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Léa Mara da Cunha Leal - Sistemas de Informação - Unisul

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINALÉA MARA DA CUNHA LEALCARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL TÉCNICO EMENFERMAGEM SOBRE OS SINTOMAS PSICÓTICOS APRESENTADOS PORPACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL GERALPalhoça2009


LÉA MARA DA CUNHA LEALCARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL TÉCNICO EMENFERMAGEM SOBRE OS SINTOMAS PSICÓTICOS APRESENTADOS PORPACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL GERALRelatório <strong>de</strong> pesquisa apresentado nadisciplina <strong>de</strong> Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong>Curso II, como requisito parcial para aobtenção do título <strong>de</strong> Psicólogo.Orientador: Prof. Gabriel Gomes <strong>de</strong> LucaPalhoça2009


LÉA MARA DA CUNHA LEALCARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL TÉCNICO EMENFERMAGEM SOBRE OS SINTOMAS PSICÓTICOS APRESENTADOS PORPACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL GERALEste Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso foi julgadoa<strong>de</strong>quado à obtenção <strong>de</strong> título <strong>de</strong> Psicólogo eaprovado em sua forma final pelo Curso <strong>de</strong>Psicologia pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> SantaCatarina – <strong>Unisul</strong>Palhoça, 24 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2009.______________________________________________Prof. orientador Gabriel Gomes <strong>de</strong> Luca, Msc.Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina______________________________________________Profª. Alessandra d´Avila Scherer, Msc.Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina______________________________________________Profª. Maria Ângela G. Machado, Msc.Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Sul <strong>de</strong> Santa Catarina


AGRADECIMENTOSSobram razões para agra<strong>de</strong>cer, nesta página, aos que me aju<strong>da</strong>ram a <strong>da</strong>rvi<strong>da</strong> a este trabalho. Pessoas que <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra contribuíram para a suarealização.Em primeiro lugar a DEUS, criador do Universo.Aos meus pais, Maria Helena <strong>da</strong> <strong>Cunha</strong> <strong>Leal</strong> e Wilson <strong>de</strong> Souza <strong>Leal</strong>, porser uma presença constante e incentivadora na minha vi<strong>da</strong>, um exemplo, sem a qualeu na<strong>da</strong> seria.Ao meu filho Guilherme <strong>da</strong> <strong>Cunha</strong> <strong>Leal</strong> Meirelles.Ao Professor Gabriel Gomes <strong>de</strong> Luca, pela orientação precisa, nuncanega<strong>da</strong> quando solicita<strong>da</strong>.As Professoras Maria Angela G. Machado e Alessandra Scherer pelaaju<strong>da</strong> no início <strong>de</strong>sta pesquisa.Aos amigos <strong>de</strong> trabalho, por compreen<strong>de</strong>rem as diversas vezes que meausentei do trabalho para que pu<strong>de</strong>sse realizar este trabalho.Agra<strong>de</strong>cimentos aos que, fora <strong>de</strong>sta Instituição, abriram suas portas paraque a pesquisa fosse realiza<strong>da</strong>, assim, aos servidores do Hospital Geral que, emsua Biblioteca, contam com funcionário sempre solícito, aos funcionários <strong>da</strong>sEnfermarias por suas colaborações e esclarecimentos.A todos os amigos do grupo “Los Errantes” que me aju<strong>da</strong>ram e meenten<strong>de</strong>ram nos momentos <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e ausência no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> construção<strong>de</strong>sta tarefa cumpri<strong>da</strong>.Obrigado a todos.


RESUMOO profissional Técnico <strong>de</strong> Enfermagem intervém sobre múltiplos tipos <strong>de</strong>enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> apresenta<strong>da</strong>s por pacientes, indicando haver necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> esseprofissional apresentar conhecimento sobre sintomas psicóticos. Entre eles, umprocesso com o qual tal profissional po<strong>de</strong> e provavelmente se <strong>de</strong>para em seusinteresses profissionais, é com sintomas psicóticos. Esses sintomas po<strong>de</strong>m serapresentados em pacientes com problemas psicológicos ou po<strong>de</strong>m ain<strong>da</strong> semanifestar durante o processo <strong>de</strong> internação, quando os pacientes costumam sersubmetidos a tratamentos intensos. O objetivo <strong>da</strong> pesquisa foi <strong>de</strong> avaliarcaracterísticas do conhecimento do profissional Técnico em Enfermagem sobre ossintomas psicóticos apresentados por pacientes internados em hospital geral, emespecial em relação ao que esses profissionais enten<strong>de</strong>m por “sintomas psicóticos”e pelas características dos diversos tipos <strong>de</strong>sses sintomas e aos procedimentosprofissionais a serem realizados ao intervir sobre eles. Para tanto, foi realiza<strong>da</strong>investigação classifica<strong>da</strong> como <strong>de</strong>scritiva exploratória, com abor<strong>da</strong>gem qualitativa.Os <strong>da</strong>dos foram coletados a partir <strong>de</strong> entrevistas semi-estruturas, realiza<strong>da</strong>s comcinco profissionais Técnicos em Enfermagem, que trabalham em um Hospital Geral.As entrevistas foram grava<strong>da</strong>s e transcritas, sendo os <strong>de</strong>poimentos dos Técnicos <strong>de</strong>Enfermagem sobre sintomas psicóticos analisados em categorias estabeleci<strong>da</strong>s <strong>de</strong>acordo com o objetivo do trabalho e com as informações apresenta<strong>da</strong>s nos<strong>de</strong>poimentos. A entrevista foi composta em duas partes, sendo que a parte I erasobre o perfil do pesquisado, possibilitando caracterizá-lo. A parte II <strong>da</strong> entrevistateve o propósito <strong>de</strong> avaliar o conhecimento do Técnico <strong>de</strong> Enfermagem sobresintomas psicóticos as respostas apresenta<strong>da</strong>s foram categoriza<strong>da</strong>s, o quepossibilitou, avaliar as <strong>de</strong>finições sobre sintomas psicóticos indicados por Técnicos<strong>de</strong> Enfermagem, conhecimento sobre os sintomas, i<strong>de</strong>ntificação dos sintomaspsicóticos pelos técnicos <strong>de</strong> enfermagem, <strong>de</strong>terminantes dos sintomas psicóticosrepresentados pelos técnicos em enfermagem, opinião dos técnicos em enfermagemsobre a apresentação dos sintomas num quadro clínico estável e os sintomaspsicóticos, procedimentos adotados para pacientes com sintomas psicóticos,problemas encontrados no trabalho com os pacientes psicóticos, opinião sobretratamento diferenciado aos pacientes internados com sintomas psicóticos,procedimentos adotados para melhor atendimento aos pacientes que apresentamsintomas psicóticos. A partir disso, foi possível concluir que os Técnicos <strong>de</strong>Enfermagem possuem conhecimento parcial acerca <strong>da</strong> “psicose” e dos “sintomaspsicóticos”, indicando necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aperfeiçoamento na formação e na atuação<strong>de</strong>sses profissionais em relação ao tratamento específico com esse processo.Palavras-chave: Sintomas psicóticos. Técnico <strong>de</strong> Enfermagem.Tratamento <strong>de</strong>Psicoses.


SIGLAS E ABREVIATURASAIDS – Síndrome <strong>da</strong> Imuno<strong>de</strong>ficiência Adquiri<strong>da</strong>DNSP – Departamento Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> PúblicaDSM – Manual <strong>de</strong> Diagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos MentaisHG – Hospital GeralHIV – Human Immuno<strong>de</strong>ficiency VirusLEP – Leis <strong>de</strong> Exercício ProfissionalSUS – Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>USP – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo


LISTA DE ILUSTRAÇÕESQuadro 1: Competências do Enfermeiro e Técnico...................................................30Tabela 1 - Características do Técnico <strong>de</strong> Enfermagem ............................................38Tabela 2 - Definições sobre sintomas psicóticos indicados por técnicos <strong>de</strong>enfermagem ..............................................................................................................41Tabela 3 - Fonte <strong>de</strong> conhecimento sobre os sintomas..............................................43Tabela 4 - I<strong>de</strong>ntificação dos sintomas psicóticos pelos técnicos <strong>de</strong> enfermagem.....45Tabela 5 - Determinantes dos sintomas psicóticos indicados pelos técnicos emenfermagem ..............................................................................................................47Tabela 6 - Opinião dos técnicos em enfermagem sobre a apresentação dos sintomasnum quadro clínico estável e os sintomas psicóticos................................................48Tabela 7 - Procedimentos adotados para pacientes com sintomas psicóticos .........49Tabela 8 - Problemas encontrados no trabalho com os pacientes psicóticos ..........51Tabela 9 - Opinião sobre tratamento diferenciado aos pacientes internados comsintomas psicóticos ...................................................................................................52Tabela 10 - Procedimentos adotados para melhor atendimento aos pacientes queapresentam sintomas psicóticos ...............................................................................54


SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................81.1 PROBLEMÁTICA ..................................................................................................91.2 OBJETIVOS ........................................................................................................101.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................101.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................101.4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................112 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................152.1 HOSPITAL GERAL .............................................................................................152.1.1 Psicologia Hospitalar.....................................................................................172.1.2 Enfermarias Gerais ........................................................................................202.1.3 Equipe <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong>ntro do Hospital Geral .......................................242.1.4 Formação Profissional <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> Enfermagem .....................................262.2 SINTOMAS PSICÓTICOS DENTRO DO HOSPITAL GERAL ............................313 MÉTODO................................................................................................................353.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA ...................................................................353.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA.......................................................................373.3 AMBIENTE..........................................................................................................393.4 MATERIAIS E INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS..................................393.5 PROCEDIMENTO ...............................................................................................404 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...............................................................414.1 CATEGORIAÇÃO ...............................................................................................415 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................56REFERÊNCIAS.........................................................................................................60APÊNDICE A – Entrevista.......................................................................................65ANEXO A – Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido .................................67


81 INTRODUÇÃOO presente trabalho tem como base o projeto <strong>de</strong> Conclusão do Curso <strong>de</strong>Psicologia <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Sul do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina (UNISUL) e objetivacaracterizar o conhecimento que o técnico <strong>de</strong> enfermagem possui em relação aospacientes que no <strong>de</strong>correr do período <strong>de</strong> internação apresentam ou possam<strong>de</strong>senvolver sintomas psicóticos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> enfermaria geral. Esses pacientesnecessitam <strong>de</strong> um atendimento específico, <strong>de</strong>ssa forma contribuindo com oprocesso <strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong> doença, <strong>de</strong>vendo receber uma atenção diferencia<strong>da</strong> emrelação aos <strong>de</strong>mais pacientes <strong>de</strong> outras enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.A Psicologia, quando é abor<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong> um modo geral, remete o profissionala atuar em consultórios ou clínicas. Esse quadro passou a sofrer mu<strong>da</strong>nças a partir<strong>da</strong> 2ª Guerra Mundial, em 1945, quando a Psicologia também começou a ser<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> no ambiente hospitalar. Essa <strong>de</strong>man<strong>da</strong> surgiu <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong> dispor <strong>de</strong> profissionais que se mobilizam com os aspectos emocionais dopaciente quando este se encontra em estado <strong>de</strong> sofrimento. Dentro do HospitalGeral, o psicólogo hospitalar tem como papel oferecer informações ao paciente paraque este possa li<strong>da</strong>r com o seu acometimento, fazendo com que o paciente seaproprie do adoecimento para verbalizar seu mal-estar com aju<strong>da</strong> do psicólogo(CAMPOS, 1995).O atendimento por parte <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> enfermagem a pacientes queapresentam, ain<strong>da</strong> que momentaneamente, algum tipo sintoma psicótico, aproxima epermite um olhar mais amplo do psicólogo como um profissional <strong>da</strong> área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>,mesmo que esse atendimento seja em um local não <strong>de</strong>stinado diretamente areceber um público com estas características <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral. Ossintomas psicóticos que se apresentam <strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> medicação contínua, <strong>de</strong>acordo com o DSM-IV (APA, 2000) são caracteriza<strong>da</strong>s como Transtornos segundouma condição Médico Geral. Ao longo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se observarque os sintomas psicóticos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> outras enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m manifestarsenos pacientes <strong>de</strong>vido ao uso <strong>de</strong> medicamentos ou mesmo <strong>de</strong>vido a tratamentosprolongados <strong>de</strong> doenças.


9É comum nas enfermarias <strong>de</strong> um Hospital Geral, o cui<strong>da</strong>dor estarmaterializado na figura do técnico <strong>de</strong> enfermagem. Assim, este trabalho preten<strong>de</strong>aproximar-se do olhar <strong>de</strong> quem tem como função cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong> pacientes internados,principalmente quando apresentam algum sintoma psicótico, exigindo um trabalhomais intensivo junto ao paciente.Entretanto, o paciente que apresenta algum tipo <strong>de</strong> sintomas psicótico,mesmo que seja <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma condição médica geral, possivelmente é vistocomo um sujeito sem controle, como uma possível ameaça à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>,encontrando como solução <strong>de</strong> convívio o isolamento social, pelo fato <strong>de</strong> colocar emrisco a segurança <strong>de</strong> seu semelhante (SANTOS et al, 2006).Diante do acima exposto, o presente trabalho tem como tema acompreensão <strong>da</strong> equipe técnica <strong>de</strong> enfermagem frente aos pacientes queapresentam sintomas psicóticos durante o período <strong>de</strong> internação em um HospitalGeral. Destaca-se, porém, diante do contexto apresentado, que o profissionaltécnico <strong>de</strong> enfermagem que atua junto ao paciente com tais características <strong>de</strong>veoferecer um atendimento diferenciado, que esteja <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s condições do hospital,sem interferir na recuperação do paciente.1.1 PROBLEMÁTICAEste trabalho <strong>de</strong> pesquisa apresenta como problemática a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>dos profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, especificamente o técnico <strong>de</strong> enfermagem, estarpreparado para o atendimento no hospital geral a pacientes que possam vir aapresentar sintomas psicóticos durante o período <strong>de</strong> internação, <strong>de</strong>vido a umacondição médica geral. Assim, preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>smistificar que o atendimento a umpaciente com sintoma psicótico <strong>de</strong>vido a uma condição médica geral (APA, 2000)não possa ser realizado a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente em um hospital geral, diante <strong>da</strong> estruturaexistente, não necessitando o encaminhamento para um Hospital Psiquiátrico ouuma Ala Psiquiátrica específica para seu tratamento.Dessa forma, é relevante investigar o conhecimento apresentado pelotécnico <strong>de</strong> enfermagem frente à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento específico a pacientesque apresentam sintomas psicóticos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral. No momento em


10que o técnico <strong>de</strong> enfermagem aten<strong>de</strong> em seu cotidiano pacientes na enfermariageral, é possível que esse profissional perceba alterações <strong>de</strong> comportamento,cognição e afeto, as quais não são comuns ao tipo <strong>de</strong> adoecimento orgânicodiagnosticado para estes pacientes. Assim, caso os profissionais não possuam umpreparo específico para o atendimento <strong>de</strong>sses pacientes, o tratamentoprovavelmente não apresenta resultados clínicos esperados, dificultando ouprejudicando assim os objetivos do tratamento.Diante do acima exposto, é evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do profissionaltécnico <strong>de</strong> enfermagem não dispor <strong>de</strong> um conhecimento específico para po<strong>de</strong>roferecer um atendimento a<strong>de</strong>quado aos pacientes que apresentam algum tipo <strong>de</strong>sintoma psicopatológico, ficando a recuperação do paciente afeta<strong>da</strong>, retar<strong>da</strong>ndo otratamento e impossibilitando a recuperação em sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>. De acordo com essareali<strong>da</strong><strong>de</strong>, é relevante buscar respostas para a seguinte pergunta <strong>de</strong> pesquisa: quaisas características do conhecimento do técnico <strong>de</strong> enfermagem sobre os sintomaspsicóticos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral?1.2 OBJETIVOS1.2.1 Objetivo GeralAvaliar o conhecimento do técnico <strong>de</strong> enfermagem sobre os sintomaspsicóticos apresentados pelos pacientes internados no Hospital Geral.1.3.2 Objetivos Específicos Caracterizar o conhecimento que o profissional técnico <strong>de</strong> enfermagempossui sobre os sintomas psicóticos; I<strong>de</strong>ntificar a compreensão dos técnicos <strong>de</strong> enfermagem sobre ossintomas psicóticos apresentados pelos pacientes internados em Hospital Geral.


