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ANEXO II - Arquivo Nacional

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PROGRAMA MEMÓRIA DO MUNDO DA UNESCOCOMITÊ NACIONAL DO BRASILREGISTRO NACIONAL2007<strong>Arquivo</strong> Oswaldo CruzCasa de Oswaldo Cruz - FIOCRUZ‣ A Fundação Oswaldo Cruz, além de sua ação napesquisa científica para saúde pública, dedica-se pormeio da Casa de Oswaldo Cruz e o seu Departamentode <strong>Arquivo</strong> e Documentação em preservar, pesquisar edisseminar o seu acervo cultural, científico e histórico,incluindo os cientistas que avançaram a ciência noBrasil.‣ O <strong>Arquivo</strong> Oswaldo Cruz, contém valiosos einsubstituíveis documentos que registram a açãocientífica de Oswaldo Gonçalves Cruz, no final doséculo XIX e início do século XX, quando se destacoude forma singular e brilhante no combate as epidemiasdo cólera morbus, da peste bubônica, da varíola e dafebre amarela.


<strong>ANEXO</strong> <strong>II</strong>NOMINAÇÃO NO REGISTRO NACIONALCOMITÊ NACIONAL DO BRASIL DO PROGRAMA MEMÓRIA DOMUNDO DA UNESCO2007FORMULÁRIO PARA CANDIDATURA À NOMINAÇÃOPARTE ADADOS CADASTRAIS DO PROPONENTE À CANDIDATURADADOS CADASTRAIS DO PROPONENTE À CANDIDATURANome da entidade ou pessoa proprietária do Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruzacervo ou documentoCNPJ: 33781055/0001-35Nome da entidade ou pessoa custodiadora Fiocruzdo acervo ou documento (se for diferente da Casa de Oswaldo Cruzproprietária)Departamento de <strong>Arquivo</strong> e DocumentaçãoNatureza jurídica (pública ou privada) PúblicaSe pública, subordinação administrativaEndereçoMinistério da SaúdeFiocruzAv Brasil, nº4365Manguinhos – Rio de JaneiroCEP:21040-360Casa de Oswaldo CruzAv Brasil, nº4036Manguinhos – Rio de JaneiroCEP:21040-361Telefone (s) Fiocruz (21) 2598-4242COC (21) 2590-3690 / 3882-9124Fax COC (21) 25903690e-mailSítio na internetwww.fiocruz.brwww.coc.fiocruz.brPARTE BDESCRIÇÃO DO ACERVO OU DOCUMENTOTítulo formal ouatribuídoData (s) ou dataslimiteQuantificação, porgênero documental(textuais,audiovisuais,cartográficos,DESCRIÇÃO DO ACERVO OU DOCUMENTO1 Área de Identificação<strong>Arquivo</strong> Oswaldo CruzFundo Instituto Oswaldo Cruz / Série Oswaldo Cruz[1873-1972]Documentos textuais: 2738 (inclui documentos impressos) mais 10cadernos contendo recortes de jornais; Documentos iconográficos: 252(fotografias, imagens impressas e postais).


fotográficas, outros)Suporte (s)Material em que estãoregistrados osdocumentosNome (s) dosprodutores*História ou Biografiado produtor do acervoou documentoPapel, papel fotográfico.2 Área de ContextualizaçãoCRUZ, OswaldoFundo Instituto Oswaldo Cruz / Série Oswaldo CruzOswaldo Gonçalves Cruz nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em SãoLuiz do Paraitinga, no estado de São Paulo. Seu pai, o médico BentoGonçalves Cruz, transferira-se recém-casado para o interior, com ofaziam muitos médicos, a fim de estabelecer sua clínica. Em 1877,quando Oswaldo Cruz tinha cinco anos, sua família voltou para o Riode Janeiro, onde ele pela primeira vez freqüentou a escola. Até aqueladata todo o seu aprendizado estivera a cargo de sua mãe, AmáliaBulhões Cruz. Aos 14 anos, após prestar os exames preparatórios noColégio Pedro <strong>II</strong>, ingressou na Faculdade <strong>Nacional</strong> de Medicina.Foi neste período que se deu seu primeiro contato com amicrobiologia, através do laboratório de Rocha Faria, professorcatedrático da cadeira de Higiene. Durante o curso foi nomeado“ajudante de preparador” por este professor no Laboratório de Higieneda faculdade. Teve a oportunidade, também, de publicar dois trabalhosem um dos mais importantes periódicos da época chamado Brazil-Médico, em 1891, “Um Caso de Bócio Exoftálmico num Indivíduo doSexo Masculino”, e “Um Micróbio das Águas Putrefatas Encontradonas Águas de Abastecimento de Nossa Cidade”, no ano seguinte.No prefácio à sua tese de doutorado, intitulada “A VeiculaçãoMicrobiana pelas Águas”, Oswaldo Cruz já dava mostras de suaadesão aos princípios da bacteriologia ao afirmar:"Desde o primeiro dia que nos foi facultado admirar o panoramaencantador que se divisa quando se coloca os olhos na ocular de ummicroscópio, sobre cuja platina está uma preparação; desde que vimoscom o auxílio deste instrumento maravilhoso os numerosos seres vivosque povoam uma gota de água; ...enraizou-se em nosso espírito a idéiade que os nossos esforços intelectuais de ora em diante convergiriampara que nos instruíssemos, nos especializássemos numa ciência quese apoiasse na microscopia." 1Sua formatura ocorreu poucas horas antes do falecimento do pai, aquem dedicou a tese.No ano seguinte, casou-se com Emília Fonseca. Instalou em suaresidência, no Jardim Botânico, um pequeno laboratório demicrobiologia. No mesmo período, assumiu a clínica que pertencera a1 CRUZ, Oswaldo Gonçalves. A Vehiculação microbiana pelas águas. These apresentada à Faculdade<strong>Nacional</strong> de Medicina em 8 de novembro de 1892. Rio de Janeiro, Typographia da Papelaria eImpressora (S.A.), 1893.


seu pai, na Gávea, além do ambulatório onde cuidava dostrabalhadores da Fábrica de Tecidos Corcovado. Nos dois anosseguintes, a convite de Salles Guerra, foi trabalhar na Policlínica Geraldo Rio de Janeiro, onde montou e chefiou o laboratório de análisesclínicas que apoiava o Serviço de Moléstias Internas. Atuou nesteperíodo auxiliando o Instituto Sanitário Federal, chefiado porFrancisco Fajardo, a diagnosticar o cólera morbus como sendo aepidemia reinante no Vale do Paraíba, em 1894. Neste mesmo anopublicou, sob o pseudônimo de Ignarus, um interessante artigointitulado: “Causas e Meios de Preservação do Cólera” 2 , onde descrevea infecção através do bacilo de Koch, os meios de evitar a doença e aepidemia, e como combatê-las.Em abril de 1897 Oswaldo Cruz avisou ao grupo dos germanófilos, doqual faziam parte também Salles Guerra, Antônio José Pereira da SilvaAraújo, Werneck Machado e Alfredo Porto (todos da Policlínica), quebrevemente estaria embarcando para Paris com toda a família, a fim dese especializar em microbiologia no Instituto Pasteur. Lá chegando,recebeu de seu diretor, Émile Roux, uma bolsa de estudos por ser osegundo brasileiro a estudar no instituto que tantos auxílios recebeupor parte do ex-imperador D. Pedro <strong>II</strong>.Sabedor de que a especialização em microbiologia não poderia garantirsua sobrevivência financeira, tratou de escolher a urologia comoespecialização clínica, estudando sob a orientação de Félix Guyon.Paralelamente, estudou medicina legal no Instituto de Toxicologia deParis com os professores Vibert e Ogier; estudou microbiologia eaprofundou seus conhecimentos sobre soroterapia no Instituto Pasteur.Preocupou-se também em aprender, numa fábrica de vidros, aconfeccionar vidraria necessária para a montagem de um laboratório.Dentre os trabalhos que produziu na época, destacam-se os seguintes:“Étude Toxicologique de la Ricini”; “Études sur la Recherche del’Empoisonnement par le Gaz d’Eclairage”; “Uma Visita à Seção dePreparo dos Soros do Instituto Pasteur de Paris” e “Les AltérationsHistologiques dans l’Empoisonnemant par la Ricine.”Nesta sua primeira viagem ao exterior, Oswaldo Cruz adquiriu uma2 IGNARUS. Causas e meios de Preservação do Chólera. Rio de Janeiro, Cunha & Irmãos, 1894.3 CRUZ, Oswaldo Gonçalves. The sanitation of Rio. Em: The Times, Nova Iorque, dec. 1908.∗∗ Optamos por citar apenas a parte referente aos anos de atuação do titular à frente da DGSP.∗ Fonte: FONTENELLE, J. P. A saúde pública no Rio de Janeiro – Distrito Federal. Relatório do Serviço deSaúde Pública do Distrito Federal, 1939, p. 262. Apud COSTA, Nilson do Rosário. Lutas urbanas e controlesócia.: origem das políticas de saúde no Brasil. Petrópolis, Vozes/Rio de Janeiro, ABRASCO, 1986. p. 634 CRUZ, Oswaldo Gonçalves. Peste. Em: Brazil-Medico, Rio de Janeiro, v.20, n.9, 10, p.85-90, p.95-98, mar.19065 ___________. Um novo genero brazileiro da sub-família "Anophelinae": Manguinhosia Em: Brazil-Medico,Rio de Janeiro, v.21, n.28, p.271-273, jul. 19076 ___________. Um novo genero da sub-família "Anophelina": Chagasia. Brazil-Medico, Rio de Janeiro,v.20, n.20, p.199-200, 1906.7 CRUZ, Oswaldo Gonçalves. Prophilaxys of malaria in Central and Southern Brazil. Em: ROSS, R. Theprevention of Malaria. London: John Murray, 1910.


