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Resumo Agenda 21 Global - Secretaria do Meio Ambiente e ...

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As orientações e proposições da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> não podem prescindir de uma amplae crescente difusão, tarefa primordial para transformá-las em ações efetivas.Democratizar os conhecimentos e as informações significa também pôr emprática o compromisso assumi<strong>do</strong> na Rio-92 de tornar to<strong>do</strong>s os segmentos dasociedade partícipes da construção de um novo paradigma de desenvolvimento.É com tal intuito que se traz a público este <strong>do</strong>cumento, resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s trabalhosleva<strong>do</strong>s a efeito pela Comissão Governamental instituída por decreto <strong>do</strong> Governo<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná para a promoção <strong>do</strong> Fórum Estadual para a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.Trata-se de uma síntese <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> <strong>Global</strong> e da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>Brasileira realizada como contribuição aos debates preparatórios ao processode elaboração da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> Paranaense.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO3


AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTOEm 1992, o Rio de Janeiro foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre<strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento, promovida e patrocinada pela ONU –Organizações das Nações Unidas. Esse evento resultou na aprovação da <strong>Agenda</strong><strong>21</strong>, <strong>do</strong>cumento que consagra os mais eleva<strong>do</strong>s princípios de defesa <strong>do</strong> bemmais importante que o homem tem a seu dispor, que é a própria Terra.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> reúne uma série de encontros e debates promovi<strong>do</strong>s pelas NaçõesUnidas sobre o meio ambiente e suas relações com o desenvolvimento. O focoda <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> é a reflexão em torno de atos e gestos que estão sen<strong>do</strong> pratica<strong>do</strong>spelo homem em relação à natureza, o que num futuro bem próximo fará comque nos privemos das riquezas naturais.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> está estruturada por áreas de programas apresentadas em quatro seções:I Seção – Dimensões sociais e econômicas.II Seção – Conservação e gerenciamento <strong>do</strong>s recursos para desenvolvimento.III Seção – Fortalecimento <strong>do</strong> papel <strong>do</strong>s grupos principais.IV Seção – <strong>Meio</strong>s de implementação.As questões abordadas em cada seção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> estão voltadas para osproblemas prementes de hoje e têm o objetivo de preparar o mun<strong>do</strong> para osdesafios deste novo século. A premissa básica <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento reflete um consensomundial e o mais profun<strong>do</strong> comprometimento e compromisso político quantoao desenvolvimento e à cooperação ambiental.Toda e qualquer estimativa de custo que venha a compor as áreas <strong>do</strong> programadeverá ser apreciada pelas agências e organizações implementa<strong>do</strong>ras. As áreasde programas que constituem a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> são descritas como bases para aação, os objetivos, as atividades e os meios de implementação, dentro das seçõesa serem examinadas na seqüência. Uma característica da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> é o seudinamismo, ou seja, ela respeita as diferentes situações, capacidades eAGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO5


prioridades <strong>do</strong>s países e regiões, sempre levan<strong>do</strong> em consideração to<strong>do</strong>s osprincípios estabeleci<strong>do</strong>s na Declaração <strong>do</strong> Rio sobre o <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> eDesenvolvimento.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> é um marco, pois é o início de uma nova ordem mundial em prol<strong>do</strong> desenvolvimento sustentável.Considera-se que o marco <strong>do</strong> processo de mudanças que vivem a sociedadecontemporânea é o relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial sobreo <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento, criada pela Resolução 38/161 da ONU,presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro Brundtland. O <strong>do</strong>cumentodefiniu o conceito de desenvolvimento sustentável, como: “desenvolvimentoque satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade dasgerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> é um <strong>do</strong>cumento que contem compromissos <strong>do</strong>s países ricos emrelação aos países pobres, onde cada país participante será responsável emincorporar às suas políticas públicas, com base no desenvolvimento sustentável,com o objetivo de compatibilizar a melhoria da qualidade de vida da população,proporcionan<strong>do</strong> o crescimento econômico em sintonia com o meio ambiente.Os mesmos princípios servem de modelo à elaboração de propostas de <strong>Agenda</strong>s<strong>21</strong> em âmbito nacional, estadual e local.A Resolução 44/228 da ONU, que convocou a Conferência RIO-92, reconheceque “pobreza e degradação ambiental se encontram intimamente relacionadas”e, “se há uma síntese possível para este final de século, pode-se caracterizá-lacomo o esgotamento de um estilo de desenvolvimento que se mostrouecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”.Na seqüência, apresentam-se as quatro seções, com seus respectivos capítulos,que compõem a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.SEÇÃO I – DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICASCapítulo 1 –PreâmbuloA <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> aponta os graves problemas por que passa a humanidade e fazuma conclamação a todas as nações para se unirem em prol <strong>do</strong> desenvolvimentosustentável. Adverte para o fato de que o êxito da sua execução é da6AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


esponsabilidade <strong>do</strong>s Governos, e para concretizá-la são cruciais as estratégias,os planos, as políticas e os processos nacionais, sen<strong>do</strong> que a cooperaçãointernacional deverá complementar e apoiar esses esforços. O sistema da ONUe outras organizações internacionais devem desempenhar um papel importantenessa cooperação. A participação pública e o envolvimento das ONGs(Organizações Não-Governamentais) devem ser estimula<strong>do</strong>s.Capítulo 2 –Cooperação Internacional para Acelerar o DesenvolvimentoSustentável <strong>do</strong>s Países em Desenvolvimento e PolíticasInternas Correlatas.Aqui a ênfase está dada ao estabelecimento de uma nova parceria. Situaçãoesta imposta pelos Esta<strong>do</strong>s, que têm como papel enfrentar os desafios <strong>do</strong> meioambiente e <strong>do</strong> desenvolvimento. Essa parceria faz com que to<strong>do</strong>s os Esta<strong>do</strong>spassem a dialogar de forma permanente e construtiva, conscientes danecessidade de atingir uma economia eficiente e eqüitativa em nível mundial.O desenvolvimento sustentável deve se tornar um item prioritário na agenda dacomunidade internacional. O êxito da parceria só se dará pela superação <strong>do</strong>sconfrontos e pela busca de um clima de cooperação e solidariedade. Acooperação internacional na questão ambiental deve ser concebida com o intuitode complementar e apoiar as políticas econômicas internas saudáveis, nos paísesdesenvolvi<strong>do</strong>s e nos países em desenvolvimento.Fica reconheci<strong>do</strong> que são necessários esforços mundiais no senti<strong>do</strong> de relacionaros elementos da economia internacional à carência que a humanidade apresentade desfrutar um meio ambiente natural seguro e estável. Para a viabilidade desserelacionamento, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> traz como áreas de programa os seguintes tópicos:a) Promoção <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável por meio <strong>do</strong> comércio.Tem como base um sistema de comércio multilateral aberto, eqüitativo, seguro,não-discriminatório e previsível. Compatível com os objetivos <strong>do</strong> desenvolvimentosustentável, deverá resultar na distribuição da produção mundial com a visão davantagem comparativa, trazen<strong>do</strong> benefícios a to<strong>do</strong>s os parceiros comerciais.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO7


) Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente.O reforço entre as políticas sobre meio ambiente e as políticas sobre comércioé de fundamental importância. Um sistema comercial aberto e multilateralpossibilita maior eficiência na alocação e no uso <strong>do</strong>s recursos, contribui, dessaforma, com o aumento da produção e <strong>do</strong>s lucros, e conseqüentemente diminuias pressões sobre o meio ambiente. Ten<strong>do</strong> em vista essa orientação, aCooperação Internacional vem crescen<strong>do</strong> e desencadean<strong>do</strong> esforços para fazerfrente aos problemas ambientais mundiais. Sempre que necessário, aplicam-seregulamentações, com vistas à proteção <strong>do</strong> meio ambiente.c) Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento.O aporte de recursos financeiros é o ponto primordial para que os países emdesenvolvimento consigam atingir o crescimento econômico necessário para amelhora da qualidade de vida de suas populações e ao atendimento de suasnecessidades básicas. Esse investimento deve ser de ordem interna e externa.d) Estímulo a políticas econômicas favoráveis ao desenvolvimento sustentável.Há clima internacional desfavorável que vem afetan<strong>do</strong> os países emdesenvolvimento. A mobilização de recursos internos torna-se especialmenteimportante no fomento ao desenvolvimento sustentável. É importante estabelecera reforma das políticas econômicas, que promovem o planejamento e a utilizaçãoeficiente <strong>do</strong>s recursos, para o desenvolvimento sustentável por meio de políticaseconômicas e sociais saudáveis, respeitan<strong>do</strong> as diferenças de cada país.Capítulo 3 – Combate à PobrezaEste capítulo apresenta como área de Programas a capacitação de todas aspessoas, visan<strong>do</strong> atingir meios sustentáveis de subsistência, consideran<strong>do</strong> quea pobreza é um problema complexo e multidimensional. São desafios paratoda comunidade nacional e internacional erradicar a pobreza e a fome, epromover a eqüidade na distribuição de renda e no desenvolvimento de recursoshumanos. To<strong>do</strong>s os países têm como responsabilidade conjunta o combate àpobreza. Há algumas recomendações da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>voltadas à erradicação da8AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


pobreza e ao fortalecimento de programas nas áreas de política de emprego, degeração de renda, acesso à educação básica, respeito à diversidade cultural edelegação de poderes às comunidades locais.Capítulo 4 – Mudança <strong>do</strong>s Padrões de ConsumoA questão da mudança é um tema amplo e abrangente, que será indica<strong>do</strong> emdiversos momentos da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, principalmente naqueles que tratam deenergia, transportes, resíduos, instrumentos econômicos e transferência detecnologia. A mudança <strong>do</strong>s padrões de consumo exigirá estratégias variadas,centradas na demanda, no atendimento às necessidades básicas <strong>do</strong>s pobres ena redução <strong>do</strong> desperdício e <strong>do</strong> uso de recursos finitos no processo de produção.As áreas de programa que compõem este capítulo são:a) Exame <strong>do</strong>s padrões insustentáveis de produção e consumo.Os padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e<strong>do</strong>s desequilíbrios no meio ambiente. Para que se possa melhorar e proteger omeio ambiente, é preciso considerar os atuais desequilíbrios nos padrõesmundiais de consumo e produção.b) Desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de estímulo amudanças nos padrões insustentáveis de consumo.Com vistas à qualidade ambiental e desenvolvimento sustentável, será necessáriaeficiência na produção e mudanças nos padrões de consumo, para garantir aprioridade ao uso <strong>do</strong>s recursos e à redução <strong>do</strong> desperdício ao mínimo.Ten<strong>do</strong> como estratégias o que segue:• Estimular o uso mais eficiente da energia e <strong>do</strong>s recursos;• Reduzir os resíduos ao mínimo, estimulan<strong>do</strong> a reciclagem, a introdução denovos produtos ambientalmente saudáveis;• Usar o poder de compra <strong>do</strong>s governos para estimular padrões de consumo eprodução ambientalmente saudáveis;• Estabelecer políticas de preços que incorporem os custos ambientais,fornecen<strong>do</strong> indicações aos consumi<strong>do</strong>res e produtores sobre estes custos;AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO9


• Reforço aos valores que apóiam o consumo responsável por meio daeducação, de programas de esclarecimento público, publicidade de produtosambientalmente saudáveis.Capítulo 5 – Dinâmica Demográfica e SustentabilidadeEste capítulo preocupa-se em tratar das questões voltadas ao desenvolvimentoe à difusão de conhecimentos sobre os vínculos entre tendências e fatoresdemográficos e desenvolvimento sustentável, bem como a formulação depolíticas nacionais integradas para o meio ambiente e desenvolvimento. Aimplementação de programas integra<strong>do</strong>s de meio ambiente e desenvolvimentono plano local deverá ser valorizada, e as políticas nacionais de controledemográfico deverão estar em conformidade com a liberdade, a dignidade e osvalores pessoais <strong>do</strong>s indivíduos.Capítulo 6 – Proteção e Promoção das Condições da Saúde HumanaEntenden<strong>do</strong> que saúde e desenvolvimento estão interliga<strong>do</strong>s, as ações da <strong>Agenda</strong><strong>21</strong> estão voltadas para as necessidades de atendimento primário da saúde dapopulação mundial. A questão da saúde deve ser tratada de forma intersetorial,ou seja, educação, habitação, obras públicas etc., também de maneirapreventiva, que não se limitem a medidas destinadas a remediar e tratar. O focoda <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, quanto a este programa, é fazer com que os países percebam anecessidade de desenvolver planos de forma cooperativa, para as ações dasaúde. A saúde depende de um ambiente propício, da existência deabastecimento seguro de água, de serviços de saneamento, de abastecimentoseguro de alimentos e de nutrição.Capítulo 7 –Promoção <strong>do</strong> Desenvolvimento Sustentável <strong>do</strong>sAssentamentos HumanosO objetivo é melhorar a qualidade social, econômica e ambiental <strong>do</strong>sassentamentos humanos e as condições de vida e de trabalho de todas as pessoas,em especial das pessoas sem rendimentos de áreas urbanas e rurais. Comotodas as ações da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, esta área de programa deve ser trabalhada comatividades de cooperação técnica.10AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


