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Pedro Calafate, José Eduardo Franco e Beata Ezbieta Cieszyńska

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Igualmente divina foi proclamada a eleição livre dos reis, vista como umaingerência directa de Deus agindo pelos deputados absolutamente dedicados aoprocesso de eleição. Segundo esta interpretação, as eleições polacas foram interpretadascomo um acto sempre profundamente religioso, a ingerência directa do Espírito Santo((Mickiewicz 1998: X, 40).Do ponto de vista do messianismo romântico, tudo isto apontava para o facto dea Aliança da “República das duas nações” e do Reino Celestial serem misteriosos eprofundamente sagrados. O único pecado (como adicionou Juliusz Slowacki em“Genesis z ducha”) que levou às divisões foi que, neste caminho espiritual, a nobrezapolaca tinha parado. No entanto, do ponto de vista dos românticos e, de facto, daperspectiva desejável, já inevitavelmente recomeçou a sua marcha em direcção aogrande Futuro de todos os povos.A mitificação e nobilitação das características da Polónia sármata como naçãodos “Republicanos de espírito”, difícil de aceitar em termos racionais, tiveram aindauma base cultural: a desilusão dos românticos acerca da Europa Ocidental. A Polóniamítica, nos anos 30 e 40 do século XIX, chegou a ser sacralizada também por ter sidorural. Esta óptica apareceu na primeira geração dos grandes românticos polacos, deorigem nobre, os quais emigraram na sua quase totalidade. Tendo previamente certoscomplexos perante a Europa, os românticos-emigrantes, observando a pobreza edegeneração do chamado Ocidente que julgavam “avançado”, começaram a condená-lo.Mesmo que soubessem que, de facto, a Polónia rural e arcaica tivesse perdido naconcorrência com esta Europa “moderna”, chegaram à conclusão que apenas o caminhoda Polónia teria sido o da dignidade para a Europa inteira. Esta dignidade incluiu serbucólico, arcaico e rural no sentido do desenvolvimento industrial.No contexto da História sagrada do Romantismo, todas as características daPolónia sármata teriam uma nova explicação religiosa e espiritual. O presente e estáticomodelo da Polónia no messianismo sármata, o modelo da Polónia que já tinha atingidoo seu ponto divino e ideal, no messianismo romântico passou a ser o dinâmico Futuro,inevitável na marcha do espírito de si próprios e de todos.***85

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