revista tempo de agir ed4.pdf - Sebrae
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EditorialPara atingir objetivosEsta edição da <strong>revista</strong> Tempo <strong>de</strong> Agir dá ênfase aos projetosdo <strong>Sebrae</strong>/RS <strong>de</strong>stinados às micro e pequenas empresasque colocam o Estado no posto <strong>de</strong> segundo polo metalmecânicodo País. O objetivo <strong>de</strong>ssas ações é qualificá-laspara que possam aproveitar as oportunida<strong>de</strong>s que surgemno mercado. É o caso da Copa do Mundo em 2014, quandoo Brasil será a se<strong>de</strong> dos jogos, e da exploração do présal,que <strong>de</strong>mandarão intenso fornecimento <strong>de</strong> peças, <strong>de</strong>serviços e <strong>de</strong> equipamentos ao longo dos próximos anos.Paralelamente, o <strong>Sebrae</strong>/RS está preparando mais umaedição da Feira do Empreen<strong>de</strong>dor, que ocorre <strong>de</strong> dois emdois anos. Em 2010, o encontro será realizado em setembro,na FIERGS, com palestras, oficinas e espaço para exposição<strong>de</strong> produtos.E ambiciosa, mas viável, é a meta da instituição para 2010:com a ajuda <strong>de</strong> 11 universida<strong>de</strong>s, preten<strong>de</strong> visitar 80 milmicro e pequenas empresas do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, oferecendo-lheso diagnóstico e as soluções que <strong>de</strong>verão colocarem prática. A instituição vem fazendo esse trabalho <strong>de</strong>s<strong>de</strong>março, através <strong>de</strong> campanha que, nascida como ação <strong>de</strong>consultoria planejada pelo <strong>Sebrae</strong> Nacional para melhoraro atendimento às MPEs, ganhou versão ampliada noEstado como Negócio a Negócio. Des<strong>de</strong> a <strong>de</strong>flagração dainiciativa até o fechamento <strong>de</strong>sta edição, nossas equipes jáestiveram em mais <strong>de</strong> 12 mil empresas.Além disso, o Sistema <strong>Sebrae</strong> comemora os resultados <strong>de</strong>um ano da lei que formaliza o empreen<strong>de</strong>dor individual,o EI; fala sobre a importância da agricultura familiar naeconomia do País; e propõe uma viagem por caminhosque foram abertos pelos tropeiros, empreen<strong>de</strong>dores que,no <strong>tempo</strong> em que o Brasil era colônia <strong>de</strong> Portugal, atravessaramfronteiras com suas mulas carregadas <strong>de</strong> produtos.Paulo Fernan<strong>de</strong>s TigrePresi<strong>de</strong>nte do Conselho Deliberativo do <strong>Sebrae</strong>/RSDiretor-superinten<strong>de</strong>nte: Marcelo <strong>de</strong> Carvalho LopesDiretor <strong>de</strong> Administração e Finanças: Léo José Borges Hainzenre<strong>de</strong>rDiretor Técnico: Marco Antônio Kappel RibeiroEntida<strong>de</strong>s que compõem oConselho Deliberativo do <strong>Sebrae</strong>/RS:• Banco do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul S/A -BANRISULTitular: Mateus Affonso Ban<strong>de</strong>ira• Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias do Estado do Rio Gran<strong>de</strong>do Sul - FIERGSTitular: Paulo Gilberto Fernan<strong>de</strong>s Tigre (Presi<strong>de</strong>nte)• Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ralTitular: Ruben Danilo <strong>de</strong> Albuquerque Pickrodt• Centro das Indústrias do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> doSul - CIERGSTitular: André Vanoni <strong>de</strong> Godoy• Secretaria do Desenvolvimento e dos AssuntosInternacionais do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - SEDAITitular: Josué <strong>de</strong> Souza Barbosa• Banco do Brasil S/ATitular: Clênio Severio Teribele• Fe<strong>de</strong>ração das Associações Comerciais e <strong>de</strong> Serviçosdo Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - FEDERASULTitular: José Paulo Dornelles Cairoli• Fe<strong>de</strong>ração da Agricultura do Estado do Rio Gran<strong>de</strong>do Sul - FARSULTitular: Carlos Rivaci Sperotto• Fe<strong>de</strong>ração do Comércio <strong>de</strong> Bens e <strong>de</strong> Serviços doEstado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - FECOMÉRCIOTitular: Luiz Carlos Bohn• Serviço Brasileiro <strong>de</strong> Apoio às Micro e PequenasEmpresas - SEBRAETitular: Luís Afonso Bermú<strong>de</strong>z• Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial -SENAI/RSTitular: César Rangel Codorniz• Fundação <strong>de</strong> Amparo à Pesquisa do Rio Gran<strong>de</strong> doSul - FAPERGSTitular: Rodrigo Costa Mattos• Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Rural -SENAR/RSTitular: Carlos Alberto Schütz• Fe<strong>de</strong>ração das Câmaras <strong>de</strong> Dirigentes Lojistas do RioGran<strong>de</strong> do Sul - FCDLTitular:Vitor Augusto Koch• CAIXA Estadual S/A - Agência <strong>de</strong> Fomento/RSTitular: Carlos Rodolfo Hartmann
O superinten<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong>/RS,Marcelo Lopes,explica que a Feira do Empreen<strong>de</strong>dortem o objetivo <strong>de</strong> fomentar acriação <strong>de</strong> um ambiente favorávelà geração <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócio,isto é, estimular o surgimento, a ampliação e adiversificação <strong>de</strong> empreendimentos sustentáveis, além<strong>de</strong> difundir o empreen<strong>de</strong>dorismo como um estilo <strong>de</strong>vida. Ele acrescenta que “cada uma das feiras é umuniverso <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>novas i<strong>de</strong>ias; um lugar on<strong>de</strong> negóciospo<strong>de</strong>m ser criados ou reinventados”.A EXPECTATIVAÉ A DERECEBER, NOSQUATRO DIASDE DURAÇÃO,MAIS DE 13 MILVISITANTESPRESENCIAIS E16 MIL VIRTUAISNa edição <strong>de</strong> 2010, uma das atraçõesserá o Salão <strong>de</strong> Franquias,com 790 metros quadrados e capacida<strong>de</strong>para 42 empresas expositoras.É a primeira vez que o RioGran<strong>de</strong> do Sul realiza um evento<strong>de</strong>sse porte envolvendo o setor<strong>de</strong> franchising. O superinten<strong>de</strong>nteacredita que “a Feira do Empreen<strong>de</strong>dor,por ter a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estimular i<strong>de</strong>ias empreen<strong>de</strong>doras,também é o local a<strong>de</strong>quado para reunir asmelhores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios em franquias”. Oespaço conta com a parceria da Associação Brasileira<strong>de</strong> Franchising (ABF). Os interessados em participarcomo expositores po<strong>de</strong>m entrar em contato com a empresaresponsável pela comercialização dos espaços, aVDN Eventos, através dos telefones: (11) 5678.7792,(11) 8788.6233 e (51) 9936.7757.De acordo com a gestora da feira no <strong>Sebrae</strong>/RS,Adriana Hartmann Lewis, a expectativa é a <strong>de</strong> receber,nos quatro dias <strong>de</strong> duração, mais <strong>de</strong> 13 mil visitantespresenciais e 16 mil virtuais. “Por meio do site www.sebrae-rs.com.br/feiradoempreen<strong>de</strong>dor, vamos propiciaraos gaúchos o acesso aos caminhos e soluções sobreabertura <strong>de</strong> empresas, gestão empresarial, alternativas<strong>de</strong> negócios, novos empreendimentos, inovaçõestecnológicas, acesso a mercados e ao crédito, entre outros”,informa. Para o completo êxito <strong>de</strong>sta edição, o<strong>Sebrae</strong>/RS montou um comitê gestor, composto por30 representantes <strong>de</strong> diversas áreas, que iniciou os preparativosjá no ano passado.Quem visitar a feira também terá à disposição o EspaçoEmpreen<strong>de</strong>dor do Futuro, que <strong>de</strong>verá receber 1.100crianças para usufruírem das atrações. Do interior doEstado, estão sendo esperados 3.500 empreen<strong>de</strong>dores,que participarão como integrantes <strong>de</strong> 70 missões. Alémdisso, a Feira do Empreen<strong>de</strong>dor contará com áreaspara pequenas máquinas, negócios paraFoto: Elias EberhardtEm 2008, 15.929 pessoas participaramda Feira do Empreen<strong>de</strong>dor e outras21.957 estiveram nas palestras do Fórum<strong>de</strong> Empreen<strong>de</strong>dorismodimento às empresas que tiverem dúvidas sobre soluções<strong>de</strong> TI.As atrações da feira seguem com exposição dos grupos<strong>de</strong> artesanato apoiados pelo <strong>Sebrae</strong>/RS, atendimentoao Empreen<strong>de</strong>dor Individual, a Loja <strong>Sebrae</strong> e aCentral Fácil com a presença das entida<strong>de</strong>s envolvidasno processo <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> empresas. “Uma ativida<strong>de</strong>inovadora será o Cine Empreen<strong>de</strong>dor, que consiste nareprodução <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> cinema on<strong>de</strong> serão veiculadostrechos <strong>de</strong> filmes comerciais para trabalhar, juntoaos participantes, temas como li<strong>de</strong>rança, empreen<strong>de</strong>dorismo,gestão e trabalho em equipe, entre outros”,explica a gestora.Palestras nacionais einternacionaisO Fórum <strong>de</strong> Empreen<strong>de</strong>dorismo contará com eventos<strong>de</strong> âmbito nacional e internacional durante 10 e 11 <strong>de</strong>setembro. No primeiro dia <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, os <strong>de</strong>staquesa Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, representaçõescomerciais e espaço para soluçõesinovadoras, com a presença <strong>de</strong> instituiçõesque trabalham com incubadoras.No mesmo local, também será realizadauma mostra <strong>de</strong> software e <strong>de</strong> serviçosque terá 20 empresas expositoras e umestan<strong>de</strong> institucional com informaçõessobre o Programa <strong>de</strong> Tecnologia daInformação do Estado, para dar atenficarãopor conta da palestra sobre Empreen<strong>de</strong>dorismoDigital, com a participação <strong>de</strong> SilvioMeira; o painel <strong>de</strong> franchising, que terá a apresentação<strong>de</strong> cases <strong>de</strong> sucesso; e a pesquisa Oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Negócio no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. “Oestudo mapeou as necessida<strong>de</strong>s ainda não atendidaspor parte dos consumidores, bem comoos potenciais negócios no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul”,adianta Adriana. O ambiente empreen<strong>de</strong>dorserá o tema central do segundo encontro, no dia11 <strong>de</strong> setembro, com palestras que abordarão oEmpreen<strong>de</strong>dorismo no Mundo, no Brasil e noRio Gran<strong>de</strong> do Sul, com base nas informaçõesda pesquisa GEM - Global EntreperneushipMonitor, que me<strong>de</strong> o nível <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismoem diversos países.Pelo BrasilNa edição anterior no Estado,o público presente às palestrasdo Fórum <strong>de</strong> Empreen<strong>de</strong>dorismochegou à marca <strong>de</strong> 21.957pessoas. Pelo site, outras 15.929pessoas também participaram da Feira doEmpreen<strong>de</strong>dor. O blog e os ví<strong>de</strong>os registraramo acesso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3 mil interessados em oportunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> negócios.Des<strong>de</strong> 1995, a Feira do Empreen<strong>de</strong>dor é realizadaem diferentes estados e regiões do País. Ocircuito <strong>de</strong> 2010 ocorre, a partir <strong>de</strong> maio, em 14municípios brasileiros (Belém, Joinville, CampoGran<strong>de</strong>, Fortaleza, Aracajú, Belo Horizonte,Porto Alegre, Maringá, Pernambuco, Teresina,Natal, Boa Vista, Palmas e São Paulo).Em seus 16 anos <strong>de</strong> sucesso consolidado noBrasil por sua qualida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações,a Feira do Empreen<strong>de</strong>dor tem sido umêxito crescente. É uma excelente ferramentapara multiplicar e fortalecer as micro e pequenasempresas. Na prática, é uma vitrine do <strong>Sebrae</strong>para se aproximar ainda mais da sua clientela.6Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 7
Negócio a negócioPrograma temcomo metalevar orientaçãoempresarial do<strong>Sebrae</strong>/RS para<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 80mil pequenosA equipe estáEM CAMPOnegócios noO Programa Negócio a Negócio, do <strong>Sebrae</strong>/RS, está modificandoo dia a dia das micro e pequenas empresas do Rio Gran<strong>de</strong>do Sul. Trata-se <strong>de</strong> um projeto pioneiro que leva universitários,capacitados pela instituição, a prestarem consultorias <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> empresas com até quatro funcionários e a empreen<strong>de</strong>doresindividuais – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>vidamente formalizados. Mais <strong>de</strong>300 acadêmicos foram capacitados na metodologia da açãodo <strong>Sebrae</strong>/RS, em parceria com as universida<strong>de</strong>s, e atuamcomo Agentes <strong>de</strong> Orientação Empresarial. Ao longo <strong>de</strong> 2010,a meta é viabilizar o diagnóstico da situação <strong>de</strong> 80 mil MPEsgaúchas e oferecer soluções individuais a cada uma <strong>de</strong>las. Oinvestimento nesta iniciativa será <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$ 10 milhões.EstadoFoto: UNISC Santa Cruz do Sul/DivulgaçãoUniversitários da Unisc Litoral, em Capão da Canoa,integram o time que tem como meta aten<strong>de</strong>r 80 mil empresas“Estamos invertendo a lógica da entida<strong>de</strong>, que eraesperar o pedido <strong>de</strong> ajuda das empresas, para irmosàqueles que precisam <strong>de</strong> nossa orientação e, muitasvezes, não têm <strong>tempo</strong> ou recurso financeiro”, afirmao superinten<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong>/RS, Marcelo Lopes. Eletambém observa que “os empreen<strong>de</strong>dores, ao tomaremcontato com a ferramenta, ficam satisfeitos emverificar que se trata <strong>de</strong> uma oportunida<strong>de</strong> única paraobter diagnóstico sobre o que está bem e sobre aquiloque precisa ser melhorado em seu negócio”.No programa Negócio a Negócio, o empresário <strong>de</strong>veráreceber três visitas. Inicialmente, os agentes farão umdiagnóstico do empreendimento para saber on<strong>de</strong> hánecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte, nas áreas <strong>de</strong> gestão financeira,i<strong>de</strong>ntificação dos concorrentes, colocação <strong>de</strong> mercadorias,relacionamento com os clientes, entre outros. Asegunda etapa prevê a execução das melhorias necessárias.O empreen<strong>de</strong>dor será informado sobre pontoscríticos do negócio e receberá sugestões e ferramentas<strong>de</strong> gestão para superá-los. Na última etapa, será avaliadoo impacto das mudanças colocadas em prática parao resultado da empresa.No Estado, a meta é realizar 240 mil atendimentos gratuitos– três por empresa – ao longo <strong>de</strong> 2010, o querepresenta 10% da meta em todo Brasil. Até o fechamento<strong>de</strong>sta edição da <strong>revista</strong> Tempo <strong>de</strong> Agir, mais<strong>de</strong> 12 mil empresas das regiões Metropolitana, Norte,Noroeste, Serra Gaúcha, Sul, Vale do Sinos, Centro,Campanha e Fronteira Oeste, Litoral e Vales do Taquarie do Rio Pardo receberam a visita dos agentes,totalizando mais <strong>de</strong> 19 mil atendimentos.Os agentes <strong>de</strong> orientação empresarial são estudantesdos cursos <strong>de</strong> Administração, Economia, CiênciasContábeis e Engenharia, selecionados pelas <strong>de</strong>z universida<strong>de</strong>sparceiras do projeto. Segundo a gestora doNegócio a Negócio no <strong>Sebrae</strong>/RS, Viviane AndressaPinto, a estrutura <strong>de</strong> governança <strong>de</strong>senvolvida para oprograma é composta por uma universida<strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadora,a Unisinos, e universida<strong>de</strong>s executoras para cadaregião do Estado, <strong>de</strong> acordo com a divisão territorialdo <strong>Sebrae</strong>/RS. As executoras são Pucrs (Região Metropolitana),Unisc Campus Capão da Canoa (RegiãoMetropolitana 2 - Litoral), URI (Região Norte), Unijuí(Região Noroeste), UCS (Região da Serra Gaúcha),Unisinos (região dos vales do Sinos, Caí e Paranhana),No Estado, a metaé realizar 240 milatendimentos gratuitos– três por empresa – aolongo <strong>de</strong> 2010, o querepresenta 10% do totalem todo BrasilFurg (Região Sul), Unisc (Região do Vale do Taquari),Urcamp (Região da Campanha) e UFSM (Região Centro).“As instituições <strong>de</strong> ensino superior são importante pilar<strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong>sta ação, na medida em que selecionamos estudantes em final <strong>de</strong> curso, que estão indoa campo para o contato direto com os empreen<strong>de</strong>dores.É uma ótima experiência para a empresa e para osuniversitários”, ressalta Marcelo Lopes. Para aten<strong>de</strong>ràs empresas, o <strong>Sebrae</strong>/RS os capacitou com relaçãoao ambiente das micro e pequenas empresas gaúchas,o perfil do público que é alvo do projeto, formas <strong>de</strong>abordagem e o que é o <strong>Sebrae</strong> e seus produtos.Até o momento, os feedbacks são positivos, contaWellington Munareto, um dos 40 agentes <strong>de</strong> orientaçãoempresarial que estão em campo pela Pucrs. “Tenhoobtido uma aceitação <strong>de</strong> 75% por parte dos empreen<strong>de</strong>dores;<strong>de</strong>ssa forma, consigo atingir minha metadiária <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, que é <strong>de</strong> cinco empresas”, revela oestudante do 6º semestre do curso <strong>de</strong> Contabilida<strong>de</strong>. Auniversitária Fernanda Ribeiro dos Santos também estáentusiasmada com o projeto. “O mais difícil é convencê-los<strong>de</strong> que o atendimento é gratuito”, surpreen<strong>de</strong>seFernanda, que cursa Administração com ênfase emEmpreen<strong>de</strong>dorismo e Sucessão.O telefone da Central <strong>de</strong> Relacionamento do <strong>Sebrae</strong>(0800 570 0800) está disponível para inscrições dos empreen<strong>de</strong>doresinteressados em receber a consultoria.8 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 9
