18.11.2012 Views

Interfaces entre cultura de massa, design e arte contemporânea.

Interfaces entre cultura de massa, design e arte contemporânea.

Interfaces entre cultura de massa, design e arte contemporânea.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

Ed Marcos Sarro Mestre em Design e Arquitetura pela FAU-USP/Universida<strong>de</strong> São Judas<br />

Ta<strong>de</strong>u. edsarro@edsarro.com.br prof.edsarro@usjt.br<br />

Resumo<br />

A discussão sobre a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma estética para as <strong>massa</strong>s e sua veiculação pelo<br />

<strong>de</strong>sign permeou os séculos XIX e XX, sem chegar a uma conclusão <strong>de</strong>finitiva. O<br />

século XXI <strong>de</strong>verá aprofundar essa reflexão diante dos paradoxos da pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong><br />

nas <strong>arte</strong>s, no <strong>de</strong>sign e na <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, face o risco <strong>de</strong> empobrecimento<br />

da reflexão artística pelo nivelamento <strong>entre</strong> <strong>arte</strong> e produção industrial ou pela<br />

valorização da experiência estética em <strong>de</strong>trimento da funcionalida<strong>de</strong>. Este é momento<br />

único para esse tipo <strong>de</strong> reflexão, representando o ponto <strong>de</strong> transição <strong>de</strong><br />

um sistema lógico fundante e novas formas <strong>de</strong> estruturar a experiência humana.<br />

Palavras-chave:<br />

Cultura <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign, <strong>arte</strong>.<br />

Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

451


Introdução<br />

Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

Chaves (2004) argumenta que o conceito <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> é muito abrangente e multifacetado, uma vez<br />

que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma mesma <strong>cultura</strong> po<strong>de</strong>m conviver diversas sub-<strong>cultura</strong>s. De fato, é necessário<br />

enten<strong>de</strong>r primeiro o que é <strong>cultura</strong> e <strong>de</strong> qual <strong>cultura</strong> se fala quando se trata do conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign.<br />

No tocante ao conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, (e particularmente quando se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign gráfico), o autor<br />

afirma que nem toda a produção gráfica é <strong>de</strong>sign, posto que as várias <strong>cultura</strong>s tendam a ter suas<br />

próprias expressões gráficas.<br />

A <strong>cultura</strong>, segundo ele, é uma manifestação universal humana e cada <strong>cultura</strong> em particular é um<br />

universo articulado. A <strong>cultura</strong> é um tecido vivo e simbólico em constante mudança e evolução. No<br />

entanto é um universo limitado: nem toda manifestação simbólica é necessariamente <strong>cultura</strong>l,<br />

ficando aqui algumas áreas cinzentas.<br />

Por ser um organismo vivo, a <strong>cultura</strong> está sujeita às influências externas, pelos fluxos imigratórios e<br />

mais recentemente pelo gran<strong>de</strong> alcance dos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> <strong>massa</strong> que ten<strong>de</strong> a esboçar<br />

algum tipo <strong>de</strong> padronização. De qualquer forma, falar <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> é falar <strong>de</strong> pluralida<strong>de</strong>. Por conta<br />

disso, falar <strong>de</strong> uma <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, “massificada”, é redundante e mesmo contraditório.<br />

A <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, a rigor, ainda no ver <strong>de</strong> Chaves (2004), não é exatamente uma <strong>cultura</strong>, porque<br />

não é cultivada espontaneamente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto, mas sim um conjunto <strong>de</strong> símbolos<br />

que são adotados por certa coletivida<strong>de</strong> como p<strong>arte</strong> do processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação com as normas<br />

comerciais vigentes e explicitadas pela publicida<strong>de</strong> e pela propaganda.<br />

Assim, se pudéssemos falar <strong>de</strong> uma <strong>cultura</strong> na qual o <strong>de</strong>sign seria uma manifestação, ela seria a<br />

