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VIII Psicopatologia e Comportamento de Risco em Motoristas ...

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Seção B – Capítulo <strong>VIII</strong><strong>Psicopatologia</strong> e <strong>Comportamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Risco</strong> <strong>em</strong> <strong>Motoristas</strong> Privados eProfissionais no BrasilSibele Faller, Helena Maria Tannhauser Barros, Maristela Ferigolo, Taís <strong>de</strong> Campos Moreira, Bárbara Diniz,Cássio Machado, Daniela Benzano BumaguinIntroduçãoA influência do álcool e <strong>de</strong> outras substâncias psicoativasno dirigir, associada à alta prevalência <strong>de</strong> transtornos psiquiátricos,como Transtornos do Humor, Transtorno do EstressePós-Traumático (TEPT) e Transtorno <strong>de</strong> Personalida<strong>de</strong> Antissocial,é relatada <strong>em</strong> vários estudos como um fator <strong>de</strong>terminantepara o aumento do risco <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Trânsito (ATs) (Mcmillen,Pang et al., 1991; Sutton, 1994; Lapham, Smith et al.,2001; Lapham, C’<strong>de</strong> Baca et al., 2006; Mcmillan, Timken etal., 2008). Conforme o National Comorbidity Survey – NCS,realizado <strong>em</strong> 2001 (Lapham, Smith et al., 2001), 91% dos motoristasinfratores apresentaram transtornos relacionados aoálcool pelo menos uma vez na vida, contra 44% da populaçãogeral norte-americana (Kessler, Mcgonagle et al., 1994). Entreesses motoristas, 50% das mulheres e 33% dos homens foramdiagnosticados com ao menos uma comorbida<strong>de</strong> psiquiátricaalém <strong>de</strong> abuso ou <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> drogas, mais frequent<strong>em</strong>enteTranstorno Depressivo Maior e TEPT.Com o objetivo <strong>de</strong> estimar a prevalência <strong>de</strong> transtornospsiquiátricos durante a vida e nos últimos 12 meses <strong>em</strong> umaamostra <strong>de</strong> motoristas com repetidas infrações por beber edirigir, entrevistas foram conduzidas entre 2001 e 2003 com385 homens e 74 mulheres <strong>em</strong> Oregon, nos EUA. Os motoristas<strong>em</strong> questão participavam <strong>de</strong> um programa com duração<strong>de</strong> três anos, com monitoramento e supervisão dos infratorese tratamento do abuso <strong>de</strong> álcool com foco na mudança<strong>de</strong> comportamento e na abstinência. O resultado apontouque 65% dos homens e 79,7% das mulheres tiveram, pelomenos, uma comorbida<strong>de</strong> psiquiátrica com abuso ou <strong>de</strong>pendência<strong>de</strong> álcool durante a vida. Novamente, o mais prevalentetranstorno não-relacionado com o uso <strong>de</strong> substânciasfoi o Transtorno Depressivo Maior (30,9%), seguido por TEPT(15,3%). Duzentos e trinta e três dos participantes do estudoforam triados para transtornos psiquiátricos, e foi i<strong>de</strong>ntificadoque 97,2% dos casos <strong>de</strong> Transtorno Bipolar, 67% doscasos <strong>de</strong> Depressão Maior, 37,3% dos casos <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> drogase 100% dos casos <strong>de</strong> Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)não foram a<strong>de</strong>quadamente diagnosticados durante o tratamento,o que representa uma gran<strong>de</strong> perda <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> incr<strong>em</strong>ento nos resultados da intervenção (Mcmillan, Timkenet al., 2008).Assim, <strong>de</strong>ntre os estudos publicados, a maioria ratificaa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que características pessoais e patologiaspsiquiátricas influenci<strong>em</strong> e sejam influenciadas por ATs e consumo<strong>de</strong> SPAs. Portanto, um diagnóstico psiquiátrico ou ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> marcadores <strong>de</strong> risco para tais morbida<strong>de</strong>spo<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar as intervenções e o plano pós-tratamentopara motoristas infratores a fim <strong>de</strong> reduzir recaídas, consumoe, consequent<strong>em</strong>ente, infrações <strong>de</strong> trânsito (Palmer et al.,2007). Sabendo-se da importância <strong>de</strong> um acompanhamentopsiquiátrico, <strong>em</strong> vários países os indivíduos infratores por dirigirsob influência <strong>de</strong> substâncias são encaminhados para tratamento.Porém, estudos têm mostrado que esses pacientessão subdiagnosticados no que compete a tais transtornos,mesmo se sabendo que, além do uso <strong>de</strong> álcool e SPA, comorbida<strong>de</strong>stambém contribu<strong>em</strong> para o aumento do risco <strong>de</strong> AT(Mcmillan, Timken et al., 2008; McMillan, 2008).Em relação a comportamentos <strong>de</strong> risco no trânsito, <strong>em</strong>algum grau todos os motoristas estão