12.07.2015 Views

relatorio fina mont 2001.pmd - Conselho Nacional de Saúde

relatorio fina mont 2001.pmd - Conselho Nacional de Saúde

relatorio fina mont 2001.pmd - Conselho Nacional de Saúde

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

III CONFERÊNCIA NACIONALDE SAÚDE MENTAL“Cuidar, sim. Excluir, não. – Efetivandoa Reforma Psiquiátrica com acesso,qualida<strong>de</strong>, humanização e controle social.”RELATÓRIO FINALBrasília, 11 a 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001


© 2002 <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Ministério da Saú<strong>de</strong>Permitida a reprodução parcial, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonteOrganização: <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Comissão Organizadora da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> MentalComissão <strong>de</strong> Relatoria<strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalEsplanada dos Ministérios, Bloco G, anexo B, sala 130Tel.: (061) 315 2150/2151.En<strong>de</strong>reço eletrônico: cns@sau<strong>de</strong>.gov.br2Ministério da Saú<strong>de</strong>Secretaria <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>ASTEC / Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalEsplanada dos Ministérios, Bloco G - Ed. Se<strong>de</strong>, sala 111 – cep: 70058-900En<strong>de</strong>reço eletrônico: sau<strong>de</strong>mental@sau<strong>de</strong>.gov.brCapa: a partir <strong>de</strong> Pedro Paulo Ferrarezi - Acrílico sobre telaTiragem: 3.000 exemplaresFicha CatalográficaSISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. CONSELHO NACIONAL DESAÚDE. Comissão Organizadora da III CNSM. Relatório Final daIII Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental. Brasília, 11 a 15 <strong>de</strong><strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001. Brasília: <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/Ministérioda Saú<strong>de</strong>, 2002, 213 p.ISBN 85-334-0592-81. Saú<strong>de</strong> mental – Legislação – Brasil. 2.Congressos.Brasil. Sistema único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, 3. Sistema único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,saú<strong>de</strong> mental 4. Brasil, Ministério da Saú<strong>de</strong> 5. Sistema único <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, controle social. 6. Saú<strong>de</strong> mental, tendências. I. Brasil.<strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.CDD: 616.89303.4


ÍNDICEGlossário <strong>de</strong> abreviaturas. ...................................... 07Apresentação. ............................................................... 11I. REORIENTAÇÃO DO MODELO ASSISTENCIALEM SAÚDE MENTAL . ..................................................... 21Princípios e Diretrizes . ........................................... 231. Política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e organização <strong>de</strong> serviços. .. 242. Responsabilida<strong>de</strong>s do gestor. ...................................... 283. Planejamento. ................................................................. 324. Auditoria, Controle e Avaliação. .................................. 335. Desinstitucionalização. .................................................. 365.1. Superação do mo<strong>de</strong>lo asilar .................................. 365.2. Organização e produção da re<strong>de</strong> e dos serviçossubstitutivos ............................................................ 385.3. Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos . ..................... 445.4.Trabalho e geração <strong>de</strong> renda ................................... 456. Controle da internação psiquiátrica. ............................ 467. Acesso à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção................................................ 478. Atenção Básica. ............................................................... 489. O lugar do hospital geral na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção. ............. 5110. Assistência farmacêutica e exames complementares.5211. Intersetorialida<strong>de</strong>. ........................................................ 5412. Atenção à criança e ao adolescente. ............................ 5713. Atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas ...... 603II. RECURSOS HUMANOS. ............................................... 65Princípios e Diretrizes . ........................................... 671. Política <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> recursos humanos.. ................... 682. Coor<strong>de</strong>nação e gestão das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. ......... 71


9. Re<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong> mental e organização dosusuários e familiares. ................................................... 135VI. CONTROLE SOCIAL.................................................... 139Princípios e Diretrizes. .......................................... 14161. <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> .................................................... 1431.1. Papel e atribuições ................................................. 1441.2. Infra-estrutura e <strong>fina</strong>nciamento .......................... 1451.3. Funcionamento interno....................................... 1461.4. Fiscalização sobre os <strong>Conselho</strong>s ......................... 1461.5. Acesso amplo a dados e informações ................ 1461.6. Divulgação dos <strong>Conselho</strong>s .................................. 1471.7. <strong>Conselho</strong>s Locais e Distritais .............................. 1481.8. Articulação.............................................................. 1481.8.1. Interconselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ............................. 1481.8.2. Com a Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental ............ 1481.8.3. Intersetoriais ................................................. 1481.8.4. Com a socieda<strong>de</strong> civil ................................... 1492. <strong>Conselho</strong>s gestores ...................................................... 1503. Comissões <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e <strong>de</strong> ReformaPsiquiátrica..................................................................... 1504. <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> outras áreas .......................................... 1515. Conferências .................................................................. 1525.1. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ................................................................. 1535.2. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental .................................................... 1536. Socieda<strong>de</strong> civil e movimentos sociais ........................ 1546.1. Articulação com o po<strong>de</strong>r público ...................... 1556.2. Organização da socieda<strong>de</strong> civil ............................ 1566.3. Responsabilida<strong>de</strong>s e atribuições ........................ 1567. Legislação ..................................................................... 157MOÇÕES APROVADAS. ................................................... 159COMISSÃO ORGANIZADORA. ........................................ 187ANEXOS. ............................................................................ 197


GLOSSÁRIO7


GLOSSÁRIO DE ABREVIATURASAIH – Autorização <strong>de</strong> Internação HospitalarANVISA – Agência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Vigilância SanitáriaATSM – Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalCA – Centro AcadêmicoCAPS – Centro <strong>de</strong> Atenção PsicossocialCERSAM – Centro <strong>de</strong> Referência em Saú<strong>de</strong> MentalCIB – Comissão Intergestores BipartiteCINAEM – Comissão Interinstitucional <strong>de</strong> Ensino MédioCISM – Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do <strong>Conselho</strong><strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>CIT – Comissão Intergestores TripartiteCLT – Consolidação das Leis do TrabalhoCNPq – <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico eTecnológicoCNS – <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>CNSM – Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalCONANDA – <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> dos Direitos da Criança e doAdolescenteCOSAM – Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalCPMF – Contribuição Provisória <strong>de</strong> Movimentação FinanceiraCS – <strong>Conselho</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>DATASUS – Departamento <strong>de</strong> Informática para o Sistema Único<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>DRS – Diretoria Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>DST – Doenças Sexualmente TransmissíveisECA – Estatuto da Criança e do AdolescenteESM – Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalFAEC – Fundo <strong>de</strong> Ações Estratégicas e CompensaçãoFAT – Fundo <strong>de</strong> Amparo ao TrabalhadorFIDEPS – Fator <strong>de</strong> Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino ePesquisaFUNAI – Fundação <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Apoio ao ÍndioFundação CAPES – Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal<strong>de</strong> Nível SuperiorICMS – Imposto sobre Circulação <strong>de</strong> Mercadorias9


10INSS – Instituto <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Segurida<strong>de</strong> SocialIPI – Imposto sobre Produtos IndustrializadosLDB – Lei <strong>de</strong> Diretrizes e BasesLOAS – Lei Orgânica <strong>de</strong> Assistência SocialMS – Ministério da Saú<strong>de</strong>NAPS – Núcleo <strong>de</strong> Atenção PsicossocialNOAS – Normas Operacionais <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>NOB – RH – Normas Operacionais Básicas <strong>de</strong> RecursosHumanosOAB – Or<strong>de</strong>m dos Advogados do BrasilOMS – Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>ONG – Organização Não-GovernamentalOPAS – Organização Pan-americana da Saú<strong>de</strong>PAB – Piso <strong>de</strong> Atenção BásicaPACS – Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>PAD – Programa <strong>de</strong> Apoio à DesospitalizaçãoPEC – Projeto <strong>de</strong> Emenda ConstitucionalPPI – Programação Pactuada IntegradaPSF – Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da FamíliaRENAME – Relação <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> MedicamentosSAMU – Serviço <strong>de</strong> Atendimento Médico <strong>de</strong> UrgênciaSEBRAE – Serviço <strong>de</strong> Apoio a Micro e Pequenas EmpresasSENAC – Serviço <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Aprendizagem ComercialSENAI – Serviço <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Aprendizagem <strong>de</strong> IndustrialSESC – Serviço Social do ComércioSESI – Serviço Social da IndústriaSIA – Sistema <strong>de</strong> Informações Ambulatoriais do SUSSIH – Sistema <strong>de</strong> Informações Hospitalares do SUSSUS – Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>UBS – Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>UPHG – Unida<strong>de</strong> Psiquiátrica em Hospital Geral


APRESENTAÇÃO11


Com satisfação, apresentamos o Relatório Final da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental a todos os interessados nocampo da Saú<strong>de</strong> Mental e, particularmente, àqueles que participaramdiretamente <strong>de</strong> todas as etapas que culminaram na etapanacional <strong>de</strong>sta conferência, realizada nos dias 11 a 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 2001, em Brasília.Não há dúvida <strong>de</strong> que as Conferências Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> eSaú<strong>de</strong> Mental têm constituído dispositivos fundamentais <strong>de</strong> participação,controle social, <strong>de</strong>bate e síntese <strong>de</strong>mocrática das diretrizespolíticas principais e <strong>de</strong> medidas operacionais nestas áreas noPaís. No campo da saú<strong>de</strong> mental, as Conferências têm tido umpapel crucial <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> ao processo, iniciado no Brasilnos anos 70, <strong>de</strong> crítica ao mo<strong>de</strong>lo hospitalocêntrico <strong>de</strong> assistência,e <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir as estratégias e rumos na implementação da ReformaPsiquiátrica a partir dos anos 80, em interlocução com aspiraçõese experiências já em implantação em diversos países do mundo.Na I Conferência, realizada em 1987, ficou claramente nomeadoo impasse do mo<strong>de</strong>lo centrado no hospital e predominantementebaseado no mo<strong>de</strong>lo médico-psiquiátrico, consi<strong>de</strong>rado ineficaze oneroso para os usuários e a socieda<strong>de</strong>, violando os direitoshumanos fundamentais. Se as indicações aprovadas naquela ocasiãopara enfrentar este <strong>de</strong>safio po<strong>de</strong>m ser hoje consi<strong>de</strong>radas incompletas,são ainda assim uma referência para as questões aserem enfrentadas pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. É fundamentalrecordar também que esta I Conferência foi realizada nocontexto dos princípios e diretrizes da 8ª Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, marco histórico no campo da saú<strong>de</strong> e da construção doSistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ver III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental, Ca<strong>de</strong>rno Informativo, 2001).Por sua vez, a II Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, realizadaem 1992, já <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um avanço mais significativo na13


14implementação do SUS, significou uma ampla mobilização nassuas diversas etapas municipais, estaduais e nacional, contandotambém com uma participação expressiva <strong>de</strong> usuários e familiares,pela primeira vez na nossa história. A II Conferência não sópô<strong>de</strong> aprofundar as críticas ao mo<strong>de</strong>lo hegemônico, como tambémformalizou o esboço <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo assistencial, significativamentediverso, não só na lógica, conceitos, valores e estrutura dare<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção, mas também na forma concreta <strong>de</strong> lidar com aspessoas com a experiência <strong>de</strong> transtornos mentais, a partir <strong>de</strong> seusdireitos <strong>de</strong> cidadania (III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental,Ca<strong>de</strong>rno Informativo, 2001).Nos anos que se seguiram, diversas experiências e iniciativasforam realizadas, nos campos assistencial, jurídico e cultural,<strong>de</strong>monstrando inequivocamente a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>losubstitutivo ao hospital psiquiátrico. Não obstante, o mo<strong>de</strong>lo asilarainda permanece hegemônico, tanto no que se refere à capacida<strong>de</strong>instalada como no total <strong>de</strong> recursos gastos na re<strong>de</strong> hospitalar,insistindo em perpetuar relações produtoras <strong>de</strong> exclusãocom a experiência do sofrimento mental. Dessa forma, fazia-seurgente e necessário avaliar o processo da Reforma Psiquiátrica,propondo novos caminhos para sua efetivação. Daí as escolhasque <strong>de</strong>finiram os temas e a organização da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.Nesta III Conferência, já através do seu título, o tema centraldas discussões estava solidamente vinculado ao tema mundial propostopela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> para o ano <strong>de</strong> 2001,“Cuidar, sim. Excluir, não”, afirmativo <strong>de</strong> uma ética e <strong>de</strong> umadireção fundamentais para o campo da atenção psiquiátrica e emsaú<strong>de</strong> mental. Por outro lado, encontrava-se também vinculado aum tema local, presente no título, “Efetivando a Reforma Psiquiátrica,com Acesso, Qualida<strong>de</strong>, Humanização e Controle Social”,indicativo <strong>de</strong> sua organicida<strong>de</strong> com a construção <strong>de</strong> um Sistema


Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - público, <strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong> amplo acesso, eficaz,construtor <strong>de</strong> cidadania e com controle social (III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, Ca<strong>de</strong>rno Informativo, 2001). Assim<strong>de</strong>finidos os termos do <strong>de</strong>bate, foram os seguintes os subtemas queo organizaram: <strong>fina</strong>nciamento; recursos humanos; controle social,e acessibilida<strong>de</strong>, direitos e cidadania.Apresentado este breve panorama do processo no qual se inscrevea III Conferência, cabe lembrar a significativa cronologia<strong>de</strong>ste evento, retomando-se alguns dos principais eventos que conduziramà etapa nacional em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001.A III Conferência ocorreu após menos <strong>de</strong> um ano da aprovaçãoda nova Lei Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental (Lei n. o 10.216, <strong>de</strong> 06/04/2001). Ainda neste mesmo clima <strong>de</strong> mobilização no campo dasaú<strong>de</strong> mental, em resposta aos anseios expressos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a II Conferênciae às manifestações atuais das diversas organizações, movimentosocial, li<strong>de</strong>ranças e setores do campo, o Plenário do <strong>Conselho</strong><strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> solicitou ao Ministro da Saú<strong>de</strong> a convocaçãoda III Conferência (Resolução n.º 310/CNS, <strong>de</strong> 04/04/2001). Emjulho, o Ministro da Saú<strong>de</strong> convocou a III Conferência para realizarseem <strong>de</strong>zembro, constituindo também a Comissão Organizadora(Portarias/GM n.º 1058 e n.º 1086, respectivamente <strong>de</strong> 18 e 27/07/2001). Foram apenas seis meses para organizar o processo,tendo a etapa municipal se realizado até 28 <strong>de</strong> outubro, e a estadualaté 18 <strong>de</strong> novembro.Neste período, realizaram-se 163 Conferências Municipais e173 Micro-regionais e Regionais, sendo que, on<strong>de</strong> não foi possívelrealizá-las, diversas plenárias locais foram feitas. É importante<strong>de</strong>stacar o significativo número <strong>de</strong> pessoas que se mobilizaram<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a etapa municipal e, em particular, a consolidação da presençaativa <strong>de</strong> usuários e familiares. Estima-se a presença <strong>de</strong> 30.000pessoas nesta etapa. Na segunda etapa, todos os 27 estados dafe<strong>de</strong>ração realizaram conferências estaduais, congregando cerca15


16<strong>de</strong> 20.000 participantes. Na Conferência <strong>Nacional</strong> em Brasília,tivemos a participação <strong>de</strong> 1480 inscritos regulares, aos quais sesomaram cerca <strong>de</strong> 220 pessoas que transitaram nas ativida<strong>de</strong>s,totalizando a cifra geral <strong>de</strong> 1700 participantes. Destaca-se ainda aparticipação <strong>de</strong> convidados internacionais da Itália, Espanha, EstadosUnidos, Portugal, Suíça e <strong>de</strong> representantes da OPS e da OMS.Além das etapas municipal e estadual, a Conferência <strong>Nacional</strong>em Brasília também foi precedida por uma agenda <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong>alcance nacional, em áreas específicas, caracterizados como préconferênciaspreparatórias para a etapa nacional. Nos dias 22 e 23<strong>de</strong> novembro, na Câmara dos Deputados, foi realizado o Seminário<strong>Nacional</strong> “Direito à Saú<strong>de</strong> Mental”, acerca da regulamentação eaplicação da Lei n.º 10.216/01, com ênfase nos direitos dos usuáriose no papel das instâncias implicadas nestas questões, como,por exemplo, o Ministério Público. Houve também o Seminário<strong>Nacional</strong> sobre Infância e Adolescência, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, nos dias3 e 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. Destaca-se ainda o lançamento da edição emportuguês do “Relatório sobre a Saú<strong>de</strong> no Mundo 2001 - Saú<strong>de</strong>Mental: nova concepção, nova esperança”, da Organização Mundialda Saú<strong>de</strong>.A III Conferência foi estruturada por meio <strong>de</strong> mesas redondas,painéis específicos, proposição <strong>de</strong> moções, 35 grupos <strong>de</strong>trabalho e Plenária Final. Cabe ressaltar também a realização,durante o evento, da solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrega do “Prêmio DavidCapistrano Filho” para as “Experiências Exitosas em Saú<strong>de</strong> Mental”,que contemplou 10 municípios <strong>de</strong>ntre as 73 experiênciascriativas e bem sucedidas em saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> base comunitáriainscritas. Estes múltiplos eventos e a própria mobilização emtorno da conferência tiveram um razoável impacto nos meios <strong>de</strong>comunicação, com publicação <strong>de</strong> matérias jornalísticas em todoo país, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates em programas <strong>de</strong> rádio e TV <strong>de</strong>


alcance nacional (ver “III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.Relatório <strong>de</strong> Divulgação na Imprensa: novembro 2001 - fevereiro2002”).Apontam-se a seguir alguns aspectos da dinâmica <strong>de</strong> organizaçãodos trabalhos durante a Conferência, explicitando o processo<strong>de</strong> <strong>mont</strong>agem e a metodologia utilizada em cada uma das etapas <strong>de</strong>consolidação, discussão e <strong>de</strong>liberação que conduziram a este RelatórioFinal.Os 35 grupos <strong>de</strong> trabalho discutiram os quatro subtemas. Cadaum <strong>de</strong>stes grupos contava com um Coor<strong>de</strong>nador e o resultado <strong>de</strong>suas <strong>de</strong>liberações era registrado por dois relatores, um dos quaisescolhido pelo coletivo do grupo. Os 35 relatórios <strong>de</strong> cada dia eramentão lidos e analisados pela Comissão <strong>de</strong> Relatoria, que criavacategorias específicas para agrupá-los, permitindo então verificaras repetições e superposições. A partir daí, a comissão tinha porprincípio preservar ao máximo a formulação original das propostas,consolidando os relatórios <strong>fina</strong>is <strong>de</strong> cada dia <strong>de</strong> trabalho, paraserem encaminhados à Plenária Final, totalizando cerca <strong>de</strong> 1.100propostas nos três dias <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s. Um trabalho <strong>de</strong>ste porteexigiu que alguns relatores, coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> grupo e colaboradoresfossem incorporados à Comissão <strong>de</strong> Relatoria, por <strong>de</strong>cisão daComissão Organizadora.A Plenária Final durou cerca <strong>de</strong> 23 horas <strong>de</strong> discussões,indicações <strong>de</strong> <strong>de</strong>staques e <strong>de</strong>cisões por votação, cobrindo todasas propostas feitas. As <strong>de</strong>liberações tomadas foram digitadas emtempo real, em um processo acompanhado inteiramente pelaplenária através dos telões. Toda a Plenária Final teve registro emnotas taquigráficas, que foram transcritas, permitindo a fácilverificação <strong>de</strong> possíveis dúvidas sobre <strong>de</strong>cisões específicas digitadas– o que se revelou uma referência importante, nos casos <strong>de</strong>algumas dúvidas concretas surgidas no trabalho <strong>de</strong> consolidação<strong>fina</strong>l <strong>de</strong>ste relatório.17


18A metodologia adotada pela Comissão <strong>de</strong> Relatoria estabeleceuuma recategorização mais <strong>de</strong>talhada, abrindo-se novas seções esub-seções específicas, permitindo-se uma verificação mais acuradadas propostas semelhantes e das repetições. Além disso, buscou-sedistinguir as propostas mais gerais e diretrizes norteadores relativasa cada tema/seção, das propostas mais operacionais para suaimplementação. Conforme se po<strong>de</strong>rá verificar no corpo do relatório,algumas propostas mais gerais foram agrupadas para compor aparte inicial <strong>de</strong> cada temática ou tópico específico, na forma <strong>de</strong>texto corrido e outras foram numeradas. As propostas operacionaispassaram por um processo <strong>de</strong> fusão, em caso <strong>de</strong> indicações semelhantes,e foram também incluídas na mesma numeração juntamentecom as propostas mais gerais. Todavia, em ambos os casos,manteve-se a diretriz <strong>de</strong> se respeitar ao máximo a redação e aterminologia originais das propostas, e todas as fusões e transformaçõesrealizadas nas propostas originais, nas diferentes fases,foram registradas para eventuais consultas.Quanto às Moções, estas exigiram um processo e metodologiaespecífica. Foram apresentadas 89 (oitenta e nove) Moções paradiscussão e aprovação na Sessão Plenária <strong>de</strong> Encerramento. AsMoções foram classificadas em três categorias, a saber: Aprovadas -65 (sessenta e cinco); Suprimidas - 08 (oito) e Insuficientes <strong>de</strong>assinaturas válidas - 16 (<strong>de</strong>zesseis). Coube à Relatoria, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> oinício do processo <strong>de</strong> recebimento das mesmas, a tarefa <strong>de</strong> selecionálase agrupá-las conforme a categoria a que pertencessem, tomandosempre o cuidado <strong>de</strong> conferir o número <strong>de</strong> assinaturas válidas,ou seja, assinaturas <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados cre<strong>de</strong>nciados. Muitas das moçõesapresentaram graves problemas <strong>de</strong> estrutura e redação, prejudicandosua compreensão. Isto gerou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que fossemeditadas, mas mantendo-se a preocupação explícita <strong>de</strong> garantira fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ao sentido proposto.


Depois <strong>de</strong> todo este processo, a importância <strong>de</strong> um RelatórioFinal <strong>de</strong>ve ser reafirmada: temos em mãos uma projeção dosobjetivos principais, consensados <strong>de</strong>mocraticamente, a serem alcançadospor meio <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> curto, médio e longo prazo, oferecendoorientações indispensáveis para gestores, prestadores, trabalhadores,movimentos sociais, organizações civis, usuários e familiaresenvolvidos e interessados no campo da atenção à saú<strong>de</strong>mental no País. Constitui ainda um documento importante <strong>de</strong>divulgação para aqueles que não pu<strong>de</strong>ram estar envolvidos diretamentenas diversas etapas da conferência, como também significa,para os interessados do exterior, um registro fundamental dos processos<strong>de</strong> mudança da atenção em saú<strong>de</strong> mental em nosso país.Deve-se expressar o nosso mais profundo agra<strong>de</strong>cimento a todasas pessoas, instituições e entida<strong>de</strong>s que apoiaram das mais diversasformas a organização e a realização <strong>de</strong>sta III Conferência.Os membros da Comissão <strong>de</strong> Relatoria, com o intenso trabalho<strong>de</strong>dicado a esta empreitada, pu<strong>de</strong>ram participar <strong>de</strong> experiênciahumana ímpar <strong>de</strong> conhecimento e convivência com tantas pessoascomprometidas por este País afora com esta difícil e bela causa: <strong>de</strong>gerar cuidado e assistência em saú<strong>de</strong> mental, respeitando-se asdiferenças, os direitos <strong>de</strong> cidadania, e acima <strong>de</strong> tudo, a liberda<strong>de</strong>.E, <strong>fina</strong>lmente, a avaliação da III Conferência é <strong>de</strong> que estarepresenta um inequívoco fortalecimento do consenso em torno daproposta da Reforma Psiquiátrica, com toda a sua pluralida<strong>de</strong> ediversida<strong>de</strong> interna, elaborando propostas e estratégias para efetivare consolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental totalmentesubstitutivo ao manicomial.Todo este percurso vem reafirmar que o processo histórico daReforma Psiquiátrica, compreendido como transformação <strong>de</strong> saberes,práticas, valores sociais e culturais, é marcado por tensões,<strong>de</strong>safios e conflitos. Neste sentido, ele se inscreve nas possibilida<strong>de</strong>se limites das políticas públicas (e do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>19


20em particular) e da implementação <strong>de</strong> projetos comprometidoscom a afirmação <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> cidadania, com a luta contra as<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e os mecanismos <strong>de</strong> exclusão social.Cientes da complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tais <strong>de</strong>safios, a III CNSM elaboroupropostas e estratégias para efetivar e consolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>atenção em saú<strong>de</strong> mental que seja humano, <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e comparticipação e controle social. Buscamos, sobretudo, transformaras formas <strong>de</strong> lidar com a experiência da loucura e da invalidação,e <strong>de</strong> produzir novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> relações sociais.Por fim, é importante lembrar que o processo <strong>de</strong> ReformaPsiquiátrica não se faz apenas com leis e propostas; essas precisamser efetivamente implantadas e exercitadas no quotidiano das transformaçõesinstitucionais, dos serviços e das práticas e relaçõesinterpessoais. Assim, este relatório constitui também mais um convitepara todos aqueles que <strong>de</strong>sejam tais i<strong>de</strong>ais, em busca <strong>de</strong> suaconcretização.Comissão <strong>de</strong> RelatoriaComissão Organizadora


I. REORIENTAÇÃO DOMODELO ASSISTENCIALEM SAÚDE MENTAL21


Princípios e DiretrizesA III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental reafirma a saú<strong>de</strong>como direito do cidadão e <strong>de</strong>ver do Estado e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>garantir, nas três esferas <strong>de</strong> governo, que as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental sigam os princípios do SUS <strong>de</strong> atenção integral, acessouniversal e gratuito, equida<strong>de</strong>, participação e controle social; respeitemas diretrizes da Reforma Psiquiátrica e das Leis Fe<strong>de</strong>ral eEstaduais; e priorizem a construção da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção integral emsaú<strong>de</strong> mental.A implantação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>radacomo priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública no País e os estados emunicípios <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver uma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nocontexto do SUS, com orientação única, inserida nos respectivosPlanos Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, respeitando as necessida<strong>de</strong>s,a realida<strong>de</strong> e o perfil epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong>.As políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vem ter como pressupostosbásicos a inclusão social e a habilitação da socieda<strong>de</strong> para convivercom a diferença. É <strong>de</strong> fundamental importância a integração <strong>de</strong>stapolítica com outras políticas sociais, como educação, trabalho,lazer, cultura, esporte, habitação e habilitação profissional, visandogarantir o exercício pleno da cidadania.A reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial <strong>de</strong>ve estar pautada emuma concepção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> compreendida como processo e não comoausência <strong>de</strong> doença, na perspectiva <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida, enfatizando ações integrais e promocionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.A efetivação da Reforma Psiquiátrica requer agilida<strong>de</strong> no processo<strong>de</strong> superação dos hospitais psiquiátricos e a concomitantecriação da re<strong>de</strong> substitutiva que garanta o cuidado, a inclusãosocial e a emancipação das pessoas portadoras <strong>de</strong> sofrimentopsíquico. Nesta perspectiva é necessário que os municípios <strong>de</strong>sen-23


volvam, <strong>de</strong> acordo com as diretrizes acima expostas, políticas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental mediante a implementação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviçossubstitutivos ao hospital psiquiátrico, territorializados e integradosà re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que realize ações <strong>de</strong> proteção, promoção, prevenção,assistência e recuperação em saú<strong>de</strong> mental.É fundamental, também, que as novas modalida<strong>de</strong>sassistenciais substitutivas <strong>de</strong>senvolvam práticas pautadas em relaçõesque potencializem a subjetivida<strong>de</strong>, a auto-estima, a autonomiae a cidadania e busquem superar a relação <strong>de</strong> tutela e aspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> reprodução <strong>de</strong> institucionalização e/oucronificação.Com estes objetivos, foram aprovadas também as seguintespropostas:241. Política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentale organização <strong>de</strong> serviços1. Reafirmar o SUS como política pública entre as três esferas<strong>de</strong> governo <strong>de</strong> forma solidária.2. Exigir, nas três esferas <strong>de</strong> governo, que as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental respeitem as <strong>de</strong>liberações das respectivas Conferências <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental e estabeleçam Planos <strong>de</strong> implementação que contemplemetas, orçamentos, prazos <strong>de</strong> investimento, avaliação, <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> natureza e capacida<strong>de</strong> operacional e proposta <strong>de</strong> gestão<strong>de</strong> serviços. Estes Planos <strong>de</strong>vem ser apresentados e aprovados nos<strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.3. Regulamentação imediata da Lei n.º 10.216/01 (Lei <strong>Nacional</strong>da Reforma Psiquiátrica), para garantir assistência aos portadores<strong>de</strong> sofrimento mental em serviços abertos, prescindindo efetivamentedo hospital psiquiátrico, com prazo máximo até o <strong>fina</strong>l<strong>de</strong> 2002.


4. Garantir que, até 2004, sejam extintos todos os leitos emhospitais psiquiátricos no Brasil, consolidando o projeto <strong>de</strong> uma“Socieda<strong>de</strong> sem Manicômios”, com a estruturação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong>substitutiva <strong>de</strong> atenção integral à saú<strong>de</strong> do usuário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentale com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> ampla discussãosobre a inclusão da loucura na socieda<strong>de</strong>. Os gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>municipais, estaduais e fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>vem construir uma agenda queviabilize o alcance <strong>de</strong>sta meta.5. Exigir agilida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> extinção dos hospitais psiquiátricosque consomem, atualmente, 88% dos recursos do SUS<strong>de</strong>stinados para a atenção em saú<strong>de</strong> mental.6. Exigir que a política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental tenha caráter efetivamentepúblico, e garantir que o setor público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (SUS), nastrês esferas <strong>de</strong> governo, assuma, gradativamente, todos os procedimentosdados aos portadores <strong>de</strong> sofrimento mental, <strong>de</strong> modo quetodos os serviços da re<strong>de</strong> substitutiva ao manicômio sejam essencialmente/estritamentepúblicos.7. Garantir um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong> mental comações e serviços <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que priorize o setor público.8. Garantir que serviços substitutivos sejam prioritariamente <strong>de</strong>caráter público. Quando for necessário estabelecer uma parceriacom prestadores da socieda<strong>de</strong> civil, esta <strong>de</strong>verá ser, obrigatoriamente,submetida, aprovada e fiscalizada pelo controle social.9. Garantir a consolidação do novo mo<strong>de</strong>lo assistencial atravésda municipalização e que a Reforma na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental sejapriorida<strong>de</strong> na agenda municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Garantir, também quea municipalização seja norteada pelos princípios públicos da legalida<strong>de</strong>,moralida<strong>de</strong>, eficiência, impessoalida<strong>de</strong> e participação.10. Garantir que os municípios promovam a integração e asistematização das políticas públicas em saú<strong>de</strong> mental com<strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> verba específica, exigindo o cumprimento da legislaçãovigente em saú<strong>de</strong> mental.25


2611. Garantir a inclusão das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental como umdos eixos prioritários da NOAS e, também, que todos os instrumentos<strong>de</strong> gestão do SUS e NOAS/PPI contemplem as propostas <strong>de</strong>reorganização da saú<strong>de</strong> mental.12. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong>, governos estaduais emunicipais incluam a saú<strong>de</strong> mental na NOAS como priorida<strong>de</strong> naatenção básica e <strong>de</strong><strong>fina</strong>m estratégias a partir das necessida<strong>de</strong>s dosusuários e <strong>de</strong> acordo com os princípios da Reforma Psiquiátrica,assegurando que: - os municípios em gestão <strong>de</strong> atenção básicatenham equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental na re<strong>de</strong>; - os municípios tenhamserviços substitutivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, garantindo o sistema <strong>de</strong>referência e contra-referência e a humanização do atendimento.13. Garantir a micro-regionalização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalconforme perspectiva apontada pela NOAS.14. Definir unida<strong>de</strong>s tipo CAPS como referência local, microregionale regional para a assistência em saú<strong>de</strong> mental, em consonânciacom a NOAS-2001 e com outros dispositivos vigentes.15. Formular uma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental extra-hospitalaremergencial para os municípios que não dispõem <strong>de</strong> recursosassistenciais.16. Garantir a <strong>de</strong>sburocratização e agilização do cadastramentoe cre<strong>de</strong>nciamento, junto ao Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> serviçossubstitutivos existentes em municípios que não se encontram emgestão plena e, também, dos projetos enviados pelos estados para aimplantação <strong>de</strong> serviços substitutivos.17. Garantir que as Secretarias e os <strong>Conselho</strong>s Estaduais,assim como as Secretarias e os <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>acompanhem os projetos dos CAPS e que estes sejam qualificados.18. Assegurar a <strong>de</strong>scentralização da atenção, implantando, até2003, serviços <strong>de</strong> atenção integral em saú<strong>de</strong> mental em todos os


municípios, formados por equipe interdisciplinar, evitando assimsobrecarregar os municípios <strong>de</strong> referência regional.19. Garantir que na agenda <strong>de</strong> 2002 sejam criados mecanismospara implementar, nos municípios, serviços substitutivos comequipes multiprofissionais, oficinas terapêuticas, CAPS e outrasformas <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental tais como: cooperativas sociais,clubes <strong>de</strong> lazer, serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos e visitas domiciliares,<strong>de</strong> acordo com as diretrizes do SUS e da Reforma Psiquiátrica.20. Exigir que a Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Ministérioda Saú<strong>de</strong> analise a Portaria/SNAS n.º 224/92, tendo em vista osatuais mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção, a<strong>de</strong>quando-a à realida<strong>de</strong> atual, particularmenteno que diz respeito ao número <strong>de</strong> leitos e <strong>de</strong> equipesmínimas. Esta análise <strong>de</strong>verá contemplar, inclusive, dispositivoscomo os hospitais <strong>de</strong> custódia e tratamento, revendo sua pertinência.21. Assegurar que não haja contratação <strong>de</strong> serviços substitutivosque funcionam <strong>de</strong>ntro ou nas imediações <strong>de</strong> hospitais psiquiátricos,em contradição com os princípios da <strong>de</strong>sinstitucionalização.E, também, garantir que os hospitais-dia anexos <strong>de</strong> hospitais psiquiátricosnão sejam cre<strong>de</strong>nciados.22. No processo <strong>de</strong> reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial garantira humanização do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. E, também, promover aintegração dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma a garantir assistênciaintegral aos usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.23. Garantir a observação das recomendações da OMS expressasno Relatório sobre a Saú<strong>de</strong> Mental no Mundo/2001, com oobjetivo <strong>de</strong> contemplá-las no estabelecimento da reorientação daassistência em saú<strong>de</strong> mental.24. A reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial em saú<strong>de</strong> mentalapresenta, <strong>de</strong>ntre seus pilares, a ressignificação da idéia <strong>de</strong>27


28internação, isto é sua compreensão como hospitalida<strong>de</strong> diurna enoturna, que faz parte do projeto terapêutico do usuário.25. Garantir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias diversas <strong>de</strong> ofertas<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental pautadas nas possibilida<strong>de</strong>s dosindivíduos, das famílias e dos serviços, para prestar cuidados e nãoapenas na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> “patologias”.26. Abolir o eletrochoque, por ser prática <strong>de</strong> punição, <strong>de</strong>suplício e <strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito aos direitos humanos.27. Garantir espaços <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, estimulandoa criação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> convivência e oficinas terapêuticas nacomunida<strong>de</strong>, trabalhando <strong>de</strong> modo interdisciplinar e investindona saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> crianças, adolescentes, adultos, idosos, pessoascom necessida<strong>de</strong>s especiais, além <strong>de</strong> dar oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalho para atores sociais e profissionais <strong>de</strong> diversas áreas doconhecimento, investindo em ativida<strong>de</strong>s musicais, pintura, escultura,esporte, teatro e outras.28. Garantir a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma política intersetorial paraatendimento às pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência mental articulandoas ações da saú<strong>de</strong>, educacional, assistência social, po<strong>de</strong>rjudiciário e atenção às vitimas <strong>de</strong> violência.29. Garantir que as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>senvolvamações <strong>de</strong> vigilância visando transformar as condições <strong>de</strong> produçãodo sofrimento.2. Responsabilida<strong>de</strong>s do gestorOs gestores, nas três esferas <strong>de</strong> governo, são responsáveis pelaimplantação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> acordo com as diretrizesda Reforma Psiquiátrica e os princípios do SUS.


