23.11.2012 Views

Opinião - Jornal Expressão

Opinião - Jornal Expressão

Opinião - Jornal Expressão

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Itapiranga, SC – Edição 289<br />

14 de Abril de 2011 – Ano VI<br />

Comemorando 49 anos de casados<br />

Íria Thomas Thomé<br />

Íria Thomas Thome, nasceu no Rio Grande<br />

do Sul, município de Montenegro, no dia 22 de<br />

Março de 1931. Filha de Jacó Thomas e Matilde<br />

Matine, numa família composta de oito fi lhos,<br />

duas mulheres e seis homens. “Nós sempre<br />

trabalhamos na roça na casa dos nossos pais,<br />

e sempre passávamos necessidades.”<br />

A disciplina na família<br />

era muito rígida, sendo que não<br />

poucas vezes era necessário<br />

uma surra para corrigir alguns<br />

erros de conduta de algum dos<br />

oito fi lhos. Íria lembra que ela e<br />

seus irmãos foram pouco castigados<br />

pelo seu pai, mas esses<br />

castigos eram aplicados mais<br />

severamente pela mãe, que passava<br />

a maior parte do dia com<br />

as crianças.<br />

Íria freqüentou a pequena<br />

escola da comunidade e lembra<br />

que a educação de sua infância<br />

era muito fraca. “Nós sempre<br />

passávamos, ninguém rodava.<br />

O professor castigava muito os<br />

alunos, mas ninguém aprendia<br />

nada”, Lembrou Íria. A catequese<br />

era ministrada na pequena<br />

capela da comunidade, quando<br />

uma vez por mês o padre vinha até a comunidade,<br />

e após a celebração religiosa acontecia a<br />

Undricht, uma espécie de palestra onde o padre<br />

explanava todas as doutrinas morais e religiosas<br />

da época.<br />

Íria lembra que na época da guerra seu pai<br />

teve que registrar ela e sua irmã com o mesmo<br />

nome, pois ele não dominava<br />

a língua portuguesa. As duas<br />

meninas foram registradas com<br />

o nome de Érica, e somente<br />

mais tarde, na oportunidade de<br />

seu casamento, que Íria trocou<br />

de nome. Nas lembranças da<br />

época da guerra, Íria lembra<br />

que faltaram muitos produtos<br />

de subsistência básica, como o<br />

sal por exemplo.<br />

O início da juventude, o<br />

namoro e o casamento<br />

Íria lembra que desde cedo<br />

podia acompanhar os seus irmãos<br />

nos bailes da comunidade.<br />

DOUGLAS OREST ORESTES FRANZEN<br />

Naquela época aconteciam os<br />

bailes tradicionais da comunidade,<br />

onde durante três noites<br />

a bandinha animava o salão.<br />

Na primeira noite o baile era<br />

dedicado aos jovens, no segundo<br />

aos casais e na terceira<br />

noite novamente era permitida<br />

a entrada dos jovens. Íria<br />

lembra de um fato curioso,<br />

quando naquela época eram<br />

as moças que tinham a permissão<br />

de tirar os rapazes<br />

para dançar. “Ninguém podia<br />

sair do salão sozinho, sempre<br />

tinha que ter um “policial” por<br />

perto, não é como hoje. Nós<br />

caminhávamos de pés descalços<br />

vários quilômetros até o<br />

salão, inclusive no inverno, e<br />

quando chegávamos no salão<br />

usávamos o calçado. Na escola<br />

também íamos com os pés<br />

descalços, e no inverno sempre tinha uma fogueira<br />

na escola para aquecer os pés das crianças”,<br />

lembra Íria.<br />

Na juventude Íria começou a namorar com um<br />

dos fi lhos da família vizinha. O jovem Raimundo<br />

Thomé sempre respeitou as tradições do namoro<br />

da época, quando apesar da namorada morar<br />

na propriedade ao lado, durante os quatro anos<br />

de namoro somente visitava sua namorada Íria<br />

na casa de seus pais. “O nosso casamento foi<br />

de manhã e foi muito bonito, a festa durou o<br />

dia inteiro, até de noite, e as pessoas dançavam<br />

dentro de casa, a festa de casamento não era no<br />

clube da comunidade.<br />

O casal Raimundo e Íria adquiriu um pequeno<br />

lote de terra onde começaram a trabalhar na roça<br />

para garantir o sustento da nova família. Logo<br />

vieram os primeiros fi lhos, sendo que o primeiro<br />

nasceu em casa, com a ajuda de uma parteira, e<br />

os outros nasceram todos no hospital.<br />

Íria lembra que o seu marido Raimundo<br />

gostava muito de trabalhar na criação de suínos,<br />

mas o maior problema naquela propriedade<br />

era garantir o abastecimento de água para os<br />

porcos. Certa vez Raimundo, numa tentativa de<br />

conseguir água, puxou um cano numa extensão<br />

Cooperar para<br />

viver melhor

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!