suscetíveis ao cometimento<strong>de</strong> erros e violações. Tanto erros quanto violações sãoformas ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> conduta, ou seja, infrações (Aberge Rimmö, 1998; Kontogiannis, Kossiavelou et al., 2002).De acordo com Reason (Reason, Manstead et al., 1990), osdois termos possu<strong>em</strong> diferentes origens psicológicas e, portanto,requer<strong>em</strong> maneiras distintas <strong>de</strong> entendimento e consequenteintervenção. Erro po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como “a falha<strong>de</strong> ações planejadas para alcançar <strong>de</strong>terminados resultados<strong>de</strong>sejados s<strong>em</strong> a intervenção <strong>de</strong> um acaso ou fator imprevisível”e violação como “uma infração <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> algumcódigo <strong>de</strong> comportamento regulamentado ou socialmenteaceito” (Parker, West et al., 1995). Assim sendo, o erro significaum ato involuntário relacionado com o processamentocognitivo do indivíduo, enquanto a violação envolve intencionalida<strong>de</strong>,estando relacionada a fatores motivacionais esociais. De qualquer forma, acredita-se que dirigir sob influência<strong>de</strong> álcool ou outras drogas torna maior a probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> ocorrência dos dois tipos <strong>de</strong> infração.Para tornar estudos mais acessíveis para pesquisadores eentrevistados, cada vez mais têm se optado pela utilização<strong>de</strong> entrevistas telefônicas <strong>em</strong> pesquisa na área da saú<strong>de</strong>.Os primeiros estudos no campo a utilizar<strong>em</strong> essa modalida<strong>de</strong><strong>de</strong> enquete foram realizados nos EUA, e datam <strong>de</strong> meadosdos anos 1970. Des<strong>de</strong> então, esse método v<strong>em</strong> sendo<strong>em</strong>pregado <strong>em</strong> diversas populações e <strong>em</strong> vários países, poisapresenta a<strong>de</strong>quada relação custo-benefício por ser maisbarato que a entrevista realizada face a face, além <strong>de</strong> apresentarboa confiabilida<strong>de</strong> (Greenfield, Midanik et al., 2000).64


Faller e cols.<strong>Psicopatologia</strong> e <strong>Comportamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Risco</strong> <strong>em</strong> <strong>Motoristas</strong> Privados e Profissionais no BrasilSeção B – Capítulo <strong>VIII</strong>Porém, ainda há poucos estudos na área da psiquiatria queutilizam a entrevista telefônica como meio <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong>dados. Em um <strong>de</strong>les, a confiabilida<strong>de</strong> e a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrevistapor telefone para avaliar alcoolismo foi examinada porSlutske (Slutske, True et al., 1998) <strong>em</strong> um estudo com 8.000veteranos do Vietnã. Uma subamostra <strong>de</strong> 146 homens foientrevistada por telefone utilizando a mesma entrevista estruturada.A confiabilida<strong>de</strong> teste-reteste para diagnóstico <strong>de</strong>abuso e <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> álcool foi a<strong>de</strong>quada (apresentandocoeficientes kappa <strong>de</strong> 0,74 e 0,61, respectivamente), sendoque 96% dos indivíduos i<strong>de</strong>ntificados como tendo diagnóstico<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência foram corretamente avaliados pelo método<strong>em</strong> questão. Alguns estudos na área <strong>de</strong> álcool e trânsitoutilizaram entrevistas telefônicas para avaliar comportamento<strong>de</strong> beber e dirigir entre jovens e <strong>em</strong> motoristas com infraçãopor <strong>em</strong>briaguez (Rothe e Elgert, 2005). Entrevistas realizadascom 400 jovens adultos com ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 19 a 25 anosvisando examinar atitu<strong>de</strong>s, práticas e sensibilização frente àlei <strong>em</strong> torno do t<strong>em</strong>a “beber e dirigir” (Stutts e Wilkins, 2003)encontraram que 34% dos respon<strong>de</strong>ntes disseram ter bebidoantes <strong>de</strong> dirigir, e 17% admitiram ter bebido muito acima daquantida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada segura, resultados s<strong>em</strong>elhantes aosencontrados <strong>em</strong> entrevistas realizadas face a face no exteriore no Brasil (Rosman e Sawyer, 1988; Rosman, Ferrante etal., 2001). Foi publicado recent<strong>em</strong>ente no Brasil o RelatórioVIGITEL – já citado no capítulo VII – realizado com um total<strong>de</strong> 2000 participantes, com o objetivo <strong>de</strong> verificar fatores <strong>de</strong>risco e morbimortalida<strong>de</strong> relacionada a doenças crônicas nãotransmissíveis, <strong>de</strong>ntre as quais tabagismo e alcoolismo, umex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> estudo