<strong>cultura</strong> industrial que segue as leis do mercado e que <strong>de</strong>termina muito do que se faz em termos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e também <strong>de</strong> <strong>arte</strong>. A <strong>cultura</strong> industrial (principalmente no mundo Oci<strong>de</strong>ntal e nas<br />

outras nações industrializadas) possui um fim em si mesma, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> dialogar com os outros<br />

gêneros <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> e com o arcabouço <strong>cultura</strong>l maior on<strong>de</strong> se insere. Essa relação po<strong>de</strong> inclusive<br />

trazer ruídos à comunicação <strong>entre</strong> o <strong>de</strong>signer e o usuário do produto industrial, pois muitas vezes<br />

o repertório do usuário é todo formado <strong>de</strong> conteúdos simbólicos da <strong>cultura</strong> imediata ao qual<br />

pertence, com pouca capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transitar pelos códigos da <strong>cultura</strong> industrial on<strong>de</strong> se insere<br />

o <strong>de</strong>sign. Também as questões ligadas à incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias ao trabalho do <strong>de</strong>sign<br />

acabam por influenciar os modos <strong>de</strong> simbolizar e a semiose no seio da <strong>cultura</strong> geral.<br />

Assim, como operador simbólico da <strong>cultura</strong> industrial, o <strong>de</strong>sign não é qualquer manifestação<br />

simbólica, senão aquela que busca servir às relações <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong>ntro da <strong>cultura</strong> industrial.<br />

De qualquer forma, a relação do <strong>de</strong>sign com a <strong>cultura</strong> maior (a <strong>cultura</strong> étnica, nacional, regional<br />

etc.) não é também tão fria e inviável, po<strong>de</strong>ndo sim levar a absorver e incorporar elementos <strong>de</strong>la<br />

452


no seu repertório.<br />

Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

O evento fundador <strong>de</strong>sta dinâmica é a Revolução Industrial, que consistiu em um conjunto <strong>de</strong><br />

mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social.<br />

Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.<br />

Ao longo <strong>de</strong>ste processo a era da agri<strong>cultura</strong> foi superada e a máquina foi substituindo o trabalho<br />

humano; uma nova relação <strong>entre</strong> capital e trabalho se impôs e novas relações <strong>entre</strong> nações se<br />

estabeleceram. Aqui surge então o fenômeno da <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>. O <strong>de</strong>senvolvimento do conceito<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign <strong>de</strong>corre, então, da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto que otimize a produção nas etapas <strong>de</strong><br />

execução e a sua reprodutibilida<strong>de</strong>. É neste contexto <strong>de</strong> indústria, por exemplo, que acontece o<br />

crescimento da técnica <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> imagens, agilizando e barateando sua multiplicação e<br />

relegando a pintura tradicional <strong>de</strong> cavalete ao segundo plano. Um dos aspectos mais importantes<br />

da Revolução Industrial foi mudar para sempre a percepção do fazer artístico, <strong>de</strong>ntro do conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobramentos que a produção em série ensejou em diversos segmentos da socieda<strong>de</strong> da<br />

época. O surgimento <strong>de</strong> uma “civilização da tecnologia” veio rever o conceito <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> e, por<br />

consequência, também o teor <strong>de</strong> sua produção simbólica, nivelando expressão artística e indústria.<br />

Por exemplo, com o advento da tecnologia fotográfica, o papel da <strong>arte</strong> enquanto mimese da<br />

Natureza passa a ser re-significado, bem como o papel do artista. A<strong>de</strong>mais, cada nova mudança<br />

<strong>de</strong> era, com eventos da História, como a Segunda Guerra Mundial, a queda do Muro <strong>de</strong> Berlim e<br />

o atentado às Torres Gêmeas, representam mudanças <strong>de</strong> paradigma que ensejam reflexões sobre<br />

novos modos <strong>de</strong> produção, comportamentos e padrões <strong>cultura</strong>is e estéticos.<br />

O século XX presenciou o começo <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> integração das linguagens da <strong>arte</strong> e da<br />

indústria: Flusser (2007) argumenta que, com o advento das telecomunicações, principalmente<br />

a televisão e seus <strong>de</strong>rivados, assistimos (literalmente) ao surgimento <strong>de</strong> um novo paradigma em<br />

termos da forma <strong>de</strong> ler e escrever o mundo; na transição do pensamento linear (baseado na<br />