GestãoA cerejado boloObsessão pelo resultado, conhecimento do mercado, qualificação das pessoase dos processos, planejamento e li<strong>de</strong>rança, inovação, empreen<strong>de</strong>dorismo.Esses e outros temas relacionados à boa gestão fazem parte do cardápio domundo corporativo no Brasil <strong>de</strong> hoje. É natural que estejam na rotina das empresas,que ocupem algum <strong>tempo</strong> <strong>de</strong> seus executivos e colaboradores e que sejam assunto<strong>de</strong> seminários, MBA’s ou <strong>de</strong> mais alguns livros na estante. Tudo isso acontece porqueas pessoas precisam <strong>de</strong> insumos para formação, bom <strong>de</strong>sempenho nas tratativascom o chefe, na conversa com os amigos, ou, para ser mais objetivo, naquela ent<strong>revista</strong>importante para ser, afinal, escolhido na empresa dos sonhos.A <strong>de</strong>manda domercado por novassoluções cresce emritmo aceleradoe precisa <strong>de</strong> umaresposta a<strong>de</strong>quada,que começa <strong>de</strong>ntrodas empresasO ambiente corporativo vivencia um tsunami <strong>de</strong> informações.A estabilida<strong>de</strong> da moeda e as perspectivas <strong>de</strong> um crescimentoduradouro na economia ampliam a <strong>de</strong>manda por qualificaçãono Brasil, gerando muitas oportunida<strong>de</strong>s para empresas epessoas. O vetor da produção <strong>de</strong> conhecimento está em alta,mas não po<strong>de</strong>mos confundir todo esse movimento e trabalhoduro com resultados efetivos. A afirmação é do consultor<strong>de</strong> empresas Gilson Coelho, inquieto diante da maneira comomuitas empresas estão encarando os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>correntesda <strong>de</strong>manda por inovação que há no mercado. Ele consi<strong>de</strong>raque o enfoque distorcido do tema minimiza a compreensãoda massa <strong>de</strong> empresários, sobretudo dos pequenos e micro.Como especialista e pesquisador em Gestão do Conhecimento,afirma que o ambiente corporativo está sendo negligenciadoe pouco percebido como a gran<strong>de</strong> fonte inspiradora doconhecimento criativo, capaz <strong>de</strong> produzir inovação e <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>ràs expectativas do mercado.No livro que está escrevendo, intitulado Gestão <strong>de</strong> Conhecimentonas Empresas em Ambiente <strong>de</strong> Inovação, Gilson Coelhoargumenta que até se consegue gerar conhecimento nasempresas, mas acrescenta que pouco se faz sobre gestão, oque é um impeditivo para um ambiente favorável à inovação.Para complicar, a função do RH como guardião da cultura eli<strong>de</strong>rança do processo <strong>de</strong> capacitação está se fragmentando,dificultando o acesso ao estágio mais avançado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,que o consultor classifica como competência.10 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 11>>
Qualquer empresa,<strong>de</strong> qualquertamanho, será lugarpara inovaçãorespeitamos a teoria se ela for aplicada com sucesso naprática.É evi<strong>de</strong>nte que o ambiente empresarial é o ninho naturaldo pragmatismo, mas existem empresas extremamenteobjetivas, que trabalham as li<strong>de</strong>ranças e têmas metas e os métodos muito bem-<strong>de</strong>finidos em suarotina. Nelas, a inovação tem o seu espaço, em funçãodo aporte <strong>de</strong> conhecimento que se manifesta emtoda a organização. Os fundamentos são respeitados,e a prática exaustiva acaba validando qualquer teoriaútil. Se um bom curso for ministrado, por exemplo,o aprendizado será imediatamente verificado, e a empresanão vai <strong>de</strong>scansar até que o tema seja aplicado.Nestas empresas, a obsessão pelo resultado parece estarno DNA, faz parte da cultura. A boa gestão não<strong>de</strong>sperdiça o potencial das pessoas.No outro extremo, existem empresas que teorizam sobretudo, mas aplicam muito pouco. Verbalizam sobreexcelência, mas pecam nos fundamentos. Nesse ambiente,a inovação não se manifesta. Quando a CNI(Confe<strong>de</strong>ração Nacional da Indústria) afirma que aempresa é o lugar on<strong>de</strong> a inovação <strong>de</strong>ve nascer, apontapara um mar <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s das quais nós mal começamosa usufruir. Acredito que, na medida em queo aporte <strong>de</strong> Conhecimento (e a sua gestão) se popularizarcomo insumo básico para a produção <strong>de</strong> inovação(me parece que hoje é o viés tecnológico que predomina),as nossas possibilida<strong>de</strong>s serão ampliadas, comimpacto significativo na competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas,empresas ou nação.Nas palestras que faz peloBrasil, o consultor GilsonCoelho afirma que a negligênciado ambiente corporativo nasempresas é uma das causas do<strong>de</strong>sperdício do potencial criativoTA: E o estudo acadêmico? On<strong>de</strong> entra asua contribuição?GC: Nesse ambiente um aluno po<strong>de</strong> tirar nota 10 emtudo e não aplicar nada na sua vida pessoal e profissional.Para que servirá esse conhecimento?Se não for canalizado para resolverproblemas ou causar algum impactona socieda<strong>de</strong>, melhorando a qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida das pessoas, qual o propósito?No ambiente das empresas, se fizermosalgo sem propósito provocaremos um aumento<strong>de</strong> custos, diminuindo o valor agregado para os clientes,e nada disso está combinado com eles. A <strong>de</strong>mandado mercado é por redução <strong>de</strong> custos.Po<strong>de</strong>mos reconhecer um traço comum nas escolas oucursos bem-sucedidos: a maior ou menor aproximaçãocom as reais <strong>de</strong>mandas do mercado. Quando essaaproximação é muito gran<strong>de</strong>, o curso ocorre quase quepor encomenda, feito sob medida, e transforma-se emum sucesso, com impacto significativo na socieda<strong>de</strong>.Quando a produção do conhecimento está muito distantedo público-alvo, tendo pouco a ver com as reais<strong>de</strong>mandas, po<strong>de</strong>mos incorrer no erro <strong>de</strong> produzir algoe consumir recursos que não serão plenamente utilizadospelo mercado. Na linguagem <strong>de</strong> produção, essa seriaa produção empurrada, conhecida como Just in Case.No ambiente da empresa, quando abusamos do Just inCase, logo percebemos os reflexos no volume dos estoques,no fluxo <strong>de</strong> caixa, no volume das <strong>de</strong>spesas e nosproblemas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Nele, as pessoas usam poucosua cabeça e esbanjam recursos. Há pouco capital intelectuale muito <strong>de</strong>sperdício. No ambiente <strong>de</strong> empresa,esse comportamento produz consequências imediatas,a ponto <strong>de</strong> as pessoas per<strong>de</strong>rem seus empregos. A empresapo<strong>de</strong> quebrar.É urgente que as empresas se ocupem do tema da Gestãodo Conhecimento, sob pena <strong>de</strong> não conseguiremcorrespon<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas do mercado por inovação.A crítica feita às empresas sobre o <strong>de</strong>sconhecimentodo mercado vale <strong>de</strong> forma multiplicada para o sistemaeducacional, que, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecedor, poucoconhece sobre as <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>ssa turma - as empresas-, que tem a missão <strong>de</strong> produzir produtos e serviçospara um mercado cada vez mais exigente.Não é difícil observar que a aca<strong>de</strong>mia, por não estarmuito próxima das <strong>de</strong>mandas reais do mercado, vemse especializando na produção <strong>de</strong> pacotes muito bemembaladospor novos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> marketingbem-articulados, usando linguagem comercial agressivae objetiva. A pessoa lê o fol<strong>de</strong>r e conclui que aquiloé tudo <strong>de</strong> que ela necessita. Se verificarmos a explosãodos MBA´s (Master in Business Administration) queocorreu no Brasil, não enten<strong>de</strong>remos por que carecemostanto da boa gestão, por que não somos bons eminovação e carecemos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, <strong>de</strong> planejamento.Foto: Mathias CramerTA: Mas os diplomas influenciam no ganhodas pessoas. Então contribuem. Concorda?GC: As empresas necessitam <strong>de</strong> competências e issonada tem a ver com diploma. O conceito surgiu noambiente corporativo, nas décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980,quando novas tecnologias precisaram ser incorporadasao sistema <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>ixando para trás as característicasque marcaram a falência do Mo<strong>de</strong>lo T <strong>de</strong> HenryFord. Mais uma vez o conhecimento seria o pano<strong>de</strong> fundo das mudanças, só que agora ele seria incorporadoà prática no ambiente <strong>de</strong> produção, associadoà postura, à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>agir</strong> sob pressão, <strong>de</strong> precisartomar <strong>de</strong>cisões em pleno ambiente <strong>de</strong> trabalho. Agorao conhecimento não estaria mais dissociado da prática.Existem muitas empresas que ainda não incorporaramo conceito <strong>de</strong> competências nas suas políticas <strong>de</strong> RecursosHumanos e, por conta disso, estão recrutandomal (ofuscadas pelos brilhos dos diplomas), não privilegiandoe tampouco <strong>de</strong>senvolvendo os seus funcionários.Por conta disso estão sempre em busca <strong>de</strong> umsalvador (bem-diplomado) que assume funções-chavesem o conhecimento da cultura da empresa, muito menosdas características do mercado on<strong>de</strong> está inserida.Voltando para o mercado em geral, enquanto o conceito<strong>de</strong> competência não produz seus efeitos no mundoreal dos negócios, o mundo das aparências precisaser alimentado e <strong>de</strong>safiado. É muito comum a genteouvir que “fulano <strong>de</strong> tal”, apesar da boa graduação e<strong>de</strong> ter cursado um MBA, não consegue trabalho. Isso,aos poucos, vai impregnando o inconsciente coletivo,que passa a almejar por mais e mais graduação. Muitosacabam chegando ao Mestrado. “Ufa!!! Finalmente ummestre!” Qual é a impressão que se tem <strong>de</strong> um mestre?O ambiente <strong>de</strong> trabalho é pragmático, temsentido <strong>de</strong> urgência, tem consequências,positivas e negativas. É o palco on<strong>de</strong>respon<strong>de</strong>mos pelos nossos erros e acertos14 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 15
SoftwareUm craque que, em função das suas experiências, temcondições <strong>de</strong> passar esta expertise a seus discípulospara influenciar a vida das pessoas e da comunida<strong>de</strong>.Não é nosso caso. O mestre, por estas bandas, não temmuito a ver com o ambiente corporativo, mas tudo aver com o ambiente acadêmico. Em geral é i<strong>de</strong>ntificadocomo aquele ser altamente diplomado, que, do altoda sua sapiência, ensinará aos pobres mortais comosobreviver e se dar bem no ambiente competitivo.A realida<strong>de</strong> é que ao sistema educacional falta pragmatismo.As empresas necessitam <strong>de</strong> competências, masele oferece diplomas. Em gran<strong>de</strong> medida porque estão<strong>de</strong>sconectados com as reais necessida<strong>de</strong>s do mercado.É urgente que asempresas se ocupemdo tema da Gestão doConhecimento, sob pena<strong>de</strong> não conseguiremcorrespon<strong>de</strong>r às<strong>de</strong>mandas do mercadopor inovaçãoMPEs da área da Tecnologia daInformação recebem incentivopara melhoria na gestãoEm nova versãoTA: Fale um pouco mais sobre a gestão doconhecimento no ambiente da empresa.GC: No ambiente da empresa precisamos prestaratenção nos indicadores que se relacionam com a produçãoe com as vendas, mas também com o conhecimentoque faz funcionar os processos e mantém vivaa memória, a cultura. Nesse ambiente existe conhecimentotácito e conhecimento explícito.O tácito é o que está na cabeça das pessoas e tem tudoa ver com as suas experiências, pessoais e profissionais.O termo tácito vem do Latim e significa não-expressoem palavras.O conhecimento explícito é o que foi capturado, formatadoe sistematizado. È fácil <strong>de</strong> ser multiplicado. Algunsexemplos são os livros, um gráfico que sintetizaacontecimentos ao longo do <strong>tempo</strong>, uma fórmula ouuma ferramenta <strong>de</strong>senvolvida e consagrada na prática.No ambiente da empresa, o conhecimento tácito é algoem torno <strong>de</strong> 80%. Está lá, é precioso, mas muitas vezesnegligenciado pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão, e muitas empresasconvidam as pessoas a <strong>de</strong>ixarem suas cabeçasnas portarias. Os funcionários entram só com o corpo,como um simples fator <strong>de</strong> produção. Nesse caso,o maior <strong>de</strong>sperdício é o <strong>de</strong> cérebros. Silenciosos, elesnão enriquecem o capital intelectual, a matéria-primado século XXI.Por sua vez, o conhecimento explícito representa algoem torno <strong>de</strong> 20%.A inovação é a cereja <strong>de</strong>ste bolo. Po<strong>de</strong> ser comparadaao diamante lapidado, que é altamente valorizado nomercado.O campo da Tecnologia da Informação (TI) cresce navelocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um clique e registra expansão <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>9% ao ano no Brasil, segundo pesquisa da Associaçãopara Promoção da Excelência do Software Brasileiro(Softex). No Estado, gran<strong>de</strong>s universida<strong>de</strong>s nas regiõesCentro, Vale do Taquari e Rio Pardo são referênciana formação <strong>de</strong> profissionais qualificados na área eincentivam a formação <strong>de</strong> incubadoras - berços paraa geração <strong>de</strong> muitas empresas <strong>de</strong> base tecnológica.O potencial empresarial do ramo é gran<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>ser mais bem-aproveitado com empreen<strong>de</strong>dorescapacitados para a gestão dos negócios. Por isso,o <strong>Sebrae</strong>/RS investe em um novo projeto, que beneficiaos pequenos negócios e impulsiona o setor.>>16 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 17
As universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Cruz do Sul(Unisc) e Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Maria (UFSM) sãoparceiras na realização do projeto Desenvolveras Empresas <strong>de</strong> Software da Região Centro, Valedo Taquari e Rio Pardo, além da Associação <strong>de</strong>Empresas <strong>de</strong> Software do Vale do Taquari e RioPardo (Re<strong>de</strong> ATIvales), do Sindicato das Empresas<strong>de</strong> Informática do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul(Seprorgs), da Associação das Empresas Brasileiras<strong>de</strong> Tecnologia da Informação, Software eInternet Regional RS (Assespro) e da AssociaçãoSul-Riogran<strong>de</strong>nse <strong>de</strong> Apoio ao Desenvolvimento<strong>de</strong> Software (Softsul). O objetivo geral épromover avanços empresariais através da ampliação<strong>de</strong> mercados e melhorias <strong>de</strong> gestão, comcapacitações, consultorias individuais e açõestécnicas especiais. Conforme o gestor do <strong>Sebrae</strong>/RS,Márcio Rebelatto, 42 MPEs a<strong>de</strong>riramà iniciativa e os trabalhos estão sendo realizadoscom dois grupos, centralizados nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Santa Cruz do Sul e <strong>de</strong> Santa Maria.Conforme estudo <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> do <strong>Sebrae</strong>/RS,no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, cerca <strong>de</strong> 70% das empresasdo segmento produzem software e, <strong>de</strong>stas,90% estão focadas em produção <strong>de</strong> programaspara gestão empresarial e automação comercial.Segundo Rebelatto, reunidas, as regiões atendidaspelo projeto concentram aproximadamente100 empresas do setor, sendo a maior parte <strong>de</strong>lasMPEs que registram cada uma, em média,seis postos <strong>de</strong> trabalho. Além do ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>e das incubadoras, há projetos aprovados,entre a administração pública e parceiros, para aconstrução <strong>de</strong> Parques Tecnológicos em SantaMaria e Santa Cruz do Sul.“Temos um ambiente favorável ao <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> negócios na área <strong>de</strong> TI. O movimentoque ocorre reflete o que a economia vem apontandopara o setor: um crescimento estimado <strong>de</strong>10% ao ano nos próximos períodos. É precisoinvestir para que o progresso continue e se consoli<strong>de</strong>”,afirma Rebelatto. Na percepção <strong>de</strong>le,um dos <strong>de</strong>safios é que os estudantes formadossintam-se estimulados a ficar e a fixar empreendimentosno local, o que fortalecerá a ca<strong>de</strong>iaprodutiva.Com as MPEs já inscritas no projeto, o <strong>Sebrae</strong>/RSrealizou avaliações e construiu diagnósticospara i<strong>de</strong>ntificar necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gestãoe o perfil comercial. “A partir <strong>de</strong>stes resultados,elaboramos ações para o ano e pu<strong>de</strong>mos ter umpanorama quanto à atuação e especialida<strong>de</strong>s dasempresas. Há <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares paradiversos segmentos <strong>de</strong> mercado, como agronegócio,comércio, metalmecânico e serviços emgeral. Este apoio também é uma forma <strong>de</strong> impulsionaro <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> outros setorese muitas MPEs locais”, explica.Qualificação digitalDes<strong>de</strong> abril, são realizadas reuniões mensais entre asMPEs. Nos encontros há <strong>de</strong>bates, troca <strong>de</strong> informações,<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> novas <strong>de</strong>mandas e aprendizado, comdiferentes palestrantes. “Já tivemos workshops sobreoportunida<strong>de</strong>s e cenário atual no mercado <strong>de</strong> TI e aindaserão promovidas capacitações em Planos <strong>de</strong> Negócios”,conta o gestor. Em julho ocorre a implantaçãodo programa <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> gestão empresarial eem agosto oficinas acerca <strong>de</strong> parcerias estratégicas. Eleesclarece que com aulas focadas especialmente em TIe auxílio <strong>de</strong> consultores para aplicação do conteúdoindividualmente na empresa, os empreen<strong>de</strong>dores po<strong>de</strong>rãoelaborar estratégias <strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quadas paraingressar em novos mercados ou ampliar a participaçãonaqueles em que já atuam.Entre setembro e outubro está p<strong>revista</strong> uma capacitaçãoem gestão da inovação, que envolverá a questão<strong>de</strong> precificação do produto e o cálculo <strong>de</strong> custo parao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares. Rebelatto ainda informaque no início do mês <strong>de</strong> junho empresários doprojeto realizaram uma visita ao Porto Digital <strong>de</strong> Recife,local que é referência para o setor; e confirma queeles promoverão mais duas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intercâmbio<strong>de</strong> conhecimento este ano: missão técnica para a RioInfo (feira que se realiza em setembro, no RJ); e umseminário regional (vai envolver as MPEs do projeto econvidados em novembro). “Além disso, os empreen<strong>de</strong>doresjá se articularam para participar <strong>de</strong> mostras naFeira do Empreen<strong>de</strong>dor e Mercopar”, revela o gestor.Negócios sem fronteirasMais atentas à gestão, as MPEs da região po<strong>de</strong>maumentar suas potencialida<strong>de</strong>s. Entre asmetas do projeto está o aumento <strong>de</strong> 20% emnúmero <strong>de</strong> clientes e <strong>de</strong> faturamento dos negóciosatendidos. Outro objetivo é que sejamprofissionalizados para a atuação nos mercadosnacional e internacional. Rebelatto conclui que“com trabalho associativo e foco na capacitaçãoteremos boas bases para promover a inovaçãoe estabelecer parcerias estratégicas. Isso po<strong>de</strong>ráelevar o nível <strong>de</strong> competição global e gerar novasoportunida<strong>de</strong>s na própria região”.O projeto terá dois anos <strong>de</strong> duração e está alinhadoà estratégia do Programa da Indústria <strong>de</strong>Software do RS, sendo que o <strong>Sebrae</strong>/RS mantémcinco projetos voltados à esfera da TI noEstado atualmente. Mas o apoio da instituiçãoao setor já ocorre há cerca <strong>de</strong> três anos. EmSanta Cruz do Sul, Venâncio Aires e Lajeado, apartir <strong>de</strong> 2007 atuou com iniciativas que envolverama participação <strong>de</strong> 17 empresas. Em SantaMaria, iniciou-se em maio <strong>de</strong> 2009 com a formação<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> 10 MPEs atendidas peloprojeto Fomento Setorial do Centro.EstatísticaO setor <strong>de</strong> TI encerrou 2009 com crescimento<strong>de</strong> 9,3% e uma receita anual aproximada <strong>de</strong> R$52,8 bilhões. Para 2010, a Softex estima ummovimento <strong>de</strong> R$ 57,7 bilhões e uma repetiçãodo nível <strong>de</strong> crescimento, acima <strong>de</strong> 9%.18 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 19