com método b<strong>em</strong> estruturado <strong>de</strong> entrevistastelefônicas.As informações apresentadas até aqui <strong>de</strong>monstram quedirigir sob influência <strong>de</strong> substâncias é um grave probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> pública no Brasil. São raros os estudos para avaliar característicase el<strong>em</strong>entos envolvidos nessa prática no país, <strong>de</strong>vidoàs dificulda<strong>de</strong>s financeiras e geográficas. No Brasil nãohá estudos estimando o grau <strong>de</strong>ssa associação, dificultandoa elaboração <strong>de</strong> programas que cont<strong>em</strong>pl<strong>em</strong> a necessida<strong>de</strong>do motorista. Consi<strong>de</strong>rando que entrevistas para avaliar motoristasque trafegam sob o efeito <strong>de</strong> álcool e outras SPAs <strong>em</strong>rodovias exig<strong>em</strong> abordag<strong>em</strong> rápida, compl<strong>em</strong>entar à coleta<strong>de</strong> dados através <strong>de</strong> contatos telefônicos posteriores paraavaliação psiquiátrica e comportamental, esta é uma alternativaa ser consi<strong>de</strong>rada. Sendo assim, o principal objetivodo estudo exposto no presente capítulo foi verificar a associaçãoentre transtornos psiquiátricos e comportamentos <strong>de</strong>risco no trânsito <strong>em</strong> motoristas que apresentaram alcool<strong>em</strong>iapositiva e uso prévio <strong>de</strong> outras substâncias, comparando-oscom aqueles s<strong>em</strong> uso <strong>de</strong> álcool e substâncias. Além disso,consi<strong>de</strong>ramos que a <strong>de</strong>scrição do método utilizado será <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> valida<strong>de</strong> para outros investigadores que a queiramutilizar sob forma adaptada.MétodoDelineamento e Amostrag<strong>em</strong>Foi utilizado para este estudo um <strong>de</strong>lineamento do tipotransversal. Os candidatos a participar foram recrutados naocasião da coleta <strong>de</strong> dados do estudo referido no capítulo07, com motoristas que trafegavam nas principais rodoviasdo país.Método <strong>de</strong> Seleção e Obtenção dos Contatos TelefônicosAo final da entrevista realizada no estudo das rodovias,foi solicitado a cada participante o fornecimento, medianteautorização, <strong>de</strong> informações necessárias para a realização<strong>de</strong> uma ligação telefônica posterior, como nome e telefone.Houve tentativas <strong>de</strong> contato com todos aqueles que a autorizaram.Cálculo do Tamanho AmostralO tamanho da amostra do presente estudo foi calculadocom base nos dados <strong>de</strong> prevalência <strong>de</strong> transtornos psiquiátricosna população geral e <strong>em</strong> motoristas que <strong>de</strong>monstraramcomportamento <strong>de</strong> beber e dirigir encontrados na literatura(Lapham, Smith et al., 2001). O cálculo foi realizado como objetivo <strong>de</strong> estimar a prevalência dos transtornos psiquiátricosmais raros no estudo – 3% para o transtorno bipolar,que apresenta menor prevalência – e <strong>de</strong>tectar uma diferençaentre o grupo <strong>de</strong> motoristas que apresentass<strong>em</strong> alcool<strong>em</strong>iapositiva, o grupo com uso prévio <strong>de</strong> outras substâncias e ogrupo s<strong>em</strong> alcool<strong>em</strong>ia positiva e s<strong>em</strong> uso <strong>de</strong> outras substâncias.Foi consi<strong>de</strong>rado um valor <strong>de</strong> alfa <strong>de</strong> 0,05 e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>80%, obtendo-se um número mínimo <strong>de</strong> 1900 indivíduosno intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar uma diferença entre os três grupos <strong>de</strong>motoristas.Critérios <strong>de</strong> Inclusão e ExclusãoForam incluídos no estudo todos os motoristas que autorizaramo contato telefônico posterior à sua participaçãona etapa realizada nas rodovias e que, após o processo <strong>de</strong>consentimento informado, no momento da ligação, aceitaramrespon<strong>de</strong>r a entrevista telefônica. Aqueles que não apresentaramcondições <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ao questionário telefônico– seja por intoxicação presente por drogas, seja por incapacida<strong>de</strong>cognitiva ou sensorial 1 – foram excluídos do estudo, <strong>em</strong>um total <strong>de</strong> 0,3% dos casos. Essas condições foram aferidasatravés <strong>de</strong> perguntas realizadas ao início da coleta <strong>de</strong> dados.1Deficiência auditiva ou sur<strong>de</strong>z, já que o motorista portador <strong>de</strong> alguma <strong>de</strong>ssas características estaria impossibilitado <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r à entrevista portelefone.65


