estácadastradoCasonão<br />

tenha ninguém na propriedade para<br />

assinar o AR (Aviso de<br />

Recebimento) da GRLAV, a correspondência<br />

éencaminhadaparaaunidadedosCorreiosmaispróxima<br />

do<br />

endereço da residência, onde permanece<br />

por três meses. Passado esse prazo,<br />

o documento éencaminhadoparaaCiretrandomunicípio<br />

de emplacamento<br />

do veículo. Em Curitiba e<br />

Região Metropolitana a correspondência<br />

vai para o Posto Central, na<br />

rua João Negrão número 246.<br />

O <strong>Detran</strong>/PR alerta que circular<br />

<strong>com</strong> o veículo não licenciado é<br />

infração de trânsito de natureza gravíssima,<br />

<strong>com</strong> penalidade de sete pontos<br />

na carteira de habilitação do proprietário,<br />

multa de R$ 191,54 e apreensão<br />

do veículo (artigo 230, inciso<br />

V, do CTB).<br />

Veja o cronogramadepagamentonatabelaabaixo<br />

Vencimento<br />

Procure abaixo a dezena final da placa de <strong>seu</strong> veículo:<br />

Dia<br />

Agosto<br />

Setembro<br />

Outubro Novembro<br />

Dia 13 01 e 02<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Dia 14 11 e 12<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Dia 15 21 e 22<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Dia 16 31 e 32<br />

-<br />

06, 07 e 08<br />

-<br />

Dia 17 41 e 42 03,04 e 05 16, 17 e 18<br />

-<br />

Dia 18 -<br />

13, 14 e 15 26, 27 e 28<br />

-<br />

Dia 19 -<br />

23, 24 e 25 36, 37 e 38 09 e 10<br />

Dia 20 51 e 52 33, 34 e 35<br />

-<br />

19 e 20<br />

Dia 21 61 e 62 43, 44 e 45<br />

-<br />

29 e 30<br />

Dia 22 71 e 72<br />

-<br />

46,47 e 48 39 e 40<br />

Dia 23 81 e 82<br />

-<br />

56, 57 e 58 49 e 50<br />

Dia 24 91 e 92 53, 54 e 55 66, 67 e 68<br />

-<br />

Dia 25 -<br />

63, 64 e 65 76, 77 e 78<br />

-<br />

Dia 26 -<br />

73, 74 e 75 86, 87 e 88 59 e 60<br />

Dia 27 -<br />

83, 84 e 85<br />

-<br />

69 e 70<br />

Dia 28 -<br />

93, 94 e 95<br />

-<br />

79 e 80<br />

Dia 29 -<br />

-<br />

96, 97 e 98 89 e 90<br />

Dia 30 -<br />

-<br />

-<br />

99 e 00<br />

Exemplo: o veículo cuja dezena final seja "44", deverá efetuar o pagamento do Licenciamento Anual no dia 21 de Setembro<br />

12<br />

13


Foto: SECS<br />

BIOCOMBUSTÍVEIS<br />

Paraná inaugura usina para<br />

produção de biodiesel no Tecpar<br />

Stephanes e Requião na solenidade de inauguração da usina de bio<strong>com</strong>bustíveis<br />

O governador Roberto e associações de produtores que, desta<br />

forma, a partir de suas lavouras,<br />

Requião e o ministro da Agricultura<br />

Reinhold Stephanes inauguraram a vão produzir <strong>com</strong>bustível para suas<br />

usina de produção de biodiesel instalada<br />

no Instituto deTecnologiado nomia sustentável, de fixação do ho-<br />

máquinas. Éuminstrumentodeeco-<br />

Paraná(Tecpar) naCidade mem no campo e de barateamento do<br />

IndustrialdeCuritibaO equipamentotemcapacidadeparaproduzir<br />

propriedade´destacouogoverna-<br />

trabalho agrícola da pequena e média<br />

de500a1.000litrosdiade<strong>com</strong>bustível<br />

alternativo e recebeu investi-<br />

O secretário da Agricultura e<br />

dor<br />

mentos de cerca de R$ 1 milhão, provenientes<br />

do Fundo Paranáde Bianchini,lembrou que a inaugura-<br />

do Abastecimento Valter<br />

Ciências e Tecnologia.<br />

ção da usina surge num momento em<br />

Requião disse que, a partir que o governador Roberto Requião<br />

do protótipo, o governo do Estado estácolocandoàdisposição dos agricultores<br />

familiares quatro mil trato-<br />

pretende construir outras usinas no<br />

interior do Paranáparaaprodução res, que <strong>pode</strong>m <strong>ser</strong> financiados por<br />

de <strong>com</strong>bustível a um custo mais barato<br />

para os agricultores.<br />

pequena taxa de juros e <strong>com</strong> paga-<br />

dez anos, <strong>com</strong> dois anos de carência,<br />

“São usinas que <strong>pode</strong>m mento em equivalência/produto, tendo<br />

<strong>com</strong>omoedaomilho³Essas usi-<br />

transformar qualquer tipo de olerícula<br />

e atéresíduos de animais. Elas <strong>ser</strong>ão<br />

instaladas no interior do Estado diesel que esses tratores precisam panas<br />

vão <strong>com</strong> certeza fornecer o bio-<br />

para atender pequenas cooperativas ra movimentar a economia de nosso<br />

Estado´disseosecretário.<br />

O vice-governador Orlando<br />

Pessuti fez questão de destacar que a<br />

planta de produção de biodieselque<br />

levaonomedoNiltonEmilio<br />

Bührer, éocumprimentodeumplanotraçado<br />

pelo Governo do Estado<br />

em maio de 2003, quando o governador<br />

Roberto Requião criou o<br />

Programa ParanáBioenergiatendo<br />

<strong>com</strong>ocoordenadoresopróprio<br />

Pessuti e o ex-secretário estadual de<br />

Ciências, Tecnologia e Ensino<br />

Superior, Aldair Rizzi.<br />

“Passamos a coordenar um<br />

grupo de pessoas e entidades, que iniciaram<br />

a discussão para a implantação<br />

do programa de bioenergia. E disso<br />

resultou uma série de ações. Tivemos<br />

seminários, congressos e reuniões,<br />

de onde saiu a decisão de construirmos<br />

essa planta industrial no<br />

Tecpar, para que pudéssemos testar<br />

todos os tipos de óleos e certificálos<br />

Foiquandotambém surgiu a idéia de<br />

que o Iapar e a Emater fa-riam todo o<br />

trabalho de pesquisa de oleaginosas.<br />

Hoje, estamos pesquisando 15 variedades,<br />

que apresentam ótimos índices<br />

de produtividade´acrescentou<br />

A solenidade de inauguração<br />

também contou<br />

<strong>com</strong> a presença<br />

de praticamente todos<br />

os secretários<br />

de Estado, diretores<br />

de órgãos públicos<br />

e autarquias,<br />

além da delegação<br />

francesa da região<br />

de Rhône-Ales,<br />

que esteve no<br />

Paranáparaestudarodesenvolvimentosustentável<br />

e o crescimento das regiões metropolitanas.<br />

Multiuso -Aplantadeprodução do<br />

Tecpar émultiusoistoé<strong>pode</strong>testar<br />

qualquertipo de óleo, mas vai <strong>com</strong>eçar<br />

<strong>com</strong> o de girassol. O governo<br />

quer estudar a possibilidade de aproveitamento<br />

de diversas matériasprimas<br />

regionais, basicamente óleos<br />

vegetais de oleaginosas, tais <strong>com</strong>o a<br />

soja, o girassol e o nabo forrageiro,<br />

além de gorduras animais.<br />

O projeto contempla também<br />

atividades de treinamento e participação<br />

em eventos<strong>com</strong>pradematerialdeconsumodedoisveículos<br />

<strong>com</strong> motor a diesel para testes e de<br />

dois kits de conversão de motorese<br />

amanutenção de equipamentos.<br />

A empresa vencedora da licitação<br />

para fornecimento dos equipamentos<br />

para a planta de produção de<br />

biodiesel do Tecpar foi a Tecnologias<br />

Bioenergéticas (Tecbio), de<br />

Fortaleza. Criada em 2001, a Tecbio<br />

dácontinuidadeaostrabalhossobre<br />

bio<strong>com</strong>bustíveis realizados pelo pesquisador<br />

Expedito Parente, o engenheiro<br />

químico que criou em 1977 o<br />

processo de obtenção do novo <strong>com</strong>bustível.<br />

“A planta foi adequada segundo<br />

normas de segurança e padrões<br />

de qualidade e tem uma característica<br />

bem marcante: vai produzir<br />

a energia necessária ao<strong>seu</strong>funcionamento´afirmouodiretortécnico<br />