Em relação às responsabilida<strong>de</strong>s do gestor, forma aprovadas asseguintes propostas:30. Exigir do Ministério da Saú<strong>de</strong> a construção <strong>de</strong> um Plano<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, respeitando as <strong>de</strong>liberações da IIIConferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, sustentado nos princípiosda Reforma Psiquiátrica, visando a extinção <strong>de</strong>finitiva do hospitalpsiquiátrico e a constituição <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> substitutiva <strong>de</strong>cuidados, <strong>de</strong>ntro da lógica <strong>de</strong> cidadania e da inclusão social.O plano nacional <strong>de</strong>ve estabelecer um cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sativaçãodos hospitais psiquiátricos, públicos e privados, com orçamentos,recursos para investimentos, <strong>de</strong>finição da natureza, capacida<strong>de</strong>operacional, indicadores para avaliação e propostas <strong>de</strong> gestãopara os equipamentos da re<strong>de</strong> substitutiva e prazos para aimplementação <strong>de</strong> suas metas. O <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><strong>de</strong>verá aprovar este plano que <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>sdobrado em planosestaduais e municipais aprovados pelos respectivos conselhos.31. Exigir das Secretarias Municipais e Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>que os respectivos planos <strong>de</strong> ação em saú<strong>de</strong> mental respeitem asConferências Municipais e Estaduais e estejam <strong>de</strong> acordo com osprincípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica. Estes planos <strong>de</strong>vemestabelecer metas, orçamentos, indicadores (<strong>de</strong>ntre os quais osindicadores epi<strong>de</strong>miológicos) para avaliação, investimento, <strong>de</strong>finiçãoda natureza, capacida<strong>de</strong> operacional e proposta <strong>de</strong> gestão paracada equipamento. Os <strong>Conselho</strong>s Municipais e Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>e as respectivas Comissões <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica <strong>de</strong>vem aprovarestes Planos.32. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> capacite os GruposTécnicos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental instituídos pela Portaria/GM n.º 799/00e que os estados e municípios efetivem estes grupos <strong>de</strong> forma aviabilizar o controle e vigilância em saú<strong>de</strong> mental.33. Garantir que os gestores respeitem e implementem as<strong>de</strong>liberações dos <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.29


3034. Responsabilizar os gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que efetivarem repasses<strong>de</strong> recursos <strong>fina</strong>nceiros para hospitais psiquiátricos que <strong>de</strong>srespeitamos direitos humanos dos usuários.35. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> não “amarre” o mo<strong>de</strong>loassistencial através do <strong>fina</strong>nciamento.36. Exigir dos gestores e políticos que a <strong>de</strong>sinstitucionalizaçãoseja efetivada investindo recursos <strong>fina</strong>nceiros, materiais e humanosnecessários para criação, manutenção, sustentação e expansão dosprojetos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, os quais <strong>de</strong>verão estar <strong>de</strong> acordo com osprincípios do SUS e diretrizes da Reforma Psiquiátrica.37. Os gestores <strong>de</strong>verão facilitar o processo <strong>de</strong> reorganizaçãoda assistência em saú<strong>de</strong> mental, proporcionando e garantindo, emtodos os níveis da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços, recursos e condições <strong>fina</strong>nceiras,materiais, técnicos e espaço físico a<strong>de</strong>quado para a viabilização<strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los assistenciais e o <strong>de</strong>senvolvimento das ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental, incluindo, também, veículos para situações <strong>de</strong> prontoatendimento,visitas domiciliares e outros.38. Garantir, na mudança <strong>de</strong> gestores, a continuida<strong>de</strong> dosprojetos legitimados pela população, <strong>de</strong>liberados pelas Conferências<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e aprovados pelos <strong>Conselho</strong>s Municipais,Estaduais e <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.39. Criar e reconhecer, em todos os níveis (fe<strong>de</strong>ral, estadual emunicipal), o cargo <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nador em Saú<strong>de</strong> Mental, legitimando-o,do ponto <strong>de</strong> vista técnico e político, e garantindo que estecargo seja ocupado por profissional i<strong>de</strong>ntificado e atuante na área<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. A votação do coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong>ve produzir-se numprocesso <strong>de</strong>mocrático com participação do gestor, dos trabalhadores,dos usuários e dos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.40. Os gestores, fe<strong>de</strong>ral e estaduais, <strong>de</strong>vem oferecer total apoioe acompanhamento ao processo <strong>de</strong> municipalização na saú<strong>de</strong>mental, responsabilizando o gestor municipal pela implantação


das propostas, consi<strong>de</strong>rando que a Reforma Psiquiátrica acontecefundamentalmente no município.41. Garantir que as coor<strong>de</strong>nadorias estaduais ou regionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> prestem assessoria especializada sistemática aos municípiospara a implementação <strong>de</strong> políticas e serviços <strong>de</strong> atenção integral àsaú<strong>de</strong> mental, segundo a concepção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo inclusivo.42. Garantir que todos os municípios em Gestão Plena <strong>de</strong>Atenção Básica e/ou Gestão Plena do Sistema Municipal <strong>de</strong>verão seresponsabilizar pela implantação <strong>de</strong> serviços substitutivos <strong>de</strong> acordocom as necessida<strong>de</strong>s locais.43. Garantir que as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> entre municípios pólos oureferência sejam marcadas pela integração e co-responsabilida<strong>de</strong>dos gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A intenção é evitar ou eliminar a“empurroterapia” que gera <strong>de</strong>sassistência.44. Garantir que os gestores, municipais, estaduais e fe<strong>de</strong>ral,apóiem a formação <strong>de</strong> profissionais baseada em uma concepçãointegral (atenção, reabilitação, ensino e pesquisa e prevenção) dasaú<strong>de</strong> mental.45. Garantir a inclusão <strong>de</strong> recorte <strong>de</strong> gênero, raça e etnia naelaboração, implantação e execução <strong>de</strong> diretrizes e ações nas campanhaspromovidas pelos governos fe<strong>de</strong>ral, estaduais e municipais.46. Garantir que as orientações normativas do Ministério daSaú<strong>de</strong> na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental sejam encaminhadas a todos os<strong>Conselho</strong>s Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com vistas à efetivaimplantação da Reforma Psiquiátrica.47. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> crie um sistema <strong>de</strong>informação, comunicação e divulgação sobre a política nacional <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental, utilizando os meios <strong>de</strong> comunicação existentes.48. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> elabore e distribuamanual <strong>de</strong> esclarecimento sobre vias <strong>de</strong> repasse <strong>fina</strong>nceiro,31


pólos <strong>de</strong> atendimento e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> cada município no contextoda NOAS/2001.49. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> articule maior intercâmbioentre os CAPS <strong>de</strong> todo o Brasil.50. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> estabeleça critérios, aserem cumpridos pelas três esferas <strong>de</strong> governo, para que o MinistérioPúblico <strong>de</strong> cada comarca seja cientificado da posse dos respectivos<strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, para que possam acompanhar açõese apoiar estes <strong>Conselho</strong>s.51. Assegurar que as Secretarias Estaduais e Municipais <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> promovam campanhas na mídia, <strong>de</strong> esclarecimento sobre:os direitos e <strong>de</strong>veres dos cidadãos no controle social do SUS; alegislação vigente (e legislações anteriores) e projetos que possambeneficiar os usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.323. PlanejamentoNo processo <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica é fundamental planejar apolítica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> forma que se garanta a atenção eqüitativapara todos os estados brasileiros, e estabelecer estratégias <strong>de</strong>planejamento, programação e implementação das ações e ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do SUS.Em relação ao planejamento da política e dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental foram aprovadas também as seguintes propostas:52. Criar mecanismos <strong>de</strong> avaliação, acompanhamento, planejamentoe fiscalização contínua da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> doSUS e incluir, na Portaria/GM n.º 799/00, a participação da socieda<strong>de</strong>civil e, em particular, os usuários e familiares.53. Incorporar os dados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nos sistemas <strong>de</strong>informação existentes para garantir o conhecimento da realida<strong>de</strong>epi<strong>de</strong>miológica e social e incentivar estudos epi<strong>de</strong>miológicos epesquisas na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.


54. Implementar um sistema <strong>de</strong> informações sobre saú<strong>de</strong>mental que inclua <strong>de</strong>núncias, trocas e informações entre serviçosque tenham atingido bons resultados, além <strong>de</strong> dados que diferenciem<strong>de</strong>ficiência mental e transtornos mentais.55. Garantir que o planejamento em saú<strong>de</strong> mental seja feito apartir do território, consi<strong>de</strong>rando, também, a micro e macroterritorialização. Garantir, também, que os municípios não tenhamque executar programas verticalizados e não discutidos amplamente.56. Implementar uma política <strong>de</strong> avaliação epi<strong>de</strong>miológica e<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços e ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nos âmbitosnacional, estadual e municipal.4. Auditoria, Controle e AvaliaçãoPara a efetivação da reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial, éfundamental a criação <strong>de</strong> indicadores e <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> avaliaçãoda política e dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental para o acompanhamento,intervenção e redirecionamento das práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,visando a consolidação dos princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica.Com estes objetivos, foram aprovadas também as seguintespropostas:57. Criar mecanismos para a efetivação imediata e cumprimentoda Portaria/GM n.º 799/00, que cria o Programa Permanente<strong>de</strong> Organização e Acompanhamento das Ações Assistenciais emSaú<strong>de</strong> Mental.58. Os municípios <strong>de</strong>vem:a) implementar e sistematizar as supervisões e auditorias nare<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, respeitando o Programa Perma-33


34nente <strong>de</strong> Organização e Acompanhamento das Ações Assistenciaisem Saú<strong>de</strong> Mental;b) realizar vistorias trimestrais nos hospitais psiquiátricos, emconjunto com a Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, <strong>Conselho</strong>Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Ministério Público e socieda<strong>de</strong> civil eestimular a implantação <strong>de</strong> política <strong>de</strong> supervisão e controle diárioque avalie períodos <strong>de</strong> internação, coíba abusos e violação <strong>de</strong>direitos dos usuários, com acionamento imediato em caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncia,e que garanta a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> política <strong>de</strong> redução <strong>de</strong>leitos em hospitais psiquiátricos;c) <strong>de</strong>senvolver ações <strong>de</strong> Vigilância Sanitária e Epi<strong>de</strong>miológicaem Saú<strong>de</strong> Mental e Saú<strong>de</strong> do Trabalhador, inclusive o rural, nostermos da Lei n.º 8.080/90, artigo 6 o , parágrafo 1 o , fiscalizandoespecialmente as instalações e condições materiais dos hospitaispsiquiátricos, instituições asilares, públicas, filantrópicas e privadase comunida<strong>de</strong>s terapêuticas.59. Fiscalizar, <strong>de</strong> forma permanente, os hospitais psiquiátricos.Esta fiscalização <strong>de</strong>ve ser realizada pelos gestores através dacriação <strong>de</strong> organismos específicos que incluam, obrigatoriamente,as entida<strong>de</strong>s profissionais e as representações <strong>de</strong> usuários. Os relatórios<strong>de</strong>stas vistorias <strong>de</strong>vem ser encaminhados aos <strong>Conselho</strong>sMunicipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> dos municípios nos quais se situam os hospitaispsiquiátricos.60. Desenvolver, em âmbito municipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral,formas <strong>de</strong> regulação e intervenção nas instituições fechadas asilares,tais como: FEBEM, asilos, fazendas, manicômios judiciários,hospitais psiquiátricos, centros <strong>de</strong> internação para adolescentesautores <strong>de</strong> atos infracionais, visando sua <strong>de</strong>sconstrução <strong>de</strong> formaprogramada.61. Desenvolver instrumentos <strong>de</strong> orientação e fiscalização dosasilos <strong>de</strong>stinados aos idosos, que impeçam sua utilização por


usuários portadores <strong>de</strong> transtornos mentais provenientes da<strong>de</strong>sativação <strong>de</strong> manicômios, que permaneceriam nessas instituiçõessem atendimento a<strong>de</strong>quado.62. Fiscalizar e punir clínicas e hospitais cre<strong>de</strong>nciados no SUSque cobram taxas “por fora” para atendimento e internação.63. Garantir a fiscalização das Prefeituras que recebem recursospara investimento e implantação <strong>de</strong> serviços substitutivos.64. Garantir, através <strong>de</strong> órgãos <strong>de</strong> fiscalização, municipais,estaduais e fe<strong>de</strong>ral, que os serviços substitutivos não reproduzam alógica manicomial <strong>de</strong> institucionalização e não atendam aos interesses<strong>de</strong> sobrevivência dos hospitais psiquiátricos.65. Estabelecer indicadores e parâmetros para a avaliação dosserviços substitutivos.66. Desenvolver critérios, amplamente discutidos, visando aacreditação dos serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.67. Garantir a avaliação e monitoramento do funcionamentodos serviços em relação a: ingresso <strong>de</strong> usuários novos, altas, número<strong>de</strong> pessoas atendidas, número <strong>de</strong> procedimentos realizados (individuale em grupo), número <strong>de</strong> internações evitadas, número <strong>de</strong>internações realizadas e escala <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> autonomia.68. Notificar, <strong>de</strong> forma compulsória, às Secretarias Estaduais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, toda e qualquer tentativa <strong>de</strong> auto-extermínio que foratendida nos setores <strong>de</strong> emergência, públicos e privados e encaminhar,imediatamente, aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. A notificaçãovisa também a obtenção <strong>de</strong> dados estatísticos.69. Garantir que as notificações <strong>de</strong> óbito sejam <strong>de</strong>vidamentepreenchidas pelos médicos, registrando a causa da morte, <strong>de</strong> formaa permitir uma visualização mais a<strong>de</strong>quada dos indicadores <strong>de</strong>mortalida<strong>de</strong>.35


5. Desinstitucionalização5.1. Superação do mo<strong>de</strong>lo asilar36A efetiva superação do mo<strong>de</strong>lo asilar exige a implantação <strong>de</strong>uma política <strong>de</strong> <strong>de</strong>sospitalização/substituição progressiva dos leitosem hospitais psiquiátricos, com a concomitante construção <strong>de</strong>uma re<strong>de</strong> substitutiva que assegure assistência integral e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> acordo com os princípios da Reforma Psiquiátrica e emconformida<strong>de</strong> com a Lei Fe<strong>de</strong>ral n.º 10.216/01 e Portaria/GM n.º799/00.Com este objetivo foram aprovadas também as seguintes propostas:70. Exigir que os estados e municípios que possuem hospitaispsiquiátricos sob sua gestão elaborem Portarias visando a <strong>de</strong>sativaçãoprogressiva, com metas anuais <strong>de</strong> redução do número <strong>de</strong> leitos.71. Garantir a imediata implementação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong><strong>de</strong>sospitalização, que <strong>de</strong>ve ser iniciada com o fechamento dosleitos privados e conveniados com o SUS e, posteriormente, dosleitos públicos, assegurando uma assistência <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.72. Garantir a imediata regulamentação <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>stinadosàs ações extra-hospitalares, oriundos da verba <strong>de</strong> internaçõesem hospitais psiquiátricos, para a formação e consolidação da re<strong>de</strong><strong>de</strong> atenção integral.73. Exigir do Ministério da Saú<strong>de</strong> que proponha aos municípiosum cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização das pessoas internadasem hospitais psiquiátricos, articulado às ações das SecretariasEstaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.74. Implantar e/ou dar continuida<strong>de</strong> a uma política <strong>de</strong><strong>de</strong>sospitalização psiquiátrica com o acompanhamento do Serviço<strong>de</strong> Controle e Avaliação das Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, visandoa alta das pessoas há longo tempo internadas. Neste processo,


garantir que os recursos até então gastos com AIHs sejam efetivamenteutilizados na implantação <strong>de</strong> Serviços Resi<strong>de</strong>nciaisTerapêuticos e para auxiliar no sustento dos usuários e familiares.A <strong>de</strong>sospitalização <strong>de</strong> cada usuário <strong>de</strong>ve resultar na automáticaextinção do respectivo leito hospitalar.75. Garantir a Reforma Psiquiátrica no sentido <strong>de</strong> impedirinternações abusivas e <strong>de</strong>snecessárias, incentivando a criação <strong>de</strong>alternativas <strong>de</strong> tratamento nos serviços substitutivos em todos osmunicípios brasileiros, <strong>de</strong> forma a respeitar e aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>se especificida<strong>de</strong>s locais. Neste processo, garantir que osmoradores <strong>de</strong> hospitais psiquiátricos que apresentam quadros neurológicosgraves e profundos e que se encontram em situação <strong>de</strong>abandono recebam assistência efetiva.76. O processo <strong>de</strong> substituição progressiva dos leitos psiquiátricospor outras formas <strong>de</strong> assistência exige a potencialização dopapel dos familiares nos cuidados dos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais.77. Garantir que o processo <strong>de</strong> reabilitação psicossocial contempleações <strong>de</strong>stinadas à clientela com níveis <strong>de</strong> autonomia econtratualida<strong>de</strong> reduzidos. Os dispositivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem realizar aintermediação <strong>de</strong>sta clientela com o social e <strong>de</strong>vem primar peladiversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atores, inscrevendo-se no âmbito da cida<strong>de</strong>. As ativida<strong>de</strong>srealizadas por estes dispositivos <strong>de</strong>vem ser estruturadas e <strong>de</strong>senvolvidasna dimensão do quotidiano pessoal e social.78. Garantir que os municípios se responsabilizem pelo processo<strong>de</strong> reabilitação e reinserção social dos usuários asilados emhospitais psiquiátricos e dos egressos <strong>de</strong> internações psiquiátricas,inclusive realizando a busca ativa <strong>de</strong> seus familiares.79. Garantir a realização <strong>de</strong> censos hospitalares, mapeandonão apenas os leitos mas, também, o perfil da clientela com priorida<strong>de</strong><strong>de</strong> atenção, tendo em vista as Portarias GM n.º 106/00 eGM n.º 1220/00.37


80. Implementar ações preventivas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, que articulempráticas <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> cuidados às vitimas <strong>de</strong> violênciae <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização.5.2. Organização e produção da re<strong>de</strong> edos serviços substitutivos38Para a efetivação da Reforma Psiquiátrica é necessário quecada município viabilize, <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> local e nocontexto do SUS, a partir dos recursos disponíveis e/ou da criaçãodos dispositivos pertinentes à sua realida<strong>de</strong>, a implementação <strong>de</strong>uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental substitutiva ao hospitalpsiquiátrico, capaz <strong>de</strong> oferecer atenção integral ao usuário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental e a seus familiares, em todas as suas necessida<strong>de</strong>s, nas24h, durante os 7 dias da semana, fortalecendo a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ações e a <strong>de</strong>sinstitucionalização. Esta re<strong>de</strong>, composta por modalida<strong>de</strong>sdiversificadas <strong>de</strong> atenção e integrada à re<strong>de</strong> básicaterritorializada, <strong>de</strong>ve contemplar ações referentes às áreas <strong>de</strong> trabalho,moradia e educação e, também, ser estruturada <strong>de</strong> forma<strong>de</strong>scentralizada, integrada e intersetorial, <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>sdos usuários, visando garantir o acesso universal a serviçospúblicos humanizados e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.Os serviços substitutivos <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>senvolver atenção personalizadagarantindo relações entre trabalhadores e usuários pautadasno acolhimento, no vínculo e na <strong>de</strong>finição precisa da responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> cada membro da equipe. A atenção <strong>de</strong>ve incluir açõesdirigidas aos familiares e comprometer-se com a construção dosprojetos <strong>de</strong> inserção social, respeitando as possibilida<strong>de</strong>s individuaise os princípios <strong>de</strong> cidadania.


Nesta perspectiva, foram aprovadas também as seguintes propostas:81. Realizar o mapeamento da re<strong>de</strong> assistencial <strong>de</strong> cada município(serviços existentes, número e tipo <strong>de</strong> leitos) e a análiseepi<strong>de</strong>miológica dos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental prevalentes nacomunida<strong>de</strong>, como subsídios para a implementação ou a<strong>de</strong>quaçãoda re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental.82. Reorganizar os serviços e programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentaltendo como referência a noção <strong>de</strong> território e consi<strong>de</strong>rando ascaracterísticas sócio-<strong>de</strong>mográficas e culturais, a organização urbana,o perfil epi<strong>de</strong>miológico e as condições <strong>de</strong> acesso comoelementos fundamentais para a integração <strong>de</strong>stes serviços nare<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência.83. Garantir que a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nos municípiosseja composta por NAPS, leitos psiquiátricos em hospital geral(quando necessário), centros <strong>de</strong> convivência, centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, serviços<strong>de</strong> atenção à criança e ao adolescente, serviços resi<strong>de</strong>nciaisterapêuticos, programas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda e trabalho.84. Articular as ações <strong>de</strong> assistência, promoção, prevenção ereabilitação psicossocial mediante o <strong>de</strong>senvolvimento da atençãobásica associada ao Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, implementandouma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços territoriais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, substitutivos aohospital psiquiátrico, composta por urgência psiquiátrica, leitopsiquiátrico em hospital geral (capacitado para o atendimento <strong>de</strong>urgências), Centro ou Núcleo <strong>de</strong> Atenção Psicossocial, núcleo <strong>de</strong>atenção à população usuária <strong>de</strong> álcool e outras drogas, hospitaldia,oficina terapêutica, centro <strong>de</strong> convivência, programa <strong>de</strong> geração<strong>de</strong> trabalho e renda, cooperativa e serviço resi<strong>de</strong>ncial terapêutico,que trabalhem <strong>de</strong> forma integrada e complementar.39


4085. Garantir que os gestores fe<strong>de</strong>ral, estaduais e municipaiselaborem plano <strong>de</strong> reorientação, <strong>de</strong>scentralizado, do mo<strong>de</strong>loassistencial da saú<strong>de</strong> mental, visando fomentar uma discussão comos municípios e/ou regiões (consórcios <strong>de</strong> municípios) dos serviçossubstitutivos, seguindo as priorida<strong>de</strong>s – nível <strong>de</strong> atenção primária,secundária e terciária:a) garantir a promoção do bem-estar do indivíduo (atençãoprimária);b) promover ações integradas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental dos programasPSF, PACS e ESM;c) tornar disponível o atendimento nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, tendo um protocolo <strong>de</strong> referência e contra-referência;d) promover a extinção dos manicômios e implantação <strong>de</strong> programa<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental com substituição <strong>de</strong> serviços existentes;e) cada município (ou consórcios municipais), a cada 70.000habitantes, <strong>de</strong>ve contar com o CAPS público; implantação <strong>de</strong> serviçossubstitutivos tipo: NAPS, CAPS, oficinas terapêuticas, centros <strong>de</strong>convivência, ambulatórios integrais e leitos psiquiátricos em hospitalgeral, com ampla participação da comunida<strong>de</strong> nas discussões;f) estabelecer que as urgências <strong>de</strong> psiquiatria sejam atendidasem serviços <strong>de</strong> emergência geral;g) organizar e implantar o serviço <strong>de</strong> atendimento em saú<strong>de</strong>mental na re<strong>de</strong> municipal, composta <strong>de</strong> equipes volantesmultidisciplinares, para atendimento domiciliar e emergência einternação domiciliar, garantindo a referência e contra-referência;h) implantar no município serviço <strong>de</strong> busca em domicílio, para aspessoas que apresentam transtornos mentais, incluindo equipeinterdisciplinar, serviço <strong>de</strong> chamadas, solicitação e <strong>de</strong>mais recursosnecessários, utilizando as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.86. Organizar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados em saú<strong>de</strong> mental, nointerior da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do SUS, <strong>de</strong>scentralizada,regionalizada, horizontalizada, integrando todos os serviços e os


níveis <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>ste sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma a garantir o acessouniversal a serviços humanizados e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.87. Garantir a criação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção às pessoas comtranstornos mentais, à criança e ao adolescente, aos usuários <strong>de</strong>álcool e drogas e à população <strong>de</strong> rua, <strong>de</strong> acordo com suas necessida<strong>de</strong>s,consi<strong>de</strong>rando os dados epi<strong>de</strong>miológicos e a realida<strong>de</strong> local<strong>de</strong> cada município, enfocando: atenção integral, território, acesso,gratuida<strong>de</strong> e intersetorialida<strong>de</strong>. Esta re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve contemplar:estruturação da atenção básica em saú<strong>de</strong> mental; ampliação dare<strong>de</strong> substitutiva territorializada com CAPS e NAPS capazes <strong>de</strong> acolhere cuidar no momento <strong>de</strong> crise, preferencialmente com funcionamento24 horas, e outros serviços como hospital-dia, serviços<strong>de</strong> pronto-atendimento e residências terapêuticas; garantia <strong>de</strong> leitos<strong>de</strong> curta duração em hospitais gerais como estratégia, visto quea re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção <strong>de</strong>ve trabalhar com a perspectiva <strong>de</strong> extinção dainternação psiquiátrica em qualquer <strong>de</strong> suas formas; estabelecimento<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> e co-responsabilida<strong>de</strong> entre os diferentesserviços e atores que compõem a re<strong>de</strong>.88. Garantir, respeitando as possibilida<strong>de</strong>s e especificida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> cada município, a criação <strong>de</strong> serviços substitutivos ao hospitalpsiquiátrico, inseridos na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços, que assegurem o atendimentodas urgências em saú<strong>de</strong> mental sem recurso ao hospitalpsiquiátrico, mediante funcionamento 24hs nos CAPS, NAPS,CERSAMs ou utilização <strong>de</strong> leitos em hospital geral ou internação emhospital geral.89. Desenvolver a prática <strong>de</strong> cuidado domiciliar, em substituiçãoao cuidado hospitalar, como estratégia <strong>de</strong> enfrentamento dassituações <strong>de</strong> crise dos portadores <strong>de</strong> sofrimento psíquico e seusfamiliares.90. Implantar dispositivos complementares que ofereçam hospitalida<strong>de</strong>noturna, consi<strong>de</strong>rando a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> municípios quenão dispõem <strong>de</strong> CAPS/NAPS com funcionamento 24 hs.41


4291. Compreen<strong>de</strong>r os serviços substitutivos como meio e nãocomo fim, visando a permanente reinserção social das pessoasportadoras <strong>de</strong> sofrimento psíquico.92. Garantir que os serviços e dispositivos substitutivos:a) atendam à complexida<strong>de</strong> e fundamentem-se nos princípios<strong>de</strong> horizontalização e <strong>de</strong> superação da lógica da tutela;b) estabeleçam como uma das priorida<strong>de</strong>s, o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> suporte à família dos portadores <strong>de</strong> sofrimento mentale a articulação com grupos organizados da comunida<strong>de</strong>;c) sejam, <strong>de</strong> fato, lugares <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sentido para a vidadas pessoas atendidas;d) sejam comunitários e territoriais, respeitando os princípiosda co-responsabilização na atenção em saú<strong>de</strong> mental.93. Repensar o perfil dos serviços prestados pelos CAPS existentes,no sentido <strong>de</strong> que eles não se tornem um mo<strong>de</strong>lo reprodutorda exclusão. Os CAPS <strong>de</strong>vem promover, efetivamente, a diminuiçãodo número <strong>de</strong> internações.94. Criar CAPS em municípios que possuam equipe mínimaatuante e que <strong>de</strong>senvolvam atendimento com abrangência regional.95. Desenvolver serviços substitutivos <strong>de</strong> atenção diária, a<strong>de</strong>quadosà abrangência populacional <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong> menor porte,flexibilizando os atuais critérios normativos vigentes. Em particular,flexibilizar o indicativo populacional proposto como critériopara criação <strong>de</strong> serviço substitutivo, quando os municípios nãocontemplados por tais dispositivos apresentarem em seu territóriohospitais psiquiátricos.96. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> não padronize a criação<strong>de</strong> serviços substitutivos apenas a partir do número <strong>de</strong> habitantes nosmunicípios, represando a proposta <strong>de</strong> CAPS simplificado.97. Implementar, nos municípios com população <strong>de</strong> até70.000 habitantes, serviços substitutivos, tais como: oficinas


terapêuticas, centros <strong>de</strong> convivência, ambulatórios integrais ou emhospitais gerais.98. Propor que os pequenos municípios se organizem emconsórcios <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental para a criação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Implementar consórcios intermunicipais para o<strong>de</strong>senvolvimento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e para a implantação<strong>de</strong> serviços 24 horas em cida<strong>de</strong>s pólo <strong>de</strong> região, promovendo ointercâmbio <strong>de</strong> experiências e assegurando que todo municípiotenha um serviço <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.99. Reconhecer a importância das oficinas terapêuticas nareorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial, garantindo o investimento <strong>de</strong>recursos materiais e humanos e apoiando ativamente sua implantaçãoe <strong>de</strong>senvolvimento.100. Promover ações para aten<strong>de</strong>r os usuários e familiaresem situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem social, visando garantir a autonomiaem contraste com uma visão assistencialista que reforça a <strong>de</strong>pendência.101. Enfatizar a importância <strong>de</strong> as equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentaltrabalharem a potencialização da subjetivida<strong>de</strong> e o resgate daafetivida<strong>de</strong> na relação entre as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornosmentais e os familiares, através <strong>de</strong> oficinas com participação conjunta.102. Fomentar a implantação e implementação <strong>de</strong> programas<strong>de</strong> reabilitação e ressocialização do portador <strong>de</strong> transtornos mentais,priorizando a criação <strong>de</strong> lares abrigados, oficinas <strong>de</strong> trabalhoe centros <strong>de</strong> convivência para a clientela institucionalizada ou não.103. Incluir os grupos <strong>de</strong> auto-ajuda na re<strong>de</strong> assistencial.104. Garantir a criação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental para aspopulações rurais, indígenas, idosos, crianças e adolescentes, portadores<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência e grupos <strong>de</strong> maior vulnerabilida<strong>de</strong> (moradores<strong>de</strong> rua, pessoas usuárias <strong>de</strong> drogas, <strong>de</strong>ntre outros).43


105. Criar e implantar ambulatórios <strong>de</strong> neurologia, com profissionaiscapacitados, e oferecer exames complementares nosmunicípios pólo e micro-região.5.3. Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos44A implantação efetiva da Reforma Psiquiátrica requer o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização das pessoas hálongo tempo internadas, que visem os processos <strong>de</strong> autonomia, <strong>de</strong>construção dos direitos <strong>de</strong> cidadania e <strong>de</strong> novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vida para todos e que garantam o acesso, o acolhimento, aresponsabilização e a produção <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> cuidado dosofrimento.Neste processo é fundamental a criação <strong>de</strong> Serviços Resi<strong>de</strong>nciaisTerapêuticos com capacida<strong>de</strong>s e recursos para <strong>de</strong>senvolver o acompanhamento<strong>de</strong> usuários objetivando a inserção familiar e social.Desta forma é necessário implementar a Portaria GM n.º 106/00 egarantir seu cumprimento, que prevê, <strong>de</strong>ntre outras proposições,que para cada vaga aberta em Serviços Resi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong>ve ser<strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciado igual número <strong>de</strong> leitos <strong>de</strong> hospitais psiquiátricosdo SUS.Ao mesmo tempo, é necessário viabilizar alternativas para acriação <strong>de</strong> Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos que possam aten<strong>de</strong>ràs necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outros portadores <strong>de</strong> sofrimento psíquico e nãoapenas dos egressos <strong>de</strong> hospitais psiquiátricos, conforme <strong>de</strong>fine aPortaria/GM n.º 106/00. Com este objetivo, foram aprovadas duaspropostas:106. Criar Serviços Resi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos para acolhertodos os portadores <strong>de</strong> sofrimento mental, <strong>de</strong>ficientes mentais,autistas, que requeiram este tipo <strong>de</strong> dispositivo como, por exemplo,aqueles que vivem nas ruas, os egressos dos manicômios


judiciários e <strong>de</strong> outras instituições penais, bem como os egressos<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais estruturas asilares.107. Suprimir a expressão “egressos <strong>de</strong> internação psiquiátrica<strong>de</strong> longa permanência” do texto da Portaria/GM n.º 106/00,visando possibilitar a criação <strong>de</strong> residências terapêuticas para pessoascom perfil a<strong>de</strong>quado aos critérios estabelecidos pela Portaria,mas que não são oriundos <strong>de</strong> internação <strong>de</strong> longa permanência.5.4. Trabalho e geração <strong>de</strong> rendaO processo <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica requer a implementação<strong>de</strong> políticas públicas que garantam e consoli<strong>de</strong>m a criação <strong>de</strong>Programas <strong>de</strong> Geração <strong>de</strong> Renda e Trabalho e <strong>de</strong> Cooperativas eAssociações <strong>de</strong> Usuários, visando os processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> autonomiae <strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> cidadania.Com este objetivo, foram aprovadas também as seguintespropostas:108. Investir nos grupos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda e trabalho jáexistentes nos centros <strong>de</strong> convivência.109. Criar leis que propiciem a formação <strong>de</strong> Cooperativas eAssociações <strong>de</strong> Usuários e facilitar as linhas <strong>de</strong> crédito.110. Incentivar a organização <strong>de</strong> ações articuladas aos setoresdo trabalho e ação social no sentido <strong>de</strong> fomentar a realização <strong>de</strong>feiras que articulem um novo processo econômico e que sirvamcomo alternativa <strong>de</strong> enfrentamento do <strong>de</strong>semprego, miséria e exclusãosocial.111. Criar Centros <strong>de</strong> Capacitação Profissional para portadores<strong>de</strong> sofrimento psíquico e/ou realizar convênios com instituições <strong>de</strong>qualificação profissional e do trabalho (SESI, SESC, SENAI, SENAC,FAT e Secretarias Estadual e Municipal do Trabalho).45


46112. Financiar políticas <strong>de</strong> inserção do portador <strong>de</strong> sofrimentopsíquico no mercado <strong>de</strong> trabalho, por exemplo, medianteprogramas <strong>de</strong> trabalho protegido, e/ou outras formas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>renda, enquanto estes buscam sua autonomia via mercado formal.113. Criar incentivos para empresas que viabilizem a inserçãodo usuário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental no campo <strong>de</strong> trabalho, visando suacidadania e assegurando seus direitos <strong>de</strong> trabalhador.114. Incentivar a criação <strong>de</strong> projeto <strong>de</strong> lei que garanta quotasparticipativas visando a inserção no mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> pessoascom transtornos mentais.115. Consi<strong>de</strong>rar as ações que visam o TRABALHO comGERAÇÃO DE RENDA como parte integrante do cuidado em saú<strong>de</strong>mental.116. Garantir que cada NAPS/CAPS <strong>de</strong>senvolva oficinas <strong>de</strong>produção sistemática, visando à profissionalização do trabalho comremuneração para os usuários.117. Implementar programas <strong>de</strong> profissionalização e inclusãono mercado <strong>de</strong> trabalho e ampliar os espaços <strong>de</strong> convivênciado portador <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência mental nos recursos existentes nacomunida<strong>de</strong>.118. Criar mecanismos que estimulem a inserção <strong>de</strong> ex-moradoresdos serviços psiquiátricos no mercado <strong>de</strong> trabalho e outrasformas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda.6. Controle da internação psiquiátricaNo curso do processo <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica, é necessárioque os gestores estaduais e municipais estabeleçam mecanismosefetivos para o controle das internações psiquiátricas.


Com este objetivo, foram aprovadas também as seguintes propostas:119. Estabelecer formas <strong>de</strong> controle único para a emissão <strong>de</strong>AIH, assegurando que todas as internações necessárias sejam autorizadaspelo serviço público, preferencialmente <strong>de</strong> base territorial,constituído por equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.120. A internação e a reinternação psiquiátrica <strong>de</strong>verão ocorrerapós avaliação da equipe técnica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental dos serviçossubstitutivos.121. Estimular a criação <strong>de</strong> centrais <strong>de</strong> regulação <strong>de</strong> internaçãopsiquiátrica com o objetivo <strong>de</strong> evitar internações não indicadas.122. Rever o critério <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> internação e garantir, pormeio <strong>de</strong> supervisões institucionais e fiscalizações, que o tempo <strong>de</strong>internação seja o mais breve possível, <strong>de</strong> acordo com avaliação econduta psiquiátrica e da equipe multiprofissional.123. Exigir que os municípios implementem o controle <strong>de</strong>emissão <strong>de</strong> laudos para internações psiquiátricas por qualquerprofissional médico, <strong>de</strong> forma que as emissões <strong>de</strong> AIH sejam feitasa partir dos pareceres e indicações técnicas das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental, antes <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição pela remoção do usuário parainternação hospitalar.477. Acesso à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atençãoNo que diz respeito à porta <strong>de</strong> entrada da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção,foram aprovadas quatro propostas:124. Incluir atenção psiquiátrica na regulação <strong>de</strong> urgência/emergência, com mecanismos claros <strong>de</strong> referência e contrareferênciaque garantam o acesso, a regionalização, informaçãoimediata <strong>de</strong> internações e altas para os serviços referenciados e


exigir o cumprimento da resolução CIS n.º 35, no que tange à porta<strong>de</strong> entrada para o sistema <strong>de</strong> internações.125. Garantir, <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> local, que os Serviços<strong>de</strong> Base Territorial possam funcionar como porta <strong>de</strong> entradaao SUS.126. Estabelecer como porta <strong>de</strong> entrada da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental as Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, preferencialmente por meioda estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.127. Suscitar discussão ampla sobre a aplicação da noção <strong>de</strong>hierarquização aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.8. Atenção Básica48No que diz respeito à Atenção Básica, é importante reafirmaras recomendações da 8ª Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que indicama responsabilida<strong>de</strong> da unida<strong>de</strong> básica por 80% das necessida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população, incluindo atenção em saú<strong>de</strong> mental.Com este objetivo, e aten<strong>de</strong>ndo ao Princípio da Integralida<strong>de</strong>,é necessário incluir a atenção aos portadores <strong>de</strong> sofrimento psíquiconas ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, também, incorporar as ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.Faz-se necessário ainda que a reorganização da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> AtençãoIntegral à Saú<strong>de</strong> Mental enfatize a Atenção Básica, enten<strong>de</strong>ndoesta como um conjunto <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s e ações articuladas em umterritório, sob o eixo do acolhimento, vínculo e heterogeneida<strong>de</strong>.Em relação à Atenção Básica, foram também aprovadas asseguintes propostas:128. Defen<strong>de</strong>r a inclusão das ações em saú<strong>de</strong> mental nonível básico da atenção à saú<strong>de</strong>, no elenco <strong>de</strong> Ações e Programasexigidos pela NOAS/2001, para que os municípios sejam habi-


litados ao nível <strong>de</strong> gestão PAB Ampliado, <strong>de</strong> modo que sejamcumpridas as metas da OMS, quando, em sua recente AssembléiaMundial, em maio <strong>de</strong> 2001, <strong>de</strong>liberou pela ampliação dos cuidadosem saú<strong>de</strong> mental na Atenção Básica à Saú<strong>de</strong>.129. Priorizar as ações <strong>de</strong> cuidados primários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalnas Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, no que tange aos quadrosclínicos e subclínicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, ansieda<strong>de</strong> e suas relações <strong>de</strong>comorbida<strong>de</strong>.130. Garantir que a Re<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolva ações<strong>de</strong> vigilância à saú<strong>de</strong> na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, no sentido <strong>de</strong>localizar e atuar nas áreas <strong>de</strong> risco geradoras <strong>de</strong> sofrimento mental(locais <strong>de</strong> trabalho, condições <strong>de</strong> moradia e outras), contribuindoassim para <strong>de</strong>senvolver a ação intersetorial necessária para a reduçãodo sofrimento.131. Criar, em âmbito nacional, principalmente nas regiõesque não dispõem <strong>de</strong> psiquiatras, protocolos <strong>de</strong> atendimento eprescrição <strong>de</strong> medicações psiquiátricas dirigidos aos médicosgeneralistas, com a <strong>fina</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r pessoas com problemasmentais e <strong>de</strong> impedir a medicalização excessiva, que também égeradora <strong>de</strong> sofrimento.132. Introduzir o atendimento domiciliar na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> AssistênciaBásica.133. Garantir o acesso do portador <strong>de</strong> transtornos mentais aotratamento odontológico, <strong>de</strong> Fonoaudiologia e <strong>de</strong> Terapia Ocupacionalna Re<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.134. Incluir, nas agendas municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a atenção àsaú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong>finindo elementos para compor o pacto <strong>de</strong> criação<strong>de</strong> indicadores da atenção básica.135. Garantir maior resolubilida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> da Re<strong>de</strong>Básica <strong>de</strong> Atenção, com capacitação em saú<strong>de</strong> mental das equipesmínimas do PSF, garantindo a integralida<strong>de</strong> da atenção,dimensionando equipes especializadas <strong>de</strong> referência (para49


50atendimento e assessoria) que po<strong>de</strong>m ser específicas, ou aquelasdos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental especializadas já existentes.136. Garantir a incorporação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental noPrograma <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, mediante oferta <strong>de</strong> ações maislocais por parte dos profissionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, tais como:visita domiciliar, potencialização <strong>de</strong> recursos comunitários, atendimentosem grupo e individuais, em articulação com os profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.137. Garantir que cada município conte com atendimento eintegração da assistência à saú<strong>de</strong> mental na re<strong>de</strong> básica (PACS/PSF/Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> comunitários).138. As equipes multiprofissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental quetrabalham junto ao PSF aten<strong>de</strong>rão prioritariamente aos casosgraves e observarão a seguinte proporção para sua constituição:um profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental para cada duas equipes <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> da Família.139. Promover a prevenção em saú<strong>de</strong> mental por meio daoferta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para este fim (por exemplo: esportes comunitários,grupos <strong>de</strong> mães, oficinas <strong>de</strong> arte e <strong>de</strong> ofícios, grupos <strong>de</strong>apoio, lazer e outros), <strong>de</strong>senvolvidas preferencialmente por recursoscomunitários, Saú<strong>de</strong>, PACS, PSF e comunida<strong>de</strong>.140. Criar equipes volantes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, capacitadasnos princípios da Reforma Psiquiátrica, que funcionem como referênciaàs equipes do PSF e das Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>acordo com a necessida<strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong> oupara cada grupo <strong>de</strong> cinco equipes.141. Garantir supervisão continuada no <strong>de</strong>senvolvimento dotrabalho conjunto das equipes PACS/ PSF e Saú<strong>de</strong> Mental e, também,avaliar as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental executadas pelas equipes <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> da Família visto que o Programa é recente.142. Implantar serviços <strong>de</strong> atendimento/internação domiciliarem saú<strong>de</strong> mental realizados por equipes itinerantes ou equipesdo PACS/PSF.