Seção B – Capítulo <strong>VIII</strong>Fatores <strong>em</strong> Estudo e DesfechosO principal <strong>de</strong>sfecho <strong>de</strong>ste estudo é a presença <strong>de</strong> alcool<strong>em</strong>iapositiva (verificada por intermédio do etilômetro no momentodo recrutamento da amostra) ou uso prévio <strong>de</strong> outrasSPAs (procedimentos já relatados e expostos nos capítulos05 e 07). Para fins <strong>de</strong> análise das diversas variáveis, foramconsi<strong>de</strong>rados dois grupos :1. <strong>Motoristas</strong> com exames positivos para uso <strong>de</strong> álcool eoutras SPAs;2. <strong>Motoristas</strong> s<strong>em</strong> a presença <strong>de</strong> substâncias no sangue.Os grupos foram comparados <strong>em</strong> relação aos seguintesfatores <strong>em</strong> estudo: presença <strong>de</strong> comorbida<strong>de</strong>s psiquiátricas,<strong>de</strong>pendência e abuso <strong>de</strong> álcool e outras SPA e comportamentos<strong>de</strong> risco no trânsito.Logísticaestrutura local. Este estudo contou com um POP <strong>de</strong>senvolvidoespecialmente para orientar a realização <strong>de</strong> ligações paraos motoristas.Seis consultores que operam no VivaVoz foram selecionadospela coor<strong>de</strong>nação do estudo <strong>em</strong> conjunto com a coor<strong>de</strong>naçãodo local para integrar a equipe <strong>de</strong> coleta. Neste estudo,a investigadora principal foi capacitada para gerenciar osentrevistadores. O treinamento foi realizado conforme cursocomumente ministrado pela equipe do serviço, totalizando40 horas <strong>de</strong> aulas teóricas e 20 horas <strong>de</strong> aulas práticas commanejo do software e aplicação <strong>de</strong> escalas. Os consultoresreceberam treinamento específico e direcionado, com simulações<strong>de</strong> entrevistas e diferentes situações <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong>dados. Duas supervisoras do VivaVoz também foram capacitadaspara auxiliar na administração no call-center e narealização <strong>de</strong> entrevistas. O esqu<strong>em</strong>a gráfico da coleta estáexposto e <strong>de</strong>talhado na Figura 1.Figura 1: Esqu<strong>em</strong>a gráfico da logística da coleta <strong>de</strong> dadosLocal e EquipeRodoviasAutorizaçãoAs entrevistas telefônicas foram realizadas no serviço VivaVoz(Serviço Nacional <strong>de</strong> Orientações e Informações sobrea Prevenção do Uso In<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> Drogas - fundado <strong>em</strong> junho<strong>de</strong> 2005 através <strong>de</strong> um acordo <strong>de</strong> cooperação entre SENADe Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ciências da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre(UFCSPA). O VivaVoz é um serviço telefônico do tipo callcenter(central telefônica), que presta orientação e informaçãogratuita e sigilosa sobre a prevenção do uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong>drogas, através <strong>de</strong> chamadas s<strong>em</strong> custo (ligação 0800). Além<strong>de</strong> divulgar informações científicas sobre drogas, o serviço éespecializado <strong>em</strong> oferecer intervenção breve para usuários <strong>de</strong>SPA e apoio para seus familiares, b<strong>em</strong> como indicar locais <strong>de</strong>tratamento. A estrutura física e tecnológica do call center doVivaVoz conta com:1. Posições ou Postos <strong>de</strong> Atendimento (PAs), compostospor um computador equipado com softwares específicospara armazenamento <strong>de</strong> dados, aparelho telefônicoacoplado a um fone <strong>de</strong> ouvido e microfone, proporcionandoa liberação das mãos do consultor para digitaçãodurante o atendimento – e linha telefônica conectada aocomputador;2. Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Resposta Audível (URA), que permite i<strong>de</strong>ntificarquantas chamadas estão <strong>em</strong> espera, recebe ligaçõese as encaminha para os PAs s<strong>em</strong> a interferência doaten<strong>de</strong>nte, direcionando uniform<strong>em</strong>ente o fluxo <strong>de</strong> ligações.A conduta do consultor é orientada através <strong>de</strong> POPs (ProcedimentosOperacionais Padrão), que são roteiros elaboradoscom diversas situações e orientações para a utilização daPerda 1Participação aceitaInclusão Exclusão 3EntrevistaRecusas tácitas e impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contato 1 – Recusas formais 2 –Conforme critérios <strong>de</strong> exclusão 3Organização das InformaçõesFormulário <strong>de</strong> Entrevista e Bancos <strong>de</strong> DadosUm banco <strong>de</strong> dados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte foi <strong>de</strong>senvolvido paraarmazenar informações sigilosas necessárias para a realizaçãodas ligações telefônicas. S<strong>em</strong>analmente, tendo recebidoas autorizações por meio da equipe <strong>de</strong> coleta do estudodas rodovias com os nomes e telefones dos entrevistadosnos postos da polícia rodoviária, a coor<strong>de</strong>nadora do estudoorganizava <strong>em</strong> uma planilha <strong>de</strong> Excel os nomes e telefonesdos motoristas juntamente com informação sobre número<strong>de</strong> registro no estudo. Dessa maneira, os indivíduos foramlocalizados e contatados s<strong>em</strong> que os dados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçãofoss<strong>em</strong> relacionados com os dados coletados, preservando ai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos participantes da pesquisa.Ligação Recusa 2AgendamentoDesistênciaFinalização66


