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Atlas Eólico de Minas Gerais - Cresesb - Cepel

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<strong>Atlas</strong> Eólico <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>


Realização» Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>Aécio Neves da Cunha– Governador» Secretaria <strong>de</strong> Estado do Desenvolvimento EconômicoSérgio Alair Barroso– Secretário do Desenvolvimento EconômicoDados internacionais <strong>de</strong> catalogação na publicaçãoBibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente TeixeiraAmarante, Odilon A. Camargo do.<strong>Atlas</strong> eólico : <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> / Odilon A. Camargo do Amarante,Fabiano <strong>de</strong> Jesus Lima da Silva, Paulo Emiliano Piá <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>.– Belo Horizonte, MG : Cemig, 2010.84p. : il., mapas : 40 x 30 cmInclui bibliografia.1. Energia eólica – <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> – Mapas. 2. Ventos – <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>– Medição – Mapas. I. Silva, Fabiano <strong>de</strong> Jesus Lima da. II. Andra<strong>de</strong>, PauloEmiliano Piá <strong>de</strong>. III. Companhia Energética <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. IV. Título.CDD (22ª ed.)551.5185098151Equipe Técnica <strong>de</strong> Elaboração» Camargo-Schubert Engenharia Eólica:Odilon A. Camargo do AmaranteFabiano <strong>de</strong> Jesus Lima da SilvaPaulo Emiliano Piá <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Emerson ParecyGil Leal Caruso» FotografiasZig KochHenry Yu» Projeto Gráficodu.ppg.br» Impressão e AcabamentoOptagrafImpresso no Brasil» Companhia Energética <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> - CemigDjalma Bastos <strong>de</strong> Morais– Presi<strong>de</strong>nteArlindo Porto Neto– Vice-Presi<strong>de</strong>nteJosé Carlos <strong>de</strong> Mattos– Diretor <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>de</strong> Novos NegóciosLuiz Henrique <strong>de</strong> Castro Carvalho- Diretor <strong>de</strong> Geração e TransmissãoMarco Antonio Rodrigues da Cunha- Diretor <strong>de</strong> Gestão EmpresarialBernardo Afonso Salomão <strong>de</strong> Alvarenga- Diretor ComercialFernando Henrique Schuffner Neto- Diretor <strong>de</strong> Distribuição e ComercializaçãoLuiz Fernando Rolla- Diretor <strong>de</strong> Finanças, Relações com Investidores eControle <strong>de</strong> ParticipaçõesMárcio Augusto Vasconcelos Nunes- Diretor <strong>de</strong> GásMonica Neves Cor<strong>de</strong>iro– Superinten<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Novos NegóciosAlexandre Heringer Lisboa– EngenheiroJosé Cleber Teixeira– EngenheiroRobson <strong>de</strong> Oliveira Carminati– EngenheiroAline Bracks Ferreira-EngenheiraValdério Rodrigues Silva Galvão-Engenheiro


Uma nova energia para o futuro<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, um dos mais importantes polos <strong>de</strong> geração<strong>de</strong> energia limpa do país, incorpora, agora, a esta vocação,a geração <strong>de</strong> energia eólica, como uma importantealternativa <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong> uma matriz energética sustentávele ambientalmente correta, respon<strong>de</strong>ndo, assim, aum dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios do nosso tempo.Até há alguns anos, prevalecia a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o potencialeólico do Estado era <strong>de</strong>sprezível, embora estudosrealizados pela Cemig, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80, tenhami<strong>de</strong>ntificado sítios eólicos em nosso território e <strong>de</strong> sermosa primeira concessionária do Brasil a instalar uma usinaeólica conectada à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão.No início dos anos 2000, o mapa do potencial eólicobrasileiro indicou um potencial eolioelétrico bastante significativoe economicamente viável, confirmado, agora, como lançamento <strong>de</strong>ste <strong>Atlas</strong> do Potencial Eólico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>.Os ventos que chegam às nossas montanhas, vindosdo centro <strong>de</strong> alta pressão do Atlântico, representam enormepotencial energético e muitas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>empregos e renda nas regiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste do Estado,principalmente ao longo da Serra do Espinhaço, situada emuma das áreas menos <strong>de</strong>senvolvidas do Brasil.<strong>Minas</strong>, mais uma vez, avança na direção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>loque agrega à produção, proteção ambiental e uma novaestratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, provando que crescimen-to, sustentabilida<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong> social não sãoconceitos contraditórios ou exclu<strong>de</strong>ntes.Assim tem sido nos últimos anos, quando a economiamineira cresceu sempre acima da média nacional e registramosuma queda <strong>de</strong> 30% no <strong>de</strong>smatamento dos nossosdois principais biomas – cerrado e mata atlântica. A legislaçãoambiental do Estado avançou e o manejo dos resíduossólidos alcançou meta<strong>de</strong> da população.Somos hoje referência na recuperação <strong>de</strong> extensas baciashidrográficas, como a do Rio das Velhas, e fomos cre<strong>de</strong>nciadosa sediar, em parceria com a UNESCO, um gran<strong>de</strong>centro internacional <strong>de</strong> manejo das águas para disponibilizartecnologias novas e metodologias ao Brasil, à AméricaLatina e aos países africanos <strong>de</strong> língua portuguesa.Temos o maior polo <strong>de</strong> florestas plantadas do País, commais <strong>de</strong> 1,2 milhão <strong>de</strong> hectares, e alcançamos 2 milhões<strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> matas protegidas. Somente com as nossasmatas nativas, garantimos o sequestro <strong>de</strong> 1,5 bilhão <strong>de</strong> toneladas<strong>de</strong> gás carbônico da atmosfera por ano.Uma emblemática referência da nossa responsabilida<strong>de</strong>ambiental é a Cemig, consi<strong>de</strong>rada hoje lí<strong>de</strong>r mundial em sustentabilida<strong>de</strong>,tendo sido selecionada, pela 10ª vez consecutiva,para compor o Dow Jones Sustainability World In<strong>de</strong>x. A companhiacompõe a carteira do The Global Dow In<strong>de</strong>x – GDOW,juntamente com outras 149 empresas <strong>de</strong> 25 países, sendouma das três empresas brasileiras a fazer parte <strong>de</strong>sse índiceinternacional, e a única do setor elétrico da América Latina.Preocupados com o futuro, publicamos o primeiro inventário<strong>de</strong> emissões <strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa e fomos oprimeiro Estado subnacional no mundo a a<strong>de</strong>rir à Campanha<strong>de</strong> Li<strong>de</strong>rança Climática 2020, <strong>de</strong>senvolvida pelo Stateof the World Forum. Apoiamos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já a adoção <strong>de</strong> práticasque reduzam a emissão <strong>de</strong> gases poluentes até 2020,e não mais até 2050 como previsto anteriormente.Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> <strong>Minas</strong>, não há mais como examinaras questões que envolvem a produção, mesmo <strong>de</strong>bens vitais, como a energia, apenas e tão somente peloângulo da competitivida<strong>de</strong>, mesmo porque a produçãosustentável <strong>de</strong> energia é o principal fundamento da novaeconomia que floresce.Avançamos como nunca, mas ainda temos um cenário<strong>de</strong> inúmeras oportunida<strong>de</strong>s promissoras neste campo,que partem da lógica <strong>de</strong> um mundo futuro movido obrigatoriamentepela responsabilida<strong>de</strong> ambiental e pela sustentabilida<strong>de</strong>energética.Aécio NevesGovernador do Estado


HeNrY YuMUNiCíPio dE boCAiÚVAEste <strong>Atlas</strong> é resultado <strong>de</strong> um dos mais importantes trabalhos sobre o potencial eólico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Os estudosrealizados apontam para um futuro promissor <strong>de</strong> aproveitamento <strong>de</strong>sse potencial no Estado, que chega, a uma altura<strong>de</strong> 100 metros do solo, a 39 gigawatts <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, equivalente a 2,8 hidrelétricas <strong>de</strong> Itaipu. Assim, <strong>de</strong> modo complementarà matriz energética já instalada, serão garantidas energia e uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida para as próximasgerações, inclusive nas regiões mais carentes do Estado.Os dados coletados mostram que a concentração das condições necessárias à implantação <strong>de</strong>sses empreendimentosem áreas consi<strong>de</strong>radas mais promissoras permite vislumbrar oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento, com a diluição dos custos <strong>de</strong>acesso e interligação ao Sistema Interligado Nacional. Tais empreendimentos requerem ainda medições específicas, coma elaboração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los em alta resolução, uma vez que o vento é bastante sensível às características <strong>de</strong> cada local.5


1 O Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>2 Energia Eólica e Tecnologia1.1 Caracterização Geográfica092.1 A Atmosfera em Movimento251.2 Demografia e Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica102.2 Histórico261.3 Infraestrutura122.3 Tecnologia291.4 Climatologia172.4 Desenvolvimento <strong>de</strong> Tecnologia em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>311.5 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação202.5 Empreendimentos Eólicos331.6 Terras Indígenas213 Metodologia3.1 O Processo <strong>de</strong> Mapeamento3.2 Medições Anemométricas3.3 Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Terreno353739Índice


4 Mapas Eólicos <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>5 Análises e Diagnósticos4.1 Rosa-dos-Ventos Anual, Frequências x Direção445.1 Regime <strong>de</strong> Ventos564.2 Rosa-dos-Ventos Anual, Velocida<strong>de</strong>s Normalizadas x Direção455.2 O Potencial Eólico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>604.3 Potencial Eólico Sazonal a 50 m <strong>de</strong> Altura465.3 Áreas Mais Promissoras624.4 Potencial Eólico Anual a 50 m <strong>de</strong> Altura47Consi<strong>de</strong>rações Finais684.5 Potencial Eólico Sazonal a 75 m <strong>de</strong> Altura4.6 Potencial Eólico Anual a 75 m <strong>de</strong> Altura4849Referências694.7 Potencial Eólico Sazonal a 100 m <strong>de</strong> Altura4.8 Potencial Eólico Anual a 100 m <strong>de</strong> Altura5051Apêndice - Fórmulas e Mapas Úteis4.9 Densida<strong>de</strong> Média Anual do Ar52A.1 Distribuição <strong>de</strong> Weibull724.10 Fator <strong>de</strong> Forma <strong>de</strong> Weibull Anual53A.2 Lei Logarítmica e Rugosida<strong>de</strong>73A.3 Densida<strong>de</strong> do Ar74A.4 Produção Anual <strong>de</strong> Energia (PAE)74e Fator <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong>A.5 Custo <strong>de</strong> Geração75A.6 Declinação Magnética75


1.1 Caracterização Geográfica1.2 Demografia e Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica1.3 Infraestrutura1.4 Climatologia1.5 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação1.6 Terras Indígenas1OEstado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>CemigMunicípio <strong>de</strong> Espinosa


1O Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>1.1CaracterizaçãoGeográficaO Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> possui 853 municípios, totalizandouma área territorial <strong>de</strong> 586.528 km² que correspon<strong>de</strong>a 6,89% do território nacional [1] . Situado na regiãoSu<strong>de</strong>ste do Brasil, entre os paralelos 14º 13’ 58” S e 22º54’ 00” S e os meridianos 39º 51’ 32” W e 51º 02’ 35” W [2] ,faz fronteira com seis estados: Bahia, Espírito Santo, Rio<strong>de</strong> Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, além<strong>de</strong> uma pequena porção com o Distrito Fe<strong>de</strong>ral.Figura 1.1posição geográfica do estado <strong>de</strong>minas gerais e mosaico Landsat 7sobreposto ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relevo.<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> é inteiramente formado por planaltos,predominando o planalto Atlântico, com o relevo <strong>de</strong> “mares<strong>de</strong> morros”, e também o planalto Central na porçãonoroeste, com planaltos sedimentares. Destacam-se asserras da Canastra, do Espinhaço, do Caparó, da Mantiqueirae do Quadrilátero Ferrífero, além das chapadase <strong>de</strong>pressões do rio São Francisco e dos planaltos <strong>de</strong>Uberlândia, do rio Jequitinhonha e do rio Paraná [3] .rioparanaíbaplanalto <strong>de</strong>uberlândiaserra doCabralchapada dorio são Francisco<strong>de</strong>pressões dorio são Franciscoplanalto do riojequitinhonhaO relevo aci<strong>de</strong>ntado confere ao Estado um recurso hídricoprivilegiado, com 16 bacias fluviais abrigando o nascimento<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s potenciais hidrelétricos: o rio São Francisco, quese origina na serra da Canastra e é responsável por 40% dadrenagem do Estado, o sistema rio Paranaíba/rio Gran<strong>de</strong>,cuja confluência resulta no nascimento do rio Paraná, alémdos rios Jequitinhonha, Doce e Araguari. O potencial hidráulicoestimado pela Eletrobrás para o Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> é<strong>de</strong> 24.710 MW [10] , o terceiro maior do país.A vegetação predominante é a do Cerrado, aparecendoprincipalmente na região da bacia do rio São Francisco,on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong>s variações na paisagem entre as estaçõeschuvosa e seca, resultando uma influência sazonalda rugosida<strong>de</strong> aerodinâmica do terreno no <strong>de</strong>slocamentodos ventos. Toda a porção leste do Estado é coberta pelaMata Atlântica, sendo a vegetação permanentemente ver<strong>de</strong>e <strong>de</strong>nsa. Há ainda porções do Estado com biomas <strong>de</strong>Campos <strong>de</strong> Altitu<strong>de</strong> (elevações das serras da Mantiqueira,Canastra e Espinhaço) e <strong>de</strong> Mata Seca (vales dos rios Jequitinhonhae São Francisco) [5] .serra doespinhaçoNa Figura 1.1 po<strong>de</strong>-se visualizar algumas das principaiscaracterísticas geográficas do Estado, através da sobreposiçãodo mosaico <strong>de</strong> imagens do satélite Landsat 7 [6] aorelevo sombreado, com escala vertical exagerada em 25vezes.rio gran<strong>de</strong>serra daCanastraserra dasauda<strong>de</strong>serra damantiqueiraserra doCipóserras doquadriláteroFerrífero<strong>de</strong>pressão <strong>de</strong>Belo Horizonteserra doCaparaó9


1O Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>1.2<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>: Oferta total eGráfico 1.1importação líquida* <strong>de</strong> energia elétrica (GWh)Demografia eConsumo <strong>de</strong>Energia ElétricaCom uma população <strong>de</strong> 19.273.506 <strong>de</strong> habitantes [7] ,<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> é o segundo estado mais populoso do País,concentrando 32% da sua população na região metropolitana<strong>de</strong> Belo Horizonte e 43% em centros urbanos com mais<strong>de</strong> 100 mil habitantes. O Mapa 1.1 ilustra a distribuição dapopulação e do consumo <strong>de</strong> energia elétrica (faturado pelaCompanhia Energética <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> - Cemig em 2008)pelas microrregiões, sendo os símbolos proporcionais às raízescúbicas dos respectivos valores para permitir uma melhorvisualização. Observa-se que as microrregiões menos povoadassituam-se nas áreas a oeste do Triângulo Mineiro, Nortee Noroeste do Estado e que os principais centros consumidores<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> situam-se na região metropolitana <strong>de</strong> BeloHorizonte, na Zona da Mata (Juiz <strong>de</strong> Fora) e na porção centraldo Triângulo Mineiro (Uberlândia e Uberaba).Segundo o último balanço energético publicado para oEstado, com ano base 2007 [8] , o consumo <strong>de</strong> energia elétricacresceu progressivamente a partir do ano 2002, num reiníciosubsequente a uma brusca queda resultante do racionamento<strong>de</strong> energia ocorrido no início do milênio. A evoluçãoda oferta e da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energia, segundo as diferentesorigens e <strong>de</strong>stinos, po<strong>de</strong>m ser visualizadas nos Gráficos 1.1 e1.2. Observa-se que, em 2007, 66,2% da energia consumidano Estado (<strong>de</strong>scontadas as perdas e as exportações) foi <strong>de</strong>stinadaao setor industrial. Os setores industriais que mais se<strong>de</strong>stacaram em 2007 como consumidores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> foramos setores <strong>de</strong> si<strong>de</strong>rurgia integrada, ferroligas, mineraçãoe pelotização, indústrias não ferrosas e indústria química.Gráfico 1.2<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>: Consumo total eexportação líquida* <strong>de</strong> energia elétrica (GWh)10Figura 1.2A região metropolitana <strong>de</strong> Belo Horizonte é o maior centro consumidor do Estado.cemigFONTE: Cemig - 23º Balanço Energético do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> – BEEMG 2008 (ano base 2007) [8] .*Operando segundo as regras do Sistema Interligado, <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> importa e exporta energia para outros estados,apresentando-se nesses gráficos apenas o saldo líquido entre as importações e as exportações.**Valores líquidos, já <strong>de</strong>scontadas as perdas inerentes ao processo <strong>de</strong> conversão térmica.***Inclui os consumos dos centros <strong>de</strong> transformação.