111.4 JUSTIFICATIVAO estágio em um Hospital Geral fez perceber, com o <strong>de</strong>correr do tempo,que os pacientes costumam ser tratados <strong>de</strong> forma padroniza<strong>da</strong>, não se levando emconta a pessoa em sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas sim o tipo <strong>de</strong> patologia que ela apresenta.Com isso, prevalece uma visão <strong>de</strong> ambiente on<strong>de</strong> o cui<strong>da</strong>r a patologia, muitasvezes, antece<strong>de</strong> o cui<strong>da</strong>r do paciente como um todo, on<strong>de</strong> este <strong>de</strong>ve receber oatendimento específico para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> problema que possa apresentar durantesua internação em um Hospital Geral.Dessa forma, Neves, Santos e Domingues (2002) mencionam que oatendimento <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado para tornar esta mu<strong>da</strong>nça positiva, on<strong>de</strong> é precisoprocurar <strong>de</strong>senvolver seu processo <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação à nova situação liga<strong>da</strong> a suadoença e tratamento. Através disso, <strong>de</strong>ve propiciar uma reorganização interna eavaliação <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, bem como <strong>da</strong>s limitações para enfrentar as situações<strong>de</strong> pacientes que por sua vez apresentam algum tipo <strong>de</strong> sintoma psicótico, utilizando<strong>de</strong>ssa forma todos os recursos disponíveis para po<strong>de</strong>r aju<strong>da</strong>r o paciente durante operíodo <strong>de</strong> internação. Diante <strong>de</strong>sse contexto, os pacientes hospitalizadoscostumam apresentar manifestações como angústias, medos, sofrimentos, dores,bem como a ausência do convívio familiar, que po<strong>de</strong>m ampliar o seu quadro clínico.A relevância do presente trabalho ressalta a importância e a urgência <strong>da</strong>produção e divulgação <strong>de</strong> conhecimentos científicos sobre a atuação do profissionaltécnico <strong>de</strong> enfermagem em enfermarias dos Hospitais Gerais, on<strong>de</strong> o paciente queapresenta sintomas psicóticos no <strong>de</strong>correr do seu processo <strong>de</strong> hospitalizaçãomerece atenção e um tratamento diferenciado. Neste âmbito, o psicólogo atua comointermediário no processo, oferecendo auxílio para o doente que se encontrainternado com algum tipo <strong>de</strong> sintoma psicótico junto à equipe <strong>de</strong> enfermagem.Muitas vezes, um Hospital Geral não dispõe <strong>de</strong> uma ala específica <strong>de</strong>psiquiatria, como <strong>de</strong>termina a reforma psiquiátrica, para que sejam realizadoscui<strong>da</strong>dos no atendimento aos pacientes que apresentam sintomas psicóticos.Embora a Lei Fe<strong>de</strong>ral nº. 10.216/01, <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2001, preveja que não <strong>de</strong>ve serexcluído nenhum tipo <strong>de</strong> paciente <strong>de</strong>ntro do Hospital Geral, mas sim, que o pacienteseja tratado, compreendido e respeitado na sua totali<strong>da</strong><strong>de</strong> como ci<strong>da</strong>dão, é


12necessário criar e <strong>de</strong>senvolver mecanismos e preparar profissionais para aten<strong>de</strong>r a<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> pacientes <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Assim, <strong>de</strong>ve-se repensar <strong>de</strong> que forma o técnico <strong>de</strong> enfermagem po<strong>de</strong>cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> paciente, já que sua formação durante o curso muitas vezesnão contribui com informações suficientes para oferecer cui<strong>da</strong>dos específicos aospacientes com sintomas psiquiátricos. Possivelmente, o técnico <strong>de</strong> enfermagem épreparado para cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> doença em si e não do paciente como um todo. Talpercepção é confirma<strong>da</strong> na experiência promovi<strong>da</strong> pelo estágio na área hospitalar,na medi<strong>da</strong> em que possibilita encontrar um paciente com sintomas psicóticos ou queapresenta um “episódio psicótico” <strong>de</strong>ntro do Hospital Geral.O hospital <strong>da</strong> re<strong>de</strong> pública estadual que esta pesquisa preten<strong>de</strong> utilizoucomo campo <strong>de</strong> investigação, recebe pacientes oriundos <strong>de</strong> diversas locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s doestado <strong>de</strong> Santa Catarina, pelo Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) e em alguns casos,inclusive convênios particulares no Plano Básico <strong>de</strong> Assistência. Depen<strong>de</strong>ndo dotipo <strong>de</strong> adoecimento orgânico e o tratamento prescrito pela equipe médica, ospacientes po<strong>de</strong>m permanecer por um período inferior a uma semana, ou mesmochegando a atingir um período mais prolongado. Diante <strong>de</strong>sta reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sintomaspsicopatológicos po<strong>de</strong>m se manifestar durante o período <strong>de</strong> internação e influenciarnas condições médicas do paciente, bem como no ambiente <strong>da</strong> ala <strong>de</strong> internaçãojunto à equipe pela qual é atendido.A relevância social do presente trabalho refere-se à i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>spossíveis dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s apresenta<strong>da</strong>s pelo profissional técnico <strong>de</strong> enfermagem noatendimento <strong>de</strong> pacientes internados por acometimento orgânico, em umaenfermaria <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral, on<strong>de</strong> estes muitas vezes não possuemconhecimento suficiente para po<strong>de</strong>r oferecer um atendimento apropriado aopaciente. Dessa forma, são oferecidos subsídios para a melhor compreensão dospacientes que apresentam sintomas psicóticos <strong>de</strong>correntes do próprio adoecimentoou do tratamento a que são submetidos. Com isso, retira-se do paciente comsintomas psicóticos, o estigma <strong>de</strong> um atendimento único e exclusivo em HospitaisPsiquiátricos ou em leitos psiquiátricos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral.O estágio curricular está direcionado para o atendimento a pacientes emenfermarias, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral, on<strong>de</strong> é freqüente a ocorrência <strong>de</strong>diferentes tipos <strong>de</strong> patologias clínicas, muitas vezes acompanha<strong>da</strong>s por alteraçõespsicológicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os sintomas relacionados com transtornos <strong>de</strong> humor até


13quadros psicóticos. Estes não necessariamente apresentam um quadro nosológicoque o qualifique como um paciente psiquiátrico, mas o coloca inserido em cui<strong>da</strong>dosespecíficos, para que os sintomas cognitivos, emocionais e comportamentaispercebidos não comprometam o tratamento ao qual paciente esteja submetido.Por outro lado, a relevância acadêmica <strong>de</strong>ste trabalho relaciona-se àprodução <strong>de</strong> conhecimentos que possam contribuir ao acadêmico do Curso <strong>de</strong>Psicologia, assim como também ao acadêmico do Curso <strong>de</strong> Enfermagem, para aatuação em situações ‘não comuns’ em enfermarias <strong>de</strong> um Hospital Geral, ou seja,com o referido paciente que em <strong>de</strong>corrência do adoecimento orgânico apresentasintomas psicóticos <strong>de</strong>ntro do Hospital Geral.A relevância científica <strong>da</strong> presente pesquisa relaciona-se com aampliação do conhecimento científico relativo especificamente aos pacientes queapresentam sintomas psicóticos <strong>de</strong>ntro do Hospital Geral. Algumas pesquisas jáforam <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nesta área, por autores como Angerami-Camon (2002) eRomano (2005) sobre a importância <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong>senvolver umtratamento a<strong>de</strong>quado para os pacientes internados em HG com algum tipo <strong>de</strong>transtorno mental, contribuindo como subsídio para <strong>de</strong>senvolver o presente trabalho.Angerami-Camon, Chiattone e Nicoletti (2002) argumentam que os aspectosteóricos, filosóficos e emocionais necessários para a formação do psicólogo queatua na área hospitalar merecem uma reflexão contínua <strong>de</strong> seu esmero edirecionamento para que o mesmo possa aplicar a teoria na prática.Por fim, esta pesquisa é relevante no sentido <strong>de</strong> oferecer subsídiosrelativos aos sintomas psicóticos apresentados pelos pacientes <strong>de</strong>ntro do HospitalGeral. A pesquisa po<strong>de</strong> contribuir para uma assistência qualifica<strong>da</strong> aos pacientespor parte dos profissionais que atuam no contexto hospitalar, on<strong>de</strong> o técnico <strong>de</strong>enfermagem <strong>de</strong>ve apresentar um perfil específico. Oliveira et al (2008) <strong>de</strong>staca que,frente à atual perspectiva, é possível perceber distintas concepções <strong>de</strong>steprofissional relaciona<strong>da</strong>s às <strong>de</strong>finições enquanto profissão, aos pacientes, àsfilosofias, aos mo<strong>de</strong>los e ao processo <strong>de</strong> Enfermagem, sendo que essa plurali<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong>termina as diversas atribuições que o enfermeiro possui, como exemplo,ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s assistenciais, administrativas, educativas, <strong>de</strong> pesquisas, entre outrasfunções.Enfim, os profissionais que atuam no Hospital Geral po<strong>de</strong>m beneficiar-secom a produção <strong>de</strong> conhecimento para uma melhor atuação <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua área e


14conseqüentemente oferecer serviços <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> a todos os pacientes quenecessitam <strong>de</strong> um atendimento diferenciado pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, maisespecificamente o técnico <strong>de</strong> enfermagem.


152 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICANesta etapa <strong>da</strong> pesquisa serão apresentados os temas que fun<strong>da</strong>mentamo trabalho como Hospital Geral, Enfermarias Gerais, Técnico <strong>de</strong> Enfermagem e suaformação, Psicologia Hospitalar e sintomas psicóticos <strong>de</strong>ntro do Hospital Geral.2.1 HOSPITAL GERALDurante a sua história, o hospital se apresenta como lugar específico <strong>de</strong>cura. Já existia na antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> greco-romana, on<strong>de</strong> nos templos <strong>de</strong> adoração aAsclépio existiam diversos pavilhões <strong>de</strong>stinados a sacrifícios, ritos funerários e aotratamento <strong>de</strong> doentes. Durante a mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong>, o hospital <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> pertencer, nasua totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, às or<strong>de</strong>ns religiosas, mas manteve seu caráter <strong>de</strong> assistência social,acumulando um outro papel: tal qual os estabelecimentos penais <strong>da</strong> época, eleseram responsáveis pelo controle e disciplinamento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> urbana, segregandopessoas ti<strong>da</strong>s como perigosas à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, como os mendigos, vadios,imigrantes, loucos, portadores <strong>de</strong> doenças repulsivas, entre outros (ANTUNES, 1999apud MORAES, 2005).De acordo com Foucault (2007), o hospital como instrumento terapêuticoé uma invenção relativamente nova, que <strong>da</strong>ta do final do século XVIII. A consciência<strong>de</strong> que o hospital po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser um instrumento <strong>de</strong>stinado a curar aparececlaramente em torno <strong>de</strong> 1780 e é assina<strong>da</strong> por uma nova prática: a visita e aobservação sistemática e compara<strong>da</strong> dos hospitais.A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) (apud CHIATTONE;SEBASTIANI, 1998, p. 7) <strong>de</strong>fine o hospital comoUma parte integrante <strong>de</strong> um sistema coor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, cuja função édispensar à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> completa assistência médica, preventiva ecurativa, incluindo serviços extensivos à família em seu domicílio e, ain<strong>da</strong>,um centro <strong>de</strong> formação dos que trabalham no campo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e para aspesquisas biosociais.


16Gonçalves (1983 apud CHIATTONE; SEBASTIANI, 1998, p. 7) enfatizaque “o hospital reflete os anseios, angústias, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>sejos e alegrias <strong>da</strong>humani<strong>da</strong><strong>de</strong> com fragili<strong>da</strong><strong>de</strong>, buscando incessantemente os meios e recursos contraos males e problemas do homem”.De acordo com Silva (1997), historicamente o hospital passou por váriasfases. Na era cristã, passou a ser visto como uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> assistencial paradoentes, pobres e peregrinos, numa estrutura em que a proteção e o amor aopróximo constituíam o seu fun<strong>da</strong>mento, pois durante muito tempo os hospitais eramvistos como um lugar on<strong>de</strong> as pessoas pobres permaneciam para morrer <strong>de</strong>doenças incuráveis. Somente a partir do século XIX, com o avanço <strong>da</strong> ciência, que ohospital passou a ser consi<strong>de</strong>rado como uma instituição <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> doenças,on<strong>de</strong> a preocupação dos profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> era a <strong>de</strong> prestar assistência à saú<strong>de</strong><strong>da</strong>s pessoas, mesmo sem ter a visão geral <strong>da</strong> pessoa como ser humano.Os primeiros hospitais brasileiros foram as Santas Casas <strong>de</strong> Misericórdia,que her<strong>da</strong>ram sua organização <strong>da</strong>s instituições portuguesas <strong>de</strong> mesmo nome, queteriam sido criados na <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1540. Segundo Larrobla e Botega (2006), asprincipais funções do hospital são os cui<strong>da</strong>dores do enfermo e do ferido; a educaçãodo médico, <strong>da</strong> enfermaria e do restante do pessoal especializado que milita noambiente hospitalar; saú<strong>de</strong> pública, no que diz respeito à prevenção <strong>de</strong> doenças epromoção <strong>de</strong> condições higiênicas e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em geral e a pesquisa científica naárea médica e afins.A assistência hospitalar assume gran<strong>de</strong> importância na prestação <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> por volta <strong>de</strong> 1945, se consoli<strong>da</strong>ndo, em menos <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>,como elemento central <strong>de</strong>ste sistema, pois até então não haviam sido feitos estudosna área. A partir <strong>de</strong>ssa <strong>da</strong>ta, era consi<strong>de</strong>rado hospital os que tinham mais <strong>de</strong> 25leitos para doentes internos e <strong>de</strong>signava-se clínicas quando os estabelecimentostinham menos <strong>de</strong> 25 leitos (MORAES, 2005).Assim surgem os Hospitais Gerais, que aten<strong>de</strong>m as mais diversasespeciali<strong>da</strong><strong>de</strong> e pacientes. No Hospital Geral, a integração entre a área <strong>de</strong>Psiquiatria e outras especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s foi sendo percebi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma gradual, sob trêsfaces: o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> pacientes psiquiátricos para enfermarias <strong>de</strong> psiquiatria,realização <strong>de</strong> interconsultas e maior participação dos psiquiatras em comissõeshospitalares (LARROBLA; BOTEGA, 2006).


17Segundo Ribeiro (1993, p. 31)O hospital contemporâneo não é apenas uma instituição que evoluiu. Émuito mais, é uma instituição nova. Suas missões são outras, conquantoresguar<strong>da</strong><strong>da</strong>s algumas que prece<strong>de</strong>ram. Mu<strong>da</strong>ram suas características,suas finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, sua administração, seus sujeitos, seus instrumentos eprocessos <strong>de</strong> trabalho. O elemento mais constante <strong>de</strong>ssa trajetória tem sidoo homem que sofre e morre.De acordo com Braga (2000), um dos fatores que estimulam ocrescimento do hospital, refere-se ao fato <strong>de</strong> que, com as epi<strong>de</strong>mias, o saber médicopassou a organizar o espaço hospitalar e urbano-social, estabelecendo suasrelações com as gran<strong>de</strong>s questões políticas, econômicas e sociais. A partir disso, oshospitais passaram a integrar a administração pública e, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>medicina hospitalar, o médico tornou-se a figura central do hospital.Um Hospital Geral aten<strong>de</strong> aos mais diversos tipos <strong>de</strong> pacientes e doençase assim, <strong>de</strong>ve possuir profissionais <strong>da</strong>s mais diversas áreas para o atendimento,principalmente quando se trata <strong>de</strong> pacientes com algum tipo <strong>de</strong> psicose, on<strong>de</strong> aatuação do psicólogo é fun<strong>da</strong>mental.2.1.1 Psicologia HospitalarA história do Psicólogo Hospitalar tem suas primeiras menções formaiscom a inserção do psicólogo no quadro funcional do Hospital Mc Leon, <strong>de</strong> Waverleyem Massachusetts, que foi fun<strong>da</strong>do em 1818, on<strong>de</strong> passou a <strong>de</strong>terminar a formação<strong>de</strong> equipes compostas por profissionais <strong>de</strong> diversas áreas como patologistas,bioquímicos e psicólogos (CHIATTONE; SEBASTIANI, 2007).No Brasil, a Psicologia passou a fazer parte <strong>da</strong> área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> em 1923,inicialmente no Hospital do Engenho <strong>de</strong> Destino, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, que tinha oslaboratórios <strong>de</strong> Psicologia. Uma <strong>da</strong>s precursoras <strong>da</strong> Psicologia Hospitalar no Brasilfoi Matil<strong>de</strong> Ne<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>senvolvendo uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na então Clínica Ortopédica eTraumatológica <strong>da</strong> USP, acompanhando pacientes submetidos à cirurgia <strong>de</strong> coluna,trabalho que consistia em preparar os pacientes para a intervenção cirúrgica, bemcomo para a recuperação pós-cirurgia (RILKE, 2002).


18A regulamentação do profissional <strong>de</strong> Psicologia se <strong>de</strong>u em 27 <strong>de</strong> agosto<strong>de</strong> 1962, ampliando a atuação do profissional na psicologia clínica. Entretanto,alguns hospitais passaram a dispor em seus quadros <strong>de</strong> profissionais <strong>da</strong> área <strong>de</strong>psicologia para <strong>de</strong>senvolver trabalhos voltados à área ambulatorial, no atendimentoclínico clássico e ain<strong>da</strong> no recrutamento, seleção e treinamento <strong>de</strong> pessoal.Somente mais tar<strong>de</strong> os hospitais passaram a absorver os psicólogos nasenfermarias, no atendimento <strong>de</strong> apoio individual ou em grupo com pacientes(CHIATTONE; SEBASTIANI, 2007).A Psicologia Hospitalar passa a ocupar um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão na instituiçãohospitalar, sendo parte do tratamento instituído e oferecido ao paciente. SegundoRilke (2002, p. 25) a Psicologia HospitalarÉ o renovar <strong>da</strong> esperança <strong>de</strong> que a dor seja entendi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma forma maishumana. E <strong>de</strong> que os profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> possam apren<strong>de</strong>r a escutar aangústia, sofrimento, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, medo etc., presentes em ca<strong>da</strong>manifestação física e <strong>de</strong> dor e sofrimento. E até mesmo <strong>da</strong>s alteraçõesfísicas <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s em níveis orgânicos a partir do sofrimento emocional.Do coração que vibra em ânsia antes e após ca<strong>da</strong> cirurgia. Da família quesofre junto do paciente sua dor, medo e angústia. E até mesmo <strong>da</strong>clarificação dos sentimentos dos profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> que se envolve coma dor do paciente e que igualmente sofre em níveis organísmicos a dor<strong>de</strong>sse envolvimento.Na visão <strong>de</strong> Chiattone (2008), a Psicologia Hospitalar está fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong>na prática interdisciplinar, on<strong>de</strong> o psicólogo <strong>de</strong>ve transpor os limites <strong>de</strong> seuconsultório, mantendo contato obrigatório com outras profissões, o que <strong>de</strong>terminamultiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enfoques ao mesmo problema e, em conseqüência, açõesdiversas. Dessa forma, não seria <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> um único profissional, mas umaprática interdisciplinar em conjunto com profissionais <strong>de</strong> diversas áreas, que seagregariam em equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com objetivos comuns <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r as interaçõessomatopsicossociais e encontrar métodos a<strong>de</strong>quados que propiciem uma práticaintegradora, tendo como enfoque a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos aspectos inter-relacionados àsaú<strong>de</strong> e à doença.Na concepção <strong>de</strong> Campos (1995 apud PINTO, 2004, p. 3), o PsicólogoHospitalar “aju<strong>da</strong> os pacientes a enten<strong>de</strong>rem o funcionamento <strong>de</strong> seu corpo, acompreen<strong>de</strong>rem as manifestações <strong>de</strong> sua doença, a acompanharem o seutratamento e a apreen<strong>de</strong>rem a se pronunciar, a verbalizar a sua queixa [...]”.