143. Criar a ficha “B” <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental no Sistema <strong>de</strong> Informaçãoda Atenção Básica – SIAB, como forma <strong>de</strong> coletar dadospara acompanhar, monitorar e avaliar os usuários portadores <strong>de</strong>transtornos mentais atendidos pela Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família. Eo grupo “Atenção à Saú<strong>de</strong> Mental” do sistema <strong>de</strong> informaçõesambulatoriais do SUS na <strong>de</strong>signação “atendimento a grupos específicos”da tabela <strong>de</strong> procedimentos.9. O lugar do hospital geral nare<strong>de</strong> <strong>de</strong> atençãoNo que diz respeito aos hospitais gerais, tanto em relação aoacesso como em relação à implantação e ampliação <strong>de</strong> leitos psiquiátricosem hospitais gerais foram apresentadas as seguintespropostas:144. Garantir que todo hospital geral, público e privado,possa aten<strong>de</strong>r às pessoas portadoras <strong>de</strong> sofrimento psíquico.145. Ampliar o número <strong>de</strong> leitos psiquiátricos em hospitaisgerais nos municípios, cumprindo a Lei n.º 10.216/01 e a LeiEstadual n.º 9.716/92, do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, que prevê o fechamento<strong>de</strong> um leito em hospital psiquiátrico para cada dois leitoscriados em hospital geral, bem como criar serviços <strong>de</strong> urgênciaspsiquiátricas, nos quais o paciente possa permanecer em observaçãopor até 72 horas, com posterior encaminhamento para continuida<strong>de</strong>do tratamento nos <strong>de</strong>mais serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental,implementando o cadastro <strong>de</strong> 10% dos leitos dos hospitais geraispara internações psiquiátricas.146. Garantir, a partir da data <strong>de</strong> término <strong>de</strong>sta Conferência,a implantação <strong>de</strong> leitos psiquiátricos em hospitais gerais, respeitandoa Portaria/SNAS n.º 224/92.51


147. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> e as SecretariasEstaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> exijam dos hospitais públicos, privados efilantrópicos cre<strong>de</strong>nciados, a reserva <strong>de</strong> leitos psiquiátricos - naproporção <strong>de</strong> 5% dos leitos totais - para atendimento <strong>de</strong> urgênciae emergência.10. Assistência farmacêutica eexames complementares52No processo <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica, um dos itens <strong>de</strong> fundamentalimportância está relacionado à questão da assistência farmacêutica.Um dos aspectos levantados diz respeito à necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> que o Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>fina</strong> e implemente uma política <strong>de</strong>medicamentos para a área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, com a criação <strong>de</strong>protocolos <strong>de</strong> tratamento.Outro aspecto diz respeito à garantia <strong>de</strong> que cada estadotenha um plano, integrado com os municípios, <strong>de</strong> distribuição<strong>de</strong>scentralizada e controle sistemático dos medicamentos psiquiátricos.Os municípios <strong>de</strong>vem se responsabilizar pela organização<strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> tratamento com os medicamentos padronizados,<strong>de</strong> acordo com a RENAME (Relação <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Medicamentos),além <strong>de</strong> cadastros <strong>de</strong> dispensação <strong>de</strong> medicamentos.Propõe-se também a revisão da lista dos medicamentos psicotrópicosdisponíveis no SUS, inclusive os <strong>de</strong> alto custo. Além disso,consi<strong>de</strong>ra-se fundamental garantir o uso racional e seguro dospsicofármacos, assim como o acesso e o fornecimento gratuito <strong>de</strong>medicamentos, inclusive os <strong>de</strong> última geração, <strong>de</strong> acordo comprotocolos <strong>de</strong> tratamento, incorporando inovações tecnológicas comprovadase seguras.


Deve-se garantir também que os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalofereçam orientações e informações sobre o uso <strong>de</strong> medicamentosaos usuários e familiares.Com estes objetivos, foram aprovadas também as seguintespropostas:148. Problematizar a tensão existente entre as <strong>de</strong>mandasadvindas da precarieda<strong>de</strong> social e a restrição das ações oferecidasno campo da Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong>finindo como problema ético arecorrência exclusiva à medicalização como forma <strong>de</strong> minimizar aadaptação do sofrimento psíquico às condições precárias <strong>de</strong> vida.Criar mecanismos que inibam a medicalização do sofrimento psíquicoe da exclusão social.149. Garantir o uso racional, seguro e eficaz <strong>de</strong> todos os itens<strong>de</strong> medicamentos que constituem o Programa <strong>de</strong> Dispensação <strong>de</strong>Medicamentos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, em tempo hábil, contínuo,ininterrupto e proporcional ao número <strong>de</strong> usuários, realizandofarmacovigilância com a <strong>de</strong>vida assistência farmacêutica.150. Pleitear junto ao Ministério da Saú<strong>de</strong> a <strong>de</strong>fesa da quebra<strong>de</strong> patente dos medicamentos <strong>de</strong> última geração em saú<strong>de</strong> mental,visando o barateamento do custo e a garantia da distribuição emtoda re<strong>de</strong>.151. Rediscutir com os <strong>Conselho</strong>s Profissionais da área dasaú<strong>de</strong> mental a regulamentação <strong>de</strong> dosagens nas prescrições <strong>de</strong>psicofármacos.152. Garantir a realização dos exames laboratoriais necessáriosao acompanhamento dos portadores <strong>de</strong> sofrimento mental,bem como receituários padronizados e cadastramento <strong>de</strong> médicos.153. Ampliar a contrapartida das Prefeituras na compra dosmedicamentos, complementando a compra dos medicamentos dalista básica, que <strong>de</strong>verá ser revista e ampliada.53


154. Garantir que uma comissão <strong>de</strong> usuários e familiares possaacompanhar as necessida<strong>de</strong>s e a aquisição dos medicamentos,exigindo que todos os usuários possam ser contemplados.155. Garantir o acesso aos medicamentos excepcionais, inclusiveos <strong>de</strong> última geração, gratuitamente, na re<strong>de</strong> básica, através<strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong> atendimento, <strong>de</strong> forma a garantir o uso racional eseguro <strong>de</strong> psicofármacos.156. Priorizar a distribuição gratuita <strong>de</strong> psicofármacos peloSUS exclusivamente aos usuários ambulatoriais cadastrados nosserviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.157. Fiscalizar o controle <strong>de</strong> medicamentos, por meio <strong>de</strong>comissão permanente, para subsidiar a aquisição e o repasse <strong>de</strong>verbas <strong>de</strong>stinadas a sua compra.5411. Intersetorialida<strong>de</strong>A formulação da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, orientada pelosprincípios da Reforma Psiquiátrica, requer o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ações integradas e intersetoriais nos campos da Educação, Cultura,Habitação, Assistência Social, Esporte, Trabalho e Lazer e a articulação<strong>de</strong> parcerias com a Universida<strong>de</strong>, o Ministério Publico e asOrganizações Não-Governamentais (ONGs), visando a melhoria daqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, a inclusão social e a construção da cidadania dapopulação.No <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> trabalhos com a perspectiva daintersetorialida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>staca-se, ainda, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contemplara singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada território.Além das questões acima referidas, outras propostas tambémforam aprovadas :158. Orientar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental,em nível primário, <strong>de</strong> forma intersetorial e interdisciplinar, articu-


lado com a re<strong>de</strong> informal <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> na comunida<strong>de</strong>, comoutras políticas (Lazer, Esportes, Cultura, Serviço Social, <strong>Conselho</strong>Tutelar, Ministério Público, etc.) promovendo também a intervençãopública junto à população em situação <strong>de</strong> risco e vulnerabilida<strong>de</strong>social.159. Criar fóruns municipais inter-institucionais permanentespara discussão, criação, avaliação e ampliação das políticaspúblicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> voltadas para a população <strong>de</strong> rua, criança eadolescente, álcool e drogas, terceira ida<strong>de</strong> e mulher.160. Estabelecer, no primeiro semestre <strong>de</strong> 2002, umcronograma para a realização <strong>de</strong> seminários intersetoriais locais enacional, com a participação da Saú<strong>de</strong>, Educação, Cultura, MinistérioPúblico, Assistência Social e outros setores visando <strong>de</strong>finirparcerias e agilizar as ações em saú<strong>de</strong> mental.161. Construir políticas públicas intersetoriais para as pessoasportadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência mental, nos diversos níveis do sistema,e fortalecer e criar serviços <strong>de</strong> atenção diária para portadores <strong>de</strong><strong>de</strong>ficiência mental severa e profunda, associada ou não a outras<strong>de</strong>ficiências, em parceria com organizações não-governamentais,visando a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos usuários e familiares.162. Garantir a implementação da Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases(LDB), que prevê o acesso à educação aos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais, nas escolas públicas e privadas, por meio da realização<strong>de</strong> parcerias entre as Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Educação eAção Social, visando a capacitação continuada <strong>de</strong> todos os profissionaisda re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino sobre a educação inclusiva e a questão daSaú<strong>de</strong> Mental. Desenvolver, também, ações intersetoriais nas escolase realizar eventos sobre a temática da Saú<strong>de</strong> Mental como, porexemplo, palestras dirigidas aos adolescentes.163. Garantir que o Ministério e as Secretarias Estaduais eMunicipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> fomentem a discussão étnica/racial na re<strong>de</strong>55


56da saú<strong>de</strong> mental e estabeleçam dispositivos efetivos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong>dados sobre esta questão junto ao DATASUS.164. Criar, em regime <strong>de</strong> urgência, uma comissão para investigaçãoda saú<strong>de</strong> mental das nações indígenas, consi<strong>de</strong>rando,por exemplo, o alto índice <strong>de</strong> suicídio entre os índios do município<strong>de</strong> Dourados e, também, implantar ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e gruposterapêuticos nas comunida<strong>de</strong>s rurais, indígenas e itinerantes.165. Implementar ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental do trabalhador,que contemplem:a) Promoção <strong>de</strong> amplas discussões sobre saú<strong>de</strong> mental dotrabalhador na comunida<strong>de</strong>, nos movimentos populares, nos movimentossindicais e associações;b) <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações intersetoriais no sentido <strong>de</strong> prevenirproblemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>correntes das condições <strong>de</strong>trabalho;c) capacitação dos órgãos representativos dos trabalhadoressobre a compreensão do sofrimento psíquico causado pelo trabalho,visando assegurar os direitos dos trabalhadores com transtornosmentais;d) reconhecimento dos transtornos mentais como <strong>de</strong>terminadopela ativida<strong>de</strong> laborativa, ou seja, pelas condições ambientaisou organizacionais do trabalho;e) garantia <strong>de</strong> que os <strong>de</strong>sempregados sejam consi<strong>de</strong>rados comogrupo <strong>de</strong> risco nas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em geral e saú<strong>de</strong> mental emespecial;f) criação <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> Referência <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Trabalhadorcom ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental;g) cumprimento da <strong>de</strong>liberação da Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental, que assegura que as empresas causadoras <strong>de</strong> algummal psíquico aos seus funcionários <strong>de</strong>vem prestar total assistência,in<strong>de</strong>nizando-os e garantindo seus empregos.


12. Atenção à criança e aoadolescenteA elaboração e execução <strong>de</strong> ações no campo da Saú<strong>de</strong> Mentalinfanto-juvenil <strong>de</strong>vem compor, obrigatoriamente, as políticas públicas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, respeitando as diretrizes do processo daReforma Psiquiátrica Brasileira e os princípios do ECA. Estas políticas<strong>de</strong>vem ser intersetoriais e inclusivas, com base territorial e <strong>de</strong>acordo com a realida<strong>de</strong> sociocultural <strong>de</strong> cada município. Nestaperspectiva, é fundamental a criação e/ou fortalecimento <strong>de</strong> umare<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção integral à criança e adolescente e a reavaliação dosserviços existentes.Em relação à atenção à criança e ao adolescente foram aprovadastambém as seguintes propostas:166. Constituir uma agenda específica para crianças e adolescentesno campo da Saú<strong>de</strong> Mental, elegendo esta temática comoo foco prioritário das discussões no ano 2002.167. Propor que a III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mentalreferen<strong>de</strong> as propostas aprovadas na Pré-Conferência para a Infânciae Adolescência, realizadas nos dias 3 e 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001.168. Criar a política <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental da criança edo adolescente, mediante a implementação <strong>de</strong> CAPS infantil eoutros serviços e garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> normatize acriação dos CAPS, tendo como fundamento os princípios da ReformaPsiquiátrica e do Estatuto da Criança e do Adolescente.169. As diretrizes da Reforma Psiquiátrica, encarnadas nosCAPS, po<strong>de</strong>m assumir diferentes configurações concretas <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong> base territorial, <strong>de</strong> acordo com as possibilida<strong>de</strong>s, disponibilida<strong>de</strong>se particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada município brasileiro.170. Exigir que a re<strong>de</strong> substitutiva inclua a atenção à criançae ao adolescente nos diferentes serviços.57


58171. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção integral à criança e adolescente <strong>de</strong>vegarantir acessibilida<strong>de</strong>, fluxo e priorização <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> maior gravida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um enfoque multiprofissional.172. Implantar, em todos os estados e municípios, oficinaspara crianças e adolescentes em consonância com as políticas <strong>de</strong>atendimento em saú<strong>de</strong> mental, na perspectiva <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>cidadania.173. Os CAPS infanto-juvenis ou outros dispositivos <strong>de</strong> baseterritorial <strong>de</strong>vem ter como uma <strong>de</strong> suas priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ação osprojetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização <strong>de</strong> crianças e adolescentes internadosem manicômios ou abrigos públicos, filantrópicos ouprivados.174. Garantir o direito da criança e do adolescente, portador<strong>de</strong> sofrimento mental e/ou usuários <strong>de</strong> drogas, <strong>de</strong> ser atendido emserviços substitutivos específicos. As internações, quando necessárias,<strong>de</strong>vem realizar-se em serviços 24hs ou hospitais gerais, nosetor <strong>de</strong> pediatria, com a presença <strong>de</strong> acompanhante.175. Garantir que a criança e o adolescente com problemasescolares, uma vez esgotados os recursos <strong>de</strong> âmbito da ação escolar,tenham o direito ao atendimento, junto com seus familiares, nare<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.176. Criar fóruns intersetoriais nacional/estadual/municipalpara tratar <strong>de</strong> questões referentes ao campo da infância e adolescência.Estes fóruns <strong>de</strong>verão ser coor<strong>de</strong>nados conjuntamente pelos<strong>Conselho</strong>s Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e dos Direitos da Criança e do Adolescente(CNS e CONANDA).177. Construir e fortalecer espaços coletivos intersetoriais comoinstâncias <strong>de</strong> discussão da política <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental dacriança e do adolescente, assegurando interlocução com a Educação,conselhos municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, juizado, promotoria, conselhostutelares e Re<strong>de</strong> <strong>Nacional</strong> dos Direitos Humanos.


178. Garantir que as Comissões <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> nívelmunicipal atuem <strong>de</strong> forma intersetorial nos <strong>Conselho</strong>s Municipais<strong>de</strong> Assistência Social, Direitos da Criança e do Adolescente e outros.179. Realizar um censo nacional, operacionalizado pelosmunicípios, para o mapeamento dos serviços existentes, contemplandoo perfil clínico, social e epi<strong>de</strong>miológico da clientela infantojuvenilque vem sendo atendida nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalpúblicos, filantrópicos e contratados e instituições <strong>de</strong> assistênciasocial e judiciárias.180. Estabelecer condições para a construção <strong>de</strong> um indicativopopulacional como critério para criação <strong>de</strong> serviço substitutivo<strong>de</strong>stinado ao atendimento <strong>de</strong> crianças e adolescentes, especialmentenos municípios on<strong>de</strong> houver ausência total <strong>de</strong> serviços, enaqueles em que as crianças e os adolescentes portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiênciamental e transtornos psíquicos são assistidos pelo mo<strong>de</strong>loasilar.181. Promover, por meio dos serviços territoriais, a qualificação,no campo da saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> equipes das maternida<strong>de</strong>spara garantir o cuidado precoce do recém-nascido com danosneurológicos e a atenção à gestante e à parturiente, sempre que sefizer necessário.182. Estabelecer mecanismos <strong>de</strong> referência e contra-referênciaefetivos entre as equipes <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>s e outros serviçosespecializados no atendimento às crianças portadoras <strong>de</strong> patologiascongênitas e outros transtornos <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> etiologias diversas(paralisia cerebral, etc), visando a intervenção precoce para acriança e seus familiares.183. Garantir, nas três esferas governamentais, o cumprimentoda Lei sobre a comercialização <strong>de</strong> bebidas alcoólicas etabaco para crianças e adolescentes.59


13. Atenção aos usuários <strong>de</strong> álcoole outras drogas60Na construção da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental é fundamentalgarantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>fina</strong> políticas públicas <strong>de</strong>atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas que <strong>de</strong>verão serbaseadas no respeito aos direitos humanos, nos princípios e diretrizesdo SUS e da Reforma Psiquiátrica. É fundamental, também,garantir que o SUS se responsabilize pelo atendimento dos usuários<strong>de</strong> álcool e drogas e, ao mesmo tempo, não reduzir esta questão auma problemática exclusiva da saú<strong>de</strong>.Com esta perspectiva, é necessária a criação <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas integradaà re<strong>de</strong> do SUS, que evite a internação em hospitais psiquiátricos eem clínicas até então <strong>de</strong>stinadas à sua internação.Foram aprovadas também as seguintes propostas:184. Garantir que os planos municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> contemplempropostas <strong>de</strong> atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas,incluindo a criação <strong>de</strong> fóruns e <strong>de</strong> ações intersetoriais para discussãoe implementação <strong>de</strong> uma política abrangente.185. A política e o plano municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vemprever a criação, organização e implementação <strong>de</strong> serviços básicose especializados <strong>de</strong> referência, eficazes para o atendimento <strong>de</strong>usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas. E <strong>de</strong>vem garantir, também, o<strong>de</strong>senvolvimento, nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong>acolhimento e encaminhamento para os serviços especializados.186. Efetivar políticas locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental para atenção <strong>de</strong>usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas, visando prevenção e tratamentoa<strong>de</strong>quando o serviço à realida<strong>de</strong> local. Buscar <strong>fina</strong>nciamento juntoao po<strong>de</strong>r público e <strong>de</strong>senvolver parcerias com segmentos da socieda<strong>de</strong>


organizada (organizações não-governamentais, empresas e terceirosetor, universida<strong>de</strong>s, voluntariado e igrejas).187. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mais órgãos competentesestabeleçam, mediante portarias, resoluções e <strong>de</strong>cretos, anormatização do funcionamento técnico, administrativo e clínico,assim como o <strong>de</strong>vido <strong>fina</strong>nciamento dos serviços <strong>de</strong> atenção aosusuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas. E, também, garantir que aCoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Ministério da Saú<strong>de</strong> promovafóruns regionais sobre o uso abusivo <strong>de</strong> drogas, com o objetivo <strong>de</strong>traçar uma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental específica para esta questão.188. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> normatize a política<strong>de</strong> atenção às pessoas usuárias <strong>de</strong> álcool e outras drogas .189. Garantir, nos três níveis <strong>de</strong> governo, que o Programa<strong>de</strong> Atenção aos Usuários <strong>de</strong> Álcool e outras Drogas esteja vinculadoà Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, assegurando a interface comoutras políticas e setores e respeitando a especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadalocalida<strong>de</strong>.190. Garantir que a atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool e outrasdrogas adote estratégias <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> danos. E, também, implantaro Programa <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Danos - PRD - em todos os municípios,promovendo o envolvimento da comunida<strong>de</strong>, visando prevenire reduzir a transmissão <strong>de</strong> DST/AIDS.191. Garantir que o atendimento às pessoas usuárias <strong>de</strong> álcoole outras drogas e seus familiares seja integral e humanizado, realizadopor equipe multidisciplinar, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos (UBS,CS, PSF, NAPS, CAPS, hospital-dia e unida<strong>de</strong> mista para tratamento<strong>de</strong> farmaco<strong>de</strong>pendência, serviço ambulatorial especializado, atendimento24 horas), <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> local.192. Implantar, <strong>de</strong> forma integrada e simultânea, estratégias<strong>de</strong> assistência aos usuários (adultos, crianças e adolescentes) <strong>de</strong>álcool e outras drogas, inclusive tabaco, no conjunto <strong>de</strong> serviços61


62<strong>de</strong> base comunitária, CAPS, NAPS e serviços resi<strong>de</strong>nciaisterapêuticos.193. Garantir, para os usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas, are<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como porta <strong>de</strong> entrada, e respeitar os níveis<strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>.194. Garantir que a Comissão Intergestora Bipartite faça cumprire os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> fiscalizem a normatização em vigor queorienta e <strong>de</strong>termina que a internação dos usuários <strong>de</strong> álcool e outrasdrogas <strong>de</strong>ve ser realizada em hospitais gerais e não em hospitaispsiquiátricos. Garantir, também, que a <strong>de</strong>sintoxicação ocorra emserviços <strong>de</strong> emergência e enfermarias <strong>de</strong> hospital geral, evitando ainternação em hospitais psiquiátricos.195. Proibir que os leitos psiquiátricos <strong>de</strong> serviçosconveniados sejam utilizados para a internação <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong>álcool e outras drogas.196. Exigir que o SUS promova o <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> clínicas<strong>de</strong>stinadas à internação <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas,e proíba novos cre<strong>de</strong>nciamentos. Os municípios que não dispõem<strong>de</strong> serviços a<strong>de</strong>quados (CAPS e NAPS) para aten<strong>de</strong>r esta clientela<strong>de</strong>verão provi<strong>de</strong>nciá-los.197. Garantir que os SUS controle, fiscalize e <strong>de</strong>limite a açãodas comunida<strong>de</strong>s terapêuticas, com participação efetiva da vigilânciasanitária.198. Iniciar imediatamente o processo <strong>de</strong> acreditação dasinstituições <strong>de</strong> assistência ao usuário <strong>de</strong> álcool e <strong>de</strong> outras drogas,bem como estabelecer critérios para esse fim.199. Garantir a implantação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> atendimento emsaú<strong>de</strong> mental para a atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas,inclusive tabagismo, nas cida<strong>de</strong>s-pólo e se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> microrregiões.200. Garantir a criação, em cada estado, <strong>de</strong>, no mínimo, umCentro <strong>de</strong> Referência Regional para atenção aos usuários <strong>de</strong> álcool


e outras drogas, que possa trabalhar em parceria com Núcleos <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> referência em cada município.201. Propor a realização, em cada município, <strong>de</strong> levantamentoepi<strong>de</strong>miológico sobre a incidência do uso abusivo <strong>de</strong> álcoole outras drogas.202. Realizar censo <strong>de</strong> base epi<strong>de</strong>miológica para conhecer operfil da clientela <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas cominternações <strong>de</strong> longa permanência na re<strong>de</strong> hospitalar pública,conveniada e privada, a fim <strong>de</strong> estabelecer o projeto terapêutico.203. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> e a Vigilância Sanitáriaorientem e controlem a distribuição <strong>de</strong> medicamentos para as pessoascom <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong> forma a evitar outra <strong>de</strong>pendência.204. Garantir que os órgãos fiscalizadores <strong>de</strong>senvolvam umaatuação mais efetiva na fiscalização do funcionamento <strong>de</strong> bares esimilares que comercializam bebidas alcoólicas, cigarros e outrasdrogas.205. Criar legislação específica <strong>de</strong>stinada a proibir aveiculação <strong>de</strong> propagandas que incentivem o uso das drogas lícitas.63


II. RECURSOSHUMANOS65


Princípios e DiretrizesA construção e consolidação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalcoerente com os princípios da Reforma Psiquiátrica requer o estabelecimento<strong>de</strong> uma política a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> recursos humanos, integradanos planos municipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral, e que valorize econsi<strong>de</strong>re a importância do trabalhador <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental na produçãodos atos <strong>de</strong> cuidar, possibilitando o exercício ético da profissão.Para isso, ela <strong>de</strong>ve garantir: a capacitação e qualificaçãocontinuadas, através da criação <strong>de</strong> fóruns e dispositivos permanentes<strong>de</strong> construção teórica, científica, prática terapêutica e <strong>de</strong> intercâmbioentre serviços; a remuneração justa dos profissionais; agarantia <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> cargos, carreira esalários; a <strong>de</strong>mocratização das relações e das discussões em todosos níveis <strong>de</strong> gestão, contemplando os momentos <strong>de</strong> planejamento,implantação e avaliação, e a transformação dos processos <strong>de</strong> trabalhovisando a superação das formas verticalizadas <strong>de</strong> gestão; aincorporação das questões <strong>de</strong> segurança, saú<strong>de</strong> e saú<strong>de</strong> mental dotrabalhador; a garantia <strong>de</strong> supervisão clínica e institucional; aavaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e garantia da jornada <strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quadapara todos os profissionais <strong>de</strong> nível superior, bem como aisonomia salarial entre eles.Esta política <strong>de</strong> recursos humanos <strong>de</strong>ve realizar contrataçõesexclusivamente através <strong>de</strong> concursos públicos, porém em <strong>de</strong>terminadassituações <strong>de</strong> emergência po<strong>de</strong>rão ocorrer outras formas <strong>de</strong>contratação, através da CLT, mas assegurando-se sempre a seleçãopública.Do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico e educativo, <strong>de</strong>ve haver um investimentosignificativo na implementação das novas tecnologias <strong>de</strong>educação, informação e comunicação para os trabalhadores <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.67


68Além disso, uma política <strong>de</strong> recursos humanos <strong>de</strong>ve visar implantar,em todos os níveis, o trabalho interdisciplinar emultiprofissional no campo da Saú<strong>de</strong> Mental, na perspectiva dorompimento dos “especialismos” e da construção <strong>de</strong> um novotrabalhador em saú<strong>de</strong> mental, atento e sensível aos diversos aspectosdo cuidado, garantindo que todo usuário dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>seja atendido por profissionais com uma visão integral e não fragmentadada saú<strong>de</strong>. Além disso, se requer o envolvimento <strong>de</strong> profissionaise trabalhadores não apenas <strong>de</strong>ste campo, mas também <strong>de</strong>outros setores e programas sociais importantes no processo <strong>de</strong>cuidado em saú<strong>de</strong> mental ou na abordagem do portador <strong>de</strong> transtornomental na comunida<strong>de</strong>, efetuando a composição da equipe<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>manda gerada no território, respeitando aspossibilida<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada município e valorizando aexperiência dos familiares e usuários.Nesta mesma direção, a política <strong>de</strong> recursos humanos <strong>de</strong>veestimular a dissolução do “manicômio mental” implícito no sabercientífico convencional, que discrimina o saber popular, por meioda maior valorização da experiência <strong>de</strong> familiares e usuários, garantindo<strong>de</strong>sta forma a integração e o diálogo com os saberespopulares.Além <strong>de</strong>stas propostas mais gerais, também foram aprovadaspropostas para temas específicos, indicadas a seguir:1. Política <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong>recursos humanosA implantação efetiva da Reforma Psiquiátrica requer suprir ascarências <strong>de</strong> recursos humanos em todos os níveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>da assistência em saú<strong>de</strong> mental. O planejamento e a criação<strong>de</strong>ssas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nos serviços municipais <strong>de</strong>


saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve levar em conta critérios clínicos, epi<strong>de</strong>miológicos e<strong>de</strong>mográficos, incentivando-se a interiorização <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.No processo <strong>de</strong> contratação no setor público, <strong>de</strong>ve-se obe<strong>de</strong>cerà NOB-RH aprovada pelo <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, não sepermitindo, assim, a terceirização da saú<strong>de</strong>.A contratação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong>ve ser realizada exclusivamentepor meio <strong>de</strong> concursos públicos, e em casos <strong>de</strong> urgência,através da CLT, mas com seleção pública. O contrato administrativopo<strong>de</strong>rá realizar-se excepcionalmente sob aprovação do <strong>Conselho</strong>Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se respeitem as <strong>de</strong>finições<strong>de</strong> situações emergenciais <strong>de</strong>finidas pela Lei Orgânica dos Municípios.Os concursos <strong>de</strong>vem exigir os pré-requisitos necessários e a<strong>de</strong>quadosà proposta <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> mental, alinhada teóricae conceitualmente aos princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica.Além disso, é necessário consi<strong>de</strong>rar, quando da captação <strong>de</strong>recursos humanos, o perfil para se trabalhar junto ao portador <strong>de</strong>sofrimento psíquico, bem como a existência <strong>de</strong> uma dimensãosubjetiva, humanizante, solidária e fraterna como componente fundamentaldo perfil dos trabalhadores em saú<strong>de</strong> mental, não <strong>de</strong>vendoisso significar nenhuma disposição <strong>de</strong> aceitar condições <strong>de</strong>trabalho indignas e precárias, bem como aviltamento em sua remuneração.Foram também elencadas várias outras propostas, como indicadoabaixo.206. Rever a lei <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> fiscal, que limita osgastos com recursos humanos, garantindo a maior flexibilida<strong>de</strong> dogestor frente às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> implantação e implementação dasações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, preservando-se a transparência dos gastos dosrecursos públicos.69


70207. Publicação e efetivação da Norma Operacional Básica<strong>de</strong> Recursos Humanos do Ministério da Saú<strong>de</strong> para que esta sejainstrumento <strong>de</strong> regularização da política <strong>de</strong> recursos humanos emsaú<strong>de</strong> mental, instalando a Mesa <strong>de</strong> Negociações do Sistema Único<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nas três esferas <strong>de</strong> governo (municipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral).208. Garantir a isonomia salarial e a equiparação <strong>de</strong> cargahorária, com revisão <strong>de</strong> cargos e salários, para todas as categoriasprofissionais, visando corrigir as distorções atuais nas esferas municipal,estadual e fe<strong>de</strong>ral.209. Regulamentar e garantir a jornada <strong>de</strong> trinta ou vintehoras semanais, <strong>de</strong> acordo com as funções exercidas, mantendo opiso salarial existente e sem prejuízo <strong>fina</strong>nceiro, para os trabalhadoresda saú<strong>de</strong>.210. Garantir a reposição <strong>de</strong> vagas em equipes <strong>de</strong> profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, quando houver <strong>de</strong>missões, transferências,aposentadorias, licenças e falecimentos.211. Incluir matéria sobre o SUS nos programas para concursospúblicos, bem como sobre o i<strong>de</strong>ário da Reforma Psiquiátrica eos paradigmas da atenção psicossocial.212. No processo <strong>de</strong> contratação <strong>de</strong> profissionais, <strong>de</strong>ve secolocar como parte do concurso público a entrevista seletiva, como estabelecimento <strong>de</strong> critérios compatíveis com o projeto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental e da Reforma Psiquiátrica.213. Criar um programa <strong>de</strong> estímulo à interiorização dosprofissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental (a exemplo do Programa <strong>de</strong>Interiorização da Saú<strong>de</strong>, criar um “PIS Saú<strong>de</strong> Mental”), com remuneraçãoa<strong>de</strong>quada, apoio à moradia, etc.214. Assegurar que todo município tenha, no mínimo, umprofissional como referência em saú<strong>de</strong> mental.215. Rever os parâmetros <strong>de</strong> recursos humanos propostos naPortaria/SNAS n.º 224/92 em uma perspectiva <strong>de</strong> ampliação,


como forma <strong>de</strong> contemplar a complexida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong><strong>de</strong>sinstitucionalização da clientela <strong>de</strong> longa permanênciainstitucional, bem como <strong>de</strong> possibilitar que médico clínico ououtro médico, capacitados em saú<strong>de</strong> mental, possam compor aequipe do serviço substitutivo em saú<strong>de</strong> mental.216. Informatização dos sistemas, reavaliação e requalificaçãodos trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental no prazo <strong>de</strong> dois anos.217. Incluir a categoria profissional <strong>de</strong> musicoterapeuta, profissãoem processo <strong>de</strong> regulamentação no Congresso <strong>Nacional</strong> (Projeto<strong>de</strong> Lei n.º 0441 – 2001), no quadro funcional das equipes <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.218. Realização <strong>de</strong> seleção para os estagiários com critérios emetodologia transparentes.2. Coor<strong>de</strong>nação e gestão dasequipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental71A implementação efetiva dos princípios da Reforma Psiquiátricarequer um processo <strong>de</strong> co-gestão interdisciplinar e colegiadanas coor<strong>de</strong>nações, equipes e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, por meio <strong>de</strong>eleição dos gestores, da participação diária no planejamento, execuçãoe avaliação dos serviços, que também inclua os usuários efamiliares.Também foram aprovadas as seguintes propostas específicas:219. Garantir que a escolha do coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalefetuada pelo gestor observe os seguintes requisitos: a) quenão tenha vínculos com prestadores e/ou empresários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>da iniciativa privada; b) que esteja i<strong>de</strong>ntificado com a políticanacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental; c) que sua atuação seja <strong>de</strong>mocrática,articulando a participação <strong>de</strong> gestores, trabalhadores, usuários e


72familiares na efetivação e consolidação da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentaldo município.220. Criar Núcleo <strong>de</strong> Referência Estadual em Saú<strong>de</strong> Mental,com participação dos trabalhadores, usuários e familiares, voltadopara estudos, ensino, pesquisa e tratamento dos transtornos mentais,além <strong>de</strong> capacitação dos profissionais dos diversos setores eníveis <strong>de</strong> atuação.221. Que as coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental sejam constituídaspor equipes que cumpram efetivamente as ações <strong>de</strong> supervisão,assessoria e acompanhamento contínuo dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental.222. Garantir aos profissionais carga horária <strong>de</strong>stinada à participaçãoem ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento e organização do serviço,bem como espaço nas reuniões clínicas, estudos <strong>de</strong> casos e supervisões.223. Garantir a participação <strong>de</strong> todas as categorias profissionaisenvolvidas no trabalho interdisciplinar <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, quando doprovimento do cargo <strong>de</strong> direção das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.3. Política <strong>de</strong> formação, pesquisa ecapacitação <strong>de</strong> recursos humanos emsaú<strong>de</strong> mental no SUSO avanço do processo da Reforma Psiquiátrica no Brasil requerampliar as instâncias <strong>de</strong> capacitação dos diferentes agentes docuidado no campo da Saú<strong>de</strong> Mental, para além das universida<strong>de</strong>s,e exigir, nas três esferas <strong>de</strong> governo, que os Centros <strong>de</strong> Formação<strong>de</strong> RH estabeleçam as bases para criar imediatamente programasestratégicos interdisciplinares e permanentes <strong>de</strong> formação emsaú<strong>de</strong> mental para o SUS, por meio <strong>de</strong> capacitação/educação continuada,monitoramento dos trabalhadores e atores envolvidos no


processo da Reforma, que promovam qualificação, atualização,cursos <strong>de</strong> pós-graduação, estágios, residências, integração docente-assistencial,educação continuada e <strong>de</strong>scentralizada, supervisãoclínica e institucional permanente, para os gestores, equipes <strong>de</strong>PSF, do PACS, trabalhadores da urgência e emergência, do hospitalgeral, dos serviços substitutivos e dispositivos resi<strong>de</strong>nciais, profissionais<strong>de</strong> nível médio e superior da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, agentes<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental voluntários, cuidadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, trabalhadoresdos programas específicos (transtornos mentais severos,criança e adolescente, <strong>de</strong>ficiente mental, álcool e drogas e emergência),professores da re<strong>de</strong> estadual e municipal, integrantes <strong>de</strong>instâncias <strong>de</strong> controle social, usuários e familiares e profissionais<strong>de</strong> outras políticas públicas como assistência social e segurançapública, aten<strong>de</strong>ndo aos aspectos assistenciais e terapêuticos,intersetoriais, <strong>de</strong>ntro das diretrizes políticas do respectivo projeto<strong>de</strong> cada prefeitura municipal, em consonância com a ReformaPsiquiátrica e conforme o artigo 1.° da Lei n.º 10.216/01. Nesseprocesso, enfatizou-se também a importância da integração entreassistência, ensino e pesquisa, pela qual todos os serviços da re<strong>de</strong>substitutiva sejam voltados para o ensino e a pesquisa das práticasinovadoras criadas pelo novo mo<strong>de</strong>lo assistencial.Essa política <strong>de</strong> formação e capacitação <strong>de</strong>ve criar espaços<strong>de</strong> troca baseados na realida<strong>de</strong> local, com valorização dos diversossaberes e metodologia participativa, construídos através <strong>de</strong>intercâmbio entre municípios, coor<strong>de</strong>nadorias regionais e estados,e entre serviços e instituições formadoras, voltados paraprofissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em todos os níveis <strong>de</strong> atenção, consi<strong>de</strong>randoa competência técnica e política <strong>de</strong>sejada. Neste processo,torna-se fundamental incluir usuários e familiares voluntáriosnas oficinas <strong>de</strong> capacitação em Saú<strong>de</strong> Mental, como parte daequipe <strong>de</strong> instrutores.73


Além <strong>de</strong>stas propostas mais gerais, também foram aprovadasas seguintes propostas:3.1. Capacitação e pesquisa74224. Implantar a NOB - Recursos Humanos, salientando aimportância da garantia da capacitação para todos os níveis, supervisãopermanente, interdisciplinarida<strong>de</strong> e isonomia salarial.225. Promover a requalificação do profissional da saú<strong>de</strong>mental, para melhor <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> suas funções nos serviçossubstitutivos aos manicômios, <strong>de</strong> modo que o amordaçamentoquímico que costuma caracterizar as práticas psiquiátricas sejasubstituído por uma efetiva humanização da relação médico paciente.226. Garantir que haja profissionais da área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mentalnas coor<strong>de</strong>nadorias regionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> à disposição para oferecercapacitação e treinamento aos municípios que necessitarem, bemcomo apoio para implantação e implementação das políticas naárea <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.227. Normatizar a criação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> estudos e discussõesclinicas <strong>de</strong>ntro dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, com garantia <strong>de</strong>acesso dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.228. Que os serviços substitutivos tenham uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>referência em pesquisa, ou comissões <strong>de</strong> ensino e pesquisa, nosentido <strong>de</strong> viabilizar a produção <strong>de</strong> conhecimento científico, nopróprio serviço, sobre as novas práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, em parceriacom instituições formadoras.229. Garantir, por meio dos <strong>Conselho</strong>s Estaduais e Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, junto às Secretarias, diretorias regionais e gestoreslocais, que os serviços substitutivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental tenham supervisãoclínica e institucional regular, com discussões permanentesdos projetos terapêuticos dos usuários.