Criada em 1991, em Sant’Ana do Livramento,município distante 497 km <strong>de</strong> Porto Alegre,a Univaz produz uniformes industriais e comerciaisque continuam como carro-chefe da empresa. A industrialização<strong>de</strong> bombachas surgiu para suprir lacunas<strong>de</strong> produção. De acordo com o empresário, “o uniformepossui uma curva <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, ou seja, é ummercado <strong>de</strong> altos e baixos. Eu precisava <strong>de</strong> um produtoque suprisse esses períodos”. Foi então que, aovisitar um cliente da cida<strong>de</strong>, Paulo teve a i<strong>de</strong>ia. “Eleme perguntou se eu produzia bombachas. Depois <strong>de</strong>pensar naquilo peguei um mol<strong>de</strong>, levei para casa e fiz amo<strong>de</strong>lagem. Não foi difícil produzir, porque o tipo <strong>de</strong>maquinário utilizado é o mesmo que uso nos uniformes”,explica Paulo.Antes <strong>de</strong> criar a Univaz, ele foi subgerente em umaagência bancária, ramo em que trabalhou durantedoze anos. Com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, i<strong>de</strong>ntificouna confecção uma boa oportunida<strong>de</strong> e partiu em busca<strong>de</strong> informações para executar a i<strong>de</strong>ia em parceriacom um colega <strong>de</strong> trabalho. Foi através do <strong>Sebrae</strong>/RSque iniciou o <strong>de</strong>senvolvimento da gestão da empresa.“Vimos que o mercado <strong>de</strong> consumo para uniformesera crescente, pois não havia muitas empresas bem-estruturadaspara aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda”, conta Paulo, quejá participou <strong>de</strong> oficinas, <strong>de</strong> palestras e do Empretec,ativida<strong>de</strong>s que a instituição oferece.Em 2005, a bombacha passou a fazer parte do catálogoda empresa. O tradicional item da vestimenta gaúchafoi além, ganhando marca própria. “A bombacha Tauraé um produto hoje comercializado em todo o territóriobrasileiro. Ven<strong>de</strong>mos basicamente por atacado,enviando mostruário, visitando clientes”, conta o empreen<strong>de</strong>dor.Mas foi através da internet que o negóciose popularizou. “Além <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r em uma loja virtual,temos site próprio que também comercializa peçaspara homens, mulheres e crianças. Os compradoressão gaúchos que participam do movimento nativistafora do Estado e turistas que querem uma lembrançado Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Tenho um cliente <strong>de</strong> MinasGerais que conheceu a bombacha quando estava <strong>de</strong>passagem pela Argentina e entrou em contato conoscopara adquirir como lembrança”, conta. Além <strong>de</strong> MinasGerais, Paulo já ven<strong>de</strong>u para São Paulo, Paraná, SantaCatarina, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Brasília.Foto: DivulgaçãoFoto: DivulgaçãoA peça que i<strong>de</strong>ntifica o gaúcho amplia seumercado fora do Estado e está chegando à AlemanhaPaulo Vaz | EmpresárioAlém <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r em uma loja virtual, temos sitepróprio que também comercializa peças parahomens, mulheres e crianças. Os compradoressão gaúchos que participam do movimentonativista fora do Estado e turistas que queremuma lembrança do Rio Gran<strong>de</strong> do SulNavegando por ondas digitaisPaulo Vaz está sempre em busca <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong>divulgar seus produtos. “Utilizo até on<strong>de</strong> posso as ferramentasda internet, para contato com clientes e fornecedores,busca <strong>de</strong> informações, divulgação e venda.Até mesmo contato por voz eu faço pelo computador.É um meio abrangente e barato, que po<strong>de</strong> dar umgran<strong>de</strong> retorno”, afirma o empresário, que <strong>de</strong>staca ofato <strong>de</strong> o site ser acessado em países como Itália, Hungriae Alemanha. E foi <strong>de</strong>sse último país que surgiuuma nova possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação. “Um grupo <strong>de</strong>brasileiros quer abrir uma churrascaria por lá e está interessadona marca Taura. Estamos negociando”.Além do meio digital, outra iniciativa, efetivada recentemente,vai promover as bombachas Taura. “Fechamosparceria com um grupo <strong>de</strong> música nativista e vamosdoar as bombachas para que seus integrantes asusem no palco. Em contrapartida, nossa marca serádivulgada em diversas plataformas, criando nas pessoaso <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ter o produto”, explica.O gestor do <strong>Sebrae</strong>/RS no escritório da Campanha eFronteira Oeste, Edson Linhares, acompanhou Paulodurante muitos anos em diversas capacitações promovidaspela entida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>screve o perfil do empresário.“Ele é bastante empreen<strong>de</strong>dor e ousado; i<strong>de</strong>ntificouque era preciso trabalhar-se primeiro e <strong>de</strong>pois a empresa.O mais interessante, no caso das bombachas,é saber que alguém apostou em um produto típico danossa terra para inová-lo e na busca <strong>de</strong> novas formas<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r, que ultrapassam fronteiras”, disse.Para continuar aperfeiçoando o trabalho, Paulo acreditaque um empresário <strong>de</strong>ve estar em constante aprendizado.“Voltei a estudar, cursando Administração <strong>de</strong>Empresas, e, embora tenha aprendido tudo o que seino dia-a-dia, a teoria está me ajudando muito”.A história da indumentáriaCom origem em meio a um contexto <strong>de</strong> guerras,a história da bombacha se confun<strong>de</strong> como sentimento <strong>de</strong> orgulho do povo gaúcho. Asbatalhas dos revolucionários ou <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>suas terras contribuíram para criar essa imagem<strong>de</strong> força, cuja vestimenta é uma herança da mesmaépoca.A Guerra do Paraguai, que ocorreu entre osanos <strong>de</strong> 1864 e 1870, funcionou como um divisor<strong>de</strong> culturas, implantando novos elementose costumes. Um exemplo é a gaita, que, aospoucos, substituiu a viola durante os bailes. Outroé a própria bombacha, <strong>de</strong> origem turca. Elachegava ao porto <strong>de</strong> Montevidéu através <strong>de</strong> comerciantesingleses, como sobra das batalhas <strong>de</strong>exércitos colonialistas e imperialistas.Na época <strong>de</strong>ssa mistura <strong>de</strong> culturas, o gaúchocostumava cantar: “A gaita matou a viola / ofósfre, matou o isqueiro / A bombacha, o chiripá/ e a moda, o uso campeiro”. Consi<strong>de</strong>radavestimenta sem valor, utilizá-la em bailes nãoera permitido, mas no início do século XX, porvolta <strong>de</strong> 1905, seu uso já tinha virado um hábitoque inclui os enfeites laterais chamados favos<strong>de</strong> mel.A pilcha - conjunto <strong>de</strong> peças obrigatórias quecompõem a indumentária do gaúcho - foi transformadaem traje oficial a partir da lei estadual<strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1989. De acordo com a lei,será consi<strong>de</strong>rada pilcha a vestimenta que reproduzircom elegância a sobrieda<strong>de</strong> da indumentáriahistórica, conforme os ditames e as diretrizestraçadas pelo Movimento TradicionalistaGaúcho (MTG).22Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 23
Joias gaúchasFotos: Divulgação/MR Lodi StoneEm evidênciaDepois <strong>de</strong> abrir mercado noexterior, Marlene Lodi estáconquistando também o Brasil,Os colares, brincos e anéis da empresa gaúcha temmercado em países da Europa, Ásia e América do Norteatravés da GloboFotos: Divulgação/MR Lodi StoneNa novela Tempos Mo<strong>de</strong>rnos, as peças fabricadas pelaempresa MR Lodi se <strong>de</strong>stacam no figurino da atriz Regiane AlvesDes<strong>de</strong> o início <strong>de</strong>ste ano, a novela preferidada empreen<strong>de</strong>dora Marlene Lodié Tempos Mo<strong>de</strong>rnos, da Re<strong>de</strong> Globo. Porvolta das 19h, ela para tudo o que estáfazendo para assistir ao folhetim. “E se, por acaso,não consigo ver, acesso mais tar<strong>de</strong> pela internet;não posso per<strong>de</strong>r”, conta a empresária, que,em alguns momentos, fica realmente eufórica emfrente à tevê. A causa <strong>de</strong> todo esse entusiasmo nãoé o ator Antônio Fagun<strong>de</strong>s, um dos protagonistas,mas os colares, os anéis e as pulseiras em pedraslapidadas que a empresa <strong>de</strong> Marlene produz emSoleda<strong>de</strong>, Norte gaúcho. As peças fazem parte dofigurino da personagem Goretti Cor<strong>de</strong>iro. Interpretadapela atriz Regiane Alves, a socialite emergenteaparece nas cenas usando joias em ágata,druza e ametista da MR Lodi Stone.Marlene conta que participava <strong>de</strong> uma exposiçãoem São Paulo quando a figurinista da emissora,Emilia Duncan, conheceu o seu material e ficousabendo que era enviado à grife Gucci, na Itália. “Elaficou muito interessada e conversou comigo para <strong>de</strong>senvolvermospeças exclusivas. Enviei uma coleção <strong>de</strong>30 artigos inicialmente. Após isso, <strong>de</strong>senhamos juntasmais 15 peças para complementar os looks que a atrizusa nas gravações”, explica.Marlene diz que não se cansa <strong>de</strong> olhar, orgulhosa porver o resultado <strong>de</strong> um trabalho artesanal, feito com esmeroe <strong>de</strong>dicação, exposto em re<strong>de</strong> nacional. “As joiasbrasileiras têm <strong>de</strong>sign diferenciado, são arrojadas, massempre estiveram na moda fora do Brasil. Apenas recentemente,pelos movimentos da mídia e da indústriada moda, é que têm sido mais apreciadas por aqui. Issoé excelente para o nosso mercado”, afirma a empresária.As joias que aparecem na novela estão fazendo tantosucesso entre os telespectadores que o portal GloboMarcas já acertou com a MR Lodi Stone a entrega <strong>de</strong>peças para vendas via internet.Na região em que cultura e economia são enriquecidaspelo brilho das pedras e minerais, a família Loditrabalha com comercialização <strong>de</strong> artefatos e adornoshá mais <strong>de</strong> 40 anos, <strong>de</strong>stinando a maior parte <strong>de</strong> suaprodução para o exterior. Cerca <strong>de</strong> 80% dos negóciosreferem-se a exportações para países como França,Alemanha, Estados Unidos e Japão. Marlene e maistrês irmãos são proprietários <strong>de</strong>ste empreendimentoque, entre diretos e indiretos, tem mais <strong>de</strong> 100 colaboradorese produz <strong>de</strong> sete a <strong>de</strong>z mil peças por mês. Aempresária vive entre as pedras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os noves anos<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e se diz apaixonada pelo que faz. Gosta <strong>de</strong><strong>de</strong>senhar, <strong>de</strong> criar e se diverte, acrescentando: “Comomulher que adora estar em evidência não passo um diasem usar as minhas joias!”.As coleções envolvem diversos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cintos,pingentes, colares, anéis, brincos e outros acessórios,usando matéria-prima integralmente local. A chegadaà Re<strong>de</strong> Globo é vista como recompensa pelas açõesrealizadas com o objetivo <strong>de</strong> apostar no mercado interno.Além <strong>de</strong> expor mais em feiras nacionais, a empresacresce e se qualifica participando das iniciativas do <strong>Sebrae</strong>/RSem benefício das MPEs <strong>de</strong>ste setor produtivona região. “É a oportunida<strong>de</strong> que temos <strong>de</strong> unir a clas-24 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 25
As joias brasileiras têm <strong>de</strong>signdiferenciado, são arrojadas, mas sempreestiveram na moda fora do Brasil. Apenasrecentemente, pelos movimentos damídia e da indústria da moda é que têmsido mais apreciadas por aqui.Marlene Lodi| Empresáriase, capacitar a mão-<strong>de</strong>-obra do setor joalheiro, adquirire trocar conhecimento e <strong>de</strong> adotar estratégias parainovar e ven<strong>de</strong>r mais”, anima-se.Setor mais <strong>de</strong>senvolvidoe valorizadoConforme a gerente da Regional <strong>Sebrae</strong> Vales do Taquarie do Rio Pardo, Liane Beatriz Klein, um novoprojeto neste ano – Desenvolver o Setor <strong>de</strong> Gemase Joias <strong>de</strong> Soleda<strong>de</strong> e Guaporé – é o instrumento <strong>de</strong>apoio da instituição a mais <strong>de</strong> 80 empreen<strong>de</strong>dores<strong>de</strong>sta ca<strong>de</strong>ia produtiva. “Renovamos nossas metasfocando em ativida<strong>de</strong>s que levem ao crescimento dascomercializações. Promovemos e apoiamos a realização<strong>de</strong> rodadas <strong>de</strong> negócios e trabalhamos em outrasações que visam a ampliar o acesso das MPEs gaúchasa novos mercados, em âmbito nacional e internacional”,explica. Esta ação segue em vigência até o finaldo próximo ano, tendo como principais metas: elevarem 15% o número <strong>de</strong> novos mercados conquistados;aumentar em 12% o faturamentodas MPEs; e implementar controlesgerenciais em 50% e indicadores<strong>de</strong> gestão em 20% das empresasparticipantes.A gestora da iniciativa, Claudia ReginaKuhn, ressalta que o cronograma<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s prevê a continuida<strong>de</strong>das capacitações voltadas ao <strong>de</strong>senvolvimentotécnico para aprimorar a produção e o <strong>de</strong>sign dos produtos.“A região é rica em matéria-prima e nossa intençãoé estimular os empresários a investirem nas novastecnologias, que agregam valor às pedras in natura”,afirma. Entre outras linhas <strong>de</strong> trabalho, o projeto tambémestá engajado na meta nacional do tra<strong>de</strong> <strong>de</strong> instituirnormalização para o ramo joalheiro. A <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> regras oficiais acerca <strong>de</strong> confecção e comércio daspeças tem sido <strong>de</strong>batida entre as entida<strong>de</strong>s competentes,a classe empresarial e a Associação Brasileira <strong>de</strong>Normas Técnicas (ABNT).A gerente Liane lembra que o <strong>Sebrae</strong>/RS <strong>de</strong>senvolve<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005 programas <strong>de</strong> apoio para qualificaçãoe aumento da competitivida<strong>de</strong> entre MPEs fabricantese ven<strong>de</strong>doras <strong>de</strong> gemas, joias e artefatos <strong>de</strong> pedraspreciosas e semipreciosas da região. Os parceiros doatual projeto são: prefeituras municipais <strong>de</strong> Guaporée Soleda<strong>de</strong>, Associação Pró-<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> Soleda<strong>de</strong>(Aprosol), Sindijoias Guaporé, Sindicato dasIndústrias <strong>de</strong> Joalheria, Mineração Lapidação, Beneficiamentoe Transformação <strong>de</strong> Pedras Preciosas do RS(Sindipedras), Associação do Comércio <strong>de</strong> Joias, Relógiose Óptica do RS (Ajorsul), Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PassoFundo (por meio do Centro Tecnológico <strong>de</strong> Gemas <strong>de</strong>Soleda<strong>de</strong>), Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial(Agência <strong>de</strong> Extensão Profissional Senai Soleda<strong>de</strong>)e Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Gemas e Metas Preciosos(IBGM-Apex).País privilegiadoConforme o Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Gemas e MetaisPreciosos (IBGM), a ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> gemas, joias eafins compreen<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a extração mineral à indústria<strong>de</strong> lapidação, artefatos <strong>de</strong> pedras, joalherias e folheados,bijuterias, os insumos, matérias-primas e as máquinase equipamentos usados no processo <strong>de</strong> produção.Fazem parte <strong>de</strong>ssa ca<strong>de</strong>ia também as estratégias <strong>de</strong>marketing e a incorporação do <strong>de</strong>sign aos produtos.O Brasil é privilegiado com diversida<strong>de</strong> e gran<strong>de</strong> ocorrência<strong>de</strong> pedras preciosas. Dados do IBGM apontamque o País é responsável pela produção <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>30% do volume das gemas no mundo (excetuados odiamante, o rubi e a safira) e é um importante produtor<strong>de</strong> ouro, estando em 12º no ranking mundial. O órgãoainda estima que existam em torno <strong>de</strong> quatro mil empresastrabalhando com as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lapidação, joalheria,artefatos <strong>de</strong> pedras, joias folheadas e bijuteriasem território nacional.O presi<strong>de</strong>nte Hecliton Santini salienta que as realida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cada segmento são promissoras, porém, bastantedistintas. “No ramo das pedras, 80% do volume <strong>de</strong>produção têm como <strong>de</strong>stino final as exportações. Nasjoias, 90% das vendas estão concentradas no mercadointerno”, explica. Para ele, as iniciativas <strong>de</strong> apoio sãoessenciais à conquista <strong>de</strong> mais equilíbrio e progressodo setor, “principalmente em estados como o RioGran<strong>de</strong> do Sul, on<strong>de</strong> a ca<strong>de</strong>ia produtiva é forte em ambasas frentes”.A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guaporé, na Serra Gaúcha, figura comoo segundo principal polo joalheiro do País; nas gemas,Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e Minas Gerais são os dois gran<strong>de</strong>spolos brasileiros, respon<strong>de</strong>ndo por 70% da produçãonacional. Des<strong>de</strong> que se iniciou o ciclo <strong>de</strong> extração mineral,o setor cresceu a ponto <strong>de</strong> transformar o Estadoem referência na industrialização <strong>de</strong> pedras. Santiniavalia que este segmento investe em profissionalismo,eficiência e mo<strong>de</strong>rnização. Por isso, é bastante competitivoe registra ciclo <strong>de</strong> crescimento: até março <strong>de</strong>2010, o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, por exemplo, já exportou40% a mais do que no mesmo período do ano anterior.“Mas a intenção, aproveitando um momento <strong>de</strong><strong>de</strong>manda em expansão, é diminuir a <strong>de</strong>pendência domercado externo. O i<strong>de</strong>al é que a nossa produção sejamais valorizada pelos brasileiros. Para isso, ações integradascom a indústria da moda e a mídia são bonscaminhos para mostrar a beleza do que é nosso e conquistaro consumidor”, estimula.Brilho da economiaAs pedras preciosas e semipreciosas se <strong>de</strong>stacam naeconomia <strong>de</strong> Soleda<strong>de</strong>. A extração <strong>de</strong> ametistas, <strong>de</strong>ágatas, <strong>de</strong> citrinos e <strong>de</strong> calcitas, principalmente, representa37% do Produto Interno Bruto (PIB) do município.De acordo com levantamento do <strong>Sebrae</strong>/RS, 150empresas <strong>de</strong>sta esfera produtiva estão estabelecidas nacida<strong>de</strong>, gerando 1,2 mil empregos diretos. A localida<strong>de</strong>do Norte gaúcho é responsável por 80% do volume <strong>de</strong>exportações <strong>de</strong> pedras do Estado.Em Guaporé, segundo a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Indústriae Comércio, há 161 empreendimentos do ramo joalheiro naindústria e 61 no comércio. Juntos alcançam um faturamento<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 70 milhões anuais, sendo o setor uma dasprincipais bases da economia do município. “Estimativas <strong>de</strong>2006, apontam que, <strong>de</strong>ntro do PIB da indústria, as ativida<strong>de</strong>sem joalheria representam 30%”, <strong>de</strong>staca o secretário PauloRoberto dos Santos. A maior parte dos 21 mil habitantestrabalha com os ramos <strong>de</strong> joias e lingerie, outro segmento noqual é referência.Foto: Dudu Leal26Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 27