Faller e cols.<strong>Psicopatologia</strong> e <strong>Comportamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Risco</strong> <strong>em</strong> <strong>Motoristas</strong> Privados e Profissionais no BrasilSeção B – Capítulo <strong>VIII</strong>Todas as informações adquiridas ao longo <strong>de</strong> cada entrevistaforam inseridas <strong>em</strong> documentos <strong>em</strong> Word paraposteriormente ser<strong>em</strong> digitadas <strong>em</strong> uma planilha Excelpela coor<strong>de</strong>nadora do estudo e um assistente <strong>de</strong> pesquisa.Ligação Telefônica e EntrevistaPor intermédio do call-center localizado no VivaVoz, apartir das informações contidas no banco <strong>de</strong> dados dos contatos,os coletadores realizaram ligações, contatando os motoristascom o objetivo <strong>de</strong> entrevistá-los. Para que os horários<strong>de</strong> repouso do entrevistado foss<strong>em</strong> respeitados, as diferençasno fuso horário brasileiro foram consi<strong>de</strong>radas.Desenvolvimento da coleta <strong>de</strong> dadosO primeiro passo após efetuar o contato telefônico foi aleitura da primeira parte do termo <strong>de</strong> consentimento para omotorista que, a seguir, era convidado a participar do estudo.Se houvesse aceitação, a avaliação dos critérios <strong>de</strong> inclusãose tornava o próximo passo. Caso o motorista solicitasse aocoletador que a entrevista fosse realizada <strong>em</strong> outra ocasião, oentrevistador combinaria dia e hora e retornaria conforme ocombinado. Para a realização da entrevista, o coletador teve<strong>de</strong> seguir os POPs lidos anteriormente e as instruções contidasno <strong>de</strong>correr da entrevista, cuja duração aproximada foi<strong>de</strong> 30min.Durante toda a coleta <strong>de</strong> dados, a supervisão das entrevistastelefônicas foi executada pela coor<strong>de</strong>nadora do estudono momento da entrevista – com ligações ouvidas sob autorizaçãoe monitoradas <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real – e através <strong>de</strong> reuniõesquinzenais para avaliar probl<strong>em</strong>as logísticos.EntrevistaA entrevista <strong>de</strong>senvolvida para a obtenção <strong>de</strong> dados foicomposta por perguntas a respeito <strong>de</strong> informações socio<strong>de</strong>mográficase pelos seguintes instrumentos 2 :1. Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI -CORE) – Versão Brasileira, que consiste <strong>em</strong> uma entrevistadiagnóstica padronizada breve (15-30 minutos)organizada por módulos diagnósticos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,compatível com os critérios do DSM-III-R/IV e da CID-10,<strong>de</strong>stinada à utilização na prática clínica e na pesquisa<strong>em</strong> atenção primária e <strong>em</strong> psiquiatria, po<strong>de</strong>ndo ser utilizadaapós um treinamento rápido (<strong>de</strong> 1 a 3 horas).2. Escala <strong>de</strong> Violações e Erros <strong>de</strong> <strong>Motoristas</strong> (EVEM), instrumentoque foi baseado no “Driver Behaviour Questionnaire(DBQ)” (Questionário do <strong>Comportamento</strong> doMotorista) <strong>de</strong> Reason e cols. (1990), e foi adaptada parao contexto sociocultural brasileiro. A EVEM consta <strong>de</strong>questões referentes a erros e violações, distribuídas <strong>em</strong>4 domínios: 12 questões referentes a erro; 7 referentes aviolação; 10 referentes a violação agressiva e 11 referentesa violação agressiva interpessoal.Taxa <strong>de</strong> RespostaDe 2.957 motoristas entrevistados no estudo realizadonas rodovias, 2.580 (87,25%) aceitaram receber ligação posterior(Tabela 1). Desses, 1.134 concordaram <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r aentrevista e 199 (7,71%) recusaram sua participação no momentodo contato telefônico. Daqueles que não foram entrevistadose não recusaram formalmente sua participação, 300(11,62%) agendaram contato posterior e não respon<strong>de</strong>ramas ligações subsequentes e 947 (36,70%) não foram encontrados.Assim, a taxa <strong>de</strong> aceitação foi <strong>de</strong> 43,95%, o que