230. Garantir supervisão local dos estágios realizados nos serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.231. Exigir que estados e municípios promovam capacitaçãoem saú<strong>de</strong> mental para os gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, especialmente em recursoshumanos e ações <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento, a fim <strong>de</strong> que possam<strong>de</strong>senvolver um planejamento integrado com a esfera fe<strong>de</strong>ral.232. Reforçar a Moção n.º 50, aprovada na 11ª Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que propõe capacitação <strong>de</strong> peritos responsáveispor perícias médicas para portadores <strong>de</strong> transtornos mentais.233. Democratizar o processo <strong>de</strong> pesquisa e realizar levantamentos,em nível nacional, <strong>de</strong> experiências exitosas em saú<strong>de</strong>mental no campo comunitário e ambulatorial,que possam fazerparte <strong>de</strong> um leque <strong>de</strong> locais a serem referências para visitações etroca <strong>de</strong> experiências.234. Estimular a articulação entre entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamentoà pesquisa (CAPES, CNPq, etc), entida<strong>de</strong>s formadoras e o Ministérioda Saú<strong>de</strong> para um fomento à pesquisa e priorização <strong>de</strong> temas daassistência em Saú<strong>de</strong> Mental e Reforma Psiquiátrica.753.2. Capacitação para o cuidado <strong>de</strong>clientelas específicas em saú<strong>de</strong> mental235. Garantir recursos humanos e a formação profissionalrespectiva para a implantação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> atenção à criançae ao adolescente a<strong>de</strong>quadamente <strong>de</strong>finida, em consonância com oestatuto da criança e do adolescente (Lei n.º 8.069/90), com acriação <strong>de</strong> núcleos <strong>de</strong> assessoria técnica que possam <strong>de</strong>senvolverações <strong>de</strong> supervisão aos profissionais da re<strong>de</strong> que atendam criançase adolescentes portadores <strong>de</strong> transtornos psíquicos, bem comoa inclusão <strong>de</strong> questões referentes a este campo nos programas <strong>de</strong>formação <strong>de</strong> psiquiatras.


76236. Capacitar os profissionais envolvidos na atenção a criançase adolescentes em situação <strong>de</strong> rua e <strong>de</strong>mais grupos socialmentevulneráveis, respeitando os princípios da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentale do Estatuto da Criança e do Adolescente.237. Garantir que os Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> articulem juntoaos estados e municípios a capacitação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>da re<strong>de</strong> básica e da saú<strong>de</strong> mental para a assistência do usuário <strong>de</strong>álcool e <strong>de</strong> outras drogas, <strong>de</strong> forma integrada, capacitando-os nascomunida<strong>de</strong>s, empresas, pastoral da criança, grupos <strong>de</strong> adolescentes,<strong>de</strong> idosos, entre outros.238. Promover cursos <strong>de</strong> educação continuada e formação<strong>de</strong> multiplicadores sobre as questões da AIDS e DST, assim como <strong>de</strong><strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> drogas, no que se refere aos aspectos preventivos eassistenciais.3.3. Capacitação em saú<strong>de</strong> mental paraa re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (PACS e PSF)239. Integração do programa municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalcom o PACS/PCF, garantindo o papel da equipe multidisciplinar <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental na condição <strong>de</strong> assessoria, capacitação, consultoria,atendimento e supervisão das equipes dos referidos programas.Quando não houver competência das equipes do PACS/PCF, oscasos <strong>de</strong>verão ser referenciados para serviços mais complexos.240. Normatizar e realizar programas <strong>de</strong> capacitação em saú<strong>de</strong>mental para todas as equipes do Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PACS) e do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), emparceria das universida<strong>de</strong>s com os órgãos do SUS, <strong>de</strong> forma agarantir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma prática <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> comintegralida<strong>de</strong> e a incorporação <strong>de</strong>stas equipes à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>


mental. Esta capacitação <strong>de</strong>verá contemplar tanto aspectos técnicos(relativos à promoção da saú<strong>de</strong>, assistência e reabilitação social),e relativos à humanização das práticas, quanto aqueles relacionadosà mudança <strong>de</strong> concepção da comunida<strong>de</strong> acerca do sofrimentopsíquico.241. Capacitar os médicos generalistas que atuam na atençãobásica, por meio <strong>de</strong> protocolos assistenciais, para o uso <strong>de</strong>medicamentos essenciais nas patologias <strong>de</strong> maior prevalência.3.4. Capacitação em saú<strong>de</strong>mental para outros serviçose programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>242. Garantir formação e/ou capacitação para médicosgeneralistas, em saú<strong>de</strong> mental, por meio <strong>de</strong> estudo epi<strong>de</strong>miológicoe planejamento bem estruturado, através <strong>de</strong> projeto piloto em uma<strong>de</strong>terminada localida<strong>de</strong>, visando ser difundido gradativamentepara outras regiões.243. Garantir a todos os serviços <strong>de</strong> assistência pré-hospitalar<strong>de</strong> urgência/emergências pública e privadas (socorro/ambulâncias)que tenham capacitação para atendimento a portadores <strong>de</strong> transtornosmentais e que sejam efetivados os preceitos <strong>de</strong> SAMU emtodos os municípios.244. Promover a formação continuada <strong>de</strong> todos os profissionaisque trabalham em hospital geral para lidar com os problemas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, assim como aqueles <strong>de</strong>correntes do uso abusivo<strong>de</strong> álcool e outras drogas, sem utilizar o recurso à internação.245. Criar residências multiprofissionais em todas as áreas,no quadro do SUS, para formação <strong>de</strong> profissionais que atendam<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criança ao idoso.77


4. Capacitação através <strong>de</strong> parceriascom instituições formadorase outras instituições78A reorientação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental, nestecampo, implica ampliar o <strong>de</strong>bate acerca da Reforma Psiquiátricapara toda a socieda<strong>de</strong>, para os movimentos sociais em geral e paraos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, e, particularmente, promover a aproximação,interação e cooperação com os conselhos profissionais, universida<strong>de</strong>s,escolas técnicas e escolas afins <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, bemcomo com os centros acadêmicos, comprometendo-os na direçãoda revisão <strong>de</strong> seus curricula e promovendo uma capacitaçãointerdisciplinar, multiprofissional e generalista dos docentes e discentesacerca do campo da Saú<strong>de</strong> Pública e Saú<strong>de</strong> Mental, garantindotambém uma prática profissional através da extensão universitária,especialização, residência e estágio para todos os profissionaisda área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental. Quanto aos últimos, requer-se particularmenteestimular e/ou facilitar os estágios acadêmicos ouvoluntários, para que os universitários tenham sua formação ecampo <strong>de</strong> atuação ampliados, possibilitando, também, a vivênciainterdisciplinar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua formação acadêmica.As políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vem promover ainda a ampliaçãodas equipes multiprofissionais, com a inclusão e capacitação <strong>de</strong>profissionais dos campos <strong>de</strong> cultura, educação, habitação, trabalhoe lazer, viabilizando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações integradas eintersetoriais que busquem a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, inclusãosocial e cidadania da população em geral e em particular daclientela dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.Finalmente, a perspectiva da saú<strong>de</strong> mental envolve tambémuma ação intersetorial, requerendo a criação <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong>


capacitação em saú<strong>de</strong> mental coletiva para os profissionais e trabalhadoresligados à segurança pública e cuidados emergenciais nasruas, particularmente aqueles envolvidos com a abordagem <strong>de</strong>usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, a fim <strong>de</strong> avançar na abordagem dacidadania e construir uma cultura <strong>de</strong> paz e direitos humanos.Além <strong>de</strong>stas propostas mais amplas, foram também aprovadasvárias outras, que estão indicadas a seguir:246. Estabelecer convênios entre o Governo Fe<strong>de</strong>ral, Estaduaise Universida<strong>de</strong>s para treinamento, fóruns <strong>de</strong> capacitação ecursos <strong>de</strong> especialização na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública e Saú<strong>de</strong> Mental,garantindo o aprimoramento, reciclagem, educação continuada,supervisão técnica e institucional permanente aos trabalhadores<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.247. Formalizar e ampliar as parcerias com as instituiçõesformadoras (instituições <strong>de</strong> ensino e outras), mediante contratoelaborado por comissão paritária (prefeituras municipais e instituiçõesformadoras) que regulamente os estágios curriculares eextracurriculares prevendo a realização <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> pesquisa eextensão, internato rural, especialização, residência, para todos osprofissionais <strong>de</strong> áreas afins, a partir do eixo preconizado pela ReformaPsiquiátrica, possibilitando intervenções no campo da saú<strong>de</strong>,cultura, lazer etc. Que o Ministério da Saú<strong>de</strong> apóie aimplementação pela CINAEM <strong>de</strong> reforma dos curricula do ensinomédio do País.248. Criar e legalizar (legislação fe<strong>de</strong>ral), pelo Ministério daEducação, o Programa <strong>de</strong> Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong>Mental, constituindo, a partir do órgão público competente, umgrupo <strong>de</strong> trabalho para esse fim.249. Promover a articulação com as instituições <strong>de</strong> ensinosuperior visando atrair estagiários <strong>de</strong> educação física, artes, música,terapia ocupacional e outras formações afins para atuação nosserviços substitutivos.79


80250. Estabelecer parcerias com as faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pedagogia eEducação, para a inclusão nas gra<strong>de</strong>s curriculares <strong>de</strong> temas referentesà Reforma Psiquiátrica e inserção dos estagiários <strong>de</strong>ssasinstituições nos serviços substitutivos, visando uma maiorconscientização da população.251. Incentivar o envolvimento dos <strong>Conselho</strong>s Profissionais<strong>de</strong> forma mais ativa junto a instituições formadoras, inclusive comaproximação junto aos CAs dos estudantes, futuros profissionaisdaquela categoria.252. Fazer cumprir as leis orgânicas da saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>stinamrecursos <strong>fina</strong>nceiros à qualificação dos conselheiros, incluindomais recursos na previsão orçamentária do Fundo Municipal <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.253. Realização <strong>de</strong> encontros periódicos em saú<strong>de</strong> mental,com a <strong>fina</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensibilizar e envolver toda a socieda<strong>de</strong>, custeadospelas respectivas Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.4.1. Iniciativas <strong>de</strong> capacitação254. Garantir a inclusão da disciplina <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, nosmol<strong>de</strong>s da Reforma Psiquiátrica, na gra<strong>de</strong> curricular dos estabelecimentos<strong>de</strong> ensino superior.255. Promover mudanças nos curricula dos cursos universitários<strong>de</strong> forma a a<strong>de</strong>quá-los aos novos perfis epi<strong>de</strong>miológicos e àsnovas formas <strong>de</strong> expressão do sofrimento psíquico presentes nasocieda<strong>de</strong> brasileira atual, em sintonia com a Reforma Psiquiátricae a reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial, sugerindo que as Universida<strong>de</strong>sacolham as experiências <strong>de</strong>senvolvidas nos serviços e queessas parcerias também possam contribuir para a reformulaçãocurricular.


256. Estimular a introdução <strong>de</strong> conteúdos da saú<strong>de</strong> mental,na perspectiva da Reforma Psiquiátrica, na formação <strong>de</strong> médicos,enfermeiros e <strong>de</strong>mais profissionais.257. Garantir que os cursos profissionalizantes possam contemplardisciplinas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental em seus curricula, com ênfasenos cuidados com a saú<strong>de</strong> pública, saú<strong>de</strong> mental coletiva, educaçãosocial e atenção ao portador <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais.258. Estimular, ampliar e garantir os aparelhos <strong>de</strong> formação<strong>de</strong> pessoal em saú<strong>de</strong> mental. Essa formação <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> caráterinterdisciplinar e multiprofissional e não apenas em saú<strong>de</strong> mental,no sentido estrito, mas em disciplinas que vão do campo específicoàs <strong>de</strong> Políticas Públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (Educação Social, Saú<strong>de</strong> Coletiva,Saú<strong>de</strong> Pública, Planejamento, Epi<strong>de</strong>miologia, bases históricas eprincípios do SUS), e atenção ao portador <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais,assim como uma base <strong>de</strong> formação prática nos serviçossubstitutivos e nas práticas territoriais/comunitárias <strong>de</strong> atençãopsicossocial.259. Incentivo às Universida<strong>de</strong>s para que formem profissionais<strong>de</strong>ntro das necessida<strong>de</strong>s do setor <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, privilegiandoa formação generalista, inserindo nos curricula dos profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e afins a disciplina <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, que abor<strong>de</strong> aReforma Psiquiátrica com base na ética e na cidadania, esten<strong>de</strong>ndo-atambém às escolas técnicas, conselhos e à socieda<strong>de</strong>como um todo.814.2. Iniciativas e ações intersetoriais<strong>de</strong> capacitação260. Propiciar aos trabalhadores do País informações e compreensãoda legislação em saú<strong>de</strong> mental e Sistema Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.


82261. Capacitação do pessoal envolvido com a abordagem,manejo e transporte dos portadores <strong>de</strong> sofrimento psíquicos aosserviços <strong>de</strong> pronto atendimento, com foco para as corporações <strong>de</strong>bombeiros, militares, polícia militar, polícia civil, <strong>de</strong>fesa civil e<strong>de</strong>mais profissionais responsáveis pelo transporte e condução.262. Criar mecanismos <strong>de</strong> intercâmbio com universida<strong>de</strong>s,para atenção à saú<strong>de</strong> mental dos trabalhadores do sistema penitenciário,através <strong>de</strong> supervisão institucional e para reflexão sobrea política <strong>de</strong> atendimento à população carcerária, prevenindo aocorrência <strong>de</strong> violência e agressões.263. Promoção <strong>de</strong> parcerias entre Secretarias da Saú<strong>de</strong> nastrês esferas com ONGs, associações e outras instituições filantrópicasque li<strong>de</strong>m com Saú<strong>de</strong> Penitenciária e tratamentos para <strong>de</strong>pendênciasquímicas, visando à capacitação <strong>de</strong> seus profissionais.264. Envolver e capacitar a socieda<strong>de</strong> civil que <strong>de</strong>senvolve açõesem saú<strong>de</strong> mental, como as pessoas que atuam nas pastorais dasaú<strong>de</strong>, da criança, carcerária, pastoral da sobrieda<strong>de</strong> e outras.265. Garantir a capacitação dos professores <strong>de</strong> ensino fundamental,médio e superior, para que compreendam a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> que crianças e adolescentes com necessida<strong>de</strong>s especiais estejaminseridos no sistema educacional.5. Saú<strong>de</strong> Mental do Trabalhador266. Desenvolver estratégias específicas para acompanhar etratar da saú<strong>de</strong> mental dos trabalhadores da saú<strong>de</strong>.267. Criar programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental no âmbito da administraçãomunicipal para os funcionários e servidores portadores<strong>de</strong> sofrimento psíquico e/ou <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> álcool e drogas.268. Regulamentar o pagamento do adicional <strong>de</strong> insalubrida<strong>de</strong>para os profissionais da saú<strong>de</strong>, conforme a legislação vigente.


III. FINANCIAMENTO83


Princípios e DiretrizesA implementação efetiva da Reforma Psiquiátrica requer areafirmação dos princípios <strong>de</strong> integralida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scentralização econtrole social do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).A lógica fundamental da estrutura <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento exigida éa <strong>de</strong> que os recursos <strong>fina</strong>nceiros <strong>de</strong>vem acompanhar o usuário nosdiferentes espaços <strong>de</strong> reprodução social e ser viabilizadores <strong>de</strong>processos emancipatórios. Assim, os recursos <strong>de</strong>vem ser centradosnas pessoas e não nos serviços. O <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong>ve contemplartodas as ações necessárias e <strong>de</strong>correntes da implantação,implementação e sustentação <strong>de</strong> uma nova política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental,em especial a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços e a capacitação <strong>de</strong> recursoshumanos. Foi reafirmada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação <strong>de</strong> recursospara saú<strong>de</strong> e saú<strong>de</strong> mental, propondo-se novas fontes <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamentoe enfatizando o redirecionamento das verbas <strong>de</strong>stinadas aoshospitais psiquiátricos para os serviços substitutivos. O município éi<strong>de</strong>ntificado como o lugar privilegiado para sediar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviçossubstitutivos.A política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental requer assim o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>uma política <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento das ações em saú<strong>de</strong>, com critériostransparentes, para a construção <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> integral <strong>de</strong> atençãoà saú<strong>de</strong> mental substitutiva aos hospitais psiquiátricos, pautadanos princípios da Reforma Psiquiátrica e do SUS, que respeite arealida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada município, e que inclua ações <strong>de</strong> promoção,prevenção e assistência à saú<strong>de</strong> no campo da:• atenção básica;• atenção diária (CAPS, NAPS, hospitais-dia, hospitais-noiteetc.);• moradia (lares abrigados, serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos);• atenção à <strong>de</strong>pendência química;85


• atenção à infância e à adolescência;• atenção aos <strong>de</strong>ficientes mentais;• atenção à mulher;• atenção ao indígena;• atenção ao idoso;• atenção à saú<strong>de</strong> mental nos hospitais gerais;• emergência psiquiátrica;• serviços <strong>de</strong> interconsultas;• convivência e geração <strong>de</strong> renda (centros <strong>de</strong> convivência,oficinas terapêuticas, cooperativas <strong>de</strong> trabalho).Além <strong>de</strong>stas propostas mais amplas, também foram aprovadasvárias outras, que serão agrupadas abaixo, em temas específicos.861. Diretrizes para a orientação dosmecanismos <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento269. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong>, em conjunto com o<strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, elabore um plano nacional, commetas e cronograma, para o fechamento <strong>de</strong> todos os hospitaispsiquiátricos públicos e privados, com a realocação dos recursos<strong>fina</strong>nceiros a eles <strong>de</strong>stinados para a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços substitutivos eoutras estratégias e dispositivos aprovados nesta Conferência para areorientação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção. Ao mesmo tempo, <strong>de</strong>ve sergarantido que, no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sospitalização, fique asseguradaplena assistência aos usuários, <strong>de</strong>vendo a realocação ser iniciadapela assistência aos usuários submetidos à internação <strong>de</strong> longapermanência.270. Garantir a imediata inversão <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s no <strong>fina</strong>nciamentoda política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, na proporcionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 80%para a re<strong>de</strong> substitutiva e 20% para o sistema hospitalar.


271. Garantir que os recursos provenientes do fechamento<strong>de</strong> leitos psiquiátricos possam ser realocados fundo a fundo nosserviços substitutivos, ficando sob a responsabilida<strong>de</strong> dos gestoresestaduais e municipais a aplicação <strong>de</strong>stes recursos, com o acompanhamentodas Comissões Bipartite e dos <strong>Conselho</strong>s Estaduais eMunicipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.272. Garantir que os serviços programem, tenham dotaçãoorçamentária e gerenciem os recursos <strong>fina</strong>nceiros para medicamentos,materiais para ativida<strong>de</strong>s das oficinas, transporte, alimentação,publicações, divulgações <strong>de</strong> serviços e capacitação <strong>de</strong> profissionais<strong>de</strong> acordo com os novos mo<strong>de</strong>los e supervisões técnicas.273. Garantir recursos <strong>fina</strong>nceiros fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipaissuficientes para criar, efetivar e qualificar ações e serviçosem saú<strong>de</strong> mental para cada município estruturar seu serviço <strong>de</strong>atenção integral à Saú<strong>de</strong> Mental, inclusive para a assistência farmacêuticapara a sustentação da re<strong>de</strong>.274. Garantir a continuida<strong>de</strong> das experiências bem sucedidasnos municípios no campo da Saú<strong>de</strong> Mental, viabilizando osinvestimentos necessários com recursos humanos e <strong>fina</strong>nceiros.275. Promover incentivos e <strong>de</strong>finir percentual mínimo para o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, nos orçamentos anuaise plurianuais das três esferas <strong>de</strong> governo, <strong>de</strong> acordo com o perfilepi<strong>de</strong>miológico e a população, com garantia <strong>de</strong> autonomia nosinvestimentos e <strong>fina</strong>nciamentos, sob aprovação e controle dos <strong>Conselho</strong>s<strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.276. Garantir novos investimentos das esferas fe<strong>de</strong>ral, estaduale municipal na criação, ampliação, reforma e manutenção dare<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos:NAPS/CAPS, centros <strong>de</strong> convivência, serviços resi<strong>de</strong>nciaisterapêuticos e re<strong>de</strong> básica.87


277. Garantir na dotação orçamentária (municipal, estaduale nacional), a realização das Conferências Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental (com suas etapas municipal e estadual), a serem realizadas<strong>de</strong> quatro em quatro anos.1.1. Estratégias para regulamentação,alteração e cumprimento da legislaçãoe normas <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento88278. Exigir, nas três esferas <strong>de</strong> governo, o cumprimento daLei Orgânica da Saú<strong>de</strong> (Lei nº 8.080/90) e sua complementação,Lei n.º 8.142/90 e da PEC n.º 29/2000, garantindo a <strong>de</strong>stinação<strong>de</strong> recursos ao Fundo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a transparência na aplicação.279. Garantir que o <strong>fina</strong>nciamento da saú<strong>de</strong> e da saú<strong>de</strong> mentalocorra mediante repasse aos fundos municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, respeitandoo programa <strong>de</strong> investimentos previsto nos Planos Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.280. Propor que os estados promovam a municipalização solidáriae forneçam incentivos <strong>fina</strong>nceiros para serviços e ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental e assistência farmacêutica in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do número<strong>de</strong> habitantes, <strong>de</strong> acordo com planos municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aprovadospelos <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.281. Garantir que não haja retrocesso nos percentuaisjá aplicados em saú<strong>de</strong> quando exce<strong>de</strong>rem o previsto na PECn.º 29/2000, ficando a critério dos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a <strong>de</strong>finiçãoda sua atualização <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>s da população.282. Garantir a efetivida<strong>de</strong> da contrapartida estadual e municipal,<strong>de</strong> acordo com a NOAS/2001, referente à implementação<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> assistência em saú<strong>de</strong> mental.283. Destinar recursos para implantação <strong>de</strong> uma Central <strong>de</strong>Regulação, composta por equipe multidisciplinar, que estabeleça


protocolo único para as urgências e emergências em saú<strong>de</strong> mentale para a criação <strong>de</strong> uma central <strong>de</strong> vagas regionalizada, que estabeleçamecanismos claros <strong>de</strong> referência e contra-referência e garantao acesso e informação sobre internações e altas para os serviçosreferenciados.284. Revisão da Lei <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> Fiscal no que tangeao percentual máximo <strong>de</strong> gastos com pessoal no serviço público,visando permitir a contratação <strong>de</strong> recursos humanos necessáriosna área da saú<strong>de</strong>.285. Garantir o <strong>fina</strong>nciamento público da segurida<strong>de</strong> social,elemento fundamental para viabilizar a efetiva reinserção socialdos usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.286. Conhecer e participar da luta pela Reforma Tributária ebuscar garantir recursos para a saú<strong>de</strong>.1. 2. Critérios para orientar a gestão erepasse <strong>de</strong> recursos <strong>fina</strong>nceiros89287. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifique e realoque osrecursos <strong>de</strong>correntes do fechamento <strong>de</strong> leitos hospitalares psiquiátricosnos últimos sete anos para o <strong>fina</strong>nciamento da re<strong>de</strong> substitutiva<strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> mental, dividindo-os pro rata entre todos osmunicípios, com controle social e dotação específica.288. Estabelecer metas para a redução <strong>de</strong> leitos hospitalarespsiquiátricos, com aplicação <strong>de</strong> multa ao gestor em caso <strong>de</strong><strong>de</strong>scumprimento. Os recursos oriundos das multas <strong>de</strong>verão seraplicados na construção <strong>de</strong> serviços substitutivos, com a garantia<strong>de</strong> controle social no planejamento.289. Desenvolver um plano <strong>de</strong> transferências das AIHs doshospitais públicos e privados para os serviços substitutivos, contemplandoa fiscalização e a implementação <strong>de</strong>sta política pelos


90órgãos competentes, por meio <strong>de</strong> auditorias semestrais realizadasem conjunto com os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, ONGs e entida<strong>de</strong>s dasocieda<strong>de</strong> civil, para averiguação da aplicação correta dos recursosdo SUS e da qualida<strong>de</strong> dos serviços prestados.290. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> crie dispositivo legalpara garantir que o recurso das AIHs dos leitos <strong>de</strong>sativados passeautomaticamente do SIH para o SIA, para implantação dos serviçossubstitutivos com realocação integral, sem prejuízo da base orçamentáriado setor.291. Encaminhar à Comissão Intergestora Tripartite (CIT),a aprovação do remanejamento dos recursos dos tetos <strong>fina</strong>nceiros<strong>de</strong> internação em hospitais psiquiátricos para custear a implantaçãoe funcionamento <strong>de</strong> CAPS, oficinas terapêuticas e ambulatórios,<strong>de</strong>finidos pela Portaria/SNAS n.º 224/92, e que cada estadoapresente um plano próprio para realocação <strong>de</strong>stes recursos.292. Garantir a alocação dos recursos das AIHs psiquiátricaspara os municípios que recebam os usuários <strong>de</strong> alta, para investimentonos equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental (moradias, NAPS/CAPS,centros <strong>de</strong> convivência, bolsas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sospitalização), ampliando aabrangência da Portaria/GM n.º 106/00, e que esta discussão sejapactuada nas Comissões Intergestoras Bipartite (CIBs) regional eestadual com acompanhamento e fiscalização dos respectivos conselhos<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.293. Financiar os serviços substitutivos dos estados e municípiosque não possuem recursos <strong>de</strong> AIH para a saú<strong>de</strong> mental, medianterecursos provenientes <strong>de</strong> um Fundo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.294. Extinguir a forma <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> AIHs <strong>de</strong> longapermanência e garantir que os recursos daí provenientes sejaminvestidos exclusivamente na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.295. Reavaliar o Sistema <strong>de</strong> Informações Hospitalares(SIH/SUS), propondo mudanças que façam com que a AIH 1 tenha


edução <strong>de</strong> permanência para <strong>de</strong>z dias, e que os pedidos <strong>de</strong> renovaçãosejam avaliados por equipe multiprofissional.296. Exigir que o valor das AIHs <strong>de</strong> curta permanência sejamaior que o valor da AIH <strong>de</strong> longa permanência.297. Garantir que, em caso <strong>de</strong> óbito <strong>de</strong> usuário morador <strong>de</strong>hospital psiquiátrico, o leito seja <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciado e que a AIH sejarealocada para o <strong>fina</strong>nciamento da re<strong>de</strong> substitutiva.298. Transferir no mínimo R$ 100.000.000,00 (cem milhões<strong>de</strong> reais) por ano do <strong>fina</strong>nciamento das AIHs para os serviçossubstitutivos.299. Garantir a aplicação dos recursos provenientes dos procedimentosSIA/SUS na própria unida<strong>de</strong> ambulatorial que executaos procedimentos.300. Condicionar o recebimento dos novos pedidos <strong>de</strong> inclusãonos recursos do FIDEPS aos hospitais universitários que implantaremCAPS, NAPS ou hospitais-dia. Estabelecer o prazo <strong>de</strong> trêsanos, para que os hospitais que já são beneficiários <strong>de</strong>sses recursospossam adaptar-se às novas regras.301. Proibir novos convênios ou a contratação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental com o setor privado.302. Proibir o cre<strong>de</strong>nciamento, pelo SUS, <strong>de</strong> serviçosespecializados em alcoolismo e drogadição que preconizeminternação <strong>de</strong> longa permanência ou que não submetam seu projetoterapêutico à Assessoria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Estado, ouvindo os<strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.303. Criar mecanismos que <strong>de</strong>sburocratizem e facilitem aaprovação e liberação <strong>de</strong> recursos <strong>fina</strong>nceiros para a política <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.304. Tornar factíveis e menos burocratizados os procedimentos<strong>de</strong> cre<strong>de</strong>nciamento das residências terapêuticas, viabilizando aliberação das verbas previstas nas Portarias GM n.º 106/00 e SASn.º 1220/00.91


305. Definir instrumentos para avaliar a implantação dos novosrecursos <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental atrelados à condição <strong>de</strong>gestão plena do sistema, para garantir a regularida<strong>de</strong> dos repasses.306. Reavaliar o <strong>fina</strong>nciamento dos procedimentos <strong>de</strong>todas as categorias profissionais, constantes na Portaria GMn.º 1.230/99.307. Garantir recursos <strong>fina</strong>nceiros para programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental nos municípios com menos <strong>de</strong> 60.000 mil habitantes.2. Criação <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong><strong>fina</strong>nciamento e indicação <strong>de</strong>fontes complementares92308. Elaborar e viabilizar projetos, por intermédio <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamentodo Ministério da Saú<strong>de</strong> e do Fundo <strong>de</strong> Ações Estratégicase <strong>de</strong> Compensação (FAEC), para implementar e custear novos dispositivosna área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, tais como: NAPS, CAPS, ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental na re<strong>de</strong> básica; criação <strong>de</strong> cooperativas sociais,capacitação <strong>de</strong> recursos humanos para o PSF e PACS, a partir <strong>de</strong>janeiro <strong>de</strong> 2002.309. Criar incentivo ao <strong>fina</strong>nciamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental, semelhante ao programa <strong>de</strong> Humanização do Parto, comrecursos do Fundo <strong>de</strong> Ação Estratégica e Compensação (FAEC), nointuito <strong>de</strong> “premiar a resolutivida<strong>de</strong>” dos projetos que propiciemestilos <strong>de</strong> vidas saudáveis e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida aos acometidos portranstornos mentais, que <strong>de</strong>senvolvam parcerias com instituições<strong>de</strong> ensino públicas, ONGs e socieda<strong>de</strong> civil.310. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>fina</strong> as ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental como “ações assistenciais estratégicas”, <strong>de</strong>finindorecursos próprios extra-teto, para todos os municípios e não apenasàqueles em regime <strong>de</strong> Gestão Plena do SUS.


311. Viabilizar linhas <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento do Estado (SecretariaEstadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>) e Ministério da Saú<strong>de</strong> para formação <strong>de</strong> equipesmínimas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental nos municípios <strong>de</strong> pequeno porte,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da produtivida<strong>de</strong> dos programas, sendo queparte <strong>de</strong>ste <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong>ve ser oriunda do repasse e realocação<strong>de</strong> verbas das internações psiquiátricas proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sses municípios.312. Criar um dispositivo <strong>de</strong> cobrança das seguradoras e planos<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pelo atendimento prestado em saú<strong>de</strong> mental, garantindoo ressarcimento para <strong>fina</strong>nciar as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvidaspelo SUS.313. Alterar a Lei n.º 9.656/98 (seguro saú<strong>de</strong>), incluindodiferentes intervenções em saú<strong>de</strong> mental que respondam às necessida<strong>de</strong>sdos clientes.314. Assegurar que a CPMF seja repassada integralmente paraa saú<strong>de</strong>.315. Repassar um percentual <strong>de</strong> 3% a 5% da arrecadaçãolíquida das loterias para aplicação em projetos e/ou ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental.316. Abater no imposto <strong>de</strong> renda <strong>de</strong> pessoas físicas e jurídicaso valor investido em projetos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.317. Criar taxa específica para a venda <strong>de</strong> bebidas alcóolicas,cujo recolhimento se <strong>de</strong>stine a um fundo municipal específicopara <strong>fina</strong>nciar ações terapêuticas relativas ao uso abusivo do álcool.318. Elevar a tributação sobre bebidas alcóolicas e cigarros.319. Encaminhar projeto <strong>de</strong> lei que permita reverter umpercentual a ser <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> ICMS arrecadado com bebidas alcóolicase cigarros para que os municípios <strong>de</strong>senvolvam política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental. (Houve a proposta <strong>de</strong> 50% do ICMS sobre os referidosprodutos).93


94320. Que o <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> faça gestões junto àFrente Parlamentar <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para a aprovação <strong>de</strong> emenda constitucionalpermitindo que o IPI arrecadado na comercialização <strong>de</strong>bebidas alcoólicas e tabaco seja <strong>de</strong>volvido aos estados e municípiospara programas <strong>de</strong> prevenção e assistência a pessoas com problemas<strong>de</strong> álcool e outras drogas e seus familiares.321. Encaminhar projeto <strong>de</strong> lei que permita <strong>de</strong>stinar 30%do IPI das indústrias farmacêuticas para os programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental.322. Destinar aos fundos municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> recursos provenientesdas multas impostas pela Vigilância Sanitária (municipais,estaduais e fe<strong>de</strong>ral) e dos bens móveis e imóveis provenientesdas ações <strong>de</strong> repressão ao tráfico <strong>de</strong> droga, para a aplicação emprojetos da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>prevenção e tratamento dos usuários <strong>de</strong> drogas. Houve indicaçãoda taxa <strong>de</strong> 5% da arrecadação das Vigilâncias Sanitárias.323. Garantir que 20% dos recursos oriundos dos royalties dopetróleo e seus <strong>de</strong>rivados, existentes em alguns estados, sejam <strong>de</strong>stinadosao <strong>fina</strong>nciamento das ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.324. Buscar fontes complementares <strong>de</strong> recursos para o <strong>fina</strong>nciamento<strong>de</strong> ações em saú<strong>de</strong> mental, serviços resi<strong>de</strong>nciais, centros<strong>de</strong> convivência, cooperativas <strong>de</strong> usuários, mediante o estabelecimento<strong>de</strong> convênios e projetos <strong>de</strong> cooperação, nacionais e internacionais,promoção <strong>de</strong> eventos culturais e outras iniciativas.3. Financiamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental na Atenção BásicaUma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental baseada no princípio daintegralida<strong>de</strong> requer a garantia <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento para as açõesbásicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>senvolvidas em Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong>


Saú<strong>de</strong> (UBS), Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Família (PSF) e Programa <strong>de</strong>Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PACS), com garantia <strong>de</strong> contratação<strong>de</strong> recursos humanos, com <strong>fina</strong>nciamento pelo Piso <strong>de</strong> AtençãoBásica.325. Financiar ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>senvolvidas em unida<strong>de</strong>sbásicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, PSF, PACS e viabilizar recursos <strong>fina</strong>nceirospara a contratação <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.326. Garantir o <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> ações substitutivas no campoda Saú<strong>de</strong> Mental, com especial ênfase às ações no âmbito daatenção básica, incluídas e incentivadas no PAB, tanto na parte fixacomo na variável.327. Incluir a atenção básica em saú<strong>de</strong> mental como açãoprioritária e critério para cadastramento dos municípios no PABampliado, com garantia <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento pelo Ministério daSaú<strong>de</strong>.328. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> crie incentivo mensalpara equipes do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família - como acontece nasaú<strong>de</strong> bucal do PSF - para os municípios que <strong>de</strong>senvolvem programas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Esse repasse será realizado sem prejuízo dosoutros recursos fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong>stinados à saú<strong>de</strong> mental.329. Reajustar a tabela PAB (Piso <strong>de</strong> Atenção Básica), revendoos valores <strong>de</strong>fasados <strong>de</strong>stinados para os municípios.954. Financiamento dos serviçossubstitutivosA consolidação efetiva da Reforma Psiquiátrica requer priorida<strong>de</strong>ao <strong>fina</strong>nciamento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços substitutivos, com<strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos das três esferas do governo e implementação<strong>de</strong> procedimentos ágeis para cre<strong>de</strong>nciamento, implantação,implementação e manutenção dos serviços.