As áreas de programas para os assentamentos humanos são: oferecer a to<strong>do</strong>shabitação; aperfeiçoar o gerenciamento <strong>do</strong>s assentamentos; promover oplanejamento e o gerenciamento sustentável <strong>do</strong> uso da terra; prover infraestruturaambiental integrada; prover sistemas sustentáveis de energia etransporte; promover atividades sustentáveis na indústria da construção, epromover o desenvolvimento <strong>do</strong>s recursos humanos e da capacitação institucionale técnica para o aperfeiçoamento <strong>do</strong>s assentamentos humanos. As estratégias eas atividades voltadas para os assentamentos devem ser tratadas de mo<strong>do</strong> integra<strong>do</strong>com outras contempladas na <strong>Agenda</strong>, tais como: saúde, proteção à atmosfera,proteção aos recursos de água <strong>do</strong>ce e manejo <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s.Capítulo 8 –Integração entre <strong>Meio</strong> <strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento naTomada de DecisõesA base de ação é o sistema de tomada de decisões, vigentes em muitos paísesque tendem a separar os fatores econômicos, sociais e ambientais nos planospolíticos, de planejamento e de manejo. Pretende influenciar toda a sociedade,ou seja, Governos, indústrias e indivíduos, com fundamental importância noque diz respeito ao desenvolvimento sustentável. Portanto, deve-se buscar meiospara garantir a coerência entre planos, políticas e instrumentos das políticassetoriais, econômicas, sociais e ambientais, inclusive as medidas fiscais e deorçamento, nos diversos níveis de atuação.Para que se possa alcançar uma abordagem integrada, alguns <strong>do</strong>s pontosrelevantes são:• Exame das políticas, estratégias e planos governamentais, visan<strong>do</strong> a umaintegração gradual entre meio ambiente e desenvolvimento;• Fortalecimento das estruturas institucionais para permitir essa plenaintegração, por meio de uma estrutura jurídica e regulamenta<strong>do</strong>ra eficaz;• Utilização eficaz <strong>do</strong>s instrumentos econômicos e <strong>do</strong>s incentivos de merca<strong>do</strong>;• Estabelecimento de sistemas integra<strong>do</strong>s de contabilidade ambiental e econômica.Tratan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s problemas relativos ao meio ambiente e desenvolvimento,instrumentos como preço, merca<strong>do</strong>, políticas fiscais e econômicas desempenhampapel fundamental e complementar no estabelecimento de atitudes ecomportamentos. Dentre estes instrumentos está o princípio <strong>do</strong> polui<strong>do</strong>r-paga<strong>do</strong>rAGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO11


e <strong>do</strong> usuário-paga<strong>do</strong>r. A idéia é inverter a tendência de tratar o meio ambientecomo um bem gratuito, repassan<strong>do</strong> os custos da degradação ambiental paraoutros setores da sociedade, outros países e outras gerações.SEÇÃO II – CONSERVAÇÃO E GERENCIAMENTO DOS RECURSOS PARADESENVOLVIMENTOCapítulo 9 – Proteção da AtmosferaEste é um empreendimento amplo e multidimensional, pois tratar da proteçãoda atmosfera envolve vários setores da atividade econômica. A recomendaçãodada neste programa é que os Governos e outros organismos se esforcem paraproteger a atmosfera. A meta é melhorar a compreensão <strong>do</strong>s processos queafetam a atmosfera da Terra em escala mundial, regional e local e <strong>do</strong>s que porela são afeta<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong>-se os processos físicos, químicos, geológicos,biológicos, oceânicos, hidrológicos, econômicos e sociais.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> tem por finalidade realizar os objetivos e metas <strong>do</strong> Protocolo deMontreal de 1977 e da Convenção de Viena de 1985, bem como aliviar osefeitos adversos da radiação ultravioleta que atinge a superfície da Terra emdecorrência da destruição e modificação da camada de ozônio. A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>identifica, também, a necessidade de estabelecer e fortalecer os acor<strong>do</strong>sregionais, como, por exemplo, a Convenção da Comissão Econômica Européiasobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance, de 1979.Capítulo 10 – Abordagem Integrada <strong>do</strong> Planejamento e <strong>do</strong> Gerenciamento<strong>do</strong>s Recursos TerrestresO presente capítulo trata da reorganização e, quan<strong>do</strong> necessário, de um certofortalecimento da estrutura de tomada de decisões, inclusive das políticas emvigor, <strong>do</strong>s procedimentos de planejamento e gerenciamento e <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s quepossam contribuir para a efetivação de uma abordagem integrada <strong>do</strong>s recursosterrestres. Um <strong>do</strong>s objetivos deste capítulo é o de criar mecanismos para facilitara intervenção e a participação ativa de to<strong>do</strong>s os interessa<strong>do</strong>s, especialmentedas comunidades e populações locais, nos processos de tomadas de decisões,relativos ao gerenciamento <strong>do</strong> uso da terra.12AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Capítulo 11 – Combate ao DesflorestamentoEntenden<strong>do</strong> que há deficiências importantes nas políticas, nos méto<strong>do</strong>s emecanismos a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para apoiar e desenvolver os múltiplos papéis ecológicos,econômicos, sociais e culturais de árvores, florestas e áreas florestais é que sedefine como área de programa a manutenção desses múltiplos papéis. Paraisso, torna-se necessário reforçar as instituições nacionais voltadas ao assuntoflorestas e fortalecer a aptidão humana, técnica e profissional, visan<strong>do</strong> formulare implementar com eficácia política, planos, programas, pesquisas e projetossobre manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de to<strong>do</strong>s os tipos deflorestas, bem como os deriva<strong>do</strong>s delas.Capítulo 12 – Manejo de Ecossistemas Frágeis:A Luta contra a Desertificação e a SecaO foco neste capítulo é a questão ligada a recursos terrestres nos desertos, bemcomo em áreas áridas, semi-áridas e subúmidas secas. A área de programa é ofortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas deinformação e monitoramento para regiões propensas à desertificação e seca,sem esquecer os aspectos econômicos e sociais desses ecossistemas.Quanto se fala em ecossistemas frágeis, incluem-se os desertos, as terras semiáridas,as montanhas, as terras úmidas, as ilhotas e determinadas áreas costeiras.A maioria desses ecossistemas tem dimensões regionais e transcende as fronteirasnacionais. A desertificação, que resulta de múltiplos fatores, inclusive dasvariações climáticas e das atividades humanas, atinge atualmente 1/6 dapopulação e se estende por cerca de 1/4 da superfície terrestre. Para combaterà desertificação, as prioridades são os programas de natureza preventiva paraas terras não atingidas ou levemente degradadas.As áreas de programas estabelecidas para tratar das questões de manejo deecossistemas são:• Fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemasde informação e de monitoramento para as regiões propensas à desertificaçãoe secas;• Combate à degradação <strong>do</strong> solo – para as áreas não afetadas, ou levementeafetadas. Esse programa objetiva implantar um manejo apropria<strong>do</strong> dasAGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO13


formações naturais, com vistas à conservação da biodiversidade, à proteçãodas bacias hidrográficas e à sustentabilidade da produção. Para as terrassecas e seriamente desertificadas o objetivo é a sua regeneração visan<strong>do</strong> aouso produtivo;• Empreender programas acelera<strong>do</strong>s de florestamento e reflorestamento usan<strong>do</strong>espécies resistentes à seca e de crescimento rápi<strong>do</strong>;• Implantar urgentemente medidas preventivas introduzin<strong>do</strong> melhores práticasde uso da terra;• Promover fontes de energia que aliviem as pressões sobre os recursos florestais.Capítulo 13 – Gerenciamento de Ecossistemas Frágeis:Desenvolvimento Sustentável das MontanhasAs montanhas têm um papel fundamental, pois são umas fontes importantes deágua, energia e diversidade biológica, além de fornecerem recursos comominérios, produtos florestais e agrícolas. Mas é necessário ficar atento à mutaçãorápida que vêm passan<strong>do</strong> os ecossistemas das montanhas. Eles são vulneráveisà erosão acelerada <strong>do</strong> solo, deslizamentos de terras e rápida perda da diversidadegenética e de habitat. Quanto ao homem, verifica-se um esta<strong>do</strong> generaliza<strong>do</strong>de pobreza entre os habitantes das montanhas. Como resulta<strong>do</strong> fica apreocupação, pois a maior parte das áreas montanhosas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> estáexperimentan<strong>do</strong> degradação ambiental. Portanto, o objetivo é empreender umestu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s diferentes tipos de solos, florestas, usos da água, plantio e recursosanimais e vegetais <strong>do</strong>s ecossistemas das montanhas, consideran<strong>do</strong> o trabalhode organizações internacionais e regionais existentes.Capítulo 14 – Promoção <strong>do</strong> Desenvolvimento Rural e Agrícola SustentávelO presente capítulo apresenta uma previsão alarmante: no ano 2025 estima-seque 83% de uma população mundial de 8,5 bilhões de pessoas estará viven<strong>do</strong>nos países em desenvolvimento.A agricultura encontra-se diante <strong>do</strong> imenso desafio de aumentar a produção daterra sem provocar a sua exaustão. Portanto, no senti<strong>do</strong> de assegurar o sustentode uma população em expansão é preciso dar prioridade à manutenção e aoaperfeiçoamento da capacidade das terras agrícolas de maior potencial. Porém,14AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