19De acordo com Chiattone (2008, p. 3), a Psicologia <strong>de</strong>ve atuar numhospital <strong>de</strong> forma multifuncional, poisA prática do psicólogo no hospital envolve a assistência a pacientes,familiares e equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O acompanhamento psicológico a familiaresé <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância, principalmente porque, em geral, o familiartambém vivencia uma situação <strong>de</strong> crise <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pelo sentimento <strong>de</strong>impotência diante <strong>da</strong> doença e seu temor à morte; pela dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> ementen<strong>de</strong>r e elaborar o que se passa com o paciente; pelo distanciamentoimposto pelo ambiente físico (impossibilitando-o <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r do paciente); pela“vivência impotente” do sofrimento do outro; enfim, pela dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>entrar em contato com seus próprios sentimentos.Com este tipo <strong>de</strong> serviço, o psicólogo po<strong>de</strong>rá obter um melhora no quadrodo paciente, em conjunto com os <strong>de</strong>mais profissionais, com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> família dopaciente, que são as pessoas mais próximas e que po<strong>de</strong>rão fornecer informaçõessobre o mesmo.Segundo Castro e Bornholdt (2004, p. 2), Psicologia HospitalarTem sua função centra<strong>da</strong> nos âmbitos secundário e terciário <strong>de</strong> atenção àsaú<strong>de</strong>, atuando em instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e realizando ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s como:atendimento psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos; grupos <strong>de</strong>psicoprofilaxia; atendimentos em ambulatório e uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terapia intensiva;pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotrici<strong>da</strong><strong>de</strong> no contextohospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria einterconsultoria.Inicialmente, o psicólogo era preparado para atuar como psicólogo clínicoe não para atuar na área hospitalar. Segundo Chiattone e Sebastiani (1998), oPsicólogo Hospitalar se diferencia do clínico nos seguintes aspectos:- A atuação do psicólogo está diretamente <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> por limitesinstitucionais, regras, normas e rotinas estabeleci<strong>da</strong>s pela instituição;- A resistência do espaço na medi<strong>da</strong> em que o psicólogo não eraelemento previsto, <strong>de</strong>vido à valorização do aspecto orgânico <strong>da</strong>s doenças em<strong>de</strong>trimento do aspecto previsto;- O psicólogo <strong>de</strong>ve transpor os limites <strong>de</strong> seu consultório, mantendocontato obrigatório com outras profissões, o que <strong>de</strong>termina a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>enfoques;- A atuação do psicólogo é permea<strong>da</strong> pela multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> solicitações<strong>de</strong>ntro do hospital;


20- Diferenciação que se refere ao local <strong>de</strong> trabalho, levando o profissional aaten<strong>de</strong>r ao lado <strong>de</strong> leitos nas enfermarias, sofrendo interferências;- Existência do elemento tempo interferindo no tratamento psicoterápico;- O psicólogo, ao li<strong>da</strong>r com o paciente enfermo, li<strong>da</strong> com o sofrimentofísico sobreposto ao sofrimento psíquico;- Outro fator é a situação <strong>de</strong> indicação X opção ao tratamento psicológicono hospital, pois não é o paciente que vai em busca <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> psicoterápica;- A atenção do psicólogo está volta<strong>da</strong> para um atendimento particular <strong>de</strong>crise na história <strong>da</strong> pessoa, assumindo uma ação terapêutica predominantementeegóica e consciente;- A atuação do psicólogo é permea<strong>da</strong> pela morte e o morrer no cotidiano,caracterizado especificamente pelo contato;- O atendimento <strong>de</strong>ve estar voltado para os familiares dos pacientes epara a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, como forma <strong>de</strong> amenizar e facilitar a vivência do doente noperíodo crítico <strong>de</strong> doença e hospitalização.Segundo Chiattone e Sebastiani (1998), todos os trabalhos e pesquisas<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s na área <strong>de</strong> Psicologia Hospitalar assumem hoje âmbitos nuncaconsi<strong>de</strong>rados antes, pois estes passaram a fazer parte do tratamento instituído,opinando e <strong>de</strong>cidindo sobre o tratamento do paciente.Entretanto, observa-se que, com o <strong>de</strong>correr dos anos e evolução <strong>da</strong>sciências, o psicólogo se empenhou, impondo e ocupando um espaço quaseesquecido ou menosprezado nos hospitais, <strong>de</strong>vido à coerência <strong>de</strong> elementos queofereçam <strong>de</strong> forma plena apoio, informação e aju<strong>da</strong> emocional para que os mesmospossam exercer sua função <strong>da</strong> melhor forma possível.2.1.2 Enfermarias GeraisDes<strong>de</strong> meados do século XVII, proliferam os locais especiais a fim <strong>de</strong>acolher as pessoas que necessitavam <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> tratamento específico para<strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> doença e que não podiam permanecer em socie<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mesmopara uma recuperação mais rápi<strong>da</strong>.


21De acordo com Machado e Colvero (2003, p.1), o “vocábulo enfermariasignifica local <strong>de</strong>stinado ao tratamento <strong>de</strong> doentes. Portanto, vale a reflexão sobreum espaço <strong>de</strong> tratamento para sujeitos, não cabendo aqui a condição <strong>de</strong> espaço <strong>de</strong>exclusão <strong>de</strong> doentes mentais, característica do hospital geral”. A Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>internação ou enfermaria é a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> que caracteriza as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais <strong>de</strong> umhospital, pois é um local reservado para receber pacientes que necessitam <strong>de</strong>assistência médica e <strong>de</strong> enfermagem por 24 horas em regime <strong>de</strong> internação(ROMANO, 2005).O Hospital Geral tem a função crucial <strong>de</strong> prover os meios <strong>de</strong> internação,quando necessário, na ausência dos frenocômios 1 . No Hospital Geral, a portariaministerial n. 224, <strong>de</strong> 1992, estabelece diretrizes e normas acerca <strong>da</strong> assistência emsaú<strong>de</strong> mental dos serviços, segundo os preceitos do SUS – Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>nomina "leito ou uni<strong>da</strong><strong>de</strong> psiquiátrica em hospital-geral" e <strong>de</strong>terminaque este equipamento ofereça uma retaguar<strong>da</strong> hospitalar para os casos em que ainternação seja necessária, após esgota<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimentoem uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s extra-hospitalares e <strong>de</strong> urgência (MACHADO; COLVERO, 2003).No contexto hospitalar, a atuação do profissional psicólogo, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>senfermarias não específicas <strong>de</strong> Psiquiatria, é fun<strong>da</strong>mental para que to<strong>da</strong> a equipepossa contribuir para a recuperação do doente. Para Angerami-Camon, Chiattone eNicoletti (2002, p. 24), a PsicologiaAjudou e aju<strong>da</strong> na humanização <strong>da</strong> prática dos profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><strong>de</strong>ntro do contexto hospitalar. É <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong> própria mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong>postura médica diante <strong>de</strong> um quadro imenso <strong>de</strong> patologias on<strong>de</strong> osaspectos emocionais passaram a ser consi<strong>de</strong>rados no quadro geral dopaciente.De acordo com Romano (2005), os principais problemas enfrentados nasenfermarias são:- <strong>de</strong>terioração <strong>da</strong>s instalações;- falta <strong>de</strong> espaço e material;- falta <strong>de</strong> vagas para internações hospitalares;- sobrecarga <strong>de</strong> trabalho, com a <strong>de</strong>scaracterização <strong>da</strong> emergência,comprometendo o exercício <strong>da</strong> função dos profissionais.1 Locais específicos para tratamentos <strong>de</strong> pacientes com transtornos mentais.


22No contexto hospitalar, a Psicologia po<strong>de</strong> contribuir na cura dospacientes, quando estes po<strong>de</strong>m vir a apresenta algum tipo <strong>de</strong> comportamentodiferenciado. De acordo com Bellkiss (1998), a tarefa do psicólogo é estar pelasdiferentes uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> um hospital olhando para o doente, sabendo quais são oscasos que irá aten<strong>de</strong>r e assim estabelecer uma rotina integra<strong>da</strong> com as <strong>de</strong>maisáreas, para trabalhar em conjunto, em benefício <strong>da</strong> recuperação do paciente.Segundo Angerami-Camon, Chiattone e Nicoletti (2002), a PsicologiaHospitalar também é um instrumento que possibilita ser um elemento <strong>de</strong> esperança<strong>de</strong> que a dor seja entendi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma mais humana, pois é através <strong>de</strong>sta que ocorrea intervenção sobre o reflexo <strong>da</strong> <strong>de</strong>sarmonização <strong>da</strong> pessoa e o surgimento <strong>da</strong>sdoenças, sejam elas <strong>de</strong> origem orgânica ou emocional. É por intermédio <strong>da</strong>Psicologia <strong>de</strong>ntro do contexto hospitalar que se ameniza o sofrimento emocional eespiritual, bem como a dor provoca<strong>da</strong> pelo sofrimento físico que a doença ocasionano indivíduo durante a internação.De acordo com Fongaro e Sebastiani (2003, p. 6)Durante muito tempo, a Psicologia Hospitalar utilizou-se, e ain<strong>da</strong> utiliza <strong>de</strong>recursos técnicos e metodológicos “emprestados” <strong>da</strong>s mais diversas áreasdo saber psicológico. Esse fato, <strong>de</strong> certa forma, a enquadra numa práticaque não pertence só ao ramo <strong>da</strong> clínica, mas também <strong>da</strong> organizacional,social e educacional; enfim, uma prática que, não obstante a seu viésaparentemente clínico – <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> acontecer nos hospitais -,tem-se mostrado volta<strong>da</strong> a questões liga<strong>da</strong>s à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> o momentum em que tais temas são abor<strong>da</strong>dos é o <strong>de</strong> doençae/ou internação hospitalar.Assim, observa-se que a enfermaria <strong>de</strong> um Hospital Geral é <strong>de</strong>fun<strong>da</strong>mental importância para que o processo <strong>de</strong> atendimento possa alcançar asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos pacientes e <strong>de</strong> todos os profissionais que ali <strong>de</strong>sempenham seuspapéis.O Hospital Geral, em sua maioria, não mantém uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> específica<strong>de</strong> enfermaria para o atendimento a pacientes com problemaspsicológicos/psiquiátricos. Portanto, a Lei Antimanicomial estabelece que todos oshospitais <strong>de</strong>vam ter uma enfermaria específica para o tratamento dos doentes comproblemas mentais (ANGERAMI-CAMON; CHIATTONE; NICOLETTI, 2002).Com relação aos transtornos apresentados pelos pacientes internados emuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> internação não específicas <strong>de</strong> psiquiatria, Botega (1995) afirma que ostranstornos apresentados pelos pacientes internados no Hospital Geral po<strong>de</strong>m ser a


23expressão <strong>de</strong> um problema mental crônico, <strong>de</strong> manifestação psiquiátrica <strong>de</strong>correntedo quadro clínico <strong>de</strong> base, ou mesmo reações relativas à doença agu<strong>da</strong>, aotratamento e ao processo <strong>de</strong> hospitalização. Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com este autor, osprincipais diagnósticos psiquiátricos apresentados pelos pacientes internados emHospitais Gerais referem-se às “reações <strong>de</strong> ajustamento ao adoecer e à internaçãocom sintomatologia predominantemente <strong>de</strong>pressiva, assim como estadosconfusionais agudos associados a quadros cérebro-orgânicos” (BOTEGA, 1995, p.59).Os transtornos mentais orgânicos são mais freqüentes em idosos,enquanto os transtornos afetivos são mais freqüentemente apresentados porpacientes mais jovens. A confusão mental agu<strong>da</strong> ou <strong>de</strong>lirium ocorre comumente emidosos hospitalizados, e caracteriza-se por alterações na atenção, cognição econsciência <strong>de</strong> início agudo, com curso flutuante e exacerbação sintomatológicadurante o período noturno. Tal condição é geralmente multifatorial e aumenta operíodo <strong>de</strong> internação do idoso, bem como os índices <strong>de</strong> morbi<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>,caso o diagnóstico e o tratamento sejam ina<strong>de</strong>quados. De acordo com Botega(1995), ao término <strong>da</strong> hospitalização, sintomas e sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>lirium po<strong>de</strong>mpermanecer após alta hospitalar e são confundidos em muitos pacientes comquadros <strong>de</strong> <strong>de</strong>mência senil.Entretanto, <strong>de</strong>nota-se que nem todos os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem estãopreparados para li<strong>da</strong>r com este tipo <strong>de</strong> paciente, por apresentar particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>sdiferencia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> outros pacientes.Os transtornos afetivos encontrados no Hospital Geral ten<strong>de</strong>m a secronificar com a hospitalização, pois freqüentemente se associam à históriapregressa <strong>de</strong> problemas emocionais e sociais. Porém, <strong>de</strong> acordo com Botega (1995,p. 61), “acredita-se, entretanto, que a maioria dos sintomas sejam transitórios,melhorando com a recuperação clínica e a alta hospitalar”, não significando que aabor<strong>da</strong>gem ao problema possa ser <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>, pois transtornos afetivosinfluenciam a evolução <strong>da</strong>s enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, prolongando-as e agravando-as.(BOTEGA, 1995).As reações <strong>de</strong> ajustamento constituem o grupo mais prevalente noHospital Geral, apresentando como o padrão mais comum <strong>de</strong> sintomas umacombinação <strong>de</strong> preocupações excessivas, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>pressão e insônia. Em<strong>de</strong>terminados casos, os sintomas persistem por mais tempo, sendo geralmente <strong>de</strong>


24natureza <strong>de</strong>pressiva, “atingindo níveis <strong>de</strong> gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> compatíveis com critériosdiagnósticos para episódio <strong>de</strong>pressivo maior” (BOTEGA, 1995, p. 60).2.1.3 Equipe <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong>ntro do Hospital GeralA Enfermagem é uma profissão que vem se a<strong>de</strong>quando às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>da</strong>s enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e dos pacientes. Os avanços <strong>da</strong> Enfermagem no Brasil sãoevi<strong>de</strong>ntes, mas gran<strong>de</strong>s são os esforços para vencer os percalços que ain<strong>da</strong> limitama sua prática profissional. De acordo com Figueiredo et al (2003, p. 2)A enfermagem é uma ciência humana, <strong>de</strong> pessoas e experiências comcampo <strong>de</strong> conhecimento, fun<strong>da</strong>mentação e prática <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong> sereshumanos, que abrange do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aos estados <strong>de</strong> doença,media<strong>da</strong> por transações pessoais, profissionais, cientificas, estéticas, éticase políticas.Os profissionais <strong>de</strong> enfermagem po<strong>de</strong>m constituir-se elementosindispensáveis no contexto hospitalar. Por meio <strong>de</strong>les é possível aliar à suaformação técnica específica, recursos <strong>de</strong> natureza psicológica e emocional, para ummelhor <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s assistenciais, permitindo que as ações emsaú<strong>de</strong> ganhem em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que po<strong>de</strong>rá repercutir nas várias mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>relacionamento existentes no contexto, seja profissional/profissional, sejaprofissional/paciente, colaborando para a diminuição dos níveis <strong>de</strong> estresse dopaciente (MACHADO; COLVERO, 2003).Segundo Larrobla e Botega (2006), os principais objetivos do setor <strong>de</strong>enfermagem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> hospitalar são o <strong>de</strong> facultar aos pacientes umatendimento cui<strong>da</strong>doso, efetivo e planejado, bem como dirigir e orientar uma escala<strong>de</strong> enfermagem, sendo este um objetivo alcançado em poucos hospitais. Com essesobjetivos <strong>de</strong>lineados, a enfermagem po<strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> forma precisa e com atençãodireciona<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> paciente e enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Dentro <strong>de</strong> um HG, o profissional po<strong>de</strong> discernir qual metodologia é a maisa<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, quais os ajustes técnicos serão necessários e quanto <strong>de</strong> flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>será exigi<strong>da</strong> na convivência com a equipe. O profissional <strong>de</strong>ve procurar enten<strong>de</strong>ron<strong>de</strong> está o sujeito, o que o faz sofrer hoje, quais as ações possíveis – curativas e


25preventivas, para atuar <strong>de</strong> forma que possa aju<strong>da</strong>r o paciente durante o período <strong>de</strong>internação ou mesmo <strong>de</strong>pois indicar um tratamento específico para a sua doença.Desenvolver a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional em um hospital significa estar presente comtodos os seus sentidos, atento para os acontecimentos, e po<strong>de</strong>r apresentar soluçãopara os problemas dos pacientes (ROMANO, 2005).O enfermeiro é um dos profissionais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> que tem contato direto,prolongado e constante com os pacientes dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pois está emposição <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar os sinais indicativos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, fazer o levantamento <strong>da</strong>spossíveis dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse portador, realizar os <strong>de</strong>vidos encaminhamentos e atuarsegundo os preceitos <strong>da</strong> medicina, sempre que estiver em interação com o paciente<strong>de</strong> transtorno <strong>de</strong>pressivo (CANDIDO; FUREGATO, 2005).Dessa forma, Candido e Furegato (2005) enfatizam que este <strong>de</strong>veria ser oprofissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que mais freqüentemente entra em contato com o cliente noatendimento primário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Entretanto, observa-se que enfermeiros, emativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (atenção primária), não estão preparados para<strong>da</strong>r a <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> atenção ao portador <strong>de</strong> transtorno mental, apesar <strong>de</strong> apresentaremmédio conhecimento teórico sobre a doença.O indivíduo que apresenta algum tipo <strong>de</strong> doença mental sempre estevepresente no cotidiano profissional do enfermeiro, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> sua área <strong>de</strong>atuação (hospital geral ou especializado, serviço público ou privado, uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> família ou clínica particular). Embora se reconheçaque o enfermeiro <strong>da</strong> área <strong>de</strong> psiquiatria tenha mais experiência, os profissionais <strong>de</strong>outras áreas precisam estar preparados para i<strong>de</strong>ntificar, cui<strong>da</strong>r e orientar o portador<strong>de</strong> transtorno mental (CANDIDO; FUREGATO, 2005).Machado e Colvero (2003) <strong>de</strong>screvem que as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do profissional<strong>de</strong> psicologia em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> internação psiquiátrica representam um fatorfun<strong>da</strong>mental na presença inconstante do enfermeiro nas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o cui<strong>da</strong>dodos pacientes. Mas observa-se que, em algumas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> psiquiatria emHospital Geral, o enfermeiro ain<strong>da</strong> não assumiu uma ação propriamente terapêutica,não recebe formação e não a <strong>de</strong>senvolve no sentido <strong>de</strong> um trabalho realmente interprofissional,ficando restrito às interações individuais com o paciente.