do<br />

Tecpar, Bill Jorge Costa, que também<br />

coordena o Centro Brasileiro de<br />

Referência em Bio<strong>com</strong>bustíveis<br />

(Cerbio).<br />

ProgramaO projetodeinstalação<br />

da unidade atende aos objetivos do<br />

Programa<br />

Paranaense de<br />

Bioenergia, criado<br />

em 2003 pelo<br />

governo do<br />

Estado para gerir<br />

e fomentar ações<br />

de pesquisa, desenvolvimento,<br />

aplicações e uso<br />

de biomassa e implantar<br />

no<br />

Paranáobiodiesel<strong>com</strong>oumbio<strong>com</strong>bustível<br />

adicional àmatrizenergética<br />

±degasolinadieseleálcool<br />

±utilizada atualmente.<br />

De acordo <strong>com</strong> o definido<br />

no programa, ao Tecpar cabe a produção<br />

de biodiesel e o estudo das diferentes<br />

matérias-primas indicadas pela<br />

Secretaria de Estado da<br />

Agricultura e do Abastecimento e pelo<br />

Instituto Agronômico do Paraná<br />

(Iapar)³Agora <strong>ser</strong>ápossível a<strong>com</strong>panhar<br />

a produção e a utilização do<br />

produto em escala semi-industrial´<br />

afirmaBillJorgeCosta³O Tecpar é<br />

referência, trabalha na área desde a<br />

década de 80´acrescenta<br />

HomenagemO institutoprestou<br />

umahomenagemaoprofessor da<br />

Universidade Federal do Paranápesquisadorequímico<br />

do Instituto de<br />

Biologia e Pesquisas Tecnológicas<br />

(IBPT), precursor do Tecpar, Nilton<br />

Emílio Bührer, dando àplantao<strong>seu</strong><br />

nome³É umreconhecimentopelo<br />

<strong>seu</strong>trabalhoededicação àpesquisa<br />

científica nessa área. A primeira vez<br />

que eu vi biodiesel foi na mão do professor<br />

Bührer, uma semana depois<br />

nós <strong>com</strong>eçamos a testar o produto´<br />

afirmouopesquisadordoinstituto<br />

JoséCarlosLaurindo<br />

Entre inúmeras atividades<br />

que desenvolveu, Bührer coordenou<br />

vários projetos buscando alternativas<br />

energéticas <strong>com</strong> base agrícola<br />

em resposta àcrisedopetróleo. Ele<br />

contribuiu <strong>com</strong> estudos que originaram<br />

o programa próálcool do governo<br />

federal e os avanços do biodiesel.<br />

A família, presente na solenidade, recebeu<br />

<strong>com</strong>satisfação a lembrança:<br />

“Lembramos das conversas nos almoços<br />

de domingo, quando ele falava<br />

que deveríamos pensar em <strong>com</strong>bustíveis<br />

alternativos, pois o petróleo<br />

iria acabar um dia´relembra<br />

JoséConradoBührer, um dos filhos<br />

do homenageado, agradecendo a iniciativa.<br />

Equipamentodausinadeprodução de biodiesel tem capacidade para produzir<br />

de 500 a 1.000 litros por dia<br />

Foto: SECS<br />

14 15


Foto: Anderson Maciel<br />

ENTREVISTA<br />

Julio Suzuki: “As<br />

economias do país e<br />

do Paraná estão<br />

mais sólidas,<br />

estando até mais<br />

resistentes a crises<br />

externas, <strong>com</strong>o é<br />

possível perceber<br />

nesta atual fase de<br />

instabilidade nas<br />

bolsas ao redor do<br />

mundo”<br />

PIB, IDH, Juros e afins: o que<br />

os números dizem sobre a economia<br />

Pesquisas do Ipardes auxiliam no planejamento e execução de políticas<br />

públicas do Estado. Alguns indicadores explicam o porquê do aumento<br />

nas vendas de veículos automotores<br />

Anderson Maciel<br />

nômica mundial, apesar de alguns altos<br />

e baixos, está favorável para o desenvolvimento<br />

dos países que há<br />

anos vinham sofrendo <strong>com</strong> baixas taxas<br />

de crescimento. Isso se reflete no<br />

estado do Paraná, o qual tem encarado<br />

o atual cenário <strong>com</strong>o a oportunidade<br />

de executar políticas de desenvolvimento<br />

preocupadas <strong>com</strong> o crescimento<br />

sócio-econômico sustentável.<br />

Existe atualmente uma diversificação<br />

e aprimoramento da produção<br />

no estado. As economias do país e do<br />

Paraná estão mais sólidas, estando<br />

até mais resistentes a crises externas,<br />

<strong>com</strong>o é possível perceber nesta atual<br />

fase de instabilidade nas bolsas ao redor<br />

do mundo. Com isso, a tendência<br />

é que a economia, tanto do país quanto<br />

do Paraná, continue a crescer nos<br />

próximos anos. O reflexo na renda é<br />

percebido ao <strong>com</strong>parar o PIB per capita,<br />

que no estado do Paraná passou<br />

de R$ 6.847,00 em 2000 para R$<br />

10.725,00 em 2004. Maior inclusive<br />

que o PIB per capita do país, que em<br />

2004 era de R$ 9.729,00.<br />

Detrânsito - Recentemente a frota<br />

da cidade de Curitiba chegou a<br />

marca de 1 milhão de veículos. Ela<br />

tem crescido em média de 0,56%<br />

ao mês. E de acordo <strong>com</strong> dados da<br />

Associação Nacional dos<br />

Fabricantes de Veículos<br />

Automotores (Anfavea), nos seis<br />

primeiros meses de 2007 já foram<br />

licenciados mais de 1 milhão de automóveis<br />

em todo o Brasil, representando<br />

um aumento de 25% em<br />

relação ao mesmo período do ano<br />

passado. Quais os indicadores que<br />

exercem influência direta no aumento<br />

do consumo da população,<br />

em especial do consumo de veículos?<br />

ra consumir, em especial veículos automotores.<br />

Somado a esses dois fatores,<br />

a diminuição nas taxas de juros<br />

faz <strong>com</strong> que se crie um ótimo cenário<br />

para o consumo de veículos, que são<br />

produtos cujas vendas têm uma grande<br />

sensibilidade <strong>com</strong> o crédito. Com<br />

a queda nos juros aumenta-se a venda<br />

de veículos financiados, principalmente<br />

de veículos novos. E o crescimento<br />

da indústria automobilística<br />

e das vendas de automóveis estão<br />

acontecendo principalmente devido<br />

a demanda do mercado interno. Não<br />

são as exportações que impulsionam<br />

o aumento da produção e da <strong>com</strong>ercialização<br />

de veículos. Mas isso não<br />

significa que exista uma substituição<br />

do carro novo pelo antigo, já que este<br />

passa para a população de renda mais<br />

baixa. Ou seja, isso significa que são<br />

mais veículos realmente circulando<br />

nas ruas brasileiras.<br />

Detrânsito - Ao contrário da economia,<br />

a população apresenta taxas<br />

de crescimento cada vez menores.<br />

O estudo do Ipardes mostra<br />

que de 2010 a 2020 a taxa de crescimento<br />

anual da população deve cair<br />

em 55%. Qual a razão dessa trajetória<br />

da população <strong>ser</strong> contrária<br />

a da economia?<br />

Julio Suzuki - Para entender o porque<br />

da trajetória inversa do crescimento<br />

da população, <strong>pode</strong> <strong>ser</strong> feita<br />

uma relação <strong>com</strong> o crescimento econômico<br />

para justificar o baixo crescimento<br />

populacional. Com um PIB<br />

per capita maior e uma política de distribuição<br />

de renda bem executada, aumenta-se<br />

também o Índice de<br />

Desenvolvimento Humano (IDH).<br />

Regiões de IDH elevado representam<br />

e significam aumento da escolaridade,<br />

e por consequência um maior<br />

planejamento familiar, ocasionando<br />

assim a diminuição das taxas de natalidade<br />

e de fecundidade. No Paraná,<br />

estado <strong>com</strong> o 6º melhor IDH do país<br />

(0,787), a taxa de fecundidade passou<br />

de 2,62 em 1991 para 2,3 em<br />

2000. Essa é uma das razões para a<br />

população não ter a mesma evolução<br />

da economia. Porém, esse fato não é<br />

exclusivo do Paraná. Podemos considerar<br />

um fenômeno nacional e até<br />

mesmo mundial. É preciso ressaltar<br />

que existem algumas particularidades<br />

em certas regiões do estado. A<br />

Mesorregião Metropolitana de<br />

Curitiba (região que <strong>com</strong>preende<br />

também os municípios do litoral do<br />

estado), apesar de também apresentar<br />

baixas taxas de natalidade, ainda<br />

assim teve um crescimento populacional<br />

grande nos últimos anos. Em<br />

1980 a população dessa mesorregião<br />

era de 1.703.787 pessoas, já em 2000<br />

passou para 3.053.313. Isso se deve,<br />

principalmente, ao fluxo migratório.<br />

Detrânsito - O fluxo migratório no<br />

Paraná aconteceu de maneira muito<br />

diversificada ao longo da história.<br />

Hoje, <strong>com</strong>o é o fluxo migratório<br />

no estado?<br />

Julio Suzuki - Diferente das décadas<br />

de 60 e 70, quando muitos paranaenses<br />

deixaram o estado, hoje acontece<br />

o contrário. O fluxo migratório, que<br />

é a atração de contingente populacional<br />

de outras regiões e de outros estados,<br />

é intenso em direção a Região<br />

Metropolitana de Curitiba. Só para<br />

se ter uma idéia, quase metade da população<br />

que mora em Curitiba não<br />

nasceu na cidade. O Censo<br />

Demográfico realizado em 2000 pelo<br />

IBGE revela que a população de<br />

Curitiba era de 1.587.315 habitantes.<br />

Deste total, 756.799 moradores da cidade<br />

não eram nascidos na capital paranaense.<br />

O mesmo censo mostra<br />

que as cidades do entorno de<br />

Curitiba tiveram um grande crescimento<br />

populacional em relação à pesquisa<br />

anterior (1996), <strong>com</strong>o foram os<br />

casos de Fazenda Rio Grande<br />

(10,91%), Campo Magro (5,99%),<br />

São José dos Pinhais (5,43%) e<br />

Colombo (5,09%). Uma das razões<br />

deste fluxo migratório em direção à<br />

Região Metropolitana de Curitiba é o<br />

crescimento e a diversificação da economia<br />

desta região, que conta <strong>com</strong> indústrias<br />

dos mais variados setores.<br />

Indicadores econômicos <strong>com</strong>o<br />

de estabilidade e <strong>com</strong> perspectivas que resultaram nas perspectivas<br />

o PIB per capita, <strong>pode</strong>r de consu-<br />

de crescimento em suas economias. de crescimento econômico do país<br />

mo e <strong>com</strong>pra da população, assim <strong>com</strong>o<br />

O País, por <strong>exemplo</strong>, até 2002 apre-<br />

e do estado? Qual o reflexo deste<br />

os indicadores demográficos sentava crescimento médio do crescimento na renda da popula-<br />

Julio Suzuki - No Brasil, diferente<br />

(crescimento populacional e taxa de Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% ção?<br />

dos países desenvolvidos, onde as populações<br />

possuem uma renda bem<br />

natalidade), entre outros, são as matérias<br />

primas para o desenvolvimenmento<br />

anual de 4,5%, <strong>pode</strong>ndo che-<br />

Julio Suzuki - Na década de 90 e no<br />

maior e já consomem bastante, o con-<br />

ao ano. Hoje, já se projeta crescito<br />

de estudos e pesquisas do Instituto gar a 5%. Suzuki, entrevistado desta início deste século, algumas crises,<br />

sumo aqui ainda é reprimido devido<br />

Paranaense de Desenvolvimento edição da Detrânsito, explica, também,<br />

a importância do investimento México e Ásia, refletiram negativamento<br />

de renda reflete imediatamennômico<br />

e populacional atingem di-<br />

<strong>com</strong>o as da Rússia, Argentina,<br />

a baixa renda. Assim, qualquer au-<br />

Detrânsito - Os crescimentos eco-<br />

Econômico e Social (IPARDES). O<br />

coordenador do Núcleo de em infra-estrutura para o desenvolvimento<br />

econômico do estado do atingindo principalmente e mais for-<br />

fazermos parte de um sistema econô-<br />

de transportes destas regiões. Qual<br />

mente em várias partes do mundo,<br />

te em aumento de consumo. Até por<br />

retamente o trânsito e os sistemas<br />

Conjuntura e Macroeconomia do<br />

Instituto Julio Suzuki (37) considera Paraná e do país.<br />

temente economias frágeis e em processo<br />

de desenvolvimento, <strong>com</strong>o é o<br />

mo característica a alta propensão pa-<br />

crescimento econômico e demo-<br />

mico capitalista, o brasileiro tem co-<br />

é a região que apresenta o maior<br />

que atualmente, tanto o Paraná quanto<br />

o Brasil atravessam um momento Detrânsito - Quais são os fatores caso do Brasil. Hoje a conjuntura eco-<br />