máquina fotográfica capaz de realizar fotos estereoscópicas que,colocadas em um visor especial, davam o efeito de três dimensões. Apartir de então iniciou uma carreira de fotógrafo amador em que nãoapenas registrava fatos importantes de sua atividade científica, mastambém o levaria a montar, muitos anos, depois um pequenolaboratório de revelação na casa projetada por Luis de Moraes para afamília morar na Praia de Botafogo.Retornou ao Brasil em agosto de 1899, reassumindo seu cargo naPoliclínica Geral do Rio de Janeiro. No mesmo ano, foi convidadopara fazer parte da comissão chefiada por Eduardo Chapot-Prévost,que iria a Santos verificar uma estranha mortandade de ratos,provenientes da cidade do Porto, em Portugal, e que poderia serresponsável por um surto de peste bubônica naquela cidade.Confirmando as suspeitas, permaneceria lá para combater a doença etomar medidas preventivas para que esta não se alastrasse aos demaisportos, principalmente o do Rio de Janeiro. Apesar de já se saber dosucesso da soroterapia antipestosa, o único lugar do mundo quefabricava o soro antipestoso era o Instituto Pasteur que no entanto, nãotinha condições de atender à demanda mundial. Desta forma, ogoverno de São Paulo e o governo federal tomaram a iniciativa demontar seu próprios institutos soroterápicos: o Instituto SoroterápicoFederal, no Rio de Janeiro, e no Instituto Butantã, em São Paulo. Apartir de então, Oswaldo Cruz passou a estabelecer com Vital Brazil ecom Adolpho Lutz importante parceria científica, e a correspondênciaque trocaram na época é um testemunho da cooperação que se estendetambém aos domínios da amizade e da admiração mútua.No Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz foi convidado a ocupar a direçãotécnica do instituto que estava sendo construído na distante Fazenda deManguinhos, comandado pelo barão de Pedro Affonso, proprietário doInstituto Vacínico Municipal, produtor da vacina antivariólica. Em 25de maio de 1900, começavam os trabalhos no então InstitutoSoroterápico Federal, que no mesmo ano concluiria as primeiraspartidas da vacina e do soro.Rapidamente crescia não só a produção do Instituto, como também suapauta de imunoterápicos. Em 1902, graves divergências internasprovocaram a exoneração do barão de Pedro Affonso, e Oswaldo Cruzassumiu sozinho o comando da instiuição. No ano seguinte, mais umdesafio se colocava para o jovem médico: dirigir a Diretoria Geral deSaúde Pública (D.G.S.P.) e empreender uma campanha sanitária paracombater as três principais doenças que sazonalmente atingiam deforma epidêmica a cidade do Rio de Janeiro: a febre amarela, a pestebubônica e a varíola.O saneamento da capital fazia parte de um grande projeto ao qual opresidente Rodrigues Alves se dedicaria: a reforma urbana da cidade, acargo do prefeito Pereira Passos, nomeado para tal com poderesdiscricionários. Além de promover a modernização da capital federal,através do alargamento das ruas e da adoção de um padrão


arquitetônico europeizado para os grandes edifícios do centro dacidade, era mais do que necessário modernizar o porto do Rio deJaneiro, um dos três maiores da América Latina, responsável por boaparte do comércio externo brasileiro e principal porta de entrada dosimigrantes provenientes da Europa. Ao projeto articulava-se a aberturade duas grandes avenidas: a do Canal do Mangue e a avenida Central.O então titular da pasta da Justiça e Negócios Interiores, J. J. Seabra,pensou em indicar para o cargo seu médico pessoal, Salles Guerra,para dirigir o projeto, mas recebeu deste a sugestão do nome deOswaldo Cruz. Para ele, Oswaldo Cruz reunia o conhecimento, aexperiência em saúde pública e audácia necessária para a tarefa,embora ainda não fosse conhecido nos mais altos escalões daRepública. Empossado em 23 de março de 1903, Oswaldo Cruz passoua acumular a nova função com a de diretor do Instituto SoroterápicoFederal.A primeira obra a que se dedicou foi a reforma da legislação que regiaos Serviços de Saúde Pública, com o objetivo de superar a dualidadeexistente entre as atribuições federais e municipais no Rio de Janeiro eestabelecer as atribuições da DGSP. Iniciava-se, assim, uma intensanegociação no Congresso para fazer aprovar o novo código sanitárioque, entre outras coisas, instituía a vacinação antivariólica obrigatória.Sua aprovação só aconteceria em novembro de 1904, mas já em 1903Oswaldo Cruz começava a organizar institucionalmente os serviços deque se valeria nos seis anos seguintes para combate às três grandesepidemias.O saneamento incluía também a valorização do centro da cidade, coma conseqüente remoção da população de baixa renda aglomerada nasdiversas casas de cômodos e cortiços, e que acabavam por se tornarfocos de febre amarela, cólera e varíola. Para o centro convergiriammodernas linhas de bondes elétricos, além da extensão de postes deenergia elétrica e de sistemas de abastecimento de água e esgoto.Ao iniciar o combate à febre amarela, Oswaldo Cruz adotaria o métodopreconizado pelo cientista cubano Juan Finlay, segundo o qual atransmissão da doença se dava através de um vetor, o mosquito Culexfasciatus (hoje conhecido como Aedes aegypti), ao picar um indivíduodoente e depois um são. As brigadas combateriam os focos,preferencialmente os domésticos, e os doentes deveriam ser isoladoscom telas e mosquiteiros para impedir a aproximação do inseto. Para o


controle e a formulação de dados epidemiológicos confiáveis sobre aepidemia, instituía-se, também, a notificação obrigatória de todos oscasos da doença. Com o apoio das repartições centrais, que mantinhamconstantemente atualizados os mapas e as estatísticas epidemiológicas,os mata-mosquitos percorriam as ruas da capital, lavando caixasd’água,petrolizando ralos e bueiros, limpando telhados e calhas eremovendo quaisquer depósitos de larvas de mosquito. A seção deisolamento e expurgo, por sua vez, desinfetava pela queima de piretroe enxofre as casas situadas na zona dos focos, providenciando tambémo isolamento domiciliar dos doentes ou convocando o DesinfectórioCentral para removê-los para o Hospital de Isolamento São Sebastião.Além de utilizar medidas de coação, como a notificaçãocompulsória dos casos da doença, Oswaldo Cruz usou todos os meiospossíveis de persuasão – os Conselhos ao Povo publicados naimprensa, os folhetos educativos destinados à população em geral e aospróprios médicos, em sua maioria hostis à nova profilaxia e refratáriosà notificação de seus pacientes à saúde pública. Mesmo com todas asdificuldades enfrentadas, em 1907 a epidemia de febre amarela foiconsiderada erradicada da cidade do Rio de Janeiro. Em trabalhointitulado “The Sanitation of Rio”, publicado em The Times, NovaIorque, 28 de. 1908 3 , expõe a seguinte tabela, para demonstrar osucesso de seu trabalho:TABLE OF MORTALITY BY YELLOW FEVER IN RIO DEJANEIRO FROM 1872 TO 1909 ∗∗Years Jan. Febr. March. Apr. May. June. July. Augus Sept. Oct. Nov. Dec. Total.1903 133 142 151 99 24 10 9 4 4 2 2 4 5841904 2 7 7 8 10 4 4 1 1 - 3 1 481905 3 13 23 59 64 61 26 9 6 5 8 12 2891906 6 9 6 8 2 1 2 - 1 3 1 3 421907 1 1 6 14 6 4 4 1 1 - 1 - 391908 - - 1 - - 3 - - - - - - 41909 - - - - - -O combate à peste bubônica foi mais tranqüilo, embora tambémpolêmico. O Instituto Soroterápico Federal fornecia o soro e a vacinaprofilática, e a desratização não suscitava grandes oposições, já que ateoria de Yersin sobre o papel do rato como vetor da doença já era umfato cientificamente assentado desde 1894. No entanto, a idéia de que aDGSP pagaria por rato apreendido fez com que aparecessem vários“criadores” do animal. Os índices da doença demoraram mais a ceder,mas em 1909, ano em que Oswaldo Cruz deixava a DGSP, estes já


eram bastante baixos, com atesta o quadro:MORTALIDADE POR PESTE NA CIDADE DO RIO DEJANEIRO (DIST. FED.) POR 100.000 HABITANTES ∗ANOMORTALIDADE1903 48,741904 36,061905 18,401906 14,271907 8,831908 6,371909 1,73A campanha antivariólica foi de todas a mais polêmica e desgastante,uma vez que a lei da vacinação obrigatória serviu de estopim para omovimento que passou à história com o nome de Revolta da Vacina.Em 1904, face ao aumento do número de casos, iniciou-se uma amplacampanha de vacinação, além da tentativa de aprovação da lei que atornava obrigatória, conhecida como “Código de Torturas”. Enquantoa obrigatoriedade não chegava, a vacina era aplicada com autorizaçãoda própria pessoa ou de seus familiares, o que ia diminuindo à medidaem que os artigos da Liga Contra a Vacina Obrigatória ganhavam osjornais. As demais medidas, como desinfecção e isolamento dosdoentes, não eram suficientes para debelar a epidemia que se alastrava.Após a aprovação da obrigatoriedade, houve uma grande revoltapopular, seguida da tentativa de golpe por parte dos militares rebeladosna Praia Vermelha. Durou uma semana, sendo duramente sufocada,com um saldo de muitos mortos, feridos e presos, principalmente entrea população mais pobre. Mas a obrigatoriedade teve de ser revogada.Observou-se um certo decréscimo no número de casos nos três anosseguintes, embora a epidemia de 1908 tivesse sido das mais violentasjá enfrentadas, levando a população, espontaneamente, à procura davacina.Ao assumir a DGSP, Oswaldo Cruz tinha a intenção de ir além dosaneamento da capital federal, tomando para si a tarefa de organizar adefesa sanitária dos portos marítimos e fluviais brasileiros. Assim,entre setembro de 1905 e fevereiro de 1906, no auge da remodelaçãourbana e do saneamento do Rio de Janeiro, ele inicia uma longaviagem de inspeção, visitando 24 portos de norte a sul em 68 dias. Oobjetivo desta expedição era fazer um levantamento das condiçõessanitárias dos portos com vistas a adotar as medidas sanitárias decombate ao cólera e peste, preconizadas pelas convenções de Venezaem 1897, e de Paris em 1903, das quais o Brasil era signatário. Emboranão tivesse logrado seu objetivo, o principal saldo da expedição foi acoleta de grande material para pesquisa, principalmente sangue colhidode doentes e mosquitos de diversas procedências, que constituíram os