96Com estes objetivos, foram aprovadas também as seguintespropostas:330. Garantir uma política <strong>de</strong> investimentos e custeio quereconheça a resolutivida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalsubstitutivos, respeite o perfil das necessida<strong>de</strong>s e especificida<strong>de</strong>sepi<strong>de</strong>miológicas, populacionais e sociais locais, e seja comprometidacom a diminuição das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s regionais <strong>de</strong> acolhimentoe acesso a serviços, com priorida<strong>de</strong> para a Amazônia.331. Adotar mecanismos ágeis e <strong>de</strong>sburocratizados para oestabelecimento <strong>de</strong> convênios com o SUS para implantação,implementação e cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> serviços substitutivos, taiscomo NAPS, CAPS, atenção contínua 24 horas, serviços resi<strong>de</strong>nciaisterapêuticos, oficinas, centros <strong>de</strong> convivência, exclusivamente públicos,buscando garantir: transferência <strong>de</strong> recursos <strong>de</strong> capital doMinistério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinados aos investimentos iniciais <strong>de</strong> implantaçãoe implementação; investimentos extra-teto das três esferas<strong>de</strong> governo para a manutenção dos serviços; pagamento <strong>de</strong>diárias ou remuneração por meta, com valor superior ao da AIHhospitalar; regularida<strong>de</strong> do repasses <strong>de</strong> recursos, em intervalos <strong>de</strong>,no máximo, 60 dias e a criação <strong>de</strong> mecanismos que venham garantira qualida<strong>de</strong> e eficácia das suas ações. Também se aprovou agarantia <strong>de</strong> recursos para serviços substitutivos públicos ouconveniados.332. Buscar formas <strong>de</strong> aprimorar os mecanismos <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamentodos serviços substitutivos, aumentar os valores atualmentepropostos pelo SUS para os procedimentos <strong>de</strong>senvolvidos, superar aforma <strong>de</strong> remuneração por procedimentos e/ou produtivida<strong>de</strong>,a<strong>de</strong>quando o <strong>fina</strong>nciamento ao perfil e diversificação das ações<strong>de</strong>senvolvidas.333. Garantir a liberação <strong>de</strong> verbas para projetos já aprovados<strong>de</strong> serviços substitutivos.


5. Implementação e regulamentaçãodo <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> novasiniciativas, ações e procedimentosem saú<strong>de</strong> mentalO aprofundamento da Reforma Psiquiátrica requer aimplementação <strong>de</strong> novos mecanismos para viabilizar o <strong>fina</strong>nciamento<strong>de</strong> ações inovadoras visando a ampliação do campo <strong>de</strong>possibilida<strong>de</strong>s das práticas <strong>de</strong>senvolvidas pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviçossubstitutivos. Tais proposições incluem a ampliação das modalida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> serviços resi<strong>de</strong>nciais, a implementação <strong>de</strong> novas modalida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> assistência domiciliar, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> formas<strong>de</strong> apoio <strong>fina</strong>nceiro aos usuários, familiares e cuidadores e o<strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda e cooperativas<strong>de</strong> trabalho.Também foram aprovadas as seguintes propostas:334. Implementar o <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> novas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos <strong>de</strong>stinados a pessoas com transtornosmentais severos, em situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo social e/ou <strong>de</strong>pendência institucional, sem vínculos sócio-familiares.335. Criar dispositivo <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong>stinado às ações<strong>de</strong> atendimento e/ou acompanhamento e/ou internação domiciliar/comunitáriaaos usuários <strong>de</strong> todos os programas da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>atenção em saú<strong>de</strong> mental, que inclua aquisição e manutenção <strong>de</strong>veículo utilizado para a realização das visitas e/ou transporte <strong>de</strong>usuários.336. Garantir que a União, estados e municípios <strong>de</strong>stinemrecursos para a criação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> atenção psicossocial eresi<strong>de</strong>nciais para crianças e adolescentes em condição <strong>de</strong> gravesofrimento psíquico e/ou físico.97


98337. Destinar recursos e estabelecer normas <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamentopara Centros <strong>de</strong> Atenção Diária, CAPS, NAPS e residências terapêuticaspara usuários adultos, adolescentes e crianças, <strong>de</strong> substânciaspsicoativas.338. Reapresentar o Plano <strong>de</strong> Apoio à Desospitalização (PAD).339. Que os governos fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal <strong>de</strong>senvolvaminiciativas visando <strong>de</strong>stinar recursos <strong>fina</strong>nceiros ao cuidador(familiar ou membro da comunida<strong>de</strong>) responsável pela<strong>de</strong>sospitalização <strong>de</strong> usuário morador em hospital psiquiátrico eresponsabilizem o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> referência pelo acompanhamentocontínuo <strong>de</strong>sse processo.340. Garantir que as instâncias fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipalaprovem e <strong>de</strong>stinem recursos para a criação <strong>de</strong> bolsa incentivo aosprogramas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinstitucionalização às famílias ou diretamenteaos usuários, para promover a reinserção familiar ou a autonomiada pessoa nos serviços resi<strong>de</strong>nciais, sob responsabilida<strong>de</strong> e acompanhamentodo serviço territorial <strong>de</strong> referência e controle dosconselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.341. Garantir que uma porcentagem do valor das AIHs referentesaos leitos psiquiátricos <strong>de</strong>sativados seja <strong>de</strong>stinada à criação<strong>de</strong> bolsa <strong>de</strong> auxílio aos familiares ou aos usuários ex-moradores <strong>de</strong>hospitais psiquiátricos.342. Garantir que o po<strong>de</strong>r público <strong>fina</strong>ncie projetos <strong>de</strong> geração<strong>de</strong> renda que contemplem o resgate produtivo e a reinserçãosocial da população usuária <strong>de</strong> álcool e outras drogas.343. Destinar recursos para incentivar a criação e o fortalecimento<strong>de</strong> cooperativas <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> usuários dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.


6. Financiamento <strong>de</strong> açõesintersetoriais <strong>de</strong> suporte socialUma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental sustentada no princípio <strong>de</strong>integralida<strong>de</strong> reafirma a importância <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamentopara o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações intersetoriais nos camposda saú<strong>de</strong>, habitação, trabalho, transporte e promoção social, quevisem garantir formas <strong>de</strong> suporte social aos usuários <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.Foram aprovadas também as seguintes propostas:344. Promover projetos intersetoriais, fe<strong>de</strong>rais, estaduais emunicipais, envolvendo as Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Habitação,para o <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> moradias para portadores <strong>de</strong> transtornosmentais.345. Garantir recursos para a realização <strong>de</strong> cursosprofissionalizantes e oficinas <strong>de</strong> produção, visando a capacitação<strong>de</strong> pessoas com transtornos mentais para o mercado <strong>de</strong> trabalho epara participação em projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, mediante oestabelecimento <strong>de</strong> parcerias entre o po<strong>de</strong>r público e organizaçõesnão-governamentais e/ou associações da socieda<strong>de</strong> civil.346. Fornecer incentivo para transporte, visando garantir oacesso ao tratamento <strong>de</strong> usuários e acompanhantes moradores emcentros urbanos ou zonas rurais e distritos adjacentes.347. Garantir, em todo o País, o livre acesso ao sistema <strong>de</strong>transporte coletivo intermunicipal aos portadores <strong>de</strong> transtornospsíquicos e seus respectivos acompanhantes.348. Criar mecanismos interministeriais (Ministério da Saú<strong>de</strong>,Trabalho e Assistência Social) para <strong>de</strong>stinar recursos do Fundo<strong>de</strong> Amparo ao Trabalhador (FAT) para implementar ações99


100diversificas <strong>de</strong> capacitação, profissionalização e criação <strong>de</strong> cooperativassociais para os usuários <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, comfiscalização dos <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.349. Promover ações integradas entre os vários órgãos governamentais(interministeriais e intersecretariais) para a racionalizaçãodos recursos <strong>fina</strong>nceiros, humanos e materiais em saú<strong>de</strong>mental.350. Garantir que os governos fe<strong>de</strong>ral, estaduais e municipaiscriem projetos específicos <strong>de</strong> socialização e <strong>de</strong> resgate da vidaprodutiva do portador <strong>de</strong> transtorno mental, assegurando dotaçãoorçamentária para a manutenção dos projetos.351. Garantir subsídios, nas três esferas <strong>de</strong> governo, paracriação e manutenção <strong>de</strong> associações <strong>de</strong> usuários e familiares <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental, estimulando a participação da empresas públicas eprivadas na sua manutenção.352. Garantir que o po<strong>de</strong>r público, por intermédio do <strong>fina</strong>nciamento<strong>de</strong> projetos, incentive o trabalho das ONGs na constituição<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> em todos os municípios, estimulandoo atendimento à população em situação <strong>de</strong> rua e comtranstornos mentais, ações <strong>de</strong> prevenção, assistência e reinserçãona socieda<strong>de</strong>.353. Garantir que as ONGs para a assistência aos usuários <strong>de</strong>álcool e outras drogas estejam integradas às políticas sociais e seusprojetos sejam <strong>fina</strong>nciados pelo po<strong>de</strong>r público e divulgados pelamídia.354. Garantir a promoção e <strong>fina</strong>nciamento pelo SUS <strong>de</strong> projetos<strong>de</strong> assistência aos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais, executadospor ONGs, que sejam antimanicomiais, inclusivos, integrados àre<strong>de</strong>, interdisciplinares e eficientes.


7. Financiamento da assistênciafarmacêuticaA consolidação da Reforma Psiquiátrica torna imprescindível agarantia <strong>de</strong> recursos <strong>fina</strong>nceiros para assegurar medicamentos essenciaise excepcionais em quantida<strong>de</strong> suficiente para aten<strong>de</strong>r à<strong>de</strong>manda da clientela, oferecendo o melhor tratamento no contextoda política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Para isso, é recolocada a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> aumento dos recursos para a assistência farmacêutica emconformida<strong>de</strong> com as reais necessida<strong>de</strong>s atuais e com a ampliaçãoda re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental.As seguintes propostas também foram aprovadas:355. Assegurar recursos <strong>fina</strong>nceiros nas três esferas <strong>de</strong> governo,para viabilizar a política <strong>de</strong> medicamentos para saú<strong>de</strong> mental,com manutenção <strong>de</strong> estoque permanente e fornecimento, garantindoa prescrição <strong>de</strong> genéricos, padronização, compra e distribuiçãoa<strong>de</strong>quada, com <strong>de</strong>scentralização da distribuição <strong>de</strong> medicamentose assistência farmacêutica.356. Definir <strong>de</strong> forma clara e operacional (nos níveis fe<strong>de</strong>ral,estadual e municipal) os percentuais <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento e <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>para organização da assistência farmacêutica, compra<strong>de</strong> medicação e distribuição, <strong>de</strong> forma a garantir o acesso àsmedicações em geral, na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.357. Cumprir a Portaria n.º 1077 (medicamentos), efetivandoa complementação, por parte dos municípios, dos recursos<strong>fina</strong>nceiros para aquisição <strong>de</strong> medicamentos psiquiátricos básicose propondo que haja aumento do teto orçamentário <strong>de</strong>finido peloMinistério da Saú<strong>de</strong> para a Assistência Farmacêutica Básica emsaú<strong>de</strong> mental.358. Ampliar os recursos fe<strong>de</strong>rais e garantir a distribuição <strong>de</strong>psicotrópicos <strong>de</strong> alto custo, nos serviços da re<strong>de</strong> pública e encaminharao Ministério da Saú<strong>de</strong> proposta <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da quebra <strong>de</strong>101


patentes para a produção <strong>de</strong> genéricos para distribuição na re<strong>de</strong>pública.359. A<strong>de</strong>quar a política <strong>de</strong> medicamentos à programaçãoorçamentária e à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos baseada no perfilepi<strong>de</strong>miológico e atualização técnico-científica, e garantia <strong>de</strong> plenoacesso.360. Garantir a inclusão e o acesso aos medicamentos excepcionais(atípicos) para os municípios com ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental,na programação do Ministério da Saú<strong>de</strong>.361. Garantir o planejamento para licitação e compra <strong>de</strong>medicamentos nos estados e municípios.362. Assegurar o aumento das verbas <strong>de</strong>stinadas à aquisição<strong>de</strong> medicação pelo SUS, proporcional à implementação <strong>de</strong> serviçossubstitutivos em saú<strong>de</strong> mental.1028. Financiamento para pesquisa,formação e capacitação <strong>de</strong> recursoshumanos em saú<strong>de</strong> mentalAs exigências colocadas pelo processo <strong>de</strong> Reforma Psiquiátricaimplicam que, no âmbito da Política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental em suasinstâncias fe<strong>de</strong>ral, estadual e municipal, haja <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> recursos<strong>fina</strong>nceiros para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> treinamento,capacitação, formação continuada e cursos <strong>de</strong> especialização,além da promoção <strong>de</strong> pesquisas, visando o aprimoramento <strong>de</strong>tecnologias e práticas <strong>de</strong> atenção, promoção e avaliação da qualida<strong>de</strong>dos serviços.Com estes objetivos, foram aprovadas também as seguintespropostas:363. Criar linha <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento vinculada à diminuiçãodas internações psiquiátricas, mediante recursos do piso assistencial


ásico, porção variável (PAB–variável), para incentivar a capacitaçãoe supervisão das equipes <strong>de</strong> atenção básica.364. Garantir que as Secretarias <strong>de</strong> Estado se responsabilizempela criação e <strong>fina</strong>nciamento <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> Capacitação emsaú<strong>de</strong> mental, promovendo supervisão e assessorias regionais coma participação dos municípios.365. Garantir verbas para capacitação das equipes do Programa<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) para reconhecerem, acompanhareme encaminharem pessoas com transtorno psíquico, trabalhandoações <strong>de</strong> prevenção e promoção na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental.366. Destinar recursos para a implementação <strong>de</strong> parceriasentre Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e instituições assistenciais filantrópicas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e <strong>de</strong>pendência química, para capacitação <strong>de</strong>profissionais que atuam nessas instituições.367. Garantir que sejam <strong>de</strong>stinados recursos para acontratação e capacitação <strong>de</strong> recursos humanos necessários aofuncionamento da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços substitutivos, com <strong>de</strong>staquepara a implementação <strong>de</strong> serviços 24 horas.368. Investir na fabricação e pesquisa <strong>de</strong> medicamentos genéricos<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental no Brasil.369. Financiar pesquisas epi<strong>de</strong>miológicas em saú<strong>de</strong>mental.370. Garantir políticas e recursos <strong>fina</strong>nceiros para estimularpesquisas <strong>de</strong>senvolvidas por trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que contribuampara o aprimoramento (planejamento, avaliação e gestão) daspráticas substitutivas da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.371. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> e as Secretarias Estaduaise Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinem verbas específicas parapesquisa em saú<strong>de</strong> mental, com participação das universida<strong>de</strong>s,serviços substitutivos e conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, conforme os princípiosda bioética.103


9. Financiamento dos mecanismos <strong>de</strong>comunicação e informação e avisibilida<strong>de</strong> da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental104372. Promover ampla divulgação, pela União, estados e municípios,da fração dos respectivos orçamentos <strong>de</strong>stinada ao <strong>fina</strong>nciamentoda Reforma Psiquiátrica.373. Exigir a divulgação das datas dos empenhos e do usoefetivo dos recursos orçamentários para a saú<strong>de</strong> mental nas trêsesferas do governo.374. Garantir, nas três esferas <strong>de</strong> governo, recursos orçamentáriospara a promoção <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, fóruns, publicações e campanhaseducativas, nos campos da Saú<strong>de</strong> Mental, Reforma Psiquiátrica,discriminação e preconceito em relação à pessoa com transtornosmentais e uso abusivo <strong>de</strong> álcool e drogas.375. Exigir a universalização da informação (principalmentesobre o valor da AIH e sua <strong>de</strong>stinação), comparando cobertura eresolubilida<strong>de</strong> no hospital psiquiátrico e serviços substitutivos.376. Garantir recursos <strong>fina</strong>nceiros para a publicação periódica<strong>de</strong> boletim informativo, com ênfase no sofrimento mental e asnovas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento.


IV. ACESSIBILIDADE105


106


Princípios e DiretrizesA III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental reafirma a meta <strong>de</strong>garantia <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a todos os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do SUSaos portadores <strong>de</strong> transtorno mental, incorporando-a nas agendas<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e na programação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Reafirma, também, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir e melhorar oacesso aos bens e serviços da socieda<strong>de</strong>: prover trabalho, creches,profissionalização, educação, lazer, escolas, moradia <strong>de</strong>cente comum mínimo <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong>, transporte, segurança pública, saneamentobásico. É fundamental enfatizar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporteurbano acessível aos usuários, a fim <strong>de</strong> que se garanta o <strong>de</strong>slocamentoentre os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e sua moradia.Em relação ao acesso às informações, <strong>de</strong>ve-se exigir o cumprimentoda legislação específica que garante aos conselhos,promotorias e segmentos organizados <strong>de</strong> usuários o acesso àsinformações <strong>fina</strong>nceiras e dotação orçamentária, para maior emelhor fiscalização.Além <strong>de</strong>stas, foram aprovadas também outras propostaspara temas específicos indicadas a seguir:1071. Acesso, disponibilida<strong>de</strong> emecanismos <strong>de</strong> divulgaçãoe informação à comunida<strong>de</strong>As Secretarias Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem promovercampanhas <strong>de</strong> esclarecimento na mídia a respeito dos direitose <strong>de</strong>veres dos cidadãos no controle social do SUS, incluídos alegislação vigente e os projetos que possam beneficiar os usuários<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.


108Os mecanismos <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>vem ser ampliados nas comunida<strong>de</strong>surbanas e rurais dos estados, para que as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental sejam entendidas como manutenção do bem-estar físico,mental e social do cidadão, tornando disponível o máximo <strong>de</strong>informações.Diversas outras medidas foram aprovadas para dar acesso aomáximo possível <strong>de</strong> informação sobre a Reforma Psiquiátrica, osdireitos dos usuários e a legislação em saú<strong>de</strong> mental vigente, paraa comunida<strong>de</strong> e os usuários, listadas a seguir:377. Criar um serviço <strong>de</strong> informação e comunicação que:a) busque e amplie os espaços junto aos meios <strong>de</strong> comunicaçãosocial (rádio, jornais, televisão e outros), para que se garanta ainformação e divulgação sobre os serviços e políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental, inclusive a agenda e pauta das reuniões e o papel do<strong>Conselho</strong> Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>; b) elabore uma cartilha contendoinformações básicas a respeito do tema Saú<strong>de</strong> Mental e ReformaPsiquiátrica: Lei n.º 10.216/01, Portarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, direitose <strong>de</strong>veres dos usuários, SUS, etc, <strong>de</strong>finindo a responsabilida<strong>de</strong>dos governos municipais, estaduais e fe<strong>de</strong>ral para usuários e populaçãoem geral.378. Divulgar as leis, <strong>de</strong>cretos e portarias que regulamentama assistência em saú<strong>de</strong> mental junto aos trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,usuários e comunida<strong>de</strong>.379. Democratizar o acesso à legislação em saú<strong>de</strong> mental pormeio da criação <strong>de</strong> páginas na internet, cartilhas e outros instrumentosviabilizados pelo órgão gestor, nas três esferas <strong>de</strong> governo.380. Divulgar, em nível nacional, informações sobre saú<strong>de</strong>mental e Reforma Psiquiátrica na imprensa falada, escrita etelevisiva.381. Fornecer informações à comunida<strong>de</strong> sobre os serviçossubstitutivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, direitos do portador <strong>de</strong> sofrimentopsíquico e movimentos <strong>de</strong> usuários, familiares e trabalhadores.


382. Elaborar e distribuir, por meio das secretarias municipais,um catálogo atualizado com informações sobre os serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental existentes nos municípios para ser distribuído nare<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.383. Criar um sistema <strong>de</strong> informação nos municípios (umsítio na internet com banco <strong>de</strong> dados, específico para a Saú<strong>de</strong>Mental e <strong>de</strong> livre acesso à população), contendo informações sobreas ações, dispositivos legais e governamentais e <strong>fina</strong>nciamento dasaú<strong>de</strong>, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas e indicadores específicospara a avaliação e auditoria dos serviços prestados à saú<strong>de</strong>mental, por meio <strong>de</strong> pesquisa sobre a qualida<strong>de</strong> e satisfação dosusuários, familiares e equipe assistencial.384. Divulgar experiências exitosas realizadas com pessoasportadoras <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais no País, incluindo nos programase na capacitação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental o compromissocom a assistência <strong>de</strong>ssa clientela.1092. Divulgação e visibilida<strong>de</strong> dainformação nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalA informação sobre os dados relativos aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental <strong>de</strong>ve ser estar acessível e ser amplamente divulgada. Nestadireção foram aprovadas as seguintes propostas:385. Viabilizar a divulgação, aos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais, sobre a Lei n.º 10.216, <strong>de</strong> 06/04/2001, com a exposição<strong>de</strong> um cartaz, <strong>de</strong> expressão nacional, para ser colocado em todos osserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, em local <strong>de</strong> fácil visualização, visando implementara acessibilida<strong>de</strong> e o controle social.386. Obrigar a fixação, em cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental,em local visível e freqüentado por usuário, <strong>de</strong> quadro com relação<strong>de</strong> todos os seus funcionários, com horário <strong>de</strong> trabalho e a informação<strong>de</strong> que o serviço compõe a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> atenção do SUS.


3. Acesso aos dados <strong>de</strong> prontuários eàs informações sobre atos eprocedimentos realizados110É fundamental garantir, ao usuário dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, asinformações sobre seus direitos, o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o funcionamentodo serviço, bem como sobre os aspectos referentes a seuprojeto terapêutico e o acesso a seu próprio prontuário.No âmbito do SUS, <strong>de</strong>ve ser agilizada a implantação do CartãoSUS, <strong>de</strong> forma a garantir um mecanismo informatizado <strong>de</strong>acesso às informações relativas aos usuários do sistema, sua históriaclínica, prescrições, <strong>de</strong>ntre outras informações necessáriasaos procedimentos <strong>de</strong> regulação do sistema, à eficácia do tratamentoe sua continuida<strong>de</strong> em todo o território nacional, combase nos princípios éticos que respeitem os direitos dos usuários,visando a efetivação dos princípios da reforma sanitária comacesso, regionalização, <strong>de</strong>scentralização e integralida<strong>de</strong> das ações.No caso das internações psiquiátricas, voluntárias, involuntáriasou compulsórias, <strong>de</strong>ve ser assegurado o pleno acesso à informaçãosobre os procedimentos realizados, bem como as <strong>de</strong>maisações em saú<strong>de</strong> mental a que têm direito, incluindo aqui osdados relativos aos manicômios judiciários.4. Acesso à participação em programas<strong>de</strong> educação e informação emsaú<strong>de</strong> mentalO combate do estigma da loucura e a mobilização da opiniãopública acerca da problemática da saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vem serimplementados através <strong>de</strong> programas permanentes <strong>de</strong> educação e


informação em saú<strong>de</strong> mental, com ampla participação dos usuários,familiares e comunida<strong>de</strong>, visando à sua capacitação e seu efetivoenvolvimento. Da mesma forma, <strong>de</strong>ve ser incentivada a discussãoda legislação atual, por meio <strong>de</strong> cartilhas informativas, campanhasna mídia, encontros e palestras com a comunida<strong>de</strong>.Também foram aprovadas as seguintes propostas:387. Promover, <strong>de</strong> forma sistemática e permanente, atravésdos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa (TV, rádio, jornais, agências <strong>de</strong>publicida<strong>de</strong> e marketing), a informação, discussão e divulgação dosserviços e das políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Utilizar para isto, campanhasinstitucionais, programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, elaboração <strong>de</strong> materiaiseducativos e informativos, estimulando parcerias com empresas queincentivem e criem a responsabilida<strong>de</strong> social.388. Desenvolver processo <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> mentalpara conscientização e Integração da família e da comunida<strong>de</strong> naatenção à doença mental, informando seus direitos sociais, civis etrabalhistas.389. Garantir que a Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Ministérioda Saú<strong>de</strong> crie um veículo <strong>de</strong> divulgação permanente, parainformação e divulgação <strong>de</strong> experiências bem sucedidas, baseadasno mo<strong>de</strong>lo inclusivo, além da divulgação da evolução da políticanacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, utilizando os meios <strong>de</strong> comunicaçãoexistentes.390. Garantir que os <strong>Conselho</strong>s Profissionais, na comunicaçãocom suas categorias, viabilizem publicações na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental, com vistas a uma maior eficiência, qualida<strong>de</strong> e controlesocial.391. Criar um Banco <strong>de</strong> Dados no Ministério da Saú<strong>de</strong> e nasSecretarias Municipais e Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> fácil acesso,para conhecimento das capacitações e cursos oferecidos aos profissionaisda re<strong>de</strong> que utilizarem recursos públicos para tal empreendimento.111


5. Acesso aos serviços e àsinformações sobre o SUS112Além do acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, os usuários <strong>de</strong>vem teracesso a informações e a dados que esclareçam sobre como funcionae opera o SUS. O Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve elaborar e distribuirum manual que informe: vias <strong>de</strong> repasse <strong>fina</strong>nceiro, pólos <strong>de</strong>atendimento, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> cada município <strong>de</strong>ntro da NormaOperacional <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong> – NOAS.Os usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vem ter acesso garantido aoconjunto dos serviços da re<strong>de</strong> assistencial do SUS, conforme osprincípios da universalida<strong>de</strong> e integralida<strong>de</strong>.392. Garantir, nos três níveis <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, o atendimentohumanizado e o acolhimento ao portador <strong>de</strong> sofrimentomental, <strong>de</strong> forma a não permitir fila <strong>de</strong> espera. E, também, garantira implementação <strong>de</strong> procedimentos que humanizem e facilitemas consultas e os exames específicos.393. Assegurar o acesso aos usuários e a seus acompanhantes,quando necessário, <strong>de</strong> passe livre municipal, intermunicipal einterestadual na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte, a fim <strong>de</strong> se garantir o direito<strong>de</strong> ir e vir e o <strong>de</strong>slocamento entre os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e suamoradia. Garantir, também, o transporte <strong>de</strong> ambulância, quandonecessário, em situação <strong>de</strong> crise, aos locais que prestam atendimento<strong>de</strong> urgência e emergência.394. Garantir acesso aos leitos <strong>de</strong> hospitais gerais para queportadores <strong>de</strong> transtorno mental possam receber assistência clínicaou cirúrgica <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, quando for o caso. Particularmente,que sejam garantidos leitos clínicos em hospitais gerais para<strong>de</strong>sintoxicação <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas <strong>de</strong> forma aextinguir estas internações em hospitais psiquiátricos.


395. Garantir o pleno acesso dos portadores <strong>de</strong> sofrimentomental, inclusive os infratores, em situação <strong>de</strong> urgência clínica,aos hospitais gerais, combatendo a forte discriminação vigente aesse respeito.396. Garantir a assistência odontológica aos portadores <strong>de</strong>transtornos mentais na re<strong>de</strong> pública, a<strong>de</strong>quando e capacitando are<strong>de</strong> para este fim.397. Assegurar ao usuário continuida<strong>de</strong> do tratamento, quando<strong>de</strong> sua alta hospitalar, em serviços oferecidos pela re<strong>de</strong> local,levando em conta a proximida<strong>de</strong> e o acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.398. Garantir aos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais o acompanhamento<strong>de</strong> familiares durante as internações em hospitaisgerais e que estes, sempre que possível, sejam atendidos, em relaçãoàs suas necessida<strong>de</strong>s clínicas, <strong>de</strong> alimentação e alojamento,pela equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental da unida<strong>de</strong> que o assiste.1136. Acesso a procedimentos especiais<strong>de</strong> atenção e apoioO atendimento às situações <strong>de</strong> crise <strong>de</strong>ve ser realizado emUnida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Atenção ou residência por equipe especializada oucapacitada para este tipo <strong>de</strong> situação, sem recorrer às práticascoercitivas e violentas.Os espaços <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vem ser garantidos,estimulando a criação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> convivência e oficinasterapêuticas na comunida<strong>de</strong>, em parceria com o serviço público,trabalhando <strong>de</strong> modo interdisciplinar e investindo na saú<strong>de</strong> mentaldas crianças, adolescentes, adultos e idosos, além <strong>de</strong> cria oportunida<strong>de</strong><strong>de</strong> trabalho para atores sociais e profissionais <strong>de</strong> diversasáreas <strong>de</strong> conhecimento, tais como músicos, dançarinos, professo-


114res <strong>de</strong> diversos esportes, investindo em ativida<strong>de</strong>s musicais, pintura,escultura, teatro, plantas ornamentais e medicinais (saú<strong>de</strong> mentalcomunitária).Outras medidas <strong>de</strong>vem ser asseguradas:399. Instituir mecanismos que possibilitem permanente contatocom o Ministério Público, como, por exemplo, uma linhatelefônica 0800.400. Os Governos Fe<strong>de</strong>ral, Estaduais e Municipais <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>stinarrecursos para a aquisição <strong>de</strong> viaturas <strong>de</strong>stinadas aos Programas<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, com a <strong>fina</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevar a acessibilida<strong>de</strong>dos usuários à atenção em saú<strong>de</strong> mental, viabilizando visitase/ou atendimentos em caráter domiciliar, aqui incluídos oscasos <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência química que necessitarem <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>assistência.401. Garantir a priorização do atendimento aos usuários <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais no programa<strong>de</strong> órtese e prótese, <strong>de</strong>sburocratizando o processo e reduzindo otempo <strong>de</strong> entrega dos equipamentos.402. Assegurar o acesso dos usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental aoscursos profissionalizantes promovidos pelas Secretarias <strong>de</strong> Trabalho,SENAC, SENAI, SESI, SESC etc. e também a programas <strong>de</strong>geração <strong>de</strong> trabalho e renda, favorecendo a autonomia dos usuários.403. Garantir investimentos por parte do Ministério da Saú<strong>de</strong>no parque industrial farmacêutico público, visando à produção <strong>de</strong>medicamentos essenciais que atendam à <strong>de</strong>manda populacionalreal e <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> segunda geração <strong>de</strong> uso excepcionalem saú<strong>de</strong> mental, para que os municípios possam adquirir diretamenteos remédios dos laboratórios oficiais.404. Garantir vagas na re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> creches, ou serviçosafins, para os filhos <strong>de</strong> usuários dos serviços <strong>de</strong> atenção diária,durante o período <strong>de</strong> tratamento.


7. Acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalOs serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos e os serviços substitutos <strong>de</strong>atenção em saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>vem ser criados nos municípios <strong>de</strong>origem dos usuários institucionalizados <strong>de</strong> longa permanência, excetonos casos em que exista alguma contra-indicação para seu retorno,como, por exemplo, o enfraquecimento dos laços familiares, sociaise culturais com o território <strong>de</strong> procedência.A estigmatização da pessoa com sofrimento psíquico grave po<strong>de</strong>ser evitada, através da atitu<strong>de</strong> firme <strong>de</strong> evitar o primeirointernamento em hospital psiquiátrico, oferecendo atendimentoem hospitais gerais ou em CAPS 24 horas, com assistência, orientaçãoe apoio dos funcionários.Nos serviços ambulatoriais, os usuários <strong>de</strong>vem ser atendidoscom freqüência a<strong>de</strong>quada, cujo critério <strong>de</strong>ve ser unicamente anecessida<strong>de</strong> da pessoa com sofrimento mental.A Portaria/SNAS n.º 224/92 <strong>de</strong>ve ser flexibilizada, no que tangeà regulamentação dos CAPS, assegurando a municípios <strong>de</strong> pequenoe médio porte a implantação <strong>de</strong> CAPS e outros dispositivos <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental, <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>s locais.Os moradores <strong>de</strong> rua portadores <strong>de</strong> sofrimento mental <strong>de</strong>vemter pleno acesso aos serviços substitutivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, incluindoos serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos. Da mesma forma, <strong>de</strong>veser garantida uma atuação intersetorial da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalvoltada àqueles segmentos <strong>de</strong> usuários em situação <strong>de</strong> maiorrisco: mulheres vítimas <strong>de</strong> violência doméstica, crianças, adolescentese idosos.O morador da residência terapêutica <strong>de</strong>ve ter pleno acessoa todos os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como a lazer, educação etrabalho.115


116Além <strong>de</strong>stas, foram aprovadas também outras propostas <strong>de</strong>fundamental importância para efetivar o acesso universal aos serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, sem nenhuma forma <strong>de</strong> discriminação:405. Na atuação intersetorial da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentaljunto aos usuários em situação <strong>de</strong> risco, garantir aos usuários <strong>de</strong>álcool e outras drogas o acesso às ações especializadas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental consoante os princípios do SUS, Reforma Psiquiátrica eRedução <strong>de</strong> Danos, <strong>de</strong> forma que não se firam seus direitos, impedindoassim a instalação dos Tribunais <strong>de</strong> Drogas e Programa <strong>de</strong>Justiça Terapêutica, influenciados pela experiência americana, <strong>de</strong>maneira que justiça e saú<strong>de</strong> trabalhem em conjunto.406. Definir instrumentos que garantam o sigilo profissional,o anonimato e o voluntariado do usuário <strong>de</strong> drogas psicoativas, e odireito ao acesso irrestrito ao tratamento.407. Proporcionar acesso ao tratamento às mulheres comproblemas <strong>de</strong> drogadição e alcoolismo, com a criação <strong>de</strong> crechesperto do local <strong>de</strong> trabalho.408. Garantir o acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental às populaçõesindígenas, ribeirinhas, <strong>de</strong> áreas rurais e quilombos, mediantea implementação <strong>de</strong> políticas específicas para suas necessida<strong>de</strong>s,através <strong>de</strong> dispositivos a<strong>de</strong>quados à realida<strong>de</strong> locais.409. Garantir que a atenção em saú<strong>de</strong> mental inclua em suapolítica a população indígena brasileira, bem como a comunida<strong>de</strong>cambola, aten<strong>de</strong>ndo às suas especificida<strong>de</strong>s culturais.410. Exigir do SUS que, consi<strong>de</strong>rando o alto índice <strong>de</strong> suicídio<strong>de</strong> índios nos municípios <strong>de</strong> Dourados/MS, e que não existe umPrograma <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>sta população, <strong>de</strong>senvolvauma urgente investigação epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong> transtornos mentaisnas nações indígenas e promova em conjunto com a FUNAI, Ministérioda Cultura e as organizações não-governamentais que atuam


junto a essas minorias, um Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental para asnações indígenas.411. Garantir que o SUS assuma o tratamento dos <strong>de</strong>ficientesmentais e crianças com problemas neurológicos nos municípios,sobretudo a reabilitação.412. Garantir e priorizar o pronto atendimento aos portadores<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência mental nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, proibindo qualquertipo <strong>de</strong> preconceito.413. Implantar programas <strong>de</strong> atenção psicossocial dirigidospara clientela <strong>de</strong> jovens adultos, afetada pelo autismo e pela psicose<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada na infância.414. Garantir o exame <strong>de</strong> fenilcetonúria para recém-nascidos,como medida <strong>de</strong> prevenção à <strong>de</strong>ficiência mental.415. Garantir uma condição <strong>de</strong> vida melhor aos <strong>de</strong>ficientesmentais após sua maiorida<strong>de</strong>, possibilitando o exercício <strong>de</strong> suacidadania.416. Implantar o Programa Estadual <strong>de</strong> Retorno ao Lar, levandoem conta, que preferencialmente, a saída do usuário morador<strong>de</strong>ve se realizar junto à família <strong>de</strong> origem, com o suporteclínico e socioeconômico necessário, como o seguimento <strong>de</strong> visitasdomiciliares, sob responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um CAPS e com açõesintersetoriais. As famílias <strong>de</strong>vem ser beneficiadas por um programa<strong>de</strong> atendimento específico e sistemático.417. Desenvolver um trabalho educativo e preventivo emsaú<strong>de</strong> mental com o trabalhador rural, com ênfase na problemáticado agrotóxico.418. Garantir medicação gratuita aos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais, inclusive as <strong>de</strong> alto custo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que comprovadamentemais benéfica ao usuário, em tempo hábil, <strong>de</strong> forma contínua.117


419. Promover a ação intersetorial entre a saú<strong>de</strong> mental e ainstância jurídica, <strong>de</strong> forma a viabilizar os mecanismos necessáriosà implementação <strong>de</strong> serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos, frente àdificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> alocar ou adquirir imóvel.118


V. DIREITOS ECIDADANIA119


120


Princípios e DiretrizesFoi ressaltada a priorização, no âmbito da assistência emsaú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> políticas que fomentem a autonomia dos portadores<strong>de</strong> transtornos mentais, incentivando <strong>de</strong>ste modo o exercício<strong>de</strong> cidadania plena, no lugar <strong>de</strong> iniciativas tutelares.Neste sentido, <strong>de</strong>ve ser incentivada a instituição <strong>de</strong> parceriasentre o Po<strong>de</strong>r Público e Organizações Não-Governamentais (ONGs)locais, que possam funcionar como apoio na reinserção social dosportadores <strong>de</strong> transtornos mentais, e dos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos,<strong>de</strong>senvolvendo projetos sociais e comunitários, <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> rendae <strong>de</strong> acesso a todos os direitos, garantindo a inclusão <strong>de</strong>stas pessoasna socieda<strong>de</strong>, sem qualquer restrição e limitação.Um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, na direção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> inclusão social,foram as propostas relacionadas com a inserção no mundo dotrabalho, através <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda ou formação <strong>de</strong>cooperativas sociais.Além <strong>de</strong>stas propostas, as seguintes também foram aprovadas:420. Criar legislação <strong>de</strong> incentivos fiscais para que as pessoasfísicas e empresas possam a<strong>de</strong>rir às políticas <strong>de</strong> inclusão dos portadores<strong>de</strong> transtorno mental, seja através <strong>de</strong> inserção do usuáriono mercado formal <strong>de</strong> trabalho, seja através do apoio às cooperativassociais.421. Criar projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, cooperativas <strong>de</strong>trabalho (portadores <strong>de</strong> transtornos mentais, usuários <strong>de</strong> álcool eoutras drogas, crianças e adolescentes), centros <strong>de</strong> convivência,oficinas <strong>de</strong> cultura, arte e lazer, nos municípios, através <strong>de</strong>políticas intersetoriais, em parceria com instituições públicas,privadas e socieda<strong>de</strong> civil organizada que viabilizem a suaefetivação.121


122422. Desenvolver ações que viabilizem a profissionalização ecomercialização (qualida<strong>de</strong>, escoamento e distribuição no mercado)da produção dos projetos <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> rendados usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, e garantir que essas ações cheguemà comunida<strong>de</strong> através <strong>de</strong> planejamentos <strong>de</strong>senvolvidos em parceiracom as coor<strong>de</strong>nações municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e <strong>de</strong>maissecretarias e entida<strong>de</strong>s.423. Fazer cumprir e exigir a revisão dos vetos da Lei n.º9.867 (Lei das Cooperativas Sociais), garantindo os incentivos fiscaisespeciais e outros benefícios ali dispostos.424. Fomentar e apoiar a criação <strong>de</strong> cooperativas sociais atravésda divulgação <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos e da promoção<strong>de</strong> treinamento cooperativista, garantindo a inclusão <strong>de</strong> usuários,familiares e voluntários.425. Garantir abertura <strong>de</strong> linha do crédito especial a associações<strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, para a constituição <strong>de</strong> cooperativase projetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e renda.426. Garantir a integração social do paciente no mercado <strong>de</strong>trabalho, ampliando a Lei n.º 8.231/91, art.93, da legislação trabalhista,ampliando os percentuais <strong>de</strong> 2% para 4%, 3% para 5% e<strong>de</strong> 5% para 6%, no número <strong>de</strong> profissionais portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiênciascontratados, e incluir o portador <strong>de</strong> transtorno mental em50% das vagas.427. Garantir no mercado <strong>de</strong> trabalho e nos concursos públicosum percentual <strong>de</strong> vagas para o portador <strong>de</strong> transtorno mentalque esteja preparado para esta inserção.428. Que a socieda<strong>de</strong> civil organizada trace um programajunto aos trabalhadores urbanos e rurais que garanta aos usuários<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental direitos trabalhistas e equiparação do direito <strong>de</strong>trabalho, sem exclusão.429. Que os governos nas três esferas <strong>de</strong>senvolvam e apóiemprojetos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda, e cooperativas <strong>de</strong> trabalho aos


portadores <strong>de</strong> transtornos mentais investindo em cursosprofissionalizantes (po<strong>de</strong>ndo utilizar recursos do FAT).430. Que os serviços substitutivos, associações <strong>de</strong> usuários efamiliares e ONGs da saú<strong>de</strong> mental busquem constituir parceriascom o FAT e SEBRAE, grupos <strong>de</strong> economia solidária e outros,visando promover cursos <strong>de</strong> qualificação profissional e formação<strong>de</strong> cooperativas <strong>de</strong> trabalho e empresas sociais para usuários <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental.431. Reivindicar aos órgãos competentes reserva <strong>de</strong> mercadonas diversas feiras <strong>de</strong> artesanato e em qualquer espaço cultural,em museus e centro culturais, a fim <strong>de</strong> viabilizar o escoamento domaterial produzido nas oficinas <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> renda realizadas nosserviços.432. Garantir a ampliação e potencialização <strong>de</strong> dispositivossócio-sanitários, possibilitando que as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornosmentais graves sejam inseridas em cursos profissionalizantes,em centros como SESC, SENAI, SESI, no sentido <strong>de</strong> se garantir opleno exercício <strong>de</strong> sua cidadania e <strong>de</strong> seus familiares, criando umadiscriminação positiva e assegurando vagas nestes cursos.1231. Educação e inclusão socialA inclusão do portador <strong>de</strong> transtorno mental nas escolas ou emprogramas <strong>de</strong> alfabetização foi objeto <strong>de</strong> várias propostas, entre asquais medidas que assegurem vagas nos programas educacionais,criando uma discriminação positiva.433. Garantir a implementação da LDB (Lei <strong>de</strong> Diretrizes eBases), que prevê o acesso à Educação aos portadores <strong>de</strong> transtornosmentais nas escolas públicas e privadas, realizando parceriaentre as Secretarias da Saú<strong>de</strong>, Educação e Ação Social, visandocapacitação continuada do corpo docente e outros funcionários,


equipando as escolas a<strong>de</strong>quadamente, com vistas à inclusão dosreferidos portadores.434. Estabelecer amplo entrosamento entre a re<strong>de</strong> da saú<strong>de</strong>mental e re<strong>de</strong> educacional, visando abolir os preconceitos edivergências entre ambas no que diz respeito aos portadores <strong>de</strong>transtornos mentais, cumprindo, <strong>de</strong>sta forma, o disposto na leinº 8080/90.2. Cultura e lazer124435. Através das três esferas <strong>de</strong> governo <strong>de</strong>vem ser apoiadaspráticas <strong>de</strong>sportivas, ativida<strong>de</strong>s recreativas, culturais e <strong>de</strong> lazer, nosbairros, parques e ambulatórios <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, para que aspessoas possam usar e <strong>de</strong>senvolver seu potencial.436. Acesso a cinemas, teatros, outros espaços <strong>de</strong> cultura eeducação, <strong>de</strong>ve se dar como inclusão não marginal, ou seja, participaçãoem sessões comuns não especificas, em classes comuns,escolas regulares e não classes especiais. Esta acessibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>veser reforçada pela iniciativa <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> Lei.3. Medidas <strong>de</strong> apoio e <strong>de</strong> atenção agrupos específicosA melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e o combate à fome e <strong>de</strong>snutriçãodos portadores <strong>de</strong> sofrimento mental e seus familiares <strong>de</strong>vemser pleiteadas junto ao Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Famíliae/ou outras iniciativas na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.Devem ser incluídos os recortes <strong>de</strong> gênero, raça e etnia naelaboração, implantação e execução <strong>de</strong> diretrizes e ações nascampanhas promovidas pelos governos fe<strong>de</strong>ral, estaduais emunicipais.