a necessidade de conservação e a reabilitação <strong>do</strong>s recursos naturais das terrascom menor potencial são de extrema importância, mas com o objetivo de manteruma razão homem/terra sustentável.Para atingir esse objetivo, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> estabeleceu áreas de programas quepossibilitem a revisão, o planejamento e a programação integrada da políticaagrícola com vistas a elaborar recomendações que contribuam diretamente parao desenvolvimento de planos e programas de médio e longo prazo reais eoperacionais. Para isso, os Governos devem, entre outras atividades, analisarsuas políticas agrícolas e de segurança alimentar, bem como implementarpolíticas que influenciem positivamente a ocupação da terra, consideran<strong>do</strong> astendências demográficas, os movimentos populacionais e as áreas críticas paraa produção agrícola.Capítulo 15 – Conservação da Diversidade BiológicaA melhoria, a conservação da diversidade biológica e o uso sustentável <strong>do</strong>srecursos biológicos são o objetivo deste capítulo. Bens e serviços essenciais <strong>do</strong>nosso planeta dependem da variedade e variabilidade <strong>do</strong>s genes, espécies, daspopulações e <strong>do</strong>s ecossistemas. Os recursos biológicos nos alimentam, nosvestem e nos proporcionam moradia, remédios e alimento espiritual. Portanto,o atual declínio da diversidade biológica resulta em grande parte da atividadehumana, e representa uma séria ameaça ao desenvolvimento humano.Para nortear os trabalhos foram estabeleci<strong>do</strong>s outros objetivos, tais como:• Desenvolver estratégias nacionais para a conservação da diversidade biológica;• Reconhecer e fomentar os méto<strong>do</strong>s tradicionais e os conhecimentos daspopulações indígenas e suas comunidades para a conservação da diversidadebiológica e o seu uso sustentável, enfatizan<strong>do</strong> o papel específico das mulheres;• Implementar mecanismos para melhoria, geração, desenvolvimento e usosustentável da biotecnologia e para a sua transferência segura;• A<strong>do</strong>tar medidas apropriadas para a repartição justa e eqüitativa <strong>do</strong>s benefíciosadvin<strong>do</strong>s da pesquisa e desenvolvimento, bem como <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s recursosbiológicos e genéticos, inclusive da biotecnologia.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO15


Capítulo 16 – Manejo Ambientalmente Saudável da BiotecnologiaA biotecnologia é um campo emergente com grande concentração de conhecimento,é um conjunto de técnicas que possibilitam a realização, pelo homem, demudanças específicas em plantas, animais e sistemas microbianos, conducentesa produtos e tecnologias úteis. A biotecnologia em si mesma não pode resolverto<strong>do</strong>s os problemas fundamentais <strong>do</strong> meio ambiente e <strong>do</strong> desenvolvimento,portanto, é necessário <strong>do</strong>sar as expectativas com realismo. Promete, no entanto,melhorar significativamente a área de saúde, com maior segurança alimentar pormeio de práticas agrícolas sustentáveis melhores abastecimento de água potável,maior eficiência de matérias primas, apoio para méto<strong>do</strong>s sustentáveis deflorestamento e reflorestamento, e a desintoxicação <strong>do</strong>s resíduos perigosos.Uma das atividades <strong>do</strong> programa está relacionada a manejo. A proposta é queos Governos, no nível apropria<strong>do</strong>, com o apoio de organizações internacionaise regionais, <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>, de organizações não-governamentais e deinstituições acadêmicas e científicas, desenvolvam políticas e mobilizem recursosadicionais para facilitar um maior acesso às novas biotecnologias, especialmentepelos países em desenvolvimento e entre esses países.Capítulo 17 – Proteção <strong>do</strong>s Oceanos, de To<strong>do</strong>s os Tipos de Mares –Inclusive Mares Fecha<strong>do</strong>s e Semifecha<strong>do</strong>s – e das ZonasCosteiras, e Proteção. Uso Racional e Desenvolvimento deseus Recursos VivosAs áreas de programas neste capítulo têm como foco o gerenciamento integra<strong>do</strong>e desenvolvimento sustentável das zonas costeiras e marinhas, inclusive zonaseconômicas exclusivas, a proteção <strong>do</strong> meio ambiente marinho e o uso sustentávele a conservação <strong>do</strong>s recursos marinhos vivos de alto-mar. Tem como objetivo ocomprometimento <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s costeiros a praticar um gerenciamento integra<strong>do</strong>e sustentável das zonas costeiras e <strong>do</strong> meio ambiente marinho sob suasjurisdições nacionais. A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> estabelece os direitos e as obrigações <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s, e oferece a base internacional sobre a qual devem apoiar-se as atividadesvoltadas para a proteção e o desenvolvimento sustentável <strong>do</strong> meio ambientemarinho e costeiro, bem como seus recursos. Neste capítulo também estámencionada a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito <strong>do</strong> Mar, de formaa não prejudicar a posição de qualquer Esta<strong>do</strong> no que diz respeito à assinatura,ratificação ou adesão à referida Convenção.16AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Capítulo 18 – Proteção da Qualidade e <strong>do</strong> Abastecimento <strong>do</strong>s RecursosHídricos: Aplicação de Critérios Integra<strong>do</strong>s noDesenvolvimento, Manejo e Uso <strong>do</strong>s Recurso HídricosA hidrosfera da Terra é composta pelos recursos de água <strong>do</strong>ce, componenteessencial e parte indispensável de to<strong>do</strong>s os ecossistemas terrestres. A água énecessária em to<strong>do</strong>s os aspectos da vida. O programa tem como objetivoassegurar que se mantenha uma oferta adequada de água de boa qualidadepara toda a população <strong>do</strong> planeta, ao mesmo tempo em que se preserve afunção hidrológica, biológica e química <strong>do</strong>s ecossistemas, adaptan<strong>do</strong> asatividades humanas aos limites da capacidade da natureza e combaten<strong>do</strong> vetoresde moléstias relacionadas com a água. A preocupação é com o planejamento emanejo integra<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s recursos, evitan<strong>do</strong>, assim, a escassez generalizada, adestruição gradual e o agravamento da poluição <strong>do</strong>s recursos hídricos em muitasregiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.As áreas de programas deste capítulo são:• Desenvolvimento e manejo integra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s recursos hídricos;• Avaliação <strong>do</strong>s recursos hídricos;• Proteção <strong>do</strong>s recursos hídricos, da qualidade da água e <strong>do</strong>s ecossistemasaquáticos;• Abastecimento de água potável e saneamento;• Água e desenvolvimento sustentável;• Água para a produção sustentável de alimentos e desenvolvimento ruralsustentável;• Impactos da mudança <strong>do</strong> clima sobre os recursos hídricos.Capítulo 19 – Manejo Ecologicamente Saudável das Substâncias QuímicasTóxicas, Incluída a Prevenção <strong>do</strong> Tráfico Internacional Ilegal<strong>do</strong>s Produtos Tóxicos e PerigososPara a discussão a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> propõe seis áreas de programas:• Expansão e aceleração da avaliação internacional <strong>do</strong>s riscos químicos;• Harmonização da classificação e da rotulagem <strong>do</strong>s produtos químicos;• Intercâmbio de informações sobre os produtos químicos tóxicos e os riscosquímicos;• Implantação de programas de redução <strong>do</strong>s riscos;AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO17