primeiros insumos usados para traçar o quadro de saúde vigente nos“sertões” do Brasil, episódio que só seria concluído pelo esforçocoletivo de outros cientistas do IOC uma década depois. Não seconhece os registros oficiais desta viagem, e os biógrafos de OswaldoCruz são omissos quanto a ela. Além de vários recortes de jornais detodo o país, existe um relato minucioso deixado pelo próprio OswaldoCruz, através da correspondência que enviava quase diariamente à suaesposa, e que infelizmente só cobre parte da viagem.Durante todo o tempo em que dirigiu a DGSP, Oswaldo Cruz estevemuito mais voltado às ações de saúde pública do que às atividadescientíficas propriamente ditas. Embora acompanhasse de muito pertotudo o que os cientistas de Manguinhos realizavam, sua produçãointelectual esteve muito mais ligada às políticas de combate àsepidemias; seus trabalhos eram publicados, preferencialmente, nosgrandes jornais da época. Além dos Conselhos ao Povo, publicados noJornal do Commércio, escreveu “As Obras do Porto e as Febres”, naGazeta de Notícias, vários artigos sobre a profilaxia da febre amarela esobre a vacinação obrigatória. Além destes, publicou em Brazil-Medico um artigo intitulado “Peste” 4 , além de Um Novo GeneroBrazileiro da Sub-família "Anophelinae: Manguinhosia.” 5 e Um NovoGenero da Sub-família "Anophelina": Chagasia. 6O Instituto Soroterápico Federal beneficiou-se da dupla atividade deseu diretor. Expandiu e diversificou sua agenda de pesquisas nãoapenas em relação às três doenças combatidas pela DGSP, mastambém a tuberculose, o cólera morbus, a malária e várias outrasdoenças parasitárias foram alvos de interesse, bem como as epizootiasque causavam inúmeros prejuízos à agropecuária. A pauta de produtosimunobiológicos do Instituto teve um crescimento sem precedentes e aárea de ensino institucionalizou-se através dos cursos de aplicação,voltados principalmente aos doutorandos que desenvolviam suas tesesno Instituto, bem como a médicos já diplomados. Diga-se, depassagem, que estes jovens médicos e doutorandos que freqüentavam oInstituto apelidaram Oswaldo Cruz de “Dr. Fotógrafo”, devido ao seuhábito de andar com uma enorme pasta onde carregava sua câmerafotográfica.Registre-se também a publicação, em 1909, do primeiro número dasMemórias do Instituto Oswaldo Cruz e a descoberta, no mesmo ano,da doença de Chagas. A notícia da erradicação da febre amarela do Riode Janeiro, em 1907, trouxe, entre outras conquistas, a Medalha deOuro para a seção brasileira, presente no XVI Congresso de Higiene eDemografia de Berlim, em 1907, onde foram expostos os últimostrabalhos realizados em Manguinhos. Após o término do Congresso,Oswaldo Cruz permaneceu algum tempo em Paris a fim de estreitarlaços científicos com o Instituto Pasteur, colhendo os louros da bem


sucedida campanha em Berlim. Neste período, os primeiros sintomasda esclerose renal, principalmente a albuminúria, com que conviveriaaté o final da sua vida, começaram a se apresentar com grandeintensidade. Reconhecendo em seu organismo os sintomas do mal quehavia também precocemente vitimado seu pai, traçou um minuciosoprojeto para o seu jazigo perpétuo, na encosta do Vidigal, perto dachácara de seu sogro.Em seguida foi a Nova Iorque, onde conheceu o Instituto de PesquisasMédicas fundado por Nelson Rockfeller. Mais uma vez suacorrespondência pessoal presta um valioso testemunho a respeito dasimpressões causadas no espírito deste cientista pelos símbolos demodernidade que encontrou naquela cidade, tais como a disseminaçãodo uso do telefone e do automóvel, o que viria a influenciar várias desuas escolhas para as novas instalações do Castelo de Manguinhos,cuja construção havia sido iniciada.Cumprindo missão diplomática delegada pelo governo brasileiro,reuniu-se com o presidente Franklin Roosevelt para garantir-lhe de quea esquadra norte-americana, em manobras de guerra, poderiadesembarcar no Rio de Janeiro sem temer a febre amarela. Em seguida,participou da Convenção Sanitária realizada no México, na qual osgovernos da América Central subscreveram, como queria a CasaBranca, o compromisso da criação de legislações e serviços sanitáriospara erradicarem a febre amarela de seus territórios. Osvaldo Cruzencontrava-se ainda no exterior quando, em 12 de dezembro de 1907,um decreto do presidente Afonso Pena transformou o InstitutoSoroterápico em Instituto de Patologia Experimental. Voltou então aoBrasil, no início de 1908, sendo recebido como herói nacional.Apesar de ter se mantido no cargo da DGSP por Afonso Penna, quesucedeu Rodrigues Alves, neste último período (1906-1909), OswaldoCruz enfrentou dificuldades que quase impediram que alguns de seusplanos saíssem do papel. Um deles foi o combate à tuberculose, queprevia, ao lado das medidas sanitárias de controle, de tratamento e deisolamento, a adoção de medidas institucionais com o objetivo degarantir a aposentadoria provisória ou definitiva aos doentes, pagaatravés da criação de um imposto especial, além de campanhaseducativas destinadas à população. Também todo o gado leiteirodeveria ser submetido ao teste de Koch, feito com a tuberculinafornecida por Manguinhos. Embora a tuberculose matasse cerca desete vezes mais do que a febre amarela em época de epidemia, elaatingia principalmente a população pobre que vivia em péssimascondições nas habitações coletivas, suscitando por parte das classesdirigentes preocupações no máximo paliativas. O governo federalvoltou atrás na liberação do crédito necessário à implantação doprojeto, alegando que a situação não se configurava como “calamidade


pública”. A falta de empenho das autoridades em regulamentar avacinação antivariólica e em tornar os serviços da DGSP permanentesgeraram um grande desgaste para o seu diretor. Assim, em 1909, porforça de uma lei que proibia a acumulação de cargos em nível federal,Oswaldo Cruz solicitou sua exoneração, optando por permanecer àfrente do Instituto que passara a levar seu nome.De volta ao IOC, imprimiu uma nova política com vistas aolevantamento das condições sanitárias do interior do país, e ofortalecimento do intercâmbio com instituições científicas do exterior,publicando, neste período, “Prophilaxis of malaria in Central andSouthern Brazil”. 7 Dentre as principais expedições científicasrealizadas ou promovidas por Oswaldo Cruz e pelo IOC, destacam-se:em 1910, o combate à malária durante a construção da FerroviaMadeira-Mamoré, a pedido da Madeira-Mamoré Railway Company,para onde viajou em companhia de Belisário Penna; o combate à febreamarela no Pará, iniciado no mesmo ano, a convite do governo daqueleestado; a expedição de Astrogildo Machado e Antônio Martins aosvales do São Francisco e Tocantins, em 1911, a serviço da Estrada deFerro Central do Brasil; a expedição de Arthur Neiva e Belisário Pennaao sertão nordestino a serviço da Inspetoria das Obras contra as Secas;e a expedição de Carlos Chagas e Pacheco Leão ao Vale do Amazonasa serviço da Superintendência da Defesa da Borracha. O fruto imediatodesta política foi a ampliação do conhecimento a respeito daschamadas doenças tropicais e a revelação de um Brasil diametralmenteoposto à provinciana idéia de civilização cosmopolita, da qual a cidadedo Rio de Janeiro, recém-remodelada pretendia ser vitrine. Talrevelação ensejou no meio intelectual um tímido movimento deconsciência sanitária, tendo como líder Monteiro Lobato. Ao mesmotempo, Oswaldo Cruz tratava de construir em Manguinhos um hospitalpara atender os doentes identificados durante os inquéritos sanitários.Suas dependências, dentro dos mais modernos padrões de construçãohospitalar da época, eram dotadas de um sistema de refrigeração quesó não se mostrou mais eficiente por ser excessivamente dispendioso.No tocante à sua “política externa”, merece destaque a intensificaçãodas relações com cientistas alemães, cujo “ministro das relaçõesexteriores” de Manguinhos era o pesquisador Rocha Lima. Nestaépoca foram contratados os cientistas Stanislas Von Prowasek, GustavGiemsa e Max Hartmann, protozoologistas e especialistas em doençastropicais, e Hermann Duerck, professor de anatomia patológica daUniversidade de Iena. Mais uma vez o Instituto era premiado naExposição Internacional de Demografia e Higiene de Dresden, em1911, com a exposição dos trabalhos sobre a descoberta da doença deChagas. Os três anos seguintes são marcados por constantes missõesao exterior, como a sua participação nas conferências sanitárias deRoma, Nova York, México e Montevidéu, tendo presidido esta última.


Ao deixar a capital uruguaia, segue para Buenos Aires, a convite dadelegação Argentina presente ao evento.Entre os diversos títulos, homenagens e comendas que Oswaldo Cruzrecebeu, destacam-se: a eleição para a Academia Brasileira de Letras,onde discursou homenageando o patrono da cadeira, RaimundoCorreia; a Legião de Honra Francesa e a homenagem da SociedadeBrasileira de Medicina e Cirurgia. Convidado a fazer conferência naBiblioteca <strong>Nacional</strong>, adotou como tema as doenças causadas porprotozoários.Em 1914 seguiu para Paris, desta vez acompanhado por toda a suafamília, a fim de visitar os mais modernos centros de pesquisaeuropeus. Infelizmente a I Guerra Mundial o alcançaria em Paris.Valendo-se da condição de membro da Legião de Honra, OswaldoCruz conseguiu transferir-se com a sua “tribo” (como ele chamava suafamília) para Londres, onde se julgava a salvo dos possíveisbombardeios à capital francesa. No início de 1915 regressou ao Brasildeixando seus familiares na Inglaterra por temer os freqüentes ataquesdurante a travessia do Atlântico. Nesta época, Oswaldo Cruzcomeçaria a sentir os duros efeitos da retinite albuminúrica que lheembaçava a visão. Com a volta da sua família, em meados do ano,obtém significativa melhora, porém não muito duradoura.A pedido do então governador do Rio de Janeiro Nilo Peçanha,Oswaldo Cruz passoua se dedicar ao estudo da erradicação das saúvas,praga que tão duramente atingia a lavoura. Elaborou um plano tãointeressante quanto polêmico, de fazer alastrar pelo formigueiro umamoléstia mortal a este inseto. Porém não pôde prosseguir nestesestudos pois sua visão estava cada vez mais comprometida pelodescolamento de retina. Além das leituras necessárias, mandou fazeruma réplica de formigueiro de barro onde, através de uma parede devidro, ficava observando os hábitos das formigas.Sua correspondência científica demonstra, no entanto, que continuavacontrolando as pesquisas realizadas em Manguinhos, sendoconstantemente consultado por cientistas como Adolpho Lutz, VitalBrasil e Rocha Lima sobre questões relativas à entomologia,parasitologia e soroterapia. As viagens ao Instituto, bem como suapermanência, tornavam-se cada vez mais penosas, e era comum isolarseem sua sala de trabalho, evitando por vezes a companhia dosdemais.A família começou, então, a pensar em uma forma de afastar OswaldoCruz de Manguinhos sem que isso significasse sua aposentadoriacompulsória. Naquele momento, Petrópolis era um município recém-