CalçadosFoto: DivulgaçãoUm mercado aparentemente <strong>de</strong> contornosmenores, mas, ao mesmo <strong>tempo</strong>, <strong>de</strong> cifrasgrandiosas, revela-se um negócio valiosopara as empresas que integram o grupoAlta Moda. Ancoradas na qualida<strong>de</strong>, originalida<strong>de</strong>e exclusivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria-primapara acessórios - botas, sapatos e bolsas emcouro <strong>de</strong> cobra da Indonésia, avestruz, bezerro,entre outros -, as 18 empresas do Valedo Sinos apostam no consumo <strong>de</strong> luxo. Aformação do grupo é resultado <strong>de</strong> um projetocriado em parceria com o <strong>Sebrae</strong>/RSe o Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Calçados<strong>de</strong> Novo Hamburgo, e, recentemente, teveseis marcas adicionadas: Liziane Richter,Antonielle e Doce Sal, <strong>de</strong> Novo Hamburgo;OperaD’arte, <strong>de</strong> Sapiranga; Acesso e StudioTMLS <strong>de</strong> Campo Bom.Ligado ao Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Calçados<strong>de</strong> Novo Hamburgo, o Alta Moda iniciouas ativida<strong>de</strong>s em 2009, recebendo capacitação do<strong>Sebrae</strong>/RS através do projeto Polo das Indústrias <strong>de</strong>Calçados e Artefatos do Vale dos Sinos e Paranhana. Agestora da iniciativa pela instituição, Daniela Pinheiro,salienta que “não havia nenhuma articulação conjuntapara esse tipo <strong>de</strong> empresa e os próprios empresáriosprocuraram o <strong>Sebrae</strong>/RS em busca <strong>de</strong> orientação”. Segundoela, a entida<strong>de</strong> já trabalhava com projetos direcionadosà moda, mas como esse grupo está inseridoem um segmento muito específico - que não costumaparticipar <strong>de</strong> feiras on<strong>de</strong> a predominância <strong>de</strong> públiconão seja classe A, por exemplo - a instituição propôsa formação <strong>de</strong> um grupo setorial. “A partir daí, iniciamosuma série <strong>de</strong> consultorias e capacitações, poistemos certeza <strong>de</strong> que o trabalho conjunto vai garantir aforça da marca e aumentar o seu <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> mercado”,complementa Daniela. Entre as ativida<strong>de</strong>s já realizadas,a gestora <strong>de</strong>staca a participação do Alta Modano Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC),em junho <strong>de</strong> 2009, e a organização <strong>de</strong> um show roomem São Paulo, em novembro passado.Mercado<strong>de</strong> luxoatrai empresasNovas marcas ingressam no grupo Alta Moda,que, impulsionado pelo <strong>Sebrae</strong>/RS, produzacessórios em couro <strong>de</strong> padrão elevadoFoto: DivulgaçãoFoto: DivulgaçãoFoto: DivulgaçãoLorraciMiezkoCospiratoO proprietário da Satryani, e também presi<strong>de</strong>nte doGrupo Alta Moda, Luiz Alberth, é <strong>de</strong>signer <strong>de</strong> calçadoshá 25 anos. Iniciou sua carreira em Sapiranga, on<strong>de</strong>hoje se encontra sua loja. Por conta da sua experiênciano ramo, afirma que o mercado <strong>de</strong> luxo está em francaexpansão e, em parceria com a sócia Fabiana Petrida Silva, <strong>de</strong>senvolve sapatos e bolsas que abastecempontos multimarcas em diversos estados brasileiros eem países da Europa, Estados Unidos, África do Sul eAustrália.A característica <strong>de</strong>sses sapatos e bolsas é a combinação <strong>de</strong>materiais nobres com o conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign como valor agregado>>28Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 29
Para o segundo semestre<strong>de</strong> 2010, o grupo Alta Modaprepara um site e articula aparticipação em feiras no exteriorFoto: DivulgaçãoEducação ExecutivaEstímuloà inovaçãoIncentivoCriada através da parceria dos <strong>de</strong>signers Bronzoni e RodrigoCorrea (do estúdio I<strong>de</strong>ashoes), com o empresárioCelso Silva (da fábrica Vestígios), a OperaD’artetem uma visão objetiva do negócio. “Trabalhamos paraoferecer um produto <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>, com excelenteacabamento, i<strong>de</strong>ntificado com o nosso público”, afirmaa gerente comercial da empresa Marlova Marques.A produção limitada, em Sapiranga, é marca para calçadosque combinam materiais nobres com o conceito<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign como valor agregado. Já a Liziane Richter, outradas empresas recém integradas ao grupo, produz edistribui vestuário em couro para os principais centros<strong>de</strong> consumo do País e dispõe <strong>de</strong> lojas próprias em SãoPaulo e Porto Alegre, afora Novo Hamburgo.Empresas participantesAcessoAntonielleAnzetuttoCavageCospiratoCristófoliDoce SalDonna SinhorelliInvittoLegaspiLis.SimonLiziane RichterLorraciMiezkoOperaD’arteSatryaniStudio TMLSVero SensoSatryaniNeste ano, as empresas do Alta Moda participarão novamentedo SICC, realizar uma nova edição do showroom em São Paulo, além do Minas Preview e Francal,entre 5 e 8 <strong>de</strong> julho, bem como capacitação e consultoriana área comercial, <strong>de</strong>sign, produção e gestão <strong>de</strong>pessoas e planejamento estratégico. Para o segundosemestre, o grupo Alta Moda está trabalhando no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> um site e articulando a participaçãoem feiras no exterior. A gestora Daniela afirma que“algumas <strong>de</strong>ssas empresas estão inscritas no Edital <strong>de</strong>Internacionalização do <strong>Sebrae</strong>/RS”.Empresas interessadas em participar dogrupo Alta Moda po<strong>de</strong>m entrar em contatocom o Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Calçados<strong>de</strong> Novo Hamburgo, através do telefone(51) 3593 2833.O <strong>Sebrae</strong>/RS viabilizou a participação <strong>de</strong> doisdirigentes <strong>de</strong> micro e pequenas empresas gaúchasno curso Estratégias para Inovação emNovos Mercados, realizado entre os dias 8 e10 <strong>de</strong> abril, em Bento Gonçalves, em iniciativainédita do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/RS).Evandro Luis Weber, diretor da CachaçariaWeber Haus, <strong>de</strong> Ivoti, e Rodrigo Buchfink <strong>de</strong>Souza, da Jomon Cerâmicas Avançadas, <strong>de</strong>Porto Alegre, integraram, juntamente com osuperinten<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong>/RS, Marcelo Lopes,o grupo <strong>de</strong> 44 industriais e dirigentes quereceberam o melhor da educação executiva internacionalno Brasil.Ministrado por professores da WhartonSchool, dos Estados Unidos, uma dasmais prestigiadas escolas <strong>de</strong> negócios do mundo,o curso foi elaborado sob medida para aten<strong>de</strong>r às<strong>de</strong>mandas dos executivos brasileiros por capacitação<strong>de</strong> excelência, voltada especialmente para arealida<strong>de</strong> dos seus negócios. Combinou aulas expositivas,baseadas em estudos <strong>de</strong> caso, com trabalhose discussões em grupos, abordando temasque compreen<strong>de</strong>ram os mais mo<strong>de</strong>rnos conceitose práticas <strong>de</strong> gestão empresarial voltada paraa inovação. Rodrigo e Evandro afirmaram que oprograma foi uma “experiência intensiva <strong>de</strong> aprendizadoempresarial”.Gestão e Estratégias<strong>de</strong> InovaçãoDe abril a julho, parceria do Ministério <strong>de</strong> Ciência eTecnologia/CNPq, IEL, Unisinos, <strong>Sebrae</strong> e SistemaFIERGS <strong>de</strong>senvolve, por meio do IEL/RS, o curso<strong>de</strong> Gestão e Estratégias <strong>de</strong> Inovação. O objetivoé estimular a criação <strong>de</strong> um ambiente propício àsempresas para a geração e captação <strong>de</strong> novas idéias.Para isso, capacita empresários e pessoas que atuamem áreas relacionadas ao processo <strong>de</strong> inovação<strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> micro e pequeno portes, incubadasFoto: Dudu Leal<strong>Sebrae</strong>/RS incentivaparticipação <strong>de</strong> empresáriosem curso inédito do IELe associadas, ligadas a incubadoras tradicionais, no RioGran<strong>de</strong> do Sul. Inclui temas relacionados à gestão dainovação, gestão da tecnologia, gestão do conhecimentoe estratégias para inovação.O curso tem 90 horas <strong>de</strong> duração. É ministrado porprofessores <strong>de</strong> universida<strong>de</strong>, e seu conteúdo foi <strong>de</strong>senvolvidoespecialmente para as MPEs. Em um primeiromomento, ofereceu 30 vagas às MPEs <strong>de</strong> diversossetores. Na fase seguinte, será realizado em cida<strong>de</strong>s doInterior, conforme a <strong>de</strong>manda. O projeto, piloto emtodo o Brasil, também será <strong>de</strong>senvolvido em outros<strong>de</strong>z estados.O superinten<strong>de</strong>nte Marcelo Lopes (D) com Evandro Luis Weber,Rodrigo Buchfink <strong>de</strong> Souza e Elizabeth Urban, do IEL30 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 31
Empreen<strong>de</strong>dor Individual>>A lei que garante ao trabalhador informalo acesso a benefícios como aposentadoriae auxílio-doença completa um anoO Empreen<strong>de</strong>dor Individual é a pessoa que trabalhapor conta própria e se legaliza como pequeno empresário.Fatura, no máximo, R$ 36 mil por ano, não temparticipação em outra empresa como sócio ou titulare po<strong>de</strong> ter um empregado contratado, que recebe osalário mínimo ou o piso da categoria. O processo <strong>de</strong>formalização é simples, gratuito e <strong>de</strong>ve ser feito atémesmo pela internet, por meio do portal www.portaldoempreen<strong>de</strong>dor.gov.br.Outra opção para a formalizaçãoe para a primeira <strong>de</strong>claração anual é contatara re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> optantes peloSimples Nacional, obrigadas a realizar essas tarefasgratuitamente no primeiro ano. A lista completa dosescritórios contábeis por município brasileiro po<strong>de</strong> serconsultada no link www.fenacon.org.br/esc-simples.php. O imposto para o EI é <strong>de</strong>finido da seguinte forma:zero para o governo fe<strong>de</strong>ral; e valores simbólicospara o município (R$ 5,00 <strong>de</strong> ISS) e para o Estado (R$1,00 <strong>de</strong> ICMS). Já o INSS é reduzido a 11% do saláriomínimo do período. Dessa forma, o Empreen<strong>de</strong>dorIndividual ganha direito aos benefícios previ<strong>de</strong>nciários.(Confira no box abaixo).A formalização facilitou a participação <strong>de</strong> VianeiPortella <strong>de</strong> Mello (à esq) em projetos do setor públicoFoto: Secretaria <strong>de</strong> Educação e Cultura <strong>de</strong> Sete <strong>de</strong> SetembroOinteresse pela dança <strong>de</strong>spertouem Vianei Portella <strong>de</strong> Mello, moradorda cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sete <strong>de</strong> Setembro,região Noroeste do RioGran<strong>de</strong> do Sul, quando ele ainda eracriança e frequentava os CTGs da cida<strong>de</strong>.Depois, no Uruguai e na Argentina, conheceu<strong>de</strong> perto os ritmos latino-americanos eampliou seu conhecimento no assunto. Há cerca<strong>de</strong> 20 anos, transformou a dança em trabalho epassou a dar aulas, mas, somente em abril <strong>de</strong>steano, começou a garantir direitos para si mesmo,como aposentadoria por <strong>tempo</strong> <strong>de</strong> serviço e, emcaso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, auxílio-doença. Isso, porqueMello registrou-se como Empreen<strong>de</strong>dor Individual(EI), figura criada em julho <strong>de</strong> 2009 pela Lei doEmpreen<strong>de</strong>dor Individual. Hoje, o professor integraum grupo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 17 mil gaúchos que seregistraram nesta modalida<strong>de</strong>. E comemora: “Antes,por não ser legalizado, acabava per<strong>de</strong>ndooportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> projetos do setorpúblico. Agora, presto serviços <strong>de</strong> forma facilitada”.No País, mais <strong>de</strong> 311 mil trabalhadores autônomosjá formalizaram suas ativida<strong>de</strong>s como EI.VANTAGENS DONEGÓCIO NOFORMATO EI:• Formalização simplificada, rápida, gratuita efeita pela internet• Obtenção <strong>de</strong> número no CNPJ(Cadastro Nacional <strong>de</strong> Pessoa Jurídica)• Acesso a produtos e serviços bancárioscomo pessoa jurídica• Apoio técnico do <strong>Sebrae</strong>• Segurança para <strong>de</strong>senvolver sua ativida<strong>de</strong>, pois asregras só po<strong>de</strong>m ser alteradas pelo Congresso Nacional• Cobertura da Previdência Social para oEmpreen<strong>de</strong>dor Individual e sua família• Emissão <strong>de</strong> nota fiscal para venda a outrasempresas ou para o setor público• Dispensa da formalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrituraçãofiscal e contábil• Desempenho <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma legalPara o empreen<strong>de</strong>dor• Aposentadoria por ida<strong>de</strong> – mulher aos 60 anos ehomem aos 65 anos, após 15 anos <strong>de</strong> contribuição• Aposentadoria por invali<strong>de</strong>z, após um ano <strong>de</strong>contribuição• Auxílio-doença, após um ano <strong>de</strong> contribuição• Salário-maternida<strong>de</strong>, após 10 meses <strong>de</strong> contribuiçãoPara a família• Pensão por morte, a partir do primeiro pagamento• Auxílio-reclusão, a partir do primeiro pagamentoFonte: Ministério da Previdência Social32 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 33
Mais <strong>de</strong> 170 ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m se cadastrarcomo Empreen<strong>de</strong>dor Individual, incluindodoceiras, professor particular, açougueiro, tatuadore <strong>de</strong><strong>de</strong>tizador, entre tantas outras. Passadoum ano, os maiores índices registradosno Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e no Brasil estão nosegmento <strong>de</strong> cabeleireiro e <strong>de</strong> comércio varejista<strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> vestuário e complementos.Luiz Carlos Barboza, <strong>de</strong> São Leopoldo,enquadra-se nesse grupo. Ele iniciou seunegócio em casa, em novembro <strong>de</strong> 2009.Aposentado, encontrou na venda <strong>de</strong> roupase acessórios a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar rendaextra e, um mês <strong>de</strong>pois, já estava registradocomo empreen<strong>de</strong>dor individual. “Sete meses<strong>de</strong>pois continuo com meu negócio em casa,faço a divulgação e as vendas entre amigos econhecidos. Achei que seria importante obtero registro, pois tenho planos <strong>de</strong>, futuramente,abrir uma loja”, conta. Para concretizar “essagran<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>”, ele preten<strong>de</strong> se preparara<strong>de</strong>quadamente, “participando <strong>de</strong> capacitaçõespromovidas pelo <strong>Sebrae</strong>/RS”.Foto: Dudu LealDepois <strong>de</strong> aposentado, Luiz Carlos Barboza<strong>de</strong>cidiu ven<strong>de</strong>r roupas e acessórios paraincrementar a rendaMobilizaçãoA fim <strong>de</strong> marcar o primeiro ano <strong>de</strong> aprovação daLei do Empreen<strong>de</strong>dor Individual, o <strong>Sebrae</strong>/RSprepara a Semana da Formalização, <strong>de</strong> 26 a 30 <strong>de</strong>julho. “Vamos mobilizar o Estado pela legalizaçãodas empresas gaúchas que po<strong>de</strong>m se enquadrarnessa modalida<strong>de</strong>”, diz o superinten<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong>/RS,Marcelo Lopes. Ao longo <strong>de</strong> cinco dias,serão realizadas diversas ativida<strong>de</strong>s, como oficinas,palestras técnicas, divulgação da legislação, além<strong>de</strong> um mutirão <strong>de</strong> formalização <strong>de</strong> empresas, pormeio <strong>de</strong> parceria entre <strong>Sebrae</strong>/RS, Banco do Brasil,Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, Previdência Social, entreoutros parceiros.Hoje, o Estado tem 17 mil EIscadastrados, mas 72 municípios aindanão registraram profissionais nessamodalida<strong>de</strong>. Até o final <strong>de</strong> 2010, ameta <strong>de</strong>finida pelo <strong>Sebrae</strong>/RS no RioGran<strong>de</strong> do Sul é formalizar 69 milEIs, e a nacional é <strong>de</strong> um milhão nomesmo período. Todos os esforçosserão bem-vindos.As prefeituras gaúchas também estão atuando noincentivo à formalização. O município <strong>de</strong> Caxiasdo Sul, por exemplo, criou o Comitê EI, compostopor representantes <strong>de</strong> diversas entida<strong>de</strong>s, comoMicroempa, Fenacon, Sescon-Serra Gaúcha, SincontecCaxias, <strong>Sebrae</strong>/RS e as secretarias <strong>de</strong> DesenvolvimentoEconômico, Trabalho e Emprego;da Receita Municipal e da Secretaria do Urbanismo.O objetivo é divulgar a lei entre profissionaisautônomos para que se formalizem. Atualmente,a orientação é gratuita no posto <strong>de</strong> atendimentopermanente localizado na Microempa e na se<strong>de</strong> do<strong>Sebrae</strong>. Na cida<strong>de</strong> ainda existem 185 escritórios <strong>de</strong>contabilida<strong>de</strong> que também promovem esse serviçosem custo. A ação conjunta procura ampliar o atendimentoao EI, sensibilizar os contadores optantespelo Simples Nacional sobre a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>realizar a orientação gratuita aos interessados, além<strong>de</strong> fortalecer a divulgação <strong>de</strong>sta nova figura <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorpor meio <strong>de</strong>campanha institucional.Santana do Livramentoestá trabalhando em projetopara formalizar e capacitaros empreen<strong>de</strong>doresque atuam na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>forma irregular, como camelôs,ambulantes <strong>de</strong> cachorro-quentee artesãos.“Queremos regularizá-los,capacitá-los e, até o início<strong>de</strong> 2011, vamos construiruma estrutura <strong>de</strong>finitivapara que se instalem no localaqueles que estiveremparticipando do projeto”,informa o secretário doDesenvolvimento do município,Sérgio Aragon. Aprefeitura, em parceria com órgãos municipais, tambémestá atuando para <strong>de</strong>sburocratizar e agilizar a emissão<strong>de</strong> alvará <strong>de</strong> funcionamento para os empreendimentos,para que não seja mais necessário conce<strong>de</strong>r o documentoprovisório.Outro caso é o da prefeitura <strong>de</strong> Sapucaia do Sul, queelaborou uma cartilha didática que explica passo a passocomo os interessados po<strong>de</strong>m se formalizar. Os três milexemplares iniciais serão distribuídos na cida<strong>de</strong>. Atravésda fiscalização, a prefeitura percebeu que há um gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> informais na cida<strong>de</strong>. “E isso não é bom parao empreen<strong>de</strong>dor formal, nem para o informal, que nãousufrui <strong>de</strong> diversos benefícios”, relata o prefeito <strong>de</strong> Sapucaiado Sul, Vilmar Ballin.Passo Fundo uniu forças que atuavam individualmentepara criar o programa que busca facilitar a formalizaçãona cida<strong>de</strong>. Juntos, <strong>Sebrae</strong>/RS, Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimentodo município, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Passo Fundo(UPF) e o Sindicato dos Contabilistas prestarão atendimento<strong>de</strong> forma que o trabalhador informal possa regularizara sua situação e se tornar um empreen<strong>de</strong>dorindividual, inclusive fornecendo para o setor público.Cada um terá seu papel: o <strong>Sebrae</strong>/RScapacitará os empreen<strong>de</strong>doresque se formalizarem, asecretaria orientará e colocará àdisposição um contador para formalizaras empresas gratuitamente,a UPF prestará assessoria sobre tomada<strong>de</strong> investimentos para evitarpossíveis endividamentos e o Sindicatoseguirá prestando serviço <strong>de</strong>formalização para os empresários.O secretário do DesenvolvimentoEconômico, Marcos Alexandre Citollin,afirma que “o Empreen<strong>de</strong>dorIndividual é o maior programa brasileiroem termos <strong>de</strong> inclusão no processo produtivo,pois quando o empreen<strong>de</strong>dor se formaliza, beneficiauma família inteira”. De acordo com ele, somentePasso Fundo tem 4.800 potenciais EIs.O <strong>Sebrae</strong>/RS é um parceiro na capacitação <strong>de</strong>ssesempreen<strong>de</strong>dores e oferece ferramentas específicas egratuitas <strong>de</strong> capacitação: a oficina Prepare-se, você éum empresário, com 4 horas <strong>de</strong> duração, a palestra –O Empreen<strong>de</strong>dor Individual, com 2 horas, e o cursoEAD (ensino a distância) EI – Empreen<strong>de</strong>dor Individual.Outra solução recomendada para os EIs quetenham interesse em elaborar um plano <strong>de</strong> negóciosé a Oficina Elaborando um Plano <strong>de</strong> Negócio, com8 horas <strong>de</strong> duração, a um custo <strong>de</strong> R$ 20,00.Mais informações po<strong>de</strong>m serobtidas no site do <strong>Sebrae</strong>/RSwww.sebrae-rs.com.br ou pelaCentral <strong>de</strong> Relacionamento0800 570 0800.34 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 35
