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“5ª Bienal do Mercosul”: virtude e virulência de um ... - ECA-USP

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social da arte <strong>de</strong> forma permanente com programas educativos, publicações,fóruns <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate crítico - <strong>um</strong> lugar próprio, institucional, e não eventosepisódicos insufla<strong>do</strong>s por <strong>um</strong> sensacionalismo espera<strong>do</strong> <strong>de</strong> países periféricos.Este anacronismo parece justifica<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>ficiência das instituições que resultana exclusão da história da arte brasileira e latina <strong>do</strong>s cânones e <strong>do</strong> <strong>de</strong>batecrítico internacional e exige <strong>um</strong>a estratégia pragmática <strong>de</strong> inserção, comoobserva Paulo Sergio:“A fruição <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> arte é <strong>um</strong>a experiência, que como qualquer outraexige sua repetição e se dá n<strong>um</strong> nicho diferente das experiências oferecidas pelaindústria da diversão. Assim <strong>um</strong> projeto educativo permanente e contínuo que se<strong>de</strong>senvolve através <strong>de</strong> seminários, ciclos <strong>de</strong> palestras, pequenos cursos, publicações,enca<strong>de</strong>an<strong>do</strong> <strong>um</strong>a bienal com a outra, é o melhor mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> capitalizar,junto ao público, a experiência realizada pela visita à exposição que dura apenas<strong>um</strong> pouco mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is meses. Além disso, não vivemos n<strong>um</strong> país com educaçãopública aprimorada e com po<strong>de</strong>rosas instituições museológicas capazes <strong>de</strong> contextualizarhistoricamente as experiências contemporâneas, tal como nos países<strong>de</strong> capitalismo avança<strong>do</strong> como no hemisfério norte. Um projeto educativo permanentesupre, em parte, <strong>um</strong>a efetiva lacuna <strong>de</strong> nossas instituições educacionaise culturais” 3 .3. I<strong>de</strong>m.Ora, a arte não é <strong>um</strong> da<strong>do</strong> ofereci<strong>do</strong> a nossa percepção, nem se reduzliteralmente a <strong>um</strong> índice <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>s afluentes, mas <strong>um</strong> artefato semânticoque passa pelas nossas leituras e memória cultural. Portanto, a visibilida<strong>de</strong> nocircuito internacional não é tanto <strong>um</strong>a questão <strong>de</strong> estatura mas antes <strong>de</strong>gramáticas e políticas hegemônicas que precisam ser compreendidas e confrontadas,o que implicaria <strong>de</strong>clinar expressionismo abstrato, pop, minimalismoem concretismo, neoconcretismo, ou o blend local <strong>do</strong> pop etc. Afinal, o que fica<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> <strong>um</strong> Amilcar a <strong>um</strong> Tony Smith, <strong>um</strong> Willys <strong>de</strong> Castro a <strong>um</strong> Dan Flavin,ou <strong>um</strong> José Resen<strong>de</strong> a <strong>um</strong> Anthony Caro?Em última análise avaliações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> critérios que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong>narrativas que não são senão contextualizações históricas e críticas que precisamser enunciadas, pois, no vazio <strong>de</strong>stas, restam classificações s<strong>um</strong>árias eequívocas segun<strong>do</strong> critérios hegemônicos. Isto por sua vez implica <strong>um</strong>a <strong>de</strong>nsare<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação, textos, narrativas e <strong>de</strong>bate crítico que tramam o teci<strong>do</strong> daarte e a contextualizam. Mas tu<strong>do</strong> isto pressupõe, à sua base, <strong>um</strong> investimentona educação da arte, daí a função <strong>do</strong>s núcleos históricos.A obra célebre <strong>de</strong> Max Bill, Unida<strong>de</strong> Tripartida, que abriu a primeirabienal <strong>de</strong> 1951 e influenciou toda <strong>um</strong>a geração <strong>de</strong> artistas, está aqui presente eorquestra <strong>um</strong> arranjo preciso e flui<strong>do</strong> <strong>de</strong> concretos e neoconcretos. Entre estes,Wal<strong>de</strong>mar Cor<strong>de</strong>iro, Aluísio Carvão, Milton Dacosta, Franz Weissmann, Amilcar<strong>de</strong> Castro, Hércules Barsotti (n<strong>um</strong> significativo conjunto <strong>de</strong> obras), e, no andaracima <strong>do</strong> prédio <strong>de</strong> arquitetura eclética, Hélio Oiticica, Lygia Pape, impecáveisWillys <strong>de</strong> Castro, e a suntuosa exposição <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> Lygia Clark.Aita 101

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