emancipado, e seu filho Bento teve a idéia, a idéia de sugerir seu nomepara ocupar a Prefeitura. Não imaginava então que o pai assumiria atarefa e a ela se dedicaria com grande afinco, sendo, inclusive,obrigado a conviver com oposição na Câmara Municipal. Após suanomeação, a 28 de junho de 1916, organizou um plano de governo, emque se destacavam as seguintes ações.• Construção de rede de esgotos; organização dos serviçossanitários;• Substituição dos carros de tração animal da Prefeitura porautomóveis;• Implantação de uma linha circular de bondes e ligação com oRio de Janeiro também através de bondes elétricos;• Plantio de hortências nas margens dos rios; contratação de umdesenhista de jardins;• Organização do ensino primário, fiscalização do ensino deportuguês nas escolas estrangeiras, estatística da população e índice deanalfabetismo; construção de parques para ginástica e obrigatoriedadeda educação física nas escolas;• Criação do Museu Imperial e do Jardim Botânico no Palácio doImpério.Infelizmente, o pouco tempo de que dispôs não foi suficiente paracolocar em prática a maioria de seus projetos. Logo o agravamento dascondições de saúde de Oswaldo Cruz o levaram a pedir licença portempo indeterminado.Faleceu em sua residência, na rua Monte Caseros, no dia 11 defevereiro de 1917, cercado pela família e por amigos como CarlosChagas, Belisário Penna e Salles Guerra.Conteúdo dodocumento ou acervoEspecificar osassuntos e temastratados3 Área de conteúdo e estruturaSérie Documentos PessoaisSuas datas-limite são os anos de 1894 e 1914. Possui 68 documentosdivididos em 3 dossiês que documentam a vida pessoal do titular.Merecem destaque os livros-caixa onde o titular anotavacuidadosamente seu orçamento doméstico, aos quais chamava de“Livro da Verdade”.Série CorrespondênciaPossui 1.164 itens documentais divididos em três subséries. A SubsériePessoal, com 280 cartas, enviadas principalmente pelo titular a suaesposa, Emília Fonseca, como também aos filhos e entre estespersonagens. Suas datas-limite situam-se entre os anos de 1889, iníciodo noivado de Oswaldo Cruz e vão até 1916. Merece destaque o dossiêOC/COR/PES/19050928, referente ao período em que o titular, à


frente da Diretoria Geral de Saúde Pública, realizou uma expedição aosportos marítimos e fluviais do Brasil, com o objetivo de levantar dadospara instruir o projeto de reforma da organização sanitária dosmesmos. Este conjunto de correspondência representa um minucioso epraticamente único relato da viagem, uma vez que as cartas são quasediárias e, além de registrar impressões sobre as condições de saúdereinantes nas cidades visitadas e sobre sua arquitetura e topografia, otitular tece comentários a respeito dos hábitos e costumes de seushabitantes, seus modos de vestir e falar, observando atentamente ocomportamento de personagens que ia conhecendo de porto em porto,fossem autoridades, membros das elites locais ou gente simples dopovo. A Subsérie Científica que está subdivida em 19 dossiês pormissivistas, possui 260 itens documentais. Merece destaque acorrespondência trocada com Vital Brazil, onde descreve o início dostrabalhos em Manguinhos, as pesquisas sobre novos métodos defabricação de soros, além do vasto conjunto epistolar trocado comRocha Lima, onde o titular vai noticiando as pesquisas realizadas emManguinhos ao mesmo tempo em que estabelece as bases dointercâmbio entre esta instituição e as principais agências de pesquisabiomédica da Alemanha. Suas datas-limite situam-se entre 1891 e1916. E, por ultimo, a Subsérie Político-administrativa com 583documentos subdivididos em cinco dossiês representados por cada umdos cadernos em que o titular deixava cópias dos telegramas e cartasemitidos tanto a partir do IOC, da DGSP e da Prefeitura de Petrópolis,com datas limites entre 1905 e 1916. Merecem destaque os telegramasenviados a Carlos Chagas quando da descoberta da doença de Chagas,além do telegrama em que se licencia da Prefeitura da Petrópolis pormotivo de saúde.Série Instituto Oswaldo CruzSeus 1.018 itens documentais dividem-se em oito dossiês referentes aoperíodo inicial da instituição, quando então se chamava InstitutoSoroterápico Federal, com datas-limite situadas entre 1899 e 1941. Ostemas contemplados referem-se principalmente à construção da filialde Belo Horizonte; ao Congresso de Higiene e Demografia de Berlim,em 1907 e à Exposição Internacional de Higiene e Demografia deDresden, em 1911; à construção do conjunto arquitetônico deManguinhos; à produção de soros e vacinas; à transformação doInstituto Soroterápico Federal em Instituto de Medicina Experimentalde Manguinhos e posteriormente Instituto Oswaldo Cruz. Merecemdestaque os documentos que descrevem o inicio dos trabalhos nosacanhados laboratórios do Instituto Soroterápico Federal e os queregistram a história administrativa da instituição, com uma coleção deleis e decretos. Soma-se a este conjunto a Subsérie ExpediçõesCientíficas, com dois dossiês referentes às viagens realizadas pelotitular para combater a febre amarela no Pará e o impaludismo naEstrada de Ferro Madeira Mamoré, respectivamente.


Série Diretoria Geral de Saúde PúblicaOs 78 itens documentais que compõem esta série relatam ascampanhas de saúde pública contra as doenças epidêmicas (febreamarela, varíola e peste) que grassavam no Rio de Janeiro durante osprimeiros anos do século XX. Tem como datas-limite os anos de 1903e 1909, cobrindo todo o período em que o titular esteve à frente darepartição. Compõem-se de três dossiês: o primeiro refere-se aosdocumentos administrativos da Diretoria, o segundo descreve aorganização dos serviços sanitários da capital e o terceiro possuidocumentos relativos às três principais campanhas sanitárias doperíodo referente ao combate às epidemias acima referidas. Merecedestaque também um documento referente à campanha de saneamentodos portos, onde descreve os portos de Santos, Paraná, Santa Catarina,Rio Grande do Sul.Série Produção IntelectualOs documentos receberam tratamento individual, ordenadosalfabeticamente por autor. São representativos de toda a obra científicado titular, bem como dos trabalhos enviados a ele por outros cientistas.Divide-se em duas subséries. A Subsérie Trabalhos Próprios,possuindo 85 itens documentais, com datas-limite que vão de 1890 a1917, cobrindo o período em que o titular era ainda estudante daFaculdade <strong>Nacional</strong> de Medicina, até o fim de sua vida. Merecemdestaque os cadernos de anotações de aula bem como o textosreferentes aos estudos realizados na França, que não estão publicados.A Subsérie Trabalhos de Terceiros com 63 itens documentais, comdatas-limite entre os anos de 1886 e 1963. Merecem destaque odocumento mais antigo deste conjunto, de autoria de Bento GonçalvesCruz, pai do titular, versando sobre o saneamento da Lagoa Rodrigo deFreitas, bem como o Relatório Semestral do Instituto Bacteriológico deSão Paulo, datado de 1894 e enviado por Adolpho Lutz ao titular,informando sobre os casos de febre amarela e de outras febres nãoidentificadas em São Paulo, no momento de uma das maioresepidemias de febre amarela explodia também no Rio de Janeiro. Este éprovavelmente o primeiro registro que se tem do intercâmbio deinformações entre o titular e o grupo de bacteriologistas de São Paulo,chefiado por Emílio Ribas e do qual fazia parte Vital Brazil. Ointercâmbio intensificar-se-ia no segundo semestre deste mesmo anoquando, juntos, trabalharam no combate à epidemia de cólera do Valedo Paraíba.Série Prefeitura de PetrópolisSeus cinco documentos são representativos da passagem do titular pelaprefeitura de Petrópolis. Destaque para o documento de nomeação dotitular para o cargo de prefeito da cidade. Tem como datas-limite 1916e 1917.Série Memórias do IOCOs 27 itens documentais desta série receberam tratamento individual e


estão ordenados alfabeticamente por autor. Tratam-se de trabalhoscientíficos de diversos autores enviados para publicação nas Memóriasdo Instituto Oswaldo Cruz. Suas datas-limite situam-se entre 1912 e1918.Série Recortes de JornaisÉ formada por dez cadernos de recortes de jornais e revistas, comdatas-limite que vão de 1893 a 1929, que contém informações sobre aatuação política e científica de Oswaldo Cruz no comando da saúdepública na capital federal e do Instituto de Manguinhos. Merecemdestaque os cadernos com referência à morte do titular, bem como ashomenagens prestadas em sua homenagem. Não foi localizado ocaderno 7.Série Documentos ComplementaresConstituída por 180 documentos, divididos em três dossiês, produzidosposteriormente a morte de Oswaldo Cruz versando sobre àshomenagens prestadas em sua memória. Possui como datas-limite osanos de 1917 e 1972.Sistema deorganização do acervoQUADRO DE ARRANJODOCUMENTOS TEXTUAISSÉRIESDocumentos PessoaisCorrespondênciaInstituto Oswaldo CruzDiretoria Geral de Saúde PúblicaProdução IntelectualSUBSÉRIESPessoalCientíficaPolítico-administrativaExpedições CientíficasTrabalhos PrópriosTrabalhos de TerceirosPrefeitura de PetrópolisMemórias do IOCRecortes de JornaisDocumentos ComplementaresOs documentos iconográficos pertencem ao Fundo Instituto OswaldoCruz / Série Oswaldo Cruz e está organizado em 9 conjuntos temáticosSérie Oswaldo CruzFormada por documentos iconográficos, está organizada em noveconjuntos temáticos - ou dossiês - e apresenta uma descrição item aitem. Assim, uma relação dos temas inclui:Vida familiar;Aspectos da cidade natal do cientista;Retratos de Oswaldo Cruz;O fundador de Manguinhos em seu ambiente de trabalho;Em eventos diversos;