Agrobiodiversida<strong>de</strong>36 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010EXTRATOpuroValorizados na Europa,os produtos orgânicosestão conseguindoespaço também namesa dos brasileirosNo território nacional, polêmicas à parte sobre a produçãoglobal <strong>de</strong> alimentos, o cultivo orgânico cria raízes.Por conta da agricultura familiar, o Brasil estáentre os três países com as maiores áreas sob manejoorgânico, segundo estudo publicado no ano passadopelo International Fe<strong>de</strong>ration of Organic Movements(Ifoam). São 1, 77 milhões <strong>de</strong> hectares, quecolocam os brasileiros no ranking, somente atrás daAustrália e da Argentina. Em uma escala mundial,porém, a biodiversida<strong>de</strong> nacional e o aumento doconsumo europeu são apontados por especialistascomo vantagens para os negócios ver<strong>de</strong>-amarelo. Nomercado interno, o segmento movimenta em torno<strong>de</strong> R$ 500 milhões por ano e prepara-se para umanova regulamentação.“Trata-se <strong>de</strong> um mercado em expansão, coma preocupação crescente dos consumidores quanto à segurançaalimentar e, ao mesmo <strong>tempo</strong>, com uma produçãoque <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda”, explica FabianoNichele, gestor do <strong>Sebrae</strong>/RS para o agronegócio. DaianeCatuzzo, gestora do <strong>Sebrae</strong>/RS na região da Serra, acrescentaque a situação <strong>de</strong> mercado no Brasil é, em parte,reflexo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> técnicas limitadas na produção<strong>de</strong> orgânicos somadas ao <strong>tempo</strong> mais elevado <strong>de</strong> maturação– em comparação com os métodos tradicionais, queincluem o uso <strong>de</strong> inseticidas, solventes e metais pesados.“Agora se começou a buscar o que nossos avós praticavamna lavoura”, complementa a gestora.Foto: Dudu LealAção a favor da naturezaA pesquisa mais recente – Censo Agrícola 2006 – divulgadapelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística(IBGE) no ano passado apurou a existência <strong>de</strong> 90 milestabelecimentos agropecuários - equivalente a 2% dototal no País -, que se <strong>de</strong>dicam ao cultivo <strong>de</strong> alimentossem quaisquer insumos químicos. Ricardo Edson Fritsch,por exemplo, é um dos produtores que contribuempara esse percentual, <strong>de</strong>dicando-se à produção <strong>de</strong> sucos,vinho e geleias orgânicas <strong>de</strong> uva, amora, pêra, pêssegoe figo.Exemplo <strong>de</strong> produtor atendido pontualmente pelo <strong>Sebrae</strong>/RS,na proprieda<strong>de</strong> em Picada Café brota a matériaprima,com certificação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, que respalda a marcaHex von Wein. Fritsch, que faz parte da CooperativaVida Natural (Coopernatural), acredita que “precisamos<strong>agir</strong> a favor da natureza, além do comprometimentocom a segurança e a transparência com o consumidor”.E conta que observou uma explosão geral <strong>de</strong> vendas<strong>de</strong> orgânicos em 2009. Sobre seus negócios, explica que40% do que é produzido em seus seis hectares cultiváveisaten<strong>de</strong>m ao mercado do Rio <strong>de</strong> Janeiro e 32% se<strong>de</strong>stinam a São Paulo. Além disso, tem consumidores noParaná (12%) e Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (2%). O restante estápulverizado entre Bahia e Minas Gerais.Na agricultura familiar trabalham cerca <strong>de</strong> 12 milhões<strong>de</strong> brasileiros. A produção <strong>de</strong> orgânicos está diretamentevinculada a essa ativida<strong>de</strong>. A informação vem doMinistério do Desenvolvimento Agrário (MDA), queaglutina 4,1 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s produtivas e respon<strong>de</strong>por 70% dos alimentos consumidos diariamente pelosbrasileiros, representando 10% do PIB nacional.Foto da Hex Von Wein no arquivo agroecologiaFotos: Hex Von Wein/Coopernatural/DivulgaçãoO ponto <strong>de</strong> partidaO inglês Sir Albert Howard pesquisou sistemasagrícolas <strong>de</strong> produção na Índia duranteanos. Baseado nos resultados <strong>de</strong> seus estudos,ele <strong>de</strong>fendia a importância da utilizaçãoda matéria orgânica e da manutenção da vidabiológica do solo. As i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>ste protetor domeio ambiente foram o ponto <strong>de</strong> partida paraa formação do conceito <strong>de</strong> agricultura orgânica,entre 1925 e 1930.Este sistema <strong>de</strong> produção não admite o uso<strong>de</strong> fertilizantes sintéticos, agroquímicos e aditivossintéticos para a alimentação animal. Damesma forma, não admite reguladores <strong>de</strong> crescimento,transgênicos e exploração <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-obra.Estimula o uso do esterco animal, doadubo ver<strong>de</strong>, da rotação <strong>de</strong> cultura, da compostageme do controle biológico <strong>de</strong> pragas edoenças, priorizando a estrutura e a produtivida<strong>de</strong>do solo.Fonte: Associação <strong>de</strong> Agricultura Orgânica (AAO)Nova regulamentação- A partir <strong>de</strong> 2011, todos os produtos orgânicosbrasileiros, exceto aqueles vendidos diretamentepelos agricultores familiares, <strong>de</strong>verãolevar o selo do Sistema Brasileiro <strong>de</strong> Avaliação<strong>de</strong> Conformida<strong>de</strong> Orgânica (Sisorg), que seráemitido por um organismo <strong>de</strong> avaliação cre<strong>de</strong>nciadono Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. As novas regras forampublicadas no Diário Oficial da União em 29<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2009, nas Instruções Normativasnº 17, 18 e 19, que complementaram a Lei nº10.381 <strong>de</strong> 2003 e o Decreto <strong>de</strong> nº 6.323/07.- Produtos orgânicos comercializados por produtoresfamiliares diretamente ao consumidor<strong>de</strong>verão exibir a rotulagem: Produto Orgânicopara venda direta por agricultores familiaresorganizados não sujeito à certificação <strong>de</strong> acordocom o artigo 123 da Instrução Normativanº 19 <strong>de</strong> 28/05/2009.Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 37
Fotos do CD da Tortaria – 5118 – 5134 – 4993 -ECONOMIA VERDENúmero <strong>de</strong> estabelecimentos no BrasilGrupos <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong> econômicaEstabelecimentos nos principais estadosprodutores <strong>de</strong> orgânicosHorticultura/Floricultura (número <strong>de</strong> estabelecimentos)Orgânica Total OrgânicaCertificadaBrasil8.900 1.018Principais estadosParaná 1.300 217Minas Gerais 1.208 71Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 1.089 146São Paulo 962 194Bahia 933 31Pernambuco 636 49Santa Catarina 524 76Lavouras permanentes (número <strong>de</strong> estabelecimentos)Orgânica Total OrgânicaCertificadaBrasil9.557 1.030Principais estadosBahia 2.450 223Minas Gerais 1.257 192Espírito Santo 658 64Rio Gran<strong>de</strong> do Norte 539 37Pernambuco 533 38São Paulo 489 86Paraná 483 79Rio Gran<strong>de</strong> do Sul 462 8338Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010OrgânicoOrgânicoCertificadoLavoura <strong>tempo</strong>rária 30.168 1.051Horticultura e floricultura 8.900 1.018Lavoura permanente 9.557 1.030Sementes, mudas e outrasformas <strong>de</strong> propagação vegetal 52 08Pecuária e criação<strong>de</strong> outros animais 38.014 02Produção florestal –florestas plantadas 1.638 65Produção florestal –florestas nativas 1.644 58Pesca 154 01Aquicultura 371 25Total 90.497 5.106Fonte: Censo Agrícola 2006, IBGEDo mato ao pratoA produção sem insumos químicos faz a maior vistaà mesa, mas nem só <strong>de</strong> leguminosas é feito o mundodos alimentos orgânicos. Inclui, por exemplo,até a genuína cachaça gaúcha <strong>de</strong> alambique. Dasprateleiras da Weber Haus, em Ivoti, são comercializadosrótulos <strong>de</strong> cachaça Envelhecida; cachaçaPremium Envelhecida; cachaça Prata; Caipirinha;Aguar<strong>de</strong>nte Composta com Banana; Aguar<strong>de</strong>nteComposta com Gengibre; Licor <strong>de</strong> Chocolate; Licor<strong>de</strong> Creme <strong>de</strong> Leite; Licor <strong>de</strong> Cachaça; e Licor<strong>de</strong> Mel com Cachaça – todos orgânicos com certificação.“A aceitação ainda não está tão fácil, portratar-se <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong> alto valor agregado compreço correspon<strong>de</strong>nte, mas gosto <strong>de</strong> ser o primeiroe não o segundo a inovar”, <strong>de</strong>clara, orgulhoso, oproprietário Evandro Luis Weber.Ele conta que há oito anos começou a diversificarseu negócio nesta direção. “É diferente a produçãoorgânica, que tem que congregar o ar, o soloe os compostos naturais. É mais trabalhosa”. Paraele, porém, a conduta oportunista no mercado éinsuficiente; é preciso ter consciência dos malefíciosdo uso <strong>de</strong> agrotóxicos para a saú<strong>de</strong> do meioambiente e do homem e pensar estratégias em longoprazo. Com capacida<strong>de</strong> para produzir até 300mil litros por ano, sua perspectiva é migrar <strong>de</strong> vezpara a produção orgânica. Segundo Weber, a falta<strong>de</strong> matérias-primas é o que mais atrasa esse processo,mesmo buscando fornecedores em outrosestados. É dos paulistas que consegue adquirir, porexemplo, açúcar branco orgânico.A Weber Haus é uma das MPEs que fazem partedo Alambiques Gaúchos, projeto com a Associaçãodos Produtores <strong>de</strong> Cana-<strong>de</strong>-Açúcar (Apro<strong>de</strong>cana)que já contou com apoio do <strong>Sebrae</strong>/RS. Seus produtossão consumidos na Suíça, Austrália, EstadosUnidos e Alemanha, entre outros.O restaurante da empresária Regina Célia Dossiné o porto seguro <strong>de</strong> quem valoriza a alimentação natural,sem ingredientes tóxicosContribuiçãopara mudaro mundoAssumir a responsabilida<strong>de</strong> pelo que seus freguesesconsomem também está direcionando o negócio <strong>de</strong>Regina Célia Dossin. A proprietária da Tortaria CaféBrassiere, por exemplo, disponibiliza no cardápio bebidasorgânicas da Weber Haus, receitas com ingredientessem insumos químicos tóxicos e pratos vegetarianos,além dos preparados <strong>de</strong> forma convencional, massem gordura trans - todos <strong>de</strong>vidamente sinalizadosno menu para a i<strong>de</strong>ntificação dos clientes. De acordocom Regina, foi em 2008 que ela tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>esten<strong>de</strong>r os conceitos sobre sustentabilida<strong>de</strong> que praticavaem sua vida privada para a <strong>de</strong> empresária, apósuma reforma arquitetônica que celebrou os 10 anos donegócio gastronômico. Sua contribuição para mudar omundo incluiu também, no estabelecimento, projetos<strong>de</strong> iluminação com led, separação <strong>de</strong> lixo, utilização<strong>de</strong> gás natural encanado e vasilhames retornáveis emvidro para bebidas. “Temos clientes que nos procuramjustamente por oferecermos opções sustentáveis”,acrescenta Regina.Para chegar a este estágio, a proprietária da TortariaCafé Brassiere, localizada na rua Padre Chagas, emPorto Alegre, passou três meses fazendo pesquisas antesda reinauguração da casa, em 2008. “A área da alimentaçãoexige bastante envolvimento e <strong>de</strong>dicação doempresário, por isso é preciso valorizar os pequenosavanços”, explica, <strong>de</strong>stacando que compra boa partedos ingredientes orgânicos na feira ecológica realizadaaos sábados na rua José Bonifácio, no bairro BomFim. O chá “tribal” que ela serve vem do Paraná; ossucos <strong>de</strong> laranja, tangerina e uva, <strong>de</strong> cooperativas emAntônio Prado e São Sebastião do Caí; e a cerveja, <strong>de</strong>Blumenau (SC).O aumento <strong>de</strong>ssas opções <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito, segundoRegina, da logística da entrega dos produtos. “As dificulda<strong>de</strong>snão se limitam somente à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumoe à regularida<strong>de</strong> da produção”, observa. Por isso,a empresária está sempre em busca <strong>de</strong> fornecedores e,quando os encontra, certifica-se <strong>de</strong> que os produtoresadotam as diretrizes para as práticas sustentáveis: reciclar,repensar, reduzir e reutilizar.A Tortaria Café Brassiere participa do Polo <strong>de</strong>Gastronomia na Região Metropolitana, projeto impulsionadopelo <strong>Sebrae</strong>/RS e parceiros.Fotos: Dudu LealJunho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 39
Agricultura familiarFaltaplanejamentoQuase a meta<strong>de</strong> dapopulação ocupadano setor rural não éremunerada no BrasilO Brasil é consi<strong>de</strong>rado um dos gran<strong>de</strong>s produtores<strong>de</strong> commodities do mundo, e a agricultura familiaré a principal fonte <strong>de</strong> sustento dos habitantes <strong>de</strong>zonas rurais. Hoje, 30 milhões <strong>de</strong> pessoas vivemnessas áreas - equivalendo a 16% da população doPaís. A informação foi revelada pelo comunicadoPnad 2008: Primeiras análises - O setor rural sobre as condições<strong>de</strong> vida nas áreas rurais, com base em indicadoressociais e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento humano. Realizadopelo Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Aplicada (Ipea), o estudomostra que, no entanto, as relações <strong>de</strong> trabalhonesse meio são precárias - 43% da população ocupadanão recebem remuneração por suas ativida<strong>de</strong>s.Além disso, a renda média mensal na árearural gira em torno <strong>de</strong> R$ 360,00; já na zona urbana,o valor é mais que o dobro: R$ 786,00. A região Sul -Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Santa Catarina e Paraná - registra amaior média <strong>de</strong> rendimento mensal, R$ 633,00. No entanto,nesses três estados, há uma discrepância entre osrendimentos <strong>de</strong> mulheres e homens. A média femininanão chega à meta<strong>de</strong> da registrada pelos trabalhadoresdo outro sexo - R$ 825,00 contra R$ 362,00 entre asmulheres, a maior diferença em todas as regiões.Para o Ipea, é provável que a maior parte <strong>de</strong>stes trabalhadoresviva no domicílio em que a família possuialguma fonte <strong>de</strong> renda. “Dada a expressivida<strong>de</strong> do número<strong>de</strong> não-remunerados no total da força <strong>de</strong> trabalhoocupada, também é provável que no interior <strong>de</strong>stecontingente sejam encontradas relações precárias <strong>de</strong>trabalho e <strong>de</strong>semprego”, informou a entida<strong>de</strong> na apresentaçãodo estudo em 1 <strong>de</strong> abril. Mais <strong>de</strong> 33% dosdomicílios também contam com a contribuição financeira<strong>de</strong> aposentados e pensionistas.Ainda segundo o estudo divulgado pelo Ipea, gran<strong>de</strong>maioria dos agricultores familiares não planeja o queserá feito com sua produção. Mais <strong>de</strong> 70% dos agricultoresnão assumiram o compromisso <strong>de</strong> venda nemmesmo <strong>de</strong> parte da produção. Mas, apesar da falta <strong>de</strong>planejamento, quase 80% dos agricultores familiaresven<strong>de</strong>ram, pelo menos, uma parte do que produziram.Quando o assunto são os empregadores na agricultura,86% ven<strong>de</strong>ram parte <strong>de</strong> sua produção, mas apenas40% assumiram o compromisso prévio <strong>de</strong> vendê-la.Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra<strong>de</strong> Domicílios (Pnad), cerca <strong>de</strong> 70% dos agricultoresfamiliares <strong>de</strong>têm a proprieda<strong>de</strong> da terra em que produzem.“Por outro lado, ainda são consi<strong>de</strong>ráveis as formasprecárias <strong>de</strong> acesso à terra (parceria, arrendamento,posse e cessão), que somam 30% do conjunto”,informa o diretor <strong>de</strong> Estudos Sociais do Ipea, JorgeAbraão.Escolarida<strong>de</strong>Os dados sobre educação evi<strong>de</strong>nciam que a populaçãorural continua menos favorecida que a urbana. Ataxa <strong>de</strong> analfabetismo para pessoas acima <strong>de</strong> 15 anosé <strong>de</strong> 7,5% na zona urbana e <strong>de</strong> 23,5% na zonarural. Enquanto, nas cida<strong>de</strong>s, 9% da populaçãotêm pouca ou nenhuma instrução, no campo, talproporção ultrapassa 24%. Em outro extremo, apopulação mais escolarizada, acima <strong>de</strong> 11 anos <strong>de</strong>estudo, representa mais <strong>de</strong> 40% da população urbanae apenas 12,8% da população rural. A maioriada população do campo - 73% - sequer completouo ensino fundamental.Foto: <strong>Sebrae</strong>/RS>>Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 41