16 17


gráfico, e que por conseqüência<br />

também tende a apresentar maiores<br />

problemas e desafios para a gestão<br />

do trânsito e transporte?<br />

Julio Suzuki - Londrina e Maringá<br />

também apresentaram um crescimento<br />

populacional devido ao fluxo<br />

migratório, principalmente durante o<br />

ciclo do café e da soja. Mas hoje o<br />

crescimento mais significativo acontece<br />

na Região Metropolitana de<br />

Curitiba. Como em São Paulo, Rio<br />

de Janeiro, Porto Alegre, Belo<br />

Horizonte e outras regiões metropolitanas,<br />

existe o reflexo destes crescimentos<br />

no trânsito e no sistema de<br />

transporte. Com Curitiba não foi diferente.<br />

Os sistemas de transporte e viário<br />

da cidade não atende somente à capital,<br />

mas também todas as cidades<br />

da região. Afinal, muitas pessoas moram<br />

nas cidades metropolitanas e trabalham<br />

em Curitiba e vice-versa. Por<br />

isso se faz necessário implementar e<br />

aumentar os sistemas de transporte e<br />

viário. E <strong>com</strong>o não se trata de apenas<br />

um município, o desafio é grande, porém<br />

não é impossível. Já nas regiões<br />

de Londrina e Maringá, e até em outras<br />

cidades do interior, apesar do panorama<br />

diferente de Curitiba, é preciso<br />

que já se façam projetos e planejamentos<br />

de trânsito e transporte, para<br />

que estes locais estejam preparados<br />

em caso de um possível inchaço<br />

populacional.<br />

Detrânsito - Investimentos em infra-estrutura,<br />

os quais estão incluídos<br />

o trânsito e transportes, são indispensáveis<br />

para o desenvolvimento<br />

econômico. Como estes setores<br />

estão sendo contemplados pelos<br />

governos federal e estadual?<br />

Julio Suzuki - Com as projeções de<br />

crescimento do país torna-se indispensável<br />

o investimento em infra-<br />

economia no setor agroindustrial, cria-se no estado uma equipe denominada Grupo de Estudos para as Atividades<br />

No início dos anos 70, diante da crescente mudança no <strong>com</strong>portamento econômico do Paraná e das novas tendências da<br />

estrutura. Em âmbito nacional, hoje<br />

Agroindustriais do Paraná (GEAAIP), vinculada ao Banco de Desenvolvimento Econômico do Paraná (BADEP). Este<br />

Ferrovias: alternativa ainda<br />

existe uma carência de investimentos<br />

neste setor. Por isso, nos novos<br />

grupo foi o embrião para o surgimento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES),<br />

pouco explorada no Brasil.<br />

que tem a função de estudar a realidade econômica e social do Estado para subsidiar a formulação, execução, a<strong>com</strong>panhamento<br />

e avaliação de políticas públicas.<br />

planejamentos do governo federal,<br />

O IPARDES hoje é uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral (SEPL). Em<br />

<strong>com</strong>o é o caso do PAC, percebe-se<br />

<strong>seu</strong>s trinta e dois anos de trajetória, as análises do instituto mudaram a maneira de pensar o Estado, procurando entender<br />

uma preocupação especial <strong>com</strong> o setor<br />

de infra-estrutura. Já foram apremico<br />

nacional e internacional, afetada, conseqüentemente, pelos processos que aí ocorrem. Os estudos do IPARDES<br />

sua <strong>com</strong>plexa economia, propondo e disseminando a visão do Paraná <strong>com</strong>o uma economia integrada ao espaço econôsentados<br />

grandes projetos viários e<br />

são referência obrigatória para quem pesquisa o Paraná.<br />

energéticos. Até porque, a falta destes<br />

investimentos <strong>pode</strong> <strong>ser</strong> um garga-<br />

18 19<br />

lo no caminho do crescimento do país.<br />

O Paraná, em <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> os<br />

estados da região Sul, ainda apresenta<br />

uma infra-estrutura em condições<br />

melhores. Mas isso não quer dizer<br />

que <strong>pode</strong>mos abrir mão de investimentos.<br />

O governo do estado tem<br />

uma visão bastante ampla do setor estrutural<br />

e vem realizando investimentos.<br />

As estradas são um bom<br />

<strong>exemplo</strong>, até porque elas ainda são a<br />

principal forma de escoamento de<br />

mercadorias dentro do Brasil. Existe<br />

também os projetos na área ferroviária,<br />

setor ainda pouco explorado em<br />

nosso país, mas que é altamente eficiente<br />

tanto para o trânsito de pessoas<br />

<strong>com</strong>o de mercadorias. Estes investimentos<br />

se executados em um período<br />

de tempo adequado <strong>pode</strong>m garantir<br />

bons resultados para a economia<br />

do estado e do país.<br />

Detrânsito - Têm-se especulado<br />

muito a respeito da vinda da montadora<br />

japonesa Toyota para o<br />

Paraná. Isso representa perspectivas<br />

de ampliação da indústria automotiva<br />

no estado?<br />

Julio Suzuki - Com o aumento da<br />

produção, principalmente direcionada<br />

para o mercado interno, apresenta-se<br />

uma conjuntura favorável e em<br />

expansão deste setor. As indústrias situadas<br />

no Paraná não fogem a esta regra.<br />

Percebe-se o aumento da produção<br />

dos produtos já existentes e lançamento<br />

de novos modelos. A questão<br />

da Toyota ainda está no âmbito da<br />

especulação. Pode existir uma disputa<br />

entre os estados para atrair a planta<br />

da fábrica. E aí, vai pesar a infraestrutura<br />

oferecida. Em relação a alguns<br />

estados o Paraná tem uma vantagem<br />

neste quesito. Mas também<br />

vai contar a proximidade de mercados<br />

consumidores e até mesmo os incentivos<br />

fiscais, fator sempre determinante<br />

nas instalações de indústrias<br />

automotivas.<br />

Detrânsito - O biodiesel tem sido<br />

assunto recorrente. O que representa<br />

para economia o crescimento<br />

da produção deste tipo de <strong>com</strong>bustível?<br />

Julio Suzuki - O Paraná apresenta<br />

um cenário promissor neste mercado.<br />

O próprio governo tem se mostrado<br />

interessado nesta área, e por meio do<br />

Tecpar lançou recentemente a planta<br />

piloto de uma unidade de pesquisa e<br />

desenvolvimento desta tecnologia. O<br />

biodiesel é um produto que <strong>pode</strong> levar<br />

o desenvolvimento não só do<br />

<strong>com</strong>bustível, mas também de pesquisas<br />

em outras áreas científicas e tecnológicas.<br />

Por terem destaques as pesquisas<br />

<strong>com</strong> soja e cana-de-açúcar<br />

aqui realizadas, o Paraná já dispõe de<br />

uma razoável estrutura de pesquisa e<br />

de know how para desenvolver o biodiesel<br />

no estado. O efeito na economia<br />

é multiplicador, pois se desenvolvem<br />

todas as atividades que são<br />

necessárias para produção do bio<strong>com</strong>bustível.<br />

E o mais interessante é<br />

que o desenvolvimento dos bio<strong>com</strong>bustíveis<br />

tem sua força no interior<br />

do estado, região que oferece<br />

uma boa condição para o desenvolvimento<br />

de outras tecnologias também.<br />

Podendo até fazer <strong>com</strong> que grandes<br />

empresas voltem suas atenções para<br />

essa região e não somente para a<br />

Região Metropolitana de Curitiba.<br />

No interior existem grandes universidades<br />

públicas e redes de ensino de<br />

qualidade, além de outras condições<br />

básicas para instalação de indústrias.<br />

Seria muito interessante para o interior<br />

que se desenvolvessem outras atividades<br />

industriais além do agronegócio.<br />

Até mesmo porque o interior<br />

não é apenas sinônimo de agronegócio.<br />

Foto: Ferropar<br />

PARANÁ<br />

POPULAÇÃO CENSITÁRIA E POPULAÇÃO PROJETADA, SEGUNDO MESORREGIÕES GEOGRÁFICAS - 1970/2000, 2010 E 2020<br />

POPULAÇÃO<br />

MESORREGIÃO<br />

GEOGRÁFICA<br />

Censitária<br />

Projetada<br />

1970 1980 1991 2000 2010 2020<br />

Noroeste 962.798 746.472 655.509 641.084 616.251 546.507<br />

Centro-Ocidental 528.734 417.452 387.451 346.648 289.425 222.350<br />

Norte Central 1.521.550 1.479.850 1.638.677 1.829.068 1.970.039 1.942.717<br />

Norte Pioneiro 705.957 571.679 555.339 548.190 511.072 433.603<br />

Centro-Oriental 355.253 472.643 547.559 623.356 687.645 680.001<br />

Oeste 752.432 960.709 1.016.481 1.138.582 1.231.310 1.227.917<br />

Sudoeste 446.360 521.249 478.126 472.626 436.795 369.848<br />

Centro-Sul 338.141 453.030 501.428 533.317 533.738 485.965<br />

Sudeste 267.830 302.521 348.617 377.274 383.827 351.922<br />

Metropolitana de Curitiba 1.050.813 1.703.787 2.319.526 3.053.313 3.991.909 4.921.002<br />

PARANÁ 6.929.868 7.629.392 8.448.713 9.563.458 10.652.011 11.181.832<br />

FONTES: Para o período 1970/2000: IBGE - Censos Demográficos; para 2010 e 2020: Projeção IPARDES<br />

NOTA: A data de referência dos Censos de 1970, 1980 e 1991 é 1º de setembro; a do Censo de 2000 é 1º de agosto e<br />

a da projeção é 1º de julho.<br />

PARANÁ<br />

TAXAS GEOMÉTRICAS DE CRESCIMENTO ANUAL DA POPULAÇÃO CENSITÁRIA E DA POPULAÇÃO PROJETADA,<br />

SEGUNDO MESORREGIÕES GEOGRÁFICAS - 1970-2000 E 2000-2020<br />

1970-1980 1980-1991 1991-2000 2000-2010 2010-2020<br />

Noroeste -2,51 -1,17 -0,25 -0,40 -1,19<br />

Centro-Ocidental -2,34 -0,68 -1,24 -1,80 -2,60<br />

Norte Central -0,28 0,93 1,24 0,75 -0,14<br />

Norte Pioneiro -2,09 -0,26 -0,15 -0,70 -1,63<br />

Centro-Oriental 2,90 1,35 1,46 0,99 -0,11<br />

Oeste 2,47 0,51 1,28 0,79 -0,03<br />

Sudoeste 1,56 -0,78 -0,13 -0,79 -1,65<br />

Centro-Sul 2,97 0,93 0,69 0,01 -0,93<br />

Sudeste 1,23 1,30 0,89 0,17 -0,86<br />

Metropolitana de Curitiba 4,95 2,84 3,13 2,74 2,11<br />

PARANÁ 0,97 0,93 1,40 1,09 0,49<br />

FONTE DOS DADOS BÁSICOS: IBGE - Censos Demográficos; Projeção IPARDES<br />

NOTA: Dados trabalhados pelo IPARDES.<br />

PARANÁ<br />

MESORREGIÃO<br />

GEOGRÁFICA<br />

TAXA MÉDIA GEOMÉTRICA DE CRESCIMENTO ANUAL DA POPULAÇÃO (%)<br />

Censitária<br />

Projetada<br />

PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DAS MESORREGIÕES GEOGRÁFICAS NO TOTAL DO ESTADO - 1970/2020<br />