Outras medidas <strong>de</strong> apoio <strong>de</strong>vem ser implementadas:437. Exigir do Po<strong>de</strong>r Judiciário a inclusão no seu quadro <strong>de</strong>pessoal <strong>de</strong> diferentes profissionais, para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>mandas específicasdo campo da saú<strong>de</strong> mental e grupos minoritários.438. Assegurar o cumprimento das leis já existentes quanto aida<strong>de</strong> legal para consumo <strong>de</strong> álcool e sobre os parâmetroscurriculares que informam e orientam sobre álcool e outras drogas,DST e AIDS.439. Criar mecanismos específicos que proíbam a veiculaçãoe participação <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> 21 anos em propagandas <strong>de</strong> álcool eoutras drogas, no sistema <strong>de</strong> comunicação brasileiro, bem comoem horário que atinja a crianças e adolescentes.440. Criar mecanismos que garantam a não-utilização <strong>de</strong>verbas públicas para o oferecimento <strong>de</strong> bebidas alcóolicas emeventos públicos.441. Desenvolver estudos e pesquisas que investiguem o impactodo racismo na saú<strong>de</strong> mental da população negra e da populaçãoindígena.442. Que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) sejarespeitado e cumprido na sua totalida<strong>de</strong>, em particular no que serefere à assistência à saú<strong>de</strong> e em relação à garantia <strong>de</strong> atendimentopsicossocial à criança e ao adolescente com <strong>de</strong>pendência ao álcoole outras drogas, como <strong>de</strong>termina o ECA nos seus artigos 7º ao14º,87º,101º,129º.1254. Direitos civis e sociais: mudançasna legislação civil e penalO <strong>de</strong>bate e a revisão dos artigos dos códigos civil e penal quedigam respeito às pessoas acometidas por transtorno mental <strong>de</strong>vemser promovido em todo o território nacional, no sentido <strong>de</strong>:


126443. A<strong>de</strong>quar a Previdência Social e o Código Civil à Lein.º 10.216/01, <strong>de</strong> modo a suprimir expressões como “loucos <strong>de</strong>todo o gênero”, assegurando ao portador <strong>de</strong> transtorno mental umalegislação que o reconheça como sujeito <strong>de</strong> direitos.444. Combater a concepção do Código Civil segundo a qual“Os loucos <strong>de</strong> todo gênero são consi<strong>de</strong>rados absolutamente incapazespara a vida civil”. Questionar, portanto, a interdição dos direitoscivis do portador <strong>de</strong> transtorno mental em todas as instâncias.445. Lutar para que seja eliminada do Código Penal a exigência<strong>de</strong> exame psiquiátrico para presos.446. Fomentar uma revisão dos critérios <strong>de</strong> interdição docódigo civil, privilegiando a vonta<strong>de</strong> e autonomia do sujeito e ocaráter temporário da medida, propondo que o processo <strong>de</strong> interdiçãoconstitua-se como uma “curatela parcial”, a ser permanentementereavaliado, po<strong>de</strong>ndo ser revertido.447. Propor a alteração do código penal brasileiro no sentido<strong>de</strong> excluir o conceito <strong>de</strong> “presunção <strong>de</strong> periculosida<strong>de</strong>” do portador<strong>de</strong> transtorno mental infrator, sendo-lhe garantindo o direito àresponsabilida<strong>de</strong>, à assistência e à reinserção social, extinguindosea reclusão em hospitais <strong>de</strong> custódia e tratamento psiquiátrico.448. Garantir a modificação da lei que permite a <strong>de</strong>missãopor justa causa dos trabalhadores usuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas,garantindo o acesso ao tratamento.449. Incluir, na legislação que proíbe a venda <strong>de</strong> bebidaalcoólica a menores <strong>de</strong> 18 anos, a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informar, napublicida<strong>de</strong>, sobre os efeitos adversos do consumo <strong>de</strong> álcool e osriscos do seu uso para condução <strong>de</strong> veículos.450. Instar as entida<strong>de</strong>s legislativas a que formulem normaspara todos os tipos <strong>de</strong> instituições que prestam assistência emsaú<strong>de</strong> mental.


451. Desenvolver esforços para que haja a <strong>de</strong>scriminalizaçãodo uso <strong>de</strong> drogas.452. Garantir, através <strong>de</strong> regulamentação por lei municipal,a manutenção dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental já existentes, quetrabalham <strong>de</strong> acordo com as normas do SUS, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte datroca <strong>de</strong> governo.5. Direitos dos usuáriosprivados da liberda<strong>de</strong>A Reforma Psiquiátrica <strong>de</strong>ve ser norteadora das práticas dasinstituições forenses. A questão do Manicômio Judiciário <strong>de</strong>ve serdiscutida com as diferentes áreas envolvidas (legislativa,previ<strong>de</strong>nciária, saú<strong>de</strong> mental, direitos humanos e outras), com oobjetivo <strong>de</strong> buscar formas <strong>de</strong> garantir o direito do portador <strong>de</strong>transtorno mental infrator à responsabilida<strong>de</strong>, à reinserção social ea uma assistência <strong>de</strong>ntro dos princípios do SUS e da ReformaPsiquiátrica.453. Con<strong>de</strong>nar a reclusão em Manicômio Judiciário, buscandoformas <strong>de</strong> garantir o direito do usuário à responsabilida<strong>de</strong>, àassistência e à reinserção social.454. Con<strong>de</strong>nar a adoção, no Brasil, da Justiça Terapêutica.455. Garantir acesso, aos usuários privados da liberda<strong>de</strong>(medidas <strong>de</strong> segurança), à perícia e à reinserção social.456. Criar em todas as Varas Criminais um programa integradopara acompanhamento a pacientes sub judice.457. Garantir a revisão dos processos <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> transtornosmentais que estejam cumprindo pena por medida <strong>de</strong> segurançaem <strong>de</strong>legacias, presídios e manicômios judiciários, para queseja garantido a estes tratamento a<strong>de</strong>quado, seguindo as orientaçõesda Reforma Psiquiátrica.127


128458. Garantir tratamento humanizado (exercício da sexualida<strong>de</strong>,acesso ao lazer, combate ao estigma), prevendo licenças <strong>de</strong>saídas periódicas para o portador <strong>de</strong> transtorno mental interno emhospital <strong>de</strong> custódia e tratamento psiquiátrico, para facilitar suareinserção na família e na socieda<strong>de</strong>.459. Propor que o Ministério da Saú<strong>de</strong> promova uma articulaçãoefetiva com os Ministérios Públicos estaduais, através <strong>de</strong> convênios,a fim <strong>de</strong> sensibilizá-los para a condição <strong>de</strong> cidadão doportador <strong>de</strong> transtorno mental grave e persistente, <strong>de</strong> forma aagilizar a revisão dos processos <strong>de</strong> curatela.460. Garantir o direito à assistência à saú<strong>de</strong> mental e àreinserção social dos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais internadosnos manicômios judiciários.461. Incluir avaliação da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental sobre aprocedência e valida<strong>de</strong> técnica dos encaminhamentos <strong>de</strong> penaalternativa para o usuário <strong>de</strong> álcool e outras drogas, antes da promulgaçãoda sentença.462. Questionar o tratamento jurisdicional dado ao portador<strong>de</strong> transtorno mental infrator, con<strong>de</strong>nando firmemente, em todasas instâncias e em cada caso, a sua reclusão nos manicômiosjudiciários ou através <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> segurança nos hospitais psiquiátricos,buscando formas <strong>de</strong> garantir seu direito à responsabilida<strong>de</strong>,à assistência e à reinserção social, e discutindo a superaçãodo conceito <strong>de</strong> inimputabilida<strong>de</strong>.463. Garantir que a criança e adolescente vinculados aosistema judiciário, pacientes portadores <strong>de</strong> HIV e transtorno mental,usuários <strong>de</strong> drogas e <strong>de</strong>ficientes mentais sejam incluídos naspolíticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, e garantir que tais políticas sejamefetivadas.


6. Legislação psiquiátrica e direitosdos usuários nos serviçosTodo o apoio <strong>de</strong>ve ser dado à regulamentação, aplicação edivulgação imediata da Lei n.º 10.216/01, que dispõe sobre aproteção e os direitos das pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentaise redireciona o mo<strong>de</strong>lo assistencial em saú<strong>de</strong> mental. Damesma forma, <strong>de</strong>ve ser retomada a luta política pelos princípiosoriginalmente propostos pela Lei Paulo Delgado, em especial aextinção imediata dos manicômios e a regulamentação dasinternações voluntárias e involuntárias. E ainda:464. Assegurar ao usuário, em caso <strong>de</strong> internação involuntáriaem hospital psiquiátrico, todo apoio e respaldo ao seu direito <strong>de</strong>recorrer judicialmente contra esta medida.465. Exigir dos estados e municípios que elaborem e sancionemsuas leis <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica.466. Sugerir que o Ministério Publico crie equipemultiprofissional para acompanhamento e fiscalização <strong>de</strong>internações involuntárias.467. Estabelecer mecanismos para o a<strong>de</strong>quado cumprimentoda Lei n.º 10.216/01, no que tange às internações involuntárias,voluntárias e compulsórias.468. Recomendar que o Ministério Público se instrumentalizepara atuar nas internações, como recomenda a lei.469. Assegurar, na forma da lei, que os indivíduos cujo tratamentotenha se iniciado por uma internação compulsória, possamser tratados ambulatorialmente, assim que possível, em qualquertempo.470. Observar o consentimento informado quando indicadaa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> internação, observadosos direitos dos usuários.129


130471. Observar rigorosamente o sigilo das informações contidasnas comunicações <strong>de</strong> internações ao Ministério Público, noacompanhamento <strong>de</strong> internações e na revisão das <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>internação.472. Os portadores <strong>de</strong> transtornos mentais não <strong>de</strong>verão serdiscriminados, <strong>de</strong>vendo receber pleno tratamento nos planos privados<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, assegurando-se que os planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> garantamao seu associado tratamento em saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, obe<strong>de</strong>cendoaos princípios da Reforma Psiquiátrica.473. Promover a regulamentação urgente da Lei n.º 10.216/01,garantindo, nas internações involuntárias, a avaliação por outraequipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental que possa apresentar novas alternativas <strong>de</strong>condutas específicas no caso.474. Rever a redação da Lei n.º 10.216/01 , no artigo 4º,parágrafo 2º, substituindo “serviços ocupacionais”, por “serviçosterapêuticos ocupacionais”.475. Garantir que os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental públicos eprivados cumpram as exigências legais <strong>de</strong>scritas nos documentosque norteiam a política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, especialmente, a Portaria/SNASn.º 224/92 e Lei n.º 10.216/01.476. Exigir que haja fiscalização, por parte do MinistérioPúblico e do Ministério da Saú<strong>de</strong>, em todos os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, documprimento das leis da bioética, bem como da aplicação dalegislação da saú<strong>de</strong>, como forma <strong>de</strong> garantir a Reforma Psiquiátricae o SUS em todos estados.477. Exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> não acate a Resoluçãon.º 1627/2001 do <strong>Conselho</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina.478. Instar familiares, comunida<strong>de</strong> e equipe técnica paraque se empenhem em oferecer aos usuários todas as possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> acesso a um tratamento consentido, promovido sempre pelare<strong>de</strong> substitutiva ao hospital psiquiátrico.


479. Reafirmar a necessida<strong>de</strong> do cumprimento da legislaçãoque proíbe que o tratamento do usuário <strong>de</strong> álcool e drogas sejarealizado em manicômios.7. Benefícios sociaisA concessão <strong>de</strong> benefícios ao portador <strong>de</strong> transtorno mentalnão po<strong>de</strong> ser condicionada, em qualquer hipótese, à sua interdiçãoou curatela.480. Assegurar que as legislações nacionais, estaduais e municipaisque garantem benefícios e direitos aos portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências,inclui os portadores <strong>de</strong> transtornos mental.481. Intervir junto ao INSS, <strong>de</strong> forma que seja aprovada eavaliada, junto à perícia médica, o laudo da equipe multidisciplinarque assiste o portador <strong>de</strong> transtorno mental, para a concessão <strong>de</strong>todos os benefícios, inclusive o da prestação continuada – LOAS.482. Assegurar que as perícias médicas dos portadores <strong>de</strong>transtornos mentais, para acesso ao benefício <strong>de</strong> Prestação Continuadada Lei Orgânica da Assistência Social, sejam realizadasno SUS.483. Assegurar que a legislação previ<strong>de</strong>nciária seja amplamentediscutida com os diversos segmentos da socieda<strong>de</strong>,objetivando mudanças na atual legislação, a qual não priorizaaspectos clínicos e psicossociais dos pacientes, excluindo portadores<strong>de</strong> transtornos mentais do auxílio previ<strong>de</strong>nciário.484. Garantir a presteza do processo <strong>de</strong> liberação <strong>de</strong> benefíciosaos portadores <strong>de</strong> transtornos mentais pelo po<strong>de</strong>r judiciário eINSS, e que a concessão <strong>de</strong> benefícios não esteja atrelada à interdição<strong>de</strong>stes portadores.485. Garantir, através <strong>de</strong> todos os recursos legais einstitucionais, que o INSS não faça mais a in<strong>de</strong>vida exigência <strong>de</strong>131


132interdição civil para que pessoas com transtornos mentais tenhamacesso ao beneficio da prestação continuada, e que o único instrumentonormatizador <strong>de</strong>sta concessão seja a LOAS (Lei Orgânica daAssistência Social).486. Ampliar o acesso ao Benefício <strong>de</strong> Prestação Continuada,consi<strong>de</strong>rando-se a renda per capita familiar <strong>de</strong> 50% do saláriomínimo, e idosos a partir <strong>de</strong> 65 anos.[Sobre o mesmo tema foi também aprovada a seguinteproposta:]487. Propor que sejam feitas duas emendas ao Artigo n.º 20da LOAS; substituindo a ida<strong>de</strong> limite <strong>de</strong> 67 anos para 60 anos, eainda, a renda per capita <strong>de</strong> ¼ do salário mínimo por um saláriomínimo.488. Garantia <strong>de</strong> benefício previ<strong>de</strong>nciário ou bolsa<strong>de</strong>sospitalização ao usuário portador <strong>de</strong> transtorno mental internado<strong>de</strong> longa permanência, ou ao morador <strong>de</strong> serviço resi<strong>de</strong>ncialterapêutico que não tenha renda própria ou familiar, para o seusustento.489. Garantir o direito do Benefício <strong>de</strong> Prestação Continuadaàs pessoas com transtornos mentais e incapacitada para o trabalho,mediante a revisão dos critérios atuais da LOAS. Nesta revisão <strong>de</strong>veser consi<strong>de</strong>rado o laudo psiquiátrico.490. Garantir que o Benefício <strong>de</strong> Prestação Continuada sejausado parcial ou integralmente em prol do usuário, e que, caso nãoocorra a <strong>de</strong>vida utilização, esta irregularida<strong>de</strong> seja <strong>de</strong>nunciada aoMinistério Público.491. Recomendar a extensão <strong>de</strong> benefícios pecuniários, quandoda existência <strong>de</strong> dois ou mais membros comprometidos namesma família com necessida<strong>de</strong>s especiais.492. Fazer com que a qualquer tempo possa ser possível aousuário do SUS o direito <strong>de</strong> ser beneficiado por projetos <strong>de</strong> rendamínima.


8. Exercício e <strong>de</strong>fesa dosdireitos sociais493. Incentivar a participação e o envolvimento do MinistérioPúblico nas discussões sobre Política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, especialmente naárea <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Garantir a divulgação e a disponibilida<strong>de</strong>,para todos os usuários e familiares, da Carta dos Direitos e Deveresdos Usuários, nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e em fóruns nacionais,estaduais e municipais.494. Constituir Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos e estabelecerparcerias com entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos Direitos Humanos, paraacompanhar ações jurídicas concernentes aos direitos dos usuáriosdos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, cobrando providências das autorida<strong>de</strong>sresponsáveis.495. Garantir a aplicabilida<strong>de</strong> do Decreto 3.298, que regulamentaa Lei n.º 7.853/89, sancionada pelo Presi<strong>de</strong>nte da República,pertinente à <strong>de</strong>fesa dos direitos à acessibilida<strong>de</strong> e cidadania<strong>de</strong> todos os portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> especiais.496. Garantir o acesso e atenção integral na re<strong>de</strong> do SUS, aosusuários dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, tanto nos serviços específicoscomo nos <strong>de</strong>mais serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; diante <strong>de</strong> situações <strong>de</strong>recusa <strong>de</strong> atendimento em função <strong>de</strong> discriminação/preconceito,os casos <strong>de</strong>verão ser levados aos gestores da saú<strong>de</strong>, conselhos municipaise ao Ministério Público.497. Defen<strong>de</strong>r que sejam <strong>de</strong>sinterditadas <strong>de</strong> imediato pessoascom transtornos mentais que foram interditadas para receber algumbenefício que tenha cessado ou sido suspenso por alguma razão.498. Garantir que os médicos registrem, nos prontuários clínicose laudos periciais realizados em portadores <strong>de</strong> transtornosmentais, as lesões observadas, em conformida<strong>de</strong> com o código <strong>de</strong>ética, como já se proce<strong>de</strong> em casos <strong>de</strong> tortura e violência <strong>de</strong> gêneroe contra crianças e adolescentes.133


134499. Cobrar do Po<strong>de</strong>r Judiciário a proibição <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong>mensagens pejorativas e discriminatórias sobre indivíduos portadores<strong>de</strong> transtorno mental.500. Garantir e facilitar o acesso para obtenção <strong>de</strong> documentos,para exercício da cidadania, aos portadores <strong>de</strong> transtorno mental.501. Garantir aos usuários dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental odireito <strong>de</strong> usarem suas próprios roupas e objetos pessoais duranteo período <strong>de</strong> internação hospitalar.502. Divulgar os direitos das pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornomental e as leis, <strong>de</strong>cretos e portarias que regulamentam aassistência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e outras informações junto aos trabalhadores<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, usuários e comunida<strong>de</strong>, com recursos dos conselhosmunicipais, estaduais e nacional da saú<strong>de</strong>.503. Garantir assessoria e assistência jurídica pública e gratuitaaos usuários dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, objetivando a<strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seus direitos <strong>de</strong> cidadania, articulando parcerias entre osserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, Or<strong>de</strong>m dos Advogados do Brasil, comissões<strong>de</strong> Direitos Humanos, curadorias e ouvidorias, bem como asorganizações não-governamentais <strong>de</strong>fensoras dos direitos humanos,na <strong>de</strong>fesa também do direito ao trabalho e da proteção aosdireitos das vítimas <strong>de</strong> violência institucional.504. Garantir que o Ministério Público acompanhe todos oscasos <strong>de</strong> apropriação in<strong>de</strong>vida da renda dos usuários, por parte <strong>de</strong>familiares, responsáveis ou outros.505. Garantir que todo usuário tenha direito a uma representaçãogratuita em caso <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> civil.506. Incluir especialistas em saú<strong>de</strong> mental, ou a contrataçãoe cre<strong>de</strong>nciamento dos serviços <strong>de</strong>stes, nas ativida<strong>de</strong>s periciais doINSS para fins <strong>de</strong> aposentadoria por invali<strong>de</strong>z ou doença,a<strong>de</strong>quando os formulários correspon<strong>de</strong>ntes às exigências da especialida<strong>de</strong>.


507. Adotar a <strong>de</strong>signação “passe livre <strong>de</strong> transporte” emlugar <strong>de</strong> “passe livre <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiente mental” para evitar a discriminação.508. Garantir investimentos em estudos e mobilização social,para inclusão dos transtornos mentais e sofrimentos psíquicos geradospelas condições <strong>de</strong> trabalho como doenças ocupacionais.9. Re<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong> mental e organizaçãodos usuários e familiares509. Divulgar as leis, <strong>de</strong>cretos e portarias que regulamentama assistência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental junto aos trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,usuários e comunida<strong>de</strong>.510. Promover movimento <strong>de</strong> sensibilização dos parlamentares,visando a aprovação <strong>de</strong> leis <strong>de</strong> interesse da população noâmbito da saú<strong>de</strong> mental.511. Esten<strong>de</strong>r ao uso abusivo <strong>de</strong> psicofármacos a mesma atitu<strong>de</strong>crítica que existe em relação ao eletrochoque, e em igualintensida<strong>de</strong>.512. Promover <strong>de</strong>bates com candidatos às Câmaras Municipais,Assembléias Legislativas, à Câmara Fe<strong>de</strong>ral e aos GovernosEstaduais sobre as suas propostas para a área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em geral eespecialmente da saú<strong>de</strong> mental, comprometendo-os com o cumprimentodas propostas.513. Constituir uma re<strong>de</strong> solidária e popular em Saú<strong>de</strong> Mental,que possibilite a troca <strong>de</strong> experiências e se torne uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong>solidarieda<strong>de</strong> entre todos aqueles que se interessem pela Saú<strong>de</strong>Mental.514. Garantir ações <strong>de</strong> fortalecimento das relações familiares,através <strong>de</strong> acompanhamento, orientações e grupo <strong>de</strong> pais,135


136incentivando a organização <strong>de</strong> familiares na busca daconscientização dos seus direitos e dos usuários através <strong>de</strong> açõesintersetoriais.515. Elaborar e efetivar campanhas nacionais <strong>de</strong> esclarecimentoe conscientização sobre saú<strong>de</strong> mental e Reforma Psiquiátrica,na mídia, através do Ministério da Saú<strong>de</strong> e das ComissõesMunicipais, Estaduais e <strong>Nacional</strong> da Reforma Psiquiátrica, a fim <strong>de</strong>sensibilizar a população em geral sobre o preconceito e o estigmaque impe<strong>de</strong>m o acesso dos usuários ao mercado <strong>de</strong> trabalho formale a perda do emprego, que em geral ocorre quando adoecem, oque leva à perda <strong>de</strong> seus direitos como cidadãos.516. Incentivar a realização <strong>de</strong> campanhas educativas emnível nacional, utilizando os diversos meios <strong>de</strong> comunicação, parafavorecer a conscientização da população sobre saú<strong>de</strong> mental, visandorealmente o “Cuidar, sim. Excluir, não”.517. Buscar sensibilizar a população brasileira para elegerparlamentares e executivos, em todos os níveis, que tenham simpatiapara o projeto da Reforma Psiquiátrica e para as proposições <strong>de</strong>leis e programas a<strong>de</strong>quados à saú<strong>de</strong> mental.518. Incentivar a criação <strong>de</strong> associações artísticas, culturais eartesanais <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, visando objetivarmaior controle social e difusão <strong>de</strong> projetos e trabalhos nesta área.519. Criar um “disque-<strong>de</strong>núncia”, canais <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias anônimasou outras experiências semelhantes nos diversos estados emunicípios, para receber as <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> violação <strong>de</strong> direitoshumanos e maus-tratos aos portadores <strong>de</strong> transtorno mental e aosusuários <strong>de</strong> álcool e outras drogas, capacitando os profissionaisaten<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>stes serviços sobre os temas da Saú<strong>de</strong> Mental.520. Pedir ao Ministério da Saú<strong>de</strong> que encaminhe ao MinistérioPúblico uma solicitação <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma cartilha queestimule a criação da Associação dos Direitos do Usuários do SUS.


521. Exigir do Ministério da Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> outros órgãos competentesa proibição da veiculação <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>s que estimulem acomercialização <strong>de</strong> bebidas alcóolicas, tabaco e medicamentos.522. Garantir a preservação do vínculo <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> transtornosmentais com suas famílias e com serviços <strong>de</strong> atenção emsaú<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> apoio para familiares,acesso a informações que possam ajudar a enten<strong>de</strong>r a doença esaber como lidar com ela, apoio e preparo para o convívio social efamiliar.523. Estruturar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio às pessoas que estão emliberda<strong>de</strong> assistida, priorizando grupos <strong>de</strong> risco.137


138


VI. CONTROLE SOCIAL139


140


Princípios e diretrizesA III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental ressalta a importânciado controle social como forma <strong>de</strong> garantir o avanço daReforma Psiquiátrica.Propõe, portanto, garantir a continuida<strong>de</strong> da política <strong>de</strong> substituiçãodo mo<strong>de</strong>lo hospitalocêntrico, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das mudançasdo po<strong>de</strong>r executivo, através <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> controle social jáexistentes (por exemplo, os <strong>Conselho</strong>s) e outros que se façamnecessários: as Comissões <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, as Conferências, aorganização da socieda<strong>de</strong> civil e dos movimentos sociais, o espaçolegislativo, etc. O controle social <strong>de</strong>ve constituir-se com a representaçãodos três segmentos (usuários, familiares e profissionais <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>), na perspectiva <strong>de</strong> induzir uma ação <strong>de</strong> acompanhamentoda construção das políticas estaduais e nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental .Uma ampla discussão foi realizada sobre os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.É necessário reforçar a natureza dos <strong>Conselho</strong>s, que, enquantoórgãos <strong>de</strong> regulação do SUS, estão situados na socieda<strong>de</strong> e não nasinstituições do Estado.Cumpre aos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, em ação conjunta com todaa socieda<strong>de</strong>, lutar em <strong>de</strong>fesa do SUS, sem hospital psiquiátrico ecom as Comissões <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, efetivar a política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental e exercer o papel <strong>de</strong> controle e fiscalização das políticaspúblicas, o que inclui o orçamento e a <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> verbas para asaú<strong>de</strong> mental, em todos os níveis. Ao <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,em ação conjunta com a Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, compete fazergestão junto aos <strong>Conselho</strong>s Municipais e Estaduais, no sentido doseu posicionamento favorável ao processo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> ReformaPsiquiátrica. Em todo este processo, é fundamental exigir atransparência na aplicação <strong>de</strong> verbas públicas.141


142<strong>Conselho</strong>s Gestores <strong>de</strong>vem ser instituídos em todos os serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, inclusive <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong> composição paritária,garantindo assento para familiares e usuários.A III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental enfatiza a constituição,ação e importância das Comissões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental. Devesecriar Comissões <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental também estaduais e municipais,paritárias, compostas por trabalhadores <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental,usuários, familiares, po<strong>de</strong>res executivo, legislativo e judiciário, eentida<strong>de</strong>s civis, através <strong>de</strong> termo <strong>de</strong> compromisso intermunicipal,com a <strong>fina</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propor diretrizes nas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.Sublinha-se a importância das Conferências como espaço <strong>de</strong>cisivo<strong>de</strong> controle social. Por conseguinte, busca-se garantir o cumprimentodas propostas e resoluções da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental pelas três esferas do governo (fe<strong>de</strong>ral, estadual emunicipal), assim como a realização da IV Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental.A ação da socieda<strong>de</strong> civil e dos movimentos sociais é ressaltada,visando a garantir que os programas municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mentalnão sofram <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> por ocasião <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> gestãoadministrativa e/ou política. Deve-se propiciar a participação dosusuários, familiares e trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental na elaboraçãodas políticas públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e no acompanhamento das ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental. Propõe-se incentivar e apoiar as ações dos núcleosestaduais da luta antimanicomial, na fiscalização das práticas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental. Também neste sentido, urge criar estratégias paraviabilização <strong>de</strong> maior envolvimento dos diferentes atores sociais comas questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental: usuários, familiares, ONGs, sindicatos,instituições religiosas, po<strong>de</strong>r público, gran<strong>de</strong>s e pequenos empresários,setor informal, movimentos sociais e outros.No campo da legislação, <strong>de</strong>ve-se estimular a criação <strong>de</strong> leis <strong>de</strong>Reforma Psiquiátrica nos estados e municípios. Aponta-se ainda,


como diretriz, que a Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mentalretome a discussão dos princípios originais da Lei Paulo Delgado:a extinção progressiva dos manicômios.Com estes objetivos, foram aprovadas também as seguintespropostas:1. <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>A III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental reafirma que cumpreaos <strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> fazeremgestões no processo <strong>de</strong> implantação da Reforma Psiquiátrica,atuando como instrumento <strong>de</strong>ssa política, visando o benefício àárea <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e uma consolidação mais rápida das políticas,com apoio da Plenária <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Cumpre também a estes <strong>Conselho</strong>s fiscalizar e assegurar ofuncionamento dos serviços substitutivos, sob os princípios da<strong>de</strong>sinstitucionalização e/ou da reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencialem Saú<strong>de</strong> Mental, responsabilizando-se por esta orientação.Os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem exigir que o Ministério da Saú<strong>de</strong>não cre<strong>de</strong>ncie serviços substitutivos privados e viabilize que asONGs possam ser cre<strong>de</strong>nciadas segundo a Portaria/GM n.º 106/00.Neste processo, <strong>de</strong>ve-se aprimorar a articulação entre os <strong>Conselho</strong>s<strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Deve-se criar mecanismos para a fiscalização e acompanhamentosistemáticos dos <strong>Conselho</strong>s, através do Ministério Público,fazendo cumprir a legislação quanto a sua estrutura e funcionamento.Com vistas à <strong>de</strong>mocratização da gestão, propõe-se levar aoconhecimento da socieda<strong>de</strong> o que são os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,quais as suas atribuições e responsabilida<strong>de</strong>s, bem como o papeldos conselheiros, estimulando trabalhadores, usuários da saú<strong>de</strong>143


mental e seus familiares para que participem ativamente dos <strong>Conselho</strong>sMunicipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Deve-se exigir a implantação dos<strong>Conselho</strong>s Locais ou Distritais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, em todas as unida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, inclusive nos hospitais psiquiátricos públicose privados, bem como em hospitais gerais com leitos psiquiátricos.Foram aprovadas também as seguintes propostas:1.1. Papel e atribuições144524. Fiscalizar, por meio do <strong>Conselho</strong> Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, opapel do gestor local na implementação dos serviços resi<strong>de</strong>nciais esubstitutivos na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>fina</strong>nciamento do SUS.525. Garantir que os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Municipais e Estaduaissejam responsabilizados pela fiscalização sistematizada dasauditorias e supervisões dos serviços conveniados e estatais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental, visando a concretização da reorientação do mo<strong>de</strong>loassistencial em saú<strong>de</strong> mental e a adoção <strong>de</strong> medidas legais contraserviços que ferem os direitos da clientela e/ou prestam assistência<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> duvidosa.526. Garantir que os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>Nacional</strong>, Estaduaise Municipais tenham como ponto <strong>de</strong> pauta para discussão nopróximo ano o Relatório Final da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental.527. Estimular, por parte dos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, a criação,em cada bairro, <strong>de</strong> um fórum permanente <strong>de</strong> promoção da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida, com o papel <strong>de</strong> cobrar, <strong>de</strong>nunciar e fiscalizar asações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.528. Os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, nos âmbitos nacional, estaduale municipal, <strong>de</strong>vem exigir que seja cumprida a legislação referente


à saú<strong>de</strong> mental, promovendo ampla divulgação <strong>de</strong>ssas leis, emconjunto com o Ministério da Saú<strong>de</strong>.529. Garantir que os hospitais psiquiátricos ainda existentessejam fiscalizados regularmente pelos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e que assituações <strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito aos direitos humanos dos usuários sejam<strong>de</strong>nunciadas ao Ministério Público e sejam estipuladas puniçõesaos hospitais responsáveis.530. Garantir que o <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> promovaplenária nacional sobre saú<strong>de</strong> mental, para discutir encaminhamentosdas <strong>de</strong>liberações da III CNSM.531. Garantir que o <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> aprove resolução<strong>de</strong> que o Ministério da Saú<strong>de</strong> invista no serviço <strong>de</strong> informaçãoe comunicação.532. Criar serviço <strong>de</strong> disque-<strong>de</strong>núncia, vinculado aos <strong>Conselho</strong>sMunicipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, para encaminhamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>núnciassobre maus tratos, violência, <strong>de</strong>sassistência, etc.533. Garantir a realização <strong>de</strong> seminários estaduais e municipaisanuais, <strong>de</strong> avaliação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental.1451.2. Infra-estrutura e <strong>fina</strong>nciamento534. Garantir infra-estrutura aos <strong>Conselho</strong>s Estaduais, Municipais,Distritais e Locais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para funcionamento, realização<strong>de</strong> reuniões e conferências, fortalecendo a participação efetiva <strong>de</strong>todos os membros dos <strong>Conselho</strong>s, nas análises e <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>stes.535. Propor ao Ministério da Saú<strong>de</strong> que garanta recursos<strong>fina</strong>nceiros aos <strong>Conselho</strong>s Estaduais e Municipais, <strong>de</strong> forma a assegurara autonomia <strong>de</strong>stes <strong>Conselho</strong>s em relação às Secretarias <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>.