262.1.4 Formação Profissional <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> EnfermagemA história do profissional <strong>de</strong> enfermagem no Brasil <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 1832, quandodo ensino <strong>de</strong> parteiras junto às Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Medicina do Rio <strong>de</strong> Janeiro e <strong>da</strong>Bahia. Porém, o profissional somente passa a ser conhecido a partir <strong>de</strong> 1890,quando começa a funcionar a primeira Escola <strong>de</strong> Enfermagem, junto ao Hospital <strong>de</strong>Alienados, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por psiquiatras que também eram os responsáveis pelotreinamento dos alunos.A enfermagem mo<strong>de</strong>rna é aquela exerci<strong>da</strong> pelas várias categoriassubmeti<strong>da</strong>s a um preparo formalizado, por meio <strong>de</strong> técnicas, em oposição àenfermagem tradicional exerci<strong>da</strong> por leigos. A Enfermagem foi introduzi<strong>da</strong> no Brasilem 1923, com a criação <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Enfermeiros do Departamento Nacional <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Pública (DNSP), hoje conheci<strong>da</strong> como Escola <strong>de</strong> Enfermagem Ana Neri, <strong>da</strong>Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Antes <strong>da</strong> criação <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Enfermeirosdo DNSP, a prática <strong>de</strong> enfermagem era exerci<strong>da</strong> por leigos, sem nenhum tipo <strong>de</strong>preparo, por religiosas e poucas pessoas que possuíam algum tipo <strong>de</strong> treinamentopara atuar na área (BRAGA, 2000).No Brasil, a regulamentação do profissional <strong>de</strong> enfermagem, nas suasdiferentes categorias profissionais é regi<strong>da</strong> pelas Leis <strong>de</strong> Exercícios Profissionais(LEP). O profissional <strong>de</strong> enfermagem foi aprovado em 25 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1986 (Lei n.7.498) e regulamentado pelo Decreto n. 94.406, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1987. O artigo 2º<strong>da</strong> LEP <strong>de</strong>termina que o exercício profissional <strong>da</strong> Enfermagem <strong>de</strong>ve ser privativodos enfermeiros, técnicos <strong>de</strong> enfermagem, auxiliares <strong>de</strong> enfermagem e parteiras(ALBUQUERQUE, 2001).Segundo Rizzotto (2008), os primeiros programas <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>enfermeiras centravam-se no espaço hospitalar e no estudo sistemático <strong>de</strong> doenças,on<strong>de</strong> estas não eram prepara<strong>da</strong>s para atuar no campo <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública, na atençãoprimária e na prevenção, mas para serem coadjuvantes <strong>da</strong> prática médicahospitalar, que privilegiava uma ação curativa.O COFEN – Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Enfermagem (2008), órgão normativo <strong>da</strong>profissão no Brasil, <strong>de</strong>fine a equipe <strong>de</strong> enfermagem como:Enfermeiro: profissional <strong>de</strong> nível superior, com curso <strong>de</strong> duração média <strong>de</strong>quatro anos. É o chefe <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> enfermagem responsável por todos os


27outros membros <strong>de</strong>sta equipe, possuindo como funções: planejamento,programação, execução e avaliação <strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> enfermagem, inclusivepesquisa e docência <strong>de</strong> nível superior através <strong>de</strong> cursos complementares<strong>de</strong> pós-graduação.Técnico <strong>de</strong> Enfermagem: formação profissionalizante <strong>de</strong> segundo grau,tendo como função básica "assistir ao enfermeiro no planejamento,programação e prestação <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos integrais <strong>de</strong> enfermagem".De acordo com Gonçalves (1979 apud BRAGA, 2000, p. 2), Enfermagemse encontra, historicamente, subordina<strong>da</strong> ao saber médico, poisTodo trabalho direto <strong>de</strong> assistência ao doente comporta inúmeras funçõesmanuais, e são essas as primeiras a se separarem subordina<strong>da</strong>mente notrabalho médico, constituindo-se a enfermagem. A própria enfermagem éatingi<strong>da</strong> posteriormente pela reiteração <strong>da</strong> mesma divisão, sendo suficientepara compreen<strong>de</strong>r seu sentido a consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> apropriação <strong>da</strong>s tarefas<strong>de</strong> supervisão e controle ao profissional com qualificação formal superior, oenfermeiro [...].De acordo com Pitta (1999, p. 65), “o hospital é um espaço mítico que<strong>de</strong>ve conter e administrar os problemas emocionais provocados pelo doente e suadoença e to<strong>da</strong> a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações sociais a que eles se vinculam".O Técnico <strong>de</strong> Enfermagem (TE) é um profissional existente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1966,quando foi criado o primeiro curso na Escola Ana Néri, porém, a regulamentaçãopara o exercício profissional somente veio a ocorrer efetivamente em 1986, com aLei nº. 7.498/86, regulamenta<strong>da</strong> pelo Decreto-Lei nº. 94.406/87, que <strong>de</strong>termina:[...] Art. 7º - São técnicos <strong>de</strong> Enfermagem:I - o titular do diploma ou do certificado <strong>de</strong> Técnico <strong>de</strong> Enfermagem,expedido <strong>de</strong> acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola oucurso estrangeiro, registrado em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo <strong>de</strong> intercâmbio culturalou revali<strong>da</strong>do no Brasil como diploma <strong>de</strong> Técnico <strong>de</strong> Enfermagem. [...]§ 12 Cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> maior complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica e que exijamconhecimentos <strong>de</strong> base científica e capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisõesimediatas;II - como integrante <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>:§ 1º Participação no planejamento, execução e avaliação <strong>da</strong> programação<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;§ 2º Participação na elaboração, execução e avaliação dos planosassistenciais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;§ 3º Prescrição <strong>de</strong> medicamentos estabelecidos em programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>pública e em rotina aprova<strong>da</strong> pela instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;§ 4º Participação em projetos <strong>de</strong> construção ou reforma <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>internação [...] (COFEN, 2008).Entretanto, a formação dos técnicos <strong>de</strong> enfermagem diante <strong>da</strong>sperspectivas atuais passou a requerer conhecimento técnico, bem como uma


28mobilização <strong>de</strong> valores para possibilitar a atuação do profissional com as novasdoenças e comportamentos dos pacientes, pois estes profissionais li<strong>da</strong>m comoquestões complexas, como a morte. Dessa maneira, precisam estar preparados paraexecutar tarefas relaciona<strong>da</strong>s tanto em aspectos objetivos (técnicos) comosubjetivos (valores) (KOBAYASHI; LEITE, 2002).Segundo Andra<strong>de</strong>, Pinho e Santana (2005), a Resolução CEB 4/99 <strong>de</strong>fineque as competências a serem construí<strong>da</strong>s na formação do técnico <strong>de</strong> enfermagemsão coletar e organizar <strong>da</strong>dos relativos ao campo <strong>de</strong> atuação, através <strong>da</strong> introdução<strong>de</strong> conhecimentos que orientem e sensibilizem os alunos a observar e questionarsua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, refletindo sobre ela.Mangueira e Fontes (2008, p. 438) mencionam queO processo <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>r em enfermagem é <strong>de</strong>finido como um instrumentometodológico que possibilita ao profissional i<strong>de</strong>ntificar, compreen<strong>de</strong>r,<strong>de</strong>screver, explicar e/ou predizer como a clientela respon<strong>de</strong> aos problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aos processos vitais e, <strong>de</strong>ste modo <strong>de</strong>terminar que aspectosexigem uma intervenção <strong>de</strong> enfermagem.A atuação do profissional técnico <strong>de</strong> enfermagem, na maioria <strong>da</strong>sinstituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, é <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma igualitária aos <strong>de</strong>mais pacientes. Noentanto, em se tratando <strong>de</strong> pacientes com algum tipo <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica,necessita <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos especiais ou mesmo <strong>de</strong> conhecimento para que o técnico <strong>de</strong>enfermagem possa atuar em conjunto com os <strong>de</strong>mais profissionais <strong>da</strong> área para queo paciente possa dispor <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> na sua recuperação.Segundo Matos (2001), cabe ao profissional técnico <strong>de</strong> enfermagemrealizar to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> competência do Auxiliar e, ain<strong>da</strong>, assistir aoEnfermeiro no planejamento, programação, orientação e supervisão <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> Enfermagem, bem como ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>senvolver outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>srelaciona<strong>da</strong>s à prestação <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> Enfermagem a clientes graves.De acordo com Kirschbaum e Paula (2005, p. 171)O trabalho <strong>de</strong> enfermagem po<strong>de</strong>ria ser caracterizado por ter como objeto <strong>de</strong>ação a recuperação <strong>de</strong> autonomia dos pacientes com graves transtornospsiquiátricos, com o objetivo <strong>de</strong> restabelecer sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gerir suavi<strong>da</strong>. Logo, a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> prática <strong>de</strong> enfermagem é reinserir socialmente osusuários, dos quais, gran<strong>de</strong> parte foi submeti<strong>da</strong> a longos períodos <strong>de</strong>internação e isolamento social e, por fim, como tecnologia para se atingir oque se almeja (reinserção social) criou-se ou reformulou-se to<strong>da</strong> uma re<strong>de</strong><strong>de</strong> serviços comunitários, que aliados às ações terapêuticas que <strong>de</strong>vem ser<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, possibilitariam reabilitar ossujeitos à vi<strong>da</strong> comunitária.


29O enfermeiro possui papel prepon<strong>de</strong>rante junto à equipe <strong>de</strong> enfermagem,pois este <strong>de</strong>ve agir com atitu<strong>de</strong>s positivas diante do paciente em sofrimentopsíquico, como o acolhimento, empatia e relação <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> e assistência humaniza<strong>da</strong>na relação inter-pessoal com o paciente (TAVARES; PEDRÃO, 2008).O exercício <strong>da</strong> profissão do profissional <strong>de</strong> enfermagem e o técnico sãoapresentados por competências diferencia<strong>da</strong>s, como <strong>de</strong>screve Figueiredo et al(2003) no quadro abaixo:EnfermeiroTitular do Diploma <strong>de</strong> enfermeiro conferidopor instituição <strong>de</strong> ensino nos termos <strong>da</strong> Lein. 7.498/86.I. Direção <strong>de</strong> órgão <strong>de</strong> enfermagema) Integrante <strong>de</strong> estrutura básica <strong>da</strong>instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública ou priva<strong>da</strong>.Chefia <strong>de</strong> serviços e/ou uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>enfermagem.b) Organização e direção dos serviços <strong>de</strong>enfermagem e <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s técnicas eauxiliares nas empresas prestadoras <strong>de</strong>serviço.c) Planejamento, organização, coor<strong>de</strong>nação,execução e avaliação dos serviços <strong>da</strong>assistência <strong>de</strong> enfermagem.d) Consultoria, auditoria e emissão <strong>de</strong>parecer sobre matéria <strong>de</strong> enfermagem.e) Consulta <strong>de</strong> enfermagem.f) Prescrição <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagem.g) Cui<strong>da</strong>dos diretos <strong>de</strong> enfermagem aclientes graves com risco <strong>de</strong> morte.h) Cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong> maiorcomplexi<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica e que exijamconhecimentos científicos a<strong>de</strong>quados ecapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões imediatas.II. Como integrante <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>a) Participação no planejamento, execuçãoe avaliação <strong>da</strong> programação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.b) Participação na elaboração, execução eavaliação dos planos assistenciais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>.c) Prescrição <strong>de</strong> medicamentos previamenteestabelecidos em programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>pública e em rotina aprova<strong>da</strong> pela Instituição<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.d) Participação em projetos <strong>de</strong> construção ereforma <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> internação.e) Prevenção e controle sistemático <strong>da</strong>Técnico <strong>de</strong> enfermagemTitular <strong>de</strong> Diploma ou Certificado <strong>de</strong> Técnico<strong>de</strong> Enfermagem, expedido <strong>de</strong> acordo com alegislação e registrado pelo órgãocompetente.I. Assiste o enfermeiroa) No planejamento, orientação e supervisão<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong>enfermagem.b) Na prestação <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos diretos <strong>de</strong>enfermagem (clientes/pessoas) em estadograve.c) Na prevenção e no controle <strong>de</strong> doençastransmissíveis em geral e em programas <strong>de</strong>vigilância epi<strong>de</strong>miológica.d) Na prevenção e no controle sistemático<strong>da</strong> infecção hospitalar.e) Na prevenção e no controle sistemático<strong>de</strong> <strong>da</strong>nos físicos que possam ser causadosa clientes durante a assistência.f) Na execução dos programas referidos nasletras “i” e “o” do item II do Artigo 8º:Executar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong>enfermagem, exceto as primitivas doenfermeiro e as referi<strong>da</strong>s no artigo 9º <strong>de</strong>ste<strong>de</strong>creto.g) Realizar o mesmo procedimento.h) Realizam juntos os cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> maiorcomplexi<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica.II. Como integrante <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>a) Participa do planejamento com o auxiliodo enfermeiro.b) Participa <strong>da</strong> elaboração, execução eavaliação dos planos assistenciais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>.c) Administra medicamentos, supervisiona,acompanha e registra respostas do cliente.d) Participa <strong>da</strong> implementação <strong>de</strong> projetos.e) Prevenção e controle sistemático <strong>da</strong>infecção hospitalar como membro <strong>da</strong>srespectivas comissões.f) Participação na elaboração <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>


30infecção hospitalar como membro <strong>da</strong>srespectivas comissões.f) Participação na elaboração <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>prevenção e controle sistemático <strong>de</strong> <strong>da</strong>nosque possam ser causados aos clientesdurante a assistência <strong>de</strong> enfermagem.g) Participação na prevenção <strong>da</strong>s doençassexualmente transmissíveis em geral e nosprogramas <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica.h) Prestação <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> enfermagema gestantes, parturientes, puérperas erecém-nascidos.i) Participação em programas e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> assistência integral à saú<strong>de</strong> individual e<strong>de</strong> grupos específicos.j) Acompanhamento <strong>da</strong> evolução e dotrabalho <strong>de</strong> parto.l) Execução e assistência obstétrica emsituações <strong>de</strong> emergência e execução doparto sem distocia.m) Participação em programas e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>de</strong> educação sanitária, visando à melhoria<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do indivíduo, <strong>da</strong> família e <strong>da</strong>população em geral.n) Participação em programas <strong>de</strong>treinamento e aprimoramento pessoal <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>.o) Participação nos programas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologia apropria<strong>da</strong> àassistência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.p) Participação na elaboração e naoperacionalização do sistema <strong>de</strong> referênciae contra-referência do cliente.q) Participação <strong>de</strong> bancas examinadoras,em matérias específicas <strong>de</strong> enfermagem econcursos.prevenção e controle sistemático <strong>de</strong> <strong>da</strong>nosque possam ser causados aos clientesdurante a assistência <strong>de</strong> enfermagem.g) Faz visita domiciliar, <strong>de</strong>tecta e i<strong>de</strong>ntificasituações, faz relatório <strong>da</strong> visita.h) Presta assistência <strong>de</strong> enfermagem agestantes, parturientes, puérperas e recémnascidos.i) Articula-se com o enfermeiro para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> assistência.j) Assiste o enfermeiro obstétrico.l) Faz visita domiciliar.m) Assiste e assessora o enfermeiro naorganização dos espaços.n) Participa <strong>da</strong> elaboração eoperacionalização do sistema <strong>de</strong> referênciae contra-referência do cliente nos diversosníveis <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>.p) Participa como implementador, testandojunto com o enfermeiro a tecnologia, além<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar problemas e sugerir mu<strong>da</strong>nças.Quadro 1: Competências do Enfermeiro e Técnico em EnfermagemFonte: Figueiredo et al (2003, p. 3-8).Dessa maneira, o profissional <strong>de</strong> enfermagem po<strong>de</strong>rá atuar <strong>de</strong> formaprecisa e específica para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> paciente e enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>, contribuindo na suarecuperação, conciliando o trabalho com ações pauta<strong>da</strong>s não somente na doençaem si, mas também no atendimento psicológico, <strong>da</strong>ndo atenção e fazendo com queo próprio paciente contribua na sua recuperação, <strong>de</strong> forma que ele confie nosprofissionais que estão trabalhando no grupo.No entanto, um dos aspetos que interfere no exercício <strong>de</strong> um atendimentodiferenciado para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> doença é que o profissional <strong>de</strong> enfermagem muitasvezes não possui a formação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para atuar em <strong>de</strong>terminados casos. A


31prática revela que muitos enfermeiros possuem apenas o conhecimento básico <strong>de</strong>Enfermagem, o que não é suficiente, visto que as exigências <strong>de</strong>ste profissional, emrelação ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s terapêuticas, junto à pessoa com algumtipo <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica e diferencia<strong>da</strong> dos <strong>de</strong>mais pacientes, precisa <strong>de</strong> umasupervisão e organização <strong>de</strong> ações e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, direciona<strong>da</strong>s para cobrir asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> doença e paciente (TAVARES; PEDRÃO, 2008).2.2 SINTOMAS PSICÓTICOS DENTRO DO HOSPITAL GERALO termo psicose é <strong>de</strong>finido como uma incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> distinguir entre aexperiência subjetiva e a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> externa, ou seja, existe uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> contatocom a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A psicose é um estado incompreensível para quem está “<strong>de</strong> fora”.É, <strong>de</strong> todo, impossível perceber o modo <strong>de</strong> pensar <strong>de</strong> alguém psicótico, pois tudo éestranho e na<strong>da</strong> faz sentido. Os sintomas mais comuns <strong>de</strong> psicose são os <strong>de</strong>lírios eas alucinações. O <strong>de</strong>lírio é uma convicção falsa e inabalável, fora do contexto sociale cultural do doente, <strong>de</strong> origem mórbi<strong>da</strong>, não sendo possível modificar através <strong>da</strong><strong>de</strong>monstração do real. Já as alucinações são experiências perceptivas (sensações)toma<strong>da</strong>s por reais na ausência <strong>de</strong> estímulo externo correspon<strong>de</strong>nte. Para o doente éimpossível distinguir as alucinações <strong>da</strong>s ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras percepções (GUERREIRO,2007).O paciente que apresenta sintomas psicóticos no Hospital Geral em<strong>de</strong>corrência do adoecimento orgânico ou mesmo do tratamento ao qual é submetidonecessita <strong>de</strong> atenção qualifica<strong>da</strong> por parte dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que atuam naárea hospitalar, a fim <strong>de</strong> propiciar um tratamento a<strong>de</strong>quado às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sapresenta<strong>da</strong>s, em que o cui<strong>da</strong>r <strong>de</strong>ve ser visto <strong>de</strong> forma integral, ou seja, focalizandotambém os aspectos emocionais, cognitivos e comportamentais do quadro clínicoem questão.Os sintomas psicóticos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral po<strong>de</strong>m ser<strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> uma doença, ou mesmo <strong>de</strong>vido ao tratamento ao qual o paciente ésubmetido. Um transtorno mental causado por uma condição médica geral, segundoo Manual Diagnóstico e Estatístico <strong>de</strong> Transtornos Mentais – DSM-IV (APA, 2002) secaracteriza pela presença <strong>de</strong> sintomas mentais consi<strong>de</strong>rados como a conseqüência