• Fortalecimento das capacidades e <strong>do</strong>s potenciais nacionais para o manejo<strong>do</strong>s produtos químicos;• Prevenção <strong>do</strong> tráfico internacional ilegal <strong>do</strong>s produtos tóxicos e perigosos.Capítulo 20 – Manejo Ambientalmente Saudável <strong>do</strong>s Resíduos Perigosos,Incluin<strong>do</strong> a Prevenção <strong>do</strong> Tráfico Internacional Ilícito deResíduos PerigososÉ grande a preocupação no plano internacional, quanto ao fato de que parte <strong>do</strong>movimento internacional <strong>do</strong>s resíduos perigosos está sen<strong>do</strong> feita em transgressãoà legislação nacional e aos instrumentos internacionais existentes, em detrimento<strong>do</strong> meio ambiente e da saúde pública de to<strong>do</strong>s os países, principalmente aquelesem desenvolvimento. A questão de controle efetivo da geração, <strong>do</strong>armazenamento, <strong>do</strong> tratamento, da reciclagem e reutilização, <strong>do</strong> transporte, darecuperação e <strong>do</strong> depósito <strong>do</strong>s resíduos perigosos é de extrema importância paraa saúde <strong>do</strong> homem, a proteção <strong>do</strong> meio ambiente, o manejo <strong>do</strong>s recursos naturaise o desenvolvimento sustentável. Essa questão requer a cooperação e participaçãoativas da comunidade internacional, <strong>do</strong>s Governos e da indústria, entenden<strong>do</strong>aqui indústria como as grandes empresas industriais, inclusive as empresastransnacionais e a indústria nacional. O objetivo é impedir, tanto quanto possível,e reduzir ao mínimo a produção de resíduos perigosos e submeter esses resíduosa um manejo que impeça a provocação de danos ao meio ambiente.Como área de programas, definiu-se:• Promover a prevenção e a redução ao mínimo <strong>do</strong>s resíduos perigosos;• Promover e fortalecer a capacidade institucional de manejo de resíduosperigosos;• Promover e fortalecer a cooperação internacional em manejo <strong>do</strong>s movimentostransfronteiriços <strong>do</strong>s resíduos perigosos;• Prevenir o tráfico internacional ilícito <strong>do</strong>s resíduos perigosos.Capítulo <strong>21</strong> – Manejo Ambientalmente Saudável <strong>do</strong>s Resíduos Sóli<strong>do</strong>s eQuestões Relacionadas com os EsgostosEste assunto foi incorpora<strong>do</strong> à <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> atenden<strong>do</strong> o disposto no parágrafo 3da seção I da Resolução 44/228 da Assembléia Geral, em que ficou estabeleci<strong>do</strong>que a Conferência deveria elaborar estratégias e medidas para deter e inverter18AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


os efeitos da degradação <strong>do</strong> meio ambiente no contexto da intensificação <strong>do</strong>sesforços nacionais e internacionais, para promover um desenvolvimentosustentável e ambientalmente saudável em to<strong>do</strong>s os países. A ênfase <strong>do</strong>s trabalhosé a proteção da qualidade e da oferta <strong>do</strong>s recursos de água <strong>do</strong>ce, a promoção<strong>do</strong> desenvolvimento sustentável <strong>do</strong>s estabelecimentos humanos, a proteção epromoção da salubridade e a mudança <strong>do</strong>s padrões de consumo.O presente capítulo trata <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s como sen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os restos<strong>do</strong>mésticos, comerciais, institucionais, o lixo da rua e os entulhos de construção.Em determina<strong>do</strong>s países, o sistema de gestão de resíduos sóli<strong>do</strong>s também seocupa <strong>do</strong>s resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de incinera<strong>do</strong>res,sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento de esgoto. O manejoambientalmente saudável desses recursos deve contemplar não só a suadeposição final segura, ou o seu reaproveitamento, mas buscar as suas causas,procuran<strong>do</strong> mudar os padrões de produção e consumo não sustentáveis. Issoimplica a utilização <strong>do</strong> conceito de gerenciamento integra<strong>do</strong> <strong>do</strong> ciclo de vida<strong>do</strong> produto, um instrumento que oferece a oportunidade única de conciliardesenvolvimento com proteção ao meio ambiente.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, neste capítulo, apresenta quatro áreas de programas, as quaisestão correlacionadas e se apóiam mutuamente, deven<strong>do</strong> estar integradas a fimde constituir uma estrutura ampla e ambientalmente saudável para o manejo<strong>do</strong>s sóli<strong>do</strong>s municipais, sen<strong>do</strong> elas:• Redução ao mínimo <strong>do</strong>s resíduos;• Maximização da reutilização e reciclagem;• Promoção da disposição e tratamento ambientalmente saudáveis <strong>do</strong>s resíduos;• Ampliação da cobertura <strong>do</strong>s serviços relaciona<strong>do</strong>s com os resíduos.Capítulo 22 – Manejo Seguro e Ambientalmente Saudável <strong>do</strong>s Resíduos RadioativosO objetivo dessas áreas de programas é assegurar que os resíduos radioativossejam gerencia<strong>do</strong>s, transporta<strong>do</strong>s, armazena<strong>do</strong>s e deposita<strong>do</strong>s de maneirasegura, ten<strong>do</strong> em vista proteger a saúde humana e o meio ambiente. Cabe aosEsta<strong>do</strong>s, em cooperação com as organizações internacionais pertinentes,promover medidas voltadas a apoiar os esforços no senti<strong>do</strong> de normatizar aprática para os resíduos radioativos como base internacionalmente aceita parao manejo e o depósito seguro e ambientalmente saudável desses resíduos.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO19