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO (%)<br />

MESORREGIÃO<br />

GEOGRÁFICA<br />

Censitária<br />

Projetada<br />

1970 1980 1991 2000 2010 2020<br />

Noroeste 13,9 9,8 7,8 6,7 5,8 4,9<br />

Centro-Ocidental 7,6 5,5 4,6 3,6 2,7 2,0<br />

Norte Central 22,0 19,4 19,4 19,1 18,5 17,4<br />

Norte Pioneiro 10,2 7,5 6,6 5,7 4,8 3,9<br />

Centro-Oriental 5,1 6,2 6,5 6,5 6,5 6,1<br />

Oeste 10,9 12,6 12,0 11,9 11,6 11,0<br />

Sudoeste 6,4 6,8 5,7 4,9 4,1 3,3<br />

Centro-Sul 4,9 5,9 5,9 5,6 5,0 4,3<br />

Sudeste 3,9 4,0 4,1 3,9 3,6 3,1<br />

Metropolitana de Curitiba 15,2 22,3 27,5 31,9 37,5 44,0<br />

PARANÁ 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

FONTES: Para o período 1970/2000: IBGE - Censos Demográficos; para 2010 e 2020: Projeção IPARDES<br />

NOTA: Dados trabalhados pelo IPARDES.<br />

Curitiba<br />

1.476.253<br />

Paraná<br />

9.003.804<br />

566.967<br />

1.587.315<br />

674.781<br />

* Dados preliminares divulgados<br />

pelo IBGE em agosto de 2007<br />

** Frota de veículos até o mês de<br />

julho de 2007<br />

Fonte: Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística<br />

(IBGE); Departamento<br />

de Trânsito do Paraná<br />

(<strong>Detran</strong>/PR)<br />

1.788.599*<br />

1996 2000 2007<br />

População<br />

1.871.347<br />

9.563.458<br />

Frota de veículos<br />

2.351.408<br />

10.155.274*<br />

1996 2000 2007<br />

População<br />

Ipardes pensa o Paraná<br />

Frota de veículos<br />

1.005.066**<br />

3.846.310**


INFRA-ESTRUTURA<br />

Governo inaugura Passarela da Moda entre pólos de confecções de Maringá<br />

O governador Roberto<br />

Requião e o prefeito de Maringa<br />

SilvioBarross II inaugurarama<br />

passarelasobreaPR317, obraque<br />

ligadoisdosprincipaisshoppings<br />

atacadistasdevestuário da cidade, o<br />

Vest Sul e o Shopping Portal, por<br />

onde circulam em média mais de<br />

duas mil pessoas por mês, chegando<br />

a 6 mil em datas especiais. Por unir<br />

os dois shoppings, cortado pela<br />

rodovia, a obra jáéconhecidapela<br />

população <strong>com</strong>o ³ Passarela da<br />

Moda´<br />

A passarela recebeu o nome<br />

do <strong>com</strong>erciante JoséAlvesumdos<br />

idealizadores do projeto e que<br />

morreu atropelado em julho de 2006,<br />

dias antes de o governador assinar a<br />

ordem de <strong>ser</strong>viço para a execução da<br />

obra, que recebeu investimentos de<br />

R$ 1 milhão. O Governo do Estado<br />

investiu R$ 500 mil, a União R$ 430<br />

mil e a Prefeitura deMaringáentrou<br />

<strong>com</strong>osR$ 70 milrestantes<br />

“As coisas acontecem<br />

sempre assim. Tem que haver<br />

alguém que tome a iniciativa.<br />

Alguém criativo, decidido e insistente.<br />

Hoje, homenageamos o José<br />

Alves<strong>com</strong>essapassarelaque<strong>ser</strong>ve<br />

Foto: SECS<br />

trecho que liga a cidade a Paiçandu.<br />

Ele disse ainda que o governador<br />

Requião foi decisivo para a inclusão<br />

de MaringánoPACPlanode<br />

Aceleração do Crescimento, em que<br />

o governo federal pretende liberar<br />

R$ 25 milhões para a revitalização<br />

do Bairro Santa Felicidade. ³ Quero<br />

registrar aqui o meu sincero agradecimento<br />

público ao secretário do<br />

Planejamento Enio Verri e principalmente<br />

ao governador Roberto<br />

Requião por <strong>ser</strong>em os responsáveis<br />

pela liberação desses recursos junto<br />

ao governo federal´<br />

A solenidade de inauguração<br />

da passarela da moda contou<br />

ainda<strong>com</strong>aspresenças dos secretários<br />

Heron Arzua (Fazenda), Valter<br />

Bianchini (Agricultura), Luis Mussi<br />

(Especial) e Enio Verri (Planejamento),<br />

do presidente da Associação da<br />

Passarela Portal da Moda, Wilson<br />

Kuramoto, da presidente do<br />

Shopping Vest Sul, Evanisa Maria de<br />

Lira, dos deputados Luis Nishimori,<br />

Dr. Batista e Odilio Balbinoti, do<br />

arcebispo de MaringáAnoarBatisti<br />

dosenadorWilsondeCamposdo<br />

reitordaUEMDécio Sperandio, e<br />

do responsável pela Região<br />

Metropolitana de MaringáJoão Ivo<br />

Kalefi.<br />

Passarela Maringá PassareladaModaemMaringá<br />

demodeloparaoParanáEssetipo<br />

terá um fluxo de cerca de 6 mil pessoas em datas especiais.<br />

de passarela jáexistenaEuropaSão<br />

passarelas <strong>com</strong>erciais, autosustentáveis.<br />

Elas existem em pena investir nesta obra, por <strong>ser</strong> uma<br />

atacadistas. Tudo <strong>com</strong>eçou quando<br />

Campinas nas vias de autovelocidade,<br />

mas no Paranáéa Maringáequemereciaoapoiodo<br />

Roberto Requião, que se encantou<br />

atitude pioneira dos empresários de<br />

levei o projeto ao governador<br />

primeiraÉ precisoqueesteti<strong>pode</strong> GovernodoEstado´disseainda<br />

<strong>com</strong> a idéia e <strong>com</strong>entou que todas as<br />

passarelasetornepadrão para o Requião.<br />

passarelas deveriam seguir este<br />

Estado´destacouogovernador.<br />

A passarela tem uma área de<br />

modelo. Foi naquele momento que<br />

Segundo ele, a passarela nos 870 metros quadrados, sendo 5,5 de<br />

ele destinou recursos, a fundo<br />

moldes da que foi construída em altura e 40 metros de <strong>com</strong>primento.<br />

perdido, para a construção. Em nome<br />

Maringá<strong>pode</strong><strong>ser</strong>explorada<strong>com</strong>ercialmente<strong>com</strong>aimplantação<br />

de construídas, sendo que no hall de<br />

agradecer ao governador por esta<br />

Duas torres de concreto foram<br />

da <strong>com</strong>unidade maringaense, quero<br />

lojas e lanchonetes, que vão bancar o cada uma delas háespaço para<br />

decisão e estamos felizes <strong>com</strong> sua<br />

custo da segurança do local por 24 exposição de peças de vestuários ou<br />

presença aqui´afirmouoprefeito<br />

horas.<br />

atémesmoparaexploração <strong>com</strong>ercial,<br />

<strong>com</strong>o sugeriu o próprio governa-<br />

O prefeito fez questão de<br />

SilvioBarrosII<br />

“O modelo éinteressante<br />

<strong>pode</strong><strong>ser</strong>estudadoe<strong>com</strong> algumas dor.<br />