está<strong>de</strong>ntro dos limites aceitáveis para este tipo <strong>de</strong> estudo.Tabela 1: Taxa <strong>de</strong> resposta da amostraNível <strong>de</strong> contato n (%)Total <strong>de</strong> motoristas – estudo rodovias 2957 (100)Autorizaram contato telefônico 2580 (87,25)Entrevistados 1134 (43,95)Recusas 199 (7,71)Entrevistas agendadas 300 (11,62)<strong>Motoristas</strong> s<strong>em</strong> contato 947 (36,70)Processamento dos Dados e Análise EstatísticaO banco <strong>de</strong> dados contendo as respostas dos participantesfoi exportado para o programa SPSS v.16.0 para análiseestatística. Foram <strong>de</strong>scritas as variáveis categóricas pela frequênciaabsoluta e frequência relativa percentual; as variáveisquantitativas pela média e <strong>de</strong>svio padrão <strong>em</strong> distribuições simétricas,e mediana e amplitu<strong>de</strong> interquartil <strong>em</strong> distribuiçõesassimétricas. Na análise secundária dos dados, foram comparadasas variáveis categóricas pelo teste <strong>de</strong> Qui quadradocom correção <strong>de</strong> Yates.Aspectos ÉticosA autorização para ligação telefônica posterior, fornecidapelos participantes do estudo realizado nas rodovias, não foiconsi<strong>de</strong>rada parte <strong>de</strong> um termo <strong>de</strong> consentimento, e sim umrecurso para que os possíveis participantes foss<strong>em</strong> contatados.A inclusão dos participantes do estudo ocorreu no momento<strong>de</strong>sse contato telefônico, através <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong>consentimento informado, realizado <strong>de</strong> forma verbal, com aaceitação tácita da participação mediante a obtenção das respostas,após o objetivo e a finalida<strong>de</strong> do projeto ter<strong>em</strong> sido<strong>de</strong>vidamente informados. Essa possibilida<strong>de</strong> está prevista naResolução 196/96 no it<strong>em</strong> IV.3.c. O consentimento, <strong>de</strong>scrito2Disponível no site www.obid.senad.gov.br67


Seção B – Capítulo <strong>VIII</strong><strong>de</strong> forma mais aprofundada no capítulo III, foi obtido poretapas (rolling consent), <strong>em</strong> que o entrevistado foi informadoa cada mudança <strong>de</strong> seção para que ele pu<strong>de</strong>sse optarentre prosseguir ou finalizar a entrevista. Assim, forneceu-seum conjunto <strong>de</strong> informações inicial e a cada mudança <strong>de</strong> seção,a autorização verbal do participante para a continuida<strong>de</strong>da entrevista telefônica foi reiterada. Dados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaçãodos participantes foram mantidos <strong>em</strong> sigilo e os nomes dosparticipantes não foram vinculados aos resultados obtidos.ResultadosA amostra foi composta principalmente por homens(95%) com aproximadamente 35 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> mediana (intervalointerquartil <strong>de</strong> 28 a 44). Em torno <strong>de</strong> 34% da amostraapresentou ensino médio incompleto e 51% apresentourenda <strong>de</strong> até R$ 1.499,00. Aproximadamente 7% 3 (n=832)da amostra apresentou alcool<strong>em</strong>ia positiva ou uso <strong>de</strong> substânciasna ocasião <strong>em</strong> que foram realizadas as entrevistasnas rodovias fe<strong>de</strong>rais, indicando que esses condutores estavamdirigindo sob influência <strong>de</strong> álcool e outras SPAs. Esse segundogrupo <strong>de</strong> motoristas apresentou maior prevalência <strong>de</strong>diagnósticos psiquiátricos quando comparado com o grupo<strong>de</strong> condutores s<strong>em</strong> uso <strong>de</strong> álcool e outras drogas (Gráfico 1).A respeito dos comportamentos <strong>de</strong> risco no trânsito (Gráfico2), os dois grupos não apresentaram diferenças estatisticamentesignificativas <strong>em</strong> nenhum dos domínios da escalaEVEM.Gráfico 1: Transtornos psiquiátricos – Comparaçãoentre as prevalências nos dois grupos <strong>de</strong> motoristas(%)p0,053Nota do Editor: A proporção <strong>de</strong> 7% é maior nesta amostra específica <strong>em</strong> relação à proporção encontrada no estudo nacional (aproximadamente 5%)<strong>em</strong> função <strong>de</strong> que aqui a proporção <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>ntes é diferente da amostra <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>68