SEÇÃO III – FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS GRUPOS PRINCIPAISO compromisso e a participação genuína de to<strong>do</strong>s os grupos sociais terãouma importância decisiva na implementação eficaz <strong>do</strong>s objetivos, das políticase <strong>do</strong>s mecanismos ajusta<strong>do</strong>s pelos Governos em todas as áreas de programasda <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>. Como pré-requisito fundamental para alcançar o desenvolvimentosustentável, fica estabelecida a ampla participação da opinião pública natomada de decisões. Portanto, a necessidade de uma sociedade conscienteexige que se preparem indivíduos, grupos e organizações para participaremem procedimentos de avaliação <strong>do</strong> impacto ambiental, bem como conhecere participar das decisões, principalmente aquelas que possam vir a afetar ascomunidades nas quais vivem e trabalham.Os próximos capítulos estão estrutura<strong>do</strong>s de forma a avançar na direção deuma autêntica participação pública em apoio aos esforços comuns pelodesenvolvimento sustentável.Capítulo 23 – PreâmbuloO compromisso e a participação de to<strong>do</strong>s os grupos sociais são de fundamentalimportância na implementação <strong>do</strong>s objetivos da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.Indivíduos, grupos e organizações devem ter acesso à informação pertinente aomeio ambiente e desenvolvimento, detidas pelas autoridades nacionais.Toda política, definição ou norma que afete o acesso das ONGs ao trabalho dasinstituições e organismos das Nações Unidas relaciona<strong>do</strong> com a implentaçãoda <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, ou a participação dela nesta trabalho, deve aplicar-se igualmentea to<strong>do</strong>s os grupos importantes.Capítulo 24 – Ação Mundial pela Mulher, com vistas a um DesenvolvimentoSustentável e EqüitativoO foco está no en<strong>do</strong>sso estabeleci<strong>do</strong> pela Comunidade Internacional, quantoaos vários planos de ação, e convenções que permitem a integração plena,eqüitativa e benéfica da mulher em todas as atividades relativas aodesenvolvimento. O objetivo é propor aos Governos nacionais a implementaçãode estratégias prospectivas para o progresso da mulher, particularmente em20AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


elação à participação da mulher no manejo nacional <strong>do</strong>s ecossistemas e nocontrole da degradação ambiental. Ao la<strong>do</strong> disso, pretende-se aumentar aproporção de mulheres nos postos de decisão, planejamento, assessoria técnica,manejo e divulgação no campo de meio ambiente e desenvolvimento.Os Governos devem se dedicar ativamente a implementar as atividadeselencadas pela <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>, entre elas:• Medidas para examinar políticas e estabelecer planos a fim de aumentar aproporção de mulheres que participem como responsáveis pela tomada dedecisões, planeja<strong>do</strong>ras, gerentes, cientistas e assessoras técnicas na formulação,no desenvolvimento e na implementação de políticas e programas para odesenvolvimento sustentável;• Medidas para fortalecer e dar poderes a organismos, organizações nãogovernamentaise grupos femininos a fim de aumentar o fortalecimentoinstitucional para o desenvolvimento sustentável;• Programas para apoiar e aumentar as oportunidades de emprego emcondições de igualdade e remuneração eqüitativa da mulher nos setoresformal e informal, com sistemas e serviços de apoio econômico, políticoe sociais adequa<strong>do</strong>s que compreendam o cuida<strong>do</strong> das crianças, emparticular creches e licença para os pais, e acesso igual a crédito, terra eoutros recursos naturais.Capítulo 25 – A Infância e a Juventude no Desenvolvimento SustentávelA população mundial jovem é representada por 30%. Ten<strong>do</strong> em vista esseindica<strong>do</strong>r, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> estabelece como decisiva a participação da juventudena tomada de decisões sobre meio ambiente e desenvolvimento, e naimplementação de programas. Portanto, a abrangência deste capítulo é apromoção <strong>do</strong> papel da juventude e de sua participação ativa na proteção <strong>do</strong>meio ambiente e no fomento <strong>do</strong> desenvolvimento econômico e social. Ten<strong>do</strong>como base a capacidade <strong>do</strong>s jovens em mobilizar apoio, traçar perspectivaspeculiares que devem ser levadas em consideração. Cada país deverá instituir,em consulta com suas comunidades de jovens, um processo para promover odiálogo entre a comunidade da juventude e o Governo em to<strong>do</strong>s os níveis, eAGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO<strong>21</strong>


estabelecer mecanismos que permitam o acesso da juventude à informaçãodan<strong>do</strong>-lhes a oportunidade de apresentar suas opiniões sobre as decisõesgovernamentais, inclusive sobre a implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.Na questão das crianças, a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> propõe que os Governos devam, deacor<strong>do</strong> com suas políticas, tomar medidas para assegurar a sobrevivência, aproteção e o desenvolvimento delas em conformidade com as mestasestabelecidas pela Cúpula Mundial da Infância de 1990. Ainda, assegurar queos interesses da infância sejam plenamente considera<strong>do</strong>s nos processosdecisórios, em favor <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável. Uma das metasestabelecidas na <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> é a ratificação da Convenção <strong>do</strong>s Direitos daCriança – Resolução 44/25 da Assembléia Geral da ONU de 1989. Outrarecomendação é a promoção de atividades primárias de cuida<strong>do</strong> ambiental,que atendam às necessidades básicas das comunidades e melhorem o ambientedas crianças em seus lares. A mobilização da comunidade por meio de escolase centros de saúde é uma alternativa para que a criança e seus pais se tornemcentros efetivos de atenção.Capítulo 26 – Reconhecimento e Fortalecimento <strong>do</strong> Papel das PopulaçõesIndígenas e suas ComunidadesAs populações indígenas e suas comunidades, que representam um percentualsignificativo da população mundial, têm uma relação histórica com suas terrase, em geral, descendem <strong>do</strong>s habitantes originais dessas terras. As populaçõesindígenas e suas comunidades devem desfrutar a plenitude <strong>do</strong>s direitos humanose das liberdades fundamentais, sem impedimentos ou discriminações. Suacapacidade de participar plenamente das práticas de desenvolvimentosustentável em suas terras tendeu a ser limitada, em conseqüência de fatores denatureza econômica, social e histórica. Ten<strong>do</strong> em vista a inter-relação entre omeio natural, seu desenvolvimento sustentável e o bem-estar cultural, social,econômico e físico das populações indígenas, os esforços nacionais einternacionais de implementação de um desenvolvimento ambientalmentesaudável e sustentável devem reconhecer, acomodar, promover e fortalecer opapel das populações indígenas e suas comunidades, toman<strong>do</strong> por base osinstrumentos de política pública para implementar e aperfeiçoar a Convençãosobre a Diversidade Biológica.22AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Capítulo 27 – Fortalecimento <strong>do</strong> Papel das Organizações Não-Governamentais:Parceiros para um Desenvolvimento SustentávelA democracia participativa tem se fortaleci<strong>do</strong> com o papel que as organizaçõesnão-governamentais vêm desempenhan<strong>do</strong>, na modelagem e implementação.A sua credibilidade está sustentada sobre o papel responsável e construtivo quedesempenham na sociedade. As organizações formais e informais, bem comoos movimentos populares, devem ser reconhecidas como parceiras naimplementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>. A comunidade mundial vem enfrentan<strong>do</strong> umgrande desafio na busca da substituição <strong>do</strong>s padrões de desenvolvimentoinsustentável por um desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável.O objetivo é fazer com que a sociedade, os Governos e os organismosinternacionais desenvolvam mecanismos para permitir que as organizações nãogovernamentaisdesempenhem seu papel de parceiras com responsabilidade eeficácia no processo de desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável.Capítulo 28 – Iniciativas das Autoridades Locais em Apoio à <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>Como muitos <strong>do</strong>s problemas e soluções trata<strong>do</strong>s na <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> têm suas raízesnas atividades locais, é necessário o envolvimento das autoridades das própriasregiões nos processos de planejamento. Como nível de governo mais próximo<strong>do</strong> povo, desempenham um papel fundamental na educação, mobilização eresposta ao público, em favor de um desenvolvimento sustentável.Deve-se fomentar parceria entre órgãos internacionais com o objetivo de melhorare ampliar as instituições já existentes que trabalham nos campos da capacitaçãoinstitucional e técnica das autoridades locais e no manejo <strong>do</strong> meio ambiente.Todas as autoridades locais de cada país devem ser estimuladas a implementare movimentar programas a assegurar a representação da mulher e da juventudenos processos de tomada de decisões, planejamento e implementação.O intercâmbio de informações, experiências e assistência técnica deveser incentiva<strong>do</strong>.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO23