<strong>de</strong>cifração <strong>de</strong> números e letras, registrados em linhas) para o pensamento calcado na superfície,<br />

através das imagens. Mais recentemente, com o nascimento da internet e a popularização dos<br />

aparatos informatizados, o avanço da imagem-superfície (texto não-verbal) sobre o texto linear<br />

solapou a realida<strong>de</strong> da memória e da reflexão baseada na <strong>de</strong>codificação do texto verbal.<br />

Como <strong>de</strong> fato as tecnologias ten<strong>de</strong>m a conviver e se completar, após certo conflito inicial, também<br />

a produção simbólica resultante <strong>de</strong> áreas distintas ten<strong>de</strong>m a <strong>de</strong>senvolver uma acomodação gradual<br />

dando origem a outras combinações e possibilida<strong>de</strong>s: o projeto Merz, <strong>de</strong>senvolvido na Alemanha<br />

pós-Primeira Guerra por um grupo <strong>de</strong> artistas li<strong>de</strong>rado por Kurt Schwitters, se baseava em pinturas<br />

ou colagens feitas com materiais encontrados no lixo, como jornais, impressos, quadrinhos etc,<br />

fragmentos da <strong>cultura</strong> industrial.<br />

Convém lembrar que o advento <strong>de</strong> uma <strong>cultura</strong> industrial (e sua influência no repertório visual e<br />

453


Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

no imaginário coletivo), ocasionou experiências estéticas como o Futurismo italiano <strong>de</strong> Marinetti<br />

e elementos da Art Decó europeu e do Streamline americano, que introduziram a representação<br />

<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> e aceleração no <strong>de</strong>sign. O jornalista do jornal The Guardian, Jones (2002) afirma<br />

que a literatura <strong>de</strong> Gertru<strong>de</strong> Stein e uma tira <strong>de</strong> histórias em quadrinhos chamada Katzenjammer<br />

Kids po<strong>de</strong>riam ter influenciado Pablo Picasso na <strong>de</strong>scoberta mais revolucionária da <strong>arte</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

Renascença: o Cubismo.<br />

Salvador Dalí incorporou em sua obra ícones da <strong>cultura</strong> mediática <strong>de</strong> seu tempo (particularmente<br />

o cinema americano), como nos quadros “Homenagem ao noticiário da Fox” e “O rosto <strong>de</strong> Mae<br />

West” (cuja boca <strong>de</strong>pois o escritório italiano <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign Gufram transformou em sofá, figura1). Nos<br />

Estados Unidos, em 1954, Milton Glaser, Seymour Chwast, Reynold Ruffins e Edward Sorel, fundam<br />

o Push Pin Studios. O “Push Pin Style” não se prendia apenas ao que era consi<strong>de</strong>rado o “bom<br />

<strong>de</strong>sign”, mas praticou um estilo excêntrico muitas vezes inspirado na estética do século XIX e nas<br />

tendências da <strong>cultura</strong> pop, consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>ntes.<br />

Figura 1: Quadro “Face of Mae West which can be used as an apartment” <strong>de</strong> Salvador Dalí.<br />

Fonte: (SALVADOR, 2007).<br />

Roy Fox Lichtenstein (figura 2) procurou valorizar os clichês das histórias em quadrinhos como<br />

forma <strong>de</strong> <strong>arte</strong>, colocando-se contra o movimento que tentou criticar a <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>.<br />

454


Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

Figura 2: “Tintin in the new world” <strong>de</strong> Roy Lichtenstein.<br />

Fonte: (HENDRICKSON, 2007).<br />

Na Itália, o Archizoom, estúdio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign fundado em 1966 em Florença, produziu um rico conjunto<br />

<strong>de</strong> projetos em <strong>de</strong>sign e arquitetura, <strong>de</strong>senvolvendo trabalhos que abrangiam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> vestuário a<br />

objetos, móveis e arrojadas soluções arquitetônicas e urbanistas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> mundo<br />

que enfatizava um estilo <strong>de</strong> vida alternativo e criativo e a supressão <strong>de</strong> barreiras interdisciplinares.<br />