cemigFigura 1.4UHE São Simão (Rio Paranaíba)13


1O Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>UHE Emborcação (Rio Paranaíba)Tabela 1.1 Tabela 1.2USINAS HIDRELÉTRICAS EM OPERAÇÃOUSINAS TERMELÉTRICAS EM OPERAÇÃOUHE Volta Gran<strong>de</strong> (Rio Gran<strong>de</strong>)UHE Três Marias (Rio São Francisco)Figura 1.5A gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usinas hidrelétricas em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> contribuiu para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>uma infraestrutura <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> transmissão privilegiada, especialmente na região do Triângulo Mineiro,na confluência dos rios Paranaíba e Gran<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> há também locais propícios para aproveitamentoseólicos, os quais po<strong>de</strong>rão eventualmente ser beneficiados por essa infraestrutura. Há ainda muitasoutras usinas espalhadas pelo restante do território estadual, nas bacias dos rios Doce, Jequitinhonhae São Francisco. Neste último, situa-se a usina <strong>de</strong> Três Marias.FOTOS: cemigUSINA RIO MWFurnas Gran<strong>de</strong> 1.216Itumbiara* Paranaíba 1.040São Simão* Paranaíba 855Marimbondo* Gran<strong>de</strong> 720Água Vermelha(José Ermírio <strong>de</strong> Moraes)*Gran<strong>de</strong> 698Emborcação* Paranaíba 596Estreito (Luiz Carlos Barreto <strong>de</strong> Carvalho)* Gran<strong>de</strong> 525Nova Ponte Araguari 510Marechal Mascarenhas <strong>de</strong> Moraes(Ex-Peixoto)Gran<strong>de</strong> 478Miranda Araguari 408Três Marias São Francisco 396Irapé Jequitinhonha 360Cachoeira Dourada* Paranaíba 329Amador Aguiar I (Ex-Capim Branco I) Araguari 240Jaguara* Gran<strong>de</strong> 212Amador Aguiar II (Ex-Capim Branco II) Araguari 210Volta Gran<strong>de</strong>* Gran<strong>de</strong> 190Funil Gran<strong>de</strong> 180Aimorés* Doce 165Porto Colômbia* Gran<strong>de</strong> 160Guilman-Amorim Piracicaba 140Risoleta Neves (Ex-Candonga) Doce 140Porto Estrela Santo Antônio 112Igarapava* Gran<strong>de</strong> 105Salto Gran<strong>de</strong> Santo Antônio 102Ilha dos Pombos* Paraíba do Sul 94Mascarenhas* Doce 90Sá Carvalho Piracicaba 78Baguari** Doce 70Santa Clara Mucuri 60Sobragi Paraibuna 60Queimado* Preto 53Itutinga Gran<strong>de</strong> 52Picada Peixe 50Camargos Gran<strong>de</strong> 46João Camilo Penna(Ex-Cachoeira do Emboque)Matipó 22Piau Piau 18Antas II Antas 17Gafanhoto Pará 14Brecha Piranga 12Glória Glória 1188 Pequenas Centrais Hidrelétricas Vários 54563 Centrais Geradoras Hidrelétricas Vários 32TOTAL 11.410Fonte: Agência Nacional <strong>de</strong> Energia Elétrica – ANEEL [9]USINA COMBUSTÍVEL MWAureliano Chaves (Ex-Ibirité) Gás Natural 226Igarapé Óleo Ultraviscoso 131Açominas Gás <strong>de</strong> Alto Forno 103Cenibra Licor Negro 89Juiz <strong>de</strong> Fora Gás Natural 87Usiminas 2 Gás <strong>de</strong> Alto Forno 63Volta Gran<strong>de</strong> Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 55Ipatinga Gás <strong>de</strong> Alto Forno 40LDC BioenergiaLagoa da PrataBagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 40Delta Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 32Campo Florido Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 30Coruripe Energética– Filial Campo FloridoBagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 30Fosfértil (Expansão doComplexo Industrial Uberaba)Gás <strong>de</strong> Processo 24Coruripe Iturama Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 24Carneirinho Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 24Bunge Araxá Enxofre 23Contagem Gás Natural 19Usiminas Gás <strong>de</strong> Alto Forno 19Triálcool Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 15Barreiro Gás <strong>de</strong> Alto Forno 13Santo Ângelo Bagaço <strong>de</strong> Cana <strong>de</strong> Açúcar 1253 outras usinas commenos <strong>de</strong> 10 MWVários 92Fonte: ANEEL [9] TOTAL 1.191*As usinas em divisas com um outro estado foram consi<strong>de</strong>radas com meta<strong>de</strong> da potência.As usinas em divisas com dois outros estados foram consi<strong>de</strong>radas com um terço da potência.**UHE Baguari 140 MW, em fase <strong>de</strong> motorização, com 70 MW já em operação comercial (<strong>de</strong>sp. ANNEL 3375 e 4404 / 2009).14


Mapa 1.2l e g e n d aSISTEMA ELÉTRICOGeração, Transmissão e SubestaçõesBASE CARTOGRÁFICA: DER-MG, IEF E IBGE [26] .15


Mapa 1.3l e g e n d aINFRAESTRUTURADE TRANSPORTEFONTES: Base cartográfica digital do DER-MG; base cartográfica digital do IEF;IBGE – Carta Internacional ao Milionésimo [26] .16


1.4ClimatologiaO clima em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> varia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o quente semiárido,<strong>de</strong> alguns locais na região norte do Estado e dosvales dos rios São Francisco e Jequitinhonha [16] , até omesotérmico úmido, da região sul, na região da serra daMantiqueira, passando por diversas categorias climáticasintermediárias ao redor do território estadual.Chuvas:De uma maneira geral, a distribuição das chuvas no Estado<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> é <strong>de</strong>sigual, com o norte apresentando característicastípicas do clima semiárido do sertão nor<strong>de</strong>stino, comlongos períodos <strong>de</strong> estiagem [17] . Nas áreas <strong>de</strong> maior altitu<strong>de</strong> dosul do Estado, o regime pluviométrico é mais intenso, com totaisanuais <strong>de</strong> precipitação superiores aos 1200 mm.Temperaturas:A sazonaliza<strong>de</strong> também exerce influência nas temperaturasem <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, on<strong>de</strong> predominantemente asmaiores médias trimestrais ocorrem no verão, com exceçãoda região <strong>de</strong> Januária, no vale do rio São Francisco,on<strong>de</strong> as maiores médias trimestrais ocorrem na primavera.Nas áreas mais elevadas, as temperaturas médias anuaissituam-se entre 17ºC e 20ºC. Já nas áreas mais baixas elocalizadas mais ao norte do Estado, as médias anuais variamentre 20ºC e 23ºC.Os Mapas 1.4 e 1.5 apresentam a distribuição das precipitaçõesanuais e sazonais pelo Estado, com base emmedições pluviométricas realizadas pela Cemig (2005 a2008). Os Mapas 1.6 e 1.7 apresentam as temperaturasmédias anuais e sazonais em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, com base emmedições da Cemig (1999-2002/2005-2008) e tambémconsi<strong>de</strong>rando a influência do relevo conforme as equaçõesda Atmosfera Padrão Internacional ISA [18] .As medições meteorológicas da Cemig fazem partedo Sistema <strong>de</strong> Monitoramento Hidrometeorológico – STH,<strong>de</strong>scrito no item 3.2 <strong>de</strong>ste <strong>Atlas</strong>. Para a elaboração dosmapas <strong>de</strong> precipitação e temperaturas, foram selecionadasas estações que apresentaram melhor representativida<strong>de</strong>estatística, excluindo-se as séries <strong>de</strong> dados comregistros incompletos ou <strong>de</strong>feituosos. Como as mediçõesdo STH são não-homogêneas, isto é, não possuem necessariamenteum período comum, algumas estações apresentaramdiscrepâncias em relação ao conjunto, atribuídasàs variações interanuais dos parâmetros meteorológicos,tendo sido, portanto, excluídas. Desta maneira, utilizou-se35 estações meteorológicas para a elaboração dos mapas<strong>de</strong> precipitação e 38 estações para o ajuste dos mapas <strong>de</strong>temperaturas. A localização dos postos <strong>de</strong> medição selecionadosestá ilustrada nos mapas correspon<strong>de</strong>ntes.Mapa 1.4precipitação média (mm)PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUALMapas <strong>de</strong>senvolvidosa partir <strong>de</strong> dadosclimatológicos nãohomogêneos coletadosem 35 estaçõesmeteorológicas da Cemigno período <strong>de</strong> 2005 a 2008.PRECIPITAÇÃO MÉDIA SAZONALMapa 1.5VERÃO<strong>de</strong>zembro a fevereiroOUTONOmarço a maioINVERNOjunho a agostoPRIMAVERAsetembro a novembro17


VERÃO<strong>de</strong>zembro a fevereiroOUTONOTEMPERATURAS MÉDIAS SAZONAISINVERNOjunho a agostomarço a maioPRIMAVERAsetembro a novembroMapa 1.618


Mapa 1.7l e g e n d aTEMPERATURASMÉDIAS ANUAISMapas <strong>de</strong>senvolvidos a partir <strong>de</strong> dados climatológicos não homogêneoscoletados em 38 estações meteorológicas da Cemig nos períodos <strong>de</strong>1999 a 2002 e <strong>de</strong> 2005 a 2008, ajustados para a altitu<strong>de</strong> conforme o mo<strong>de</strong>lotopográfico SRTM [27] e equações da Atmosfera Padrão Internacional - ISA [18] .temperatura média (ºC)19


1O Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>1.5Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ConservaçãoO mapeamento <strong>de</strong> zonas com restrições legais parao uso do solo é <strong>de</strong>terminante para o planejamento energético.A implantação <strong>de</strong> usinas eólicas, por abrangeráreas relativamente extensas, é comumente afetada porimpedimentos ambientais, <strong>de</strong> modo que a familiarizaçãocom a legislação do local para potenciais empreendimentosconstitui um dos primeiros passos a serem efetuadospelo investidor.No Brasil, a <strong>de</strong>marcação e a regulamentação dos locaiscom relevância ecológica é feita segundo os critérios doSistema Nacional <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (SNUC) [19] .O SNUC estabelece categorias <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação(UC), as quais são, por sua vez, reunidas em grupos.Os grupos <strong>de</strong> UC’s constituem-se nas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>Uso Sustentável (UUS) e as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Proteção Integral(UPI). As UUS’s e as UPI’s possuem objetivos distintos,com uma diferença básica no que se refere à tolerância àsintervenções antrópicas: nas UUS’s é permitida a exploraçãoparcial do ambiente, ao passo que nas UPI’s conce<strong>de</strong>-seapenas licença para o uso indireto dos recursosnaturais [19] .De acordo com a Fundação Biodiversitas [20] , o Estado <strong>de</strong><strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> possui atualmente 4,58 milhões <strong>de</strong> hectares<strong>de</strong> áreas protegidas, distribuídas por 430 UC’s, atualmentecadastradas no IEF. A área total correspon<strong>de</strong> a 7,8% do territórioestadual, predominando a ocorrência <strong>de</strong>ssas áreasna região a leste das serras do Espinhaço e do Cipó, entreBelo Horizonte e Montes Claros (Mata Atlântica/Cerrado),na região da serra da Mantiqueira, extremo sul (Mata Atlântica),e na região das serras Para-Todos e dos Tropeiros,extremo norte (Cerrado/Caatinga). Muitas UC’s do Estado<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> situam-se em locais elevados (serras),coincidindo ocasionalmente com regiões <strong>de</strong> potencial eólicomédio ou elevado, como é o caso do Parque EstadualSerra Nova, do Parque Nacional Sempre-Vivas e do ParqueNacional Serra da Canastra.O Mapa 1.8 apresenta a localização das principais UC’se Terras Indígenas do Estado. Como base <strong>de</strong> dados foramutilizados arquivos georreferenciados fornecidos peloO Parque Nacional da Serra do Cipó, anorte <strong>de</strong> Belo Horizonte, localiza-se numaregião <strong>de</strong> significativo potencial eólico.Figura 1.6Figura 1.7O Parque Nacional do Caparaó é uma Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação localizada na divisados estados <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> e Espírito Santo. Ele abriga o terceiro ponto mais altodo Brasil, o Pico da Ban<strong>de</strong>ira, com altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2.892 m [25] .FOTOS: ZIG KOCH20


IEF, contendo os limites <strong>de</strong> 360 UC’s no Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><strong>Gerais</strong>. Essas fontes foram complementadas com a base<strong>de</strong> dados do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis– Ibama [21] , totalizando 380 unida<strong>de</strong>s mapeadas.Nas Tabelas 1.3 a 1.5 são listadas as UC’s com área superiora 2.000 ha. As áreas listadas foram calculadas a partirdos limites apresentados nos arquivos digitais (excetoquando indicado).Como se verá no Capítulo 5 <strong>de</strong>ste <strong>Atlas</strong>, o levantamentodo potencial eólico do Estado <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rou todasas UPI’s apresentadas no Mapa 1.6, tendo em vistaa impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> parques eólicosnestas áreas.1.6Terras IndígenasO Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> possui 75.941 ha em áreas<strong>de</strong>claradas Terras Indígenas * , atualmente <strong>de</strong>marcadas emseis unida<strong>de</strong>s territoriais distintas. Dados do Instituto SócioAmbiental [22] nos dizem que, além <strong>de</strong>stas, há ainda outrastrês áreas em processo <strong>de</strong> regulamentação, conforme oque está listado na Tabela 1.6. Os principais povos que habitamas terras indígenas no Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> são:Xakriabá, Tembe, Maxakali, Krenak, Pataxó, Kaxixó, Aranãe Pankararu.* As áreas foram calculadas a partir da base digital georreferenciada fornecidapelo IEF, complementada com a base georreferenciada do IBAMA.Figura 1.8Reserva Particular do PatrimônioNatural Santuário da Serra do Caraça,no município <strong>de</strong> Catas Altas.ZIG KOCH21