Copa do Mundo 2014Conquistas coletivasOs resultados apurados pelo Ipea dão um nó no peito.Mas somos “milhões em ação, uma corrente prafrente”, conforme os versos do compositor MiguelGustavo, e essas disparida<strong>de</strong>s sociais po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>ser uma patologia na geografia nacional. A partir doplanejamento, por exemplo, o bioguaraná é cosa nostra- negócio certificado <strong>de</strong> 1,8 mil pequenas proprieda<strong>de</strong>sem Maués, há 270 km <strong>de</strong> Manaus, na Amazônia.O empreen<strong>de</strong>dor Sílvio Proença é um entusiasta dosbenefícios da fruta para a saú<strong>de</strong> física e financeira eresponsável pelo início das negociações que resultaramno ingresso <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> produção no porto <strong>de</strong> Marselha,na França, e em Firenzi, na Itália.Proença recorda que a habilida<strong>de</strong> para semear, plantare colher a fruta foi herdada das tribos indígenasda Floresta Amazônica. Por outro lado, a competênciatécnica para acessar o mercado externo foi conquistadaatravés <strong>de</strong> capacitações ministradas pelo Sistema<strong>Sebrae</strong>. “Não basta manter a barriga no balcão”, alertao gaúcho, natural <strong>de</strong> Esteio, que trocou há 30 anos aterra do chimarrão pela do guaraná e há cinco anos <strong>de</strong>dica-seao negócio próprio. Em meia década, Proençaevoluiu <strong>de</strong> aprendizados básicos <strong>de</strong> gestão, como fluxo<strong>de</strong> caixa, para lições estratégicas <strong>de</strong> acesso a mercadosem feiras internacionais, on<strong>de</strong> divulga atualmente seuvarejo <strong>de</strong> produtos naturais - cápsulas, chás, sucos, isotônicose energéticos - feitos com o guaraná orgânicocertificado da Associação da Comunida<strong>de</strong> Santa Clara(Ascampi), no rio Urupadi.Coor<strong>de</strong>nada pelo <strong>Sebrae</strong>, por meio do programaGestão Estratégica Orientada para Resultados (GO/Maués), a certificação é apontada por Proença como oprimeiro passo que agregou valor à produção e competitivida<strong>de</strong>ao guaraná do País. A chancela foi concedidapela Ecocert, uma das maiores certificadoras daEuropa. “Tem gente que pensa que inovação é algorestrito a gran<strong>de</strong>s empresas, mas eu sou fruto do <strong>Sebrae</strong>”,compara o empreen<strong>de</strong>dor, que participou emPorto Alegre, em maio, do Brasil Rural Con<strong>tempo</strong>râneo- o maior evento da América Latina <strong>de</strong> exposiçãoe venda <strong>de</strong> produtos da agricultura familiar.Radicado no Amazonashá 30 anos, o empresáriogaúcho Sílvio Proença sevaleu da orientação do<strong>Sebrae</strong> para certificar obioguaranáFoto: <strong>Sebrae</strong>/RSTEM GENTE QUEPENSA QUEINOVAÇÃO É ALGORESTRITO A GRANDESEMPRESAS, MAS EUSOU FRUTO DO SEBRAEAlémdo futebolProjeto queune turismo eagricultura familiarterá investimentoAproveitar a Copa doMundo <strong>de</strong> 2014 paracriar oportunida<strong>de</strong>se dar visibilida<strong>de</strong> aosem todo Paísprodutos e serviçosda agricultura familiarbrasileira. Esse é o propósito do convênio assinadoentre <strong>Sebrae</strong> Nacional, <strong>Sebrae</strong>/RS, Ministério <strong>de</strong>Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério doTurismo (Mtur), que viabiliza a realização do ProjetoTalentos do Brasil Rural: turismo e agriculturafamiliar a caminho dos mesmos <strong>de</strong>stinos. A i<strong>de</strong>iaé inserir produtos <strong>de</strong> origem familiar em estabelecimentoscomerciais e turísticos das doze cida<strong>de</strong>sse<strong>de</strong>do evento esportivo. “É um projeto regional enacional, que busca fomentar a agricultura familiar<strong>de</strong> forma organizada, para manter a riqueza do Paíscom uma produção cada vez mais qualificada e diferenciada”,afirma o presi<strong>de</strong>nte do Conselho Deliberativodo <strong>Sebrae</strong>/RS e presi<strong>de</strong>nte da FIERGS,Paulo Tigre.<strong>de</strong> R$ 3 milhõesFoto: Dudu LealO Projeto Talentos do Brasil Rural terá recursosna or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 3 milhões, que serão repassadospelo MDA, via Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral, e geridospelo <strong>Sebrae</strong>/RS. Com abrangência nacional aação capacitará, inicialmente, 125 cooperativas paraofertarem artigos diferenciados a hotéis, bares, restaurantese lojas <strong>de</strong> artesanato das cida<strong>de</strong>s-se<strong>de</strong>. NoEstado, serão cerca <strong>de</strong> 30 cooperativas. O projetopromoverá itens <strong>de</strong> alimentação e bebida, artesanato,<strong>de</strong>coração e amenities (miniaturas <strong>de</strong> xampus esabonetes disponíveis nos hotéis) típicos <strong>de</strong> cadaregião do País, como xampu <strong>de</strong> cupuaçu, sabonete<strong>de</strong> açaí, cachaça, conservas, mel, frutas e sucos orgânicose peças <strong>de</strong> artesanato.Também serão realizadas ações <strong>de</strong> qualificação <strong>de</strong>empreendimentos <strong>de</strong> Turismo Rural no entornodas cida<strong>de</strong>s-se<strong>de</strong> da Copa <strong>de</strong> 2014, para que ofereçamativida<strong>de</strong>s e, assim, atraiam o público dosjogos do mundial para passeios, hospedageme refeições. O presi<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong> Nacional,Paulo Okamotto, comenta que “o convêniovem reforçar a atuação da instituição junto àagricultura familiar. Temos linhas <strong>de</strong> projetos<strong>de</strong>senvolvidos com base na gestão <strong>de</strong> negócios,diversificação dos canais <strong>de</strong> distribuição,qualificação <strong>de</strong> produtos e agregação <strong>de</strong> valor,por meio do <strong>de</strong>sign, acesso a novos mercados,por exemplo”.A previsão é <strong>de</strong> que o trabalho seja executadoem 18 meses. Primeiro, será realizado o planejamentodas estratégias <strong>de</strong> atuação, comunicação,monitoramento e avaliação do projeto, seguidopela elaboração <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> mercado que nortearáos próximos passos. “Vamos i<strong>de</strong>ntificar os estabelecimentosque já compram produtos da agriculturafamiliar, aqueles que ainda não o fazem, conhecer osmotivos. Com base nessas informações, as ações seguintesdo projeto serão colocadas em prática”, informao ministro do Desenvolvimento Agrário, GuilhermeCassel.Presi<strong>de</strong>nte do Conselho Deliberativo do <strong>Sebrae</strong>/RS, Paulo Tigre (E),o Ministro do MDA, Guilherme Cassel, e o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong> Nacional,Paulo Okamotto, na assinatura do convênio42Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 43
TurismoA saga dos comerciantesque percorreram o Brasil Colônia,interligando territórios e culturas, <strong>de</strong>ixouum legado histórico que foi transformadoem um belo passeio turísticoNorastrodosTROPEIROSDesbravaram terras, interligaram países e unificaram culturas. Os tropeiros representamuma fase da história brasileira. Percorrendo gran<strong>de</strong>s distâncias em mulas carregadascom bruacas, expostos às intempéries do <strong>tempo</strong> e longe da família, pouco a pouco elesconstituíram um dos momentos mais importantes da formação do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.Suas longas cavalgadas construíram um legado cultural que o <strong>Sebrae</strong>/RS e parceiros resgatam noprojeto turístico Caminho dos Tropeiros na Região dos Campos <strong>de</strong> Cima da Serra.Nascida em Bom Jesus, a historiadoraLucila Santos, especializada em tropeirismo,encontrou em sua família o estímulopara pesquisar esse pedaço dahistória gaúcha. Além <strong>de</strong> ouvir os causoscontados pelo avô, ela cresceu e viveem região que foi rota das tropas. “Meuavô era tropeiro <strong>de</strong> gado vacum e passoumuitas dificulda<strong>de</strong>s em seus trajetos,dormindo a céu aberto. Seu caminhobásico era pegar o gado nos Campos <strong>de</strong>Cima da Serra e conduzi-lo até PortoAlegre para, então, terminar a viagemem Guaíba”.Muito antes disso, ainda no BrasilColônia, os tropeiros traçaram asprimeiras rotas comerciais entre osestados, abrindo vias que até hoje po<strong>de</strong>mser usadas para o transporte. Entre elas,trechos da BR-285 e BR-116. Desse ir-evirnasceram povoados que originaramcida<strong>de</strong>s como Passo Fundo, Carazinho eCampos Novos. Segundo Lucila, “essesciclos criaram ativida<strong>de</strong>s como ferreiro,comércio <strong>de</strong> alimentos e roupas e campo<strong>de</strong> aluguel para os animais”.No Estado, os principais caminhos dos tropeiros foramos dos indígenas. Mas outros foram abertos pelas tropas:o Caminho da Praia, que começava no Uruguai, passavapor Santo Antônio da Patrulha e seguia até Laguna, <strong>de</strong>on<strong>de</strong> os tropeiros embarcavam em navios ou subiam aSerra dos Ambrósio rumo a São Paulo e Rio; o Caminhodos Conventos, que partia <strong>de</strong> Araranguá, subia a Serra eentrava nos Campos <strong>de</strong> Cima da Serra, on<strong>de</strong> os viajantescruzavam o rio Pelotas rumo à Sorocaba; o Caminho Real,que seguia o primeiro e, na altura <strong>de</strong> Palmares, tomava orumo <strong>de</strong> Viamão, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> seguia na direção <strong>de</strong> Rolante,passando por São Francisco <strong>de</strong> Paula e atravessando o rioPelotas na direção <strong>de</strong> Sorocaba; e o Caminho das Missões,que foi aberto em 1816 e entrava no Brasil por São Borja;em Vacaria dos Pinhais, entroncava com o Caminho Real,seguia até Passo Fundo e Registro <strong>de</strong> Santa Vitória (hojeBom Jesus), também em direção à Sorocaba.História e turismoIniciado em 2009, com apoio e gestão do <strong>Sebrae</strong>/RS, oprojeto Caminho dos Tropeiros envolve mais <strong>de</strong> 80 empreendimentosdos municípios <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> Vacaria,Cambará do Sul, São José dos Ausentes, São Francisco <strong>de</strong>Paula, Bom Jesus e Jaquirana. Segundo a gestora LucianaThomé, a instituição já atuava em iniciativas <strong>de</strong> turismo naSerra Gaúcha e, “avaliando o contexto do território, observamoso potencial ligado a essa ativida<strong>de</strong>, com a qualexiste uma forte i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na maioria das fazendas, on<strong>de</strong>as pessoas são netas ou bisnetas <strong>de</strong> tropeiros; além disso,Bom Jesus sedia o Seminário Nacional do Tropeirismo”.O objetivo é proporcionar aos turistas uma vivência nesseambiente, com diversas opções.>>Foto: Campofora/Divulgação/Marcelo Curia44Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 45
Atrações imperdíveisO outono é uma época excelente para viajar até osCampos <strong>de</strong> Cima da Serra, on<strong>de</strong> o frio mais rigorosojá se anuncia. Quem vai às cida<strong>de</strong>s serranas, conhece oque ficou dos tropeiros e as belezas naturais da região.Muitas estão <strong>de</strong>ntro das fazendas. Aproximadamente20 <strong>de</strong>las, vinculadas ao projeto, recepcionam os visitantese guardam histórias, cenários, sabores e misticismosque aos poucos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>scobertos nas rodas<strong>de</strong> chimarrão.Cânions e picos – Em toda a região, entre SãoFrancisco <strong>de</strong> Paula (RS) até Urubici (SC), há mais <strong>de</strong>30 cânions. Os principais são o Itaimbezinho, no ParqueNacional <strong>de</strong> Aparados da Serra, e o Fortaleza, noParque Nacional da Serra Geral. Ambos ficam emCambará do Sul e são acessíveis <strong>de</strong> carro. Para ingressarno Itaimbezinho é necessário pagar entrada.Na mesma região também se <strong>de</strong>stacam: o cânion Josafá,<strong>de</strong> São Francisco <strong>de</strong> Paula, o maior do Estado emextensão; e o pico do Monte Negro, no cânion <strong>de</strong> mesmonome, mas em São José dos Ausentes. Este pico,<strong>de</strong> aproximadamente 1,4 mil metros, é consi<strong>de</strong>rado oponto mais alto do Estado e, a partir <strong>de</strong>le, se o dia estiverlimpo, po<strong>de</strong>-se ver o litoral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sule o <strong>de</strong> Santa Catarina.Banhos <strong>de</strong> cachoeira - Mesmo quem não estáhospedado po<strong>de</strong> fazer o roteiro das águas nas fazendase pousadas, através das agências <strong>de</strong> turismo. Mas nessaépoca do ano o banho é só para os mais corajosos.Depen<strong>de</strong>ndo da intensida<strong>de</strong> do frio, lagos e cachoeirascongelam.Desnível dos rios - Em São José dos Ausentes, osrios Divisa e Silveira correm lado a lado com uma diferença<strong>de</strong> 18 metros <strong>de</strong> altura. O fenômeno do <strong>de</strong>snível,que é único na América Latina, po<strong>de</strong> ser apreciado doalto <strong>de</strong> morros <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> fazendas locais.Gastronomia - Destaque para as comidas campeirascom pinhão (paçocas), charque, abóbora, mandioca,sobremesas <strong>de</strong> origem portuguesa, como o doce <strong>de</strong>Foto: Josemar Contesini /Divulgação/Canion TurismoOs locais são propícios para o turismo <strong>de</strong> aventura.As belas paisagens compensam o esforço físico.gila, fruta típica da região, e churrasco na vala. Os pratos,baseados na alimentação que os tropeiros preparavamem suas viagens, são servidos nas proprieda<strong>de</strong>srurais e estão nos menus <strong>de</strong> alguns restaurantes.O uso do espeto <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ver<strong>de</strong> para assar a carneem valas – o que lhe dá um sabor agradável – está preservado.Esse churrasco po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>gustado na pousadaPomar Cisne Branco, em São Francisco <strong>de</strong> Paula.A refeição é feita em um galpão, durante um Baile <strong>de</strong>Can<strong>de</strong>eiro.Pesca - Em São José dos Ausentes, no rio Silveira, háfazendas que têm autorização legal para a pesca da truta,cuja captura é controlada. A varieda<strong>de</strong> mais comumé a Arco-Íris. Em Bom Jesus, a Pousada Truta Rodrivarisserve rodadas <strong>de</strong> pratos à base da iguaria.Li<strong>de</strong>s campeiras e ro<strong>de</strong>ios - A maioria dosmeios <strong>de</strong> hospedagem da região é rural e serviu <strong>de</strong>pouso aos tropeiros. Alguns preservam a arquiteturaoriginal, em ma<strong>de</strong>ira. Ainda sãomoradia <strong>de</strong> quem herdou a culturado tropeirismo. Ativida<strong>de</strong>scomo o <strong>de</strong>slocamento em carretas,a “junta” do gado, a or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong> vacas e o cultivo <strong>de</strong> lavourassão comuns.Em São Francisco <strong>de</strong> Paula, duasfazendas - Remanso e Capão Ipê- agendam oficinas campeiras nasquais se po<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r comoconfeccionar lã natural, produzircharque e compostos medicinaisnaturais.Em Vacaria, o Ro<strong>de</strong>io Internacional explora a vocaçãoagropastoril regional. É consi<strong>de</strong>rado como um dosmaiores ro<strong>de</strong>ios crioulos da América Latina.Roteiro urbano (casas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira) – O <strong>de</strong>senvolvimentodas serrarias <strong>de</strong> Bom Jesus tem a suahistória fortemente ligada à presença do pinus, um tipoQUEM VAI ÀSCIDADES SERRANAS,CONHECE OQUE FICOU DOSTROPEIROS E ASBELEZAS NATURAISDA REGIÃO. MUITASESTÃO DENTRO DASFAZENDAS<strong>de</strong> araucária. A cida<strong>de</strong> tem um conjunto antigo <strong>de</strong> casariosem ma<strong>de</strong>ira que po<strong>de</strong> ser conhecido através <strong>de</strong>uma city tour a pé. A historiadora Lucila Santos faz asapresentações contando sagas familiares.Ativida<strong>de</strong>s com mulas - Os empreen<strong>de</strong>dores daFazendo do Cilho, em Bom Jesus, promovem passeiospelos corredores <strong>de</strong> tropeadas eresgatam o movimento com umaencenação. Em outras cida<strong>de</strong>s,como São Francisco <strong>de</strong> Paula, po<strong>de</strong>-sese fazer a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulatrekking, em roteiro que po<strong>de</strong> duraraté dois dias.Viagens a cavalo e sesteadatropeira - Durante as viagens,os tropeiros paravam paracomer e <strong>de</strong>scansar - era a sesteadatropeira. A pousada Vista Alegre,<strong>de</strong> Jaquirana, promove cavalgadasem que o principal atrativo é a confraternização emmeio à natureza.Taipas centenárias - As taipas são muros <strong>de</strong> pedrasque <strong>de</strong>marcavam fazendas e territórios nos séculospassados. Elas resistem ao <strong>tempo</strong>. Há construçõesque se esten<strong>de</strong>m por mais <strong>de</strong> 15 quilômetros, formandocorredores que po<strong>de</strong>m guiar cavalgadas, passeiosciclísticos e caminhadas.Foto: Campofora/Divulgação/Paulo Hafner Foto: Canion Turismo Vaigens e Aventuras/DivulgacaoFoto: Elias Eberhardt46 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 47
Foto: Arlindo Itacir BattistelFoto: Arlindo Itacir BattistelA seguir, uma opção <strong>de</strong> roteiroque compreen<strong>de</strong> São José dosAusentes, Bom Jesus e Vacaria.ROTEIRO1º diaSão José dos Ausentes2º diaBom Jesus>>>>>>>>>>>Foto: Dudu LealColeção Araucária - Cerca <strong>de</strong> 30 artesãos, apoiadospelo <strong>Sebrae</strong>/RS, fabricam miniaturas <strong>de</strong> animais,esculturas, jogos, materiais pedagógicos, objetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>coraçãoe acessórios <strong>de</strong> moda e uso pessoal. Todas aspeças têm inspiração no cotidiano gaudério e são feitascom matérias-primas da região. Há pontos <strong>de</strong> vendaem São Francisco <strong>de</strong> Paula e Cambará do Sul.InstitucionalO objetivo do projeto é implementar ações <strong>de</strong> inovaçãopara qualificar e aumentar a oferta das produçõesassociadas ao turismo, promovendo <strong>de</strong>senvolvimentoe sustentabilida<strong>de</strong> entre as MPEs, as cooperativas e asorganizações locais.Foto: Campofora/Divulgação/Paulo HafnerSão parceiros: Consórcio <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentáveldos Campos <strong>de</strong> Cima da Serra (Con<strong>de</strong>sus),Associação das Empresas <strong>de</strong> Turismo <strong>de</strong> Cambará doSul (Aeturcs), Associação das Pousadas Rurais <strong>de</strong> SãoJosé dos Ausentes (Aprua), Associação Vacariense <strong>de</strong>Turismo (Avatur) e as administrações municipais dascida<strong>de</strong>s envolvidas na ação.Site: www.caminhodostropeiros.com.brRoteiros autoguiadosEntre as opções que incluem passeios a cavalo, cachoeirase convívio com estancieiros da região, os visitantespo<strong>de</strong>m escolher os roteiros. Luciana Thomé <strong>de</strong>stacaque, “nessa atmosfera campeira, o dia-a-dia dasfazendas não é um produto formatado. Em 99% doscasos, o turista será atendido pelos donos”.Foto: Campofora/Divulgação/Paulo HafnerDurante a manhãDesnível dos Rios Silveira e Divisa:o turista po<strong>de</strong> conhecer essefenômeno único no Brasil em fazendaslocais (os rios passam lado a ladocom 18m <strong>de</strong> altura um do outro semse encontrarem).Distância do centro da cida<strong>de</strong>: 32 km.Tempo médio para realizar a ativida<strong>de</strong>: 2 horas.Agendar visita: www.ausentesonline.com.br/pousadapotreirinhosProprieda<strong>de</strong> Cachoeirão dos Rodrigues: épossível conhecer uma das maiores cachoeirasda região em volume <strong>de</strong> água, com acesso atravésuma trilha <strong>de</strong> nível fácil.Tempo médio para realizar a ativida<strong>de</strong>: 1 hora.Agendar visita: www.ausentesonline.com.br/pousadacachoeiraodosrodriguesOn<strong>de</strong> comerPousada Fazenda Potreirinhosou Pousada Cachoeirão dosRodriguesDurante a tar<strong>de</strong>Visita a outras proprieda<strong>de</strong>s ruraise ao Cânion e Pico do MonteNegro, na divisa do Estado comSanta Catarina. Com binóculo é possível avistaro Litoral Sul catarinense e o Litoral Nortegaúcho.Sugere-se o pernoite com jantar na FazendaMonte Negro. No dia seguinte, às 6h30min, éservido o “café Camargo”. Também é possívelacompanhar a lida com o gado e fazer passeiosa cavalo.Pousada Fazenda Monte Negro:www.fazendamontenegro.com.brDurante a manhãCity Tour a pé pelos Casarios<strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira – O ciclo da ma<strong>de</strong>irainfluenciou a arquitetura <strong>de</strong> Bom Jesus,mas o gran<strong>de</strong> mote da caminhadaé ouvir as histórias contadas pela historiadoraLucila Santos.Tempo médio para realizar a ativida<strong>de</strong>: 2 horas.Sob agendamento antecipado com a guia LucilaSantos – (54) 9977-8528On<strong>de</strong> comerRodízio <strong>de</strong> Trutas na PousadaTruta Rodrivaris: a família aten<strong>de</strong>,oferecendo uma sequencia com diferentesmolhos. O visitante po<strong>de</strong> pescar o peixenos tanques e, se quiser, levá-lo para casa.É preciso fazer reserva:www.trutarodrivaris.com.brDurante a tar<strong>de</strong>Pesca <strong>de</strong> Truta na Pousada TrutaRodrivaris.Comprar o tradicional Doce <strong>de</strong> Gilae a famosa bijajica no estabelecimento ProdutosCaseiros Dona Cleusa.Na área do artesanato, a dica são as peças emma<strong>de</strong>ira da Naturarte, que tem o tropeirismocomo tema.On<strong>de</strong> dormirHotel Angelina:www.caminhodostropeiros.com.brHotel das Camélias:www.caminhodostroperios.com.brPousada Truta Rodrivaris:www.trutarodrivaris.com.br>>48Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 49