Javier Mariscal, formado em Filosofia e Design, <strong>de</strong>senvolveu a primeira história em quadrinhos<br />

un<strong>de</strong>rground da Espanha (“El Rollo Enmascarado”), criou o cachorrinho Cobi (mascote dos Jogos<br />

Olímpicos <strong>de</strong> Barcelona, em 1992), e <strong>de</strong>senhou a ca<strong>de</strong>ira Garrini (figura 3) que faz claras citações<br />

a Mickey Mouse. No Japão o movimento kawaii trouxe para a moda e para o estilo <strong>de</strong> vida dos<br />

jovens os valores estéticos da <strong>cultura</strong> pop japonesa, influenciada pelo mangá e pelos animês. No<br />

Brasil, um exemplo contemporâneo é o trabalho <strong>de</strong> Iran do Espírito Santo que transforma objetos<br />

prosaicos do universo do <strong>de</strong>senho industrial, como lâmpadas, copos e buracos <strong>de</strong> fechadura, em<br />

es<strong>cultura</strong>s <strong>de</strong> materiais como aço e acrílico.<br />

Figura 3: Ca<strong>de</strong>iras Garrini, criações <strong>de</strong> Javier Mariscal.<br />

Fonte: (FIELL e FIELL, 2005).<br />

No final do século XX, a cibernética e a revolução tecnológica advinda da disseminação da<br />

informática por praticamente todas as áreas <strong>de</strong> conhecimento humano, viriam a lançar as bases<br />

da <strong>cultura</strong> contemporânea, pós-industrial e em constante transição. Nesta primeira década do<br />

455


Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

século XXI, a internet e as mídias sociais, os games interativos, a telefonia móvel, a conectivida<strong>de</strong><br />

<strong>entre</strong> mídias (rádio, TV e internet) a indústria do <strong>entre</strong>tenimento, a <strong>arte</strong> digital, a inserção<br />

<strong>de</strong> sistemas informatizados em produtos criando objetos inteligentes, além das tecnologias 3D<br />

começam assinalar a colonização do ciberespaço como a nossa nova fronteira. Nesse contexto,<br />

a linguagem visual, e em gran<strong>de</strong> p<strong>arte</strong> o uso da estética da <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> (a toy art; a street<br />

art, o graffiti e ícones da <strong>cultura</strong> cibernética), passa a ser uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta <strong>de</strong> integração<br />

dos diversos sistemas pela sua gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> síntese e sua facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração em<br />

praticamente todos os níveis sócio-<strong>cultura</strong>is e econômicos.<br />

A pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> trouxe para a discussão os aspectos positivos e negativos das mudanças<br />

<strong>de</strong> paradigma que tornaram tênues alguns limites e convenções em áreas tão diversas como a<br />

<strong>cultura</strong>, as i<strong>de</strong>ologias, os costumes, os valores, a <strong>arte</strong> e o <strong>de</strong>sign. Exemplos disso são eventos tão<br />

distintos como o FILE (Festival Internacional <strong>de</strong> Linguagens Eletrônicas, que experimenta com<br />

<strong>arte</strong> e tecnologia), o “Pictoplasma” (encontro internacional sobre criação, confecção <strong>de</strong> bonecos<br />

e <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> personagens, na linha da toy art) e a Bienal <strong>de</strong> Veneza que tem buscado integrar<br />

<strong>arte</strong>, <strong>de</strong>sign, arquitetura, cinema, dança, teatro e música. Essas iniciativas têm proporcionado<br />

o diálogo <strong>entre</strong> áreas distintas e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, mas que compartilham bases <strong>de</strong> linguagem<br />

estrutural comuns. Por outro lado, o excessivo apelo comercial e ao consumo e o papel da China<br />

enquanto manufatura do mundo po<strong>de</strong>m levar o <strong>de</strong>sign contemporâneo a per<strong>de</strong>r força enquanto<br />

informação <strong>de</strong> primeira mão e gerador <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. E isso não se restringe<br />

apenas ao aspecto prático e instrumental da nossa <strong>cultura</strong> material, mas reflete também o quadro<br />

maior <strong>de</strong> nossa visão <strong>de</strong> mundo.<br />

Cultura <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign: um possível diálogo.<br />

