11.07.2015 Views

Augusto Cury O Semeador de Ideias - Recursos.portoeditora.pt

Augusto Cury O Semeador de Ideias - Recursos.portoeditora.pt

Augusto Cury O Semeador de Ideias - Recursos.portoeditora.pt

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O <strong>Semeador</strong> <strong>de</strong> I<strong>de</strong>iascitou também as reacções dos pensadores que o atravessaram e <strong>de</strong>stacouCharles Darwin. Momentos antes <strong>de</strong> morrer, no meio <strong>de</strong> náusease vómitos, Darwin clamava: «Meu Deus, meu Deus!» Disse ‐nosque o clamor <strong>de</strong> Darwin não era o reflexo <strong>de</strong> um cérebro frágil, mas<strong>de</strong> um cérebro que lutava com bravura pelo alívio e pela continuida<strong>de</strong>da existência, ainda que consi<strong>de</strong>rasse utopicamente a morte um processonatural.Comentou que Darwin era um agnóstico, mas que tanto agnósticoscomo místicos, tanto ateus como não ateus, todos fogem inexoravelmenteda mais penetrante solidão, a solidão da inexistência, asolidão <strong>de</strong> «não ser». A perda da consciência <strong>de</strong> si mesmo resultanteda <strong>de</strong>sorganização do córtex cerebral quando se morre e a consequenteperda irreversível <strong>de</strong> biliões <strong>de</strong> informações que financiam ai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da personalida<strong>de</strong> geram o caos absoluto, unem o ser como nada.Na ocasião, para nosso espanto, disse ‐nos ainda que quem reflectissealgumas horas sobre esse caos jamais seria o mesmo. Enten<strong>de</strong>riaque a gran<strong>de</strong> questão não era se Deus existe ou não, nem quem venceriao <strong>de</strong>bate, se religiosos ou ateus. A gran<strong>de</strong> questão era que Deusprecisava <strong>de</strong> existir, caso contrário, ateus e religiosos seriam ambos<strong>de</strong>stroçados no caos da inexistência, extinguir ‐se ‐ia a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sere a <strong>de</strong> pensar. Teria <strong>de</strong> haver um Deus com uma capacida<strong>de</strong> muitomaior do que qualquer imaginação religiosa para resgatar as informaçõesdo córtex cerebral que se per<strong>de</strong>ram com a morte. Caso contrário,seríamos mera poeira cósmica. Alguns <strong>de</strong> nós estariam nas páginas dahistória para nos fazer pensar que fomos algo no passado e disfarçar oangustiante facto <strong>de</strong> que seremos nada, simplesmente nada, no futuro.Ao recordar essas palavras, entendi por fim que não era a solidãosocial ou a solidão do auto ‐abandono que perturbava a mente do<strong>Semeador</strong> <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ias e estimulava o seu <strong>de</strong>bate com Deus, mas a solidãoda inexistência. Como era um homem que pensava muitíssimo, tentavasobreviver a essa solidão, à morte como fenómeno silenciador davida, para ter esperança <strong>de</strong> que os seus filhos não tivessem morridopara sempre. Quase esgotado, continuou a sua cálida inquirição. Desta31o semeador <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias_CS4***.indd 31 28/02/11 18:01

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!