1O Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>Tabela 1.3UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRALdo Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> com extensão superior a 2.000 haTabela 1.4UNIDADES DE USO SUSTENTÁVELdo Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> com extensão superior a 2.000 haNome Jurisdição Área (ha)1 PAQ Gran<strong>de</strong> Sertão Veredas Fe<strong>de</strong>ral 230.714*2 PAQ Serra da Canastra Fe<strong>de</strong>ral 197.7873 PAQ Sempre-Vivas Fe<strong>de</strong>ral 124.1074 PAQ Cavernas do Peruaçu Fe<strong>de</strong>ral 56.4135 PAQ Caminho dos <strong>Gerais</strong> Estadual 56.2376 RB Mata Escura Fe<strong>de</strong>ral 51.0567 PAQ Serra Nova Estadual 49.8918 PAQ Rio Doce Estadual 35.9769 PAQ Grão Mogol Estadual 34.87810 PAQ Caparaó Fe<strong>de</strong>ral 31.853***11 PAQ Serra do Cipó Fe<strong>de</strong>ral 31.63212 PAQ Veredas do Peruaçu Estadual 31.22613 PAQ Itatiaia Fe<strong>de</strong>ral 28.06314 PAQ Ver<strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Estadual 25.55215 PAQ Serra do Papagaio Estadual 25.06516 PAQ Serra do Cabral Estadual 22.49417 PAQ Lagoa do Cajueiro Estadual 20.71618 PAQ Biribiri Estadual 17.37719 PAQ Serra do Briga<strong>de</strong>iro Estadual 14.98420 PAQ Serra Negra Estadual 13.98421 PAQ Serra das Araras Estadual 13.54322 PAQ Serra do Inten<strong>de</strong>nte Estadual 13.50923 PAQ Sete Salões Estadual 13.40824 PAQ Rio Preto Estadual 12.18425 PAQ Mata Seca Estadual 10.29926 PAQ Lapa Gran<strong>de</strong> Estadual 9.66327 RB Sagarana-Mata Seca Estadual 9.41528 RB Serra Azul Estadual 7.40429 PAQ Pico do Itambé Estadual 6.52030 EE Acauã Estadual 6.45931 RB Jaíba Estadual 6.34932 RB Sagarana-Logradouro Estadual 6.30733 PAQ Itacolomi Estadual 6.14234 RVS Rio Pan<strong>de</strong>iros Estadual 6.10435 PAQ Alto Cariri Estadual 5.98236 PAQ Serra da Boa Esperança Estadual 5.87437 PAQ Rio Corrente Estadual 5.18138 PAQ Serra do Rola-Moça Estadual 4.02939 RVS Libélulas da Serra São José Municipal 3.71740 PAQ Serra da Candonga Estadual 3.33041 PAQN Ribeirão do Campo Municipal 3.08842 RVS Mata dos Muriquis Estadual 2.69143 PAQ Pau Furado Estadual 2.18644 PAQ Sumidouro Estadual 2.002APAPAAPEEEFLOMNPAQAPAQPAQEPAQECSIGLAS UTILIZADASOutras Áreas <strong>de</strong> Proteção PAQELÁrea <strong>de</strong> Proteção Ambiental PAQFÁrea <strong>de</strong> Proteção Especial PAQNEstação BiológicaPAQREFloresta Nacional/Estadual/MunicipalRBMonumento NaturalRDSParque ArqueológicoParque Nacional/Estadual/MunicipalRPPNParque EcológicoRVSParque Ecológico e Cultural TIParque Ecológico e <strong>de</strong> LazerParque FlorestalParque NaturalParque Reserva EcológicaReserva BiológicaReserva <strong>de</strong>Desenvolvimento SustentávelReserva Particular doPatrimônio NaturalRefúgio <strong>de</strong> Vida SilvestreTerra IndígenaNome Jurisdição Área (ha)45 APA Serra da Mantiqueira Fe<strong>de</strong>ral 421.48546 APA Pan<strong>de</strong>iros Estadual 380.18547 APA Cochá e Gibão Estadual 284.61948 APA do Rio Uberaba Estadual 241.08249 APA Fernão Dias Estadual 179.16050 APA SUL RMBH Estadual 163.25151 APA Cavernas do Peruaçu Fe<strong>de</strong>ral 143.25252 APA Morro da Pedreira Fe<strong>de</strong>ral 131.73953 APA Bacia do Rio do Machado Estadual 126.52554 APA Surubi Municipal 89.29955 APA Serra do Sabonetal Estadual 86.58956 APA Águas Vertentes Estadual 76.28157 RDS Veredas do Acari Estadual 58.73658 APA Pedra da Gafornia Municipal 53.01759 APA Rio Uberaba Municipal 52.81960 APA Açucena Municipal 48.52461 APA Bom Jardim Municipal 46.25962 APA Peixe Cru Municipal 42.44063 APA Carste <strong>de</strong> Lagoa Santa Fe<strong>de</strong>ral 39.13264 APA Fortaleza <strong>de</strong> Ferros Municipal 38.38765 APA Piranga Municipal 36.82566 APA Barão e Capivara Municipal 35.74367 APA Nascentes do Rio Capivari Municipal 31.61668 APA Bom Jesus do Galho Municipal 30.04669 APA Itacuru Municipal 28.92870 APA Veredinha Municipal 28.72571 APA Serra do Gavião Municipal 28.23772 APA Serra do Cabral Municipal 25.44373 APA Santana do Paraíso Municipal 24.04074 APA Cachoeira Alegre Municipal 23.63675 APA Alto Rio Doce Municipal 23.33476 APA Jequeri Municipal 22.42877 APA Dionísio Municipal 22.27378 APA Água Branca Municipal 22.22779 APA Suaçuí Municipal 22.09680 APA Ervália Municipal 21.77181 APA Serra dos Cocais Municipal 21.27182 APA Hematita Municipal 20.34483 APA Sussuarana Municipal 19.60684 APA Vapabusul Municipal 19.49485 APA Francês Municipal 18.79686 APA Córrego da Mata Municipal 18.19187 APA Carvão <strong>de</strong> Pedra Municipal 17.88688 APA Serra Talhada Municipal 17.38089 APA Virginópolis Municipal 17.28890 APA Matinha Municipal 16.66791 APA Belo Oriente Municipal 16.48192 APA Itabirinha Municipal 15.90293 APA Antônio Dias Municipal 15.76194 APA Zabelê Municipal 14.63795 APA Cachoeira das Andorinhas Estadual 14.26696 APA Gameleira Municipal 14.03197 APA Jacutinga Municipal 13.97798 APA Tronqueiras Municipal 13.84499 APA Serra do Bicudo Municipal 13.642100 APA Braúna Municipal 13.545101 RPPN Santuário da Serra do Caraça Fe<strong>de</strong>ral 12.788102 APA Presi<strong>de</strong>nte Bernar<strong>de</strong>s Municipal 12.692103 APA Nascentes do Rio Tronqueiras Municipal 12.550104 APA Vista Alegre Municipal 12.403105 APA Vargem das Flores Estadual 12.270106 APA Corre<strong>de</strong>iras Municipal 12.260107 APA Serra do Inten<strong>de</strong>nte Municipal 12.129108 APA Gonzaga Municipal 12.016109 APA Córrego Novo Municipal 11.777110 APA Pitanga Municipal 11.710111 APA Nova Era Municipal 11.703112 APA Felício Municipal 11.684113 APA Gavião Municipal 11.552114 APA Lajedão Estadual 11.243115 APA Divino Municipal 11.164116 APA Canaã Municipal 10.959117 APA Fervedouro Municipal 10.866118 APA Bom Retiro Municipal 10.842119 APA Renascença Municipal 10.739120 APA Ipanema Municipal 10.418121 APA Teixeiras Municipal 10.146122 APA Araponga Municipal 9.694123 APA Esperança Municipal 9.455124 APA Árvore Bonita Municipal 9.400125 APA Município <strong>de</strong> Rio Pomba Municipal 9.025126 APA Salto do Suaçuí Municipal 8.999127 APA Santa Efigênia <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> Municipal 8.856128 APA Rio Manso Municipal 8.823129 APA Senhora <strong>de</strong> Oliveira Municipal 8.780130 APA Serra do Turvo Municipal 8.760131 APA Vale do Rio Macaúbas Municipal 8.736132 APA Boqueirão da Mira Municipal 8.538133 APA Ninho das Garças Municipal 8.461134 APA Pontão Municipal 8.454135 APA São Lourenço Municipal 8.314136 APA Jaboti Municipal 8.300137 APA Serrana Municipal 8.259138 APA Serra Bom Sucesso Municipal 7.830139 APA Gualaxo do Sul Municipal 7.726140 APA Jaguaraçu Municipal 7.564141 APA Perobas Municipal 7.475142 APA Senador Firmino Municipal 7.315143 APA Rio Manso Municipal 7.277144 APA Silverânia Municipal 7.153145 APA Lagoa Silvana Municipal 7.122146 APA Rio Picão Municipal 7.005147 APA Coqueiral Municipal 6.968148 APA Serra das Pedras Municipal 6.920149 APA Ipê Amarelo Municipal 6.762150 APA Capivara Municipal 6.753151 APA Nascentes do Ribeirão Sacramento Municipal 6.686152 APA Igarapé Municipal 6.556153 APA Sardoá Municipal 6.457154 APA Brecha Municipal 6.437155 APA Água Santa <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> Municipal 6.421156 APA Serra da Providência Municipal 6.350157 APA Chapada do Pequizeiro Municipal 6.251158 APA Jacroá Municipal 6.121159 APA Pedra Branca Municipal 5.903160 APA Miraí Municipal 5.876161 APA Martins Soares Municipal 5.858162 APA Córrego das Flores Municipal 5.709163 APA Caparaó Municipal 5.301164 APA Caiana Municipal 4.968165 APA Boa Esperança Municipal 4.957166 APA Rio Mombaça Municipal 4.931167 APA Alto Jequitibá Municipal 4.906168 APA Pico do Itajuru Municipal 4.750169 APA Bom Jesus Municipal 4.690170 APA Serra São José Estadual 4.648171 APA Serra do Timóteo Municipal 4.536172 APA Oratórios Municipal 4.406173 FLO Uaimií Estadual 4.291174 APA Barra Longa Municipal 4.252175 APA Alto da Conceição Municipal 4.220176 APA Serra dos Núcleos Municipal 4.092177 APA Pingo D’Água Municipal 4.018178 APA São Tomé Municipal 3.963179 APA Macuco Municipal 3.924180 APA Divinolândia Municipal 3.769181 APA Serra das Aranhas Municipal 3.630182 APA Alto Xopotó Municipal 3.546183 APA Serra do Pito Acesso Municipal 3.259184 APA Rio Preto Municipal 3.247185 APA Belém Municipal 3.107186 APA Manhumirim Municipal 2.887187 APA Felíssimo Municipal 2.835188 APA Alto Taboão Municipal 2.485189 APA Montanha Santa Municipal 2.480190 APA Urucum Municipal 2.112Tabela 1.5UNIDADES NÃO CATEGORIZADAS NO SNUCdo Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> com extensão superior a 2.000 haNome Jurisdição Área (ha)191 APE Rio Manso Estadual 67.749192 APE Ribeirão Santa Isabel eCórrego do EspanhaEstadual 59.120193 APE Rio Todos os Santos Estadual 43.416194 APE Córrego Soberbo e Retiro Estadual 24.158195 APE Córrego Confusão Estadual 17.241196 APE Córrego Feio e Fundo e Areia Estadual 13.948197 APE Ribeirão do Urubu Estadual 12.903198 APE UHE Florestal Municipal 5.661199 APE Ribeirão Laje Municipal 5.485200 APE UHE <strong>de</strong> Peti Estadual 4.861201 APE Áreas Adjacentes aoParque Estadual do Rio DoceEstadual 3.877202 APE Córrego dos Fechos Estadual 3.480Tabela 1.6TERRAS INDÍGENASNome Povo Área (ha) Situação203 TI Xakriabá Xakriabá 46.403 Homologada204TI XakriabáRanchariaXakriabá 10.122 Homologada205TI Luisado ValeTembe 6.791DominialIndígena206 TI Maxakali Maxakali 5.307 Homologada207 TI Krenak Krenak 3.970 Homologada208TI FazendaGuaraniKrenak/Pataxó3.347 HomologadaTI Aranã Aranã ---- Em I<strong>de</strong>ntificaçãoTI Kaxixó Kaxixó ---- Em I<strong>de</strong>ntificaçãoTI Pankararu<strong>de</strong> AraçuaíPankararu ----DominialIndígena*109.020 ha em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> e 121.694 ha na Bahia**.**AS ÁREAS FORAM calculadas A PARTIR DAS bases georreferenciadas do IEF(Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação) e do IBGE [23] (limites entre os Estados).***13.653 ha em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> e 18.200 ha no Espírito Santo [24] .15.761 ha em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> e 12.302 ha no Rio <strong>de</strong> Janeiro**.287.003 ha em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> e 134.482 ha em São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro**.As áreas foram calculadas a partir da base digital georreferenciadafornecida pelo IEF, complementada com a base georreferenciada doIBAMA, exceto quando indicado.22


Mapa 1.8l e g e n d aUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação eTerras IndígenasBASE CARTOGRÁFICA: IEF, complementada com as basescartográficas digitais do Ibama [21] e do IBGE [26] .23


2.1 A Atmosfera em Movimento2.2 Histórico2.3 Tecnologia2.4 Desenvolvimento <strong>de</strong> Tecnologia em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>2.5 Empreendimentos Eólicos2EnergiaEólica e TecnologiacemigUsina Eólica <strong>de</strong> Praias do Parajuru, CECemig/IMPSA (inaugurada em 2009)


2Energia Eólica e Tecnologia2.1A Atmosferaem MovimentoFigura 2.1Circulação atmosférica.TEMPERATURA MÉDIA ANUAL (ºC)Em sua aparente imprevisibilida<strong>de</strong>, o vento resulta dacontínua circulação das camadas <strong>de</strong> ar da atmosfera, soba ação predominante da energia radiante do Sol e da rotaçãoda Terra (Figura 2.1).Dentre os mecanismos atuantes na formação dos ventos,<strong>de</strong>stacam-se os aquecimentos <strong>de</strong>siguais da superfícieterrestre, que ocorrem tanto em escala global (diferenteslatitu<strong>de</strong>s, estações do ano e ciclo dia-noite), quanto local(mar-terra, montanha-vale). Desse fato resulta que asvelocida<strong>de</strong>s e direções do vento apresentam tendênciassazonais e diurnas bem <strong>de</strong>finidas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu caráterestocástico.O vento po<strong>de</strong> variar bastante no intervalo <strong>de</strong> horas oudias, porém, em termos estatísticos, ten<strong>de</strong>rá a um regimediurno predominante, regido por influências locais (microescala)e regionais (mesoescala). No intervalo <strong>de</strong> mesesou anos, os regimes <strong>de</strong> vento passam a apresentar notávelregularida<strong>de</strong>, tendo um regime sazonal bem <strong>de</strong>finido. Aolongo <strong>de</strong> décadas, em geral, as velocida<strong>de</strong>s médias anuaisapresentam variações inferiores a 10% da média <strong>de</strong> longoprazo [28] . Os regimes anuais e sazonais são predominantementecontrolados pelas gran<strong>de</strong>s escalas atmosféricas: aescala sinótica e a circulação geral planetária [29] .(Watts)on<strong>de</strong>: é <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ar (1,225 kg/m 3 no nível do mare a 15ºC); A ré a área varrida pelo rotor (πD 2 /4, sendo Do diâmetro do rotor); C Pé o coeficiente aerodinâmico <strong>de</strong>potência do rotor (valor máximo teórico = 0,593; na práticaatinge valores máximos entre 0,45 e 0,50, e é variável como vento, a rotação e os parâmetros <strong>de</strong> controle da turbina);é a eficiência do conjunto gerador-transmissões mecânicase elétricas (aproximadamente 0,93 a 0,98).Em alturas <strong>de</strong> até 100 m, <strong>de</strong> interesse ao aproveitamentoenergético, o vento é afetado <strong>de</strong> forma acentuada pelascondições <strong>de</strong> relevo e <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> aerodinâmica do terreno,presença <strong>de</strong> obstáculos e estabilida<strong>de</strong> térmica vertical.No exemplo do Gráfico 2.1, são ilustradas as velocida<strong>de</strong>sna camada-limite atmosférica em dois locais planos econtíguos, com cobertura <strong>de</strong> restinga e areia, respectivamente.Nota-se a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência do perfil vertical <strong>de</strong>velocida<strong>de</strong> do vento com a altura, a rugosida<strong>de</strong> do terrenoe a estabilida<strong>de</strong> térmica vertical da atmosfera (se estável,neutra ou instavelmente estratificada).Uma turbina eólica capta uma parte da energia cinéticado vento, que passa através da área varrida pelo rotor e atransforma em energia elétrica. A potência elétrica é funçãodo cubo da velocida<strong>de</strong> do vento v:Gráfico 2.1Vento x Altura: efeitos da rugosida<strong>de</strong> eestabilida<strong>de</strong> térmica vertical da atmosfera.25


2Energia Eólica e Tecnologia2.2Ao absorver a energia cinética, o rotor reduz a velocida<strong>de</strong>do vento imediatamente a jusante do disco; gradualmenteessa velocida<strong>de</strong> se recupera, ao se misturar comas massas <strong>de</strong> ar do escoamento livre. Das forças <strong>de</strong> sustentaçãoaerodinâmica nas pás do rotor resulta uma esteirahelicoidal <strong>de</strong> vórtices, a qual também gradualmente sedissipa (Figura 2.2). Após alguma distância a jusante, oescoamento praticamente recupera a velocida<strong>de</strong> originale turbinas adicionais po<strong>de</strong>m ser instaladas, sem perdasenergéticas significativas. Na prática, essa distância variacom a velocida<strong>de</strong> do vento, as condições <strong>de</strong> operação daturbina, a rugosida<strong>de</strong> e a complexida<strong>de</strong> do terreno e a estabilida<strong>de</strong>térmica da atmosfera.HistóricoO primeiro aproveitamento da força dos ventos pelo homemtem data bastante imprecisa mas, certamente, foi hámilhares <strong>de</strong> anos, no oriente. Provavelmente, eram máquinasque utilizavam a força aerodinâmica <strong>de</strong> arrasto, sobreplacas ou velas, para produzir trabalho.A partir da Ida<strong>de</strong> Média, o homem passou a utilizaras forças aerodinâmicas <strong>de</strong> sustentação, permitindoas gran<strong>de</strong>s navegações e também maior eficiência àsmáquinas eólicas. Possivelmente, máquinas eólicas movidaspor forças <strong>de</strong> sustentação foram introduzidas naEuropa pelas Cruzadas, por volta do século XI [30] . O certoé que no século XIV, na Holanda, estas máquinas jáapresentavam gran<strong>de</strong> evolução técnica e <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>em potência e ampla aplicação como fonte <strong>de</strong> energia,principalmente na moagem <strong>de</strong> grãos, serrarias, e bombeamentod’água. Na <strong>de</strong>scoberta do Brasil, em 1500,havia muitos milhares <strong>de</strong> moinhos <strong>de</strong> vento em toda aEuropa, da Península Ibérica até os países nórdicos. Duranteos séculos seguintes, as máquinas eólicas expandiramgran<strong>de</strong>mente a sua aplicação na Europa: fabricação<strong>de</strong> papel para aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda após a invençãoda imprensa, produção <strong>de</strong> óleos vegetais e até gran<strong>de</strong>sprojetos <strong>de</strong> drenagem [30] .Avalia-se que a base escravocrata da colonização sulamericana,neste período, tenha sido fator prepon<strong>de</strong>rante <strong>de</strong>inibição da migração <strong>de</strong>sta tecnologia (Figura 2.3). Com aexpansão do uso da máquina a vapor, no século XIX, os moinhos<strong>de</strong> vento europeus entraram gradualmente em <strong>de</strong>suso.Um segundo surgimento <strong>de</strong> aplicação em larga escala<strong>de</strong> máquinas eólicas <strong>de</strong>u-se nos Estados Unidos, no séculoXIX. Após a abolição da escravatura naquele país, em1863, iniciou-se a disseminação da utilização do cataventomultipás para bombeamento d’água, como o mostrado naFigura 2.4. Cataventos multipás chegaram a ser produzidosindustrialmente em escalas <strong>de</strong> centenas <strong>de</strong> milhares<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s/ano, por diversos fabricantes, o que possibilitoupreços acessíveis à gran<strong>de</strong> parte da população. Aomesmo tempo em que constituiu um importante setor daeconomia, muitos historiadores atribuem importante parcelado sucesso e da rapi<strong>de</strong>z da expansão colonizadorado Oeste norte-americano a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cataventosFigura 2.2Esteira aerodinâmica e afastamentoentre turbinas em uma usina eólica.Figura 2.3Europa x Américas em 1500-1800arquivo»Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>moinho <strong>de</strong> ventoamplamenteutilizado naHolandaa partir dosséculos XIV - XV.Camargo-SchubertPequena Moenda PortátilLitografia <strong>de</strong> Jean-Baptiste Debret (1768-1848).26