Longe <strong>de</strong> esgotar o assunto em questão, este trabalho visa tão somente propor uma reflexão sobre<br />

o estado da <strong>arte</strong> da comunicação <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, e sua relação com as <strong>arte</strong>s e o <strong>de</strong>sign. Procuramos<br />

i<strong>de</strong>ntificar que paradigmas têm norteado o fazer projetual do <strong>de</strong>sign contemporâneo <strong>de</strong>ntro do<br />

universo maior da <strong>cultura</strong> industrial, principalmente no tocante à questão estrutural e à estética.<br />

Também refletir sobre a dialética presente nas relações <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> e <strong>arte</strong>/<strong>de</strong>sign,<br />

analisando o papel do <strong>de</strong>sign enquanto elemento fundador da massificação da <strong>cultura</strong> e da <strong>arte</strong><br />

(inclusive com o surgimento do kitsch, como variante estética), e também como uma possível<br />

re<strong>de</strong>nção do próprio kitsch. É importante analisar a dinâmica da transformação <strong>de</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong><br />

em <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign verificando se, ao ser re-significada pelo <strong>de</strong>sign, a <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> se torna em<br />

<strong>arte</strong> maior <strong>de</strong> fato, <strong>de</strong>ntro do processo capitalista <strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor ao produto. Para tanto o<br />

referencial teórico <strong>de</strong>ve buscar ajuda nas ciências da linguagem (Semiótica e Semiologia visual),<br />

na psicologia da forma (Gestalt), nas teorias da comunicação, na teoria e história do <strong>de</strong>sign e nas<br />

ciências humanas aplicadas.<br />

456


“Bom” <strong>de</strong>sign x “mau” <strong>de</strong>sign?<br />

Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

Diante do exposto é importante investigar se existe <strong>de</strong> fato uma dinâmica <strong>de</strong> transformação do<br />

<strong>de</strong>sign para as <strong>massa</strong>s em <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Se sim, quais elementos e instâncias <strong>de</strong> linguagem<br />

operariam a reestruturação da forma e do significado <strong>de</strong> modo a alterar a percepção do objeto?<br />

Uma hipótese a confirmar é se, no caso do <strong>de</strong>sign, existiriam níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e mobilida<strong>de</strong> <strong>entre</strong><br />

eles <strong>de</strong>ntro do mesmo universo discursivo: o “mau” <strong>de</strong>sign se tornando “bom” <strong>de</strong>sign. Seria isso<br />

apenas uma questão <strong>de</strong> viés subjetivo? E no caso da <strong>arte</strong>, quais elementos ou quais dinâmicas <strong>de</strong><br />

re-significação operariam a transformação da <strong>arte</strong> <strong>de</strong> “<strong>massa</strong>”, que está impregnada nos produtos<br />

da <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, em <strong>arte</strong> maior, supostamente com mais qualida<strong>de</strong>? Seria a exclusivida<strong>de</strong> um<br />

elemento transformador da <strong>arte</strong> para as <strong>massa</strong>s em <strong>arte</strong> maior? Seria o fato <strong>de</strong> que a <strong>arte</strong> boa é<br />

supostamente restrita, personalista e feita para um número limitado <strong>de</strong> consumidores ao passo que<br />

a <strong>arte</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> é, <strong>de</strong> fato, para as <strong>massa</strong>s, logo com um padrão inferior <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>? Pensando<br />

assim, po<strong>de</strong>riam tanto a boa <strong>arte</strong> como o bom produto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign ser equiparados ao <strong>arte</strong>sanato,<br />

dado o caráter personalizado e limitado da sua produção? Como explicar o caso das sandálias<br />