destacar ainda que o Governo do<br />

modificações, estabelecer um “Essa passarela éauto<br />

Estado vem realizando diversas<br />

padrão para o Estado. Confesso que, sustentável, porque émantidapelos<br />

obras em Maringáeregião, <strong>com</strong>o a<br />

quando vi o projeto, achei que valia a empresários dos dois shoppings<br />

duplicação da rodovia PR-317, no<br />

20 21


PEDÁGIO<br />

Tarifas de pedágio têm aumento<br />

real de 30,22% acima da inflação<br />

As tarifas de pedágio<br />

cobradas pelas seis concessionárias,<br />

que exploram o chamado Anel da<br />

Integração, tiveram aumento real de<br />

30,22% acima do IPCA ±Índice<br />

Nacional de Preços ao Consumidor<br />

Amplo, índice oficial do governo<br />

federal para medição das metas<br />

inflacionárias.<br />

O índice de reajuste médio<br />

aplicado pelas concessionárias, de<br />

junho de 1998 a junho de 2007, foi de<br />

136,27%, bem acima da inflação do<br />

período medida pelo IBGE. A constatação<br />

foi feita por técnicos do Dieese -<br />

DepartamentoIntersindicalde<br />

Estatística e Estudo Socioeconômico.<br />

A pesquisa en<strong>com</strong>endada<br />

pelo Senge-PR ±Sindicatodos<br />

EngenheirosdoEstadodoParaná± <br />

revelaqueoreajustemaiselevado<br />

ficouporcontadapraça 1, da Ecovia,<br />

no município de São Josédos<br />

Pinhais (caminho das praias), onde a<br />

tarifa subiu de R$ 3,80 para R$ 10,90.<br />

O índice aplicado pela concessionária<br />

foi de 186,84%, ou seja, 58,09%<br />

acima da inflação.<br />

A Econorte, que explora a<br />

Praça 2, em Jataizinho, no Norte do<br />

Estado, aumentou a tarifa de R$ 3,70<br />

para R$ 9,50O índice de reajuste foi<br />

de 156,76 (41,51% acima da<br />

inflação). A tarifa da praça 5 da<br />

Rodonorte, em Tibagi, passou de R$<br />

2,80 para R$ 6,40 (128,57%, ou seja,<br />

25,98% acima da inflação). A Viapar<br />

também aplicou reajuste acima da<br />

inflação (18,84%) em sua tarifa na<br />

praça 5, em Campo Mourão. A tarifa<br />

passou de R$ 3,20 para R$ 6,90.<br />

A concessionária Rodovia<br />

das Cataratas fez sua tarifa da praça 3,<br />

em Cascavel, saltar de R$ 3,00 para<br />

R$ 6,20 (106,67%), <strong>com</strong> um<br />

aumento real de 13,90%. A<br />

Caminhos do Paranáemsuapraça 4,<br />

no município de Imbituva, reajustou<br />

a tarifa de R$ 2,80 para R$ 5,70<br />

(103,57%). O índice foi superior a<br />

Tarifas de pedágio têm aumentos abusivos no Paraná<br />

inflação do período em 12,20%.<br />

Para o secretário estadual de<br />

Transportes, Rogério Tizzot, a<br />

pesquisa divulgada pelo Dieese é<br />

maisuma<strong>com</strong>provação do ³absurdo<br />

que foi a implantação dos pedágios<br />

no Paranáporquealém da retirada<br />

de benefícios, as concessionárias<br />

tiveram o direito de acréscimos<br />

acima dos reajustes de contrato pelo<br />

acordo firmado no Governo Lerner.<br />

Esses acréscimos foram programados<br />

para valerem a partir de 2003. Ou<br />

seja, ele deixou a ³bomba relógio´<br />

paraoGovernoRequião´<br />

Tizzot destacou que o atual<br />

governo, por considerar que as<br />

tarifas são exorbitantes ³não<br />

autorizou nenhum reajuste a partir de<br />

2003. Assim, todos os reajustes<br />

aplicados pelas concessionárias<br />

foram por decisão judicial. O<br />

Governo do Estado continua <strong>com</strong><br />

ações na Justiça para reduzir o valor<br />

das tarifas´finalizou<br />

O presidente do Sindicato<br />

dos Engenheiros do ParanUlisses<br />

Kaniak ao tomarconhecimentoda<br />

pesquisadepreços do Dieese, disse<br />

que a entidade entende que existe um<br />

abuso das concessionárias contra os<br />

usuários das rodovias paranaenses.<br />

³Não existe motivo para reajustes<br />

nestenível, mesmo porque a gente<br />

não vêtantasbenfeitoriasA gente<br />

sabequeofluxodeveículos<br />

aumenta a cada ano, mas que este<br />

aspecto não élevadoemcontapelas<br />

concessionárias´disse<br />

Segundo ele, estudos feitos<br />

pelo IPEA ±InstitutodePesquisa<br />

Econômica Aplicada ±revelamque<br />

naEuropaolucromédio das<br />

empresas de pedágio gira em torno<br />

de 12%, nos Estados Unidos, 15%, e<br />

no Brasil, 18%. “Entretanto, a<br />

mesma pesquisa mostra que existe<br />

no Paranáumaempresacujolucro<br />

chega a 66%. Apesquisanão cita o<br />

nome da concessionária, mas não é<br />

difícil imaginar qual seja.”<br />

Kaniak fez questão de<br />

destacar que o Sindicato dos<br />

Engenheiros do Paranátem³ uma<br />

posição de muitos anos contrária aos<br />

pedágios, por entender que existem<br />

verbas suficientes para a manutenção<br />

das rodovias brasileiras. No<br />

Paranáhouveumsucateamentodas<br />

rodoviasjustamenteparaprovocar<br />

aprivatização a partir de 1998."<br />

Cassemira de F. da Maia Kopycki CRP 08/04164<br />

Psicóloga Perita e Especialista em Trânsito e Saúde Mental PUC/PR<br />

Atuando no Setor de Avaliação Psicológica convênio PUC/DETRAN-PR<br />

O aumento acentuado da<br />

frota automobilística nos últimos<br />

anos está saturando nossas ruas,<br />

avenidas, provocando enormes<br />

congestionamentos, tornando o<br />

tempo médio de deslocamento entre<br />

um ponto e outro de uma grande<br />

cidade cada vez maior, principalmente<br />

nos horários de pico, que são<br />

no início da manhã e final da tarde.<br />

Segundo as estatísticas<br />

realizadas pelo DETRAN / PR<br />

(2006), a frota de veículos só na<br />

cidade de Curitiba aumentou 6,21%<br />

de 2005 para 2006 e estima-se que<br />

neste ano ela chegue a um milhão de<br />

veículos, concluindo que para cada<br />

dois habitantes um possui veículos.<br />

Com o aumento da frota,<br />

causando congestionamentos, maior<br />

poluição sonora provocada por<br />

motores e buzinas, motoristas<br />

imprudentes e pedestres que não<br />

respeitam as regras de circulação,<br />

espera-se também o aumento de<br />

estresse e conseqüentemente o<br />

aumento dos índices de acidentes,<br />

provocados principalmente por falha<br />

humana, fazendo <strong>com</strong> que o <strong>com</strong>portamento<br />

agressivo de um motorista<br />

desencadeie a agressividade do outro,<br />

resultando num quadro caótico de<br />

motoristas mal-humorados, agredindo-se<br />

mutuamente , aumentando<br />

mais a violência urbana.<br />

H E N N E S S Y E<br />

WIESENTHAL (1997, citado por<br />

Presa, 2002), têm realizado estudos<br />

sobre o estresse, mensurando a<br />

predisposição ao mesmo e as reações<br />

dos motoristas ao passar pela<br />

experiência de condições de congestionamento<br />

no trânsito e encontraram<br />

uma grande variedade de<br />

<strong>com</strong>portamentos direto e indiretos<br />

provenientes dos motoristas em<br />

situações de grandes congestionamentos,<br />

enfrentando também<br />

<strong>com</strong>portamento provocativo de<br />

outros motoristas ou pedestres,<br />

xingamentos, palavrões, ofensas<br />

morais, etc. Concluem que o estresse<br />

ao volante está se tornando uma<br />

síndrome típica em motoristas de<br />

grandes centros urbanos que usam o<br />

automóvel diariamente.<br />

Para VASCONCELOS<br />

(1998), o trânsito é uma disputa pelo<br />

espaço físico, que reflete uma<br />

disputa pelo tempo e pelo acesso ao<br />

equipamentos urbanos é uma<br />

negociação permanente do espaço,<br />

coletivo e conflituoso. E essa<br />

negociação, dadas as características<br />

de nossa sociedade, não se dá entre<br />

pessoas iguais: a disputa pelo espaço<br />

tem uma base ideológica e política;<br />

dependendo de <strong>com</strong>o as pessoas se<br />

vêem na sociedade e de <strong>seu</strong> acesso<br />

real ao <strong>pode</strong>r.<br />

Nessa disputa pelos espaços<br />

surgem divergências de idéias, de<br />

valores, de cultura. E a negociação<br />

que deve ocorrer no trânsito nem<br />

sempre acontece. Os condutores<br />

ficam então, nervosos, ansiosos e<br />

estressados, traçando um caminho<br />

para a luta e a agressividade no<br />

trânsito.<br />

De acordo <strong>com</strong> STORR<br />

(1970), não <strong>pode</strong> haver dúvida de<br />

que o homem também é um animal<br />

territorial. Mesmo em circunstâncias<br />

tão remotas do primitivo <strong>com</strong>o na<br />

civilização ocidental contemporânea,<br />

a área rural é demarcada por<br />

22 23<br />

ARTIGO


cercas e tapume de varas ou ripas,<br />

muitas das quais exibem avisos<br />

dizendo que os “Invasores <strong>ser</strong>ão<br />

processados”; e o ingresso em<br />

nossas casas de pessoas nãoautorizadas<br />

é tão ressentido quanto a<br />

perda de qualquer propriedade que<br />

elas possam esconder. A presença de<br />

um estranho no jardim geralmente é<br />

considerada <strong>com</strong>o uma ameaça ou,<br />

pelo menos, <strong>com</strong>o uma circunstância<br />

que exige investigação.<br />

Como os outros animais, o<br />

homem também reage <strong>com</strong> maldade<br />

à superaglomeração. Embora, na<br />

civilização adiantada, o amontoamento<br />

de gente nas cidades não leve,<br />

forçosamente, à escassez de alimento,<br />

talvez existam traços de agressividade<br />

que outrora <strong>ser</strong>viam para<br />

espaçar tanto os indivíduos <strong>com</strong>o<br />

grupos de homens. Aqueles dentre<br />

nós que vivem em cidades aprendem<br />

a se a<strong>com</strong>odar, em certo grau, ao tipo<br />

de congestionamento que parece <strong>ser</strong><br />

uma conseqüência inevitável da<br />

urbanização; quanto mais amontoados<br />

ficamos, maior a facilidade <strong>com</strong><br />

que tendemos ao ressentimento<br />

mútuo, favorecendo ao descontrole<br />

do impulso agressivo.<br />

É verdade também que<br />

algumas pessoas se alteram <strong>com</strong><br />

maior facilidade quando estão na<br />

direção de um veículo, muitas vezes<br />

elas nem estão totalmente conscientes<br />

dos fatores que estão gerando o<br />

<strong>seu</strong> estresse. Também é importante<br />

destacar que nem todo o tipo de<br />

estresse tem de <strong>ser</strong> necessariamente<br />

negativo para a condução, já que este<br />

<strong>pode</strong> ajudar, em alguns momentos,<br />

no estado de alerta e reação que se<br />

necessita para o manejo dos veículos<br />

ou para evitar um acidente. O<br />

estresse não é mais que uma resposta<br />

adaptativa do organismo a situações<br />

em que seja necessária uma tomada<br />

de decisão. Geralmente esta decisão<br />

envolve respostas vigorosas, rápidas<br />

e que tem por finalidade o retorno ao<br />

equilíbrio.<br />

O cortisol é o hormônio do<br />

estresse e <strong>seu</strong>s níveis aumentam e<br />

diminuem ao longo do dia, apresentando<br />

um pico pela manhã. Este<br />

hormônio tem um papel preponderante<br />

na regulação do metabolismo,<br />

da pressão arterial, da função<br />

cardiovascular e da atividade<br />

imunológica. O cortisol ajuda o<br />