32fisiológica direta <strong>de</strong> uma condição médica geral. As características são alucinaçõesou <strong>de</strong>lírios proeminentes. Devem haver evidências, a partir do histórico, do examefísico ou <strong>de</strong> exames laboratoriais, <strong>de</strong> que os <strong>de</strong>lírios ou alucinações são asconseqüências fisiológicas diretas <strong>de</strong> uma condição médica geral. O diagnóstico nãoé feito se a perturbação ocorre apenas durante o curso <strong>de</strong> <strong>de</strong>lirium. Um <strong>de</strong>lirium écaracterizado por uma perturbação na consciência e por uma alteração na cogniçãoque se <strong>de</strong>senvolvem em um curto período <strong>de</strong> tempo (APA, 2002).Segundo Nabuco <strong>de</strong> Abreu et al (2006, p. 105) “o <strong>de</strong>lirium é umasíndrome caracteriza<strong>da</strong> por prejuízo cognitivo global associado a outras alteraçõescomportamentais, <strong>de</strong> início agudo e curso flutuante, sendo sempre secundário aalgum distúrbio físico [...]”. Sendo que não po<strong>de</strong>-se confundir <strong>de</strong>lírio com <strong>de</strong>lirium,pois <strong>de</strong>lirium é uma síndrome associa<strong>da</strong> a distúrbios físicos, enquanto o <strong>de</strong>lírio é umsintoma que é encontrado em doenças como a esquizofrenia e em outros quadrospsicóticos (ABREU DE ABREU et al, 2006).Entretanto, o paciente que <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong>lirium passa a apresentar umadiminuição do nível <strong>de</strong> consciência não tendo clareza em perceber e se relacionarcom o meio no qual se encontra. Sendo que <strong>de</strong>lirum se apresenta em pacientes comquadros clínicos graves, que muitas vezes é confundido com <strong>de</strong>pressão, <strong>de</strong>mência,ou mesmo consi<strong>de</strong>rado característica normal do envelhecimento, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> vir aapresentar distúrbios físicos, bem como distrai-se com facili<strong>da</strong><strong>de</strong> e tem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>sem memorizar fatos novos e recor<strong>da</strong>r fatos antigos (NABUCO DE ABREU et al,2006).Os transtornos mentais apresentados <strong>de</strong>vido a uma condição médica geralpo<strong>de</strong>m persistir após a resolução <strong>da</strong> condição médica geral (por ex., humor<strong>de</strong>primido persistindo após a reposição do hormônio <strong>da</strong> tirói<strong>de</strong>), sendo que estespo<strong>de</strong>m ser passíveis <strong>de</strong> tratamento sintomático, mesmo enquanto a condiçãomédica geral permanece ativa (por ex., <strong>de</strong>pressão na epilepsia). O tratamentovoltado para a condição médica geral, que alivia os sintomas, tanto <strong>de</strong>sta condiçãoquanto <strong>da</strong> perturbação mental, po<strong>de</strong>m oferecer evidências mais vigorosas <strong>de</strong> umrelacionamento etiológico necessitando <strong>de</strong> tratamento especifico. Uma segun<strong>da</strong>consi<strong>de</strong>ração importante, diz respeito à presença <strong>de</strong> características atípicas dotranstorno mental primário, on<strong>de</strong> o paciente ain<strong>da</strong> se encontra no processo inicial <strong>da</strong>doença, mas apresentando já sintomas perceptíveis pelo médico. No entanto, umtranstorno mental <strong>de</strong>vido a uma condição médica geral também <strong>de</strong>ve ser


33diferenciado <strong>de</strong> um transtorno induzido por substância (PORTAL DA PSIQUIATRIA,2008).As características essenciais do transtorno psicótico <strong>de</strong>vido a umacondição médica geral são alucinações ou <strong>de</strong>lírios proeminentes, presumivelmente<strong>de</strong>correntes dos efeitos fisiológicos diretos <strong>de</strong> uma condição médica geral (CritérioA). O transtorno psicótico <strong>de</strong>vido a uma condição médica geral comumente não édiagnosticado se o indivíduo mantém o teste <strong>de</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> para a alucinação eenten<strong>de</strong> que as experiências perceptuais resultam <strong>da</strong> condição médica geral. Os<strong>de</strong>lírios po<strong>de</strong>m expressar uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> temas, incluindo somáticos, grandiosos,religiosos e, com maior freqüência, persecutórios. Os <strong>de</strong>lírios religiosos têm estadoespecificamente associados, em alguns casos, à epilepsia do lobo temporal (APA,2002).Outro aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado é o transtorno psicótico induzido porsubstância, que é aquele que se refere a uma condição reversível, ou não, <strong>de</strong>disfunção mental, que po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> como um distúrbio <strong>da</strong> anatomia,fisiologia ou bioquímica do cérebro. A psicose po<strong>de</strong> ser causa<strong>da</strong> por lesão cerebralou enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> física que altere o funcionamento do cérebro (encefalite, AIDS,tumor cerebral, <strong>de</strong>mências), bem como a reação química a certos medicamentos(pós-cirúrgico) que po<strong>de</strong>m afetar outros órgãos do corpo ou mesmo interferir emoutras doenças. A <strong>de</strong>mência <strong>de</strong>vido à AIDS consiste na presença <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>mênciaconsi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como sendo conseqüência fisiopatológica direta <strong>da</strong> doença do vírus <strong>da</strong>imuno<strong>de</strong>ficiência humana (HIV). As manifestações comportamentais incluem, commaior freqüência, apatia e retraimento social, às vezes, acompanhados por <strong>de</strong>lirium,<strong>de</strong>lírios ou alucinações (APA, 2002).Tendo em vista, o fato do <strong>de</strong>lirium ser uma conseqüência fisiológica direta<strong>de</strong> uma condição clínica e orgânica geral, intoxicação ou abstinência <strong>de</strong> substância,uso <strong>de</strong> medicamento ou exposição a toxinas, ou uma combinação <strong>de</strong>sses fatores,sua abor<strong>da</strong>gem não <strong>de</strong>ve, absolutamente, ser monopólio <strong>da</strong> psiquiatria (PORTALDA PSIQUIATRIA, 2008).Entretanto, aproximar um paciente internado, vítima <strong>de</strong> um adoecimentoorgânico, que apresenta na chega<strong>da</strong> ao hospital ou ao longo <strong>de</strong> sua internaçãoquadros com sintomas psicóticos em uma enfermaria <strong>de</strong> um Hospital Geral, permitevários olhares para que este paciente possa obter uma recuperação estabeleci<strong>da</strong><strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu quadro clínico.


34Uma Equipe Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em uma instituição hospitalar nãoespecífica <strong>de</strong> psiquiatria, muitas vezes se restringe a uma enfermeira responsávelpela ala e técnicos <strong>de</strong> enfermagem, responsáveis pelos cui<strong>da</strong>dos ao pacientes. Apresença em uma enfermaria, <strong>de</strong> pacientes com adoecimento orgânico, queapresentam sintomas psicóticos, possibilita a inserção <strong>de</strong> um psicólogo na Equipe<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, compondo um diferente olhar ao paciente enfermo. E, não muito distante,trabalhar principalmente com os técnicos <strong>de</strong> enfermagem, no cui<strong>da</strong>do a este tipo <strong>de</strong>paciente, diferente <strong>da</strong>queles enfermos que não apresentam esta sintomatologia.Portanto, aqui finaliza-se esta revisão <strong>de</strong> literatura, tendo em vista asfontes consulta<strong>da</strong>s para um melhor entendimento do tema. Agora a ênfase será<strong>da</strong><strong>da</strong> aos procedimentos metodológicos que serão apresentados no próximocapítulo.


353 MÉTODONo <strong>de</strong>senvolvimento do presente Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso, serãoadotados métodos e técnicas que oferecem subsídios para sua a elaboração. Deacordo com Gil (2000, p. 31), “[...] método significa caminho para se chegar a umfim, <strong>de</strong>ssa forma método científico po<strong>de</strong> ser entendido como o caminho para sechegar à ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ciência”. Já para Andra<strong>de</strong> (2003, p. 121), a “pesquisa é oconjunto <strong>de</strong> procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem porobjetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização <strong>de</strong>métodos científicos”. O método é utilizado para <strong>de</strong>limitar o processo <strong>da</strong> pesquisa,como será apresentado na seqüência.O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória<strong>de</strong>scritiva,e entrevista semi-estrutura<strong>da</strong> com análise qualitativa. A amostra utiliza<strong>da</strong>foi <strong>de</strong> cinco profissionais Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem.3.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISAA pesquisa é <strong>de</strong> natureza exploratória-<strong>de</strong>scritiva, visa obter e analisar ascaracterísticas e opiniões <strong>de</strong> pequenas amostras que se presumem uma parcelarepresentativa <strong>de</strong>ssas populações. A escolha pela pesquisa exploratória <strong>de</strong>u-se pelofato do tema escolhido ser pouco explorado, necessitando <strong>de</strong> esclarecimentos e<strong>de</strong>limitação, exigindo <strong>de</strong>ssa forma uma revisão <strong>de</strong> literatura com profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>.Neste contexto, a pesquisa exploratória é utiliza<strong>da</strong> para conhecer a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> doproblema pesquisado, bem como saber se o técnico <strong>de</strong> enfermagem foi capacitadoou obtém conhecimento a<strong>de</strong>quado para exercer sua função junto aos pacientes queapresentam sintomas psicóticos no Hospital Geral. De acordo com Gil (1995, p. 44)“as pesquisas exploratórias têm como principal finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver, esclarecer emodificar conceitos e idéias, com vistas à formulação <strong>de</strong> problemas mais precisos ouhipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. Já as pesquisas <strong>de</strong>scritivasrealizam a <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s características <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> população ou fenômeno ouo estabelecimento <strong>de</strong> relações entre variáveis, sendo que, por vezes, preten<strong>de</strong>m


36<strong>de</strong>terminar também a natureza <strong>de</strong>stas relações. Ain<strong>da</strong> para o mesmo autor, asreferi<strong>da</strong>s pesquisas têm por objetivo levantar as opiniões, atitu<strong>de</strong>s e crenças <strong>de</strong> umapopulação. Neste contexto, Vergara (2004, p. 47) expõe queA investigação exploratória, que não <strong>de</strong>ve ser confundi<strong>da</strong> com leituraexploratória, é realiza<strong>da</strong> em área na qual há pouco conhecimentoacumulado e sistematizado. Por sua natureza <strong>de</strong> son<strong>da</strong>gem, não comportahipóteses que, to<strong>da</strong>via, po<strong>de</strong>rão surgir durante ou ao final <strong>da</strong> pesquisa.Entretanto, a pesquisa exploratória permite que o pesquisador obtenhainformações mais amplas sobre o tema em estudo para contribuir com subsídios nomomento <strong>da</strong> apresentação dos <strong>da</strong>dos coletados em campo. Na visão <strong>de</strong> Oliveira(2004, p. 135), “os estudos exploratórios têm como objetivo a formulação <strong>de</strong> umproblema para efeito <strong>de</strong> uma pesquisa mais precisa [...]”. Os estudos exploratóriospropiciam a pesquisadora <strong>de</strong>senvolver o tema com profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> <strong>da</strong>dose informações em diversas fontes <strong>de</strong> consulta.Além <strong>da</strong> pesquisa exploratória ain<strong>da</strong> foi utiliza<strong>da</strong> a pesquisa <strong>de</strong>scritiva,que tem como propósito <strong>de</strong>screver algum tipo <strong>de</strong> processo que se <strong>de</strong>seja estu<strong>da</strong>rcom profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>. A pesquisa <strong>de</strong>scritiva contribui <strong>de</strong> forma significativa nos estudos,como <strong>de</strong>staca Gil (2002, p. 42), estas[...] têm como objetivo primordial a <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s características <strong>de</strong><strong>de</strong>termina<strong>da</strong> população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento <strong>de</strong>relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que po<strong>de</strong>m serclassificados sob este título e uma <strong>de</strong> suas características maissignificativas está na utilização <strong>de</strong> técnicas padroniza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><strong>da</strong>dos [...].Por meio <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição dos fatos é possível ain<strong>da</strong> levantar <strong>da</strong>dos que nãoconstam em documentos e que contribuem para a pesquisa, por meio <strong>de</strong><strong>de</strong>poimentos, pois muitas informações po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maneira informal nohospital ou por pacientes. A pesquisa <strong>de</strong>scritiva, conforme Vergara (2004, p. 47),Expõe características <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> população ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadofenômeno. Po<strong>de</strong> também estabelecer correlações entre variáveis e <strong>de</strong>finirsua natureza. Não tem compromisso <strong>de</strong> explicar os fenômenos que<strong>de</strong>screve, embora sirva <strong>de</strong> base para tal explicação. Pesquisa <strong>de</strong> opiniãoinsere-se nessa classificação.


37As pesquisas <strong>de</strong>scritivas junto com as exploratórias são as quegeralmente são utiliza<strong>da</strong>s por pesquisadores sociais, pois acabam servindo paraproporcionar uma nova visão do problema que preten<strong>de</strong>-se investigar.3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISAA amostra é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> pela pesquisadora para po<strong>de</strong>r coletar o máximo <strong>de</strong>informações confiáveis relaciona<strong>da</strong>s à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do setor <strong>de</strong> enfermaria. A escolha<strong>da</strong> amostra foi intencional. Para Richardson et al (1999, p. 161) a amostraintencional “apresenta-se como representativa do universo. Enten<strong>de</strong>-se por sujeitostiposaqueles que representam as características típicas <strong>de</strong> todos os integrantes quepertencem a ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s partes <strong>da</strong> população”. Neste tipo <strong>de</strong> amostra, os sujeitosescolhidos pertencem ao mesmo grupo e possuem características em comum. Paraa pesquisa, foram escolhidos cinco profissionais do quadro <strong>de</strong> técnicos emenfermagem que atuam na enfermaria <strong>de</strong> um Hospital Geral.O técnico em enfermagem é um dos profissionais que atua diretamentecom o paciente, por isso <strong>de</strong>ve estar capacitado para ser um intermediador entre opaciente, o médico e a doença. O profissional técnico <strong>de</strong> enfermagem atua emhospitais, clínicas e outros estabelecimentos <strong>de</strong> assistência médica. Nesta pesquisaforam escolhidos os que atuam diretamente com pacientes internados no HospitalGeral que provavelmente apresentam sintomas psicóticos. As características doTécnico <strong>de</strong> Enfermagem para a pesquisa são apresenta<strong>da</strong>s na Tabela 1:


38TABELA 1Características do Técnico <strong>de</strong> EnfermagemTÉCNICOS DE ENFERMAGEM ENTREVISTADOSCARACTERÍS-TICASA B C D EI<strong>da</strong><strong>de</strong> 43 anos 25 anos 23 anos 25 anos 27 anosEstado civil separa<strong>da</strong> casa<strong>da</strong> casa<strong>da</strong> solteira separa<strong>da</strong>Tempo <strong>de</strong>trabalho doTécnico <strong>de</strong>Enfermagem9 anos 4 anos 6meses3 anos e 6 meses 4 anos 4 anosTrabalha emoutrasinstituiçõesSim – posto<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Não Sim – clínica Não NãoAspectospositivos dotrabalho comoTécnico <strong>de</strong>EnfermagemFazendo oque gosta eoferecer omelhor aopacienteAju<strong>da</strong>r aspessoas eoferecerbem estarCompanheirismo,gratidão dospacientesPaciência etranqüili<strong>da</strong><strong>de</strong>Aju<strong>da</strong>r osoutrosFonte: Da autora.Na Tabela 1 são apresenta<strong>da</strong>s características, como i<strong>da</strong><strong>de</strong>, estado civil,tempo <strong>de</strong> atuação, se trabalha em outras Instituições, bem como aspectos positivosdo trabalho dos cinco Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem pesquisados. É possível perceberque em relação a faixa etária, os sujeitos possuem entre 23 a 45 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Emrelação ao estado civil, constatou que dois são casados, dois Técnicos <strong>de</strong>Enfermagem são separados e um solteiro. Quanto ao tempo <strong>de</strong> trabalho, todostrabalham há mais <strong>de</strong> três anos na profissão <strong>de</strong> Técnico em Enfermagem, sendoque um atua há nove anos nessa profissão; três não trabalham em outrasInstituições e dois <strong>de</strong>stes estão exercendo a profissão em outros lugares, um em umPosto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e outra em uma Clínica Médica. Em relação aos aspectos positivosdo trabalho que realizou, apontam que gostam <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r os outros, acreditam nocompanheirismo <strong>de</strong>monstrado pelo paciente, vêem a paciência como uma virtu<strong>de</strong>


39para atuar na área, percebem que são tranqüilos e estes são fatores que contribuempara li<strong>da</strong>r com pacientes psicóticos. Além disso, todos os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagemsão <strong>da</strong> Religião Católica e do sexo Feminino.3.3 AMBIENTEA pesquisa foi realiza<strong>da</strong> com Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> um hospitalGeral que ce<strong>de</strong>u o espaço on<strong>de</strong> a pesquisadora pô<strong>de</strong> realizar a entrevista junto aospesquisados. A entrevista semi-estrutura<strong>da</strong> realiza<strong>da</strong> com o profissional Técnico <strong>de</strong>Enfermagem ocorreu na sala <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso na ala <strong>da</strong> enfermaria com a autorização<strong>da</strong> enfermeira Chefe. Esta sala é composta <strong>de</strong> um espaço e mobiliário a<strong>de</strong>quado,com mesa, sofá, ca<strong>de</strong>iras, on<strong>de</strong> o pesquisador e pesquisado pu<strong>de</strong>ram ter umaentrevista sem intervenções <strong>de</strong> outros colegas.3.4 MATERIAIS E INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOSPara a realização <strong>da</strong> pesquisa, foi efetuado um contato direto com aresponsável do setor, que foi a enfermeira Chefe <strong>da</strong> ala <strong>da</strong> enfermaria para saber <strong>da</strong>possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> realização <strong>da</strong> pesquisa.Para o presente estudo, os <strong>da</strong>dos coletados em campo foram obtidos pormeio <strong>de</strong> uma entrevista semi-estrutura<strong>da</strong> composta por 16 questões abertas. Apesquisa é composta por uma entrevista semi-estrutura<strong>da</strong>, dividi<strong>da</strong> em duas partes.A parte I é composta <strong>de</strong> 7 questões, introdutórias <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação referentes acaracterística pessoal e profissional do técnico <strong>de</strong> enfermagem. Já a parte II écomposta por 9 questões que abor<strong>da</strong>m o conhecimento técnico do profissional sobresintomas psicóticos propriamente ditos (Apêndice A). A escolha pela entrevista foipelo fato <strong>de</strong> se obter um número maior <strong>de</strong> informações sobre o assunto e permitirque os pesquisados possam expressar sua opinião e contribuir <strong>de</strong> forma maisefetiva para o estudo.