Havaianas, que <strong>de</strong> “calçado <strong>de</strong> pedreiro” (sendo <strong>de</strong> fato uma estilização <strong>de</strong> sandália tradicional<br />

japonesa) passaram a ostentar o status <strong>de</strong> objeto <strong>de</strong> consumo cult, sendo hoje apreciadas nos<br />

gran<strong>de</strong>s centros urbanos do mundo? A partir <strong>de</strong>ssa análise, quais mecanismos po<strong>de</strong>riam ser<br />

sistematizados numa linguagem <strong>de</strong> projeto, <strong>de</strong> modo a gerar soluções <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign que dialoguem<br />

produtivamente com a estética contemporânea, operando a confluência objetiva <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>massa</strong>, <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign?<br />

Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

Concluímos nossa análise enten<strong>de</strong>ndo que, <strong>de</strong> fato, estamos na transição <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

paradigmas a outro; com todos os riscos e oportunida<strong>de</strong>s que ela encerra. Ainda restam (e<br />

restarão) regiões cinzentas e linhas tênues <strong>de</strong>limitando <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign que<br />

<strong>de</strong>verão estabelecer status próprio numa e noutra área, sendo, porém, permeáveis o suficiente<br />

a contaminação mútua. O que po<strong>de</strong>mos afirmar <strong>de</strong> concreto é que a aceleração e a convergência<br />

<strong>de</strong>verão enriquecer os saberes humanos na construção <strong>de</strong> um senso estético inclusivo, com<br />

consequente melhoria na qualida<strong>de</strong> da produção <strong>de</strong> soluções artísticas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, através do<br />

aprendizado mútuo.<br />

Diante dos <strong>de</strong>safios da complexida<strong>de</strong> (Morin, 2001) e da “morte do autor” (Foucault, 1992), a<br />

distinção <strong>entre</strong> “baixa <strong>arte</strong>” e “alta <strong>arte</strong>” (tendo como arcabouço a <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>) <strong>de</strong>verá<br />

ser cada vez menor, posto que a <strong>de</strong>mocratização dos processos criativos e a disseminação da<br />

experiência estética pela internet, via dispositivos móveis (iPhones, Blackberries, iPads, PDAs<br />

etc.), levarão a trocas simbólicas e técnicas em escala planetária como nunca visto antes na<br />

História; inclusive reeditando formas analógicas <strong>de</strong> expressão (como o a pintura e o <strong>de</strong>senho) por<br />

457


Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

meio <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> interface digitais e <strong>de</strong> colaboração. Isso influirá <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>cisivo nos<br />

modos <strong>de</strong> projetar e na qualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sign advindo.<br />

Num primeiro momento, no entanto, isso po<strong>de</strong>rá acarretar certa confusão <strong>de</strong> juízo e algum conflito<br />

quanto à autenticida<strong>de</strong> e à valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas iniciativas e movimentos, prevalecendo por fim<br />

aquelas propostas conceitualmente mais bem estruturadas. O ajustamento <strong>de</strong>sse processo passará<br />

fatalmente por mudanças no ensino <strong>de</strong> <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign, acarretando mudanças <strong>de</strong> curriculum que<br />

enfatizem a transdisciplinarida<strong>de</strong> (não sem algum esforço <strong>de</strong> pesquisa e reflexão por p<strong>arte</strong> da<br />

aca<strong>de</strong>mia), visando dialogar com a <strong>cultura</strong> contemporânea e pós-industrial.<br />

Enten<strong>de</strong>mos haver <strong>de</strong>monstrado, ainda que superficialmente, a dinâmica das transformações<br />

simbólicas <strong>de</strong> elementos da <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> em <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign (e vice versa) a partir da fundação da<br />

socieda<strong>de</strong> industrial. O estudo procurou propor uma reflexão sobre os caminhos <strong>de</strong>stas interações<br />

<strong>entre</strong> a <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, a dita alta <strong>cultura</strong> (via <strong>arte</strong>s) e o <strong>de</strong>senho industrial <strong>de</strong>ntro dos novos<br />

paradigmas da pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, analisando riscos e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stas relações. De fato essa<br />

análise po<strong>de</strong> ser ampliada para uma abordagem muito mais ampla, abrangendo o próprio conceito<br />