multipás <strong>de</strong> baixo custo - facilitando o acesso à água e afixação <strong>de</strong> apoios em gran<strong>de</strong>s áreas áridas ou semi-áridas.Um notável exemplo da escala <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>stescataventos é apresentado na Tabela 2.1, transcrita do U.S.Statistical Abstract <strong>de</strong> 1919 [31] , reportando a evolução nageração <strong>de</strong> empregos e faturamento da indústria <strong>de</strong> cataventosmultipás nos EUA ao longo <strong>de</strong> 40 anos.O uso do catavento multipás norte-americano expandiusepelos diversos continentes, inclusive no Brasil, on<strong>de</strong> nadécada <strong>de</strong> 1980 podiam-se encontrar quase uma <strong>de</strong>zena<strong>de</strong> fabricantes, em todo o país. Estima-se que mais <strong>de</strong> 6milhões <strong>de</strong> cataventos multipás já foram produzidos nomundo [30] .Também nos Estados Unidos, a partir da década <strong>de</strong>1930, iniciou-se uma ampla utilização <strong>de</strong> pequenos aerogeradorespara carregamento <strong>de</strong> baterias, trazendo aomeio rural norteamericano o acesso à energia elétrica.Entre 1930 e 1960, <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong>stes aerogeradoresforam produzidos e instalados nos Estados Unidos,bem como exportados para diversos países. A produção<strong>de</strong>ssas máquinas foi <strong>de</strong>sativada gradualmente nas décadas<strong>de</strong> 1950-1960, à medida que as re<strong>de</strong>s elétricas passarama dominar o atendimento rural.A geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> em gran<strong>de</strong> escala, alimentando<strong>de</strong> forma suplementar o sistema elétrico através do uso<strong>de</strong> turbinas eólicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, é tecnologia que jáexiste há diversas décadas. Os primeiros aproveitamentoseolioelétricos foram realizados durante as décadas <strong>de</strong>1940-1950 nos Estados Unidos (Smith-Putnam) e Dinamarca(Gedser). Po<strong>de</strong>-se dizer que o precursor das atuaisturbinas eólicas surgiu na Alemanha (Hütter, 1955), já compás fabricadas com materiais compostos e com controle<strong>de</strong> passo e torre tubular esbelta.Na década <strong>de</strong> 1970 até meados da década <strong>de</strong> 1980, apósa primeira gran<strong>de</strong> crise <strong>de</strong> preços do petróleo, diversos países– incluindo o Brasil – dispen<strong>de</strong>ram esforços na pesquisada energia eólica para a geração elétrica. É <strong>de</strong>sta época a turbinaDEBRA 100 kW (Deutsche-Brasileira), <strong>de</strong>senvolvida emconjunto pelos Institutos <strong>de</strong> Pesquisa Aeroespacial do Brasil(CTA) e da Alemanha (DFVLR), ilustrada na Figura 2.5.Entretanto, foi a partir <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> estímulo aomercado, realizadas na Califórnia (década <strong>de</strong> 1980), Dinamarcae Alemanha (década <strong>de</strong> 1990), que o aproveitamentoeolioelétrico atingiu escala <strong>de</strong> contribuição maissignificativa em termos <strong>de</strong> geração e economicida<strong>de</strong>. O<strong>de</strong>senvolvimento tecnológico passou a ser conduzido pelasnascentes indústrias do setor, em regime <strong>de</strong> competição,alimentadas por mecanismos institucionais <strong>de</strong> incentivo,especialmente via remuneração por energia produzida.Características também marcantes <strong>de</strong>ste processo foram:(a) <strong>de</strong>vido à modularida<strong>de</strong>, o investimento em geração elétricapassou a ser acessível a uma nova e ampla gama<strong>de</strong> investidores; (b) <strong>de</strong>vido à produção em escalas industriaiscrescentes, ao aumento da capacida<strong>de</strong> unitária dasturbinas e às novas técnicas construtivas, houve reduçõesgraduais e significativas no custo por quilowatt instaladoe, consequentemente, no custo <strong>de</strong> geração. O principalproblema ambiental inicial – impacto <strong>de</strong> pássaros nas pás– praticamente <strong>de</strong>sapareceu com as turbinas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>porte, com menores velocida<strong>de</strong>s angulares dos rotores.Por ser uma fonte <strong>de</strong> geração praticamente inofensivaao meio ambiente, os estudos <strong>de</strong> impacto ambiental sãobem mais simples – e rápidos – que os requeridos porfontes tradicionais <strong>de</strong> geração elétrica. Este fato, aliadoàs escalas industriais <strong>de</strong> produção e montagem <strong>de</strong> turbinas,com custos progressivamente <strong>de</strong>crescentes, fizeramda energia do vento a fonte energética com maiores taxas<strong>de</strong> crescimento em capacida<strong>de</strong> geradora, apresentandouma taxa composta média <strong>de</strong> crescimento anual <strong>de</strong> 28%durante os últimos 15 anos [32] . O Gráfico 2.2 apresenta aevolução cumulativa da capacida<strong>de</strong> eolioelétrica instaladano mundo, ao longo das última décadas.Tabela 2.1Indústria <strong>de</strong> cataventos nos EUA,U.S. Statistical Abstract - 1919. [31]ANO EMPREGADOS FATURAMENTO (US$)1879 596 1.011.0001889 1110 2.475.0001899 2045 4.354.0001909 2337 6.677.0001919 1932 9.933.000Figura 2.4Catavento multipás parabombeamento <strong>de</strong> água.Este tipo <strong>de</strong> catavento foilargamente utilizado nosEstados Unidos no séculoXIX, tendo sido inclusivedifundido para o Brasil.Figura 2.5Aerogerador DEBRA 100 kW.Camargo-Schubertarquivo27


2Energia Eólica e TecnologiaGráfico 2.2evolução mundial da capacida<strong>de</strong> eólica instaladatotal instalado até o final <strong>de</strong> 2008: 115.254 MWCAPACIDADE EÓLICA INSTALADA (gw)28


2.3TecnologiaO acentuado crescimento do mercado mundial <strong>de</strong> geraçãoeólica <strong>de</strong> energia elétrica <strong>de</strong>ve-se em gran<strong>de</strong> parteao ciclo <strong>de</strong> sua efetivação, que envolve escala industrial emtodas as principais etapas, conforme apresentado na Figura2.6. Os geradores eólicos encontram-se em franco <strong>de</strong>senvolvimentotecnológico, tendo como principal tendência oaumento progressivo nas dimensões e capacida<strong>de</strong>s dasturbinas. Na Figura 2.8 são ilustradas as dimensões <strong>de</strong> turbinasdisponíveis atualmente no mercado mundial, comparando-as,para melhor visualização, com as <strong>de</strong> um Boeing747 — Jumbo. Observa-se que as relações entre potência,diâmetro e altura do rotor po<strong>de</strong>m variar consi<strong>de</strong>ravelmente.É ainda importante mencionar que as turbinas eólicas comcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> até 3.000 kW já po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radascomo tecnologicamente consolidadas, pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>máquinas já em operação no mundo. As maiores turbinasilustradas na figura, em sua maioria, estão disponíveis nomercado e com diversas unida<strong>de</strong>s instaladas; no entanto,ainda po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como em etapa <strong>de</strong> consolidaçãotecnológica.Um aerogerador mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte é constituído,basicamente, por um rotor <strong>de</strong> três pás esbeltas conectadopor um eixo a um sistema <strong>de</strong> geração alojado em umaFigura 2.6PRODUÇÃO INDUSTRIAL:INSTALAÇÃO E OPERAÇÃOA rapi<strong>de</strong>z e a alta taxa <strong>de</strong> expansãoda geração eolioelétrica se <strong>de</strong>vemao seu aspecto <strong>de</strong> energia limpae à escala industrial envolvida nociclo <strong>de</strong> efetivação das usinas.zig kochcamargo-schubertzig kochzig koch29


2Energia Eólica e TecnologiaFigura 2.7Turbina eólica <strong>de</strong>médio porte (600 kW);na foto, ficamcaracterizadas asdimensões dosaerogeradores porcomparação com osoutros elementos daimagem.zig kochnacele. A localização e características dos principais componentese sistemas encontrados na nacele, ilustrados naFigura 2.10, po<strong>de</strong>m variar significativamente entre os diversosmo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> turbinas atualmente em fabricação. Anacele conecta-se à torre <strong>de</strong> sustentação por um sistema<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> azimute (yaw); geralmente em formato tubular,a torre, por sua vez, apoia-se em fundações projetadasespecificamente para os sítios a que se <strong>de</strong>stinam.Os rotores das turbinas eólicas são fabricados <strong>de</strong> materiaiscompostos, com tecnologia e requisitos <strong>de</strong> peso,rigi<strong>de</strong>z e aerodinâmica típicos <strong>de</strong> estruturas aeronáuticas.A velocida<strong>de</strong> angular do rotor é inversamente proporcionalao diâmetro D. A rotação é otimizada no projeto, para minimizara emissão <strong>de</strong> ruído aerodinâmico pelas pás. Umafórmula aproximada para avaliação da rotação nominal <strong>de</strong>operação <strong>de</strong> uma turbina eólica é dada por [33] :À medida que a tecnologia propicia dimensões maiorespara as turbinas, a rotação se reduz: os diâmetros dosrotores no mercado atual variam entre 40 e 126 m, resultandoem rotações da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 30 rpm e 15 rpm, respectivamente.As baixas rotações tornam as pás visíveise evitáveis por pássaros em voo, além <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar as máquinasaos requisitos <strong>de</strong> ruído, mesmo quando instaladasa distâncias da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 300 metros <strong>de</strong> áreas resi<strong>de</strong>nciais.Estes aspectos contribuem para que a tecnologiaeolioelétrica apresente o mínimo impacto ambiental entreas fontes <strong>de</strong> geração aptas à escala <strong>de</strong> gigawatts.O progressivo aumento nos diâmetros das turbinas trazaumentos generalizados no peso das máquinas. O peso<strong>de</strong> todo o conjunto que fica no topo da torre (rotor e nacele— mancais, gerador, sistemas) po<strong>de</strong> ser estimado <strong>de</strong> formaaproximada pela fórmula [33] :Por essa aproximação, o peso do conjunto no topo da torreé da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 30 t para máquinas <strong>de</strong> 40 m <strong>de</strong> diâmetro, eserá da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 170 t para turbinas <strong>de</strong> 100 m <strong>de</strong> diâmetro.Dessas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e da análise da expansãodo mercado eólico, po<strong>de</strong>-se concluir que a geração eolioelétricaconstitui um segmento importante no consumo <strong>de</strong>aço e resinas para materiais compostos, com geração <strong>de</strong>empregos em todo o ciclo produtivo. O Brasil já participa<strong>de</strong>sse mercado industrial, com as exportações <strong>de</strong> pás daWOBBEN Windpower (Sorocaba, SP e Pecém, CE), da TEC-SIS Sistemas Avançados (Sorocaba, SP), e também com aprodução <strong>de</strong> aerogeradores da IMPSA Wind (Suape, PE).(D em metros)(toneladas)zig kochFigura 2.8 Dimensões típicas das turbinas eólicas disponíveis no mercado atual, comparadas às da aeronave Boeing 747.Figura 2.9 Transporte rodoviário <strong>de</strong> pás <strong>de</strong> rotor eólico <strong>de</strong> diâmetro superior a 100 m.30


2.4Figura 2.10ao lado:<strong>de</strong>talhes do interior da nacele.abaixo: esquema com osprincipais elementos que po<strong>de</strong>mser encontrados na nacele.anemômetropainel <strong>de</strong>controleeixo<strong>de</strong> altarotaçãomultiplicadorarquiVO<strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> tecnologia em<strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>As primeiras medições do regime <strong>de</strong> ventos <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><strong>Gerais</strong>, pela Cemig, datam da década <strong>de</strong> 1960. Em 1981, aCemig iniciou a execução do projeto “Estudos sobre Aproveitamento<strong>de</strong> Energias Solar e Eólica em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>”, financiadopela Financiadora <strong>de</strong> Estudos e Projetos – Finep– e pelo Banco <strong>de</strong> Desenvolvimento do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><strong>Gerais</strong> – BDMG. O projeto envolvia três fases, sendo asduas primeiras referentes ao levantamento <strong>de</strong> potenciaiseólico (ver <strong>de</strong>scrição no capítulo 3) e solar no Estado e aterceira, referente a estudos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> alimentação para estações remotas, utilizando essasfontes <strong>de</strong> energia [43] .windvanepácuboDessa forma, foi concluída, em 1984, a instalação <strong>de</strong>três estações piloto <strong>de</strong> radiocomunicações do Sistema <strong>de</strong>Supervisão e Controle da Cemig, alimentadas por energiaeólica (Morro do Camelinho), solar fotovoltaica (Porto Indaiá)e híbrida solar-eólica (Pompéu).Em 1992, iniciou-se o projeto <strong>de</strong> construção da UsinaEolioelétrica Experimental (UEEE) do Morro do Camelinho.O Morro do Camelinho, on<strong>de</strong> funcionava uma das estaçõespiloto, era, na época, <strong>de</strong>ntre os locais com dadosanemométricos pesquisados pela Empresa, aquele quepossuía as características mais a<strong>de</strong>quadas para a implementaçãodo parque eólico, tais como melhor regime <strong>de</strong>ventos, presença <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão e <strong>de</strong> umainfraestrutura civil já <strong>de</strong>senvolvida. A Usina foi inauguradaem 1994, com potência instalada <strong>de</strong> 1000 kW (4 máquinas<strong>de</strong> 250 kW), tornando a Cemig a primeira concessionáriano Brasil a implantar uma usina eolioelétrica interligada aosistema elétrico nacional.sistema <strong>de</strong>resfriamentogeradormecanismo <strong>de</strong> controle<strong>de</strong> azimute (yaw)mecanismo<strong>de</strong> controle <strong>de</strong>passoA finalida<strong>de</strong> principal do projeto era a pesquisa, nãose tratando <strong>de</strong> uma usina comercial. A UEEE do Morrodo Camelinho ainda está em operação e é composta porquatro aerogeradores TW250, fabricados pela empresaalemã Tacke Windtechnick. Cada um <strong>de</strong>les possui capacida<strong>de</strong>nominal <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> 250 kW, rotor <strong>de</strong> eixohorizontal, 3 pás com 26 metros <strong>de</strong> diâmetro rotórico esistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> potência por estol aerodinâmico.Os conjuntos estão montados sobre torres tubularescônicas <strong>de</strong> aço <strong>de</strong> 30 metros <strong>de</strong> altura. Os geradoreselétricos são trifásicos, do tipo assíncrono <strong>de</strong> pólos chaveados(8/6 pólos), duplo estágio (80/250 kW) e operamem rotações <strong>de</strong> 900 e 1200 rpm respectivamente.transformadortorre1


2Energia Eólica e TecnologiaA Cemig mantém programas <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> fontes alternativasaté os dias <strong>de</strong> hoje. Destaca-se atualmente o projeto<strong>de</strong>nominado ”Usina Termelétrica Solar Experimental <strong>de</strong>10 kW Utilizando Concentradores Cilíndrico-Parabólicos”,que foi iniciado em julho <strong>de</strong> 2001 e que resultou em umausina que está montada e presentemente em fase <strong>de</strong> testesno campus do Centro Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação Tecnológica<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> - Cefet-MG, em Belo Horizonte. Este experimentotem como objetivo projetar, construir e operar umamini-usina termelétrica <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>terminarseu <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um sistema elétrico interligadoou operando stand-alone em comunida<strong>de</strong>s isoladas, além<strong>de</strong> absorver a tecnologia <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> geração elétricapara eventual utilização no parque gerador da Cemig. O<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta usina auxiliará a <strong>de</strong>finir o grau e ascondições <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa tecnologia como fonte <strong>de</strong>geração distribuída e a testar essa nova concepção <strong>de</strong> usina,que utiliza materiais e processos alternativos.fotos: cemigFigura 2.11Usina EolioelétricaExperimental do Morrodo Camelinho.Figura 2.12“Usina TermelétricaSolar Experimentalda Cemig <strong>de</strong> 10 kWUtilizandoConcentradoresCilíndrico-Parabólicos.”32


MODELOS DIGITAIS: RELEVO E RUGOSIDADEMODELOS DE INTERFERÊNCIA AERODINÂMICAFigura 2.13DADOS ANEMOMÉTRICOSMODELOS NUMÉRICOSDE CAMADA-LIMITEMODELOS NUMÉRICOSDE CAMADA-LIMITE2.5EmpreendimentosEólicosOTIMIZAÇÃO ENERGÉTICAMICROSITINGESTIMATIVA DE GERAÇÃOANÁLISE DE VIABILIDADEProCEsso dE otiMiZAção E MICROSITING dE UsiNAs EóliCAsUma usina eolioelétrica (UEE) é um conjunto <strong>de</strong> turbinaseólicas dispostas a<strong>de</strong>quadamente em uma mesma área.Essa proximida<strong>de</strong> geográfica tem a vantagem econômicada diluição <strong>de</strong> custos: arrendamento <strong>de</strong> área, fundações,aluguel <strong>de</strong> guindastes e custos <strong>de</strong> montagem, linhas <strong>de</strong>transmissão, equipes <strong>de</strong> operação e manutenção e estoques<strong>de</strong> reposição. Usinas eólicas com turbinas <strong>de</strong> projetoconsolidado e equipes <strong>de</strong> manutenção a<strong>de</strong>quadamentecapacitadas apresentam fatores <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> próximos<strong>de</strong> 98%.Usualmente, a geração elétrica inicia-se com velocida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> vento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 2,5 a 3,0 m/s; abaixo <strong>de</strong>stes valoreso conteúdo energético do vento não justifica aproveitamento.Velocida<strong>de</strong>s superiores a aproximadamente 12,0a 15,0 m/s ativam o sistema automático <strong>de</strong> limitação <strong>de</strong>potência da máquina, que po<strong>de</strong> ser por controle <strong>de</strong> ângulo<strong>de</strong> passo das pás ou por estol aerodinâmico, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndodo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> turbina. Em ventos muito fortes, superioresa 25 m/s, por exemplo, atua o sistema automático <strong>de</strong> proteção.Ventos muito fortes têm ocorrência rara e negligenciávelem termos <strong>de</strong> aproveitamento, e a turbulência associadaé in<strong>de</strong>sejável para a estrutura da máquina; nessecaso, a rotação das pás é reduzida – por passo ou estol– e a unida<strong>de</strong> geradora é <strong>de</strong>sconectada da re<strong>de</strong> elétrica.Turbinas eólicas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte têm controle inteiramenteautomático, através <strong>de</strong> atuadores rápidos, softwares emicroprocessadores alimentados por sensores duplos emtodos os parâmetros relevantes. É comum o uso da telemetria<strong>de</strong> dados para monitoramento <strong>de</strong> operação e auxílioa diagnósticos e manutenção.O aproveitamento da energia eólica requer extensões<strong>de</strong> áreas a<strong>de</strong>quadas, com velocida<strong>de</strong>s médias anuais <strong>de</strong>vento que viabilizem a instalação <strong>de</strong> usinas. Em funçãodisso, a avaliação da viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica <strong>de</strong>empreendimentos eólicos requer uma predição confiávelda energia gerada na usina. Para tanto, a <strong>de</strong>terminação dorecurso eólico requer uma re<strong>de</strong> anemométrica qualificada(equipamentos <strong>de</strong> alta confiabilida<strong>de</strong> e durabilida<strong>de</strong> dispostosa<strong>de</strong>quadamente em torres <strong>de</strong> medições altas, <strong>de</strong>50 a 100 m, com anemômetros previamente calibrados emtúnel <strong>de</strong> vento e um sistema eficiente <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados everificação <strong>de</strong> falhas) [34],[35] , operando por um período mínimo<strong>de</strong> um ano. Para a extrapolação dos dados para todaa extensão da área, são necessários mo<strong>de</strong>los numéricosespecíficos, representativos da topografia e da rugosida<strong>de</strong>.Complementarmente, <strong>de</strong>ve-se realizar, sempre quepossível, estudos <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> climatológica dosdados medidos, através <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> correlação e <strong>de</strong>ajustes a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> medições <strong>de</strong> longo prazo próximasao local, avaliando-se as variações interanuais dovento e o seu impacto na geração energética ao longo <strong>de</strong>toda a vida útil da usina (tipicamente 20 anos). É recomendávelque as medições anemométricas sejam mantidaspor todo o período <strong>de</strong> operação da usina, possibilitandoum acompanhamento contínuo do <strong>de</strong>sempenho das turbinase melhorando as estimativas <strong>de</strong> longo prazo.Usualmente, o cálculo da produção energética e a localizaçãodas turbinas (micrositing) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma usinaeólica levam em consi<strong>de</strong>ração a curva <strong>de</strong> potência dasmáquinas certificada por órgãos homologadores in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes(DEWI, WINDTEST KWK GmbH, Risoe ou outros), ainfluência da altitu<strong>de</strong> e da temperatura na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> localdo ar, o fator <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> esperado e a avaliaçãodas perdas energéticas por interferência aerodinâmica entrerotores [36],[37] . Durante esta fase <strong>de</strong> projeto são tambémnecessários estudos da a<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los dosaerogeradores às condições climáticas (turbulência e rajadas)específicas dos sítios, <strong>de</strong> modo a otimizar a produçãoenergética e garantir a segurança estrutural dos equipamentos.O cálculo do campo <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s em toda a área dausina é realizado por mo<strong>de</strong>los numéricos <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong> camada-limite[38] a [42] que extrapolam os dados anemométricosefetivamente medidos, utilizando-se mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>talhados <strong>de</strong>relevo e <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> e avaliando-se ainda a influência daestabilida<strong>de</strong> térmica vertical da atmosfera. O processo <strong>de</strong>otimização envolve o compromisso entre a maximização daenergia gerada, o aproveitamento dos fatores condicionantesdo terreno e da infraestrutura e o atendimento aos critérios<strong>de</strong> segurança.A Figura 2.13 ilustra o processo <strong>de</strong> otimização e micrositing<strong>de</strong> usinas eólicas.