Caricaturas e charges sobre campanhas sanitárias conduzidas porOswaldo Cruz;Fotografias de documentos pessoais;Maquetes de monumentos, bem como aspectos de praças e ruas comseu nome;Cerimônias póstumas.Condições de acessoRestrições ao acesso?Se sim, especifiqueCondições dereproduçãoInstrumentos depesquisa (inventários,catálogos, índices,listagens, bases dedados, outros)Horário deatendimento aopúblicoNotas sobre o estadode conservação doacervo ou documentoIndicar aspublicações, artigos eestudos sobre oacervo ou odocumento4 Área de condições de acesso e usoAberto à consulta sem restriçõesAlguns documentos manuscritos não podem se reproduzidos devido àssuas condições de conservaçãoInventário analíticoBiblioteca Virtual Oswaldo Cruz (www.prossiga.br/oswaldocruz)Departamento de <strong>Arquivo</strong> e Documentação – Setor de Atendimento.Horário de atendimento: de segunda a sexta, das 9 às 16:30.End: Av. Brasil nº 4.036, sala 414. Manguinhos.Tel: (21) 3882.9124.E-mail: consulta@coc.fiocruz.br5 Área de notasA documentação textual está acondicionada em pastas suspensasconfeccionadas com papel alcalino. Documentos manuscritos comtinta ferrogálica estão em processo de restauração. A documentaçãofotográfica está acondicionada em jaquetas de poliéster e guardada empastas suspensas.ALBUQUERQUE, Marli Brito, BENCHIMOL, Jaime Larry, PIRES,Fernando Antonio, SANTOS, Ricardo Augusto dos, THIELEN,Eduardo Vilela, WELTMAN, Wanda Latmann. A ciência acaminho da roça: imagens das expediçðes científicas doInstituto Oswaldo Cruz ao interior do Brasil entre 1911 e 1913.Rio de Janeiro: Fiocruz/Casa de Oswaldo Cruz, 1991. 172p.p.113-154.BENCHIMOL, Jaime Larry (Coord.). Manguinhos do sonho à vida; aciência na Belle Époque. Rio de janeiro: Fiocruz/Casa deOswaldo Cruz, 1990. 248p. p.5-88.BENCHIMOL, Jaime Larry, TEIXEIRA, Luiz Antonio. Cobras,lagartos e outos bichos: uma história comparada dos institutosOswaldo Cruz e Butantan. Rio de Janeiro: Editora UFRJ,Fiocruz, 1993. 228p.BENCHIMOL, Jaime. Retratos do cotidiano em Manguinhos.Cadernos da Casa de Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v.1, n.1,p.19-31, nov. 1989.


Informe se incidesobre o acervo oudocumento legislaçãomunicipal, estadual oufederal relativa àproteção depatrimônio cultural ounorma assemelhada.BRITTO, Nara. Oswaldo Cruz: a construção de um mito na ciênciabrasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995. 111p.CORTES, Bianca Antunes. Mestres e aprendizes; a iniciação docientista, em Manguinhos, nos tempos de Oswaldo Cruz: 1900-1915. Rio de janeiro: UFF, 1993. 180p.CUKIERMAN, Henrique Luiz. Viagem(ns) a Santos. História,Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p.35-56, mar.-jun. 1998.FALCÃO, Edgar de Cerqueira. Oswaldo Cruz. Monumenta Histórica.Tomo I: A incompreensão de uma época; Oswaldo Cruz e acaricatura. São Paulo: [s.n.], 1971. 245p. il. (BrasiliensiaDocumenta, 6).FERNANDES, Tania Maria. Vacina antivariólica: ciência, técnica e opoder dos homens (1808-1920). Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999.103p. p.47-82. il.FERREIRA, Luiz Fernando. Chronicas de Manguinhos. Rio deJaneiro: Fiocruz, 1988.FONSECA FILHO, Olympio da. A Escola de Manguinhos:contribuição para o estudo do desenvolvimento da medicinaexperimental no Brasil. Tomo <strong>II</strong>: Oswaldo Cruz monumentahistórica. São Paulo: [s.n.], 1974. 303p.LIMA, Ana Luce Girão Soares de. "Meu caro Oswaldo" - a história dasaúde vista através da correspondência de Oswaldo Cruz(1899-1907). Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. 173p.LIMA, Ana Luce Girão Soares de. A bordo do República: diáriopessoal da expedição de Oswaldo Cruz aos portos marítimos efluviais do Brasil. História, Ciências, Saúde: Manguinhos. Riode Janeiro, v.4, n.1, p.159-167, mar.-jun. 1997.STEPAN, Nancy Leys. Genese e evolução da ciência brasileira:Oswaldo Cruz e a política de investigação científica e médica.Rio de Janeiro: Artenova, 1976, 188p.WELTMAN, Wanda Latmann. As publicaçðes científicas do InstitutoOswaldo Cruz no período 1900-1917: um estudo exploratório.Rio de Janeiro: CNPq/IBICT/UFRJ, 1992. 117p. Dissertação(Mestrado em Ciência da Informação).?


PARTE CPLANO DE GESTÃO DOCUMENTALA Casa de Oswaldo Cruz (COC) foi criada em 1986 com o um centro de pesquisa edocumentação com o objetivo de ser referência para a preservação e difusão da memóriade seus campos de atuação. A partir de então vem sendo desenvolvido um amplo leque deatividades, entre as quais se incluem a restauração e conservação do conjunto arquitetônicoe histórico; as atividades museológicas e de promoção cultural; o desenvolvimento depesquisas em filosofia e história das ciências biomédicas e da saúde; programas editoriais e,no que se refere às áreas de arquivo e documentação, o desenvolvimento de ações voltadaspara a reunião, a preservação, o tratamento e a difusão do acervo documental arquivísticode valor permanente da instituição, bem como a identificação, a captação, o tratamento e adifusão de acervos arquivísticos e bibliográficos acumulados por outras instituições ou porpersonalidades de trajetórias relevantes nos campos das políticas públicas e das ciências dasaúde.Suas atividades vêm comportando, deste modo, dois eixos de ação distintos, porémintegrados. O primeiro diz respeito à preservação e acessibilidade dos conjuntosdocumentais produzidos e acumulados no âmbito institucional. O segundo se refere, demodo mais abrangente, à história e à memória da saúde pública e das ciências biomédicasno país.Se na matriz das atribuições da Casa de Oswaldo Cruz está a ênfase na dimensãohistórica do documento - aquela que privilegia o seu caráter de vestígio das açõesverificadas no passado e cuja recuperação para o presente se dá através da história e dainvestigação retrospectiva -, a preocupação com a constituição de uma memória futura , ouseja, a garantia de que os registros relevantes produzidos no presente possam serpreservados para a posteridade exige sua atenção sobre os processos e rotinas vigentes deadministração de documentos. Neste sentido, o Departamento de <strong>Arquivo</strong> e Documentaçãotem procurado promover a formulação e implementação de políticas e ações voltadas para agestão de documentos e da informação arquivística. Em uma instituição de natureza, porte ecomplexidade da Fiocruz, isso significa assumir como desafio a necessidade de articular asquestões relativas à memória e à preservação e acessibilidade do patrimônio documental dainstituição às práticas, aos processos e às necessidades de informação das suas áreas


diversificadas de atuação finalística, de gerência e planejamento global, de administração,assim como ao contexto mais geral da informação científica e tecnológica.A significação das trajetórias das personalidades, instituições e dos organismoscujos arquivos integram hoje o nosso acervo atestam o sucesso desta iniciativa e reforçam apertinência da constituição de espaços institucionais voltados para a preservação e difusãoda memória dos campos de atuação das ciências da saúde e das políticas públicas no setor.A esse respeito, vimos em nossas relações com outras instituições, sempre que possível,sugerindo, estimulando e apoiando, através da prestação de consultorias ou mediante acelebração de convênios de cooperação técnica, a criação de núcleos locais. Subordinamos,portanto, nossa política de captação de acervos à perspectiva que, em princípio, considera opróprio ambiente institucional que ensejou a produção de um fundo documental como olocus privilegiado para a sua preservação.A mesma perspectiva orienta o desenvolvimento de ações que visam oreferenciamento de fontes documentais pertinentes às nossas linhas de atuação existentesem outras instituições e a elaboração de instrumentos que ampliem a sua disponibilidade.Preocupação presente desde o início das atividades da Casa de Oswaldo Cruz vem agora sematerializando através de projetos voltados para a elaboração de guias de fontes,repertórios e bases de dados referenciais, um dois quais de abrangência latino-americana.Os materiais identificados e os conjuntos documentais que integram o acervo têmsido, por outro lado, objeto do preparo de exposições, video-documentários, álbuns,catálogos e outros produtos. Assim, as atividades de resgate e preservação da memória vêmsendo desenvolvidas de modo associado àquelas que propõem a sua atualização epotencializam suas possibilidades de uso social.Finalizando, não é concedido o empréstimo de materiais arquivísticos. Regra geral,são permitidas reproduções de documentos textuais, iconográficos, audiovisuais e sonorosmediante a assinatura por parte do consulente de Termo de Cessão de Direito de Uso, ondeestão especificados os objetivos e as finalidades da pesquisa, o uso das informações, egarantido o direito de autoria e crédito.