Faller e cols.<strong>Psicopatologia</strong> e <strong>Comportamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Risco</strong> <strong>em</strong> <strong>Motoristas</strong> Privados e Profissionais no BrasilSeção B – Capítulo <strong>VIII</strong>ConclusõesA análise preliminar dos dados coletados <strong>de</strong>monstroua existência <strong>de</strong> forte associação entre dirigir sob efeito <strong>de</strong>álcool e outras substâncias psicoativas e todos os transtornospsiquiátricos avaliados nessa amostra, especialmenteDepressão, TEPT e Abuso/Dependência <strong>de</strong> Substâncias.O que parece ser bastante significativo <strong>em</strong> relação a essesachados é a importante diferença entre os dois grupos, mesmoquando comparados aos resultados <strong>de</strong> outros estudosrealizados previamente nos EUA (Lapham, 2001). Um estudonorte-americano publicado <strong>em</strong> 2008 examinou a relação entrehumor <strong>de</strong>primido e a prática <strong>de</strong> beber e dirigir, relatandoque a associação entre esses dois el<strong>em</strong>entos t<strong>em</strong> importantesimplicações na segurança no trânsito, já que tanto bebere dirigir quanto <strong>de</strong>pressão prejudicam significativamente aperformance psicomotora no trânsito (Stoduto 2008). Indivíduoscom Transtorno <strong>de</strong> Personalida<strong>de</strong> Antissocial, tambémbastante prevalente na amostra do presente estudo, po<strong>de</strong>mcontribuir para ATs por meio <strong>de</strong> condutas <strong>de</strong> violação, umavez que possu<strong>em</strong> a tendência <strong>de</strong> se comportar <strong>de</strong> forma maisagressiva. Por sua vez, os transtornos <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>, como oTEPT, apresentam vieses <strong>em</strong> processos como atenção e percepção,po<strong>de</strong>ndo tornar o motorista hiperreativo a estímuloscomo buzinas e manobras bruscas <strong>de</strong> outros condutores, facilitandoaci<strong>de</strong>ntes.No que compete aos comportamentos <strong>de</strong> risco para aci<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> trânsito, não foram encontradas diferenças estatisticamentesignificativas entre os grupos estudados. Cabesalientar, entretanto, que a proporção <strong>de</strong> erros e violaçõesfoi bastante alta na amostra estudada, o que expõe um probl<strong>em</strong>a<strong>de</strong> bastante relevância para a saú<strong>de</strong> pública do país,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do consumo <strong>de</strong> álcool e substâncias dos condutores.Este é o primeiro estudo nacional com o objetivo <strong>de</strong> avaliartranstornos psiquiátricos, alcool<strong>em</strong>ia positiva, uso <strong>de</strong> SPAs ecomportamento <strong>de</strong> risco no trânsito <strong>em</strong> motoristas brasileirosutilizando uma entrevista telefônica com rolling consent.Alguns aspectos foram <strong>de</strong> fundamental importância para osucesso e qualida<strong>de</strong> do estudo. Entre eles, a coleta <strong>de</strong> dadosrealizada <strong>em</strong> uma estrutura <strong>de</strong> call-center, que permitiu melhororganização das ligações e da equipe; a supervisão <strong>em</strong>t<strong>em</strong>po real, que proporcionou monitoramento dos dados coletadose solução <strong>de</strong> dúvidas no momento da entrevista, aumentandoa qualida<strong>de</strong> da informação; e, por fim, o extensotreinamento pelo qual foi submetida a coor<strong>de</strong>nadora do estudo,os supervisores e entrevistadores, tanto para operar osrecursos e ter condições para enfrentar probl<strong>em</strong>as técnicoseventualmente presentes <strong>em</strong> uma estrutura <strong>de</strong> call-center,quanto para lidar com questões teóricas e <strong>de</strong> condução daentrevista.Comparando esse estudo telefônico com outros realizadosatravés <strong>de</strong> entrevistas presenciais, apresentamos menorestaxas <strong>de</strong> resposta (Lapham, Smith et al., 2001), fatoque po<strong>de</strong> estar relacionado com o tipo <strong>de</strong> população – <strong>em</strong>gran<strong>de</strong> parte, motoristas profissionais que <strong>de</strong>dicam t<strong>em</strong>po<strong>em</strong> viagens pelas rodovias brasileiras; motoristas que apresentaramalcool<strong>em</strong>ia positiva e sofreram as penalida<strong>de</strong>s impostaspela lei – e com a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrevista. O Brasilainda não possui tradição na realização <strong>de</strong> estudos por meiodo contato telefônico. Acredita-se que a recusa <strong>em</strong> participartambém possa estar relacionada à reação negativa dapopulação, gerada pelo aumento da frequência <strong>de</strong> extorsõese outros crimes praticados por telefone e pela proliferaçãodos serviços <strong>de</strong> tel<strong>em</strong>arketing. Por outro lado, a forma <strong>de</strong>consentimento utilizada evita que o participante se sintaobrigado a respon<strong>de</strong>r as perguntas até o final da entrevista,minimizando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrer constrangimento eatenuando o possível <strong>de</strong>sconforto. As entrevistas telefônicas,<strong>em</strong> seu aspecto positivo, facilitaram o acesso aos motoristas<strong>de</strong> diferentes regiões