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Entre o investimento e a ameaça - Clube de Jornalistas

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TEMAReportagem <strong>de</strong> Rádio<strong>Entre</strong> o <strong>investimento</strong>e a <strong>ameaça</strong>Na rádio, a reportagem representa a melhor forma <strong>de</strong> contrariar ocarácter breve e imediato da informação. Mas numa era <strong>de</strong> mudançanos media em geral, e na rádio em particular com o <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong><strong>investimento</strong> publicitário, emagrecimento das redacções eemergência da Internet como plataforma <strong>de</strong> escuta, que espaço estáreservado para a emissão <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> reportagem? Cada vezmais, dizem uns. Muito pouco, lamentam outros.Texto Luís Bonixe Fotos José Fra<strong>de</strong>«Arádiovive da comida rápida, que fazfalta, mas é preciso também ter o pratoespecial e isso não po<strong>de</strong> ser cozinhadoem pouco tempo”. A metáfora gastronómicaé utilizada pelo jornalista da TSF,João Paulo Baltazar, para ilustrar a importância que areportagem tem para a rádio. Para o meio radiofónico,imediato e efémero, os trabalhos <strong>de</strong> reportagem representamuma oportunida<strong>de</strong> para aprofundar os temas quenem sempre estão na agenda mais imediata. “Só a informação<strong>de</strong> imediatismo cansa”, consi<strong>de</strong>ra Elisabete Pato,chefe <strong>de</strong> redacção do Rádio <strong>Clube</strong> Português.As principais redacções da rádio portuguesa parecemter percebido isso e, apesar dos fortes constrangimentospor que passam, continuam a apostar nos trabalhos <strong>de</strong>reportagem <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong>.Na TSF, são produzidas anualmente cerca <strong>de</strong> 25 reportagense emitidas num espaço semanal que, há cinco anos,lhes é inteiramente <strong>de</strong>dicado e na Antena 1, a aposta temsido a <strong>de</strong> canalizar este tipo <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> maior profundida<strong>de</strong>para dois programas semanais. Renascença eRádio <strong>Clube</strong> também não dispensam a emissão <strong>de</strong> reportagens.José Manuel Rosendo é jornalista na Antena 1 eautor <strong>de</strong> vários trabalhos <strong>de</strong> reportagem, em particularno Médio Oriente. Para o repórter, “a reportagem é fundamentalpara que se perceba <strong>de</strong>terminado contexto.Muitos temas da actualida<strong>de</strong> morrem em meia dúzia <strong>de</strong>factos relatados nos noticiários. A reportagem, paraalém <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser notícia, po<strong>de</strong> ajudar a perceber asnotícias”.Pedro Leal, director-adjunto <strong>de</strong> informação daRenascença segue um raciocínio idêntico: “O nosso <strong>investimento</strong><strong>de</strong>riva da constatação que, primeiro, é necessáriodar contexto informativo e, segundo, é necessário mostrardiferentes realida<strong>de</strong>s, diferentes perspectivas que além <strong>de</strong>ajudar a explicar <strong>de</strong>terminado facto ou situação, ajudamtambém a construir uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a potenciar a credibilida<strong>de</strong>do próprio órgão <strong>de</strong> informação”.Num tipo <strong>de</strong> trabalho em que é preciso ter os jornalistasafastados da produção diária da rádio durante váriosdias ou semanas ou a <strong>de</strong>slocarem-se para fora do país, aquestão financeira vem sempre ao <strong>de</strong> cima e isso colocafrequentes entraves à realização <strong>de</strong> reportagens na rádioem Portugal.Apesar da existência <strong>de</strong> espaços radiofónicos periódicos<strong>de</strong>stinados à emissão <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> reportagem, “averda<strong>de</strong> é que é uma tendência geral da rádio para haver6|Out/Dez 2009|JJ

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