PARTE DATIVIDADES PRINCIPAIS DA ORGANIZAÇÃO CUSTODIADORAA Fundação Oswaldo Cruz foi criada em 1900 com o nome de InstitutoSoroterápico Federal e com o objetivo de produzir soros e vacina para combater a pestebubônica. Seu primeiro diretor geral foi o Barão de Pedro Affonso, que convocara OswaldoCruz para ser o diretor técnico da nova instituição. Embora as instalações físicas doinstituto fossem modestíssimas, seis meses depois do início dos trabalhos obteve-se aprimeira partida de vacina e soro antipestoso. Ao serem submetidos aos testes do InstitutoKoch, de Berlim e do Instituto Pasteur, foram considerados de excelente qualidade. Elescontinham a novidade do estabelecimento da dosagem segura, o que representou um grandeavanço para a soroterapia antipestosa.Em 1902 Oswaldo Cruz assumiria a direção geral do Instituto, sendo o responsávelpela sua transformação em um centro de pesquisa que, a partir de 1908 passa a se chamarInstituto Oswaldo Cruz. Ás atribuições iniciais de produção e pesquisa, agregaram-se oensino e o atendimento médico.No início da década de 1970 foi instituída a Fundação Oswaldo Cruz, à qual foramincorporados a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde (posteriormente Escola<strong>Nacional</strong> de Saúde Publica, ENSP) e o Instituto Fernandes Figueira (IFF).Atualmente a Fiocruz “tem como missão gerar, absorver e difundir conhecimentoscientíficos e tecnológicos em saúde por meio do desenvolvimento integrado de pesquisa,ensino, informação, serviços e produção de bens”. 8A Casa de Oswaldo Cruz, unidade técnico-científica da Fiocruz, foi criada em 1986como um centro de pesquisa e documentação sobre a história das ciências e da saúde. Suasprincipais áreas de atuação contemplam a preservação e a difusão de acervos documentais emuseológicos, a pesquisa histórica, a preservação do patrimônio arquitetônico, o ensino depós-graduação, a publicação do periódico Historia, Ciências, Saúde – Manguinhos e areunião, gestão e difusão de informações especializadas em sua área de atuação.8 Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Relatório de Atividades 2006. Rio de Janeiro, 2007.


PARTE EEXPOSIÇÃO DE MOTIVOSO <strong>Arquivo</strong> Pessoal Oswaldo Cruz constitui-se numa importante fonte para recuperaras estratégias de intervenção sanitária elaboradas pelo Estado brasileiro a partir do inicio doséculo passado. O período coberto pelos documentos estende-se do final do século XIX adécada de 1970, abrangendo o período de formação do cientista, a criação do InstitutoSoroterápico Federal, em 1900 (atual Fundação Oswaldo Cruz) bem como toda a atuaçãodo titular na Diretoria Geral de Saúde Pública, com destaque para as campanhas sanitáriasempreendidas no Rio de Janeiro entre 1903 e 1909. Reúne documentos referentes àsgestões posteriores à de Oswaldo Cruz no Instituto Oswaldo Cruz, com as de CarlosChagas, Figueiredo de Vasconcellos e Henrique Aragão. A documentação complementarcontempla a homenagens póstumas, o projeto para construção de um monumento aOswaldo Cruz (que jamais saiu do papel) e as comemorações do centenário de seunascimento, em 1972.Um dos principais fatos a que se refere a documentação é o processo deinstitucionalização da microbiologia no Brasil, fruto da Revolução Pastoriana, sendo acriação do Instituto Soroterápico Federal e do Instituto Butantã, em São Paulo são algunsde seus principais marcos.A Revolução Pastoriana faz parte de um processo de profundas transformações porque passou a medicina durante todo o século XIX, instaurando um período em que sedepositou uma grande esperança na ciência. Como resume Salomon-Bayet, « la médécineaprès Pasteur, c’est la fécondité et non la stérilité. C’est la fécondité d’un entrecroisementde règles et de découvertes que se succèdent à un rhytme rapide: identification et isolementde micro-organismes pathogènes, manipulation, mise au point de méthodes préventivesvaccinales, enfin, ouverture thérapeutique avec la sérothérapie dont le proceduress’élaborent de von Bhering et Kitasato à Ch. Richet et Émile Roux entre 1890 e 1894. Lesvingt dernières années du siècle développent un style médical nouveau, sur fond depratiques solidement fondée et depuis longtemps implantées dans le domaine de lachirurgie et de l’hygiène. Le geste, la parole, le vêtement, l’architecture hospitalière, la


législation en sont profondément transformés, au sens où l’habitude est soit confirmée, soitinfirmée au nom du raisonnement causal ». 9Ao final do século XIX a microbiologia já tinha conseguido responder a algumasquestões importantíssimas para o conhecimento médico, abrindo uma série de novasvertentes de investigações, tornadas possíveis através de suas conquistas. Uma delas foiapesquisa sobre o papel dos vetores como intermediários no contágio das doenças,iluminando para a teoria microbiana aquelas doenças que não se comunicavam de pessoa apessoa, mas que assumiam caráter epidêmico. O curso de microbiologia do Instituto Pasteurfoi responsável pela difusão microbiologia no mundo, na medida em que formava médicosespecializados nesta nova disciplina com a função de aplicá-la em suas instituições. Deoutra forma, foi capaz de gerar conhecimentos imprescindíveis à expansão colonialeuropéia na África e na Ásia.No Brasil este processo ocorreu a partir da criação de instituições voltadas para apesquisa aplicada em saúde no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde um grupo de cientistasencabeçado pelo Dr. Emílio Ribas atuava no Serviço Sanitário. A ele subordinava-se oInstituto Bacteriológico, criado em 1892 e dirigido por Adolpho Lutz e que extrapolou suasfunções, inicialmente restritas ao atendimento da população em época de epidemia,realizando também pesquisas científicas no campo da microbiologia. Este grupo realizavaexpedições ao interior do Estado em busca de agentes etiológicos de várias doençasendêmicas, aplicava vacinas e mesmo instalava hospitais de isolamento. Motivada por umadramática crise na saúde pública, a Reforma Sanitária paulista foi concebida para oferecerresposta a três questões que se colocavam no momento: desenvolvimento da pesquisacientífica, combate às principais moléstias que endêmica ou epidemicamente ocorriam noEstado, além de modernizar o aparato burocrático e administrativo da saúde pública.No Rio de Janeiro o início deste processo também foi fruto de uma crise sanitária:ao retornar de Paris após 30 meses de estudos no Instituto Pasteur Oswaldo Cruz foiimediatamente convidado a trabalhar no saneamento do porto e da cidade de Santos, poronde se dava a entrada da peste bubônica na América. A única maneira de fazer face aoperigo seria a vacinação e a soroterapia antipestosas que eram métodos extremamenterecentes: o bacilo da peste (chamado Pasteurella pestis) havia sido isolado em 1894 por9 SALOMON-BAYET, Claire. Pasteur et la Révolution Pastorienne. Payot, Paris, 1986


Alexandre Yersin e S. Kitasato. Em 1896 Haffkine criava a vacina e, finalmente, em 1898,Yersin demonstrava seu método de produção de soro antipestoso. Mas o Instituto Pasteur,onde eram fabricados estes profiláticos, não tinha condições de atender à demandainternacional, que se avolumava. A saída seria a instalação no Brasil, de um InstitutoSoroterápico. Por iniciativa do Barão de Pedro Affonso, então proprietário do InstitutoVacínico, e com a anuência do prefeito do Rio de Janeiro, Cesário Alvim, fundava-se noRio de Janeiro o Instituto Soroterápico Federal. Simultaneamente construía-se em SãoPaulo o Instituto Butantã, subordinado ao Instituto Bacteriológico. Ambos foramconcebidos com os mesmos objetivos e seguiam, em sua gênese, os mesmos parâmetroscientíficos. Não por coincidência situavam-se em fazendas distantes dos seus respectivoscentros urbanos, para proteger a população de acidentes oriundos das pesquisas paraobtenção de soros e vacinas.Através da correspondência entre Oswaldo Cruz e Vital Brazil podemosacompanhar todo o processo de montagem do arcabouço institucional dos dois institutossoroterápicos. Ela é reveladora também das discussões sobre os métodos de obtenção dosoro e a ampliação das atividades para a pesquisa e o ensino. Dentre a documentaçãoinstitucional, a crescente importância que o Instituto Soroterápico foi assumindo perante asociedade nas áreas de pesquisa, ensino, produção de medicamentos e imunoterápicos e naassistência médica encontram-se amplamente documentadas. Neste sentido merecedestaque o ofício de 25 de maio de 1900, em que o barão de Pedro Affonso comunica aoentão diretor da Diretoria Geral de Saúde Pública, Nuno de Andrade, o início dos trabalhosem Manguinhos. Igualmente bem documentada do ponto de vista iconográfico, está ahistória da construção dos prédios do Instituto. Assim, embora as instalações físicas emManguinhos fossem modestíssimas, apenas seis meses depois do início dos trabalhosobteve-se a primeira partida de vacina e soro antipestoso. Ao serem submetidos aos testesdo Instituto Koch, de Berlim e do Instituto Pasteur, foram considerados de excelentequalidade. Eles continham a novidade do estabelecimento da dosagem segura, cujaspesquisas foram realizadas pelo próprio Oswaldo Cruz e seu pequeno estafe 10 . Este fatorepresentou um grande avanço para a soroterapia antipestosa.10 A equipe científica do Instituto Soroterápico Federal era, nesta época constituída, além do Barão de PedroAffonso, por Oswaldo Cruz, Ismael da Rocha, Figueiredo de Vasconcellos e pelo estudante Ezequiel CaetanoDias. É óbvio que o Barão não foi usado como cobaia nesta experiência.