3.1 O Processo <strong>de</strong> Mapeamento3.2 Medições Anemométricas3.3 Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Terreno3 MetodologiaCemigRegião A leste da Serra do Espinhaço, no município <strong>de</strong> Santo Antônio do Retiro


3Metodologia3.1O Processo <strong>de</strong>MapeamentoO mapeamento do potencial eólico do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>foi realizado a partir <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong> simulaçãoda camada-limite atmosférica, calculado sobre mo<strong>de</strong>los digitais<strong>de</strong> terreno na resolução horizontal <strong>de</strong> 200 m x 200 m e complementadopor dados <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> medições anemométricas.O mo<strong>de</strong>lo numérico aplicado foi o MesoMap [44] ,neste caso constituído por mo<strong>de</strong>lamento <strong>de</strong> mesoescala(Mesoscale Atmospheric Simulation System – MASS) [44] naresolução horizontal <strong>de</strong> 3,6 km x 3,6 km e posterior interpolaçãopara a resolução final por mo<strong>de</strong>lamento tridimensional<strong>de</strong> camada-limite (WindMap) [42] .O Sistema MesoMapO MesoMap é um conjunto integrado <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>simulação atmosférica, bases <strong>de</strong> dados meteorológicos egeográficos, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> computadores e sistemas <strong>de</strong> armazenamento.O sistema foi <strong>de</strong>senvolvido nos Estados Unidospela TrueWind Solutions com suporte da New York StateEnergy Research and Development Authority – NYSERDA edo US Department of Energy – DoE. Além do projeto inicial<strong>de</strong> mapeamento eólico do estado <strong>de</strong> Nova York, o Meso-Map tem sido utilizado em projetos similares nas Américasdo Norte e Central, Europa e Ásia e foi utilizado para o <strong>Atlas</strong>do Potencial Eólico Brasileiro [45] .O MesoMap tem sido continuamente aferido por mediçõesanemométricas em variados regimes <strong>de</strong> vento e oferecenotáveis vantagens sobre métodos tradicionais (e.g.,WAsP). Primeiro, porque obtém representativida<strong>de</strong> paragran<strong>de</strong>s áreas continentais sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dadosanemométricos <strong>de</strong> superfície efetivamente medidos– fator importante para regiões on<strong>de</strong> medições consistentese confiáveis são raras; segundo, por mo<strong>de</strong>lar importantesfenômenos meteorológicos não consi<strong>de</strong>radosem mo<strong>de</strong>los mais simplificados <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong> ventos(e.g., WAsP – Jackson-Hunt [38] ou WindMap – NOABL [39],[42] ).Esses fenômenos incluem, entre outros, ondas orográficas,ventos convectivos, brisas lacustres e ventos térmicos<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> montanhas. Finalmente, porqueo MesoMap simula diretamente os regimes <strong>de</strong> vento <strong>de</strong>longo prazo, eliminando a incerteza intrínseca <strong>de</strong> ajustesclimatológicos baseados em correlações <strong>de</strong> registros <strong>de</strong>vento <strong>de</strong> curto e longo prazo obtidos por medições emsuperfície.O núcleo do sistema MesoMap é o MASS [44] , que é ummo<strong>de</strong>lo numérico <strong>de</strong> mesoescala similar aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>previsão do tempo ETA e MM5 e que incorpora os princípiosfísicos fundamentais da dinâmica atmosférica, que incluem:• princípios <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> massa,momentum e energia;• fluxos <strong>de</strong> calor e mudanças <strong>de</strong> fase dovapor d’água;• módulo <strong>de</strong> energia cinética turbulenta, quesimula os efeitos viscosos e <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>térmica sobre o gradiente vertical <strong>de</strong> vento.Como é um mo<strong>de</strong>lo atmosférico dinâmico, o MASS exigegran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mandas computacionais, utilizando supercomputadoresou re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estações <strong>de</strong> trabalho com múltiplosprocessadores em paralelo. Adicionalmente, o MASS tambémestá acoplado a dois módulos <strong>de</strong> cálculo: o ForeWind,que é um mo<strong>de</strong>lo dinâmico <strong>de</strong> camada-limite viscosa, e oWindMap [42] , que é um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação tridimensional<strong>de</strong> escoamento não-divergente (conservação <strong>de</strong> massa)com interface para dados geográficos <strong>de</strong> geoprocessamento(SIG) <strong>de</strong> alta resolução. Para áreas e casos específicos,um <strong>de</strong>stes dois módulos é escolhido para aumentara resolução espacial das simulações do MASS.Um amplo conjunto <strong>de</strong> dados geográficos e meteorológicosé utilizado como entrada para o MASS. Os principaisdados geográficos <strong>de</strong> entrada são a topografia, o uso do solo(mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong>) e o Índice <strong>de</strong> Vegetação por DiferençaNormalizada – IVDN. Os principais dados meteorológicos <strong>de</strong>entrada são os provenientes <strong>de</strong> reanálises, radiossondagense temperatura sobre a terra e oceanos, além <strong>de</strong> mediçõesindiretas <strong>de</strong> vento sobre o oceano realizadas por satélites daNational Aeronautics and Space Administration - NOAA/NationalOceanic and Atmospheric Administration - Nasa por meiodo sistema Special Sensor Microwave Imager - SSMI.Utiliza-se o termo reanálises para certos bancos <strong>de</strong> dados<strong>de</strong> malha geográfica global. No mo<strong>de</strong>lamento <strong>de</strong>steestudo foi utilizado o banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> reanálises NCAR/NCEP Global Reanalysis Project. Estes dados contêm sequências<strong>de</strong> parâmetros meteorológicos dos principais níveis<strong>de</strong> toda a atmosfera terrestre em intervalos <strong>de</strong> seis horase em resolução <strong>de</strong> aproximadamente 210 km (1,875º).Em conjunto com dados existentes <strong>de</strong> radiossondagense temperaturas da superfície terrestre, os dados da base<strong>de</strong> reanálises NCAR/NCEP estabelecem as condições <strong>de</strong>contorno iniciais bem como condições <strong>de</strong> contorno lateraisatualizadas para a progressão das simulações do MASS.A partir <strong>de</strong>ssas condições, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>termina a evoluçãodas condições meteorológicas <strong>de</strong>ntro da região em estudocom base nas interações entre os distintos elementos daatmosfera e entre a atmosfera e a superfície terrestre.Como os dados das reanálises são estabelecidos emuma malha com resolução horizontal relativamente baixa,<strong>de</strong> 200 km, o sistema MesoMap precisa ser rodado <strong>de</strong>forma sucessiva em áreas que são subdivididas em mosaicos<strong>de</strong> resolução gradualmente maior. Cada malha utilizacomo dados <strong>de</strong> entrada os parâmetros da respectivaregião anterior até que a resolução <strong>de</strong>sejada nesta etapaseja atingida (neste caso, <strong>de</strong> 3,6 x 3,6 km).As simulações produzidas pelo MesoMap foram realizadaspara 360 dias extraídos aleatoriamente <strong>de</strong> um período<strong>de</strong> 15 anos, <strong>de</strong> forma a consi<strong>de</strong>rar cada mês e estação doano <strong>de</strong> forma representativa.O Mo<strong>de</strong>lo WindMapA resolução final dos mapas eólicos (200 m x 200 m)é obtida por meio do software WindMap [42] . Para calcularas velocida<strong>de</strong>s médias e direções <strong>de</strong> vento, o WindMaputiliza o resultado do mo<strong>de</strong>lamento <strong>de</strong> mesoescala MASSjuntamente com mo<strong>de</strong>los digitais <strong>de</strong> terreno (relevo e rugosida<strong>de</strong>).Desenvolvimento recente dos métodos baseados naequação da continuida<strong>de</strong> (conservação <strong>de</strong> massa ou escoamentonão divergente) originários do Numerical ObjectiveAnalysis of Boundary Layer – NOABL [46] , o WindMap utilizao método dos elementos finitos para calcular o campo <strong>de</strong>velocida<strong>de</strong> do escoamento em todo o domínio <strong>de</strong> cálculo,constituído <strong>de</strong> uma malha tridimensional <strong>de</strong> pontos sobre oterreno (grid). O grid é gerado utilizando-se um sistema <strong>de</strong>coor<strong>de</strong>nadas conformes ao terreno que permite um maiorrefinamento da malha próximo à superfície <strong>de</strong>ste.Juntamente com os dados efetivamente medidosnas torres anemométricas, os sumários estatísticos dassimulações MASS compõem as condições <strong>de</strong> contornoe os dados <strong>de</strong> inicialização, constituídos por estatísticaspor direção numa malha regular <strong>de</strong> 3,6 km x 3,6 kmpara distintos níveis <strong>de</strong> altura sobre o terreno (10 m, 25 m,50 m, 75 m, 100 m, 200 m e 500 m). A partir <strong>de</strong> um35


3Metodologiacampo inicial <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vento, a condição <strong>de</strong>continuida<strong>de</strong> é satisfeita <strong>de</strong> forma iterativa pela soluçãodo sistema <strong>de</strong> equações diferenciais parciais, até queo valor da divergência do campo <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s estejaabaixo <strong>de</strong> certo nível <strong>de</strong> tolerância. O mo<strong>de</strong>lamento dosventos pela formulação da equação da continuida<strong>de</strong> nãoresolve as equações fundamentais que <strong>de</strong>terminam ainfluência da estratificação térmica da atmosfera no escoamento;entretanto, o WindMap contém ferramentasque reproduzem estes efeitos, consi<strong>de</strong>rando altura <strong>de</strong>camada-limite, perfil logarítmico <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> vertical ecaracterísticas <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> térmica da atmosfera baseadasna Teoria da Similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Monin-Obukhov [47] .No modo <strong>de</strong> otimização, um algoritmo iterativo converge(em termos do mínimo erro quadrático médio) o valor darazão <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> térmica vertical <strong>de</strong> atmosfera paraos valores correspon<strong>de</strong>ntes das condições <strong>de</strong> contorno(estações anemométricas e resultados do MASS). O WindMappermite ainda o uso <strong>de</strong> um Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Correlação paraseparar áreas com regimes distintos <strong>de</strong> vento, como áreascosteiras sujeitas às brisas marinhas.O processo <strong>de</strong> cálculo é realizado por elementos finitos,em um domínio tridimensional, conforme a Figura 3.1. Oterreno é representado por uma malha regular <strong>de</strong> m elementosno sentido N-S e n elementos no sentido L-O. Nosentido vertical são <strong>de</strong>finidos w elementos e o espaçamentovertical entre os nós da malha po<strong>de</strong> ter variação logarítmicaou geométrica, <strong>de</strong> forma a concentrar mais elementosna proximida<strong>de</strong> da superfície do solo, on<strong>de</strong> ocorrem osgradientes mais significativos.O resultado do cálculo é um campo <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s não divergente,ou seja, que satisfaz a equação da continuida<strong>de</strong>, ouda conservação <strong>de</strong> massa, conforme a equação diferencial:Supondo-se uma condição inicial <strong>de</strong> campo <strong>de</strong> escoamentodivergente <strong>de</strong>finida localmente em um dadoelemento pelas componentes u 0, v 0, w 0, as componentesajustadas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> não-divergente po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidascomo:on<strong>de</strong> , e <strong>de</strong>finem a correção necessária para eliminara divergência local do escoamento e são representadasrespectivamente por:O potencial <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perturbação é resultantedas influências do terreno no campo <strong>de</strong> escoamento, bemcomo <strong>de</strong> eventuais erros introduzidos nas condições <strong>de</strong>inicialização do mo<strong>de</strong>lo. Os coeficientes e mo<strong>de</strong>lamo <strong>de</strong>svio entre as condições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> térmica verticalreal e neutra da atmosfera. Para = = constante,as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> perturbação adicionam uma correçãoirrotacional ao campo <strong>de</strong> escoamento, <strong>de</strong> modo que a vorticida<strong>de</strong>inicialmente presente no campo <strong>de</strong> escoamento éeliminada. Determina-se o potencial <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> a partirda equação da continuida<strong>de</strong>, forçando o escoamento a sernão-divergente. Maiores <strong>de</strong>talhes sobre os algoritmos emétodos <strong>de</strong> solução adotados no mo<strong>de</strong>lo NOABL/WindMapsão apresentados em [46].O perfil <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> vertical do vento po<strong>de</strong> ser aproximadopela Lei Logarítmica segundo a relação [47] :on<strong>de</strong> u(z) é a velocida<strong>de</strong> do vento na altura z, z oé a rugosida<strong>de</strong>do terreno, 0,4 é a constante <strong>de</strong> Von Kármáne u *é a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrito. A expressão anterior leva emconsi<strong>de</strong>ração apenas a influência da rugosida<strong>de</strong> no perfil<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>, negligenciando o efeito da estratificaçãotérmica da atmosfera e, portanto, <strong>de</strong>svios significativospo<strong>de</strong>m ocorrer em relação ao perfil <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> real daatmosfera.A Teoria da Similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Monin-Obukhov <strong>de</strong>screve umperfil mais geral da velocida<strong>de</strong> vertical, levando em consi<strong>de</strong>raçãoos efeitos da rugosida<strong>de</strong> e da estabilida<strong>de</strong> térmica,expressando-se matematicamente por [47] :on<strong>de</strong> é uma função empírica da estratificação térmicada atmosfera (Businger, 1973; Dyer, 1974) e L é o Comprimento<strong>de</strong> Estabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Obukhov. O software WindMaprealiza, através da escolha <strong>de</strong> diferentes valores <strong>de</strong> L, asimulação <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> atmosfera neutra, instável eestável. A referência [47] apresenta as funções <strong>de</strong> similarida<strong>de</strong>para as diferentes condições <strong>de</strong>estabilida<strong>de</strong> atmosférica.No Apêndice são apresentadas algumas fórmulas úteispara o cálculo do perfil <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> vertical na camadalimiteatmosférica.Nos cálculos do presente mapeamento, os parâmetros<strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> térmica vertical da atmosfera foram estimadospelos resultados do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mesoescala.Resultados do Mapeamento:Os principais resultados da simulação são as velocida<strong>de</strong>smédias anuais e sazonais, calculadas a 50 m, 75 m e100 m <strong>de</strong> altura sobre o terreno, as rosas-dos-ventos (frequênciae velocida<strong>de</strong> média por direção) e os parâmetrosdas distribuições estatísticas <strong>de</strong> vento. Estes resultadossão apresentados nos mapas temáticos do Capítulo 4para todo o território mineiro.Figura 3.1Domínio tridimensional <strong>de</strong> cálculo doWindMap: a malha concentra maiselementos na região próxima à superfíciedo solo, on<strong>de</strong> ocorrem os gradientesmais significativos.36


3.2mediçõesAnemométricasHistóricoAs primeiras iniciativas do governo do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><strong>Gerais</strong> com vistas ao incremento da utilização <strong>de</strong> fontesalternativas <strong>de</strong> energia datam do início da década <strong>de</strong>1980, quando foi elaborado um plano visando disseminaras aplicações <strong>de</strong> energia solar e eólica e, inclusive, o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologia para torná-las economicamenteviáveis. Tendo já efetuado previamente algunsestudos preliminares sobre o potencial do Estado na área<strong>de</strong> energias alternativas, a Cemig foi convidada a realizara primeira parte do empreendimento, que seria financiadapela Finep e que se referia aos levantamentos <strong>de</strong> potenciais<strong>de</strong> energias eólica e solar no Estado e à experimentação<strong>de</strong>ssas fontes na geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> paraalimentação <strong>de</strong> estações remotas [48] .O levantamento então realizado implicou o processamento<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> dados obtidos através <strong>de</strong> umare<strong>de</strong> <strong>de</strong> 67 anemógrafos distribuídos pelo território estadual,posicionados entre 10 e 12 m <strong>de</strong> altura em relação ao solo.Desses postos <strong>de</strong> observação, 58 pertenciam à Cemig e os<strong>de</strong>mais, ao Instituto Nacional <strong>de</strong> Meteorologia — Inmet. Dospostos da Cemig, 36 já existiam quando do início do empreendimentoe faziam parte <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> anemométrica regularque atuava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1968.O estudo produziu uma série <strong>de</strong> informações sobre o regime<strong>de</strong> ventos no Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, tendo como um dosresultados um mapa <strong>de</strong> linhas isótacas <strong>de</strong> vento, reproduzidono Mapa 3.1. Apresentado para condições <strong>de</strong> terreno e altura<strong>de</strong> referência, o mapa previa a aplicação <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> correção(rugosida<strong>de</strong>, altura, conformação topográfica e altitu<strong>de</strong>) sobreas informações nele contidas, o que resultaria nos valores reaisda velocida<strong>de</strong> do vento no local <strong>de</strong> interesse [48] .O período durante o qual esse estudo se <strong>de</strong>senvolveucoincidiu com a época em que vários países também <strong>de</strong>senvolviamestratégias para incentivar a pesquisa e o uso daenergia eólica na geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, impulsionados nãosó pelos efeitos prolongados da crise do petróleo dos anos70 mas, também, pela ocorrência <strong>de</strong> alguns aci<strong>de</strong>ntes nucleares,como o <strong>de</strong> Harrisburg (1979) [57] . Em 1984, como resultadodo programa <strong>de</strong> pesquisa incentivado pela Finep, a Cemigjá possuía em operação um aerogerador <strong>de</strong> 2,2 kW (diâmetro<strong>de</strong> 5,3 m), <strong>de</strong> fabricação nacional, instalado na Estação Repetidora<strong>de</strong> Telecomunicações <strong>de</strong> Camelinho.mapa 3.1Reprodução do mapa <strong>de</strong> linhasisótacas <strong>de</strong> vento, elaborado pelaCemig por ocasião dos estudos sobreAproveitamento <strong>de</strong> energias Solar eeólica em minas gerais [48] , em 1987.Consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>finiçõescontidas no estudo, as isótocasforam elaboradas para as seguintescondições <strong>de</strong> referência do terreno:classe “B” a 12 m <strong>de</strong> altura.37