<strong>de</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> e seu impacto sobre a produção material e simbólica contemporânea,<br />

refletindo sobre as implicações <strong>de</strong>sta dinâmica para o <strong>de</strong>senvolvimento estético e espiritual da<br />

socieda<strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rna. Esperamos ter começado aqui uma investigação que vá além, analisando<br />

o impacto da <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong> sobre a produção simbólica da socieda<strong>de</strong> contemporânea como um<br />

todo, permitindo assim a elaboração <strong>de</strong> um corpo conceitual que enseje o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma metodologia aplicável a projetos <strong>de</strong> <strong>arte</strong> e <strong>de</strong>sign.<br />

Referências<br />

AICHER, Otil. El mundo como proyecto. Barcelona: Gustavo Gilli,1994.<br />

ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual – uma psicologia da visão criadora. Tradução <strong>de</strong><br />

Ivonne Terezinha <strong>de</strong> Faria. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 1989.<br />

BAXTER, Mike. Projeto <strong>de</strong> produto – guia prático para o <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> novos produtos. Tradução <strong>de</strong><br />

Itiro Iida. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda., 1998.<br />

BIANCHI, Cinzia: MONTANARI, Fe<strong>de</strong>rico: ZINGALE, Salvatore (org.). La semiotica e il progetto 2 –<br />

spazi, oggetti, interface. Milão: Editora Franco Angeli, 2010.<br />

BISTAGNINO, Enrica (org.). Disgeno-<strong>de</strong>sign – introduzione alla <strong>cultura</strong> <strong>de</strong>lla rappresentazione.<br />

Milão: Editora Franco Angeli, 2010.<br />

CARDOSO, Rafael. Uma introdução à história do <strong>de</strong>sign. São Paulo: Edgard Blucher 2004.<br />

CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Editora Ática, 1997.<br />

CHAVES, Norberto. El diseño como manifestación <strong>de</strong> la <strong>cultura</strong>, em El ofício <strong>de</strong> diseñar.<br />

Propuestas a la conciencia <strong>de</strong> los que comienzan. Barcelona: Gustavo Gilli, 2004.<br />

COSTA, Carlos Zibel. Além das Formas: uma introdução ao pensamento contemporâneo no<br />

458


Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

<strong>de</strong>sign, nas <strong>arte</strong>s e na arquitetura. São Paulo: Annablume Editora, 2010.<br />

DEYAN, Sudjic. A linguagem das coisas. Tradução <strong>de</strong> Adalgisa Campos da Silva. Rio <strong>de</strong> Janeiro:<br />

Editora Intrínsica, 2010.<br />

DONDIS, Donis A., Sintaxe da linguagem visual. Tradução <strong>de</strong> Jefferson Luiz Camargo. São Paulo:<br />

Editora Martins Fontes, 2003.<br />

ECO, Umberto. A Estrutura ausente - introdução à pesquisa semiológica. Tradução <strong>de</strong> Pérola <strong>de</strong><br />

Carvalho. São Paulo: Editora Perspectiva, 2005.<br />

____________ Apocalípticos e integrados. Tradução <strong>de</strong> Pérola <strong>de</strong> Carvalho. São Paulo: Editora<br />

Perspectiva, 2006.<br />

____________ Tratado geral <strong>de</strong> semiótica. Tradução <strong>de</strong> Antônio <strong>de</strong> Pádua Danesi e Gilson Cesar<br />

Cardoso <strong>de</strong> Souza. São Paulo: Editora Perspectiva, 2002.<br />

FIELL, Charlotte: FIELL, Peter. Design do Século XX. Tradução <strong>de</strong> João Bernardo Boléo. Colônia:<br />

Taschen, 2005.<br />

FLUSSER, Vilém. O Mundo Codificado – por uma filosofia do <strong>de</strong>sign e da comunicação. Tadução<br />