A partir de então a fama do novo Instituto começou a crescer entre os estudantes demedicina, como local onde poderiam encontrar temas originais para suas teses dedoutoramento. Eles passaram a fornecer o meio no qual Oswaldo Cruz recrutaria sua equipeassim que pudesse ampliar o seu escasso quadro de funcionários. Isto fez também com queas atividades do instituto Soroterápico se ampliassem para novos campos de pesquisa e deprodução de medicamentos, além da própria atividade de ensino.Um conjunto documental ainda pouco explorado é aquele representado peloscatálogos enviados a Oswaldo Cruz quando da construção do Castelo, e que traçam umpainel importante sobre a história do desenvolvimento tecnológico no que diz respeito ainstalações elétricas, sistema de telefonia, elevadores, bem como equipamentos paralaboratório, instrumentos médicos e cirúrgicos.Em 1902 Oswaldo Cruz assumiu a Direção Geral do Instituto Soroterápico Federal.A partir deste momento e mais do que nunca sua trajetória pessoal começaria a se enredarnos principais acontecimentos políticos e econômicos do país, dos quais faria parte. Noperíodo subseqüente, em função de conjunturas econômicas favoráveis ao crescimento docomércio externo, as políticas de saúde se voltaram para as questões urbanas.Um dos pontos da plataforma política do Presidente Rodrigues Alves, eleito em1902, era a remodelação urbana da Capital Federal, feita nos moldes da ReformaHaussmann em Paris. Era necessário também que se procedesse ao saneamento da cidade,freqüentemente assolada por epidemias que causavam sérios transtornos ao comérciointernacional efetuado através do porto do Rio de Janeiro, um dos maiores do país. Aspéssimas condições sanitárias da cidade afugentavam não só as tripulações dos navios, mastambém o grande contingente de imigrantes que vinham trabalhar no Brasil, principalmentenas lavouras de café paulistas. O prefeito nomeado com amplos poderes para operar areforma urbana era de formação eminentemente técnica, embora pertencesse, como filho defazendeiros, à elite política. Francisco Pereira Passos era engenheiro, e em vários cursosrealizados na Europa, pôde acumular longa experiência na construção de ferrovias. Alémdisso, acompanhou de perto a Reforma Haussmann, durante o tempo em que fora adidodiplomático na França (1857 a 1860). O projeto da Reforma Pereira Passos incluía areformulação total do porto do Rio de Janeiro, a abertura de grandes avenidas nas áreas


centrais da cidade cujos prédios erguidos seguiriam o mesmo padrão arquitetônico, além deinvestimentos em obras de infra-estrutura, tais como introdução de bondes elétricos emsubstituição àqueles puxados por burros.Foi neste contexto que ocorreu a nomeação de Oswaldo Cruz para a Diretoria Geralde Saúde Pública (DGSP) no início do ano de 1903, com a missão de combater os trêsgrandes males que sazonalmente grassavam na Capital Federal: a febre amarela, a pestebubônica e a varíola. Os métodos por ele empregados seguiam as orientações das últimasdescobertas no campo da microbiologia e, como tudo o que é desconhecido, causaramgrande polêmica, que se refletia na imprensa com muita intensidade. O <strong>Arquivo</strong> PessoalOswaldo Cruz possui onze volumes de recortes de jornais, e um destes é inteiramentedestinado à reunião de charges onde sua atuação na DGSP é traduzida com ironia fina emuito humor pelos artistas da época.Um dos fatores que angariou a insatisfação popular para as medidas de saneamentofoi a estrutura militar adotada para se administrar o combate às epidemias. Durante ocombate à febre amarela, primeira das doenças a ocupar a Diretoria Geral de Saúde Pública,a cidade foi dividida em dez distritos sanitários e “invadida” pela brigada de matamosquitos,para combater os focos urbanos e domiciliares. Além disso, cada distritosanitário ficava sob a supervisão de delegados de saúde auxiliados por inspetores sanitários.Sua função era operar à notificação compulsória dos casos da doença, visitar domicíliossuspeitos de conter casos de febre amarela ou de conter focos de mosquito e,eventualmente, interditar habitações. O alvo das visitas era, invariavelmente as habitaçõespopulares. Quando alguns cidadãos começaram a impetrar habeas-corpus contra a invasãode seus domicílios, a estratégia de Oswaldo Cruz passou a ser a de se antecipar aos oficiaisde justiça, agindo de surpresa no meio da noite.Além das visitas domiciliares, outra medida impopular foi a realização da vacinaçãoantivariólica obrigatória, levada a cabo pelos mesmos inspetores de saúde.O combate à peste era o que menos dava margem a polêmica. Combatia-se o rato,principal vetor da doença, tratavam-se os doentes com o soro antipestoso e evitava-se o malcom a vacina. O método estava amplamente comprovado e tinha aceitação mesmo dosmédicos mais renitentes.


A mais difícil de todas as campanhas foi a de combate à varíola, uma vez queimplicava na invasão não apenas dos domicílios, mas do próprio corpo, para a introduçãode uma cultura atenuada que muitos acreditavam ser responsável pela transmissão dadoença.O regulamento sanitário que estabeleceu a vacinação obrigatória ficou conhecidopopularmente como “Código de Torturas”. A vacinação era, no entanto, a mais eficienteação de combate á moléstia. Sua obrigatoriedade já havia sido determinada desde o séculoXIX, permanecendo letra morta tanto pelo horror que causava à população quanto pelainsuficiência da produção.A oposição à vacina se manifestou inicialmente na dificuldade em se fazer aprovar onovo código ainda no Congresso, em insuflados debates parlamentares. A facção maisatuante era representada pelo Apostolado Positivista, mas outros grupos descontentes, comomonarquistas, alguns militares, líderes operários (uma associação impensável em outrostempos) fundaram a Liga Contra a Vacina Obrigatória. O movimento popular desencadeadoa partir de então, e o movimento militar que se seguiu, chegou mesmo a planejar adeposição do então presidente Rodrigues Alves. Desnecessário dizer que foi duramentereprimido pelo governo, resultando na morte, prisão e deportação de alguns de seus líderes.Não se pode negar, no entanto, o sucesso das campanhas. Com efeito, em 1907 oDiretor Geral da Saúde Pública declara erradicada a febre amarela do Rio de Janeiro.Ao mesmo tempo em que lidava com as campanhas sanitárias, Oswaldo Cruz criavaas condições para que o trabalho do Instituto que dirigia se tornasse indispensável para areforma sanitária. Desta forma, ia pouco a pouco aumentando sua esfera de atuação e depoder. Isto ocorreu de tal forma que o Instituto Soroterápico Federal ganhou seumonumental conjunto arquitetônico à revelia das autoridades executivas às quaisnominalmente se subordinava, e às expensas das sobras de verbas destinadas à DiretoriaGeral de Saúde Pública.Para os poucos funcionários de Manguinhos e para os doutorandos que lá realizavamestudos para suas teses de final de curso, esta foi uma etapa de grande produção científicado Instituto, em que todos tinham acesso a laboratórios bem montados, instalações novas eadequadas, periódicos e livros científicos estrangeiros, cobaias para experiências, etc.Informalmente foram surgindo cursos ligados às disciplinas da microbiologia, liderados por


Henrique da Rocha Lima. Desta forma, e com uma rapidez muito grande, formaram-se osquadros necessários à estruturação e à difusão da microbiologia, além de se reforçar suabase institucional.A partir de então começaram as obras do Pavilhão Mourisco, biotérios e demaisedificações do que hoje é conhecido como conjunto histórico de Manguinhos, a cargo doarquiteto Luis de Moraes. Embora ficasse longe do centro da cidade e da área consideradaurbana, as obras chamaram a atenção, merecendo comentários variados na imprensa,chegando a motivar a visita do então Ministro da Justiça e Negócios Interiores, J.J. Seabra,culminando com a aprovação, pelo Congresso <strong>Nacional</strong> de uma verba específica para oInstituto.A ampliação de todas as instalações denotava a intenção de se ampliarem também aspesquisas, o pessoal e até mesmo as funções do Instituto Soroterápico para as políticas desaúde na cidade e no país. Por esta época, Oswaldo Cruz ia pouco a pouco abandonando asbancadas dos laboratórios em benefício de suas tarefas administrativas que incluíam aconstrução (aqui no sentido simbólico) de uma escola capaz de aglutinar consenso tanto nosmeios científicos quanto nos meios políticos. Ou seja, era a consolidação definitiva de todaa sua obra. Este objetivo seria alcançado após a premiação brasileira na Exposição deHigiene e Demografia de Berlim, em 1907. O trabalho apresentado referia-se à erradicaçãoda epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro.Entre setembro de 1905 e fevereiro de 1906, no auge da remodelação urbana e dosaneamento do Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz iniciou uma longa viagem de inspeção aosportos marítimos e fluviais do Norte e do Sul do Brasil, com o objetivo de levantar dadospara instruir o projeto de reforma da organização sanitária dos mesmos. O esmagamento daRevolta da Vacina, dez meses antes, não silenciara as controvérsias que envolviam tanto ascampanhas sanitárias do diretor-geral de Saúde Pública quanto as demolições promovidaspelo prefeito Pereira Passos e pelas comissões federais que superintendiam a abertura daavenida Central e as obras do porto na capital federal. A expedição de Oswaldo Cruz foimais um fato a dividir as opiniões na cidade, opondo, de um lado, os que a consideravamuma viagem turística fora de propósito, e, de outro, os que enalteciam a expedição que iriaredimir demais portos do país das mazelas que eram suprimidas no Rio. Embora os artigospublicados na imprensa, os relatórios da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) e as


cópias de telegramas oficiais enviados às autoridades de cada porto sejam fontesimportantes para a investigação deste episódio, não foi encontrado o relatório destaexpedição, sendo a sua correspondência pessoal a fonte mais detalhada. Trata-se de umconjunto de 16 cartas, com datas-limite situadas entre 28 de setembro e 7 de novembro de1905, em que o missivista se propõe a fazer um diário detalhado dos acontecimentosvivenciados nos portos em que esteve. A série não está completa. A última carta disponívelfoi enviada de São Luís do Maranhão, mas sabemos que Oswaldo Cruz prosseguiu viagematé Manaus e, depois, aos portos do Sul. Ainda assim, o valor informativo desse grupo dedocumentos é único, autêntico e inestimável. Além de registrar impressões sobre ascondições de saúde reinantes nas cidades visitadas e sobre a arquitetura e topografia dasmesmas, Oswaldo Cruz tece comentários a respeito dos hábitos e costumes de seusmoradores, seus modos de vestir e falar, observando atentamente o comportamento depersonagens que ia conhecendo de porto em porto, fossem autoridades, membros das eliteslocais ou gente simples do povo. Os registros disponíveis no <strong>Arquivo</strong> Oswaldo Cruzcessam no porto de São Luís do Maranhão. O autor declara aí intenção de prosseguir odetalhado diário, e tudo leva a crer que o fez, até ancorar de novo no Rio de Janeiro, àbordo do paquete Santos, em 28 de janeiro de 1906. A expedição só terminou em 28 defevereiro, após a visita aos portos do Sul, mas para esta segunda etapa não há mais nenhumregistro epistolar. Sabe-se, apenas, que a bordo do paquete Aragon trouxe grandequantidade de material para pesquisa, principalmente sangue colhido de doentes emosquitos de diversas procedências, que constituíram os primeiros insumos usados paratraçar o quadro de saúde vigente nos 'sertões' do Brasil, episódio que só seria concluídopelo esforço coletivo de outros cientistas do IOC, uma década depois.O destaque dado a estes fatos, dentre muitos outros amplamente documentados pelo<strong>Arquivo</strong> Pessoal Oswaldo Cruz, são demonstrativos da significância deste acervo em nívellocal, nacional e mundial.Destacamos a importância da atuação de Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, entãocapital federal, no momento em que as interfaces políticas entre saúde e cidade estavam nocentro das discussões sobre a elaboração de um novo desenho urbano e da implantação denovas e eficazes políticas de saúde pública. Por outro lado, a expedição aos portosmarítimos e fluviais representa a primeira iniciativa de uma “redescoberta” do Brasil, do