3º diaVacariaDurante a manhãCavalgada na Fazenda Capãodo Índio, uma das mais antigascabanhas da região. Conserva atradição da criação <strong>de</strong> cavaloscrioulos.Tempo médio: 2 a 3 horas.On<strong>de</strong> comerAlmoço na mesma fazenda,preparado sob coor<strong>de</strong>nação daproprietária, Dinacir.Agendamento prévio:www.capaodoindio.com.brDurante a tar<strong>de</strong>Visita à Fazenda do Socorro,uma das primeiras sesmariasdo Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Conservaa arquitetura tradicionalportuguesa. Necessário agendamentoprévio para a visita, através do telefone(54) 9973-1820, com Osmar Remus.Tempo médio para realizar a ativida<strong>de</strong>:1 a 2 horas.A viagem termina com o café campeiro Lá<strong>de</strong> Fora, produzido por dona Helena e seumarido, Gilberto. É servido aos turistasjunto à casa da família, mas somente mediantereserva:www.cafecampeiro.blogspot.com.Viagens no lombo do cavaloPioneira no turismo equestre no Brasil, a agência CampoforaViagens a Cavalo oferece cavalgadas que vão <strong>de</strong> doisa <strong>de</strong>z dias. Acompanhados do empresário Paulo Hafner,exímio conhecer da região, os turistas fazem passeios everda<strong>de</strong>iras expedições <strong>de</strong> São Francisco <strong>de</strong> Paula a SãoJosé dos Ausentes. “Po<strong>de</strong>mos passar por rios, cachoeiras,matas e os paredões dos Aparados da Serra, mas o que ficaé a sensação <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e reflexão”, conta Hafner.O empresário tem acerto com proprietários <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>300 fazendas, locais que po<strong>de</strong>m ser visitados durante ospasseios. As cavalgadas são feitas ao longo <strong>de</strong> todo ano, emcavalos preparados para quem vai montá-los. São setes horas<strong>de</strong> cavalgada por dia, com paradas para alongamento,água para os cavalos, aperto <strong>de</strong> encilhas e refeições.O custo médio é R$ 380,00/dia para quem sai <strong>de</strong> São Francisco<strong>de</strong> Paula, e <strong>de</strong> R$ 580,00* para quem sai <strong>de</strong> São Josédos Ausentes. Os preços incluem alimentação, hospedageme todos os aparatos e utensílios necessários à viagem.As bebidas e o transfer são cobrados à parte.Contatos: (54) 9971-4000 ou (54) 3244.2993 (com Ângelae Paulo Hafner)E.mail: info@campofora.com.brSite: www.campofora.com.br* Preços praticados pela empresa em junho <strong>de</strong> 2010.Com toques <strong>de</strong> aventuraA Cânion Turismo Viagens e Aventuras, <strong>de</strong> Cambará doSul, em conjunto com outros operadores, formatou a ExpediçãoCaminho dos Tropeiros, que percorre cinco municípios.No roteiro <strong>de</strong> sete dias estão programadas visitasaos cânions Itaimbezinho, Fortaleza e Monte Negro – comcaminhadas por trilhas.MetalmecânicoBoas oportunida<strong>de</strong>s no mercadoimpulsionam empresas do segmentoexploração do petróleo na camada présal,os investimentos no setor navalA e a realização <strong>de</strong> eventos esportivosinternacionais no Brasil, como a Copa doMundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016,são promessas <strong>de</strong> bons resultados para a economiabrasileira nos próximos anos. Isso sem esquecer oatual aquecimento da <strong>de</strong>manda pelo fornecimento <strong>de</strong>peças, serviços e equipamentos da indústria metalmecânica,especialmente entre as pequenas representantesdo setor. Para se ter uma i<strong>de</strong>ia, somentea exploração do pré-sal <strong>de</strong>verá movimentar R$ 295bilhões até 2013, segundo estudo realizado pelo BancoNacional <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tornar o setor responsávelpor 20% do PIB brasileiro até 2020. A Copado Mundo e as Olimpíadas também representamgran<strong>de</strong>s oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fornecimento para todaa ca<strong>de</strong>ia. As MPEs gaúchas do setor metalmecânicopo<strong>de</strong>rão buscar sua inserção nestes mercados.Roteiros <strong>de</strong> agênciasQuem tem alguns dias disponíveis po<strong>de</strong>contratar serviços dos operadores <strong>de</strong>turismo vinculados ao projeto Caminhodos Tropeiros. As agências oferecempacotes <strong>de</strong> viagem que contemplam <strong>de</strong>s<strong>de</strong>passeios na calmaria dos campos atéaventuras com esportes radicais. A seguir,duas alternativas.50Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010O pacote inclui o pouso em fazendas ou pousadas rurais,com café da manhã e refeições em restaurantes típicosserranos. Entre uma e outra estada, po<strong>de</strong>m ser feitos citytours pelas cida<strong>de</strong>s. Além disso, em cada localida<strong>de</strong> há opçõescomo <strong>de</strong>scidas <strong>de</strong> bote, rapel, ciclismo <strong>de</strong> aventurae passeios a cavalo ou mula, todas com guias <strong>de</strong> turismoespecializados. Roupas e calçados <strong>de</strong>vem ser confortáveise <strong>de</strong> acordo com o clima da época.Agendamento e informações: (54) 3251-1027 /(54) 8117-1017 / (54) 9984-5766 ;E.mail: atendimento@canionturismo.com.brSite: www.canionturismo.com.brJunho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 51
Com o intuito <strong>de</strong> capacitar e contribuir com a qualificaçãodas micro e pequenas empresas do segmento,para que elas conquistem sua fatia das oportunida<strong>de</strong>soferecidas, o <strong>Sebrae</strong>/RS vem <strong>de</strong>senvolvendo uma série<strong>de</strong> projetos integrados em regiões do Rio Gran<strong>de</strong> doSul. O objetivo é promover o aumento da competitivida<strong>de</strong>,por meio da disseminação <strong>de</strong> conhecimento e datroca <strong>de</strong> informações.Atualmente, o Estado é o segundo maior polo metalmecânicodo Brasil, com 6,7 milhões <strong>de</strong> empresas.Desse total, 96% são <strong>de</strong> micro e pequeno porte, segundodados do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas,Mecânicas e <strong>de</strong> Material Elétrico e Eletrônico do RioGran<strong>de</strong> do Sul (Sinmetal). “O Estado só fica atrás <strong>de</strong>São Paulo, com 20 milhões <strong>de</strong> empresas do segmento”,informa Juliana Corrêa da Cunha, economista doSinmetal.De acordo com o superinten<strong>de</strong>nte do <strong>Sebrae</strong>/RS,Marcelo Lopes, o objetivo dos projetos da entida<strong>de</strong> nosetor é dar oportunida<strong>de</strong> à abertura <strong>de</strong> mercado a empresasgaúchas, seja regional ou nacional. “Queremosintegrar a ca<strong>de</strong>ia produtiva por meio dos projetos edisseminar informação e conhecimento para que microe pequenas empresas do setor no Estado possamPesquisaExigências dasGran<strong>de</strong>s Empresasdo RS apontaos principaisrequisitos que60 companhiasconsi<strong>de</strong>ram nahora <strong>de</strong> habilitarum fornecedor:se beneficiar, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da região on<strong>de</strong> estãoinseridas”, explica Marcelo Lopes.O Núcleo Estratégico <strong>de</strong> Suprimentos (NES) é umexemplo <strong>de</strong> projeto que já atua <strong>de</strong>sta forma. A açãopromove a circulação <strong>de</strong> informações estratégicas referentesàs necessida<strong>de</strong>s da ca<strong>de</strong>ia em todo territóriogaúcho, por meio <strong>de</strong> parceria com os coor<strong>de</strong>nadoresdo <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> suprimento <strong>de</strong> empresas âncoras,como a Braskem, a Aracruz, a Gerdau, a Innova e aRefap. O gestor setorial metalmecânico do <strong>Sebrae</strong>/RS,Luis Guilherme Menezes, diz que “temos acesso a informaçõessobre <strong>de</strong>mandas, carências do mercado, exigências<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecimento;enfim, informações estratégicas que po<strong>de</strong>m beneficiarmicro e pequenas empresas qualificadas pelos projetosdo <strong>Sebrae</strong>/RS e, ao mesmo <strong>tempo</strong>, as gran<strong>de</strong>s corporaçõesparceiras, que recebem indicações <strong>de</strong> fornecedoresqualificados <strong>de</strong> acordo com suas necessida<strong>de</strong>s”.A pesquisa Exigências das Gran<strong>de</strong>s Empresas do RS,realizada em 2009 pelo NES junto a 60 gran<strong>de</strong>s empresasparceiras, apontou o que é necessário na hora<strong>de</strong> escolher um fornecedor. As quatro principais característicassão atendimento à legislação e normas, conformeprodutos e serviços (39 empresas), aprovação<strong>de</strong> amostras iniciais (36), fornecimento <strong>de</strong> lote piloto(34) e avaliação financeira (32). Sobre isso, confira ográfico completo abaixo. A partir <strong>de</strong>sse levantamento,o NES po<strong>de</strong> direcionar as ações <strong>de</strong> qualificação dasempresas, a fim <strong>de</strong> estejam preparadas para atingir asexpectativas das gran<strong>de</strong>s companhias.Outra ação que está sendo iniciada, segundo Menezes,é o acompanhamento semestral <strong>de</strong> resultados das empresasparticipantes dos Programas do Metalmecânico.Por meio <strong>de</strong> indicadores como aumento do faturamento,<strong>de</strong> clientes e número <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho entre2010 e 2011, será avaliado <strong>de</strong> que forma os projetosdo <strong>Sebrae</strong>/RS contribuíram para o <strong>de</strong>senvolvimentodas MPEs.Nesta matéria, conheça algumasdas ações <strong>de</strong>senvolvidas pelo<strong>Sebrae</strong>/RS no setor metalmecânicoe seus resultados.A<strong>de</strong>são cresce nos valesdo Taquari, Rio Pardo e naregião CentroDesenvolver o Setor Metalmecânico nos Vales do Taquari,Rio Pardo e Região Centro é o projeto do <strong>Sebrae</strong>/RSarticulado pela Regional Vales do Taquari edo Rio Pardo. Teve seu início em janeiro <strong>de</strong>ste ano ejá conta com 90 empresas participantes. Nos dois anos<strong>de</strong> trabalho que vem pela frente, o projeto terá algumasmetas: aumentar o faturamento das empresas, o número<strong>de</strong> novos clientes e a produtivida<strong>de</strong>, implementarcontroles gerenciais e indicadores <strong>de</strong> gestão em meta<strong>de</strong>das empresas beneficiadas.O projeto apresenta aintegração <strong>de</strong> diferentesrealida<strong>de</strong>s, o que évisto pelos empresáriosparticipantes comouma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>conhecer a atuação dosetor em segmentosdiferentesPara alcançar esses resultados, a iniciativa prevê a realização<strong>de</strong> consultorias, capacitações gerenciais, participação<strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> empresários em missões empresariais,a busca pela inovação tecnológica e exposiçõesem feiras como a Expometal e a Mercopar, além dapromoção <strong>de</strong> rodadas <strong>de</strong> negócios, na busca <strong>de</strong> novosmercados. As empresas que participam do projeto terãopriorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento para todas as ativida<strong>de</strong>sque forem executadas. Entre os benefícios estão osubsídio <strong>de</strong> até 50% oferecido pelo <strong>Sebrae</strong>/RS e parceirosna participação das ações, formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong>relacionamentos e trocas <strong>de</strong> experiências com outrosempresários, participação em exposições em feiras emissões empresariais, divulgação da marca e produtosjunto a gran<strong>de</strong>s empresas apoiadoras e compras conjuntas,promovendo a redução <strong>de</strong> custos na aquisição<strong>de</strong> matérias-primas. “O projeto apresenta a integração<strong>de</strong> diferentes realida<strong>de</strong>s do setor, o que é visto pelosempresários que integram o projeto como uma oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> conhecer a atuação do setor em segmentosdiferentes, sendo essa uma excelente oportunida<strong>de</strong>para os empreen<strong>de</strong>dores das três regiões. Dentro doprojeto também procuramos oportunida<strong>de</strong>s em outrosestados, em busca <strong>de</strong> uma fatia no mercado brasileiro”,informa a gestora Claudia Regina Kuhn.Em maio, os empresários do Vale do Taquari e RioPardo participaram da qualificação De Olho na Qualida<strong>de</strong>.A primeira missão empresarial p<strong>revista</strong> aconteceráem julho rumo ao polo naval <strong>de</strong> Rio Gran<strong>de</strong>.“Um preparativo para que eles participem das rodadas<strong>de</strong> negócios na Expometal, em agosto”, conta Claudia,referindo-se à Feira <strong>de</strong> Integração Industrial e Comercialdo Setor Metalmecânico, realizada anualmente emVenâncio Aires. Para ela, “o setor precisa aproveitar omomento, com as várias oportunida<strong>de</strong>s para o Brasil,como a nova era do petróleo, com o pré-sal, as Olimpíadase a Copa do Mundo. Todo o movimento daeconomia que envolve infraestrutura beneficia o setormetalmecânico”.52 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 53
Encontro para dividirexperiênciasA troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias entre empresários do setor também éuma forma que o <strong>Sebrae</strong>/RS encontrou para disseminaro conhecimento entre as empresas do setor na Regionalda Serra Gaúcha. Entre outras ações do projetoFortalecer a Competitivida<strong>de</strong> do Setor Metalmecânicoda Serra Gaúcha está o Café com Projetos, encontroque reúne cerca <strong>de</strong> 150 empresas dos setores metalmecânico,petróleo e do plástico na última sexta-feira <strong>de</strong>cada mês. Os empresários participam <strong>de</strong> palestra comespecialistas em assuntos sugeridos por eles, como gestão<strong>de</strong> risco e importância da informação para a gestãoempresarial. Trata-se <strong>de</strong> uma oportunida<strong>de</strong> para queempreen<strong>de</strong>dores da região <strong>de</strong>batam, troquem experiênciase dividam dúvidas, além <strong>de</strong> prospectar negóciosna ca<strong>de</strong>ia produtiva.Iniciados em agosto <strong>de</strong> 2009, os encontros já ren<strong>de</strong>rambons frutos para as participantes. “Muitas empresas obtinhamfornecedores em outros estados. Com a aproximaçãopromovida pelo Café com Projetos, acabarampor trocar i<strong>de</strong>ias e fechar negócios com representantesda própria região“, conta o gestor do projeto, José LuísPrograma <strong>de</strong>Desenvolvimento <strong>de</strong>Fornecedores GerdauTornar-se fornecedor <strong>de</strong> uma das trêsmaiores si<strong>de</strong>rúrgicas da América Latinaé um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> muitas empresas, masmanter essa posição não é uma tarefa dasmais fáceis. Para preparar micro e pequenasempresas, o <strong>Sebrae</strong>/RS vem promovendoo Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento<strong>de</strong> Fornecedores Gerdau em parceriacom a multinacional. O projeto visa amelhorar os processos e a qualificar osprodutos e serviços em busca da redução<strong>de</strong> custos e <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> produção. FazNo Café com Projetos, 150 empresários da Serra Gaúchase reúnem para <strong>de</strong>bater questões do setor e prospectar negóciosFoto: <strong>Sebrae</strong>/RSMoscon. Uma das participantes é a CNSC, <strong>de</strong> Caxiasdo Sul. Há 17 anos no mercado, oferece produtos emlinha automotiva, implementos rodoviários, agrícola,ferroviária, amarela e da construção civil.isso por meio <strong>de</strong> capacitações e disseminação da culturada geração <strong>de</strong> indicadores e do uso <strong>de</strong> ferramentaspara medir o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> metas, além da troca <strong>de</strong>experiências em workshops.No início, eram 30 empresas. “Hoje, o projeto contacom 80 integrantes”, conta o gestor do projeto, FabianoZortéa. Esses empreendimentos passaram pordiagnósticos que indicavam quais aspectos precisariam<strong>de</strong> melhorias. Agora, são medidos mensalmente essesindicadores, nos quais se observa as práticas e áreas <strong>de</strong>gestão mais críticas. A partir da <strong>de</strong>tecção do problemasão realizadas ações para reverter o resultado negativo.“Se as empresas registram uma tendência <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhonegativo na área comercial, são realizadas capacitaçõespara reverter o quadro e mitigar os riscos”,exemplifica Zortéa.Atualmente, as participantes encontram-se em trêsestágios <strong>de</strong> trabalho. O grupo acompanhado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> oinício está próximo ao nível <strong>de</strong> “qualida<strong>de</strong> assegurada”- no qual as empresas não precisam mais ser inspecionadasdurante o fornecimento, com garantia daqualida<strong>de</strong> do produto e do serviço oferecidos. No intermediário,são novos fornecedores que foram indicadospela própria Gerdau para a<strong>de</strong>rir ao projeto; e,no estágio inicial, os fornecedores <strong>de</strong> fornecedores dagigante si<strong>de</strong>rúrgica que estão passando pelo processo<strong>de</strong> aprimoramento. “Enten<strong>de</strong>mos que melhoraríamosos resultados <strong>de</strong> alguns indicadores qualificando osfornecedores dos fornecedores Gerdau e, <strong>de</strong>sta forma,estamos contribuindo ainda mais para a competitivida<strong>de</strong>da ca<strong>de</strong>ia produtiva”, afirma Zortéa. Entre as participantesdo projeto está a Tecnoindustrial Indústria eComércio <strong>de</strong> Equipamentos, <strong>de</strong> Sapucaia do Sul, umadas vencedoras do MPE Brasil em 2008, na categoriaIndústria da etapa nacional. Para melhorar os resultadoscomo fornecedora da Gerdau, a indústria implementoudiversas práticas <strong>de</strong> gestão, como indicadores<strong>de</strong> capacitação por funcionários e produtivida<strong>de</strong>.Tornar-se fornecedor <strong>de</strong>uma das três maioressi<strong>de</strong>rúrgicas da AméricaLatina é um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>muitas empresas, masmanter essa posiçãonão é uma tarefa dasmais fáceisOs resultados já atingidos pelas participantesdo Programa <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong>Fornecedores Gerdau incluem:• Todas implementaram controles financeiros;• 96% aperfeiçoaram a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual estruturandosite, fol<strong>de</strong>r, logomarca e banner;• 92% das empresas já <strong>de</strong>finiram missão, visão evalores e possuem planejamento estratégico;• 91% estruturaram ou melhoraram o layout <strong>de</strong>produção;• 81% implantaram organograma funcional;• 78% estruturaram a área <strong>de</strong> vendas e implantaramprocesso comercial;• 60% implantaram sistema <strong>de</strong> gestão e avaliação<strong>de</strong> seus próprios fornecedores.Entre os objetivos está o <strong>de</strong> gerar o <strong>de</strong>senvolvimentoe o aumento da competitivida<strong>de</strong> das MPEs, da âncorae <strong>de</strong> toda a ca<strong>de</strong>ia produtiva; aumentar a qualida<strong>de</strong>dos produtos e serviços oferecidos, visando à redução<strong>de</strong> custos e perdas <strong>de</strong> produção com segurançatotal; e <strong>de</strong>spertar as MPEs para a importância dotrabalho em re<strong>de</strong> obtendo resultados conjuntamente.Zortéa afirma que “as empresas já estão conseguindose enxergar como parceiras <strong>de</strong> negócios e não maisapenas como concorrentes. Despertar o espírito <strong>de</strong>cooperação entre elas é fundamental para obtermosresultados diferenciados”.As priorida<strong>de</strong>s para 2010• Implementar os planos <strong>de</strong> treinamentos internosnas empresas participantes;• elevar o número <strong>de</strong> empreendimentos compesquisa <strong>de</strong> satisfação dos clientes;• melhorar o planejamento e o controle <strong>de</strong> produção• automatizar os processos internos;• aumentar o número <strong>de</strong> premiações no MPE Brasile PGQP;• realizar novas ações <strong>de</strong> prospecção <strong>de</strong> mercados(diversificar o número <strong>de</strong> clientes);• promover a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega assegurada (sema necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inspeção pelo comprador).54 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 55
