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Dezembro 2010 - Cremers

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editorialReflexões de final de anoTão tradicional nesta época como o Papai Noel e a árvore deNatal, a lentilha e os brindes com espumante no final de ano,é a pausa para uma reflexão e um balanço de tudo o que aconteceude mais marcante em nossa vida pessoal e profissional.Em meio ao atropelo do nosso cotidiano, é preciso reservarum tempo para nós mesmos. Uma pausa para meditação.Identificar os erros e os acertos, lembrar as coisas boas e asruins que marcaram nossa trajetória no ano que termina. Épreciso fazer isso até para projetar algo melhor para o ano quese aproxima.Na condição de presidente do <strong>Cremers</strong>, cargo de que muitome orgulho, grande parte do meu tempo é dedicada à medicinae às questões da saúde. Ao lado de meus companheiros, osatuais e os do passado, como o inesquecível Marco AntônioBecker, coloco todo o meu empenho em que a dignidade dotrabalho médico seja preservada.É uma luta difícil. A proliferação das faculdades de medicina,muitas delas sem condições de formar bons profissionais;decisões judiciais permitindo o trabalho médico de estrangeirossem revalidação do diploma; gestores públicos da área da saúdedespreparados; uma política de saúde voltada à prevenção,colocando em segundo plano o tratamento da doença; a falta derecursos; a exploração do trabalho médico; remuneração aviltante,e a falta de condições dignas de trabalho.A lista de problemas é extensa. A solução, em princípio,é simples: colocar a saúde como prioridade neste país de 190milhões de pessoas, cuja grande maioria depende do SistemaÚnico de Saúde, um sistema perfeito na teoria, mas deficientena prática. Como pode ser bom um sistema em que milhares depessoas morrem ou sofrem sequelas irreversíveis porque determinadosexames ou procedimentos demoram demais para serfeitos, para sofrimento dos pacientes e familiares, e também domédico que se sente impotente em face desse tipo de situação?E o que dizer dos ambulatórios e das emergências dos hospitais,quase sempre superlotados, com pacientes mal acomodados,muitos à espera de um leito, algo cada vez mais escasso narede pública do Estado. Pesquisa do IBGE aponta que, de 2002a 2009, houve uma redução superior a 40% na oferta de leitoshospitalares em Porto Alegre, o que ajuda a explicar o caos que,cada vez mais, se instala nas emergências.Em face de tudo isso, até quando iremos aceitar passivamentea violência de nossos governantes federais, obstruindo aregulamentação da Emenda 29, não colocando no orçamentoda União, com transparência, as verbas para a Saúde, mas sorrateiramentetentando criar um novo imposto? Outra tentativade relançar a CPMF, que teve grande parte de sua arrecadaçãodesviada para finalidades outras que não a original, quem sabeaté para o enriquecimento ilícito de colaboradores e políticos.Os problemas são múltiplos e variados, e diariamente nosimpelem a nos posicionar e lutar, na maior parte das vezes demaneira isolada.Temos de pensar, positivamente, que conseguiremos vencer,sempre com o propósito de superar as mazelas do sistema embenefício da população e do trabalho médico, mazelas essas quetenderão a se agigantar mais ainda se nos omitirmos. Com uniãoe persistência é possível conquistar algumas vitórias, como a queresultou na ação do governo federal, que só após forte mobilizaçãodas entidades civis organizadas assumiu o controle doshospitais Luterano e Independência, em Porto Alegre.Para concluir, desejamos – e vamos trabalhar para isso – que2011 seja auspicioso para a saúde dos brasileiros e que tambémmarque a retomada do respeito e do reconhecimento social quemerecemos como médicos.Feliz Natal e um próspero Ano Novo!Fernando Weber MatosPresidente do <strong>Cremers</strong>dezembro - <strong>2010</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 3

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