40A entrevista realiza<strong>da</strong> com o Técnico <strong>de</strong> Enfermagem durouaproxima<strong>da</strong>mente 20 a 40 minutos, on<strong>de</strong> foi utilizando um mini-gravador. A utilizaçãodo gravador foi apresenta<strong>da</strong> ao Técnico <strong>de</strong> Enfermagem, on<strong>de</strong> o mesmo aprovou agravação, pelo fato <strong>de</strong>ste possibilitar que to<strong>da</strong>s as informações fossem registra<strong>da</strong>spara que não fossem perdi<strong>da</strong>s informações no momento <strong>da</strong> transcrição.Para avaliar a aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> entrevista foi realizado um teste pilotocom um técnico <strong>de</strong> enfermagem realiza<strong>da</strong> na sala <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso <strong>da</strong> enfermeira chefeno setor <strong>da</strong> Enfermaria geral, para a partir disso melhorar a dinâmica e o processo<strong>da</strong> entrevista para com os <strong>de</strong>mais componentes <strong>da</strong> amostra. Um dos fatoresobservados no teste piloto foi o horário <strong>da</strong> entrevista que posteriormente foi ajustadopara as <strong>de</strong>mais entrevistas.3.5 PROCEDIMENTOFoi realizado um levantamento <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos com o objetivo <strong>de</strong> indicar afreqüência <strong>da</strong>s respostas assinala<strong>da</strong>s pelos entrevistados. A análise foi feitautilizando a pesquisa qualitativa, que segundo a ótica <strong>de</strong> Oliveira (1999), caracterizasepela facili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> circunstância,analisando a importância <strong>de</strong> elementos compreen<strong>de</strong>ndo e classificando processosdinâmicos vivenciados por um <strong>de</strong>terminado grupo social, contribuindo no processo<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça ou formulação <strong>de</strong> novas opiniões. A entrevista realiza<strong>da</strong> com ostécnicos <strong>de</strong> enfermagem foi transcrita <strong>de</strong> forma literal com exceções <strong>de</strong> vícios <strong>de</strong>linguagem e <strong>de</strong> outras palavras informais, que não foram transcritas para o trabalho.Posteriormente, foi utilizado um quadro para facilitar a visualização dos resultados,com posterior análise e categorização dos mesmos pela pesquisadora, emconsonância com os objetivos <strong>da</strong> pesquisa.Com isso, foi possível comparar as respostas dos entrevistados sobre oconhecimento <strong>de</strong> sintomas psicóticos apresentados pelos pacientes internados nohospital geral com as informações pesquisa<strong>da</strong>s na literatura sobre o tema.


414 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOSA pesquisa foi realiza<strong>da</strong> com cinco profissionais Técnicos <strong>de</strong> Enfermagempara caracterizar o conhecimento e compreensão <strong>de</strong>sses sujeitos sobre os sintomaspsicóticos que os pacientes internados apresentam, e sobre os procedimentosutilizados para entrevista sobre esses processos. As características <strong>de</strong>ssesprocedimentos indicados pelos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem constam nas Tabelas <strong>de</strong> 2a 10.4.1 CATEGORIAÇÃOA categorização <strong>da</strong> pesquisa é feita com base nos objetivos específicos<strong>de</strong>limitados no início do trabalho,Na Tabela 2 consta o que os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem apresentaram como<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> “sintomas psicóticos”. Essas <strong>de</strong>finições estão aloca<strong>da</strong>s em trêscategorias, que aparecem na primeira coluna <strong>de</strong>ssa tabela.TABELA 2Definições sobre sintomas psicóticos indicados por técnicos <strong>de</strong> enfermagemCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAPoucoConhecimentosobre o sintomapsicóticoMu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong>comportamento“Não sou muito bem prepara<strong>da</strong> para isso, pois no cursotécnico não tem isso, só algumas coisas <strong>de</strong> teoria <strong>de</strong>psiquiatria.” (B)“Bem pouco, sobre doenças psicológica aqui a gente enten<strong>de</strong>pouco.” (C )“É meio difícil <strong>de</strong> falar, mas a conduta, o temperamento pessoaassim, conversa com ele agora <strong>de</strong> uma forma e <strong>da</strong>qui a poucoele mu<strong>da</strong>. A própria dor <strong>de</strong>le já faz com que ele mu<strong>da</strong> otemperamento, o fato <strong>de</strong> ele não estar na sua casa, esta numlugar diferente que é o hospital, tudo isso já mu<strong>da</strong> ocomportamento.” (A)“Não sei especificar por certo, mas é quando a pessoa temum comportamento diferente <strong>de</strong> outros pacientes, tem algumproblema mental.” (E)22Exemplo <strong>de</strong>sintomas“Por sintoma, acho quando está com medo, insegurança,quando a pessoa esta agita<strong>da</strong>.” (D)1Total 5Fonte: Autora


42Na primeira categoria Pouco Conhecimento sobre o sintoma psicóticoconstam duas indicações feitas pelos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem para um total <strong>de</strong>cinco entrevistados. As <strong>de</strong>finições <strong>de</strong>ssas falas estão aloca<strong>da</strong>s na segun<strong>da</strong> colunaon<strong>de</strong> o Sujeito B fala “Não sou muito bem preparado para isso, no curso técniconão tem isso pois no curso técnico não tem isso, só algumas coisas <strong>de</strong> teoria <strong>de</strong>psiquiatria”. O Sujeito C por sua vez fala “Bem pouco, sobre doenças psicológicasaqui a gente enten<strong>de</strong> pouco”. A segun<strong>da</strong> categoria apresenta<strong>da</strong> é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong>Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> Comportamento, que esta aloca<strong>da</strong> na primeira coluna <strong>de</strong>ssa tabela.Existem duas ocorrências <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> cinco indicações que estão apresenta<strong>da</strong>sna terceira coluna. O Sujeito A indica que “É meio difícil <strong>de</strong> falar, mas a conduta, otemperamento pessoa assim, conversa com ele agora <strong>de</strong> uma forma e <strong>da</strong>qui apouco ele mu<strong>da</strong>. A própria dor <strong>de</strong>le já faz com que ele mu<strong>da</strong> o temperamento, ofato <strong>de</strong> ele não estar na sua casa, esta num lugar diferente que é o hospital, tudoisso já mu<strong>da</strong> o comportamento”. E o Sujeito E indica “Não sei especificar porcerto, mas é quando a pessoa tem um comportamento diferente <strong>de</strong> outrospacientes, tem algum problema mental”. Na terceira categoria essa <strong>de</strong>finição estáaloca<strong>da</strong> na primeira coluna <strong>de</strong>ssa Tabela 2 consta que apenas uma ocorrência <strong>de</strong>um total <strong>de</strong> cinco entrevistados que está alocado na terceira coluna que é o SujeitoD apresenta Exemplo <strong>de</strong> sintomas psicóticos como <strong>de</strong>finição que esta aloca<strong>da</strong> nasegun<strong>da</strong> coluna que <strong>de</strong>fine “Por sintoma, acho quando está com medo,insegurança, quando a pessoa esta agita<strong>da</strong>”.Em relação ao conhecimento apresentado pelos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagemsobre sintomas psicóticos, mostrou-se pouco provável que eles consigam i<strong>de</strong>ntificar,<strong>de</strong> forma precisa, reações e comportamentos diferentes os pacientes quando entramem crise. Os técnicos <strong>de</strong> enfermagem conseguem diferenciar dos <strong>de</strong>mais pacientes,no entanto, não sabem <strong>de</strong>finir com precisão o que é um sintoma psicótico. Esse grau<strong>de</strong> entendimento é compatível com a visão <strong>de</strong> Tavares e Pedrão (2008) oprofissional técnico <strong>de</strong> enfermagem é preparado com conhecimento básico, que nãoé o suficiente para trabalhar com pacientes psicóticos, <strong>de</strong>vido sua amplitu<strong>de</strong>, já queeste tipo <strong>de</strong> paciente em sua maioria sofre alterações <strong>de</strong> comportamento e humornecessitando <strong>de</strong> uma atenção diferencia<strong>da</strong> dos <strong>de</strong>mais pacientes com outrasenfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.


43As categorias nas quais foram aloca<strong>da</strong>s as fontes <strong>de</strong> conhecimentoindicados pelos pacientes são: conveniência com o paciente, a partir do trabalhodurante o curso, com colegas <strong>de</strong> trabalho e durante o estágio.TABELA 3Fonte <strong>de</strong> conhecimento sobre os sintomas psicóticosCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAConvivência como pacienteA partir dotrabalhoDurante o CursoCom colegas <strong>de</strong>Trabalho“Dos próprios pacientes, no dia a dia trabalhando, vendo asatitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>les.” (A)“Na convivência com o dia a dia dos pacientes mesmo.Pessoas como médicos e outros colegas <strong>de</strong> trabalho.” (C)“Um pouco no curso e o resto com a convivência com ospacientes.” (D)“Já sabia <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> alteração antes <strong>de</strong> trabalhar e <strong>de</strong>poiscom a convivência dos pacientes que possuem algum tipo <strong>de</strong>distúrbio.” (E)“Atuando como técnico <strong>de</strong> enfermagem (...) Dos própriospacientes, no dia a dia trabalhando, vendo as atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>les.”(A)“Com o trabalho no dia a dia.” (E)“Durante o curso realizado, durante o estágio e quandocomecei a trabalhar na área.” (B)“Um pouco no curso, mas só uma pincela<strong>da</strong>. Numa disciplinasomente, com duas ou três aulas que não se teve uma basesobre psicose.” (C )“Na convivência com o dia a dia dos pacientes mesmo. Pessoascomo os médicos e outros colegas <strong>de</strong> trabalho.” (C)4221Durante o Estágio“Durante o curso realizado, durante o estágio e quando comeceia trabalhar na área.” (B) 1Total 11Fonte: AutoraA primeira categoria indica Convivência com o paciente, no total <strong>de</strong> onzecom quatro ocorrências que está aloca<strong>da</strong> na terceira coluna. Na segun<strong>da</strong> colunaindica a <strong>de</strong>finição do Sujeito A indica seu conhecimento é vivenciado no seu “... diaa dia trabalhando,...”. O Sujeito C <strong>de</strong>finiu “Na convivência com o dia a dia...” A<strong>de</strong>finição do Sujeito D indicou em relação ao conhecimento “Um pouco no curso,...


44e convivência...”. O Sujeito E relatou “sabia <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> alteração antes <strong>de</strong>trabalhar e <strong>de</strong>pois com a convivência...”.A categoria on<strong>de</strong> a fonte do conhecimento que se diz A partir dotrabalho, situa<strong>da</strong> na primeira coluna com um <strong>de</strong> duas ocorrências, on<strong>de</strong> o Sujeito Ae Sujeito E indicam que foi “... no dia a dia...”.Na categoria, “A partir do trabalho” ain<strong>da</strong> na primeira coluna indicaconhecimento em relação aos Colegas <strong>de</strong> trabalho no total <strong>de</strong> onze ocorrênciasapenas duas foram relata<strong>da</strong>s nessa categoria. A <strong>de</strong>finição do Sujeito C indica “Naconvivência com o dia a dia... médicos e outros colegas <strong>de</strong> trabalho”. O Sujeito A<strong>de</strong>staca “Atuando...”.A terceira categoria em relação Durante o curso, como fonte <strong>de</strong>conhecimento, o Sujeito B cita “Durante o curso realizado,... estágio e quandocomecei a trabalhar...”. O Sujeito C comenta sua <strong>de</strong>finição “... no curso,... numadisciplina somente,... base sobre psicose.”Na quinta e última categoria indica a fonte do conhecimento Durante oestágio dos profissionais técnicos <strong>de</strong> enfermagem, com um total <strong>de</strong> onze apenasuma ocorrência, on<strong>de</strong> o Sujeito B citou ter conhecimento “Durante o cursorealizado, durante o estágio e quando comecei a trabalhar...”.Referente a fonte <strong>de</strong> conhecimento sobre sintomas psicóticos todos osTécnicos <strong>de</strong> Enfermagem apresentados citaram em suas <strong>de</strong>finições que a fonte <strong>de</strong>conhecimento sobre sintomas psicóticos ocorrem no seu dia a dia e convivência,<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> laboral. Acerca dos procedimentos realizados pelo Técnico<strong>de</strong> Enfermagem, Pereira (2006) afirma que o enfermeiro é o maior responsável pelarealização <strong>de</strong> procedimentos invasivos e dolorosos, cabendo a ele as reclamaçõespor parte do paciente e <strong>de</strong> seus familiares, on<strong>de</strong> este <strong>de</strong>ve saber tomar atitu<strong>de</strong>s e seposicionar frente a situações que se <strong>de</strong>para no dia a dia que indica que o Técnico <strong>de</strong>Enfermagem necessitam <strong>de</strong> conhecimento apropriado para li<strong>da</strong>r com tais situações.Os Sujeitos B e C <strong>de</strong>monstraram ter adquirido conhecimento sobresintomas psicóticos durante o curso <strong>de</strong> formação para técnico <strong>de</strong> enfermagem, emrelação à formação dos técnicos <strong>de</strong> enfermagem Rizzotto (2008) <strong>de</strong>staca que essesprofissionais são voltados tanto para a área psicológica on<strong>de</strong> eles se concentram<strong>de</strong>ntro do estudo sintomático <strong>de</strong> doenças, e não são preparados para atuar nocampo <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública, na atenção primária e na prevenção, mas para seremcoadjuvantes <strong>da</strong> pratica médica hospitalar <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> área curativa. Isso parece


45acontecer com os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem entrevistados quando por exemplo oTécnico C indica que apren<strong>de</strong>u com o médico e outros colegas <strong>de</strong> trabalho.As categorias nas quais foram aloca<strong>da</strong>s a i<strong>de</strong>ntificação dos sintomaspsicóticos apontados pelos técnicos observa-se os aspectos apresentados naTabela 4TABELA 4I<strong>de</strong>ntificação dos sintomas psicóticos pelos técnicos <strong>de</strong> enfermagemCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAPoucoconhecimentona I<strong>de</strong>ntificaçãodos sintomaspsicóticos empacientes comalteraçãocomportamental“Um pouco, porque tu pega ele agora, uma hora ele estátranqüilo, e <strong>de</strong>pois mu<strong>da</strong>.” (A)“Agora posso dizer que sim, mas não faz muito tempo, mas hojeconsigo i<strong>de</strong>ntificar sintomas <strong>de</strong>vido o dia a dia, pois agora agente já sabe, porque se vê a alteração <strong>de</strong> conduta, e algunssintomas que a gente vê por que eles têm comportamentosdiferentes dos outros pacientes.” (B)“Totalmente eu não garanto, mas a gente tem umaexperiência, já fiz estágio em outros locais, tem familiares quetem problemas psicológicos, mas não tenho como i<strong>de</strong>ntificarum surto com certeza. Quanto aos sintomas, acho que como jávivenciei uma paciente que não aceitava o tratamento,<strong>de</strong>pressiva, tem que ser tudo do jeito <strong>de</strong>la, não falava comninguém, não respondia, mas ela estava ali.” (C)“Mais o menos, somente se ele estiver alterado.” (D)“Não claramente, mas quando ele tem comportamento diferentedo normal.” (E)5Total 5Fonte: AutoraNa Tabela 4, são apresenta<strong>da</strong>s I<strong>de</strong>ntificação dos sintomas psicóticospelos Técnicos em Enfermagem. A categoria apresenta<strong>da</strong> na primeira colunaindica Pouco conhecimento na I<strong>de</strong>ntificação dos sintomas psicóticos empacientes com alteração comportamental com total <strong>de</strong> cinco ocorrências. Dentro<strong>da</strong>s <strong>de</strong>finições dos entrevistados o Sujeito A citou “Um pouco...”, o Sujeito B “... quesim...”, o Sujeito C “... totalmente eu não garanto... experiência ..., mas não tenhocomo i<strong>de</strong>ntificar um surto com certeza.”, o Sujeito D “Mais ou menos...” e o SujeitoE “Não claramente,...”Dentro <strong>da</strong>s <strong>de</strong>finições comenta<strong>da</strong>s pelos sujeitos entrevistados, on<strong>de</strong>quatro Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong>monstraram ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar


46alterações comportamentais <strong>de</strong> pacientes com sintomas psicóticos. Apenas oSujeito B afirmou que consegue i<strong>de</strong>ntificar alterações comportamentais.A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> quando o paciente se encontra comalgum tipo <strong>de</strong> sintoma <strong>de</strong> psicose não é uma questão muito fácil quando não sedispõe <strong>de</strong> conhecimento a<strong>de</strong>quado. Silva, Furegato e Costa Júnior (2003)acrescentam que o enfermeiro ou mesmo o técnico <strong>de</strong> enfermagem, em todos ostipos <strong>de</strong> instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer e intervirapropria<strong>da</strong>mente nos casos em que o indivíduo está sofrendo <strong>de</strong> um transtorno <strong>de</strong>humor. Geralmente ele é o primeiro profissional que tem contato com a pessoa quebusca atenção nesses serviços e por isso <strong>de</strong>ve saber o que fazer diante <strong>da</strong>ssituações com que se <strong>de</strong>para, por meio <strong>de</strong> técnicas e procedimentos médicos.Entretanto, pelo menos em relação aos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem entrevistados essenão parece ser o caso, uma vez que eles mesmos indicam possuir poucacapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para i<strong>de</strong>ntificar sintomas psicóticos nos pacientes assistidos por eles.As categorias nas quais foram aloca<strong>da</strong>s as <strong>de</strong>terminantes em relação ossintomas psicóticos i<strong>de</strong>ntificados pelos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem que se apresentana Tabela 5.Na Tabela 5 são apresenta<strong>da</strong>s os Determinantes dos sintomaspsicóticos i<strong>de</strong>ntificados pelos Técnicos em Enfermagem, divididos em cincocategorias com suas respectivas <strong>de</strong>finições. Na categoria Comportamento constamtrês ocorrências, on<strong>de</strong> o Sujeito B cita “... está agitado.” O Sujeito D “...perturbado...”, e o Sujeito E “... não se encontra no quadro normal...”.Na categoria dita como História <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, é mostra<strong>da</strong> apenas umaocorrência indica<strong>da</strong> pelo Sujeito A “... história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>...”. Na categoria Situaçãosócio econômica com uma ocorrência é cita<strong>da</strong> pelo Sujeito A “situação sócioeconômica ...”. Na categoria Convivência familiar com uma ocorrência a <strong>de</strong>finiçãodo Sujeito C “... convivência familiar em casa...”. Na quinta e última categoria,Genética com o total <strong>de</strong> uma ocorrência, o Sujeito C cita “... genética...”. Observouseque como <strong>de</strong>terminante <strong>da</strong> alteração <strong>de</strong> comportamento está afirmado pelossujeitos B, D e E. Somente o sujeito A ressalta que os sintomas são provenientes<strong>da</strong> história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e que a situação sócio-econômica está presente como fatorimportante. Para o sujeito C a convivência familiar tem influência ao se tratar dossintomas psicóticos e que estes po<strong>de</strong>m ser por fator genético.