organismo a responder ao estresse,<br />

mobilizando-o para uma atividade<br />

intensa. Quando produzido em<br />

níveis excessivos, em conseqüência<br />

do estresse crônico, sobrecarrega o<br />

sistema cardiovascular, o cérebro, o<br />

metabolismo e as demais funções<br />

corporais.<br />

O motorista deve ficar<br />

alerta para o estresse crônico, o<br />

estresse de longo prazo (os negativos;<br />

conseqüência de situações<br />

consideradas altamente estressantes,<br />

<strong>com</strong>o por <strong>exemplo</strong> : a morte de um<br />

<strong>ser</strong> querido, mudança de emprego,<br />

divórcio, etc.). Estes são geralmente<br />

geradores de maiores níveis de<br />

hostilidade e de <strong>com</strong>portamentos<br />

<strong>com</strong>petitivos, manifestações de<br />

agressividade direta em relação a<br />

outros condutores aumentando a<br />

predisposição para uma condução<br />

imprudente, <strong>com</strong> tendência à tomada<br />

de decisões mais perigosas do que a<br />

habitual ou <strong>com</strong> menor valoração e<br />

percepção de risco.<br />

Segundo os especialistas em<br />

Medicina de Tráfego (ABRAMET<br />

2002), o organismo tende a reagir ao<br />

estresse através de quatro estágios :<br />

alerta, resistência, exaustão e<br />

falência, causando sérias consequências<br />

fisicas e emocionais.<br />

O organismo <strong>pode</strong> diante de<br />

uma situação estressante reagir<br />

“enviando mensagens”, de tensão<br />

muscular nos braços e cintura<br />

escapular, sensação de aperto no<br />

estômago, taquicardia, rubor facial,<br />

insônia, cefaléia, lombalgia, etc.<br />

Assim ,caracterizando a fase<br />

de exaustão, e <strong>com</strong>o não é possível<br />

modificar o trânsito, temos que<br />

aprender a conviver <strong>com</strong> situações<br />

estressantes durante a nossa vida,<br />

então, os especialistas em Medicina<br />

de Tráfego passam algumas re<strong>com</strong>endações<br />

para diminuir o estresse<br />

no trânsito :<br />

- Saia <strong>com</strong> antecedência de casa;<br />

- Procure caminhos alternativos,<br />

evitando grandes avenidas, de<br />

trânsito intenso;<br />

- Quando tiver discussão, no<br />

trabalho ou em casa, evite sair de<br />

casa;<br />

- Procure ouvir música calma e<br />

relaxante, em volume condizente,<br />

confortável, não ouça o noticiário do<br />

rádio. Começar o dia bombardeado<br />

por notícias deprimentes sobre<br />

corrupção e desvios de verbas é meio<br />

caminho andado para piorar <strong>seu</strong><br />

estado de espírito.<br />

- Deixe o ar condicionado ligado,<br />

mesmo <strong>com</strong> a janela um pouco<br />

aberta;<br />

- Conte até dez antes de responder a<br />

insultos e fazer gestos obscenos, não<br />

descarregue sua ira nos outros.<br />

Procure <strong>ser</strong> mais tolerante <strong>com</strong> as<br />

barbeiragens dos outros motoristas,<br />

evite revidar, fechadas, xingar,<br />

respeite os pedestres, eles estão<br />

desprotegidos em relação a você.<br />

- Faça exercício respiratórios,<br />

inspirando e expirando lentamente,<br />

“sinta o ar entrar em <strong>seu</strong>s pulmões”;<br />

- Aproveite o trânsito parado para<br />

planejar <strong>seu</strong> fim de semana ou férias;<br />

- Evite manter o pé fixo na embreagem<br />

e faça exercícios <strong>com</strong> os pés.<br />

Procure <strong>ser</strong> solidário no trânsito<br />

REFERÊNCIAS<br />

ABRAMET Associação Brasileira<br />

de Medicina de Tráfego. Medicina<br />

de tráfego : 101 perguntas e resposta.<br />

1.ed. São Paulo, 2002.<br />

PRESA, Luís Alberto Passos.<br />

Mensuração da raiva em motoristas:<br />

STAXI, São Paulo: Vetor, 2002.<br />

STORR, Anthony. A agressão<br />

humana. Tradução de Edmond<br />

Jorge. Zahar editores, Rio de<br />

Janeiro, 1970.<br />

VASCONCELOS, E. O que é<br />

trânsito? 3.ed. Coleção Primeiros<br />

Passos. São Paulo: Brasiliense,<br />

1998.<br />

COMPORTAMENTO<br />

Por amor ao filho<br />

Jovem foi preso em flagrante por dirigir embriagado e pais negaram-se a pagar a fiança<br />

Vanussa Popovicz<br />

Jornais do país inteiro<br />

noticiaram o caso do pai que se<br />

negou pagar fiança para o filho que<br />

dirigia embriagado e sem habilitação<br />

pelas ruas de Londrina. Rodolfo<br />

Martins (22) foi abordado pela<br />

polícia, tentou fugir, bateu em alguns<br />

carros que estavam estacionados e<br />

capotou a camioneta pertencente a<br />

<strong>seu</strong> pai, Juraci Martins (56). Rodolfo<br />

foi preso em flagrante por <strong>com</strong>eter o<br />

crime de dirigir embriagado,<br />

conforme o previsto no artigo 165 do<br />

Código de Trânsito Brasileiro (CTB).<br />

Juraci, quando ficou<br />

sabendo que <strong>seu</strong> filho havia tomado<br />

o veículo alcoolizado, chamou a<br />

polícia para detêlo³Eu me preocupei<br />

quando soube que ele estava<br />

bêbado e tentei evitar uma tragédia.<br />

Quando cheguei no local ele já<br />

estavanocamburão´Rodolfonão<br />

possui habilitação. ³Ele perdeu a<br />

permissão dele por <strong>com</strong>eter infrações<br />

e depois não conseguiu mais<br />

passar nos testes do <strong>Detran</strong>´contao<br />

pai<br />

Rodolfo havia tomado um<br />

calmante antes de ingerir bebida<br />

alcoólica. ³Ele pegou o carro<br />

escondido e depois disse que só<br />

queria dar uma voltinha <strong>com</strong> o carro.<br />

Além de bêbado, imagine se ele mata<br />

uma pessoa´dizJuraci. ³Ingerir<br />

medicação e em seguida bebida<br />

alcoólica <strong>pode</strong> potencializar o efeito<br />

da droga. Provavelmente ele não<br />

contava <strong>com</strong> total consciência do<br />

perigo que estava exposto devido ao<br />

efeito do remédio, que não deixa de<br />

<strong>ser</strong> uma droga´explicaapsicóloga<br />

Simone Silvana Lazaroto Scettini.<br />

Fiança - A família de Rodolfo se<br />

negou a pagar a fiança de R$ 500,00<br />

para tirálodacadeiae<strong>com</strong>issoo<br />

Juraci Martins: ³ Eu sofri no coração, mas é meu filho quem sentiu na pele<br />

o efeito de uma má atitude e se fosse preciso faria tudo de novo´<br />

fatotornouseconhecidonacionalmente³Jogamos<br />

tudo em cima dele,<br />

acredito que foi uma ótima lição´<br />

dizJuraciMaistardeRodolfosaiu<br />

dacadeiaporcausadeumaliminar<br />

quelhegarantiualiberdade<br />

Após sair da prisão, o jovem<br />

afirmou que o pai agiu corretamente,<br />

pois assim ele teve a oportunidade de<br />

refletir sobre tudo o que fez de errado.<br />

Rodolfo já voltou ao trabalho e,<br />

segundo <strong>seu</strong>s familiares, ele estáse<br />

apegandoaDeuseaceitandoaajuda<br />

dafamília.<br />

Rodolfo não foi internado<br />

em uma clínica para se libertar do<br />

vício da droga, apenas está freqüentando<br />

um centro de tratamento. ³A<br />

família agiu certo em todos os<br />

momentos, desde a repressão atéo<br />

momentoemquebuscouajudamas<br />

vaierrarsenão incentiváloairpara<br />

umaclínica de recuperação, pois é<br />

quase um milagre uma pessoa se<br />

libertar de vícios sozinha´acredita<br />

Simone<br />

Rodolfo foi indiciado pelo<br />

artigo 306 do CTB, que prevê de seis<br />

meses a três anos de detenção, multa<br />

e proibição de se obter a permissão<br />

ou a habilitação para dirigir, ou seja,<br />

Rodolfo ficará impedido de se<br />

reabilitar pelo tempo que o juiz<br />

determinar, ou caso tenha consegui-<br />

24<br />

25


do a reabilitação antes da sentença,<br />

ficará suspenso do direito de dirigir<br />

conforme o que estiver previsto na<br />

pena.<br />

A família de Rodolfo está<br />

animada <strong>com</strong> a recuperação do<br />

jovem. “Graças a Deus tudo está<br />

indo bem. Eu sofri no coração, mas é<br />

meu filho quem sentiu na pele o<br />

efeito de uma máatitude. Casofosse<br />

preciso, eufariatudodenovo, pois<br />

foisó assim que consegui ver uma<br />

luz no fim do túnel”, dizJuraci<br />

Simone Scettini: ³' esvios sociais, morais e éticos são maiores do que antigamente´<br />

Comportamento ±Simone<br />

explica que a correção deve ocorrer<br />

na infância e não na adolescência<br />

<strong>com</strong>o aconteceu <strong>com</strong> Rodolfo. ³O<br />

correto é repreender a criança e<br />

explicar por que ela não <strong>pode</strong> ter<br />

aquele determinado <strong>com</strong>portamento´Massó<br />

repreender não é<br />

suficiente. A criança tem que<br />

entender a situação, caso contrário,<br />

isso <strong>pode</strong> ocasionar várias conseqüências<br />

futuras. ³Colocar limites<br />

nas atitudes das crianças, impor<br />

horários para os préadolescentes<br />

quandoelesforemsairdecasaé a<br />

melhor atitude que um pai <strong>pode</strong><br />

tomar para ter controle e conhecer o<br />

filho. É importante também não<br />

deixar de ligar para ver se o filho está<br />

bem. Manter o diálogo ajuda a<br />

ganhar mais intimidade na vida do<br />

filho, garante a amizade, confiança e<br />

abre a oportunidade de se saber <strong>com</strong><br />

quem a criança ou adolescente anda,<br />

<strong>com</strong>o ele realmente éeoquefaz´<br />

<strong>com</strong>pleta<br />

Para a psicóloga, antigamente<br />

as famílias eram mais numerosas<br />

e os problemas <strong>com</strong> o mau<br />

<strong>com</strong>portamento dos filhos eram<br />

menores. ³Atualmente há o oposto<br />

desta situação, em que as famílias<br />

são pequenas e os desvios sociais,<br />

morais e éticos são maiores´<br />

Simone explica também que<br />

alguns psicólogos consideram a<br />

punição uma maneira de educação,<br />

outros dizem que punir não educa. ³É<br />

o caso das multas. Há duas situações,<br />

a punição administrativa <strong>com</strong> uma<br />

pontuação na habilitação e também a<br />

financeira <strong>com</strong> um determinado<br />

Publique <strong>seu</strong> artigo<br />

acadêmico na Detrânsito<br />

detransito@pr.gov.br<br />

valor, mas tudo isso não significa<br />

que a pessoa vá mudar o <strong>com</strong>portamento,<br />

ela apenas evita certas<br />

atitudes. O correto, na minha opinião,<br />

não é aplicar o curso de reciclagem<br />

para os condutores que atingem os<br />

20 pontos, mas trazêlosasalade<br />

aulaantesdeatingiremapontuação<br />

máxima para que haja uma prevenção<br />

e educação antes deles chegarem<br />

ao limite que é a reciclagem´<br />

Foto: Vanussa Popovicz<br />

Foto: Paulo da Rosa<br />

EDUCAÇÃO<br />

Apresentação de dança na Semana Nacional de Trânsito<br />

Durante a apresentação do<br />

programa Fica Comigo da Secretaria<br />

de Estado da Educação (SEED),<br />

realizada no Colégio Estadual do<br />

ParanáemCuritibafoiapresentadooprojeto³Comunidade<br />

e<br />

Trânsito´desenvolvido pelo<br />

<strong>Detran</strong>/PR. Assim <strong>com</strong>o ocorreu em<br />

2006, as mobilizações do<br />

“É interesse de toda a população que os acidentes de trânsito possam <strong>ser</strong> reduzidos”<br />