2º Agrimetal MeetingDepois do sucesso da primeira edição, realizada em2009, o Agrimetal Meeting que ocorrerá entre 29 e30 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>ste ano terá rodadas <strong>de</strong> negócios eexposição <strong>de</strong> produtos. Serão mobilizadas 150 microe pequenas empresas com termo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são aos projetosdo setor metalmecânico do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,interessadas em participar <strong>de</strong> rodadas <strong>de</strong> negócios com50 representantes <strong>de</strong> suprimentos do setor metalmecânico,nacionais e internacionais. A gestora do ProjetoDesenvolver as Empresas do APL Metalmecânico PréColheita, Maria Martins da Silva Meyer, informa que“a expectativa da segunda edição é movimentar R$ 2milhões em negócios para as empresas – R$ 700 mil amais do que no ano anterior”.O evento é uma realização do <strong>Sebrae</strong>/RS e da Cotrijal,que estão articulando para também assegurar a parceriado Sindicato das Indústrias <strong>de</strong> Máquinas e ImplementosAgrícolas do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (Simers) já naedição 2010.Além do Agrimetal Meeting, para o segundo semestre<strong>de</strong> 2010, o foco do Projeto Desenvolver as Empresasdo APL Metalmecânico Pré Colheita, serão a participaçãoem outras missões e feiras, além <strong>de</strong> capacitaçõesFoto: <strong>Sebrae</strong>/RSMarcelo Lopes (D) e o presi<strong>de</strong>nte daCotrijal, Nei Mânica (E), assinaram o convêniodurante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toqueem gestão ambiental, a<strong>de</strong>quação à legislação e redução<strong>de</strong> custos <strong>de</strong> produção e melhoria da qualida<strong>de</strong>. Nestemomento, o APL está executando capacitações juntoàs 138 MPEs envolvidas, incluindo temas como a gestãoda inovação, estratégias empresariais e negociação.uma <strong>de</strong>las recebe 80 horas <strong>de</strong> consultoria paraautoimplementação do processo. “Consi<strong>de</strong>ramosimportante dar as ferramentas para que asempresas <strong>de</strong>senvolvam o trabalho <strong>de</strong> qualificação,sem que se tornem reféns <strong>de</strong> uma consultoriaexterna”, informa o gestor do Projeto SetorialMetalsinos, Alexandre Zigunovas Júnior.Ao final, elas recebem auditoria por meio <strong>de</strong>um profissional terceirizado <strong>de</strong> órgãos cre<strong>de</strong>nciados,que realizam uma espécie <strong>de</strong> teste antesque a empresa passe pela avaliação oficial.Segundo Alexandre, outra vantagem é que oprograma do <strong>Sebrae</strong>/RS chega a custar 25%do valor <strong>de</strong> mercado. Os benefícios com a implementaçãoda ISO: maior nível <strong>de</strong> organizaçãointerna, maior controle da administração,redução <strong>de</strong> custos com a eliminação <strong>de</strong> retrabalho,<strong>de</strong>sperdício e padronização <strong>de</strong> processos,satisfação <strong>de</strong> clientes e foco em prevenção.Um condomínio consolidadoe <strong>de</strong> resultadosA aquisição <strong>de</strong> um terreno <strong>de</strong> 14,7 hectares na Gran<strong>de</strong>Porto Alegre para a construção <strong>de</strong> um condomínioon<strong>de</strong> serão instaladas as empresas do setor metalmecânicoé o passo mais audacioso do grupo SetorialMetalmecânico do Vale do Gravataí (Semmegra), queiniciou suas ativida<strong>de</strong>s por meio do antigo projeto Empreen<strong>de</strong>r,do <strong>Sebrae</strong>/RS. A parceria com a instituiçãoe com a Associação Comercial Industrial e <strong>de</strong> Serviços<strong>de</strong> Gravataí (Acigra), firmada em 2002, segue até hoje eenvolve 25 empresas produtoras e prestadoras <strong>de</strong> serviçona área metalmecânica. O presi<strong>de</strong>nte do Semmegra,que também é diretor da Manufios, Cyro Weber,acompanha os trabalhos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio e fala comempolgação sobre o passo mais audacioso dado pelogrupo. “É a concretização <strong>de</strong> um sonho. Com o condomínio,teremos capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferecer diferenciaisaos nossos clientes, como a redução <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> <strong>de</strong> produçãoe entrega das <strong>de</strong>mandas, pois todas as empresasestarão em um mesmo local”, comemora.Cyro Weber, da Manufios, com representantes das empresasprodutoras e prestadoras <strong>de</strong> serviços que formam o SemmegraRumo à ISO9000O mercado atual exige que as empresasestejam cada vez mais qualificadas, e acertificação na norma ISO9000 é quaseuma obrigação. A pesquisa Exigênciasdas Gran<strong>de</strong>s Empresas do RS, realizadacom 60 representantes do setor, mostraque, para 50% das metalúrgicas e si<strong>de</strong>rúrgicasconsultadas, a certificação na normaISO9000 é um requisito fundamental nahora da contratação <strong>de</strong> um fornecedor.Para contribuir com as empresas do setormetalmecânico que <strong>de</strong>sejam conquistara certificação, a Regional Sinos Caí eParanhana <strong>de</strong>senvolve a ação <strong>de</strong> capacitação ProgramaRumo à ISO9000.A capacitação envolve três etapas: mapeamento <strong>de</strong> processos,que visa a <strong>de</strong>senvolver a competência <strong>de</strong> quemestá estruturando a gestão; interpretação da NormaISO9000 - e 9001 para a construção <strong>de</strong> uma versão domanual da qualida<strong>de</strong> da empresa; e curso <strong>de</strong> auditoriasinternas, que prepara profissionais da própria organizaçãopara se tornarem auditores internos e realizaravaliação contínua, contribuindo para que a melhoriaseja inserida na cultura da empresa. Além disso, cada56Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Foto: Dudu LealJunho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 57
Mercopar 2010Foto: Cláudio BergmanEsse é o objetivodos projetos<strong>de</strong>senvolvidos pelo<strong>Sebrae</strong>: fornecer asferramentas paraque as empresassigam seu caminhocom qualida<strong>de</strong>Outros negóciosA troca <strong>de</strong> experiências promovidas pelo Semmegratambém gerou outros negócios para os empresários.Um <strong>de</strong>les é o G8 Industrial. Trata-se <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>empresarial que é composta por oito empresase oferece soluções industriais (produtos e serviços)complementares. Iniciou-se a partir <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> mercado percebida pelos participantes doSemmegra em integrar em uma só empresa o fornecimento<strong>de</strong> serviços e produtos com maior valoragregado, oferecendo maior eficiência, rapi<strong>de</strong>z equalida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> soluções integradas. Juntas,têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>mandas customizadas,<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o projeto até a entrega final. “Surgiamprojetos muito gran<strong>de</strong>s para o tamanho das empresasindividualmente e pensamos, por que não unirDividindo a mesma infraestrutura, as indústrias e prestadoras<strong>de</strong> serviço vão reduzir custos, com o uso comum<strong>de</strong> máquinas, <strong>de</strong> recepção e divisão dos gastoscom luz, por exemplo. O condomínio também vaicontar com um show room on<strong>de</strong> os visitantes po<strong>de</strong>rãoter uma amostra <strong>de</strong> tudo que as 25 empresas oferecem.Hoje, os empreendimentos que participam do grupooferecem soluções compartilhadas aos clientes. “Tratase<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> exemplo <strong>de</strong> associativismo. Aquelas<strong>de</strong> um mesmo segmento não se enxergam como concorrentes,indicam outras integrantes do grupo para<strong>de</strong>terminados trabalhos”, relata a gestora do grupo,Laura dos Santos Rocha.Cada participante tem como meta indicar uma novaempresa por ano, complementando a gama <strong>de</strong> integrantes.“Todas as <strong>de</strong>cisões são tomadas em grupo.Antes, elas passam pela avaliação <strong>de</strong> todos antigos participantes,até que se chegue a um acordo”, informaWeber. Hoje, o papel do <strong>Sebrae</strong>/RS é dar às empresasque se juntam ao grupo o mesmo apoio concedido àsanteriores. Para as antigas, um dos focos principais dainstituição para os próximos dois anos é estimular ainovação por meio <strong>de</strong> visitas técnicas e <strong>de</strong> workshopsque mostrem, na prática, o que é inovar. Outro pontoé a busca <strong>de</strong> novos mercados, com o estímulo à participaçãoem feiras e parceria com a Apex Brasil. Porenquanto, o <strong>de</strong>stino são outros estados brasileiros eaté a América Latina. “Elas já atingiram um nível <strong>de</strong>gestão apurado. E esse é o objetivo dos projetos <strong>de</strong>senvolvidospelo <strong>Sebrae</strong>: fornecer as ferramentas paraque as empresas sigam seu caminho com qualida<strong>de</strong>”,<strong>de</strong>staca Laura.forças? A saída foi realizar essa integração”, contaWeber.O posicionamento da G8 Industrial no mercadopossibilita aos contratantes a redução nos custos <strong>de</strong>administração <strong>de</strong> contratos e a otimização logística,garantindo a mesma eficácia integrada do início aofim do processo. Entres os serviços prestados pelaempresa estão o <strong>de</strong>senvolvimento customizado <strong>de</strong>máquinas e equipamentos e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>produtos para os setores <strong>de</strong> petróleo, gás, petroquímicoe abastecimento, tratamento térmico e cal<strong>de</strong>iraria,entre outros produtos e serviços. Um bomexemplo <strong>de</strong> cooperativismo que gera resultados parao setor metalmecânico.Sucesso jágarantidoCerca <strong>de</strong> 600 empresas nacionais einternacionais <strong>de</strong>vem garantir seu espaçona 19ª edição da Mercopar – Feira <strong>de</strong> Subcontrataçãoe Inovação Industrial, que ocorre entreos dias 19 e 22 <strong>de</strong> outubro, no Centro <strong>de</strong> Eventosda Festa da Uva, em Caxias do Sul. Até ofechamento <strong>de</strong>sta edição da <strong>revista</strong> Tempo <strong>de</strong>Agir, mais <strong>de</strong> 85% dos 12.500 metros quadradosdisponíveis para venda haviam sido comercializadosjunto a expositores do Brasil, Argentina,Colômbia, África do Sule China. Segundo o diretor-superinten<strong>de</strong>ntedo <strong>Sebrae</strong>/RS, MarceloLopes, “a presença <strong>de</strong>estrangeiros na Mercoparvem crescendoanualmente, o que contribuipara o processopermanente <strong>de</strong> internacionalizaçãodas empresasparticipantes, viabilizandoa promoção <strong>de</strong> negócios e o intercâmbio<strong>de</strong> tecnologias”. A Mercopar é uma iniciativa do<strong>Sebrae</strong>/RS e da Hannover Fairs Sulamerica, empresado grupo Deutsche Messe AG.A edição <strong>de</strong>ste ano <strong>de</strong>vereceber cerca <strong>de</strong> 600expositores do Brasil,Argentina, Colômbia,África do Sul e ChinaOs estan<strong>de</strong>s já comercializados variam entre 20metros quadrados e 420 metros quadrados, divididosentre áreas individuais e coletivas. Até ofinal <strong>de</strong> setembro, caso ainda haja áreas disponíveis,os interessados em adquirir seu espaçona feira po<strong>de</strong>m entrar em contato por meio dotelefone 0800.701.4692 e do email mercopar@sebrae-rs.com.br.Os organizadores trabalham para que esta ediçãosupere o volume recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> R$ 64 milhões <strong>de</strong>negócios da história da feira, gerados em 2009.Neste ano, a expectativa dos organizadores éultrapassar o volume <strong>de</strong> negócios gerados em 2009,recor<strong>de</strong> na história da feiraCom relação ao número <strong>de</strong> rodadas, a previsão é promovermil encontros, 40 a mais do que no ano anterior.A expectativa <strong>de</strong> crescimento já era percebida pouco<strong>de</strong>pois do final do evento do ano passado, quandoempresas buscavam informações e <strong>de</strong>monstravam interesseem garantir vaga para a edição 2010.A perspectiva é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> participação nacional, pormeio da articulação <strong>de</strong> outras unida<strong>de</strong>s da Fe<strong>de</strong>raçãocom proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesse, como São Paulo, Rio<strong>de</strong> Janeiro e Minas Gerais. Uma das novida<strong>de</strong>s seráa mudança do espaço ocupado pelo <strong>Sebrae</strong>/RS, quesairá do pavilhão 2 para o mezanino do Centro <strong>de</strong>Exposições. No local, serão realizados os seminários,rodadas <strong>de</strong> negócios e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidasdurante a feira.58 Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010Junho 2010 | Revista Tempo <strong>de</strong> Agir 59
Negócio CertoAtendimento facilitadoEmpresários e futuros empreen<strong>de</strong>dores po<strong>de</strong>m acessá-lovia internet, CD-ROM ou kit <strong>de</strong> material impressoAs pessoas que buscam orientação na abertura <strong>de</strong>novos negócios e os empresários que já possuemuma empresa, mas <strong>de</strong>sejam avaliar suas estratégias emelhorar a sua administração, têmagora à sua disposição o Programa<strong>de</strong> Autoatendimento Negócio Certo.Oferecido gratuitamente pelo<strong>Sebrae</strong>/RS, o programa po<strong>de</strong> seracessado <strong>de</strong> três formas, <strong>de</strong> acordocom o perfil do cliente: internet,CD-ROM ou kit <strong>de</strong> materialimpresso. Os interessados em obtermais informações do NegócioCerto po<strong>de</strong>m acessar o site www.negociocerto.sebrae.com.br.Para facilitar, o <strong>Sebrae</strong>/RS oferece atendimento <strong>de</strong>forma presencial e a distância. “O empreen<strong>de</strong>dorpo<strong>de</strong> escolher”, explica a gestora do Negócio Certono <strong>Sebrae</strong>/RS, Marie-Christine Julie MascarenhasFabre. O autoatendimento presencial é realizado nasunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento do <strong>Sebrae</strong>, com o auxíliono processo <strong>de</strong> cadastro. Já no autoatendimento adistância, o cliente acessa o programa pela internet ouliga para a Central <strong>de</strong> Relacionamento <strong>Sebrae</strong>: 0800 5700800. “Caso o interessado não tenhaacesso à internet, po<strong>de</strong> cadastrar-se portelefone e receber o material impressopelo correio”, esclarece Marie. Outroaspecto <strong>de</strong>stacado pela gestora é o fato<strong>de</strong> o programa ter tutores capacitadospara sanar as dúvidas dos participantessobre os conteúdos, via telefone ouinternet. “Embora o programa seja <strong>de</strong>autoatendimento e sem <strong>tempo</strong> <strong>de</strong>terminadopara acabar, ele conta com essediferencial”, explica Marie-Christine.Realizado em Santa Catarina <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, o programafoi nacionalizado em 2010 pelo <strong>Sebrae</strong> Nacional e estásendo executado em todo o Brasil. No Rio Gran<strong>de</strong> doSul, a meta é atingir 18 mil empreen<strong>de</strong>dores e futurosempresários até o final <strong>de</strong> 2010.ESTRUTURA | O programa é estruturado em cinco etapas, iniciando pela fase zero.Consiste em orientar o empreen<strong>de</strong>dor ou futuro empresário com relação ao programa NegócioCerto, preparando-o para o autoatendimento. Abaixo seguem as <strong>de</strong>mais fases:Vai ajudar o cliente a <strong>de</strong>finir a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócio.Para isso, serão disponibilizadas 700 fichastécnicas <strong>de</strong> negócios em meio digital (BancoI<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> Negócios).É a verificação da viabilida<strong>de</strong> mercadológicae econômico-financeira da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócioescolhida.Consiste nas orientações sobre a formalizaçãodo negócio, que consi<strong>de</strong>rará <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finiçãoda forma jurídica mais a<strong>de</strong>quada até opasso a passo do registro do futuro negócionas esferas estadual, municipal e fe<strong>de</strong>ral.O empreen<strong>de</strong>dor terá apoio na administraçãoda empresa já registrada. Nessa etapa, sãooferecidas ferramentas relacionadas à gestão<strong>de</strong> negócios.A fase final do Programa <strong>de</strong> AutoatendimentoNegócio Certo tem o objetivo <strong>de</strong> apresentar dicasbásicas para o relacionamento <strong>de</strong> empresacom o mercado. São importantes informaçõessobre marketing para enten<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>finir qual amelhor maneira <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas e asnecessida<strong>de</strong>s dos seus clientes.62Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010
64Revista Tempo <strong>de</strong> Agir | Junho 2010