3Metodologial e g e n d aTabela 3.1Estações Anemométricas do STH – Cemig1 Alpercata 27 Salinas2 Bocaiúva 28 SE Alpinópolis3 Botelhos 29 SE Barreiro4 Buritizeiros 30 SE Curvelo5 Camargos 31 SE Diamantina6 Carmo <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> 32 SE Gov. Valadares7 Coa - BH 33 SE Ituiutaba8 Curvelo 34 SE Januária9 Diamantina 35 SE Juiz <strong>de</strong> Fora10 Faz. Campo Gran<strong>de</strong> 36 SE Mesquita11Faz. EnergéticaUberaba37 SE Montes Claros12 Felisburgo 38 SE Ouro Preto13 Gafanhoto 39 SE Pouso Alegre14 Faz. Curva do Rio 40 SE Teófilo Otoni15 Igicatu 41 SE Uberaba16 Itambacuri 42 Se<strong>de</strong>17 Januária 43 Sete Lagoas18 Juiz <strong>de</strong> Fora 44 São Pedro Ponte Firme19 Machado Pinheiro 45 São Roque <strong>de</strong> <strong>Minas</strong>20 Nova Ponte 46 São Simão21 Paracatu 47 Três Marias22 Passos 48 Turmalina23 Patos <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> 49 Unaí24 Peti 50 Vargem Alegre25 Prata 51 Viçosa26 Quartel GeralMapa 3.2POSTOS ANEMOMÉTRICOSO Sistema <strong>de</strong> MonitoramentoHidrometeorológico da CemigO mapeamento eólico apresentado neste <strong>Atlas</strong>, elaboradoa partir do mo<strong>de</strong>lo atmosférico MesoMap, contemplacomplementarmente resultados <strong>de</strong> medições anemométricasrealizadas pelo Sistema <strong>de</strong> Telemetria e MonitoramentoHidrometeorológico (STH) da Cemig, que opera <strong>de</strong>s<strong>de</strong>1999 em 51 postos anemométricos equipados com anemômetros<strong>de</strong> copo e sensores <strong>de</strong> direção, como os mostradosna Figura 3.2. A maioria <strong>de</strong>sses sensores foram instaladosem estruturas não específicas para esse fim, comopostes “duplo T” ou torres <strong>de</strong> telecomunicações, a maioriacom alturas variando entre 10 m e 30 m.Os dados brutos registrados por aquela re<strong>de</strong> foram filtradose auditados, utilizando-se rotinas e algoritmos <strong>de</strong>verificação, recebendo eventuais correções e posteriormenteconsolidados. Foram ainda realizadas análises darepresentativida<strong>de</strong> climatológica dos valores resultantes efeitos eventuais ajustes <strong>de</strong> longo prazo, <strong>de</strong> modo a consi<strong>de</strong>rara sua significância em relação à escala <strong>de</strong> vida útil <strong>de</strong>uma usina eólica, no caso, consi<strong>de</strong>rada como <strong>de</strong> 20 anos.A fonte <strong>de</strong> referência externa utilizada para os ajustes <strong>de</strong>longo prazo foram os dados das reanálises (ver item 3.1)do NCAR/NCEP [49] . Finalmente, a validação para posteriorinserção no mo<strong>de</strong>lo atmosférico consi<strong>de</strong>rou e pon<strong>de</strong>rouvários critérios, tais como: disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informaçõessobre as condições e locais <strong>de</strong> instalação dos equipamentos;consistência, coerência e continuida<strong>de</strong> dosdados; altura em relação ao solo; correlação com fontes<strong>de</strong> dados <strong>de</strong> longo prazo <strong>de</strong> referência; e velocida<strong>de</strong> médiado vento. Deste modo, resultou que as estações commaior nível <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> nas medições tiveram maiorpeso nos ajustes do mo<strong>de</strong>lo atmosférico.O Projeto “Levantamento <strong>de</strong>Sítios Eólicos em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>”Nos ajustes do mo<strong>de</strong>lo atmosférico efetuados duranteo mapeamento apresentado neste <strong>Atlas</strong>, foram tambémconsi<strong>de</strong>radas as medições anemométricas realizadas nos38


sítios eólicos <strong>de</strong>nominados Francisco Sá 1 e 2, realizadaspela Cemig entre 1997 e 1999, como parte do projeto “Levantamento<strong>de</strong> Sítios Eólicos em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>”. Estas mediçõesutilizaram anemômetros a 12 m e a 30 m <strong>de</strong> altura esensor <strong>de</strong> direção a 30 m <strong>de</strong> altura, controlados por sistema<strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> dados — data-logger. A Figura 3.3 ilustra atorre anemométrica do sítio eólico Francisco Sá 1. As medições<strong>de</strong> Francisco Sá apresentam a vantagem <strong>de</strong> situarem-seem locais com velocida<strong>de</strong>s médias anuais mais altas,sendo portanto mais representativas para a utilizaçãono mapeamento.O Mapa 3.2 apresenta a localização dos 51 postos anemométricosdo STH no Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, comotambém das torres Francisco Sá 1 e 2. A relação dos postosé apresentada na Tabela 3.1.Equipamento utilizado para mediçõesanemométricas pelo STH da Cemig.Figura 3.2Catálogo Vaisala3.3Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>TerrenoOs regimes <strong>de</strong> vento são fortemente influenciados pelatopografia e rugosida<strong>de</strong> do terreno. Por esta razão, osresultados das simulações <strong>de</strong> camada-limite são diretamenteafetados pela qualida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los digitais empregados:estes <strong>de</strong>vem ser aferidos por amostragens <strong>de</strong>validação e comparações com mo<strong>de</strong>los já existentes, etambém <strong>de</strong>vem ser georreferenciados, <strong>de</strong> modo a possibilitaro sincronismo das variáveis <strong>de</strong> terreno e atmosféricas.Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Rugosida<strong>de</strong>O mo<strong>de</strong>lo digital <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>foi elaborado a partir da interpretação do mosaico <strong>de</strong> imagensLandsat 7 (em resolução <strong>de</strong> 14,25 m x 14,25 m), além <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> uso do solo e outras fontes <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélite emalta resolução [6] .Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> RelevoNa missão do ônibus espacial En<strong>de</strong>avour (missão conjuntaNasa-ESA, ano 2000) foi realizado um mapeamentotopográfico em alta resolução <strong>de</strong> quase toda a superfícieterrestre, utilizando-se interferometria <strong>de</strong> dois radares <strong>de</strong>pequena abertura, instalados em extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma treliça<strong>de</strong> 60 m <strong>de</strong> extensão, levada naquela missão [50] . A partirdo ano <strong>de</strong> 2003, após o processamento <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong>volume <strong>de</strong> dados, os resultados <strong>de</strong>ste mapeamento passarama ser disponibilizados para as comunida<strong>de</strong>s científicae técnica, passando por sucessivos aperfeiçoamentos,correções e validações. Conhecido simplesmente comomo<strong>de</strong>lo Shuttle Radar Topography Mission – SRTM, a versãoutilizada para mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relevo do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>,no presente <strong>Atlas</strong>, é a versão 4.0, lançada em agosto <strong>de</strong> 2008.Tal versão foi amostrada na resolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m, <strong>de</strong>modo a permitir um nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento e representativida<strong>de</strong>dos resultados 25 vezes superior ao apresentado no<strong>Atlas</strong> do Potencial Brasileiro <strong>de</strong> 2001 [45] , o qual foi elaboradocom base no mo<strong>de</strong>lo topográfico existente naépoca (GTOPO 30’, com resolução <strong>de</strong> 1000 m x 1000 m) [6] .Figura 3.3Torre anemométrica <strong>de</strong> Francisco Sá 1.Camargo-Schubert, 2004.Nas páginas a seguir são apresentados os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>terreno do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> utilizados nos cálculos<strong>de</strong>ste <strong>Atlas</strong>, bem como a imagem LandSat 7 utilizada paraa elaboração do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong>. Os mapas estãosobrepostos ao relevo sombreado, para complementar avisualização.39


Mapa 3.3l e g e n d aMODELO DE RUGOSIDADEElaborado em resolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m, a partir do mosaico <strong>de</strong>imagens Landsat 7 (em resolução <strong>de</strong> 14,25 m x 14,25 m) [6] ,<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> uso do solo e <strong>de</strong> outras fontes <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satéliteem alta resolução.rugosida<strong>de</strong> (m)40


Mapa 3.4l e g e n d aMOSAICO DE IMAGENS DO SATÉLITELANDSAT 7 (circa 2000) [6]Canais ETM+ 2, 4 e 7. Resolução horizontal <strong>de</strong> 14,25 m x 14,25 m.41


Mapa 3.5l e g e n d aMODELO DIGITAL DE RELEVOElaborado a partir da base topográfica SRTMversão 4.0 [27] , Nasa/United States Geological Survey - USGSaltitu<strong>de</strong> (m)42


4.1 Rosa-dos-Ventos Anual, Frequências x Direção4.2 Rosa-dos-Ventos Anual, Velocida<strong>de</strong>s Normalizadas x Direção4.3 Potencial Eólico Sazonal a 50 m <strong>de</strong> Altura4.4 Potencial Eólico Anual a 50 m <strong>de</strong> Altura4.5 Potencial Eólico Sazonal a 75 m <strong>de</strong> Altura4.6 Potencial Eólico Anual a 75 m <strong>de</strong> Altura4.7 Potencial Eólico Sazonal a 100 m <strong>de</strong> Altura4.8 Potencial Eólico Anual a 100 m <strong>de</strong> Altura4.9 Densida<strong>de</strong> Média Anual do Ar4Mapas4.10 Fator <strong>de</strong> Forma <strong>de</strong> Weibull AnualEólicos <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>Cemigregião da serra do Espinhaço, prÓxima à divisa entre os municípios <strong>de</strong> Rio Pardo <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> e Santo Antônio do Retiro


Mapa 4.1l e g e n d aMapa <strong>de</strong> rosa-dos-ventos sobrepostoao relevo sombreado para ilustrar asinfluências orográficas.FREQUÊNCIAS X DIREÇÃOROSA-DOS-VENTOS ANUALFREQUÊNCIAS X DIREÇÃOMo<strong>de</strong>lo atmosférico resultante do MesoMap(True Wind Solutions, LCC), calculado por mo<strong>de</strong>lamento <strong>de</strong>mesoescala a partir <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> reanálise(NCAR) representativos para um período <strong>de</strong> 15 anos.altitu<strong>de</strong> (m)44


Mapa 4.2l e g e n d aMapa <strong>de</strong> rosa-dos-ventos sobrepostoao relevo sombreado para ilustrar asinfluências orográficas.VELOCIDADES NORMALIZADASX DIREÇÃOROSA-DOS-VENTOS ANUALVELOCIDADES NORMALIZADAS X DIREÇÃOMo<strong>de</strong>lo atmosférico resultante do MesoMap(True Wind Solutions, LCC), calculado por mo<strong>de</strong>lamento <strong>de</strong>mesoescala a partir <strong>de</strong> amostragem <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> reanálise(NCAR) representativos para um período <strong>de</strong> 15 anos.Velocida<strong>de</strong>s normalizadas em relação às médias anuais locais.altitu<strong>de</strong> (m)45


VERÃO<strong>de</strong>zembro a fevereiroOUTONOPOTENCIAL EÓLICO SAZONAL A 50 m DE ALTURAINVERNOjunho a agostoMapa 4.3março a maioPRIMAVERAsetembro a novembro46


mapa 4.4l e g e n d aBASe CARTOgRáFiCA: Cemig, ANeeL,iBge, DeR-mg, ieF e iBAmA.Potência instalável:10.570 MW*geração anual estimada:25.781 GWh**PARA áReAS COm VeNTOS igUAiSOU SUPeRiOReS A 7,0 m/s, NAALTURA De 50 m, e CONSiDeRANDO-Se TODAS AS DemAiS PRemiSSASDeSCRiTAS NO iTem 5.2.POTENCIAL EÓLICO ANUALA 50 m DE ALTURACalculado a partir do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mesoescala MesoMap (TrueWindSolutions, LCC) em resolução <strong>de</strong> 3,6 km x 3,6 km e interpolado para aresolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m por simulação <strong>de</strong> camada-limite atmosféricaWindMap, utilizando complementarmente dados <strong>de</strong> mediçõesanemométricas da Cemig (1999-2008).velocida<strong>de</strong> do vento (m/s)47


VERÃO<strong>de</strong>zembro a fevereiroOUTONOPOTENCIAL EÓLICO SAZONAL A 75 m DE ALTURAINVERNOjunho a agostoMapa 4.5março a maioPRIMAVERAsetembro a novembro48


mapa 4.6l e g e n d aBASe CARTOgRáFiCA: Cemig, ANeeL,iBge, DeR-mg, ieF e iBAmA.Potência instalável:24.742 MW*geração anual estimada:57.812 GWh**PARA áReAS COm VeNTOS igUAiSOU SUPeRiOReS A 7,0 m/s, NAALTURA De 75 m, e CONSiDeRANDO-Se TODAS AS DemAiS PRemiSSASDeSCRiTAS NO iTem 5.2.POTENCIAL EÓLICO ANUALA 75 m DE ALTURACalculado a partir do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mesoescala MesoMap (TrueWindSolutions, LCC) em resolução <strong>de</strong> 3,6 km x 3,6 km e interpolado para aresolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m por simulação <strong>de</strong> camada-limite atmosféricaWindMap, utilizando complementarmente dados <strong>de</strong> mediçõesanemométricas da Cemig (1999-2008).velocida<strong>de</strong> do vento (m/s)49


VERÃO<strong>de</strong>zembro a fevereiroOUTONOPOTENCIAL EÓLICO SAZONAL A 100 m DE ALTURAINVERNOjunho a agostoMapa 4.7março a maioPRIMAVERAsetembro a novembro50


mapa 4.8l e g e n d aBASe CARTOgRáFiCA: Cemig, ANeeL,iBge, DeR-mg, ieF e iBAmA.Potência instalável:39.043 MW*geração anual estimada:92.076 GWh**PARA áReAS COm VeNTOS igUAiSOU SUPeRiOReS A 7,0 m/s, NA ALTURADe 100 m, e CONSiDeRANDO-SeTODAS AS DemAiS PRemiSSASDeSCRiTAS NO iTem 5.2.POTENCIAL EÓLICO ANUALA 100 m DE ALTURACalculado a partir do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mesoescala MesoMap (TrueWindSolutions, LCC) em resolução <strong>de</strong> 3,6 km x 3,6 km e interpolado para aresolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m por simulação <strong>de</strong> camada-limite atmosféricaWindMap, utilizando complementarmente dados <strong>de</strong> mediçõesanemométricas da Cemig (1999-2008).velocida<strong>de</strong> do vento (m/s)51


Mapa 4.9l e g e n d aDENSIDADE MÉDIA ANUAL DO ARCalculada sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relevo, consi<strong>de</strong>rando-se um perfil vertical<strong>de</strong> temperatura segundo as equações da Atmosfera Padrão Internacional– ISA [18] e medições meteorológicas da Cemig nos períodos <strong>de</strong>1999 a 2002 e 2005 a 2008.<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média anual do ar (kg/m 3 )52


Mapa 4.10l e g e n d aFATOR DE FORMA DE WEIBULL ANUALCalculado a 75 m <strong>de</strong> altura, pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> mesoescala MesoMap(TrueWind Solutions, LCC).Distribuição Estatística <strong>de</strong> Weibull, frequência <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> umavelocida<strong>de</strong> u, ou seja, (u) expressa poron<strong>de</strong> C (m/s) é o parâmetro <strong>de</strong> escala, e k, o parâmetro <strong>de</strong> forma.fator <strong>de</strong> forma (k)53


5.1 Regime <strong>de</strong> Ventos5.2 O Potencial Eólico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>5.3 Áreas Mais Promissoras5Análisese DiagnósticosCemigRegião Próxima à divisa entre os municípios <strong>de</strong> Espinosa e Gameleiras


5Análises e DiagnósticosFigura 5.1região da serra do Espinhaço, prÓxima à divisa entre os municípios <strong>de</strong> Rio Pardo <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> e Santo Antônio do RetiroCemig55