Capítulo 29 – Fortalecimento <strong>do</strong> Papel <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res e de seus SindicatosPara a implementação <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável, cabe o envolvimento eajustes de oportunidades aos níveis nacionais e empresariais e à classe <strong>do</strong>strabalha<strong>do</strong>res, que estará entre os primeiros interessa<strong>do</strong>s. O objetivo é abrandara pobreza e o emprego pleno e sustentável, que contribui para ambientes seguros,limpos e saudáveis.Para esse fim são necessárias as seguintes ações:• Promover a ratificação das convenções da OIT (Organização Internacional<strong>do</strong> Trabalho) e a promulgação de legislações em apoio a elas;• Estabelecer mecanismos bipartites e tripartites sobre segurança, saúde edesenvolvimento sustentável;• Aumentar o número de acor<strong>do</strong>s ambientais coletivos;• Reduzir os acidentes, ferimentos e moléstias <strong>do</strong> trabalho;• Aumentar a oferta de educação, capacitação e atualização para ostrabalha<strong>do</strong>res, em particular nas áreas de saúde e segurança.Os trabalha<strong>do</strong>res devem ser envolvi<strong>do</strong>s a participar plenamente da implementaçãoe avaliação das atividades relacionadas com a <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>.Capítulo 30 – Fortalecimento <strong>do</strong> Papel <strong>do</strong> Comércio e da IndústriaPara o desenvolvimento econômico e social de um país, o papel <strong>do</strong> comércio eda indústria é de fundamental importância. O objetivo principal <strong>do</strong> processo dedesenvolvimento é, sem dúvida, o resulta<strong>do</strong> das atividades <strong>do</strong> comércio e daindústria. As empresas comerciais, grandes e pequenas, formais e informais,proporcionam oportunidades importantes de intercâmbio, emprego esubsistência. As oportunidades comerciais disponíveis para a mulher estãocontribuin<strong>do</strong> para o desenvolvimento profissional dela, fortalecen<strong>do</strong> seu papeleconômico e transforman<strong>do</strong> os sistemas sociais. O comércio e a indústria,inclusive as empresas transnacionais e suas organizações representativas, devemparticipar plenamente da implementação e avaliação das atividades da <strong>Agenda</strong><strong>21</strong>. O objetivo é aumentar a eficiência da utilização de recursos, inclusive como aumento da reutilização e reciclagem de resíduos.24AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Como área de programas, fica estabeleci<strong>do</strong> o que segue:• Promoção de uma população mais limpa;• Promoção da responsabilidade empresarial.Capítulo 31 – A Comunidade Científica e TecnológicaA ênfase deste capítulo é possibilitar que a comunidade científica e tecnológicaintegrada (engenheiros, arquitetos, urbanistas etc.) contribua de forma mais abertae efetiva com os processos de tomada de decisões relativas ao meio ambiente edesenvolvimento. Isto para que possa haver lugar para a cooperação em to<strong>do</strong>sos níveis, bem como melhorar o intercâmbio de conhecimentos entre o públicoem geral, a fim de que políticas e programas possam ser melhores formuladas,compreendidas e apoiadas.As áreas de programas estão voltadas à busca da melhoria da comunicação ecooperação entre a comunidade, os responsáveis pelas decisões e o públicoem geral. É de fundamental importância a interação entre estes segmentos a fimde implementar estratégias de desenvolvimentos disponíveis. O objetivo de umadas áreas de programa é desenvolver, melhorar e promover a aceitaçãointernacional de códigos de conduta e diretrizes relacionadas com a ciência e atecnologia, nas quais se leva em conta a integridade <strong>do</strong>s sistemas de sustentaçãoda vida e se aceita o importante papel que elas representam na compatibilizaçãodas necessidades <strong>do</strong> meio ambiente e <strong>do</strong> desenvolvimento.A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> recomenda algumas atividades, a saber:• Fortalecer a cooperação nacional e internacional, consideran<strong>do</strong> a Declaração<strong>do</strong> Rio de Janeiro, os códigos e as diretrizes existentes;• Fortalecer os grupos nacionais de assessoria sobre ética ambiental e <strong>do</strong>desenvolvimento a fim de promover uma estrutura de valores comuns para acomunidade científica e tecnológica e toda a sociedade;• Ampliar o ensino e a capacitação, quanto às questões de ética ambiental e<strong>do</strong> desenvolvimento, para integrar estes objetivos aos currículos de ensino eàs prioridades das pesquisas.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO25