ponto de vista social e cultural, deixando em evidência uma imensa população que, longedas cidades, permanecia ainda à margem do alcance das políticas públicas. As observaçõesdesta viagem motivaram uma série de outras expedições científicas que resultaram emações especificas de interiorização das ações de saúde no país, principalmente a partir dadécada de 1920, com a criação do Departamento <strong>Nacional</strong> de Saúde Pública, e em 1930,com a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública. A ação destes sanitaristas teriamcomo repercussão a possibilidade de integração cultural, política e social dos diversosespaços geográficos que compõem o Brasil, para além das dicotomias rural/urbano ousertão/litoral.Do ponto de vista do progresso científico, a institucionalização de uma novadisciplina, cujos conhecimentos aplicados resultaram em avanços sociais mensuráveis é aprincipal característica do conjunto documental acima descrito, e por isso mesmo vêmdespertando a atenção de pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento e motivando arealização de produtos acadêmicos quanto de divulgação científica.Aberto à consulta desde a publicação do Inventário Analítico, em 2003, estearquivo, como já foi dito, sofre ações constantes de conservação e de restauração, e éguardado em condições ambientais controladas para assegurar sua longa permanência.Pelos motivos acima expostos, consideramos que a candidatura do <strong>Arquivo</strong> PessoalOswaldo Cruz à nominação no Registro <strong>Nacional</strong> do Programa Memória do Mundo daUnesco enquadra-se em todos os critérios descritos pelo do Comitê <strong>Nacional</strong> em seu Edital2007.


PARTE FAVALIAÇÃO DE RISCOO Departamento de <strong>Arquivo</strong> e Documentação possui mobiliário adequado eambiente climatizado para atender as necessidades dos acervos sob sua custódia. E até omomento não foram diagnosticadas situações de risco no que diz respeito a conservaçãodos arquivos armazenados nestes depósitos. É importante informar, no entanto, que oprédio em que se concentra o departamento não foi construído com a finalidade de abrigaráreas de depósito, processamento técnico, laboratórios de conservação e restauro, sala dequarentena, entre outras dependências, mas a instituição vem empreendendo esforços nosentido de adaptar estas áreas com o objetivo de adequá-las ao trabalho de organização epreservação de acervos.PARTE HPROPONENTEEssa candidatura à nominação é feita por:_____________________________________________________________________(nome em letra de forma)Aceito integralmente as condições deste Edital e de seu Regulamento, sendo de minha totalresponsabilidade a veracidade das informações remitidas ao Comitê <strong>Nacional</strong> do Brasil doPrograma Memória do Mundo da UNESCO.Local:__________________________________ (Data)____/_____/ 2007_____________________________________________________________________(assinatura)


Doc. 1 – Participação do casamento de Oswaldo GonçalvesCruz e Emília Fonseca Cruz, em 05.01.1893. SérieDocumentos Pessoais.


Doc. 3 – Caderneta de anotações descrevendo a visita aoLaboratório de Preparação de Soros Terapêuticos do InstitutoPasteur em Garches, onde conheceu o quarto em que Pasteurmorreu. Série Produção Intelectual.


Doc. 4 – Convite de Nuno de Andrade, Diretor daDiretoria Geral de Saúde Pública, a Oswaldo Cruz paraparticipar da comissão chefiada pelo médico EduardoChapot-Prévost, que foi a Santos a fim de confirma aepidemia de peste bubônica naquele porto. SérieDocumentos Pessoais.


Doc. 6 – Bilhete de Oswaldo Cruz à sua esposa,Miloca (como era chamada por todos) pedindo quenão se assuste por conta dos movimentos popularesrelacionados à Revolta da Vacina, em novembro de1904 (data atribuída). Série Correspondência.


Doc. 7 – Carta de Oswaldo Cruz, datada de fevereiro de 1907, aRocha Lima, pesquisador de Manguinhos que estava na Alemanha,onde comenta o pedido de Sampaio Correia, Inspetor de ObrasPúblicas, para que fosse organizado o Serviço de Profilaxia daMalária em Xerém, na Baixada Fluminense. Oswaldo Cruz informaque indicará Carlos Chagas e Arthur Neiva para este serviço. Reiteratambém seu interesse em participar da Exposição Internacional deHigiene e Demografia, em Berlim, apresentando os trabalhoscientíficos de Manguinhos, com destaque para o sucesso daprofilaxia da febre amarela no Rio de Janeiro. SérieCorrespondência.


Doc. 8 – Cartão Postal enviado por Oswaldo Cruz a sua esposa,Miloca, quando esteve em Washington, em novembro de 1907,onde foi encontrar-se com o Theodore Roosevelt, Presidente dosEstados Unidos, a quem deu garantias de que a febre amarelaestava erradicada do Rio de Janeiro, e que o porto da capitalbrasileira estava saneado. Série Correspondência.


Doc. 9 – Documento de exoneração de OswaldoCruz do cargo em comissão de Diretor Geral deSaúde Pública, datado de abril de 1909. Porforça da proibição de acumula cargos públicos,Oswaldo Cruz optou por permanecer à frente doInstituto Oswaldo Cruz. Série DocumentosPessoais.


Doc. 10 – Cartão autografado por Oswaldo Cruz e datado de maiode 1909 com os seguintes dizeres: “O Stegomya fasciata é o únicotransmissor provado da febre amarela”.Atualmente este mosquito éconhecido como Aedes Aegypti. Reserva Técnica do Museu da Vida.


Doc. 11 – Cartão Pessoal de Oswaldo Cruz onde constam osendereços do Rio de Janeiro, na Praia de Botafogo, e de Petrópolis,na Rua Monte Caseros. S.d. Série Documentos Pessoais.


Doc. 12 – Fotografia de Oswaldo Cruz em companhia de médicosargentinos, quando visitou o Hospital Psiquiátrico das Mercedes emBuenos Aires, em abril de 1914. Série Documentos Iconográficos.


Doc. 13 – Pequeno cartão onde Oswaldo Cruz transcreveu um deseus lemas principais: “Não esmorecer para não desmerecer”.S.d.Série Documentos Pessoais.


Doc. 14 – Timbre aplicado a diversas cartas escritas por OswaldoCruz, onde, em volta do diagrama com as letras que compõem onome OSWALDO, lêem-se as palavras: Saber – Esperar – Querer– Poder.


Doc. 15 – Ex Libris de Oswaldo Cruz, tendo ao centro de uma cruzuma coruja, símbolo da sabedoria, e em cada quarto do desenho lêsea frase: “Fé eterna na sciencia”.Série DocumentosIconográficos.


IOC (OC) 1-5-1Oswaldo Cruz ao lado de sua esposa, Hercília Oswaldo Cruz, seussogros e outros parentes na Granja do Vidigal, Rio de Janeiro, ca.1895.Da esquerda para a direita, em pé: Ezequiel Caetano Dias (cunhadodo Oswaldo Cruz); não identificada; Emília da Fonseca Cruz(Miloca); Oswaldo Cruz e Batista da Costa.Sentados no banco: Elisa (sogra de Oswaldo Cruz); comendadorManuel da Fonseca (sogro de Oswaldo Cruz); Amália Bulhões (mãede Oswaldo Cruz) e Bento Oswaldo Cruz.Sentados no chão: Sinharinha Candido de Andrade (irmã deOswaldo Cruz); Miúça (irmã de Emília da Fonseca Cruz e esposa deEzequiel Dias); Yayá (irmã de Emília da Fonseca Cruz) e Noemi(irmã de Oswaldo Cruz e esposa do pintor Batista da Costa).


IOC (OC) 4-1Sessão científica no barracão que servia de biblioteca e gabinetefotográfico do Instituto Soroterápico, em 1904. De costas, AlcidesGodoy. A partir da sua direita: Antônio Cardoso Fontes, Henriqueda Rocha Lima, Oswaldo Cruz, Henrique Marques Lisboa, CarlosChagas, Ezequiel Caetano Dias, Rodolpho de Abreu Filho, PauloParreiras Horta, Henrique de Beaurepaire Aragão e Afonso MacDowell.


IOC (OC) 3-4Oswaldo Cruz, 1903.


IOC (OC) 1-3-2Oswaldo Cruz e outros cientistas chegam a Manguinhos de charrete.Ao fundo, o castelo Mourisco em construção, 1908-1909. Daesquerda para a direita: Oswaldo Cruz (2º), Gustav Giemsa (3º),Stanislas Von Prowazek (4º), os últimos, professores da Escola daMedicina Tropical de Hamburgo.


IOC (OC) 4-5Oswaldo Cruz e outros cientistas reunidos na Casa de Chá, noInstituto Oswaldo Cruz.Da esquerda para a direta, sentados: Carlos Chagas (1º), JoséGomes de Faria (2º), Antônio Cardoso Fontes (3º), Max Hartmann(4º), Oswaldo Cruz (5º), Stanislas Von Prowazek (6º), Adolpho Lutz(7º), Alcides Godoy (8º). Em pé: Arthur Neiva (1º), Henrique daRocha Lima (2º), Henrique Figueiredo de Vasconcelos (3º), HenriqueAragão (4º). 1908-1909.


IOC (OC) 4-9-0Oswaldo Cruz observa um microscópio ao lado de sue filho Bento ede Burle de Figueiredo, no interior de um dos laboratórios doCastelo de Manguinhos, 1910.


IOC (OC) 5-4Oswaldo Cruz profere discurso em sua posse na Academia Brasileirade Letras, na cadeira que pertencera anteriormente a RaymundoCorrêa. Rio de Janeiro, 26 de junho de 1913.


IOC (OC) 5-7Oswaldo Cruz recepciona o ex-presidente norte-americanoTheodore Roosevelt durante sua visita ao Instituto Oswaldo Cruz. Riode Janeiro, outubro de 1913.


IOC (OC) 6-15Charge sobre Oswaldo Cruz e a campanha sanitáriaempreendida por ele sob o título “Effeitos da Varíola”.1908

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