5Análises e Diagnósticos5.1Regime <strong>de</strong>VentosFigura 5.2Po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que os regimes <strong>de</strong> vento <strong>de</strong>corremda sobreposição <strong>de</strong> mecanismos atmosféricos sinóticos(globais) e <strong>de</strong> mesoescala (regionais) [29] . Quanto aos regimessinóticos, o Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> encontra-senuma zona <strong>de</strong> influência do centro <strong>de</strong> alta pressão AnticicloneSubtropical do Atlântico, resultando em acentuadaocorrência <strong>de</strong> ventos <strong>de</strong> quadrante leste e nor<strong>de</strong>ste, comorefletido no Mapa <strong>de</strong> Rosas dos Ventos (Capítulo 4). Sobrepostasa esse mecanismo agem as perturbações causadaspelo sistema <strong>de</strong> baixa pressão do Chaco, além dasintermitentes incursões <strong>de</strong> massas polares, chamadas <strong>de</strong>frentes frias, resultando em uma marcante sazonalida<strong>de</strong>.A Figura 5.2 ilustra os principais mecanismos globais queinterferem na circulação atmosférica sobre o Estado.linhas <strong>de</strong> regimes diurnos médios sugerem que, à medidaque aumentam as influências da mesoescala, bem comoas velocida<strong>de</strong>s médias anuais, os regimes ten<strong>de</strong>m a apresentarvelocida<strong>de</strong>s maiores durante a noite. Esta tendênciase repete nas medições mais recentes (1997-2009),realizadas com anemômetros pelo Sistema <strong>de</strong> TelemetriaMeteorológica (STH) da Cemig, e que foram consi<strong>de</strong>radasno processo <strong>de</strong> mapeamento apresentado neste <strong>Atlas</strong>. Arepresentação gráfica do regime sazonal e diurno <strong>de</strong> algumas<strong>de</strong>ssas medições po<strong>de</strong> ser encontrada na Figura 5.3.As torres Francisco Sá 2 e Subestação Barreiro, ambas localizadasem terrenos sujeitos a influências orográficas eregistrando velocida<strong>de</strong>s médias anuais superiores a 5,0 m/s,apresentaram predominância <strong>de</strong> ventos noturnos.Mecanismos sinóticosdominantes noregime <strong>de</strong> ventosbrasileiro e mineiro.Com os fenômenos sinóticos, interagem os mecanismos<strong>de</strong> mesoescala, que, no caso do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>,são principalmente caracterizados por brisas montanhavale,jatos noturnos, acelerações orográficas, ocasionaiscanalizações do escoamento entre passos <strong>de</strong> montanhase ventos catabáticos, resultando em uma complexa interaçãoentre o <strong>de</strong>slocamento atmosférico e o relevo montanhosotão típico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Os mapas <strong>de</strong> potencialeólico anual indicam que as regiões com melhores ventosencontram-se ao longo das serras do Espinhaço e doCipó, localizadas na região central, a norte <strong>de</strong> Belo Horizonte.Observa-se que nessas regiões os ventos mais intensosnão se concentram apenas nas cristas e elevações,on<strong>de</strong> o efeito <strong>de</strong> compressão do escoamento atmosféricoé mais acentuado, mas também ao longo das <strong>de</strong>pressõese chapadas do rio São Francisco, situadas a oeste <strong>de</strong>ssasáreas montanhosas.Sazonalmente, na maior parte do território mineiro predominamventos mais intensos no inverno e na primavera.Essa tendência po<strong>de</strong> ser verificada tanto nos gráficos daFigura 5.3 quanto nos mapas <strong>de</strong> potenciais eólicos sazonais,apresentados no Capítulo 4.As medições realizadas pela Cemig ao longo das últimasdécadas, por todo o território mineiro, mostram queo regime <strong>de</strong> ventos predominante é aquele em que a velocida<strong>de</strong>média durante o dia é superior à média noturna.Entretanto, algumas medições realizadas em locais <strong>de</strong>chapada, e em locais on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong> média é <strong>de</strong> or<strong>de</strong>mmais relevante para o interesse <strong>de</strong> aproveitamentoseólicos, <strong>de</strong>monstraram um regime predominante inverso.O Gráfico 5.1 contempla os regimes diurnos médiosregistrados pelos antigos postos <strong>de</strong> medição da Cemigcom anemógrafos (1968-1983). A localização dos postos<strong>de</strong> medição listados no gráfico po<strong>de</strong> ser visualizada noMapa 3.2, já apresentado no Capítulo 3. As nuvens <strong>de</strong>56


Gráfico 5.1VARIAÇÃO DA VELOCIDADE MÉDIA DO VENTOCOM A HORA DO DIAVELOCIDADE DO VENTO (m/s)l e g e n d aFONTE: Cemig - “Estudos sobre Aproveitamento <strong>de</strong> Energias Solar eEólica em <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>” [51] . Dados coletados entre 1968 e 1983 em postosanemométricos com instrumentos situados entre 10 e 12 m <strong>de</strong> altura.HORA DO DIA57


5Análises e Diagnósticos1 se JanuáRia2 se buRitiZeiRo32003-200925 m <strong>de</strong> altura1999-200925 m <strong>de</strong> alturatRÊs maRias1998-2002/2005-200928 m <strong>de</strong> altura4 Patos <strong>de</strong> minas52003-20099 m <strong>de</strong> alturacuRvelo1999-200228 m <strong>de</strong> altura66 se ubeRaba72003-200978 m <strong>de</strong> alturase alPinóPolis2005-200915 m <strong>de</strong> alturaFigura 5.3REGIMES DIURNOS E SAZONAISmédias horárias mensais das velocida<strong>de</strong>s do vento durante osperíodos <strong>de</strong> medições efetuadas pelo sistema <strong>de</strong> TelemetriaHidrometeorológica (sTH) da Cemig (1998 em diante), e tambémpor torres anemométricas instaladas como parte do projeto“levantamento <strong>de</strong> sítios eólicos em minas gerais”.58


8 FRancisco sá 291994-199930 m <strong>de</strong> alturamontes claRos2007-200910 m <strong>de</strong> altura198210435121110 igicatu112005-20099 m <strong>de</strong> alturateóFilo otoni2005-200910 m <strong>de</strong> altura13712se goveRnadoRvaladaRes2003-200928 m <strong>de</strong> altura13se baRReiRo2003-200930 m <strong>de</strong> alturavelocida<strong>de</strong> do ventovelocida<strong>de</strong>s médias horárias mensais na altura <strong>de</strong> medição.59


5Análises e Diagnósticos5.2O Potencial Eólico<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>O potencial eólico do Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> foi calculadoa partir da integração dos mapas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s médiasanuais, fazendo-se uso <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> geoprocessamentoe cálculos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e produção <strong>de</strong> energia<strong>de</strong> usinas eólicas no estado-da-arte mundial.Nesse processo, foram adotadas as seguintes consi<strong>de</strong>rações:1ª) Para as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vento calculadas nas trêsalturas — 50 m, 75 m e 100 m — utilizaram-se curvas médias<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> turbinas eólicas comerciais dasclasses 500 kW, 1,5 MW e 3,0 MW, com diâmetros <strong>de</strong> rotor<strong>de</strong> 40 m, 80 m e 100 m, e torres <strong>de</strong> 50 m, 75 m e 100 m <strong>de</strong>altura, respectivamente. Na Figura 5.4 são apresentas ascurvas <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>ssas turbinas.2ª) Foi consi<strong>de</strong>rada uma taxa <strong>de</strong> ocupação média <strong>de</strong>terreno <strong>de</strong> 1,5 MW/km 2 , o que representa cerca <strong>de</strong> 15% dorealizável por usinas eólicas comerciais em terrenos planos,sem restrições <strong>de</strong> uso do solo (e.g., topografia <strong>de</strong>sfavorável,áreas habitadas, difícil acesso, áreas alagáveis,restrições ambientais) e sem obstáculos [45], [52] a [56] .3ª) Para todo o território <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, nos respectivosmapas com resolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m, foram integradasas áreas com velocida<strong>de</strong>s médias anuais a partir<strong>de</strong> 6,0 m/s, em faixas <strong>de</strong> 0,5 m/s. A integração e o cálculodo potencial <strong>de</strong> geração foram realizados consi<strong>de</strong>rando-seusinas eólicas implantadas em terra (onshore), sendo <strong>de</strong>scartadasas áreas abrangidas pelos principais rios, lagoas,e represas. Foram também <strong>de</strong>scartadas todas as áreaspertencentes a Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Proteção In-Figura 5.4Curvas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho das turbinasutilizadas no cálculo:potência e geração anual.POTÊNCIA ELÉTRICA (kW)VELOCIDADE DO VENTO NA ALTURA DO EIXO DO ROTOR (m/s)60


tegral [19] , tendo em vista a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implantação<strong>de</strong> parques eólicos nessas áreas.4ª) Os fatores <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> foram corrigidos para efeito da<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> local do ar, a partir do Mapa <strong>de</strong> Densida<strong>de</strong> do Ar.5ª) Na integração das curvas <strong>de</strong> potência das turbinas,foram calculadas as distribuições <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventolocais, consi<strong>de</strong>rando-se os Fatores <strong>de</strong> Forma <strong>de</strong> Weibull (k)apresentados no mapa correspon<strong>de</strong>nte.6ª) No cálculo <strong>de</strong> geração e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> usina, foiconsi<strong>de</strong>rado um fator <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 98%, um fator<strong>de</strong> eficiência (interferência aerodinâmica entre rotores) <strong>de</strong>97% e um fator <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> 2%.A Tabela 5.1 apresenta o resultado da integração dos mapase o potencial eólico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>. Deve ser observadoque os fatores <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e o potencial <strong>de</strong> geraçãonão apresentarão variações significativas ao se utilizar curvas<strong>de</strong> potência <strong>de</strong> turbinas eólicas <strong>de</strong> dimensões próximasdaquelas consi<strong>de</strong>radas, por exemplo, no emprego <strong>de</strong> turbinas<strong>de</strong> 1,2 MW a 1,8 MW em lugar <strong>de</strong> 1,5 MW.Os limiares mínimos <strong>de</strong> atrativida<strong>de</strong> para investimentosem geração eólica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos contextos econômicose institucionais <strong>de</strong> cada país, variando, em termos<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s médias anuais, entre 5,5 m/s e 7,0m/s. Tecnicamente, médias anuais a partir <strong>de</strong> 6,0 m/sjá constituem condições favoráveis para a operação <strong>de</strong>usinas eólicas.Os resultados da integração cumulativa indicam um potencialestimado <strong>de</strong> 10,6 GW, 24,7 GW e 39,0 GW, para áreascom ventos iguais ou superiores a 7,0 m/s, nas alturas<strong>de</strong> 50 m, 75 m e 100 m, respectivamente.O fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> médio estimado para as áreascom velocida<strong>de</strong>s médias anuais na faixa <strong>de</strong> 7,0 a 7,5 m/sé <strong>de</strong> 0,25 na altura <strong>de</strong> 75 m.Como referência comparativa, o Sistema Elétrico Brasileiropossuía uma capacida<strong>de</strong> total instalada <strong>de</strong> 102,6GW até o final <strong>de</strong> 2008 [9] , sendo que o total <strong>de</strong> recursos hidráulicos(energia firme) no Brasil (potencial inventariadomais estimado e aproveitado) é <strong>de</strong> 138,4 GW [10] . O Estado<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong> possui uma capacida<strong>de</strong> instalada* <strong>de</strong>12,6 GW (Capítulo 1) e um total <strong>de</strong> recursos hidráulicos<strong>de</strong> 24,7 GW [10] ; já o consumo <strong>de</strong> energia elétrica nacionalfoi <strong>de</strong> 412,1 GWh em 2007 [10] , enquanto que, no mesmoano, o consumo no Estado foi <strong>de</strong> 70,2 TWh.Observa-se, assim, que, no âmbito Estadual, opotencial eólico (10,6 GW, 24,7 GW e 39,0 GW) temmesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za que a capacida<strong>de</strong> atualmenteinstalada e que o total <strong>de</strong> recursos hidráulicosdisponíveis. De maneira semelhante, a estimativa <strong>de</strong>geração eólica anual (25,8 TWh, 57,8 TWh e 92,1 TWhnas alturas <strong>de</strong> 50 m, 75 m e 100 m, para velocida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> vento acima <strong>de</strong> 7,0 m/s) tem magnitu<strong>de</strong> comparávelà do consumo anual observado no Estado durante osúltimos anos.*As usinas em divisas com um outro estado foram consi<strong>de</strong>radas com meta<strong>de</strong> da potência. As usinas em divisas com dois outros estados foram consi<strong>de</strong>radas com um terço da potência.Tabela 5.1POTENCIAL DE GERAÇÃO EÓLICAINTEGRAÇÃO POR FAIXAS DE VELOCIDADEINTEGRAÇÃO CUMULATIVAALTURA[m]VENTO[m/s]ÁREA[km 2 ]POTÊNCIAINSTALÁVEL[MW]FATOR DECAPACIDADEENERGIAANUAL[GWh]VENTO[m/s]ÁREA [km 2 ]POTÊNCIAINSTALÁVEL[MW]ENERGIAANUAL[GWh]PRODUÇÃO ANUAL DE ENERGIA [MWh/ano]Densida<strong>de</strong> do ar, ρ: 1,190 kg/m 3 (Nível do Mar, 23,5 0 C) Fator <strong>de</strong> Forma <strong>de</strong> Weibull, k: 2,2510075506,0 - 6,5 58.096 87.144 0,172 131.4616,5 - 7,0 37.386 56.080 0,210 102.8237,0 - 7,5 15.384 23.076 0,246 49.7897,5 - 8,0 6.887 10.331 0,284 25.6738,0 - 8,5 2.403 3.604 0,318 10.040≥ 8,5 1.355 2.032 0,369 6.5756,0 - 6,5 50.647 75.971 0,172 114.8766,5 - 7,0 26.543 39.814 0,209 72.6307,0 - 7,5 10.329 15.493 0,247 33.4617,5 - 8,0 4.110 6.165 0,282 15.2508,0 - 8,5 1.255 1.883 0,318 5.242≥ 8,5 801 1.201 0,367 3.5896,0 - 6,5 35.344 53.016 0,186 86.2956,5 - 7,0 12.837 19.256 0,223 37.722≥ 6,0 121.511 182.266 326.360≥ 6,5 63.415 95.123 194.899≥ 7,0 26.029 39.043 92.076≥ 7,5 10.645 15.967 42.287≥ 8,0 3.757 5.636 16.615≥ 8,5 1.355 2.032 6.575≥ 6,0 93.685 140.528 245.317≥ 6,5 43.038 64.557 130.441≥ 7,0 16.495 24.742 57.812≥ 7,5 6.166 9.249 24.351≥ 8,0 2.056 3.084 9.101≥ 8,5 801 1.201 3.859≥ 6,0 55.228 82.841 149.798≥ 6,5 19.884 29.825 63.503VELOCIDADE DO VENTO NA ALTURA DO EIXO DO ROTOR (m/s)7,0 - 7,5 4.812 7.218 0,261 16.5017,5 - 8,0 1.411 2.117 0,298 5.522≥ 7,0 7.046 10.570 25.781≥ 7,5 2.235 3.352 9.2808,0 - 8,5 544 816 0,333 2.378≥ 8,0 823 1.235 3.757≥ 8,5 279 419 0,376 1.379≥ 8,5 279 419 1.37961


5Análises e Diagnósticos5.3áreas maisPromissorasCom base no mapeamento do potencial eólico <strong>de</strong> <strong>Minas</strong><strong>Gerais</strong>, apresenta-se a seguir algumas áreas selecionadascomo mais promissoras para empreendimentos eolioelétricosno Estado. A região da serra do Espinhaço, <strong>de</strong>vido àsua gran<strong>de</strong> extensão, foi subdividida em fragmentos menores,que serão analisados a seguir um a um. A visualização<strong>de</strong> todas as áreas selecionadas po<strong>de</strong> ser feita a partirda Figura 5.5.É apresentada também uma <strong>de</strong>scrição sucinta <strong>de</strong>ssasregiões, em termos das velocida<strong>de</strong>s médias anuais e dosprincipais centros <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia.montesclaros21Janaúba egrão mogol4triângulomineiro3curvelo,diamantina esete lagoasvelocida<strong>de</strong> do vento (m/s) a 75 m <strong>de</strong> alturaFigura 5.562


Figura 5.6Município <strong>de</strong> Francisco SáCemig63


5Análises e DiagnósticosÁrea 1estado <strong>de</strong> minas geraisrugosida<strong>de</strong> (m)mapa 5.1l e g e n d aFigura 5.7Janaúba e gRão mogolbAse CArTOgrÁFiCA: Cemig, ANeel,<strong>de</strong>r-mg, ieF, ibge e ibAmA.velocida<strong>de</strong> média anual do vento (m/s)a 75 m <strong>de</strong> alturaáRea 1: Janaúba e gRão mogolConsiste em extensa região ao norte<strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, abrangendo parteda serra do Espinhaço e do vale do rioVer<strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>, nas microrregiões <strong>de</strong> Janaúbae Grão Mogol. As melhores áreasestão nos municípios <strong>de</strong> Espinosa,Gameleiras, Monte Azul, Mato Ver<strong>de</strong>,Porteirinha, Serranópolis <strong>de</strong> <strong>Minas</strong>, Riachodos Machados e Francisco Sá. Osmaiores potenciais ocorrem não apenasnas maiores elevações, mas principalmentenas <strong>de</strong>pressões a oeste da serra,sendo essas áreas mais apropriadaspara aproveitamentos eólicos por seremrelativamente menos montanhosas, além<strong>de</strong> não possuírem restrições ambientais,como é o caso do Parque Estadualda Serra Nova. As velocida<strong>de</strong>s médiasanuais do vento superam facilmente os7,5 m/s a 75 m <strong>de</strong> altura, conferindo,assim, um gran<strong>de</strong> potencial (da or<strong>de</strong>m<strong>de</strong> vários gigawatts) para a região.Os principais acessos dão-se pelas rodoviasMG-401, MG-120, BR-122 e BR-251, <strong>de</strong>stacando-se também a FerroviaCentro-Atlântica (FCA). As principaislinhas <strong>de</strong> transmissão são: MontesClaros 2 — Janaúba (138 kV); Janaúba— Salinas (138 kV); Porteirinha — MonteAzul (69 kV); e Montes Claros 2 — Irapé(345 kV). Os maiores centros consumidoresda Área 1 estão nos municípios <strong>de</strong> Janaúba,Jaíba e Espinosa, com 65 mil, 30 mile 31 mil habitantes, respectivamente. Estesmunicípios tiveram um consumo faturadopela Cemig, em 2008, <strong>de</strong> 68 GWh, 77 GWhe 17,2 GWh, respectivamente. Nas proximida<strong>de</strong>sda Área 1 localiza-se também ocentro consumidor <strong>de</strong> Montes Claros, umdos principais do Estado.64