47TABELA 5Determinantes dos sintomas psicóticos indicados pelos técnicos emenfermagemCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAComportamentoSituação SócioeconômicaConvivênciaFamiliarHistória <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong>Genética“Quando ele esta agitado.” (B)“Quando ele é perturbado, <strong>de</strong>samparado <strong>da</strong> família e não é bemtratado, ou ain<strong>da</strong> se toma alguma medicação muito forte.” (D)“Quando ele não se encontra no quadro normal, fica agitado erespon<strong>de</strong> as perguntas que lhe são feitas com coisas semnexo.” (E)“Situação sócio econômica, tem um monte <strong>de</strong> fatores incluídos.Porque as vezes o paciente vem para o hospital fazer otratamento e tem uma historia que envolve o paciente, nem ésempre a medicação que ele precisa, aquela a angustia que eleestá, precisa <strong>de</strong> um carinho atenção alguém que escute ele queacaba melhorando o seu quadro.” (A)“O seu <strong>de</strong>senvolvimento familiar, alguma genética econvivência familiar em casa, são pessoas sofri<strong>da</strong>s que nãodão atenção que são larga<strong>da</strong>s pela família e isso contribui para<strong>de</strong>senvolver sintomas.” (C )“Tem to<strong>da</strong> uma história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, como é sua vi<strong>da</strong> em casa e nafamília.” (A)“O seu <strong>de</strong>senvolvimento familiar, alguma genética e convivênciafamiliar em casa, são pessoas sofri<strong>da</strong>s que não dão atençãoque são larga<strong>da</strong>s pela família e isso contribui para <strong>de</strong>senvolversintomas.” (C )31111Total 7Fonte: AutoraAssim é possível observar que o profissional técnico <strong>de</strong> enfermagemavalia os sintomas ao seu ver, não tendo a certeza <strong>da</strong> avaliação. A enfermagemsempre esteve liga<strong>da</strong> ao sofrimento <strong>da</strong>s pessoas, assim estas pessoas precisam <strong>de</strong>alguém que lhes dê ofereça o cui<strong>da</strong>do necessário para aliviar o sofrimento. Na visão<strong>de</strong> Barros (1996) as escolas <strong>de</strong> Enfermagem estão implantando novas políticas <strong>de</strong>aprendizagem, mas ain<strong>da</strong> há um <strong>de</strong>scompasso entre o ensino e a prática <strong>de</strong>enfermagem em saú<strong>de</strong> mental e <strong>de</strong>ssa com as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vigentes no país.No entanto é, evi<strong>de</strong>nciado um esforço por parte dos profissionais na busca <strong>de</strong> novasformas <strong>de</strong> atuação que passam por novas práticas e estudos complementares parapo<strong>de</strong>r oferecer um atendimento junto aos pacientes com sintomas psicóticos ou emáreas mais especificas.


48Na Tabela 6 é mostra<strong>da</strong> a Opinião dos Técnicos em Enfermagem emrelação a diferenciação <strong>de</strong> um quadro clínico estável e a percepção dos sintomaspsicóticos, indica<strong>da</strong>s em duas categorias num total <strong>de</strong> cinco ocorrências.TABELA 6Opinião dos técnicos em enfermagem sobre a apresentação dos sintomas numquadro clínico estável e os sintomas psicóticosCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAApresenta ossintomaspsicóticosNão reconheceos sintomaspsicóticos“Sim, às vezes ele não tem doença nenhuma, mas o problemaestá na cabeça e aí ele começa a ver coisas, isso não temexplicação.” (A)“Sim, mas ele acaba tendo surtos imprevisíveis.” (C)“Eu acho que sim, porque ele po<strong>de</strong> apresentar alteraçõesdurante o tratamento.” (D)“Eu acho que sim, porque as vezes um paciente está normal,mas <strong>de</strong>vido a medicação acaba sofrendo e a internação seesten<strong>de</strong> por muito tempo faz com que ele não aceita “estasituação e se encontra longe <strong>da</strong> família e <strong>de</strong> amigos. (E)“Se ele está estável eu não consigo.” (B) 1Total 5Fonte: AutoraA categoria que Apresenta os sintomas psicóticos com quatroocorrências, on<strong>de</strong> o Sujeito A <strong>de</strong>fine “... o problema está na cabeça...”, o Sujeito C“... surtos imprevisíveis...”, o Sujeito D “... acho que sim...” e o Sujeito E “... Eu achoque sim...”. Na categoria que Não reconhece os sintomas psicóticos apenas oSujeito B indica que “Se ele está estável eu não consigo.”Denota-se que o sujeito A indica que o “problema está na cabeça” e queassim o paciente po<strong>de</strong> apresentar alterações comportamentais imprevisíveis duranteo tratamento no Hospital Geral. O sujeito B não consegue reconhecer os sintomaspsicóticos.Em geral, na opinião dos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem os pacientes comalgum tipo <strong>de</strong> psicose po<strong>de</strong>m apresentar quadros estáveis, mas, no entanto, poralgum motivo ou mesmo sem nenhum, po<strong>de</strong>m variar e mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> comportamento,que às vezes <strong>de</strong>ixa o profissional <strong>de</strong>sprevenido. Nestas situações, Rodrigues (1993)aponta que o Técnico <strong>de</strong> Enfermagem possui papel prepon<strong>de</strong>rante junto à equipe eao paciente, pois <strong>de</strong>ve agir com atitu<strong>de</strong>s positivas diante do paciente em sofrimento4


49psíquico, como, por exemplo, o acolhimento, empatia e relação <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> eassistência humaniza<strong>da</strong> na relação interpessoal.Na visão <strong>de</strong> Silva, Furegato e Costa Júnior (2003) as razões para que opessoal <strong>de</strong> enfermagem se ocupe dos transtornos afetivos estão relaciona<strong>da</strong>s comsua experiência e seu preparo profissional. Além disso, os pacientes sentem-semenos intimi<strong>da</strong>dos pelos enfermeiros do que por outros agentes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e osaceitam mais facilmente, <strong>de</strong>ssa forma a assistência <strong>de</strong> enfermagem não se limita emaju<strong>da</strong>r o paciente, mas também orientar a família e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Consta na Tabela 7 apresentam os Procedimentos adotados parapacientes com sintomas psicóticos indica<strong>da</strong>s em três categorias com total <strong>de</strong> seteocorrências.TABELA 7Procedimentos adotados para pacientes com sintomas psicóticosCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAAcalmar opacienteChamar outroresponsávelEnten<strong>de</strong>r econversar com opaciente“Eu tento acalmar ele e ficar calma, e avisar a chefia. Na épocanão tive muito experiência, mas agora já consigo li<strong>da</strong>r com estetipo <strong>de</strong> paciente.” (B)“Tentar acalmar ele, e chamar o médico responsável pelopaciente.” (D)“Tentar acalmar e ajudá-lo para voltar a se estabilizar.” (E)“Eu tento acalmar ele e ficar calma, e avisar a chefia.(B)“Evitar o trauma que ele se machuque, que ele não faça na<strong>da</strong>com técnicos <strong>de</strong> enfermagem ou pessoas ao redor, as vezessão pessoas com doenças graves, chamar a enfermeira chefee o médico responsável pelo paciente.” (C )“Tentar acalmar ele, e chamar o médico responsável pelopaciente.” (D)“Procuro <strong>da</strong> melhor forma conversar com o paciente para saberem que posso aju<strong>da</strong>r naquele momento, procuro enten<strong>de</strong>r ele enão <strong>de</strong>ixar ele sem auxilio.” (A)331Total 7Fonte: AutoraNa categoria Acalmar o paciente, com quatro ocorrências on<strong>de</strong> o SujeitoB <strong>de</strong>fine “... acalmar ele e ficar calmo...”, já o Sujeito D cita em “... acalmar ele, e oSujeito E “... acalmar e ajudá-lo...”.


50A segun<strong>da</strong> categoria que consiste em Chamar o responsável, com trêsocorrências indica<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> o Sujeito B relata “... avisar a chefia...”, o Sujeito C em“.... chamar a enfermeira chefe e o médico responsável...” e o Sujeito D “... chamaro médico responsável...”.Na última categoria que se diz respeito à Enten<strong>de</strong>r e conversar com opaciente, on<strong>de</strong> o Sujeito A com uma ocorrência, cita em “... conversar com opaciente.”Verificou que para o pronto atendimento, os sujeitos B, D e E preferemacalmar os pacientes em surto psicótico para que, em segui<strong>da</strong>, possam chamar achefia responsável conforme <strong>de</strong>monstração apresenta<strong>da</strong> também na fala dosSujeitos B, C e D e apenas o Sujeito A opta dialogar com o paciente.Os procedimentos <strong>de</strong> acalmar os pacientes são genéricos, uma vez quefaz parte <strong>da</strong> rotina do Técnico <strong>de</strong> Enfermagem ter calma e assim acalmar o paciente.Pereira (2006) enfatiza que o profissional dispõe <strong>de</strong> recursos paratrabalhar frente a externalização <strong>da</strong>s questões emocionais, para manter o pacientemenos angustiado a fim <strong>de</strong> prevenir que este <strong>de</strong>senvolva algum tipo <strong>de</strong> sofrimento,pois <strong>de</strong>ve-se transmitir segurança e não se emocionar na frente dos pacientes efamiliares. Assim Oliveira e Bruggmann (2003) acrescentam que a comunicação temsido aponta<strong>da</strong> como elemento básico para a sobrevivência do ser humano, poisatravés <strong>de</strong>la o ser humano transmite o seu modo <strong>de</strong> ser e o que está sentido, sendoeste um dos aspectos fun<strong>da</strong>mentais nos pacientes com algum sintoma psicótico e ocomportamento <strong>de</strong>ste diante dos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem.A Tabela 8 é explicitado o aspecto <strong>de</strong> Demonstrar se os Técnicos <strong>de</strong>Enfermagem encontraram problemas ao aten<strong>de</strong>rem pacientes psicóticos, estãoindicados em duas categorias, num total <strong>de</strong> cinco ocorrências


51TABELA 8Problemas encontrados no trabalho com os pacientes psicóticos pelostécnicos <strong>de</strong> EnfermagemCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAAusência <strong>de</strong>problemaExistência <strong>de</strong>problema“Não tive nenhum problema.” (B)“Não, aqui <strong>de</strong>ntro não.” (C )“Não, só coisa rotineira mesmo, <strong>de</strong> tipo não querer tomar amedicação que querer ir embora, coisas <strong>de</strong>sse tipo.” (D)“Não, somente coisas rotineiras que se po<strong>de</strong> contornar.” (E)“Como relatei, ontem mesmo tive um paciente, ela tava bem,não foi agressiva não quis tomar banho, tive convencer ela paratomar banho. Depois <strong>de</strong> conversar com ela explicar que ela temque se alimentar, tomar banho, para po<strong>de</strong>r ficar boa e voltarpara sua casa.” (A)41Total 5Fonte: AutoraA primeira categoria que indica Ausência <strong>de</strong> problema, cita<strong>da</strong>s em quatroocorrências, os Sujeitos B, C, D e E dizem que “... não...”. Na segun<strong>da</strong> categoria emrelação á Existência <strong>de</strong> problema com uma ocorrência, o Sujeito A afirma em “...ontem mesmo tive um paciente...”.Verificou-se que os Sujeitos B, C, D e E não encontram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s parali<strong>da</strong>r com os pacientes psicóticos. Os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem D e E não tem tidoproblemas, mas que já li<strong>da</strong>ram com situações corriqueiras e rotineiras. Porém, parao Sujeito A afirma ter problemas com os pacientes, mas que estes são tratados comdiálogo para que o paciente possa se restabelecer e retornar aos tratos familiares.Um dos fatores prepon<strong>de</strong>rantes junto aos pacientes com algum tipo <strong>de</strong>psicose é lhe <strong>da</strong>r atenção e conversar com ele para que ele possa se sentirvalorizado e motiva-lo para a sua recuperação. Candido e Furegato (2005) enfatizamque o técnico <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong>veria ser o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que maisfreqüentemente entra em contato com o cliente no atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Bertho, Oliveira e Oberst (2009) <strong>de</strong>stacam que a comunicação entre ocui<strong>da</strong>dor e o paciente psiquiátrico é fun<strong>da</strong>mental para que aquele <strong>de</strong>scubra asnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do paciente. On<strong>de</strong> este resulta <strong>da</strong> relação mais pessoal e constantedo técnico <strong>de</strong> enfermagem que atua diretamente sobre a saú<strong>de</strong> dos pacientes, no


52equilíbrio <strong>de</strong> emoções, <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptações e <strong>da</strong> compreensão <strong>de</strong>sses conceitos comoforma <strong>de</strong> colaborar com to<strong>da</strong> a equipe que está envolvi<strong>da</strong> com a cura <strong>de</strong>ssepaciente, pois os pacientes com algum tipo <strong>de</strong> sintoma psicótico em sua maioriaacaba em sua maioria não conversando com os outros se retraindo.A Tabela 9 <strong>de</strong>monstra qual a Opinião dos Técnicos em Enfermagem emrelação ao tratamento para os pacientes psicóticos atendidosTABELA 9Opinião sobre tratamento diferenciado aos pacientes internados com sintomaspsicóticosCATEGORIAAtendimentopersonalizadopara pacientescom sintomaspsicóticosLugar a<strong>de</strong>quadoDEFINIÇÕES“Eu acho que ele <strong>de</strong>veria ter um psicólogo ou psiquiatra para aju<strong>da</strong>rpara ter um atendimento diferenciado para mostrar o caminho comterapia para ele se achar.” (A)“Depen<strong>de</strong>, se for aqueles paciente <strong>de</strong>scontrolados, não diferenciados,mas acho que ele não <strong>de</strong>veria ficar junto com os outros pacientes, se eleta agitado, porque os outros pacientes não tem na<strong>da</strong> a ver com isso eassim acabam também mu<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong> comportamento. Naquele momento<strong>de</strong> agitação ele <strong>de</strong>veria ficar separado, e receber um atendimento <strong>de</strong>psiquiatria e acaba agitando todo mundo. Deve ser tratado igual a todosmas receber um atendimento com acompanhamento psiquiátrico.” (B)“Sim, <strong>de</strong>ve ter médicos especializados, enfermarias a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s comisolamento para evitar transtornos ao redor com outros pacientes quetem algum tipo <strong>de</strong> problema. O responsável para <strong>da</strong>r este atendimentoseria a enfermagem, médico especialista, psiquiatra, neurologista parapo<strong>de</strong>r saber o que está acontecendo com este paciente.” (C)“Eu acho que sim, <strong>de</strong>ve ser retirado dos <strong>de</strong>mais pacientes, pois acabaafetando a rotina <strong>da</strong> ala que se encontra interna<strong>da</strong> quando esse ficaagitado, on<strong>de</strong> alguns pacientes que estão <strong>de</strong>scansando acabamacor<strong>da</strong>ndo e gerando situações <strong>de</strong>sagradáveis.” (D)“Acho que sim, porque se estiver separado, po<strong>de</strong>-se <strong>da</strong>r uma tençãoespecial para não atrapalhar os <strong>de</strong>mais pacientes internados.” (E)“Ele não <strong>de</strong>veria ficar junto com os outros pacientes, se ele estáagitado (...)” (B)“enfermarias a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s com isolamento para evitar transtornos aoredor com outros pacientes que tem algum tipo <strong>de</strong> problema.” (C)“Eu acho que sim, <strong>de</strong>ve ser retirado dos <strong>de</strong>mais pacientes, pois acabaafetando a rotina <strong>da</strong> ala que se encontra interna<strong>da</strong>.” (D)“Acho que sim, porque se estiver separado, po<strong>de</strong>-se <strong>da</strong>r uma tensãoespecial.” (E)OCORRÊNCIA54Total 9Fonte: Autora


53Essas <strong>de</strong>finições estão aloca<strong>da</strong>s em duas categorias, num total <strong>de</strong> noveocorrências, cinco ocorrência são <strong>de</strong> Atendimentos personalizados, on<strong>de</strong> oSujeito A <strong>de</strong>fine “... ele <strong>de</strong>veria ter um psicólogo ou psiquiatra...”, já o Sujeito B cita“... acompanhamento psiquiátrico.”, o Sujeito C indica que “... sim, <strong>de</strong>ve ter médicosespecializados, enfermarias....” e o Sujeito D e E <strong>de</strong>finem “... eu acho que sim...”.A segun<strong>da</strong> categoria consiste em um Lugar a<strong>de</strong>quado, on<strong>de</strong> o Sujeito Bdiz que “... não <strong>de</strong>veria ficar junto com os outros pacientes...”, o Sujeito C relata que“... enfermarias a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s com isolamento...”, e os sujeitos D e E afirmam “... euacho que sim...” e “... acho que sim...”, respectivamente.Percebe-se que o atendimento personalizado, com profissionaiscapacitados para aten<strong>de</strong>r pacientes psicóticos está evi<strong>de</strong>nciado na fala dos SujeitosA, B, C, D e E. Por sua vez, quatro sujeitos expressam a importância <strong>de</strong> um lugara<strong>de</strong>quado para o atendimento <strong>de</strong>stes pacientes como <strong>de</strong>monstrado na fala dosSujeitos B, C, D e E.Segundo Tavares e Pedrão (2008) a prática do profissional <strong>de</strong>enfermagem revela que é preciso criar um local especifico para os pacientes comalgum tipo <strong>de</strong> psicose, on<strong>de</strong> estes possuem um atendimento diferenciado por umaequipe <strong>de</strong> profissionais composta <strong>de</strong> psicólogos, com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s terapêuticas para otipo <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica, assim o paciente terá um atendimento direcionadopara aten<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> paciente e familiares, <strong>de</strong>ssa formacontribuindo com o trabalho do Técnico <strong>de</strong> Enfermagem, não tendo que se <strong>de</strong>pararcom situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto e comportamentos alterados <strong>de</strong> pacientes que por suavez apresentam algum tipo <strong>de</strong> sintoma psicótico.


54A Tabela 10 refere-se aos Procedimentos adotados pelos Técnicos emEnfermagem para que possam aten<strong>de</strong>r pacientes psicóticos na rotina <strong>de</strong> trabalho.TABELA 10Procedimentos adotados para melhor atendimento aos pacientes queapresentam sintomas psicóticosCATEGORIA DEFINIÇÕES OCORRÊNCIAIndicado paratrabalhar noHospital GeralContenção dopaciente queapresentasintomaspsicóticos“Se ele está em crise que esteja mais reservado para não agitaros <strong>de</strong>mais pacientes, porque se ele ta agitado junto com umpaciente grave acaba afetando o outro paciente e isso acabagerando um mal estar em to<strong>da</strong> a ala.” (B)“Tem que ter uma área especifica com técnicos <strong>de</strong>enfermagem treinados para este tipo <strong>de</strong> atendimento, já queno nosso curso não tem este aprofun<strong>da</strong>mento, ter cursosinternos no hospital para treinar os profissionais porque sãopacientes que precisam <strong>de</strong> atendimento integral, e acaba não<strong>da</strong>ndo porque tem muitos pacientes para aten<strong>de</strong>r, on<strong>de</strong> acaba<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado estes que precisam <strong>de</strong> um atendimentodiferenciado.” (C )“Criar alas próprias para este tipo <strong>de</strong> paciente comprofissionais a<strong>de</strong>quados para atendê-los que seria psicólogos,psiquiatras e uma equipe médica <strong>da</strong> área.” (D)“Criar alas separa<strong>da</strong>s e dispor <strong>de</strong> uma equipe comprofissionais <strong>da</strong> área para atendê-los.” (E)“Depen<strong>de</strong> <strong>da</strong> forma que ele se apresenta por uns são maisagressivos e outros não, ou saem <strong>de</strong> si e <strong>de</strong>pois acabam voltamao normal, muitas vezes é preciso chamar o médico. Naenfermagem a gente tem que fazer com que ele não semachuque e a gente faz a contenção. A contenção quandonecessária é feita, amarrando ele, porque por exemplo, seele ta com uma son<strong>da</strong> ele não po<strong>de</strong>-se se mexer. O melhorseria procura o profissional responsável por aquela área emedicar o paciente, conversar com ele para oferecer umatendimento <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.” (A)41Total 5Fonte: AutoraA primeira categoria está relaciona<strong>da</strong> ao Indicado para trabalhar nohospital geral, com quatro ocorrências, on<strong>de</strong> o Sujeito B cita <strong>de</strong> forma “...reservado.”, o Sujeito C indica que “... área especifica com técnicos <strong>de</strong> enfermagemtreinados para este tipo <strong>de</strong> atendimento...”, em relação ao Sujeito D sugere em “...alas próprias para este tipo <strong>de</strong> paciente com profissionais a<strong>de</strong>quados...”, o Sujeito Eindica em “... alas separa<strong>da</strong>s e dispor <strong>de</strong> uma equipe com profissionais...”.