Capítulo 32 – Fortalecimento <strong>do</strong> Papel <strong>do</strong>s AgricultoresUm terço da superfície da Terra é ocupada pela agricultura, que constitui aatividade central de grande parte da população mundial. As atividades agrícolasestão intimamente ligadas com a natureza, agregan<strong>do</strong> valor por meio daprodução de recursos renováveis, ao mesmo tempo em que se tornamvulneráveis à exploração excessiva e ao manejo inadequa<strong>do</strong>. A área de programatraz como proposta uma abordagem centrada no agricultor, que é a chave paraalcançar a sustentabilidade tanto nos países desenvolvi<strong>do</strong>s como naqueles emdesenvolvimento. O ponto fundamental é a motivação <strong>do</strong>s agricultores, e aspolíticas governamentais que proporcionam incentivos para que sejam gerencia<strong>do</strong>srecursos naturais de maneira eficiente e sustentável.Os trabalhos da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> contemplam também o desenvolvimento sustentáveldas populações que vivem em ecossistemas marginais e frágeis. Os Governos eas organizações de agricultores têm o papel de criar mecanismos para<strong>do</strong>cumentar, sintetizar e difundir experiências locais de conhecimentos, práticase projetos. Também o estabelecimento de redes, visan<strong>do</strong> ao intercâmbio deexperiências relacionadas com a agricultura, que ajudem a conservar os recursos<strong>do</strong> solo, hídricos e florestais, a reduzir ao mínimo o uso de produtos químicos ereduzir ou reutilizar os resíduos agrícolas.SEÇÃO IV – MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃOCapítulo 33 – Recursos e Mecanismos de FinanciamentoO foco deste capítulo está na identificação de meios que proporcionamrecursos financeiros novos e adicionais, principalmente para os países emdesenvolvimento. A <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> trabalha em torno <strong>do</strong> crescimento econômico,<strong>do</strong> desenvolvimento social e da erradicação da pobreza, como prioridadesabsolutas <strong>do</strong>s países em desenvolvimento, que são essenciais para alcançaros objetivos nacionais e mundiais de sustentabilidade. Devemos ficar atentosaos benefícios mundiais que derivarão da implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>: ooferecimento aos países em desenvolvimento de meios eficazes, de recursosfinanceiros e tecnologia, sem os quais dificilmente poderão cumprir plenamenteos seus compromissos.26AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Capítulo 34 – Transferência de Tecnologia Ambientalmente Saudável,Cooperação e Fortalecimento Institucional.A necessidade de acesso a tecnologias ambientalmente saudáveis e de suatransferência em condições favoráveis é de grande importância. A cooperaçãotecnológica supõe esforços comuns das empresas e <strong>do</strong>s Governos, ambosprove<strong>do</strong>res e receptores de tecnologia. As disponibilidades de informaçãocientíficas e tecnológicas são requisitos essenciais para o desenvolvimentosustentável. O provimento de informação adequada sobre os aspectos ambientaisdas tecnologias atuais tem <strong>do</strong>is componentes inter-relaciona<strong>do</strong>s, ou seja,aperfeiçoar a informação sobre as tecnologias atuais e as mais modernas,inclusive sobre seus riscos ambientais, e facilitar o acesso às tecnologiasambientalmente saudáveis. O objetivo principal de um melhor acesso àinformação tecnológica é permitir escolhas com conhecimento de causa quefacilitem aos países o acesso ou a transferência de tecnologias e o fortalecimentode suas capacidades tecnológicas.Capítulo 35 – A Ciência para o Desenvolvimento SustentávelO papel deste capítulo é a utilização das ciências no apoio ao manejo prudentede meio ambiente e desenvolvimento, para a sobrevivência diária e futuro dahumanidade. Desenvolver o conhecimento científico, melhorar as avaliaçõescientíficas de longo prazo, fortalecer as capacidades científicas em to<strong>do</strong>s os paísese fazer com que as ciências respondam às necessidades que irão surgir é o focodessa área de programa. A base para a ação está centrada no desenvolvimentosustentável, que exige assumir perspectivas de longo prazo, integrar os efeitoslocais e regionais das mudanças mundiais no processo de desenvolvimento, eutilizar os melhores conhecimentos científicos e tradicionais disponíveis.O processo de desenvolvimento deve ser avalia<strong>do</strong> constantemente na busca<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da pesquisa científica, para assegurar que a utilização de recursostenha impactos reduzi<strong>do</strong>s sobre o sistema Terra. O objetivo é que cada paísdetermine, com o apoio das organizações internacionais, a situação de seusconhecimentos científicos e de suas necessidades e prioridades de pesquisa,para alcançarem o mais rápi<strong>do</strong> possível, melhorias em to<strong>do</strong>s os aspectos dedesenvolvimento sustentável.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO27


Capítulo 36 – Promoção <strong>do</strong> Ensino, da Conscientização e <strong>do</strong> TreinamentoA <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> não poderia deixar de contemplar uma área de programa defundamental importância para o desenvolvimento <strong>do</strong> ser humano. E por meio<strong>do</strong> processo de ensino, conscientização e treinamento que procuramos satisfazeras necessidades básicas, o fortalecimento institucional e técnico, da<strong>do</strong>s einformações, ciência e papel <strong>do</strong>s principais grupos. As áreas de programas dessecapítulo tratam da:• Reorientação <strong>do</strong> ensino no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável;• Aumento da consciência pública;• Promoção <strong>do</strong> treinamento.A base para a realização das ações está vinculada à questão de que o ensino,inclusive o ensino formal, a consciência pública e o treinamento devem serreconheci<strong>do</strong>s como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedadespodem desenvolver plenamente suas potencialidades. O ensino tem fundamentalimportância na promoção <strong>do</strong> desenvolvimento sustentável. Ainda que o ensinobásico sirva de fundamento para o ensino em matéria de ambiente edesenvolvimento, este último deve ser incorpora<strong>do</strong> como parte essencial <strong>do</strong>aprendiza<strong>do</strong>. O ensino formal ou informal é indispensável para modificar asatitudes das pessoas.Capítulo 37 – Mecanismos Nacionais e Cooperação Internacional paraFortalecimento Institucional nos Países em DesenvolvimentoEste capítulo nos mostra como desenvolver e melhorar as capacidades nacionaise as sub-regionais e regionais conexas de desenvolvimento sustentável, com aparticipação <strong>do</strong>s setores não-governamentais. O programa tem como foco aprestação de apoio por meio de promoção de um processo constante departicipação para determinar as necessidades e prioridades <strong>do</strong>s países,relacionadas com a promoção da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>. É de grande importância odesenvolvimento <strong>do</strong>s recursos humanos, técnicos, profissionais, e odesenvolvimento das capacidades institucionais na agenda <strong>do</strong>s países, assimcomo a melhoria da eficácia das instituições existentes e das organizações nãogovernamentais,inclusive das instituições científicas e tecnológicas.28AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Capítulo 38 – Arranjos Institucionais InternacionaisTem como objetivo a integração das questões de meio ambiente e desenvolvimentonos planos nacional, sub-regional, regional e internacional, inclusive nosarranjos institucionais <strong>do</strong> sistema das Nações Unidas. Como objetivo específico,foram elenca<strong>do</strong>s:• Assegurar e examinar a implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> de forma a alcançar odesenvolvimento sustentável em to<strong>do</strong>s os países;• Realçar o papel e funcionamento <strong>do</strong> sistema das Nações Unidas no campo<strong>do</strong> meio ambiente e desenvolvimento.To<strong>do</strong>s os organismos, organizações e programas pertinentes <strong>do</strong> sistema devema<strong>do</strong>tar programas concretos para a implementação da <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong>. E, em suasrespectivas áreas de competência, devem proporcionar orientação para asatividades das Nações Unidas ou assessoramento aos Governos, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong>.Capítulo 39 – Instrumentos e Mecanismos Jurídicos InternacionaisDeve-se levar em consideração o avanço <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> DireitoInternacional para o desenvolvimento sustentável, com especial atenção parao delica<strong>do</strong> equilíbrio entre as preocupações com o meio ambiente e com odesenvolvimento. Também há necessidade de esclarecer e reforçar a relaçãoentre instrumentos ou acor<strong>do</strong>s internacionais existentes no campo <strong>do</strong> meioambiente. Deve-se considerar sempre as necessidades especiais <strong>do</strong>s paísesem desenvolvimento.Capítulo 40 – Informação para Tomada de DecisõesNo desenvolvimento sustentável, cada pessoa é usuária e prove<strong>do</strong>ra deinformação, considerada em senti<strong>do</strong> amplo, o que inclui da<strong>do</strong>s, informações eexperiências de conhecimentos adequadamente apresenta<strong>do</strong>s. A necessidadede informação surge em to<strong>do</strong>s os níveis, desde o de tomada de decisõessuperiores, nos planos nacional e internacional, ao comunitário e individual.As áreas de programas buscam desenvolver as seguintes questões: redução dasdiferenças em matéria de da<strong>do</strong>s e melhoria de disponibilidade da informação.AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO29


REFERÊNCIASENADO FEDERAL. <strong>Agenda</strong> <strong>21</strong> - Conferência das Nações Unidas sobre <strong>Meio</strong><strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento. 3.ed. Brasília: Sena<strong>do</strong> Federal, Subsecretaria deEdições, 2001. 598 p.30AGENDA <strong>21</strong>CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

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