<strong>livro</strong> <strong>CC</strong> 6/6/<strong>07</strong> 2:<strong>57</strong> <strong>PM</strong> <strong>Page</strong> 2828da mãe à criança uma nova esperançaApesar das medidas que foram referidas para tentar evitar a transmissão da mãe parao filho, infelizmente e em alguns casos raros, a criança está infectada. A <strong>de</strong>tecção<strong>de</strong>ssa infecção <strong>de</strong>ve ser feita cedo para que a criança inicie tratamento.Os exames que são feitos nos adultos para saber seestão ou não infectados, não servem para a criançapequena. De facto a criança filha <strong>de</strong> mãeseropositiva tem sempre ao nascer (e po<strong>de</strong>manter até aos 18 meses), anticorpos para ovírus, mesmo não estando infectada. Porisso, os testes a realizar para diagnóstico nacriança, são <strong>de</strong> pesquisa do vírus e sórealizados em laboratóriosespecializados. Assim, <strong>de</strong>ve colher--se sangue à criança às 48 horas<strong>de</strong> vida, repetir entre o 1º-2º mês e, seestes forem negativos, entre o 4º-5º mês, para pesquisa do vírus (PCR). A 1ª colheita éfeita na Maternida<strong>de</strong> e as restantes, na consulta do Hospital Pediátrico <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.VacinaçõesA vacina do BCG não <strong>de</strong>ve ser administrada ao recém-nascido <strong>de</strong>mãe seropositiva. Irá ser administrada ao4º-5º mês se os testes <strong>de</strong> pesquisado vírus forem negativos.Todas as restantes serão administradas, segundo o Programa Nacional <strong>de</strong>Vacinações, no Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> residência.
<strong>livro</strong> <strong>CC</strong> 6/6/<strong>07</strong> 2:<strong>57</strong> <strong>PM</strong> <strong>Page</strong> 2929da mãe à criança uma nova esperançaMedicação para prevenir outras infecçõesA criança infectada pelo VIH tem, ainda mais que o adulto, tendência a ter infecções.A mais frequente e muitas vezes mortal é a pneumonia por Pneumocystis jirovecci,que po<strong>de</strong> acontecer nos primeiros meses <strong>de</strong> vida.Por isso toda a criança filha <strong>de</strong> mãe seropositiva, <strong>de</strong>ve iniciar a partir da 6ª semana<strong>de</strong> vida (quando termina a prevenção com o AZT) um antibiótico (cotrimoxazole),dado três dias na semana, como será indicado na consulta <strong>de</strong> Pediatria.Outras indicaçõesOs filhos <strong>de</strong> mães infectadas pelo VIH precisam, para além <strong>de</strong> uma alimentaçãoa<strong>de</strong>quada, e do cumprimento <strong>de</strong> tudo o referido nestas notas, <strong>de</strong> muito carinho eamor o que obrigatoriamente é <strong>de</strong>vido, a qualquer criança <strong>de</strong>ste Mundo!Mães e bebés: uma unida<strong>de</strong> indissociávelA gravi<strong>de</strong>z é um dos acontecimentos mais sensíveis e importantes na vida da mulher,do homem (e do casal), que gera profundas alterações físicas e psicológicas,preparando-os para ser mãe e pai.O nascimento <strong>de</strong> um filho é consi<strong>de</strong>rado um dos principais momentos <strong>de</strong> transição doindivíduo ao longo da vida, responsável por mudanças a nível individual, conjugal,familiar e social, sendo uma oportunida<strong>de</strong> para mudança, crescimento eenriquecimento pessoais. Com efeito, quando nasce um bebé, nascem tambémuma mãe e um pai. Crianças e mães/pais, embora sejam pessoas separadas, comdireito a uma vida própria, são também uma unida<strong>de</strong> indissociável.Tem sido bastante referido que a saú<strong>de</strong> mental materna durante a gravi<strong>de</strong>z e nosprimeiros tempos após o nascimento do bebé, tem implicações importantes no bem--estar psicológico da mãe e da criança ao longo <strong>de</strong> todo o ciclo <strong>de</strong> vida. Isto significaque é importante que sejam <strong>de</strong>senvolvidos cuidados abrangentes, físicos,psicológicos e sociais, nos períodos pré e pós-natal, ou seja, durante e após agravi<strong>de</strong>z.Este aspecto é particularmente importante para as mulheres infectadas pelo VIH, quetêm <strong>de</strong> lidar, não só com as mudanças ocorridas durante a gravi<strong>de</strong>z, como com asexigências acrescidas da existência <strong>de</strong> uma doença como é a infecção pelo VIH.