do Brasil, permitindo a realização <strong>de</strong>um estudo <strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> nacional <strong>em</strong> um país com gran<strong>de</strong>extensão territorial, reduzindo o t<strong>em</strong>po que seria gastocom <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> equipe e, por consequência, os custosfinanceiros provenientes <strong>de</strong> transporte, hospedag<strong>em</strong>,alimentação e material. Em resumo, o método <strong>em</strong>pregadono estudo <strong>de</strong>monstrou factibilida<strong>de</strong>, encontrando resultadossignificativos do ponto <strong>de</strong> vista da saú<strong>de</strong> pública brasileira.Consi<strong>de</strong>rando-se as evidências apresentadas e discutidasacima, os comportamentos <strong>de</strong> risco no trânsito e transtornospsiquiátricos são fatores que influenciam e são influenciadospela prática <strong>de</strong> beber e dirigir. Portanto, esses condutoresnecessitam <strong>de</strong> avaliações e intervenções específicasdirecionadas para transtornos psiquiátricos, e não somentepara probl<strong>em</strong>as relacionados ao álcool e outras SPAS. Assim,o conhecimento da realida<strong>de</strong> dos motoristas brasileiros é oprimeiro passo para a elaboração e o planejamento <strong>de</strong> políticaspúblicas como o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> intervenções, programas<strong>de</strong> tratamento e realização <strong>de</strong> avaliações psiquiátricasa<strong>de</strong>quadas para que danos <strong>de</strong>correntes do probl<strong>em</strong>a sejamevitados ou, pelo menos, minimizados.Agra<strong>de</strong>cimentosToda equipe do Vivavoz, <strong>em</strong> especial aos entrevistadoresSolange Barbosa Paim, Glaucus Maidana, Ricardo Schnei<strong>de</strong>re Guilherme Foletto, e às psicólogas Sinara Santos e FernandaCubas <strong>de</strong> Paula.69


Seção B – Capítulo <strong>VIII</strong>Referências1. ABERG, L.; RIMMÖ, P. Dimensions of aberrant driver behaviour.Ergonomics [S.I.], v. 41, n. 1, p. 39-56, Jan 1998.2. GREENFIELD, T. et al. Effects of telephone versus face-to-faceinterview mo<strong>de</strong>s on reports of alcohol consumption. Addiction[S.I.], v. 95, n. 2, p. 277-84, Feb 2000.3. KESSLER, R. et al. Lifetime and 12-month prevalence of DSM-III-R psychiatric disor<strong>de</strong>rs in the United States. Results from theNational Comorbidity Survey. Arch Gen Psychiatry [S.I.], v. 51, n.1, p. 8-19, Jan 1994.4. KONTOGIANNIS, T. et al. Self-reports of aberrant behaviour onthe roads: errors and violations in a sample of Greek drivers. AccidAnal Prev [S.I.], v. 34, n. 3, p. 381-99, May 2002.5. LAPHAM, S. et al. Psychiatric disor<strong>de</strong>rs in a sample of repeatimpaired-driving offen<strong>de</strong>rs. J Stud Alcohol [S.I.], v. 67, n. 5, p.707-13, Sep 2006.6. ______. Prevalence of psychiatric disor<strong>de</strong>rs among persons convictedof driving while impaired. Arch Gen Psychiatry [S.I.], v. 58,n. 10, p. 943-9, Oct 2001.7. MCMILLAN, G. et al. Un<strong>de</strong>rdiagnosis of comorbid mental illnessin repeat DUI offen<strong>de</strong>rs mandated to treatment. J Subst AbuseTreat [S.I.], v. 34, n. 3, p. 320-5, Apr 2008.8. MCMILLEN, D. et al. Behavior and personality traits among DUIarrestees, nonarrested impaired drivers, and nonimpaired drivers.Int J Addict [S.I.], v. 26, n. 2, p. 227-35, Feb 1991.10. REASON, J. et al. Errors and violations on the roads: a real distinction?Ergonomics [S.I.], v. 33, n. 10-11, p. 1315-32, oct - nov1990.11. ROSMAN, A.; SAWYER, W. Population-based drug use evaluation.Top Hosp Pharm Manage [S.I.], v. 8, n. 2, p. 76-91, Aug1988.12. ROSMAN, D. et al. A linkage study of Western Australian drinkdriving arrests and road crash records. Accid Anal Prev [S.I.], v.33, n. 2, p. 211-20, Mar 2001.13. ROTHE, J.; ELGERT, L. Driving risk and rural life: everyday andreconstructed realities. J Agric Saf Health [S.I.], v. 11, n. 2, p.273-9, May 2005.14. SLUTSKE, W. et al. Long-term reliability and validity of alcoholismdiagnoses and symptoms in a large national telephone interviewsurvey. Alcohol Clin Exp Res [S.I.], v. 22, n. 3, p. 553-8, May1998.15. STUTTS, J.; WILKINS, J. On-road driving evaluations: a potentialtool for helping ol<strong>de</strong>r adults drive safely longer. J Safety Res [S.I.],v. 34, n. 4, p. 431-9, 2003.16. SUTTON, L. Assessment of alcohol <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nce and otherpsychiatric disor<strong>de</strong>rs: implications for rehabilitation programs ofthe DUI offen<strong>de</strong>r. Blutalkohol [S.I.], v. 31, n. 1, p. 33-9, Jan 1994.9. PARKER, D. et al. Behavioural characteristics and involv<strong>em</strong>ent indifferent types of traffic acci<strong>de</strong>nt. Accid Anal Prev [S.I.], v. 27, n.4, p. 571-81, Aug 1995.70

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