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Pedro Calafate, José Eduardo Franco e Beata Ezbieta Cieszyńska

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Na primeira fase de desenvolvimento do sarmatismo, no último quarto do séculoXVI e nos inícios do século XVII, o mito sármata servia para explicar aexcepcionalidade e idealização da sua condição de cavalheiros, bem como para revelaro destino dos defensores da cristandade, antemurale ou até Jerusalém nova (Jerusalémtambém foi chamada o antemurale na Vulgata). Esta visão foi o mito complementardesenvolvido, explicando e justificando a democracia polaca como a fase final daevolução dos povos, o sistema beatificado por Deus com grande paz e poder.Foi, portanto, justificada com base na posição geopolítica e nas condiçõeshistóricas, a ideia de os Polacos e os Lituanos serem defensores da cristandade e daEuropa no sentido religioso, político e cultural. A Polónia defenderia, segundo estaconcepção, a Europa contra os bárbaros: pagãos, hereges, cismáticos (ortodoxos) querepresentavam, ao mesmo tempo, os despotismos do Leste.A partir desta dimensão do sarmatismo, visto como a ideologia da nobrezapolaca, apareceu também a ideia da Polónia como o país primogénito e paradisíaco. Notempo do desenvolvimento da ideologia sármata, existiam diferentes teorias paraexplicar esta identificação. Uma das mais importantes foi a teoria linguística, elaboradana obra franciscana de Wojciech Dembolecki que defendia a ideia da origem da língua ecultura polacas como as mais antigas e predominantes entre todas, de origem sagrada,pois resultaria de conversas de Adão no Paraíso. Nesta base também se justificava odireito da Polónia reinar sobre a “Ásia, a Europa e África inteiras” (Tazbir 1987).Apesar do seu xenofobismo óbvio, a teoria inspirou a mistificação do país comoescolhido e predestinado para defender e dar o exemplo a todas as outras nações,governado até directamente por Nossa Senhora e por Deus. Neste contexto, a Polóniarealizou o modelo de poder paradisíaco, único e sagrado – monarquia parlamentar,república de todos os nobres.Esta visão da sua grandeza e excepcionalidade foi marcada sobretudo pela grandevitória sobre os Turcos em Viena, em 1683. Na literatura produzida em torno destabatalha – batalha vista como a vitória dos poucos e sós dirigidos por Deus – sublinhavasea defesa de todos os outros povos, a precisarem de ser protegidos por uma grandenação de cavalheiros cristãos e heróis (Obremski 1995)..Czestochowskiej de Anónimo. Mas com esta guerra também se iniciou o declínio da Polónia sàrmata,(Otwinowska e Pelc, Falęcka 1992).80

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