<strong>de</strong> Raquel Abi-Sâmara. São Paulo: Cosac Naify, 2007.<br />

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Tradução <strong>de</strong> Antonio F. Cascais e Edmundo Cor<strong>de</strong>iro.<br />

Lisboa: Editora Vega,1992.<br />

GOMBRICH, E.H. Arte e Ilusão. Tradução <strong>de</strong> Raul <strong>de</strong> Sá Barbosa. São Paulo: Editora WMF Martins<br />

Fontes, 2007.<br />

GOMES FILHO, João, Gestalt do Objeto – sistema <strong>de</strong> leitura visual da forma. São Paulo: Editora<br />

Escrituras, 2004.<br />

HENDRICKSON, Janis. Lichtenstein. Tradução <strong>de</strong> Zita Morais.Colônia: Taschen, 2007.<br />

LÖBACH, Bernd. Design industrial – bases para a configuração dos produtos industriais. Tradução<br />

<strong>de</strong> Freddy Van Camp. São Paulo: Edgard Blücher Editora, 2000.<br />

MARCOCCI, Roxana. Comic Abstraction – image-breaking, image-making. Nova York: The Museum<br />

of Mo<strong>de</strong>rn Art, 2007.<br />

MARNY, Jacques Sociologia das Histórias aos Quadradinhos. Tradução <strong>de</strong> Maria Fernanda<br />

Margarido Correio. Porto: Livraria Civilização Editora, 1970.<br />

MEGGS, Philip: PURVIS, Alston. História do <strong>de</strong>sign gráfico. Tradução <strong>de</strong> Cid Knipel. Cosac & Naify<br />

Edições, 2004.<br />

MORAES, Dijon <strong>de</strong>. Metaprojeto – o <strong>de</strong>sign do <strong>de</strong>sign. São Paulo: Edgard Blücher Editora, 2010.<br />

MORIN, Edgar. A religação dos saberes – o <strong>de</strong>safio do século XXI. Tradução <strong>de</strong> Flávia Nascimento.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.<br />

MUNARI Bruno. Das Coisas Nascem Coisas. Tradução José Manuel <strong>de</strong> Vasconcelos. Editora Martins<br />

Fontes, 2005.<br />

____________ Arte come mestiere. Roma, Editori Laterza, 2007.<br />

____________ Artista e Designer. Roma, Editori Laterza, 2007.<br />

____________ Design e Comunicação Visual. Tradução <strong>de</strong> Daniel Santana. São Paulo: Editora<br />

Martins Fontes, 2005.<br />

459


Design, Arte, Moda e Tecnologia.<br />

São Paulo: Rosari, Universida<strong>de</strong> Anhembi Morumbi, PUC-Rio e Unesp-Bauru, 2012<br />

<strong>Interfaces</strong> <strong>entre</strong> <strong>cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>massa</strong>, <strong>de</strong>sign e <strong>arte</strong> contemporânea.<br />

NORMAN, Donald. Emotional Design, New York, Basic Books.<br />

PEIRCE, Charles S. Semiótica. Tradução <strong>de</strong> José Teixeira Coelho Neto. São Paulo: Editora<br />

Perspectiva, 2008.<br />

PIGNATARI, Décio. Informação, linguagem, comunicação. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Editora Cultrix,1989.<br />

SALVADOR Dalí. Tradução <strong>de</strong> Martín Ernesto Russo. São Paulo: Folha <strong>de</strong> São Paulo, 2007 (Coleção<br />

Folha Gran<strong>de</strong>s Mestres da Pintura, vol.13).<br />

SANTAELLA, Lucia. A teoria geral dos signos – como as linguagens significam as coisas. São Paulo:<br />

Editora Pioneira, 2000.<br />

________________. Culturas e <strong>arte</strong>s do pós-humano – da <strong>cultura</strong> das mídias à ciber<strong>cultura</strong>. São<br />

Paulo: Paulus, 2003.<br />

http://www.guardian.co.uk/books/2002/apr/13/books.guardianreview1, Acessado em 18 maio<br />

2011, às 09:30:00.<br />

460

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!