<strong>Detran</strong>/PR investe em<br />

Educação para o Trânsito<br />

Projeto ³Comunidade e Trânsito´<br />

<strong>ser</strong>viu<strong>com</strong>obaseparaacriação de<br />

outro programa voltado para<br />

crianças e adolescentes<br />

³Comunidade e Trânsito´<strong>ser</strong>ão<br />

realizadas em conjunto <strong>com</strong> o<br />

projeto Fica Comigo, na etapa de<br />

sensibilização.<br />

Durante as reuniões deste<br />

projeto, que acontecem nos núcleos<br />

regionais de educação (NRE), além<br />

do principal tema de debates, evasão<br />

escolar, <strong>ser</strong>ão abordados também<br />

temas <strong>com</strong>o trânsito, violência e<br />

trabalho infantil. ³Aproveitamos o<br />

projeto Fica Comigo, que debate o<br />

tema evasão escolar <strong>com</strong> vários<br />

segmentos da sociedade, para<br />

apresentar o nosso projeto. Afinal é<br />

interesse de toda população que os<br />

acidentes de trânsito possam <strong>ser</strong><br />

reduzidos´contaMariaHelena<br />

26 27


INTERNACIONAL<br />

Bicicleta, veículo popular<br />

para cotidiano e turismo<br />

GussoMattos coordenadorada de educação de cada cidade também<br />

Divisão de Educação para o Trânsito<br />

do <strong>Detran</strong>/PR.<br />

A intenção do <strong>Detran</strong>/PR,<br />

<strong>com</strong> a realização do projeto<br />

Comunidade e Trânsito é a criação<br />

receberão um kit, voltado para o<br />

professor, <strong>com</strong> material educativo<br />

sobre o trânsito, para que se possa<br />

trabalhar o tema em sala de aula.<br />

Dos 111 municípios<br />

de <strong>com</strong>issões de trânsito, nos visitados em 2006 durante a etapa de<br />

municípios paranaenses, e também a sensibilização do projeto, surgiram COMUNIDADE & TRÂNSITO<br />

conscientização da <strong>com</strong>unidade 22 <strong>com</strong>issões, que já estão formadas JOVEM<br />

sobre os riscos que o trânsito traz, e cadastradas junto ao <strong>Detran</strong>/PR. A 03/10 ±MaringáApucarana<br />

principalmente para as crianças. O expectativa é de que o número de 04/10±LondrinaCornélio Procópio<br />

<strong>Detran</strong> fornece suporte para a <strong>com</strong>issões dobre atéofinaldoano 05/10 ±JacarezinhoIbaiti<br />

formalização desta <strong>com</strong>issão, Comunidade e Trânsito Jovem 15/10 ±PontaGrossaIrati<br />

repassando conhecimento e técnicas Neste ano também foi 16/10 ±Paranaguá<br />

para <strong>ser</strong>virem de base para o estudo e lançado o programa ³Comunidade 29/10 ±FozdoIguaçu/Cascavel<br />

análise do trânsito da cidade ou Trânsito Jovem´³Este novo projeto 30/10±DoisVizinhos Francisco<br />

região. ³Antes de tentar solucionar surgiu na esteira do sucesso do Beltrão<br />

um problema grave de trânsito, é Comunidade e Trânsitoetambém 31/10 ±PatoBrancoLaranjeirasdo<br />

importante identificar tudo que o atenderá as necessidades dos Sul<br />

envolve: incidência, locais de adolescentes e crianças, posto que 05/11 ±ParanavaíLoanda<br />

ocorrência e demais fatores, que este grupo éumdosmaisafetados<br />

quando identificados facilitam na<br />

06/11 ±CianorteUmuarama<br />

pelosacidentesdetrânsito´diz<br />

solução dos problemas. Um bom<br />

ChristoferBorgesdaCruzfuncionário<br />

da Coordenadoria de Educação<br />

<strong>exemplo</strong> da aplicação destas técnicas<br />

é a identificação de quais ruas<br />

para o Trânsito (COET) e integrante<br />

localizadas no entorno de escolas e<br />

da equipe que coordena o projeto.<br />

colégios apresentam maior número<br />

O ³Comunidade Trânsito<br />

Ciclitas utilizam faixas exclusivas<br />

de acidentes de trânsito´contao<br />

e evitam acidentes na Europa<br />

Jovem´utilizará as mesmas ferramentas<br />

do ³Comunidade e Trânsito´ COMUNIDADE & TRÂNSITO<br />

diretorgeraldo<strong>Detran</strong>PRcoronel<br />

DavidAntônio Pancotti.<br />

No país do Porsche, BMW e<br />

várias ruas éumaárea preferencial<br />

só que agora voltadas para o grupo 24 e 25/09 ±Telêmaco Borba<br />

³Os problemas do trânsito<br />

Mercedes, um outro meio de<br />

Dois de cada dez<br />

ou exclusiva para o uso de bicicletas.<br />

formado por crianças e adolescentes. 27 e 28/09 ±Região Metropolitana<br />

refletem-se diretamente na escola.<br />

transporte divide espaço <strong>com</strong> os habitantes de Bonn<br />

As estruturas dos Grêmios Sul<br />

Uma criança que sofre um acidente<br />

carros nas ruas alemãs: a bicicleta, utilizam a bicicleta Bicicletas para todos os gostos<br />

Estudantis <strong>ser</strong>virão <strong>com</strong>o base para<br />

de trânsito tem grandes chances de<br />

09 e 10/10 ±Guarapuava<br />

ecológica e econômica. Em Bonn, o<br />

O preço de uma bicicleta<br />

expandir o projeto entre os jovens<br />

<strong>com</strong>o principal meio<br />

apresentar queda em <strong>seu</strong> rendimento<br />

23 e 24/10 ±WenceslauBraz<br />

representante da associação de<br />

básica, <strong>com</strong> umcesto para o transporte<br />

de sacolas e os acessórios<br />

paranaenses. Nos dias 29 e 31 de<br />

escolar, visto que o mais simples dos<br />

25 e 26/10 ±Ibaiti<br />

ciclistas (ADFC) Johannes<br />

de transporte.<br />

agosto foram realizadas duas<br />

acidentes <strong>pode</strong> fazer <strong>com</strong> que ela<br />

05 e 06/11 ±Cornélio Procópio<br />

Frech,estima que 20% dos habitantes<br />

da cidade utilizem a bicicleta<br />

Essa realidade não obrigatórios, varia entre 300 e 2000<br />

apresentações deste projeto nos NRE<br />

seja obrigada a faltar aulas para<br />

da Região Norte Metropolitana de<br />

07 e 08/11 ±Jacarezinho<br />

euros. Mas quemqui<strong>ser</strong> mais<br />

é exclusiva da cidade,<br />

realizar o devido tratamento médico.<br />

<strong>com</strong>o principal meio de transporte.<br />

conforto e um design original ±e se<br />

Curitiba e da Região Sul<br />

Ou seja, dois de cada dez moradores<br />

a bicicleta é<br />

E, se a lesão émaisgraveelatem<br />

dinheiro não for problema ±<strong>pode</strong><br />

Metropolitana de Curitiba.<br />

da antiga capital alemãpedalamaté<br />

<strong>seu</strong>desenvolvimentoprejudicado<br />

a principal forma optarpelaScorpionA principal<br />

<br />

otrabalhovão àescoladebicicleta<br />

devidoàs seqüelas do acidente,<br />

de lo<strong>com</strong>oção de 9% diferença deste modelo, que custa<br />

eselo<strong>com</strong>ovemsobreduasrodas<br />

<strong>pode</strong>ndo até <strong>ser</strong> mais um motivo para<br />

parafazerpequenas<strong>com</strong>prasno dos alemães<br />

entre 4 mil e 8 mil euros, são as três<br />

o afastamento das crianças dos<br />

rodas e o banco <strong>com</strong> encosto<br />

bancos escolares, agravando o<br />

supermercado<br />

inclinado,que deixa o ciclista quase<br />

problema da evasão escolar. Por isso<br />

Mas esse cenário não é andar ànoitealém de refletores nas deitado.<br />

éimportantequeexistauma<br />

exclusivodeBonn A bicicleta rodas para prevenir os motoristas da Asmães, mesmo de recémnascidos,<br />

também possuem opções<br />

mobilização de todos os cidadãos<br />

corresponde a 9% dos veículos no presença do ciclista.<br />

para se construir um <strong>com</strong>portamento<br />

trânsito no país e estima-se que em Além disso, quem estiver para pedalar sem deixar a criança em<br />

consciente e cooperativo no trânsito´<br />

todo o território alemão circulem sobre duas rodas deve respeitar casa. Existem carrinhos para bebês<br />

explicaMariaHelenaMattos<br />

mais de 78 milhões de bicicletas ± regras de trânsito semelhantes às que são encaixados na bicicleta e<br />

No final de cada evento o<br />

umavezemeiaaquantidadede impostasaosmotoristasdecarro custam entre 300 e 600 euros.<br />

<strong>Detran</strong>/PR vai distribuir um kit<br />

carrosdopaís.<br />

Comohápoucascicloviasnos Mas quem estiver sóde<br />

disponibilizando a palestra em DVD<br />

Mas não basta pegar a moldesdeoutrascidades<strong>com</strong>o passagempelacidade<strong>pode</strong>alugar<br />

e uma cartilha que explica de que<br />

bicicleta e sair pedalando. O ciclista Colônia, geralmente as bicicletas umabicicleta por uma tarifa diária<br />

forma a <strong>com</strong>unidade <strong>pode</strong> criar uma<br />

que não qui<strong>ser</strong> <strong>ser</strong> multado tem que dividem as ruas de Bonn <strong>com</strong> os que varia entre 7 e 15 euros. Pela<br />

Maria Helena: "É interesse de toda a população<br />

<strong>com</strong>issão para buscar soluções no<br />

possuir certos acessórios básicos: carros. Apenas crianças <strong>pode</strong>m opção mais cara, conhecida <strong>com</strong>o<br />

que os acidentes de trânsito possam <strong>ser</strong> reduzidos"<br />

trânsito do município. As secretarias<br />

buzina, farol dianteiro e traseiro se pedalar nas calçadas. O que háem Call a bikeapessoatelefonapara<br />