Área 2estado <strong>de</strong> minas geraisrugosida<strong>de</strong> (m)mapa 5.2l e g e n d aFigura 5.8bAse CArTOgrÁFiCA: Cemig, ANeel,<strong>de</strong>r-mg, ieF, ibge e ibAmA.montes claRosvelocida<strong>de</strong> média anual do vento (m/s)a 75 m <strong>de</strong> alturaáRea 2: montes claRosNesta região, o relevo é relativamentemais suave, <strong>de</strong>stacando-se a porção <strong>de</strong>chapada do rio São Francisco, nos municípios<strong>de</strong> Coração <strong>de</strong> Jesus, São Joãoda Lagoa e Brasília <strong>de</strong> <strong>Minas</strong>, on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong>média anual do vento, a 75 m<strong>de</strong> altura, varia entre 7,0 e 8,0 m/s. Compotencial para comportar a instalação <strong>de</strong>vários gigawatts, esta faixa é cortada pelasrodovias MG-145, MG-402, MG-202,BR-251 e BR-365 e pelas linhas <strong>de</strong> transmissãoMontes Claros 2 — Mirabela (138 kV),Pirapora 1 — Montes Claros 1 (138 kV) eMirabela — Brasília <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> (69 kV), entreoutras. O município <strong>de</strong> Montes Claros,com 352 mil habitantes, é o maior centroconsumidor da área (381 GWh em 2008),<strong>de</strong>stacando-se também o município <strong>de</strong>Januária, ao norte, com 65 mil habitantese consumo <strong>de</strong> 35 GWh em 2008.65


5Análises e DiagnósticosÁrea 3estado <strong>de</strong> minas geraismapa 5.3l e g e n d aFigura 5.9rugosida<strong>de</strong> (m)66cuRvelo, diamantina e sete lagoasbAse CArTOgrÁFiCA: Cemig, ANeel,<strong>de</strong>r-mg, ieF, ibge e ibAmA.velocida<strong>de</strong> média anual do vento (m/s)a 75 m <strong>de</strong> alturaáRea 3: cuRvelo, diamantina e sete lagoasDentro <strong>de</strong>sta área, os locais mais promissorespara aproveitamentos eólicossituam-se nas proximida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> algumasUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação (APA MunicipalSerra Talhada, APA Municipal Barão eCapivara, Parque Fe<strong>de</strong>ral Sempre Vivas,APA Serra do Cabral), nas elevações etambém nas <strong>de</strong>pressões a oeste da serrado Cipó. Apesar <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> umaárea menor, comporta ainda assim a instalação<strong>de</strong> alguns gigawatts em aproveitamentoseólicos, estando nela situada ausina <strong>de</strong> Morro do Camelinho (ver <strong>de</strong>scriçãono Capítulo 2). Os principais centrosconsumidores compreen<strong>de</strong>m os municípios<strong>de</strong> Diamantina (44 mil habitantes, 39 GWh) eCurvelo (72 mil habitantes, 78 GWh), sendoque as respectivas se<strong>de</strong>s municipaisencontram-se fora dos limites do mapaao lado. A região é atravessada por linhas<strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> 138 kV e 34,5 kV e pelasrodovias BR-259, BR-367 e MG-220.


Área 4estado <strong>de</strong> minas geraisáRea 4: tRiÂngulo mineiRoApesar <strong>de</strong> apresentar ventos comvelocida<strong>de</strong>s médias anuais inferioresàs primeiras áreas citadas, a região doTriângulo Mineiro possui outras vantagensque po<strong>de</strong>rão eventualmente viabilizara implantação <strong>de</strong> aproveitamentoseólicos. O relevo é relativamente poucomontanhoso, se comparado às formaçõestípicas mineiras, o que po<strong>de</strong> facilitara montagem <strong>de</strong> turbinas e os custos<strong>de</strong> acesso. Região <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong>gran<strong>de</strong>s usinas hidrelétricas <strong>de</strong>vido àconfluência <strong>de</strong> rios, possui uma infraestruturaprivilegiada, constituindo tambémum importante e rico centro consumidordo Estado, com um PIB per capita superiora R$16.000,00 [60] , bastante acimada média estadual. Tem como principaismunicípios Uberlândia (608 mil habitantes,919 GWh) e Uberaba (288 mil habitantes,472 GWh). A região é extensa ecomporta a instalação <strong>de</strong> vários gigawattsem locais com velocida<strong>de</strong>s médias superioresa 7,0 m/s, a 100 m <strong>de</strong> altura.mapa 5.4tRiÂngulo mineiRol e g e n d aFigura 5.10velocida<strong>de</strong> média anual do vento (m/s)a 100 m <strong>de</strong> alturarugosida<strong>de</strong> (m)bAse CArTOgrÁFiCA: Cemig, ANeel, <strong>de</strong>r-mg, ieF, ibge e ibAmA.67


5Análises e DiagnósticosAlém das áreas supracitadas existem outras, no interiordo Estado, <strong>de</strong> extensões menores e que, em princípio,<strong>de</strong>stinam-se a empreendimentos eólicos isoladose <strong>de</strong> pequeno porte. Tais empreendimentos não apresentariam,portanto, a vantagem <strong>de</strong> diluição dos custos<strong>de</strong> acesso e <strong>de</strong> interligação ao Sistema Elétrico. Nestecontexto, enquadram-se algumas áreas nos municípios<strong>de</strong> Taiobeiras, Salinas, Araçuaí, Rubim, Santa Maria doSalto, Almenara, e Joaíma, na região do Jequitinhonha,áreas nos municípios <strong>de</strong> Ervália e Manhuaçu, na região<strong>de</strong> relevo complexo da serra da Mantiqueira e tambémáreas no município <strong>de</strong> Delfinópolis, na região da serrada Canastra.Consi<strong>de</strong>raçõesFinaisAinda que os resultados apresentados sejam bastanterepresentativos das condições médias anuais do vento sobreo Estado, com o mapeamento das áreas mais promissoraspor meio <strong>de</strong> avançadas técnicas <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lamento esimulação numérica, variações significativas em torno damédia po<strong>de</strong>m ocorrer na microescala, uma vez que o ventoé bastante sensível às características locais <strong>de</strong> relevo,rugosida<strong>de</strong> e ocorrência <strong>de</strong> obstáculos.Assim sendo, a análise da viabilida<strong>de</strong> técnica e econômica<strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> usinas eólicas nas áreas indicadas neste<strong>Atlas</strong> como as mais promissoras requer campanhas <strong>de</strong> mediçõesespecíficas para cada local <strong>de</strong> projeto, elaborando-setambém os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> relevo e rugosida<strong>de</strong> em alta resolução.Os estudos aqui <strong>de</strong>senvolvidos e apresentados constatamum potencial bastante promissor <strong>de</strong> geração eólicano Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, chegando a 24,7 GW, a 75 m<strong>de</strong> altura, em locais com ventos iguais ou superiores a 7,0m/s. Este potencial po<strong>de</strong>rá ser explorado gradativamente,nos limites <strong>de</strong> inserção ao Sistema Elétrico Regional. Oaproveitamento da energia dos ventos po<strong>de</strong>rá, <strong>de</strong> modocomplementar, contribuir para o crescimento econômicodo Estado, gerando energia e melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidapara milhares <strong>de</strong> pessoas.Henry Yu68 Figura 5.11 Município <strong>de</strong> Delfinópolis


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A.1 Distribuição <strong>de</strong> WeibullA.2 Lei Logarítmica e Rugosida<strong>de</strong>A.3 Densida<strong>de</strong> do ArA.4 Produção Anual <strong>de</strong> Energia (PAE) e Fator <strong>de</strong> Capacida<strong>de</strong>A.5 Custo <strong>de</strong> GeraçãoA.6 Declinação MagnéticaA ApêndiceCemigMunicípio <strong>de</strong> Janaúba


AApêndiceA.1Distribuição <strong>de</strong>WeibullA Distribuição Estatística <strong>de</strong> Weibull caracteriza-se por dois parâmetros:um <strong>de</strong> escala (C, em m/s) e outro <strong>de</strong> forma (k, adimensional). A frequência<strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> uma velocida<strong>de</strong> u é representada matematicamente por [29]No Gráfico A.1 é apresentada a distribuição <strong>de</strong> Weibull para diferentesfatores <strong>de</strong> forma. No caso do fator <strong>de</strong> forma ser igual a 2, <strong>de</strong>riva-se a Distribuição<strong>de</strong> Rayleigh, caracterizada apenas pelo fator <strong>de</strong> escala (C, em m/s),que representa, neste caso, a velocida<strong>de</strong> média do vento [29]FREQUÊNCIA RELATIVADistribuição <strong>de</strong> Weibullpara diferentes parâmetros<strong>de</strong> forma (k) e parâmetro <strong>de</strong>escala <strong>de</strong> 8,0 m/s.Por ser mais geral, a Distribuição <strong>de</strong> Weibull apresenta melhor a<strong>de</strong>rênciaàs estatísticas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> do vento, uma vez que o fator <strong>de</strong> forma po<strong>de</strong>assumir valores bastante superiores a 2 [52] .A função <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> cumulativa, F(u), associada à probabilida<strong>de</strong>da velocida<strong>de</strong> do vento ser maior que u, expressa-se porVELOCIDADE DO VENTO [m/s]Gráfico A.1Distribuições <strong>de</strong> Weibull e Rayleigh.O valor médio ou valor esperado da velocida<strong>de</strong> do vento é dado poron<strong>de</strong> a Função Gama (Γ) é <strong>de</strong>finida porkkA Tabela A.1 apresenta a Função Gama para diversos valores <strong>de</strong> k.O Fluxo ou Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Potência Eólica é <strong>de</strong>finido como(W/m 2 )que, expressando-se em termos da distribuição <strong>de</strong> Weibull, resulta em1,6 0,8965741,7 0,8922451,8 0,8892871,9 0,8873632,0 0,8862272,1 0,8856942,2 0,8856252,3 0,8859152,4 0,8864822,5 0,8872642,6 0,8882102,7 0,8892832,8 0,8904512,9 0,8916903,0 0,8929803,5 0,8997474,0 0,9064025,0 0,918169on<strong>de</strong> ρ é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ar [38] .(W/m 2 )Tabela A.1Função Gama para diferentes valores <strong>de</strong> k.72


A Tabela A.2 apresenta a correspondência entre o fluxo<strong>de</strong> potência eólica e a velocida<strong>de</strong> média do vento, paradiferentes fatores <strong>de</strong> forma <strong>de</strong> Weibull.A.2Lei Logarítmica eRugosida<strong>de</strong>Em condições neutras <strong>de</strong> estratificação térmica verticalda atmosfera, o perfil <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> vertical do vento nacamada-limite po<strong>de</strong> ser aproximado pela Lei Logarítmicasegundo a relaçãoFluxo <strong>de</strong> PotênciaEólica (W/m²)Velocida<strong>de</strong> do Vento (m/s)Weibull k 1,75 2,00 2,25 2,50 3,00 4,000 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0100 4,2 4,4 4,6 4,7 4,9 5,1150 4,8 5,1 5,2 5,4 5,6 5,9200 5,3 5,6 5,8 5,9 6,2 6,4250 5,7 6,0 6,2 6,4 6,6 6,9300 6,1 6,4 6,6 6,8 7,1 7,4350 6,4 6,7 6,9 7,1 7,4 7,7400 6,7 7,0 7,3 7,5 7,8 8,1450 6,9 7,3 7,5 7,8 8,1 8,4500 7,2 7,5 7,8 8,0 8,4 8,7600 7,6 8,0 8,3 8,5 8,9 9,3700 8,0 8,4 8,7 9,0 9,3 9,8800 8,4 8,8 9,1 9,4 9,8 10,2900 8,7 9,2 9,5 9,8 10,2 10,61.000 9,0 9,5 9,8 10,1 10,5 11,0on<strong>de</strong> u(h) é a velocida<strong>de</strong> do vento na altura h, z oé a rugosida<strong>de</strong>do terreno, é a constante <strong>de</strong> Von Kármán eé a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrito [47] .Escrevendo-se a Lei Logarítmica para representar a velocida<strong>de</strong>do vento em duas alturas h 1e h 2, e dividindo-seuma expressão pela outra, po<strong>de</strong>-se relacionar as velocida<strong>de</strong>sdo vento em duas alturas:Explicitando-se a rugosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta expressão, tem-seNível do Mar, 15ºC (ρ=1,225 kg/m³)Tabela A.2Variação do fluxo <strong>de</strong> potência eólica com avelocida<strong>de</strong> média do vento e o fator <strong>de</strong>forma <strong>de</strong> Weibull.A velocida<strong>de</strong> vertical do vento na camada-limite tambémpo<strong>de</strong> ser expressa em termos da Lei <strong>de</strong> Potência segundoa relaçãoon<strong>de</strong> u(h) é a velocida<strong>de</strong> do vento na altura h e α é o “expoente<strong>de</strong> camada-limite”.Desta relação, po<strong>de</strong>-se explicitar o “expoente <strong>de</strong> camada-limite”em função das velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vento em duasalturas, resultando em73


AApêndiceA.3A.4Densida<strong>de</strong> do ArA potência gerada por uma turbina eólica é função diretada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ar que impulsiona o rotor. As curvas<strong>de</strong> potência fornecidas pelos fabricantes são usualmentedadas para condições padrão da atmosfera (15°C, nível domar, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do ar <strong>de</strong> 1,225 kg/m 3 ). Portanto, o <strong>de</strong>sempenhodas máquinas nas diversas condições <strong>de</strong> operação<strong>de</strong>ve ser corrigido para o efeito da variação da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>com a altitu<strong>de</strong> e a temperatura locais. No Capítulo 4 foiapresentado o mapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> média anual para todoo Estado <strong>de</strong> <strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, consi<strong>de</strong>rando-se um perfil vertical<strong>de</strong> temperatura segundo as equações da AtmosferaPadrão Internacional – ISA [18] , calculado sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>relevo na resolução <strong>de</strong> 200 m x 200 m e ajustado para dados<strong>de</strong> temperatura coletados em estações meteorológicasda Cemig nos períodos <strong>de</strong> 1999 a 2002 e 2005 a 2008.Uma expressão aproximada para o cálculo da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>do ar ρ (em kg/m 3 ) a partir da temperatura T (em °C) ealtitu<strong>de</strong> z (em metros) é dada por:Produção Anual <strong>de</strong>Energia (PAE) eFator <strong>de</strong>Capacida<strong>de</strong>A Produção Anual <strong>de</strong> Energia (PAE) <strong>de</strong> uma turbinaeólica po<strong>de</strong> ser calculada pela integração das curvas <strong>de</strong>potência (P(u), em kW) e da frequência <strong>de</strong> ocorrência dasvelocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vento (f(u)) [58] , conforme ilustrado no GráficoA.2.(MWh)(MWh)O “fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>” é <strong>de</strong>finido como a razão entrea energia efetivamente gerada e a energia teórica queseria gerada consi<strong>de</strong>rando-se a potência nominal (P n) doaerogerador:Potência [kW]FREQUÊNCIA DE OCORRÊNCIAVELOCIDADE DO VENTO [m/s]Gráfico A.2Cálculo da Produção Anual <strong>de</strong> Energia (PAE).74


A.5A.6Custo <strong>de</strong> GeraçãoA expressão a seguir é uma fórmula prática para estimar-seo custo médio <strong>de</strong> geração ao longo da vida útil <strong>de</strong>um empreendimento eólico:, on<strong>de</strong>:DeclinaçãoMagnéticaComo informação <strong>de</strong> auxílio à instalação futura <strong>de</strong> sensores<strong>de</strong> direção em torres anemométricas no Estado <strong>de</strong><strong>Minas</strong> <strong>Gerais</strong>, foram <strong>de</strong>senvolvidos mapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>clinaçãomagnética e variação magnética anual para o ano <strong>de</strong>2009 [59] .P = investimento inicial (R$/kW)R = rendimento do investimentoO&M = custo percentual esperado das <strong>de</strong>spesascom operação e manutenção em relação aoinvestimento total; po<strong>de</strong>-se utilizar como valor<strong>de</strong> referência: O&M = 2%.F C, líquido= fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> líquido da usinaNa fórmula acima, o fator R (rendimento) po<strong>de</strong> ser calculadoda seguinte maneira:, on<strong>de</strong>:t = taxa <strong>de</strong> interesse (%/ano)n = vida útil da usina (anos)E o fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> líquido po<strong>de</strong> ser calculado por:, on<strong>de</strong>:F C, bruto= fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> bruto da usinaF D= fator <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong>; po<strong>de</strong>-se utilizarcomo valor <strong>de</strong> referência F D= 0,97F P= fator resultante <strong>de</strong> outras perdas, comoperdas elétricas no sistema <strong>de</strong> distribuição; po<strong>de</strong>seutilizar como valor <strong>de</strong> referência: F P= 0,96Na equação acima, o fator <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> bruto da usinaé dado por:, on<strong>de</strong>:E = produção anual <strong>de</strong> energia bruta estimadapara a usina (MWh)Pot = capacida<strong>de</strong> instalada total da usina (MW)75


DECLINAÇÃO MAGNÉTICA(graus) em 1º <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009VARIAÇÃO ANUAL(minutos <strong>de</strong> grau/ano) 2005-2010Mapas produzidos a partir do programaGeomag 6.1, que incorpora o mo<strong>de</strong>lo IRGF(International Geomagnetic ReferenceField), versão 10 (válida entre 1900-2010).O software é distribuído pela InternationalAssociation of Geomagnetism andAeronomy (IAGA) [59] .Convenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>clinação magnética negativa:norte geográfico a nor<strong>de</strong>ste do norte magnético76


CLASSIFICAÇÃO: PÚBLICO

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