Interfaces entre cultura de massa, design e arte contemporânea.
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Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />
São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />
<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />
século XXI, a internet e as mídias sociais, os games interativos, a telefonia móvel, a conectivida<strong>de</strong><br />
<strong>entre</strong> mídias (rádio, TV e internet) a indústria do <strong>entre</strong>tenimento, a <strong>arte</strong> digital, a inserção<br />
<strong>de</strong> sistemas informatizados em produtos criando objetos inteligentes, além das tecnologias 3D<br />
começam assinalar a colonização do ciberespaço como a nossa nova fronteira. Nesse contexto,<br />
a linguagem visual, e em gran<strong>de</strong> p<strong>arte</strong> o uso da estética da <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> (a toy art; a street<br />
art, o graffiti e ícones da <strong>cultura</strong> cibernética), passa a ser uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta <strong>de</strong> integração<br />
dos diversos sistemas pela sua gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> síntese e sua facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração em<br />
praticamente todos os níveis sócio-<strong>cultura</strong>is e econômicos.<br />
A pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> trouxe para a discussão os aspectos positivos e negativos das mudanças<br />
<strong>de</strong> paradigma que tornaram tênues alguns limites e convenções em áreas tão diversas como a<br />
<strong>cultura</strong>, as i<strong>de</strong>ologias, os costumes, os valores, a <strong>arte</strong> e o <strong>de</strong>sign. Exemplos disso são eventos tão<br />
distintos como o FILE (Festival Internacional <strong>de</strong> Linguagens Eletrônicas, que experimenta com<br />
<strong>arte</strong> e tecnologia), o “Pictoplasma” (encontro internacional sobre criação, confecção <strong>de</strong> bonecos<br />
e <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> personagens, na linha da toy art) e a Bienal <strong>de</strong> Veneza que tem buscado integrar<br />
<strong>arte</strong>, <strong>de</strong>sign, arquitetura, cinema, dança, teatro e música. Essas iniciativas têm proporcionado<br />
o diálogo <strong>entre</strong> áreas distintas e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, mas que compartilham bases <strong>de</strong> linguagem<br />
estrutural comuns. Por outro lado, o excessivo apelo comercial e ao consumo e o papel da China<br />
enquanto manufatura do mundo po<strong>de</strong>m levar o <strong>de</strong>sign contemporâneo a per<strong>de</strong>r força enquanto<br />
informação <strong>de</strong> primeira mão e gerador <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. E isso não se restringe<br />
apenas ao aspecto prático e instrumental da nossa <strong>cultura</strong> material, mas reflete também o quadro<br />
maior <strong>de</strong> nossa visão <strong>de</strong> mundo.<br />
Cultura <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign: um possível diálogo.<br />
Longe <strong>de</strong> esgotar o assunto em questão, este trabalho visa tão somente propor uma reflexão sobre<br />
o estado da <strong>arte</strong> da comunicação <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, e sua relação com as <strong>arte</strong>s e o <strong>de</strong>sign. Procuramos<br />
i<strong>de</strong>ntificar que paradigmas têm norteado o fazer projetual do <strong>de</strong>sign contemporâneo <strong>de</strong>ntro do<br />
universo maior da <strong>cultura</strong> industrial, principalmente no tocante à questão estrutural e à estética.<br />
Também refletir sobre a dialética presente nas relações <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> e <strong>arte</strong>/<strong>de</strong>sign,<br />
analisando o papel do <strong>de</strong>sign enquanto elemento fundador da massificação da <strong>cultura</strong> e da <strong>arte</strong><br />
(inclusive com o surgimento do kitsch, como variante estética), e também como uma possível<br />
re<strong>de</strong>nção do próprio kitsch. É importante analisar a dinâmica da transformação <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong><br />
em <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign verificando se, ao ser re-significada pelo <strong>de</strong>sign, a <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> se torna em<br />
<strong>arte</strong> maior <strong>de</strong> fato, <strong>de</strong>ntro do processo capitalista <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor ao produto. Para tanto o<br />
referencial teórico <strong>de</strong>ve buscar ajuda nas ciências da linguagem (Semiótica e Semiologia visual),<br />
na psicologia da forma (Gestalt), nas teorias da comunicação, na teoria e história do <strong>de</strong>sign e nas<br />
ciências humanas aplicadas.<br />
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