55Na segun<strong>da</strong> categoria diz a respeito Contenção do paciente queapresenta sintomas psicóticos, com uma ocorrência, on<strong>de</strong> o Sujeito A afirma em“... contenção...”.Para os Sujeitos B, C, D e E afirmam que para melhor aten<strong>de</strong>r é precisoter um lugar a<strong>de</strong>quado com uma equipe especializa<strong>da</strong> para o tratamento dossintomas psicóticos. O sujeito A discorre que quando um paciente está alterado, oprocedimento adotado é a contenção, este aprendido durante o curso Técnico emEnfermagem.Neste contexto, Pereira (2006) enfatiza que o trabalho do psicólogo juntoa equipe <strong>de</strong> enfermagem <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> oferecer esclarecimento acerca do aspectopsíquico do paciente, bem como sua importância e quadro, pois cabe ao profissional<strong>de</strong>monstrar as alterações <strong>da</strong> estabili<strong>da</strong><strong>de</strong> psicológica frente ao processo <strong>de</strong> adoecerdo enfermo a fim <strong>de</strong>, juntamente com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolver um cui<strong>da</strong>doglobal do paciente, atendo-se a todos os seus aspectos e lhe proporcionando umamelhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e consequentemente uma cura para que este pacientepossa voltar ao convívio <strong>de</strong> sua família e socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.


565 CONSIDERAÇÕES FINAISO interesse pela presente pesquisa surgiu a partir <strong>da</strong> realização do estágiocurricular obrigatório realizado na área <strong>de</strong> Psicologia Hospitalar. A partir disso, foipercebi<strong>da</strong> a atuação do profissional Técnico <strong>de</strong> Enfermagem sobre pacientes queapresentam algum tipo <strong>de</strong> sintoma psicótico ou distúrbio <strong>de</strong> comportamento que seencontram internados no Hospital Geral pautado nas características fisiológicas quenorteiam as doenças e consequentemente o paciente que se encontra ali internado.Os sintomas psicóticos são uma doença que se manifesta no ser humano,que po<strong>de</strong> ser adquiri<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido a quadros clínicos <strong>de</strong> doenças. Entretanto, osprofissionais que atuam no ambiente <strong>de</strong>stes pacientes muitas vezes <strong>de</strong>sconhecem adoença ou não sabem li<strong>da</strong>r com este tipo <strong>de</strong> enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong> e paciente que necessita<strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos especiais por apresentar comportamentos alterados.O presente trabalho buscou respon<strong>de</strong>r ao seguinte problema <strong>de</strong> pesquisa:quais as características do conhecimento do técnico <strong>de</strong> enfermagem sobre ossintomas psicóticos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Hospital Geral? Portanto, foi possível respon<strong>de</strong>resta pergunta mediante a análise dos <strong>da</strong>dos coletados junto aos cinco profissionaisTécnicos <strong>de</strong> Enfermagem entrevistados que atuam no hospital geral. Com apresente pesquisa, foram analisados os <strong>da</strong>dos sobre o conhecimento do Técnico <strong>de</strong>Enfermagem e as <strong>de</strong>finições sobre sintomas psicóticos indicados por técnicos <strong>de</strong>enfermagem; fonte <strong>de</strong> conhecimento sobre os sintomas; i<strong>de</strong>ntificação dos sintomaspsicóticos pelos técnicos <strong>de</strong> enfermagem; <strong>de</strong>terminantes dos sintomas psicóticosindicados pelos técnicos em enfermagem; opinião dos técnicos em enfermagemsobre a apresentação dos sintomas num quadro clínico estável e os sintomaspsicóticos; procedimentos adotados para pacientes com sintomas psicóticos;problemas encontrados no trabalho com os pacientes psicóticos; opinião sobretratamento diferenciado aos pacientes internados com sintomas psicóticos eprocedimentos adotados para melhor atendimento aos pacientes que apresentamsintomas psicóticos.Em relação ao conhecimento sobre os sintomas psicóticos por parte dospacientes, foi evi<strong>de</strong>nciado que <strong>de</strong> maneira superficial, os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagemconseguem i<strong>de</strong>ntificar reações e comportamentos diferentes nos pacientes quandose apresentam em crise, somente sabem que este está com comportamento


57diferente dos <strong>de</strong>mais pacientes. Assim <strong>de</strong>nota-se que os Técnicos <strong>de</strong> Enfermagemnão sabem <strong>de</strong>finir com precisão o que vem a ser um sintoma psicótico, tal como elesindicam nos <strong>de</strong>poimentos apresentados na pesquisa.Com a pesquisa foi possível observar que todos os Técnicos <strong>de</strong>Enfermagem entrevistados adquiriram o conhecimento e informações sobresintomas psicóticos atuando na área ou com a rotina diária junto aos pacientes. Poroutro lado, quando foi pesquisado sobre o aspecto <strong>de</strong> saber i<strong>de</strong>ntificar um sintomapsicótico, dos cinco profissionais entrevistados, somente um indicou saber i<strong>de</strong>ntificarse um paciente possui ou não algum tipo <strong>de</strong> psicose. Por outro lado, os <strong>de</strong>mais porsua vez <strong>de</strong>monstraram ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em i<strong>de</strong>ntificar alterações comportamentais empacientes com algum tipo sintoma psicótico ou alteração <strong>de</strong> comportamento, o queindica pouca clareza dos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem sobre esses sintomas.Quanto ao fator <strong>de</strong> saber i<strong>de</strong>ntificar quais os <strong>de</strong>terminantes dos sintomaspsicóticos, foi observa<strong>da</strong> que a alteração <strong>de</strong> comportamento foi apontado por doistécnicos <strong>de</strong> enfermagem, e somente um afirma que são provenientes <strong>da</strong> história <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> e situação sócio-econômica está presente como fator importante, e por outrolado um apontou que a convivência familiar ou fatores genéticos tem influência nocomportamento do indivíduo. Diante <strong>de</strong>stas respostas percebe-se que o Técnico <strong>de</strong>Enfermagem avalia os sintomas <strong>de</strong> acordo com suas convicções sem afun<strong>da</strong>mentação técnica necessária para intervir sobre esses processos.Na opinião dos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem, um paciente po<strong>de</strong> apresentaralterações <strong>de</strong> comportamento mesmo quando <strong>de</strong>monstra um quadro estável no<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> sua internação, pois na concepção <strong>de</strong> quatro entrevistados quando oproblema se refere à ‘cabeça’ se torna mais complicado e imprevisível, mesmo quesem motivo aparente. Por outro lado um <strong>de</strong>les não consegue reconhecer a presença<strong>de</strong> sintomas psicóticos nos pacientes.Os procedimentos adotados pelos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem em relação apacientes que apresentam algum sintoma psicótico são <strong>de</strong> chamar o responsávelpelo setor, o médico, ou conversar com o paciente, acalmando o mesmo para queeste possa voltar ao quadro clinico consi<strong>de</strong>rado normal pelo Técnico. Ain<strong>da</strong> que osTécnicos <strong>de</strong> Enfermagem indicam que realizam o procedimento específico comoforma <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r com sintomas psicóticos, eles indicam como procedimento para isso é“conversar” e o “acalmá-los”. Esses dois procedimentos são genéricos eprovavelmente pouco fun<strong>da</strong>mentados em procedimentos específicos e apropriados


58para a intervenção para tais processos indicando, novamente, a pouca clareza queesses profissionais têm para caracterizar e intervir para sintomas psicóticos.Os problemas apontados pelos Técnicos <strong>de</strong> Enfermagem em relação aospacientes psicóticos, são os <strong>de</strong> encontrarem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para li<strong>da</strong>r com ospacientes, pois eles <strong>de</strong>monstram necessitar <strong>de</strong> carinho, atenção e diálogo e motiválo,para que este possa se restabelecer, se recuperar e voltar ao convívio familiar.Na opinião dos Técnicos em Enfermagem em relação ao tratamento paraos pacientes psicóticos atendidos, foi apontado que estes necessitam <strong>de</strong> umatendimento personalizado, bem como dispor <strong>de</strong> uma equipe composta por médicos,psicólogos e psiquiatras, alojar os mesmos em local a<strong>de</strong>quado, separados dos<strong>de</strong>mais pacientes, para assim po<strong>de</strong>r oferecer um tratamento diferenciado ea<strong>de</strong>quado à sua doença.Quanto aos procedimentos adotados pelos Técnicos em Enfermagempara que possam aten<strong>de</strong>r pacientes psicóticos, este <strong>de</strong>veriam dispor <strong>de</strong> uma áreaespecífica, com uma equipe multidisciplinar treina<strong>da</strong> para tratar este tipo <strong>de</strong> pacientecom procedimentos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>ntro dos parâmetros <strong>da</strong> medicina, e assim atingiros objetivos do tratamento e a recuperação do paciente.No que tange aos objetivos propostos na pesquisa, que era o <strong>de</strong> avaliar oconhecimento do técnico <strong>de</strong> enfermagem sobre os sintomas psicóticos apresentadospelos pacientes internados no Hospital Geral, estes foram atingidos, pois percebeuseque o profissional Técnico <strong>de</strong> Enfermagem pesquisado possui poucoconhecimento especifico e a<strong>de</strong>quado para li<strong>da</strong>r e aten<strong>de</strong>r este tipo <strong>de</strong> paciente quenecessita <strong>de</strong> um tratamento diferenciado dos <strong>de</strong>mais. Assim, sugere-se a partir <strong>da</strong>pesquisa que estes busquem além <strong>de</strong> sua formação acadêmica outros cursos outreinamentos para complementar seu conhecimento e assim po<strong>de</strong>r atuar em to<strong>da</strong>sas áreas e enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> um Hospital Geral.Portanto, com a pesquisa evi<strong>de</strong>ncia-se a falta <strong>de</strong> conhecimento a<strong>de</strong>quadodo Técnico <strong>de</strong> Enfermagem <strong>da</strong> re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para a assistência em saú<strong>de</strong>mental, mais especificamente com sintomas psicóticos. Assim sugere-se reflexõesacerca <strong>da</strong> possível relação entre as ações do profissional com sua formaçãoprofissional, pois a prática é muitas vezes diferente <strong>da</strong> teoria, para que se possaformar e alocar um profissional e que possa oferecer um atendimento <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>para ca<strong>da</strong> tipo <strong>de</strong> paciente e enfermi<strong>da</strong><strong>de</strong>.


59Um outro aspecto que po<strong>de</strong> ser evi<strong>de</strong>nciado é o fato <strong>de</strong> que esta pesquisacontempla como participantes apenas técnicos <strong>de</strong> enfermagem, o que retrata aquestão <strong>de</strong> todos serem <strong>da</strong> mesma área, <strong>de</strong>sta forma, é possível sugerir pesquisascom outros profissionais que atuam em Hospitais Gerais para que se cruzem os<strong>da</strong>dos, buscando constatações que possam ter relação com a pesquisa. Por outrolado, a pesquisadora <strong>de</strong>parou-se com algumas limitações, entre elas a pequena<strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong> amostra utiliza<strong>da</strong> como fonte <strong>de</strong> pesquisa, que foi representa<strong>da</strong> porcinco profissionais técnicos <strong>de</strong> enfermagem. A realização <strong>de</strong> uma pesquisasemelhante a estas ou, pelo menos, com uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> maior <strong>de</strong> participantesparece ser relevante, como meio <strong>de</strong> aumentar a fi<strong>de</strong>digni<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>da</strong>dos forampesquisados somente cinco profissionais técnicos <strong>de</strong> enfermagem, talvez empesquisas futuras se po<strong>de</strong>rá incluir os Enfermeiros para se comparar o perfil e oconhecimento <strong>de</strong>stes profissionais em relação ao tema pesquisado.


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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios <strong>de</strong> pesquisa em administração.São Paulo: Atlas, 2004.64


65APÊNDICE A – EntrevistaInstrumento <strong>de</strong> Coleta <strong>de</strong> Dados –Parte I1) I<strong>da</strong><strong>de</strong> Sexo ( )2) Estado civil3) Escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>4) Religião:5) Quanto tempo trabalha como técnico em enfermagem?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6) Você trabalha em outras instituições?_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7) O que você consi<strong>de</strong>ra <strong>de</strong> aspectos positivos e negativos do seu trabalho comoTécnico em Enfermagem?______________________________________________________________________________________________________________________________________Parte II8) O que você enten<strong>de</strong> por sintoma psicótico?______________________________________________________________________________________________________________________________________9) Como você obteve as informações relativas à psicose:______________________________________________________________________________________________________________________________________10) Como você obteve conhecimento referente a psicose:______________________________________________________________________________________________________________________________________12) Você saberia i<strong>de</strong>ntificar sintomas psicóticos em um paciente?


66______________________________________________________________________________________________________________________________________13) Na sua opinião, o que faz com que um paciente apresente sintomas psicóticos?______________________________________________________________________________________________________________________________________14) Na sua opinião, é possível o paciente apresentar um quadro clínico estável e tersintomas psicóticos?______________________________________________________________________________________________________________________________________15) Quando um paciente apresenta sintomas psicóticos você costuma tomar qualprocedimento?______________________________________________________________________________________________________________________________________16) Você já teve algum tipo <strong>de</strong> problema com tais pacientes?______________________________________________________________________________________________________________________________________17) Na sua opinião, um paciente com algum tipo <strong>de</strong> sintoma psicótico internado nohospital geral <strong>de</strong>ve receber atendimento diferenciado?______________________________________________________________________________________________________________________________________18) Na sua opinião, quais os procedimentos que po<strong>de</strong>m ser adotados para dispor <strong>de</strong>um melhor atendimento a pacientes que apresentam sintomas psicóticos nohospital geral?______________________________________________________________________________________________________________________________________


67ANEXO A – Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e EsclarecidoUNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINACOMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISULTERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE EESCLARECIDODeclaro que fui informado sobre todos os procedimentos <strong>da</strong> pesquisa cujo tema é“CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO DO PROFISSIONAL TÉCNICO EMENFERMAGEM SOBRE OS SINTOMAS PSICÓTICOS APRESENTADOS PORPACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAL GERAL”. Estou ciente <strong>de</strong> que apesquisa será realiza<strong>da</strong> obe<strong>de</strong>cendo aos seguintes critérios:a- O tempo <strong>de</strong> realização <strong>da</strong> entrevista será <strong>de</strong> 40 a 50 minutos.b- O horário para a realização <strong>da</strong> entrevista será combinado com os participantes,consi<strong>de</strong>rando a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mesmos e será agen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo própriopesquisador com antecedência.c- Para o armazenamento <strong>da</strong>s informações, as respostas serão escritas peloparticipante e posteriormente transcritas para que se possa garantir o registro <strong>de</strong>to<strong>da</strong>s as respostas dos técnicos <strong>de</strong> enfermagem. Para o tratamento e análise <strong>da</strong>srespostas serão feitos, após a realização transcritas e feita as análises pelapesquisadora. A análise <strong>de</strong> conteúdo será feita através <strong>da</strong> <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s respostas,com o intuito <strong>de</strong> concluir o conhecimento produzido.d- A pesquisa será realiza<strong>da</strong> no Hospital <strong>de</strong> Cari<strong>da</strong><strong>de</strong>, em Enfermarias Gerais.e- O instrumento utilizado para a coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos será a entrevista estrutura<strong>da</strong>,previamente elaborado com perguntas abertas;f- Pelo fato <strong>de</strong> a pesquisa acontecer <strong>de</strong>ntro do hospital, a pesquisadora estarávesti<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com as normas do mesmo, com um jaleco branco e sapatosfechados.Os riscos e <strong>de</strong>sconfortos apresentados pela pesquisa são mínimos, porém, no caso<strong>de</strong> haver <strong>de</strong>sconforto emocional durante a aplicação do questionário.Estarei contribuindo para a produção <strong>de</strong> conhecimento científico sobre a relação aoconhecimento dos técnicos <strong>de</strong> enfermagem em relação aos pacientes internadoscom sintomas psicóticos <strong>de</strong>vido a uma condição médica geral. Este conhecimento


68po<strong>de</strong>rá ser útil na atuação <strong>de</strong> profissionais psicólogos e enfermagem <strong>da</strong> áreahospitalar.Estou ciente que durante os procedimentos práticos <strong>de</strong>ste estudo sereiacompanhado pela pesquisadora.Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos <strong>da</strong> pesquisa e que recebi,<strong>de</strong> forma clara e objetiva, to<strong>da</strong>s as explicações pertinentes ao projeto e que todos os<strong>da</strong>dos a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo asmedições dos experimentos/procedimentos <strong>de</strong> tratamento serão feitas em mim. Eque po<strong>de</strong>rei ter acesso às informações <strong>da</strong> pesquisa a qualquer momento.Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.Nome por extenso:RG:Local e <strong>da</strong>ta:Assinatura: _________________________________________________________PESSOAS PARA CONTATO:PESQUISADOR RESPONSÁVEL:Gabriel Gomes <strong>de</strong> LucaALUNA RESPONSÁVEL:Léa <strong>Mara</strong> <strong>da</strong> <strong>Cunha</strong> <strong>Leal</strong>NÚMERO DO TELEFONE:NÚMERO DO TELEFONE:(48) 84235063 (48) 99800234ENDEREÇO:ENDEREÇO:Pedra Branca, n 25 Bairro PassaVinte – Fazen<strong>da</strong> Pedra BrancaENDEREÇO:Rua Cel. Ivam DenticeLinhares, n. 164, Coqueiros– Fpolis - SC

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