1.3. Funcionamento interno536. Garantir que a presidência do <strong>Conselho</strong> Municipal <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> seja <strong>de</strong>finida por eleição entre os conselheiros, e não <strong>de</strong>stinadaaos Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.1.4. Fiscalização sobre os <strong>Conselho</strong>s146537. Fiscalização por parte do Ministério Público e <strong>de</strong>maisinstâncias judiciárias competentes, visando a assegurar a composiçãoe o funcionamento dos <strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, conforme garante a Lei.538. Garantir que o Ministério Público Estadual fiscalize aatuação dos <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.539. Fiscalizar para que se cumpra, nos <strong>Conselho</strong>s, a parida<strong>de</strong>prevista pela Lei n.º 8.142/90, artigo 2º, parágrafo 4, e Resoluçãon.º 33 do <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, que é: 50% <strong>de</strong> usuários,25% <strong>de</strong> trabalhadores e 25% <strong>de</strong> prestadores e gestores.1.5. Acesso amplo a dados e informações540. Prestar contas das ações e dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental àcomunida<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> audiências públicas, promovidas pelo <strong>Conselho</strong>Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com divulgação na mídia local.541. Garantir que os <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> divulguem,mensalmente, as prestações <strong>de</strong> contas referentes às verbas<strong>de</strong>stinadas à Saú<strong>de</strong> Mental.542. Apresentar os relatórios <strong>de</strong> gestão bimestral/trimestraldas Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> aos <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, com os seguintes dados: número <strong>de</strong> internações psiquiátricas


geradas nos municípios (diferenciando o <strong>de</strong>stino); número e nome<strong>de</strong> medicamentos distribuídos no município; número <strong>de</strong>atendimentos ambulatoriais em saú<strong>de</strong> mental; número <strong>de</strong> habitantescadastrados no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental; procedência, ida<strong>de</strong>,cor, raça, sexo e escolarida<strong>de</strong> dos usuários; número <strong>de</strong> leitospsiquiátricos gerais (discriminando os respectivos custos); número<strong>de</strong> leitos <strong>de</strong>sativados e redirecionamento dos recursos correspon<strong>de</strong>ntes.543. Exigir a prestação <strong>de</strong> contas trimestral dos recursos públicos,sob fiscalização do <strong>Conselho</strong> Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com acessoàs informações <strong>fina</strong>nceiras e dotações orçamentárias, a ser posteriormentedivulgada aos órgãos <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> massa.544. Garantir que as Secretarias Municipais e Estaduais <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> divulguem mensalmente para os <strong>Conselho</strong>s e a Socieda<strong>de</strong>Civil o balancete <strong>fina</strong>nceiro <strong>de</strong>talhado com as receitas e <strong>de</strong>spesasdas verbas <strong>de</strong>stinadas à saú<strong>de</strong> mental.545. Garantir que o Ministério da Saú<strong>de</strong> e o <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> repassem aos <strong>Conselho</strong>s Estaduais e Municipais <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> todas as informações necessárias e atualizadas contendo alegislação e os instrumentos normativos que regulam o SUS.546. Remeter aos <strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> todos os resultados das auditorias hospitalares, principalmenteas psiquiátricas, <strong>de</strong>vidamente assinadas.1471.6. Divulgação dos <strong>Conselho</strong>s547. Divulgar a função dos <strong>Conselho</strong>s Municipais e Estaduais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a toda população, especialmente aos grupos específicos(Saú<strong>de</strong> Mental, DST/AIDS, etc).


1.7. <strong>Conselho</strong>s Locais e Distritais548. Garantir a representação paritária nos <strong>Conselho</strong>s Locaisou Distritais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, com participação dos usuários, familiares,associações <strong>de</strong> classe, ONG’s, representantes dos trabalhadores,gerentes <strong>de</strong> serviços, entre outros.1.8. Articulação1.8.1. Interconselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>549. Implantar mecanismos <strong>de</strong> comunicação permanenteentre os <strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais, que possibilitema difusão <strong>de</strong> informações necessárias para aumentar a qualida<strong>de</strong>da participação dos usuários na regulação do SUS.1481.8.2. Com a Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental550. Garantir que o <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, junto coma Comissão Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, faça gestão com as ComissõesEstaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, paraimplementação e monitoramento das <strong>de</strong>liberações da III CNSMcom o Ministério Público.1.8.3. Intersetoriais551. Os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, em conjunto com o MinistérioPúblico e Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vem traçar estratégias para aconstrução <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> inclusiva e <strong>de</strong>mocrática na saú<strong>de</strong>mental, com base na III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental,<strong>de</strong>vendo esta estratégia ser apresentada e divulgada em um prazomáximo <strong>de</strong> 120 dias após a publicação do Relatório Final daIII CNSM.


552. Garantir que os <strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Comissões <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais <strong>de</strong>Reforma Psiquiátrica, articulados ao Movimento da LutaAntimanicomial, OAB, Comissões <strong>de</strong> Direitos Humanos, <strong>Conselho</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Psicologia e Serviço Social, parlamentares e outras entida<strong>de</strong>s,promovam campanhas junto ao Congresso <strong>Nacional</strong> propondoa revisão das categorias <strong>de</strong> inimputabilida<strong>de</strong> e periculosida<strong>de</strong>e a substituição das medidas <strong>de</strong> segurança pela aplicação <strong>de</strong> penasa<strong>de</strong>quadas ao <strong>de</strong>lito cometido, bem como a garantia <strong>de</strong> tratamentona re<strong>de</strong> pública substitutiva para os usuários infratores e a extinçãodos manicômios judiciários.553. Fortalecer e ampliar a relação <strong>de</strong> parceria entre os municípios,<strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e o Ministério Público.554. Instar os <strong>Conselho</strong>s <strong>Nacional</strong>, Estaduais e Municipais <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, os <strong>Conselho</strong>s Profissionais e o Ministério da Saú<strong>de</strong> a que<strong>mont</strong>em estratégias <strong>de</strong> sensibilização da mídia e <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>produção cultural, <strong>de</strong> acordo com os princípios da Reforma Psiquiátrica,para uma luta contra o estigma e a segregação dos portadores<strong>de</strong> transtorno psíquico na socieda<strong>de</strong>.1491.8.4 Com a socieda<strong>de</strong> civil555. Garantir que a participação dos trabalhadores, usuários<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e seus familiares, nos <strong>Conselho</strong>s Municipais <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, favoreça o reconhecimento <strong>de</strong> seus direitos e <strong>de</strong>veres, conquistandoespaço e buscando a ampliação e a<strong>de</strong>quação dos investimentosem saú<strong>de</strong> mental.556. Garantir a realização <strong>de</strong> audiências públicas nas comunida<strong>de</strong>s,com a participação do <strong>Conselho</strong> Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<strong>de</strong> maneira a informar e envolver a população nas questões<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.


2. <strong>Conselho</strong>s gestores150A plenária da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental recomendaa criação dos <strong>Conselho</strong>s Gestores <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, paritários, vinculadose tendo como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> composição os <strong>Conselho</strong>s Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental, públicos e conveniados, nas Fundações e Consórcios. Propõeestimular a participação <strong>de</strong> usuários e familiares, associações <strong>de</strong>bairros, organizações não-governamentais e outras entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>civil, nos <strong>Conselho</strong>s Gestores da re<strong>de</strong>.Também foram apresentadas as seguintes propostas:557. Garantir que os <strong>Conselho</strong>s Gestores <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> busquemparcerias com a OAB, Ministério Público e organizações <strong>de</strong> DireitosHumanos que garantam seu respaldo jurídico.558. Garantir que a regulamentação dos <strong>Conselho</strong>s Gestoresse dê ao nível dos municípios, através <strong>de</strong> leis, com homologaçãopelos seus <strong>Conselho</strong>s Municipais.559. Garantir a implantação <strong>de</strong> <strong>Conselho</strong>s Gestores, paritários,em todos os níveis da previdência social, em especial nos postos doINSS, com participação <strong>de</strong> usuários e familiares dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental e do Movimento Antimanicomial, consi<strong>de</strong>rando a altaprevalência <strong>de</strong> aposentadorias, auxílios e benefício <strong>de</strong> prestaçãocontinuada aos portadores <strong>de</strong> sofrimento mental.3. Comissões <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mentalou <strong>de</strong> Reforma PsiquiátricaA III Conferência Intersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental propõe a constituição<strong>de</strong> uma base legal para a criação <strong>de</strong> Comissões Municipaise Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental ou <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica junto aos<strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Estas Comissões <strong>de</strong>verão estar habilitadas apropor e assessorar os respectivos <strong>Conselho</strong>s em todas as questões


elativas ao campo da Saú<strong>de</strong> Mental, incluindo as políticas específicas(infância e adolescência, uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> substâncias químicas,terceira ida<strong>de</strong>, população <strong>de</strong> rua, etc).Foram também aprovadas as seguintes propostas:560. Criar Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental nos <strong>Conselho</strong>s Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, para fiscalizar e avaliar o cumprimento da lei daReforma Psiquiátrica.561. Garantir que as Secretarias Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>disponibilizem para a Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental informações fi<strong>de</strong>dignase atualizadas sobre número e condições dos usuáriosinstitucionalizados há longo tempo. Nos locais on<strong>de</strong> não haja Comissão<strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica, garantir que as informações sejamfornecidas aos <strong>Conselho</strong>s.4. <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> outras áreasA III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental propõe ampliar emelhorar as condições do exercício político do controle social,através da criação <strong>de</strong> fóruns interconselhos.É necessário garantir que todos os municípios da Fe<strong>de</strong>raçãotenham <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, dos Direitos da Criança e do Adolescente,Tutelar, Ação Social, Educação, Merenda Escolar. Estes <strong>Conselho</strong>s<strong>de</strong>vem ser capacitados e instrumentalizados para assegurara efetivida<strong>de</strong> do acompanhamento, controle, avaliação e fiscalizaçãodos serviços <strong>de</strong> assistência e promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong>ssaforma possibilitando a intersetorialização das ações, com critériosparitários <strong>de</strong>ntro dos segmentos.Também foram aprovadas as propostas a seguir:562. Defen<strong>de</strong>r que os <strong>Conselho</strong>s Municipais e Estaduais <strong>de</strong>Educação discutam formas <strong>de</strong> garantir uma educação inclusiva,assegurando o acesso <strong>de</strong> crianças, adolescentes e adultos a todas asescolas, capacitando os professores para atuarem no nível que se151


152fizer necessário e em ambiente a<strong>de</strong>quado para que essa inclusão setorne realida<strong>de</strong>.563. Promover interlocução permanente com os <strong>Conselho</strong>sTutelares, assumindo uma postura mais crítica quanto ao cumprimentoda missão <strong>de</strong> controle social atribuída a estes.564. Garantir a regulamentação e a implantação dos conselhosmunicipais anti-drogas.565. Promover ações <strong>de</strong> integração dos <strong>Conselho</strong>s vinculadosao campo da infância e adolescência, a saber: <strong>Conselho</strong>sMunicipais, Estaduais e <strong>Nacional</strong> dos Direitos da Criança e doAdolescente.566. Garantir que as Secretarias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> DesenvolvimentoSocial estabeleçam um cronograma <strong>de</strong> reuniões para os<strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Assistência Social, respectivamente, comprévia distribuição <strong>de</strong> pauta aos conselheiros.5. ConferênciasA III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental propõe que seestabeleçam mecanismos <strong>de</strong> implementação, fiscalização e acompanhamentopermanente das propostas aprovadas. O Relatório Finalda III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong>ve ser maciçamentedivulgado a toda a socieda<strong>de</strong>, inclusive em braille edisponibilizada na internet, em especial junto aos <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e participantes da Conferência.Foram aprovadas duas propostas diferentes quanto ao prazo máximopara a divulgação do relatório: 60 dias e 90 dias a contar dadata <strong>de</strong> aprovação do mesmo.Quanto à data da IV Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental háduas propostas conflitantes. Uma <strong>de</strong>las propõe realizar as Conferências<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> 4 em 4 anos. A outra propõe <strong>de</strong>finir a


sua periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma tal que aconteça associada às ConferênciasNacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, garantida a parida<strong>de</strong> estabelecidana lei.Foram aprovadas também as seguintes propostas:5.1. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>567. Apoiar as <strong>de</strong>liberações da 11ª Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>, que fala da realização <strong>de</strong> Conferências Temáticas, incorporandoas questões relativas à saú<strong>de</strong> da população negra, recursoshumanos, saú<strong>de</strong> bucal, saú<strong>de</strong> da mulher e assistência farmacêutica.568. Garantir que os gestores das três esferas <strong>de</strong> governo paguemtodas as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> transporte, alimentação e <strong>de</strong> estadia paratodos os <strong>de</strong>legados eleitos para as Conferências Nacionais.1535.2. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental569. Colocar à disposição dos <strong>de</strong>legados participantes das Conferências<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, conselheiros municipais, regionais eestaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e das Secretarias Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, cópia dosrelatórios das Conferências Estaduais e da III Conferência <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, para acompanhamento das ações.570. Garantir que todos os estados transformem as <strong>de</strong>legaçõesestaduais, que participaram da Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental, em comitês permanentes <strong>de</strong> encaminhamento e acompanhamento<strong>de</strong> suas recomendações e <strong>de</strong>liberações.571. Garantir que o Ministério Público tenha condições técnicaspara fiscalizar o cumprimento das propostas da III CNSM.572. Garantir que o Relatório Final da III CNSM seja encaminhadopara os governadores, ministros, presi<strong>de</strong>ntes do Senado


154Fe<strong>de</strong>ral, Câmara Fe<strong>de</strong>ral, senadores, <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais e estaduais,presi<strong>de</strong>ntes das Assembléias Legislativas e Câmaras <strong>de</strong> Vereadores,vereadores, prefeitos e Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e osrespectivos <strong>Conselho</strong>s, entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> classe e comunitárias, paraque possam acontecer as referidas reformas na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>mental.573. Rever as metodologias <strong>de</strong> funcionamento das conferências<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, com vistas a garantir uma maior participaçãoe aprofundamento das discussões.574. Garantir que no Relatório Final da III CNSM sejam estabelecidosprazos para que os diversos níveis gerenciais implementemas propostas.575. Garantir que a Comissão Organizadora da III CNSM envie,por via postal, o relatório <strong>fina</strong>l do evento a todos os participantesda Conferência.576. Garantir, quando da realização da IV CNSM, nas conferênciasem nível estadual e municipal, a entrega antecipada aos<strong>de</strong>legados dos relatórios das plenárias anteriores, tendo como inícioos fóruns ou encontros temáticos locais.6. Socieda<strong>de</strong> civil e movimentos sociaisA plenária da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental ressaltaa importância da luta conjunta dos movimentos populares eprofissionais por condições e organização <strong>de</strong> trabalho a<strong>de</strong>quadoe coerente com o mo<strong>de</strong>lo antimanicomial <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>mental, assegurando o direito à cidadania dos usuários e profissionais.A participação dos usuários, familiares e técnicos <strong>de</strong>veser garantida em instâncias <strong>de</strong> elaboração e fiscalização <strong>de</strong> políticaspúblicas, assim como das rotinas e procedimentos dos serviços.A mobilização e sensibilização da socieda<strong>de</strong> civil, do po<strong>de</strong>r


público e da mídia, <strong>de</strong>vem visar a incorporação <strong>de</strong>stes segmentoscomo atores/parceiros imprescindíveis na construção <strong>de</strong> projetosdas três esferas <strong>de</strong> governo, <strong>de</strong>ntro dos princípios da ReformaPsiquiátrica.Propõe, ainda, criar comissões formadas por representantesda Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, Câmara dos Vereadores, AssembléiaLegislativa, <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, OAB, Comissão <strong>de</strong> DireitosHumanos e familiares, para avaliar os hospitais públicos, privadose conveniados com o SUS, que atuam na área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental,visando a a<strong>de</strong>quação da legislação referente à Reforma Psiquiátrica,em todas as esferas <strong>de</strong> governo. Também as casas <strong>de</strong> custódia<strong>de</strong>vem ser fiscalizadas, com a participação <strong>de</strong> conselhos e outrosórgãos da socieda<strong>de</strong> civil. Deve haver controle e fiscalização dasONGs, socieda<strong>de</strong> civil organizada, <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, para que amunicipalização não ocorra pelo viés da terceirização/privatizaçãoda re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços em saú<strong>de</strong> mental, inclusive os serviçossubstitutivos.Foram aprovadas ainda as seguintes propostas:1556.1. Articulação com o po<strong>de</strong>r público577. Buscar respaldo jurídico para as ações <strong>de</strong> fiscalização <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, <strong>de</strong>senvolvidas através do controle social,estabelecendo-se parcerias com a OAB, Ministério Público, organizações<strong>de</strong> Direitos Humanos, Comissões Municipais e Estaduais <strong>de</strong>Direitos Humanos, criando-se condições técnicas e legais para impedira negligência, maus tratos, práticas violentas, discriminação etodas as formas <strong>de</strong> violação dos direitos humanos aos portadores <strong>de</strong>sofrimento mental, punindo-se os responsáveis.578. Reivindicar, junto às instâncias competentes, a fiscalizaçãoe avaliação das condições <strong>de</strong> vida e tratamento dos usuários


dos Hospitais <strong>de</strong> Custódia e Tratamento Psiquiátrico, verificando sehá razões efetivas para a permanência institucional dos internos,<strong>de</strong>vendo participar <strong>de</strong>sta fiscalização os <strong>Conselho</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, MinistérioPúblico, <strong>Conselho</strong> Penitenciário, OAB, Secretaria <strong>de</strong> Justiçae Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanos.579. Incluir representantes <strong>de</strong> usuários e <strong>de</strong> familiares nascomissões <strong>de</strong> supervisão <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental, oficializandotal participação através <strong>de</strong> portaria.6.2. Organização da socieda<strong>de</strong> civil156580. Ampliar a criação <strong>de</strong> fóruns <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental em todasas regiões do Brasil, <strong>de</strong> forma permanente e mais freqüente,assegurando o direito à participação dos trabalhadores, gestores,operadores do direito, ONG’s, instituições, usuários e familiares,para o encaminhamento <strong>de</strong> suas reivindicações aos órgãos competentes.581. Divulgar o trabalho dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e dasassociações através <strong>de</strong> páginas na internet, jornais e outros meios<strong>de</strong> comunicação, pertencentes às ONGs e movimentos sociais organizados.582. Assegurar a participação dos representantes dos usuários,familiares, trabalhadores, socieda<strong>de</strong> civil organizada, nos projetosque façam interface com a saú<strong>de</strong> mental: assistência hospitalar,<strong>de</strong>sospitalização, programa <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> emprego e renda,serviços resi<strong>de</strong>nciais terapêuticos e PSF.6.3. Responsabilida<strong>de</strong>s e atribuições583. Garantir a criação e fortalecimento dos mecanismos <strong>de</strong>controle social nos hospitais psiquiátricos, durante o processo <strong>de</strong>sua extinção gradativa.


584. Implementar efetivamente uma política <strong>de</strong> fiscalizaçãoe monitoramento mensal das internações <strong>de</strong> longa permanêncianos hospitais psiquiátricos.585. Garantir a atuação e acompanhamento do controle socialnos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sospitalização <strong>de</strong> pessoas há longo tempointernadas e na implantação dos serviços substitutivos aos hospitaispsiquiátricos.586. Garantir que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sativação <strong>de</strong> leitos sejadiscutido previamente pelas instâncias <strong>de</strong> controle social, <strong>de</strong> modoa assegurar o direcionamento e a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> serviços substitutivospara receber os usuários <strong>de</strong>sinstitucionalizados.587. Exigir das autorida<strong>de</strong>s responsáveis a aplicação integraldos recursos da CPMF na saú<strong>de</strong>, estabelecendo que este dinheiropermaneça no município <strong>de</strong> origem, para que seja estritamenteutilizado nas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.588. Realizar Fórum <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental simultâneo ao Dia <strong>Nacional</strong>da Luta Antimanicomial, em todos os municípios e capitais.1577. LegislaçãoA III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental assinala a importância<strong>de</strong> cumprir e divulgar a Lei Fe<strong>de</strong>ral n.º 10.216/01. É preciso,também, estimular a elaboração <strong>de</strong> leis que regulamentem aspolíticas municipais <strong>de</strong> atenção integral à saú<strong>de</strong> mental, nos termosda atenção, reabilitação, ensino e pesquisa, prevenção e promoção<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e saú<strong>de</strong> mental.No que diz respeito às portarias ministeriais <strong>de</strong>ve-se garantir acriação e o funcionamento, nos níveis municipal e estadual, dosGrupos Técnicos previstos pela Portaria/GM n.º 799/00, ampliandoa composição prevista para a participação dos diversos segmentos,mediante a incorporação <strong>de</strong> mais representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s


158da socieda<strong>de</strong>, familiares e usuários, com vistas a orientar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong>serviços.Foram também aprovadas as seguintes propostas:589. Reformular a legislação atual, <strong>de</strong> forma que os planosprivados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sejam submetidos aos mesmos critérios queregem a assistência à saú<strong>de</strong> pública, aí incluindo os mecanismos<strong>de</strong> controle social.590. Garantir a participação dos usuários e familiares noGrupo <strong>de</strong> Acompanhamento e Avaliação dos Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental, criado pela Portaria/GM n.º 799/00, assim como a efetivação<strong>de</strong>sta Portaria com as reformas sugeridas.591. Garantir que as comissões criadas pela Portaria/GM n.º799/00 também tratem <strong>de</strong> questões relacionadas à assistência aosportadores <strong>de</strong> transtornos <strong>de</strong>correntes do uso in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> substânciaspsicoativas.


MOÇÕES APROVADAS159


160


Os <strong>de</strong>legados presentes à Plenária Final da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, realizada em Brasília, no período <strong>de</strong> 11a 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001, aprovaram as seguintes moções:1. Moção em <strong>de</strong>fesa do SUSQue seja obrigatório constarem as palavras “SUS É LEGAL”,conforme <strong>de</strong>cisão da 11ª Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, juntocom a logomarca do Ministério da Saú<strong>de</strong> e Governo Fe<strong>de</strong>ral, emtodas as capas <strong>de</strong> documentos, broches, crachás, cartazes, prospectos,propagandas <strong>de</strong> conferências, seminários e reuniões doMinistério da Saú<strong>de</strong>.2. Moção <strong>de</strong> repúdio à utilização daEletroconvulsoterapia (ECT)Determinar a abolição em <strong>de</strong>finitivo do uso do eletrochoque nocuidado em Saú<strong>de</strong> Mental, assim como exigir a retirada do Projeto<strong>de</strong> Lei (hoje em tramitação) que regulamenta o seu uso.1613. Moção <strong>de</strong> repúdio à permanênciano cargo do Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental da Secretaria <strong>de</strong> Estado daSaú<strong>de</strong> <strong>de</strong> GoiásO Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da Secretaria <strong>de</strong> Estado daSaú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Goiás não correspon<strong>de</strong> ao perfil <strong>de</strong> gestor preconizadopelo SUS, já que é Diretor <strong>de</strong> hospital psiquiátrico conveniado enão tem <strong>de</strong>monstrado i<strong>de</strong>ntificação com os princípios do SUS e daReforma Psiquiátrica, representando um gran<strong>de</strong> obstáculo para aconcretização da reorientação do mo<strong>de</strong>lo assistencial em Saú<strong>de</strong>Mental.


4. Moção <strong>de</strong> repúdio ao <strong>de</strong>svio<strong>de</strong> verba <strong>de</strong> Ibimirim/PERepúdio à prática <strong>de</strong>vastadora aplicada no município <strong>de</strong>Ibimirim/PE, em que o Deputado Inocêncio Oliveira, atropelandotodo o processo ético e <strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong>sviou uma verba <strong>de</strong>stinadaà ampliação da casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Marcos Ferreira D’Avila, alocando orecurso correspon<strong>de</strong>nte em outro município (Jati/PE), tentando <strong>de</strong>s<strong>mont</strong>ara Saú<strong>de</strong> Pública <strong>de</strong> Ibimirim.5. Moção <strong>de</strong> repúdio à Resoluçãon.º 1.627/01, <strong>de</strong> 23/10/01, do <strong>Conselho</strong>Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina (CFM)162Repúdio à Resolução nº1.627/01 do <strong>Conselho</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Medicina,cuja intenção é tornar-se Lei, restringindo a atuação dos<strong>de</strong>mais trabalhadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e ferindo as regulamentações profissionaisjá existentes, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar a luta histórica pelaatenção interdisciplinar como estratégia <strong>de</strong> inclusão social queassegura a visão integral do sujeito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o diagnóstico até a reabilitação.6. Moção <strong>de</strong> Repúdio ao processo encaminhadoao Estado, tirando recursosda Saú<strong>de</strong> para fins própriosRepúdio à forma incorreta <strong>de</strong> encaminhamento do processoda Dr.ª Nadia Abdala, pediatra que foi lotada no Hospital OsirisFlorindo Coelho antes da intervenção do Estado no Município <strong>de</strong>Ferraz <strong>de</strong> Vasconcelos - São Paulo. O recurso por ela levantado


cobre prejuízos <strong>de</strong> 46 milhões. Essa cláusula é injusta para apopulação que necessita muito <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.7. Moção <strong>de</strong> Repúdio à flexibilizaçãodos direitos trabalhistasQue seja encaminhado a todos os Senadores o repúdio aoProjeto <strong>de</strong> Lei n.º 5.483 - C/01, aprovado na Câmara <strong>de</strong> Deputadosque, ao modificar o Artigo 618 da CLT, <strong>de</strong>strói todos os direitostrabalhistas conquistados historicamente, impondo aos trabalhadoresinstabilida<strong>de</strong> no trabalho, sujeição às pressões dos patrões eda política neoliberal do FMI. Esta <strong>de</strong>rrota dos trabalhadores implicaráa piora da já grave situação da Saú<strong>de</strong> Mental da populaçãoque, diante do <strong>de</strong>semprego, da instabilida<strong>de</strong> no trabalho e da lutapermanente pela sobrevivência, não po<strong>de</strong> planejar seus projetos <strong>de</strong>163vida. Neste sentido, exigimos dos Srs. Senadores que em próximavotação rejeitem integralmente o Projeto <strong>de</strong> Lei n.º 5.483-C/01.8. Moção <strong>de</strong> repúdio pela não-realização<strong>de</strong> concurso público para profissionais<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pela Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> doEstado da Bahia - SESABRepúdio à Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado da Bahia pela utilizaçãodo Contrato Especial <strong>de</strong> Direito Administrativo para contrataçãotemporária <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, sobretudo em Saú<strong>de</strong> Mental.Pe<strong>de</strong>-se a realização imediata <strong>de</strong> Concurso Público para garantir amelhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong> dos usuários e condições<strong>de</strong> trabalho dos profissionais.


9. Moção pela divulgação da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental pela internetQue seja criado pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> um site na internet,on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verão estar relacionados todos os CAPS, NAPS, hospitaisdia,lares abrigados, residências protegidas e cooperativas já existentese em funcionamento. Do mesmo modo, a relação <strong>de</strong> todas asAssociações <strong>de</strong> Usuários, Associações <strong>de</strong> Familiares, Grupos <strong>de</strong> NeuróticosAnônimos, Grupos <strong>de</strong> Psicóticos Anônimos, Grupos <strong>de</strong> AlcoólatrasAnônimos, Grupos <strong>de</strong> Drogadictos Anônimos já existentes eem funcionamento, com os respectivos en<strong>de</strong>reços e telefones paracontato.16410. Moção <strong>de</strong> repúdio às condiçõesdos <strong>de</strong>legados (trabalhadores)e observadores nesta ConferênciaRepúdio à forma discriminatória que os Delegados (trabalhadores)e observadores se encontram nesta Conferência, sem direitoa alimentação e hospedagem, tendo que se submeter aos altíssimospreços no local do evento, o que não condiz com a realida<strong>de</strong>salarial da maioria dos estados aqui representados, assim como osgestores municipais.11. Moção <strong>de</strong> repúdio à não inclusão<strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> alto custona cesta básicaRepúdio à falta <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong> alto custo na cesta básica,on<strong>de</strong> não se contemplam alguns campos como o <strong>de</strong>rmatológico e <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental, como, por exemplo, o medicamento Viticromi e outros.


12. Moção <strong>de</strong> repúdio à Coor<strong>de</strong>naçãoEstadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental<strong>de</strong> Santa CatarinaRepúdio à Coor<strong>de</strong>nação Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> SantaCatarina pelos fatos a seguir:– Não ter incluído no Relatório Final da III Conferência Estadual<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental as moções votadas e aprovadas pelos<strong>de</strong>legados, enviando o relatório incompleto para a ComissãoOrganizadora da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental;– Ter “vetado” o direito dos observadores eleitos na EtapaEstadual, em participarem da III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental;– Não ter se empenhado no sentido <strong>de</strong> viabilizar o transportea<strong>de</strong>quado à <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> Santa Catarina, contribuindo assimpara a diminuição do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados participantesnesta Conferência <strong>Nacional</strong>.16513. Moção <strong>de</strong> apoio ao Projeto <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental da SecretariaMunicipal <strong>de</strong> BarbacenaApoio ao Projeto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da Secretaria Municipal<strong>de</strong> Barbacena, em consonância com os princípios da ReformaPsiquiátrica. Este projeto tem como ponto principal o cumprimentoe execução das Portarias GM n.º 106/00 e SNAS n.º224/92, que dispõem, respectivamente, sobre os ServiçosResi<strong>de</strong>nciais Terapêuticos e os Serviços Substitutivos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental.


14. Moção <strong>de</strong> apoio ao Tratamentoda Dependência Química emCAPS/NAPS sob a ótica daRedução <strong>de</strong> DanosTendo em vista os altos índices <strong>de</strong> soroprevalência do HIV entreusuários <strong>de</strong> drogas injetáveis (52%) e <strong>de</strong> hepatite C (60%), faz-seurgente: 1) a ampliação <strong>de</strong> Serviços Ambulatoriais e <strong>de</strong> Centros-dia(CAPS/ NAPS) dirigidos ao tratamento da <strong>de</strong>pendência química noâmbito do SUS; 2) a introdução das ações <strong>de</strong> Redução <strong>de</strong> Danosnesses serviços, tornando disponíveis preservativos, agulhas e seringasaos usuários <strong>de</strong> drogas. Tais medidas contribuirão para aprevenção das doenças sexualmente transmissíveis e AIDS no Brasil.16615. Moção <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> prevenção às DST/AIDSpara pacientes com transtornos mentaisConsi<strong>de</strong>rando que as pessoas portadoras <strong>de</strong> transtornos mentaistêm o direito <strong>de</strong> exercer a sua sexualida<strong>de</strong> e que, portanto,necessitam <strong>de</strong> acesso às informações e aos insumos para a práticado sexo seguro, propõe-se que os Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental realizemações educativas permanentes para a prevenção das doençassexualmente transmissíveis e da AIDS.16. Moção <strong>de</strong> apoio ao uso <strong>de</strong> célulastroncopara fins terapêuticosOs profissionais, voluntários, acadêmicos, pais e pacientes envolvidoscom a questão das doenças neuromusculares <strong>de</strong> causagenética, apresentam esta moção <strong>de</strong> apoio ao uso <strong>de</strong> células-tronco


para fins terapêuticos. Nesta sentido, apóiam a luta pela qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida das crianças, adolescentes e adultos afetados por tais doenças,temendo que a proibição do uso <strong>de</strong> células-tronco para finsterapêuticos possa lhes tirar a esperança <strong>de</strong> cura. Que a populaçãoconheça o lado das famílias e portadores <strong>de</strong> doençasneuromusculares, como as distrofias musculares, que causam <strong>de</strong>generaçãoprogressiva e irreversível dos músculos esqueléticos.Meninos afetados pela distrofia <strong>de</strong> Duchenne, a forma mais comum<strong>de</strong> distrofia que só afeta o sexo masculino, per<strong>de</strong>m a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> andar ao redor dos 10 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Já as formas maisgraves <strong>de</strong> atrofias musculares progressivas são letais na 1ª infância.A esperança <strong>de</strong> cura para os portadores <strong>de</strong> doenças genéticas está<strong>de</strong>positada, principalmente, no sucesso das pesquisas com células-tronco.17. Moção <strong>de</strong> repúdio à PEC 171167Repúdio ao Projeto <strong>de</strong> Emenda Constitucional n.º 171, queprevê a redução da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> penal <strong>de</strong> 18 para 16anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.18. Moção <strong>de</strong> repúdio à Secretaria <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> do Estado da Bahia - SESABRepúdio à Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado da Bahia pela permanência<strong>de</strong> 400 internos como moradores do Hospital ColôniaLopes Rodrigues, em Feira <strong>de</strong> Santana - BA, bem como por continuaradmitindo novos moradores no Núcleo <strong>de</strong> Crônicos, excluindo-osdo convívio social e sob condições <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong>contrárias ao valor da dignida<strong>de</strong> humana, e ao regulamentado nasPortarias GM nº 106/00 e SAS n.º 1.220/00 do Ministério da Saú<strong>de</strong>.


19. Moção <strong>de</strong> apoio ao transportegratuito para usuáriosApoio à concessão <strong>de</strong> transporte coletivo gratuito a todos ospacientes portadores <strong>de</strong> transtorno psíquico que fazem uso regulardos Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.20. Moção <strong>de</strong> apoio à inserçãoda categoria “trabalhadora rural”no Cartão SUS168Que seja urgentemente incluída no Cartão SUS a categoriaMULHER TRABALHADORA RURAL como profissão específica, vistoque as mulheres rurais estão sendo incluídas como “OUTRAS” ou“DO LAR” quando, na realida<strong>de</strong>, são agricultoras que moram naárea rural, com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas. No Brasil, o número <strong>de</strong>ssastrabalhadoras é bastante significativo, não po<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> forma nenhumaser ignorado.21. Moção <strong>de</strong> sensibilização frenteao crescente aumento da violênciano BrasilSensíveis ao crescente aumento da violência no país, que vemnos <strong>de</strong>ixando cada dia mais apavorados e suscetíveis ao sofrimentomental, e com o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> transformar tal realida<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>ramosnecessário que exista uma articulação entre áreas governamentaiscomo os Ministérios da Justiça, Saú<strong>de</strong>, Educação, entre outros, poisacreditamos que, por meio da educação, po<strong>de</strong>-se combater a violência.Ao articular estas instâncias para combater a violência,estaremos prevenindo a ocorrência <strong>de</strong> sofrimento mental ocasionadopela experiência da violência.


22. Moção <strong>de</strong> protesto à realização doII Fórum <strong>Nacional</strong> Antidrogasconcomitante à III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalProtesto quanto à realização do II Fórum <strong>Nacional</strong> Antidrogasconcomitante à III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, na medidaem que o mesmo tema está sendo discutido em ambos oseventos, quando ele é comum, tanto no interesse, quanto no estabelecimento<strong>de</strong> uma Política <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Prevenção e Tratamento,bem como para as ações subseqüentes. Enten<strong>de</strong>mos, assim, que aPolítica <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Drogas <strong>de</strong>veria ser subsidiada pela <strong>de</strong>liberaçãoda III Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, e não discutida/<strong>de</strong>liberadaem instâncias paralelas. Finalmente, tememos pela dissociação/dicotomização das respostas e os possíveis entraves na implantação<strong>de</strong> ações específicas e equivocadas.16923. Moção <strong>de</strong> repúdio à ausência doMinistro José Serra na Sessão <strong>de</strong>Abertura da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalÉ inadmissível o não comparecimento do Ministro José Serraem uma Conferência tão importante na conjuntura atual.24. Moção <strong>de</strong> apoio à revisão doBenefício <strong>de</strong> Prestação ContinuadaSolicitação para que o Ministério da Previdência e AssistênciaSocial realize a imediata revisão dos critérios da LOAS (art. 20parágrafo 3º), em relação à renda per capita exigida para a con-


cessão do Benefício <strong>de</strong> Prestação Continuada, que é inferior a ¼do salário mínimo.25. Moção <strong>de</strong> repúdio ao uso <strong>de</strong>agrotóxicosRepúdio ao uso <strong>de</strong> agrotóxicos tendo em vista os gran<strong>de</strong>sproblemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> tal uso, em especial dosorganofosforados, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que estes, comprovadamente,causam problemas relacionados à saú<strong>de</strong> mental (<strong>de</strong>pressão maiore suicídio), e estímulo à agroecologia como alternativa a estemo<strong>de</strong>lo.17026. Moção <strong>de</strong> apoio à realização <strong>de</strong>estudos e pesquisas relacionados aotema Racismo e Saú<strong>de</strong> MentalConsi<strong>de</strong>rando que o racismo é um dos fatores que produzsofrimento e doença mental, reivindicamos o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>estudos e pesquisas sobre o impacto do racismo na produção <strong>de</strong>sofrimento e doença mental.27. Repúdio à organização daIII Conferência Estadual <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental do ParáRepúdio à atitu<strong>de</strong> autoritária e exclu<strong>de</strong>nte com que o <strong>Conselho</strong>Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Pará (“conselho biônico”) conduziu a IIIConferência Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Pará. A mesma, além <strong>de</strong>não ter contemplado o tema “Direito, Acesso e Cidadania”, excluiu


os <strong>de</strong>legados do Município <strong>de</strong> Belém na discussão dos segmentos,impedindo assim a participação <strong>de</strong>les na III Conferência <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.28. Moção <strong>de</strong> apoio à proibição dapropaganda <strong>de</strong> cigarros e outrassubstâncias que causem <strong>de</strong>pendênciaApoio à criação <strong>de</strong> instrumentos legais, com força coercitiva elegitimida<strong>de</strong> expressamente <strong>de</strong>finidas, para fiscalização e controle,no sentido <strong>de</strong> tornar proibida toda e qualquer forma <strong>de</strong> divulgaçãoou propaganda <strong>de</strong> produtos ou substâncias que possam causar<strong>de</strong>pendência química, tais como bebidas alcóolicas <strong>de</strong> toda espécie,tabaco e “drogas pesadas” em quaisquer meios <strong>de</strong> comunicação,incluindo-se outras formas <strong>de</strong> divulgação, tais como a Internet.17129. Moção <strong>de</strong> apoio à criação <strong>de</strong>instrumentos <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos<strong>de</strong>stinados ao tratamento e reabilitaçãono âmbito da <strong>de</strong>pendência químicaComo forma <strong>de</strong> garantir os meios econômico-<strong>fina</strong>nceirosimprescindíveis na implementação <strong>de</strong> programas<strong>de</strong>stinados ao tratamento e reabilitação das doenças mentaisprovocadas ou <strong>de</strong>senvolvidas por uso/consumo <strong>de</strong> algumproduto causador <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência química ou psíquica,que sejam criados, com urgência, mecanismos legais, tendocomo pressuposto <strong>de</strong> cabimento as previsões impostas noCódigo <strong>de</strong> Defesa do Consumidor, especificamente osprincípios da precaução e da previsão, obrigando todos os


fabricantes <strong>de</strong>sses produtos, nacionais ou não, a reverteremou <strong>de</strong>stinarem compulsoriamente um percentual mínimo aser calculado sob alguma base previamente fixada, para um fundoespecífico, a ser administrado e gerido por <strong>Conselho</strong> especialmentecriado para esta <strong>fina</strong>lida<strong>de</strong>, com po<strong>de</strong>res <strong>de</strong>liberativos e participaçãoparitária, estando representados: doentes, fabricantes,comunida<strong>de</strong> médico-científica, po<strong>de</strong>r público, e a socieda<strong>de</strong> civilorganizada.30. Moção <strong>de</strong> repúdio aoMinistro Pedro Malan172Repúdio ao comportamento do Ministro da Fazenda Pedro Malanpor ter negando os recursos para a saú<strong>de</strong>, contrariando as <strong>de</strong>terminaçõesda PEC/29 (Projeto <strong>de</strong> Emenda Constitucional).31. Moção <strong>de</strong> apoio à regulamentaçãoda profissão <strong>de</strong> MusicoterapeutaA musicoterapia tem se constituído, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 60,em uma prática clínica que se insere na luta pela promoção dasaú<strong>de</strong> e da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no Brasil. A criação da AssociaçãoBrasileira <strong>de</strong> Musicoterapia no Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 1968, noInstituto <strong>de</strong> Psiquiatria da UFRJ, marca, já na sua fundação, asestreitas relações da musicoterapia com o campo da saú<strong>de</strong>mental. Trata-se hoje <strong>de</strong> uma profissão <strong>de</strong> nível superior coma sua formação reconhecida pelo <strong>Conselho</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1978 e com cursos espalhados por todo o país,inclusive em instituições fe<strong>de</strong>rais e estaduais. Diante disso,<strong>de</strong>claramos nosso apoio ao projeto <strong>de</strong> regulamentação da profissão<strong>de</strong> musicoterapia apresentado pelo Deputado Gonzaga


Patriota (PSB-PE), <strong>de</strong> número 0441/01, atualmente emtramitação no Congresso <strong>Nacional</strong>.32. Moção <strong>de</strong> apoio ao cumprimentoobrigatório <strong>de</strong> todas as açõesgarantidas no artigo 196 daConstituição Fe<strong>de</strong>ralApoio ao cumprimento obrigatório do artigo 196 da ConstituiçãoFe<strong>de</strong>ral, implementando todas as ações necessárias para aefetiva prevenção, tratamento e prestação <strong>de</strong> serviços específicos <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> mental para todos, incluindo-se os <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicosem hospitais e clinicas do SUS.33. Moção <strong>de</strong> repúdio à SecretariaEstadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina173Repúdio à Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Catarinapela manutenção <strong>de</strong> 470 internos como moradores do HospitalColônia Sant’ana, em Florianópolis, em condições <strong>de</strong> exclusãodo convívio social, sem direito à dignida<strong>de</strong> e cidadania, e contrariandoas Portarias GM n.º 106/00 e SAS n.º 1.220/00 doMinistério da Saú<strong>de</strong>.34. Moção <strong>de</strong> repúdio à regulamentaçãoda profissão <strong>de</strong> psicanalistaRepúdio ao Projeto <strong>de</strong> Lei nº 3.944/00, em tramitação noCongresso <strong>Nacional</strong> e já vetado na Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Câmarados Deputados, que propõe a regulamentação da profissão <strong>de</strong> psicanalista.Este projeto distorce e fere os princípios fundamentaisda formação do psicanalista.


