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Competência Docente na Perspectiva de Paulo Freire - Sinpro/RS

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Só a título <strong>de</strong> ilustração <strong>de</strong>sta complexida<strong>de</strong>, apresentamos o perfil <strong>de</strong>sejado doprofessor que foi elaborado por uma escola durante a construção <strong>de</strong> seu Projeto Político-Pedagógico:Do ponto <strong>de</strong> vista Conceitual: Desenvolvimento e Aprendizagem; Socieda<strong>de</strong> eCultura; Fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>s da Educação; Saberes do campo <strong>de</strong> Conhecimento;Metodologia <strong>de</strong> EnsinoDo ponto <strong>de</strong> vista Procedimental: Trabalho com o Conhecimento;Relacio<strong>na</strong>mento Interpessoal; Organização da Coletivida<strong>de</strong>; Enfrentamento <strong>de</strong>situações <strong>de</strong> conflito e dificulda<strong>de</strong>s <strong>na</strong> aprendizagemDo ponto <strong>de</strong> vista Atitudi<strong>na</strong>l: Goste <strong>de</strong> Criança/Gente, <strong>de</strong> Apren<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> Ensi<strong>na</strong>r,<strong>de</strong> Trabalhar em Grupo; Curioso; Vivo/Alegre; Pesquisador; Profundo; Crítico;Criativo; Humil<strong>de</strong>; Solidário/Generoso; Autônomo; Verda<strong>de</strong>iro; Não legalista;Enfrenta o po<strong>de</strong>r opressor; Acolhedor; Afetuoso; Atento/Que cuida;Firme/Determi<strong>na</strong>do; Posicio<strong>na</strong>do; Vigoroso; Sensível; Interessado pela vida, pelo<strong>de</strong>stino dos seus alunos; Alegra-se com o crescimento do discípulo; Inteiro em sala;Apaixo<strong>na</strong>do pelo que faz.Se confrontarmos estas características <strong>de</strong>sejadas no professor com os SaberesNecessários que <strong>Freire</strong> apresenta <strong>na</strong> Pedagogia da Autonomia veremos que não há muitadiscrepância. Por isto, a formação do professor é uma <strong>de</strong>manda constante. Cada vez maisganhamos clareza que a formação inicial não é absolutamente suficiente para dar conta dos<strong>de</strong>safios que o docente enfrenta no seu cotidiano. Se a formação ao longo da vida é umaexigência em qualquer campo profissio<strong>na</strong>l, o é em especial no caso do professor.AmorEu gostaria <strong>de</strong> ser lembrado como um sujeito que amou profundamente o mundo e aspessoas, os bichos, as árvores, as águas, a vida. (<strong>Freire</strong>, 2004: 329)A base da existência é o amor! Esta assertiva po<strong>de</strong> parecer pouco científica ou atémesmo piegas. De fato, se consi<strong>de</strong>rarmos o paradigma positivista, não há lugar para oamor que, aliás, é algo que <strong>de</strong>veria ser evitado para não contami<strong>na</strong>r a produção científica.Ainda hoje encontramos reflexos <strong>de</strong>sta visão <strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> (inclusive em algumasFaculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Educação). Todavia, se nos pautarmos no paradigma emergente (Einstein,Heisenberg, Prigogine, Morin, Matura<strong>na</strong>, Varela, <strong>Freire</strong>, Milton Santos, Boaventura SousaSantos, só para citar alguns pensadores), veremos a gran<strong>de</strong> pertinência da afirmaçãoacima.Na gênese <strong>de</strong> toda a existência está um impulso vital, comum a outras espéciesvivas (força em ação, energia - energeia, cf. Aristóteles; ânimo; alma – pneuma; esforço –co<strong>na</strong>tus – cf. Espinosa). Piaget afirma com todas as letras: a afetivida<strong>de</strong> é a energética daação. Vygotsky, profundo conhecedor <strong>de</strong> Espinosa, insiste <strong>na</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se conhecera base afetivo-volitiva do comportamento. Wallon enfatizava a dialética razão-emoção. Noprocesso <strong>de</strong> hominização, pela mediação da base orgânica (postura ereta, tamanho docérebro, aparelho fo<strong>na</strong>dor, polegar opositor, etc.), do uso <strong>de</strong> instrumentos extracorpóreos e,sobretudo, da linguagem, uma parte <strong>de</strong>ste princípio conserva sua base pulsio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> libido, eparte significativa do impulso vital transforma-se num amplo espectro <strong>de</strong> afetos (emoção,necessida<strong>de</strong> —física e espiritual—, <strong>de</strong>sejo, paixão, amor, valor). No princípio era a ação,afirma Goethe, <strong>na</strong> obra Fausto (contrapondo-se a João, que começa no seu Evangelhoafirmando que no princípio era o Verbo – Logos), no que é corroborado, entre outros, por7

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