28 29<br />

Foto: Paulo da Rosa


0700 05 22 55 22informaosdados<br />

docartão de crédito e recebe um<br />

número. Com esse código, ela<br />

desativa a tranca eletrônica de uma<br />

das bicicletas das estações de aluguel.<br />

A outra opção éalugaruma<br />

bicicletanaRadstationumaoficina<br />

eestacionamentodebicicletas<br />

financiadapelogovernoalemão e a<br />

fundação Caritas. Como o objetivo<br />

da instituição não éolucromas<br />

oferecertrabalhoajovensdesempregadosnão<br />

apenas o aluguel é<br />

maisbarato<strong>com</strong>otodososoutros<br />

<strong>ser</strong>viços. O con<strong>ser</strong>to de bicicletas é<br />

cercade50maisbaratodoquenas<br />

outrasoficinasdeBonneadiária do<br />

estacionamento custa apenas 80<br />

centavos de euro.<br />

Mas a bicicleta não éusada<br />

apenasdentrodascidades O <br />

Escritório de Turismo de Bonn<br />

oferece mapas para turistas que<br />

No total, 10,6 mil bicicletas<br />

estão sendo colocadas à<br />

disposição dos parisienses em 750<br />

“estacionamentos" espalhados<br />

pela cidade. O sistema, chamado<br />

Vélib, <strong>com</strong>eçou a funcionar em<br />

julho. Éprecisopagaruma<br />

assinatura, que<strong>pode</strong><strong>ser</strong>anual<br />

semanaloudiária, o que permite<br />

que os turistas também aluguem as<br />

bicicletas.<br />

O valor da assinatura<br />

diária édeapenas1euro, menosdo<br />

queumapassagem de metrôoude<br />

ônibus, que custa 1,50 euros. Todas<br />

as opções de assinatura permitem<br />

utilizar a bicicleta gratuitamente<br />

durante meia hora. Acima desse<br />

prazo, deve <strong>ser</strong> pago um suplemento.<br />

A bicicleta <strong>pode</strong> depois <strong>ser</strong><br />

devolvida em qualquer um dos<br />

inúmeros estacionamentos do<br />

sistema Vélib.<br />

Lotação - O objetivo da prefeitura<br />

é que as pessoas utilizem o sistema<br />

<strong>com</strong>o um meio de transporte e não<br />

con<strong>ser</strong>vem a bicicleta o dia inteiro.<br />

30<br />

Bonn: 20% da população utiliza a<br />

bicicleta <strong>com</strong>o meio de transporte.<br />

rodas. A bicicleta estáin<strong>ser</strong>idana<br />

realidadealemã<strong>com</strong>omeiode<br />

transportecotidianoejeitoalternativodefazerturismo(dWelle)<br />

Paris aluga bicicletas para aliviar trânsito<br />

Daniela Fernandes<br />

optarem por conhecer a região<br />

pedalando. Numa das livrarias da<br />

cidade, <strong>pode</strong>-se encontrar cerca de<br />

70 guias diferentes para viajar pelos<br />

quatro cantos do mundo sobre duas<br />

"Além de desestimular o uso de<br />

carros e diminuir a poluição, o Vélib<br />

também tem o objetivo de reduzir a<br />

lotação nos metrôs e ônibus", disse à<br />

BBC Brasil Bernard Jamesda<br />

direção dos Transportes da prefeitura<br />

de Paris.<br />

Segundo ele, 371 km de<br />

ciclovias foram construídos na<br />

capital nos últimos anos. A prefeitura<br />

também jáanunciouqueonúmero<br />

de bicicletas do sistema Vélib irá<br />

praticamentedobrar, de 10,6mil<br />

atualmentepara20 mil, atéofinaldo<br />

ano<br />

O prefeito de Paris Bertrand<br />

Delanoë declarouumaverdadeira<br />

guerraaosmotoristasdacapital.<br />

Desdequeassumiuocargo, em<br />

2001, elevemrealizandoinúmeras<br />

medidas para diminuir o fluxo de<br />

carros na cidade.<br />

A prefeitura reduziu, por<br />

<strong>exemplo</strong>, o número de pistas<br />

utilizadas pelos carros em grandes<br />

avenidas e ruas centrais para<br />

construir faixas de ônibus e ciclovias.<br />

Diminuiu também o número de<br />

vagas de estacionamento para os<br />

carros nas ruas.<br />

Queda no fluxo<br />

De acordo <strong>com</strong> o<br />

responsável pela direção dos<br />

Transportes de Paris, o fluxo de<br />

carros que circulam diariamente<br />

na capital diminuiu 20% desde<br />

2001. O número de ciclistas na<br />

cidade, segundo James, aumentou<br />

46% nesse mesmo período.<br />

Cerca de R$ 1 bilhão jáforam<br />

investidosemdiversasobraspara<br />

reduzirofluxodecarrosemParis.<br />

Muitos motoristas<br />

entrevistados pela BBC Brasil<br />

aprovam o aspecto ecológico da<br />

iniciativa, mas criticam o fato de<br />

que ciclovias sejam construídas<br />

em áreas de tráfego intenso.<br />

Segundo eles, isso piora ainda<br />

mais o trânsito na cidade, jáque<br />

hámenospistasparaoscarros<br />

(BBC)<br />

NOTAS INTERNACIONAIS<br />

Trânsito e a chance de infarto<br />

Uma pesquisa européia<br />

descobriu que pessoas que enfrentam<br />

congestionamentos de trânsito<br />

têm três vezes mais chance de sofrer<br />

um ataque cardíaco do que as que<br />

não passam por essa situação. Os<br />

cientistas estudaram centenas de<br />

ataques cardíacos e concluíram que<br />

quase um em cada 12 casos estão<br />

ligados <strong>com</strong> o trânsito. Mulheres e<br />

homens <strong>com</strong> mais de 60 anos correm<br />

um risco maior.<br />

O estudo foi divulgado na<br />

publicação médica New England<br />

Journal of Medicine. Os pesquisadores<br />

dizem <strong>ser</strong> necessário pesquisar<br />

mais para descobrir se os ataques são<br />

ligados ao stress ou à exposição a<br />

altos níveis de poluição. Eles<br />

ouviram 691 voluntários, sobreviventes<br />

de ataques cardíacos entre<br />

1999 e 2001. Os pacientes fizeram<br />

um resumo de suas atividades nos<br />

quatro dias que antecederam <strong>seu</strong>s<br />

ataques.<br />

Ficar preso em um congestionamento<br />

de trânsito pareceu<br />

aumentar o risco de ataque, independente<br />

do tipo de transporte usado.<br />

Ataques do coração se mostraram<br />

2,6 vezes mais <strong>com</strong>uns para pessoas<br />

em automóveis, 3,1 vezes para quem<br />

estava usando transporte público e<br />

3,9 mais alto para ciclistas.<br />

Pelo fato de pessoas usando<br />

transporte público pareceram estar<br />

em risco, os pesquisadores acreditam<br />

que o stress não deve <strong>ser</strong> o único fator.<br />

Escrevendo na publicação, os<br />

pesquisadores do Centro Nacional<br />

de Pesquisa para o Meio-Ambiente e<br />

Saúde em Neuherberg dis<strong>ser</strong>am que<br />

“dado o que sabemos, é impossível<br />

determinar a contribuição relativa de<br />

fatores de risco <strong>com</strong>o o stress e<br />

poluição do ar relacionada <strong>com</strong> o<br />

tráfego”. (BBC)<br />

Carro sem motorista<br />

A cidade de Daventry, na<br />

Grã-Bretanha, está apresentando a<br />

moradores protótipos do "cybercar",<br />

um veículo sem motorista. A idéia da<br />

prefeitura é colocar os carros à<br />

disposição do público para que<br />

funcionem <strong>com</strong>o táxis, levando as<br />

pessoas diretamente a <strong>seu</strong>s destinos<br />

ao longo de uma rota prédeterminada.<br />

Os carros são guiados<br />

por <strong>com</strong>putador e utilizam raios la<strong>ser</strong><br />

para detectar obstáculos no caminho.<br />

O aeroporto de Heathrow deve <strong>ser</strong> o<br />

primeiro a adotar a idéia, quando<br />

inaugurar <strong>seu</strong> quinto terminal - os<br />

carrinhos deverão ligar o local ao<br />

estacionamento. (BBC)<br />

Acidentes matam 400 mil jovens<br />

Acidentes de trânsito são a<br />

principal causa mundial de morte de<br />

jovens entre 10 e 24 anos, de acordo<br />

<strong>com</strong> o relatório Youth and Road<br />

Safety (Juventude e Segurança no<br />

Trânsito, em tradução livre), da<br />

Organização Mundial da Saúde<br />

(OMS). Todos os anos, quase 400<br />

mil jovens morrem nas ruas e nas<br />

estradas do mundo, segundo o<br />

levantamento. Mais da metade das<br />

vítimas vive na África e no Sudeste<br />

Asiático.<br />

Segundo o relatório, jovens<br />

em pior situação financeira estão<br />

mais expostos aos riscos de morrer<br />

em uma colisão. Os homens também<br />

têm mais chances de morrer do que<br />

as mulheres. No geral, todos os anos,<br />

cerca de 1,2 milhão de pessoas de<br />

todas as idades morrem em acidentes<br />

rodoviários. De acordo <strong>com</strong> a OMS,<br />

o custo anual dos acidentes é de US$<br />

528 bilhões (mais de R$ 1 trilhão).<br />

Nos países de rendimentos baixos e<br />

médios, esses gastos ficam entre<br />

US$ 65 bilhões e US$ 100 bilhões<br />

(entre R$ 132 bilhões e R$ 204<br />

bilhões). “A falta de segurança nas<br />

nossas estradas se tornou um<br />

importante obstáculo para a saúde e<br />

o desenvolvimento”, disse Margaret<br />

Chan, diretora-geral da OMS.<br />

“Nossas crianças e jovens estão<br />

entre os mais vulneráveis. As<br />

colisões rodoviárias não são ‘acidentes’.<br />

Nós precisamos desafiar a<br />

noção de que são inevitáveis e abrir<br />

espaço para uma ênfase pró-ativa e<br />

preventiva.”<br />

De acordo <strong>com</strong> editorial da<br />

revista médica The Lancet, as<br />

vítimas fatais nos países menos<br />

desenvolvidos tendem a <strong>ser</strong> pedestres,<br />

ciclistas, motoqueiros ou<br />

passageiros, já que "a infra-estrutura<br />

urbana e de transportes não é<br />

preparada para usuários nãomotorizados<br />

das ruas, que são<br />

obrigados a dividir o espaço <strong>com</strong><br />

carros, ônibus, caminhões e animais".<br />

"As mortes e ferimentos no<br />

trânsito são uma pandemia, especialmente<br />

entre pessoas jovens",<br />

acrescenta o editorial. "A solução<br />

individual está em algo que é talvez<br />

uma das coisas mais difíceis de<br />

<strong>ser</strong>em mudadas: o <strong>com</strong>portamento<br />

humano."<br />

“Os acidentes de trânsito<br />

afetam desproporcionalmente os<br />

jovens. O ensino de segurança<br />

rodoviária desde uma idade<br />

bastante jovem deve se tornar uma<br />

prioridade, <strong>com</strong> adultos dando um<br />

bom <strong>exemplo</strong> o tempo todo",<br />

concluiu a revista. (BBC)

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