35. Moção <strong>de</strong> apoio àprofissionalização do AgenteComunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Apoio ao reconhecimento da categoria do Agente Comunitário<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> como profissional, visto que estes profissionais trabalhamhá mais <strong>de</strong> 20 anos mas “não existem” formalmente. Existem <strong>de</strong>fato, mas não <strong>de</strong> direito.36. Moção <strong>de</strong> repúdio à Clínica Pinel<strong>de</strong> Belo Horizonte174Repúdio à atitu<strong>de</strong> da Clínica Pinel S.A (Belo Horizonte) e àomissão da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte(setores <strong>de</strong> Controle e Avaliação, Supervisão Hospitalar, Regulaçãoe Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental) quando, no 1º semestre <strong>de</strong>2001, diante das pressões do Ministério Público, e das discussõesdo PDP (Programa <strong>de</strong> Desospitalização), foi dada “alta hospitalar”intempestiva pela referida clínica a alguns portadores <strong>de</strong>sofrimento mental que eram consi<strong>de</strong>rados pelo Ministério Públicocomo vivendo na condição <strong>de</strong> “cárcere privado” e/ou queestavam inscritos no PDP. Essas pessoas foram “entregues” a familiaresou levados para asilos situados em Santa Luzia, semqualquer proposta <strong>de</strong> projeto terapêutico ou articulação comServiços Substitutivos da Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental. Além disso, foiburlada a Portaria 054/00, que propunha o fechamento dosleitos utilizados por esses usuários, com a reversão dos recursosdas AIHs para os Serviços Substitutivos para a Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental do Município.


37. Moção <strong>de</strong> reconhecimento àCoor<strong>de</strong>nação Municipal <strong>de</strong> Poços <strong>de</strong>Caldas, à DRS <strong>de</strong> Pouso Alegre e àCoor<strong>de</strong>nação Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental <strong>de</strong> Minas GeraisApoio ao trabalho das comissões organizadoras municipais eestadual pela dinâmica do <strong>de</strong>senvolvimento das Conferências, àDRS <strong>de</strong> Pouso Alegre e ao Município <strong>de</strong> Poços <strong>de</strong> Caldas e à PrefeituraMunicipal que <strong>de</strong>u total apoio aos seus usuários e trabalhadorespara que pu<strong>de</strong>ssem participar das Conferências, servindo <strong>de</strong>exemplo para alguns estados e municípios que negaram esse apoioa seus trabalhadores e usuários.38. Moção <strong>de</strong> repúdio à ComissãoOrganizadora da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental175Repúdio à Comissão Organizadora que não garantiu o direito<strong>de</strong> participação dos usuários e familiares na condição <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadorese relatores <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> trabalho na III Conferência <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, da mesma forma que garantiu para os gestorese profissionais da saú<strong>de</strong>.39. Moção <strong>de</strong> repúdio à posição doGoverno Fe<strong>de</strong>ral diante das perdas <strong>de</strong>verbas do SUSRepúdio à atitu<strong>de</strong> do Governo Fe<strong>de</strong>ral que, através <strong>de</strong> doisórgãos - Advocacia Geral da União e Procuradoria da Fazenda<strong>Nacional</strong> – justificou e está concretizando o corte <strong>de</strong> R$ 6 bilhões


do SUS no período <strong>de</strong> 2001 a 2004. O corte em 2001, <strong>de</strong> R$ 1.2bilhões, seria suficiente para implementar, significativamente, aReforma Psiquiátrica em nosso país. Esta <strong>de</strong>cisão governamentallevará à morte muitas pessoas, <strong>de</strong>vido à perda significativa <strong>de</strong>recursos para novos investimentos no SUS, razão pela qual váriossetores da socieda<strong>de</strong> civil articulam uma campanha nacional <strong>de</strong>nominada“ERRO QUE MATA”.40. Moção <strong>de</strong> apoio à criação do <strong>Conselho</strong>Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no HUPES-BA176Apoio à instalação do <strong>Conselho</strong> Local <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no HospitalUniversitário Prof. Edgard Santos - HUPES (Hospital das Clínicas<strong>de</strong> Salvador) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia, nos mol<strong>de</strong>sdo SUS (paritário entre usuários/gestores/trabalhadores), compo<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fiscalização e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão acima da Diretoria Administrativa.41. Moção <strong>de</strong> repúdio ao Governodo Estado <strong>de</strong> Minas GeraisRepúdio à iniciativa do Governo do Estado <strong>de</strong> Minas Geraisque, por intermédio da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Justiça e <strong>de</strong>Direitos Humanos, está construindo um Manicômio Judiciáriono Município <strong>de</strong> Ribeirão das Neves, naquele Estado, contrariandoa legislação vigente e os princípios da Reforma Psiquiátricano país e naqueles locais, criando, com este ato, maisuma “prisão perpétua” no momento em que se as quer<strong>de</strong>s<strong>mont</strong>ar em todo o país.


42. Moção <strong>de</strong> apoio à quebra<strong>de</strong> patentes das medicaçõespsiquiátricas <strong>de</strong> alto custoExigir a quebra <strong>de</strong> patentes das medicações psiquiátricas <strong>de</strong>alto custo, com vistas à produção <strong>de</strong> genéricos que possam abastecero SUS na medida que a própria indústria farmacêutica temreconhecido que eles são fundamentais para o tratamento dostranstornos mentais, portanto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a saú<strong>de</strong>pública do país, razão que justifica a quebra das patentes.43. Moção <strong>de</strong> apoio à Sra. Vera <strong>de</strong> VitaApoio e solidarieda<strong>de</strong> à Sr.ª Vera <strong>de</strong> Vita, familiar representantedos portadores <strong>de</strong> patologias no <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, pelotrabalho que vem <strong>de</strong>senvolvendo junto à Comissão <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental, enfatizando que, por sua contribuição como representante<strong>de</strong> familiares, não merece ser substituída em sua funçãopor imposição arbitrária <strong>de</strong> grupos interessados na manutençãodos manicômios.17744. Moção <strong>de</strong> repúdio àretenção <strong>de</strong> informaçõesRepúdio à retenção <strong>de</strong> informações, o que dificulta a divulgaçãoe o acesso às instâncias do saber e o avanço da Reforma Psiquiátricano Amazonas, culminando com o <strong>de</strong>sconhecimento e<strong>de</strong>spreparo da representativida<strong>de</strong> popular do Estado para a participaçãonas Conferências Municipais, Estadual e <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental.


45. Moção <strong>de</strong> repúdio aoGoverno do ParanáRepúdio ao Governo do Paraná, que tem <strong>de</strong>ixado muito a<strong>de</strong>sejar em diversas áreas, e em especial nas questões referentes àReforma Psiquiátrica, incluindo a <strong>de</strong>sorganização para a participaçãonesta Conferência, excluindo vários <strong>de</strong>legados que tinham sidonomeados na Conferência Estadual, especialmente dos segmentosdos usuários e trabalhadores.46. Moção <strong>de</strong> reconhecimentoe agra<strong>de</strong>cimento ao Movimento<strong>Nacional</strong> da Luta Antimanicomial178Reconhecimento e agra<strong>de</strong>cimento ao Movimento <strong>Nacional</strong> daLuta Antimanicomial por sua importante atuação nas conquistasobtidas no campo das políticas públicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental nosúltimos anos.47. Moção <strong>de</strong> repúdio contra aprivatização da AssistênciaFarmacêutica (acesso aos medicamentos)Repúdio veemente à minuta da Medida Provisória em estudono âmbito do Ministério da Saú<strong>de</strong>, que propõe a criação do “Programa<strong>Nacional</strong> Auxílio Medicamento – FARMASUS”. Tal repúdiofundamenta-se nas seguintes questões:1º. Ausência <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong>mocrática e coletiva com os profissionaisda área e usuários.


2º. Transferência para o setor privado das ações <strong>de</strong> assistênciafarmacêutica que <strong>de</strong>vem garantir aos usuários o acesso aosmedicamentos.3º. Falsa informação <strong>de</strong> que o acesso à assistência farmacêuticae aos medicamentos será gratuito.4º. Aniquilamento dos princípios basilares do SUS, pois essaproposta elimina a garantia da Universalida<strong>de</strong>, da Eqüida<strong>de</strong>e da Integralida<strong>de</strong>, assim como do Controle Social, dasações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, na política pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do país48. Moção <strong>de</strong> repúdio aos horáriosdos vôos <strong>de</strong>ixando assim os <strong>de</strong>legadossem participar da Sessão PlenáriaFinal da III Conferência <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> MentalOs usuários <strong>de</strong> todos os estados que estão com as viagens <strong>de</strong>retorno marcadas para o dia 15/12/2001 às 17:00h e 19:00h,reclamam da Comissão Organizadora por estar mandando osusuários antes do término da Plenária Final da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental no dia 15/12/2001, sem dar condições<strong>de</strong> ao menos tomar um banho para retornar aos estados alguns<strong>de</strong>legados <strong>de</strong> estarem votando as propostas na referida plenária.17949. Moção <strong>de</strong> apoio à realização <strong>de</strong>Campanha Educativa em Saú<strong>de</strong> MentalApoio à realização, pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> campanhaeducativa com caráter preventivo, por meio da mídia eletrônica eescrita, inclusive prospectos, cartilhas, a<strong>de</strong>sivos sobre Reforma Psiquiátrica,surto psicótico, tratamentos, medicamentos, evoluçãodas doenças e outros temas, <strong>de</strong> forma continuada.


50. Moção <strong>de</strong> reconhecimento esolicitação <strong>de</strong> data da próxima ConferênciaParabéns à Comissão Organizadora da III Conferência <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental quanto à forma como foram conduzidos os trabalhos,com participação <strong>de</strong>mocrática e respeito à cidadania. Elogiáveisas escolhas <strong>de</strong> hotéis, transporte, alimentação e local da Conferência.O êxito alcançado traz consigo a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser marcada a datapara a IV Conferência <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental.51. Moção <strong>de</strong> repúdio aos DeputadosFe<strong>de</strong>rais que votaram a favor daflexibilização da CLT180Repúdio aos Deputados Fe<strong>de</strong>rais que vergonhosamente contribuempara a política <strong>de</strong> exploração dos trabalhadores em favor daconcentração <strong>de</strong> renda <strong>de</strong> minorias super-privilegiadas, que perversamenteretiram a consolidação dos direitos <strong>de</strong> cidadania <strong>de</strong>um povo já tão abandonado pelo Estado Brasileiro. Tais Deputadosmerecem mais que nosso repúdio, merecem nosso <strong>de</strong>sprezo. Repúdioa todas as políticas que querem transformar o povo brasileironum bando <strong>de</strong> miseráveis pedintes, <strong>de</strong>sempregados ou famintos.Nenhum país será gran<strong>de</strong> enquanto seus governantes não tiveremrespeito pela nação que governam, sentimentos generosos <strong>de</strong> coletivida<strong>de</strong>e <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong>. Nenhum país alcançará seu grandioso<strong>de</strong>stino enquanto espíritos mesquinhos, oportunistas do po<strong>de</strong>r, seutilizarem das riquezas nacionais, materiais e humanas, como umbalcão particular <strong>de</strong> negócios.


52. Moção <strong>de</strong> repúdio ao artigo publicadono “Jornal <strong>de</strong> Hoje” (Natal/RN)Repúdio ao artigo publicado no “Jornal <strong>de</strong> Hoje” na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Natal (RN), em 11/12/01, pelo Dr. Severino Lopes, proprietário da“Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Natal”, hospital psiquiátrico privado com perfil nitidamentemanicomial, conveniado com o SUS. Este senhor foi, atépouco tempo, Presi<strong>de</strong>nte da Associação dos Hospitais do Rio Gran<strong>de</strong>do Norte (AHORN). Neste artigo <strong>de</strong> linguagem radical, com coloridofascista, o autor <strong>de</strong>squalifica os membros do Movimento pela ReformaPsiquiátrica, acusando-os <strong>de</strong> “terroristas partidários do Taliban”,confundindo a opinião pública do Estado sobre os verda<strong>de</strong>iros objetivosdo Movimento da Reforma Psiquiátrica.53. Moção <strong>de</strong> repúdio ao GovernoFe<strong>de</strong>ral e ao Ministério da Saú<strong>de</strong>181Repúdio às atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> transparência do Governo Fe<strong>de</strong>rale do Ministério da Saú<strong>de</strong> que não explicaram o <strong>de</strong>stino dosrecursos <strong>fina</strong>nceiros que “<strong>de</strong>sapareceram” com a extinção <strong>de</strong> mais<strong>de</strong> 30.000 leitos psiquiátricos nos últimos anos, como conseqüênciadireta do Movimento da Reforma Psiquiátrica. Que estes recursosretornem como investimento na Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Serviços Substitutivos,resgatando a dívida social com as vítimas do mo<strong>de</strong>lo manicomial.54. Moção <strong>de</strong> indignaçãoao Ministério da Saú<strong>de</strong>Indignação ante a falta <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> na aprovação e repassedos <strong>fina</strong>nciamentos (convênios) para implantação <strong>de</strong> Serviços


Substitutivos por parte do Ministério da Saú<strong>de</strong>, ampliando a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>social no Brasil.55. Moção <strong>de</strong> apoio à Carta <strong>de</strong> Araxá (MG)Apoio à Carta <strong>de</strong> Araxá, que <strong>de</strong>nuncia o “<strong>de</strong>s<strong>fina</strong>nciamento” doSUS, o <strong>de</strong>scumprimento pela União e Estados da Emenda Constitucionalnº. 29 (EC-29), que aponta a necessida<strong>de</strong> da revisão daTabela <strong>de</strong> Procedimentos e resolve adotar medidas tais como recomendarque nenhum Município mineiro assine os compromissospropostos pela NOAS, sem que antes seja aprovado o Plano Diretor<strong>de</strong> Investimentos, e que o Estado cumpra efetivamente os compromissosimpostos pela EC-29.18256. Moção <strong>de</strong> repúdio ao Governo da BahiaRepúdio à <strong>de</strong>cisão do Governo da Bahia <strong>de</strong> modificar, semconsulta e <strong>de</strong>liberação da Comissão <strong>de</strong> Reforma Psiquiátrica, oProjeto <strong>de</strong> Construção <strong>de</strong> serviços substitutivos no Hospital JulianoMoreira, aprovado pelo Projeto Reforsus, para em seu lugar, reformaro setor <strong>de</strong> internação do referido hospital e construir umCentro <strong>de</strong> Referência em Saú<strong>de</strong> Mental, contrário à <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> 09/00 aprovada pelo <strong>Conselho</strong> Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.57. Moção <strong>de</strong> repúdio à aplicação<strong>de</strong> recursos públicos emserviços privadosRepúdio à aplicação <strong>de</strong> recursos públicos em serviçossubstitutivos privados, a exemplo do CAPS <strong>de</strong> Ilhéus - BA, que


funciona anexo ao Hospital Psiquiátrico (privado), enquanto que oAnexo Psiquiátrico (público) está em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sativação.58. Moção <strong>de</strong> apoio à ReformaPsiquiátrica Italiana (Lei 180/78)Apoio à Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana (Lei 180/78), querepresenta referência importante para o Processo <strong>de</strong> Reforma Brasileirada Saú<strong>de</strong> Mental, além <strong>de</strong> constituir-se em patrimônio da humanida<strong>de</strong>na <strong>de</strong>fesa dos Direitos Humanos. Apoio ainda às iniciativasda Socieda<strong>de</strong> Italiana <strong>de</strong> Psiquiatria Democrática, do <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e da Socieda<strong>de</strong> Italiana <strong>de</strong> Psiquiatria em <strong>de</strong>fesa da Lei. Adiscussão existente no atual governo italiano, com propostas quevisam revogar a referida Lei, provocariam retrocesso na atualorganização <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental na Itália.18359. Moção <strong>de</strong> apoio ao programa <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental do MaranhãoApoio às ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental propostas, implantadas eimplementadas pela Coor<strong>de</strong>nação Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, asquais se encontram em consonância com os princípios da ReformaPsiquiátrica e <strong>de</strong> acordo com os pressupostos legais normativos,tais como a Lei nº. 10.216, <strong>de</strong> 06/04/01, trabalhando ainda pelainteriorização da assistência em Saú<strong>de</strong> Mental como estratégia parareversão do mo<strong>de</strong>lo assistencial vigente, ainda hospitalocêntrico,exclu<strong>de</strong>nte e iatrogênico.


60. Moção <strong>de</strong> repúdio ao “Projeto <strong>de</strong> exametoxicológico aos alunos da re<strong>de</strong> municipal<strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Rio Branco - Acre”Repúdio à Câmara Municipal <strong>de</strong> Rio Branco/AC, que aprovou o“Projeto <strong>de</strong> exame toxicológico aos alunos da re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong>ensino <strong>de</strong> Rio Branco - Acre”, do vereador Donald Fernan<strong>de</strong>s (médicoginecologista e membro fundador <strong>de</strong> um centro <strong>de</strong> recuperaçãopara <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes químicos), que prevê que os alunos da re<strong>de</strong>municipal <strong>de</strong> ensino realizem um exame para <strong>de</strong>tectar se utilizaramdrogas nos últimos seis meses.18461. Moção <strong>de</strong> repúdio ao governoJarbas e FHCAbordagem: incompetência administrativa, <strong>de</strong>sconstrução,comprometimento com as elites e o FMI. Não avanço do Governo:crise energética, crescimento da pobreza, precarização da qualida<strong>de</strong><strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> trabalho, do social, da seca nor<strong>de</strong>stina –PERNAMBUCO NA PIOR.Con<strong>de</strong>namos as ações terroristas e as guerras, mudando a lógica<strong>de</strong> “DESTRUIÇÃO DA HUMANIDADE” em nome da ganância <strong>de</strong>meia dúzia <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rosos. A guerra e o terrorismo são formas <strong>de</strong>eliminar os in<strong>de</strong>fesos e fracos, como a fome já o faz, da mesmaforma que con<strong>de</strong>namos o fanatismo religioso, também o políticoeconômico.


62. Moção <strong>de</strong> apoio à liberação <strong>de</strong><strong>fina</strong>nciamento para serviços substitutivosApoio à liberação dos <strong>fina</strong>nciamentos para os serviçossubstitutivos : CAPS, Residências Terapêuticas, inclusive dos projetosque se encontram no Ministério da Saú<strong>de</strong> para aprovação.63. Moção <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> e gratidãoReconhecimento e gratidão do Movimento da ReformaPsiquiátrica Brasileira ao médico sanitarista David CapistranoFilho, por protagonizar uma das mais importantes páginas dahistória da Reforma Psiquiátrica, ao realizar o Congresso <strong>de</strong> Bauruem 1987, on<strong>de</strong> surgiu o lema “por uma socieda<strong>de</strong> sem manicômios”,que até hoje inspira o Movimento. Em memória <strong>de</strong>ssesaudoso e extraordinário companheiro, a luta antimanicomialcontinua.18564. Moção <strong>de</strong> apoio à formulação <strong>de</strong>uma Política <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Medicamentosem Saú<strong>de</strong> MentalApoio a implementação e execução <strong>de</strong> uma Política <strong>Nacional</strong><strong>de</strong> Medicamentos em Saú<strong>de</strong> Mental, com a <strong>de</strong>vida Assistência Farmacêutica,realização <strong>de</strong> farmacovigilância (i<strong>de</strong>ntificação e avaliaçãodos efeitos do uso agudo e prolongado <strong>de</strong> tratamentosfarmacológicos, no conjunto da população ou em grupos <strong>de</strong>


pacientes expostos a tratamentos específicos) e orientaçõesmedicamentosas com informações <strong>de</strong> efeitos colaterais, interaçõesmedicamentosas e reações adversas, como garantia do uso racional,seguro e eficaz dos medicamentos.65. Moção <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>186Solidarieda<strong>de</strong> ao Sr. Austregésilo Carrano, vítima em sua adolescênciado mo<strong>de</strong>lo manicomial psiquiátrico vigente, legitimadopelas políticas públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental da época, que corre orisco <strong>de</strong> sofrer um processo judicial, que o transforma <strong>de</strong> vítima emréu. Solidarieda<strong>de</strong> e reconhecimento à sua coragem, ao exporpublicamente seu sofrimento e sua condição <strong>de</strong> usuário psiquiátrico,enfrentando o preconceito e estigma social que se reflete nestacon<strong>de</strong>nação injusta.


COMISSÃOORGANIZADORA187


188


COMITÊ EXECUTIVOCoor<strong>de</strong>nador Geral – Pedro Gabriel Godinho DelgadoSecretária Geral – Sônia BarrosSecretária Adjunta – Marylene Rocha <strong>de</strong> SouzaRelator Geral – Eduardo Mourão VasconcelosRelatora Adjunta - Fernanda NicácioCOORDENAÇÃO DE PROGRAMAÇÃOAna Maria Fernan<strong>de</strong>s PittaDomingos Sávio do Nascimento AlvesEduardo Mourão VasconcelosFernanda NicácioMarcus Vinicíus OliveiraMiguel Roberto JorgePaulo Amarante189COORDENAÇÃO DE ARTICULAÇÃOAlfredo SchechtmanFernando GoulartMaria Paula CerqueiraMilton MarquesSandra Fagun<strong>de</strong>sCOORDENAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO E CREDENCIAMENTOCláudia Spínola (Cre<strong>de</strong>nciamento)Jaqueline BeserraKarime da Fonseca PôrtoLúcia FigueiredoMárcia OliveiraMaria Cristina Costa <strong>de</strong> Arrochela Lobo


COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALASCOM/MSCGDI/MSComunicação Social/OPASComunicação Social/CNSCOORDENAÇÃO DE APOIO ÀS DELEGAÇÕES ESTADUAISFernando GoulartKarime da Fonseca PôrtoVera Lúcia Marques VitaCOMISSÃO INTERSETORIAL DE SAÚDE MENTALDO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE190CONSELHO NACIONAL DE SAÚDEVera Lúcia Marques VitaMINISTÉRIO DA SAÚDEPedro Gabriel Godinho DelgadoMOVIMENTO DE LUTA ANTIMANICOMIALPaulo Duarte <strong>de</strong> Carvalho AmaranteFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAISMilton Marques <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>irosFÓRUM DE ENTIDADES NACIONAIS DOS TRABALHADORESDA ÁREA DA SAÚDEMarcus Vinicius Oliveira e SilvaSECRETARIA DE ESTADO DOS DIREITOS HUMANOS DOMINISTÉRIO DA JUSTIÇANiusarete Margarida <strong>de</strong> LimaREPRESENTANTES DOS USUÁRIOSFernando César GoulartREPRESENTANTE DOS FAMILIARESLígia Adélia Falcão da Silva


CONSELHO DE SECRETÁRIOS ESTADUAIS/CONASSMaria Paula CerqueiraCONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DESAÚDE/CONASEMSSandra Fagun<strong>de</strong>sASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIAMiguel Roberto JorgeGRUPO CONSULTIVOCONSELHO NACIONAL DE SAÚDENelson Rodrigues dos SantosCOORDENADORES ESTADUAIS DE SAÚDE MENTAL(01 coo<strong>de</strong>nador por Macrorregião)SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE/SPS/MSMárcia Luz da MottaSECRETARIA DE GESTÃO DE INVESTIMENTOS/SIS/MSElizabeth Diniz BarrosINSTITUTO FRANCO BASAGLIADomingos Sávio Nascimento AlvesUNIVERSIDADE DE BRASÍLIA/UNBEliane SeidlOPAS/MSJulio Javier EspíndolaSANTAS CASAS DE MISERICÓRDIAIsmael BaggioREPRESENTANTE DA ORDEM DOS ADVOGADOS DOBRASIL/OABRosana ChiavassaREPRESENTANTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DACÂMARA DOS DEPUTADOSREPRESENTANATE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ECULTURAIvana <strong>de</strong> Siqueira191


APOIO DE INFORMÁTICAJoão Ricardo TorminMarcos Antônio DiasAPOIO ADMINISTRATIVOAndréia Itacaramby <strong>de</strong> AlmeidaGuilherme Silva MelãoLúcia Helena Aba<strong>de</strong>Maria Bárbara <strong>de</strong> Freitas PiresMaria Cláudia BeserraTharcyana Maria Lopes CristovãoVécia Firmina Teixeira192ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE MENTAL/ASTEC/SASMaria Cristina HoffmannRenata WeberCOMISSÃO DE RELATORIARELATOR GERALEduardo Mourão VasconcelosRELATORA ADJUNTAFernanda NicácioRELATORES DE SÍNTESEAugusto César <strong>de</strong> FariasElizabeth MângiaGustavo Couto


Ivan Moura FéMaria Paula CerqueiraMirian Abou-YdRoberto TykanoriSandra Fagun<strong>de</strong>sCarla CavalcanteMárcia Aparecida OliveiraAPOIO TÉCNICOCOMISSÃO DE REDAÇÃO DO RELATÓRIO FINALAna Luiza AranhaAna Marta LobosqueAugusto César <strong>de</strong> FariasEduardo VasconcelosElizabeth MângiaFernanda NicácioFrancisco DrumondGustavo CoutoMárcia Aparecida OliveiraMiriam Abou-YdPaulo AmaranteRoberto TykanoriSandra Fagun<strong>de</strong>sREVISÃO193Pedro Gabriel Godinho DelgadoFernanda NicácioKarime da Fonseca PôrtoEduardo Mourão Vasconcelos


RELATORES DE GRUPOS194Ana Luiza AranhaAna Marta LobosqueAna PittaCelso Roberto NunesCristina VenturaDaisy JupertyEdna AmadoElizabeth KiralyErotil<strong>de</strong>s LealEva FaleirosFernanda OtoniFlávio ResminiHumberto Jacques <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>irosIordan GurgelIsabel Cristina LopesJacques AckermanJairo GuerraJu<strong>de</strong>te FerrariLúcia RosaLumena FurtadoMara RosatoMarcela LucenaMarcelo CruzMárcia Schmitd <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>Maria Luiza JaegerMark NápoliMarta ZappaMaurício CampeloMirian DiasMirsa Delosi


Neli AlmeidaPaula CambraiaPaulo AmarantePaulo MacedoRenoir da Silva CunhaRita Cássia CavalcantiRodolfo ValentimRosemary SilvaSandra FischettiTânia GrigoloCOORDENADORES DE GRUPOSCarlos MagnoCélia BaqueirosCláudia RossoniDeus<strong>de</strong>t MartinsDurval BezerraEdmar OliveiraEliane SeidlElizabete FreitasEster Oliveira CorreiaFrancisco DrumondHugo Fagun<strong>de</strong>sJane LemosLuena XerezMadalena LibérioMarcus Vinicius Oliveira e SilvaMaria Helena JabourMarisa FratariMarta Elizabeth SouzaMerval Fiqueiredo195


Messias Liguori PadrãoMilton MarquesMitio AraujoNacile DaúdOraida Maria <strong>de</strong> AbreuRaimundo AquinoRegina BichaffRosângela Albim CecimRosano SantosSilvani SeveroSuely PintoWillians ValentiniWirmond D’Angelis196


ANEXOS197


198


Prêmio David Capistrano FilhoExperiências exitosas em Saú<strong>de</strong> Mentalpremiadas na III CNSM• Projeto Girassol – Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> OuroPreto/MG• Serviços <strong>de</strong> Atenção em Saú<strong>de</strong> Mental da Secretaria Municipal<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Uberlândia/MG• Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>e Bem Estar <strong>de</strong> Pelotas/RS• Projeto Nossa Casa – Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoLourenço do Sul/RS• Saú<strong>de</strong> Mental e Saú<strong>de</strong> da Família – PSF – Qualis IISecretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo• Programa <strong>de</strong> Integração Docente Assistencial em Saú<strong>de</strong>Mental – Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo/SP eUSP/SP• Re<strong>de</strong> Integral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da Secretaria Municipal <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral/CE• Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial Ilha da Convivência – SecretariaMunicipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Antonio <strong>de</strong> Pádua/RJ• Projeto: As reformas, sanitária e psiquiátrica, mudando aatenção em saú<strong>de</strong> mental – Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><strong>de</strong> Campinas• Centro <strong>de</strong> referência à população em situação <strong>de</strong> rua comtranstornos mentais maiores – Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>do Rio <strong>de</strong> Janeiro/RJ199Menção Honrosa• Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>de</strong> Itanhaém/SP• Núcleo <strong>de</strong> Atenção Psicossocial <strong>de</strong> Araguaína/TO


• NIAPS – Núcleo Integrado <strong>de</strong> Assistência Psicossocial <strong>de</strong>Governador Valadares/MG• Centro <strong>de</strong> Atenção Psicossocial – Ilha <strong>de</strong> Santa Maria –Vitória/ES• Loucos por você: ação política e solidária para a reversãodos manicômios mentais e assistenciais – Ipatinga/MGIII CNSM – Fontes Documentais2001. Termos <strong>de</strong> referência sobre a III CNSM – Ca<strong>de</strong>rno Informativo- publicação da ATSM/ASTEC/SAS/MS2. Legislação da III CNSM – Ca<strong>de</strong>rno Informativo – publicaçãoda ATSM/ASTEC/SAS/MS2.2. Portaria/GM n.º 1.058/012.3. Portaria/GM n.º 1.086/012.4. Resolução CNS n.º 3102.5. Recomendação/CNS n.º 0182.6. Recomendação/CNS n.º 0192.7. Recomendação nº 01 – Comissão Organizadora da IIICNSM2.8. Regimento da III CNSM2.9. Agenda das Conferências Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental3. Relatórios das Conferências Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental –Consolidado dos Relatórios Estaduais –publicação daATSM/ASTEC/SAS/MS4. Textos sobre o temário da III CNSM – Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Textosda III CNSM - publicação ATSM/ASTEC/SAS/MS5. Reportagens e Artigos sobre a III CNSM – Revista da Saú<strong>de</strong>– publicação do <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – ano II –nº 2 – Dezembro/20016. Legislação em Saú<strong>de</strong> Mental – publicação da Coor<strong>de</strong>naçãoGeral <strong>de</strong> Documentação e Informação/CGDI/MS -2001


Programação da ConferênciaDia 11 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001Lançamento do Relatório Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental - OPS/OMSEdição em portuguêsCoor<strong>de</strong>nador: Otávio Mercadante - Chefe <strong>de</strong> Gabinete doMinistro da Saú<strong>de</strong> - Brasil• Bene<strong>de</strong>tto Saraceno, Coor<strong>de</strong>nador do Departamento <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> Mental e Abuso <strong>de</strong> Substâncias da OMS – Genebra,Suíça• Jacobo Finkelman, Representante da OrganizaçãoPanamericana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/Organização Mundial <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong>/ OPAS-OMS - Brasil• José Manoel Bertolote, Assessor <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da OMS –Genebra, Suiça• José Miguel Caldas <strong>de</strong> Almeida, Coor<strong>de</strong>nador do Departamento<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Abuso <strong>de</strong> Substâncias da OPAS –Washington, EUA• Pedro Gabriel Delgado – Coor<strong>de</strong>nador Geral da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental/ MS, Brasil201Com a presença <strong>de</strong> Representações dos Países <strong>de</strong> LínguaPortuguesaSolenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abertura• Otávio Mercadante - Chefe <strong>de</strong> Gabinete do Ministro daSaú<strong>de</strong> - Brasil• Jacobo Finkelman, Representante da OPAS/ OMS - Brasil


• Renilson Rehem <strong>de</strong> Souza, Secretário <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>- SAS/MS• Pedro Gabriel Delgado, Coor<strong>de</strong>nador da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental – MS• Nelson Rodrigues dos Santos – Coor<strong>de</strong>nador Geral do<strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - MS• Fernando Passos Cupertino, Presi<strong>de</strong>nte do CONASS• Sílvio Men<strong>de</strong>s, Presi<strong>de</strong>nte do CONASEMSCONFERÊNCIA DE ABERTURASaú<strong>de</strong> Mental, Cidadania e Direito ao CuidadoConferencista: Bene<strong>de</strong>tto Saraceno (OMS)202Abertura da Mostra “Memória da Loucura”Módulo Fotográfico do Centro Cultural da Saú<strong>de</strong>/MS12 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001APROVAÇÃO DO REGULAMENTO INTERNOMesa Redonda I: REORIENTAÇÃO DO MODELOASSISTENCIALCoor<strong>de</strong>nação: Domingos Sávio do Nascimento Alves – Diretordo Instituto Franco Basaglia – RJ• Bene<strong>de</strong>tto Saraceno – Diretor do Departamento <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental e Abuso <strong>de</strong> Substâncias - OMS• Pedro Gabriel Delgado – Coor<strong>de</strong>nador Geral da III Conferência<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental/ MS, Brasil


• José Miguel Caldas <strong>de</strong> Almeida – Coor<strong>de</strong>nador do Programa<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da OPAS• Vera <strong>de</strong> Vita – Coor<strong>de</strong>nadora da Comissão <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental– Representante <strong>de</strong> Familiares – CNS, BrasilPAINÉIS ESPECÍFICOSTrabalho, Intervenções Culturais e Processo <strong>de</strong> Exclusão-InclusãoCoor<strong>de</strong>nação: João Ferreira Filho – Diretor do IPUB/UFRJ – RJ• Fernando Kinker – Ex- Coor<strong>de</strong>nador Técnico do ProjetoTrabalho - Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – Santos/ SP• Mark Nápoli - Escola <strong>de</strong> Samba “Liberda<strong>de</strong> ainda que Tantan”- Fórum Mineiro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental /MG• Edvaldo da Silva Nabuco - TV Pinel – Instituto PhilippePinel - RJ• Cecília Coimbra - Grupo Tortura Nunca Mais – RJ203AIDS e Saú<strong>de</strong> MentalCoor<strong>de</strong>nação: Denise Doneda• Denise Doneda – Responsável pela Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Prevençãoe Coor<strong>de</strong>nação <strong>Nacional</strong> DST/AIDS – MS• Domiciano Siqueira – Associação Brasileira <strong>de</strong> Redutores<strong>de</strong> Danos – ABORDA – RS• Sueli Broxado – Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – Niterói – RJ• Monaliza Nascimento Barros – Centro <strong>de</strong> Referência emDST/AIDS - Vitória da Conquista - BA


Assistência Farmacêutica em Saú<strong>de</strong> MentalCoor<strong>de</strong>nação: Sílvio Men<strong>de</strong>s• Sandra Fagun<strong>de</strong>s - Representante do CONASEMS• Carlos Alberto Pereira Gomes – Gerente Técnico da AssistênciaFarmacêutica/ MS• Vera Valente – Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Genéricos/ MS• José Ruben Bonfim – SOBRAVIME – SPGênero e Saú<strong>de</strong> MentalCoor<strong>de</strong>nação: Wilza Vilela204• Wilza Vilela – Psiquiatra do Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SecretariaEstadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> - SP• Rubiamara <strong>de</strong> Lima Souza - Cooperativa Qorpo Santo/ FórumGaúcho <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental – RS• Vilma Santana – Professora do Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletivada Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia – BA• Lúcia Rosa – Professora da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do PiauíReunião Intercâmbio InternacionalDia 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001Mesa Redonda II: FINANCIAMENTO E RECURSOS HUMANOSCoor<strong>de</strong>nação: Sônia Barros – Coor<strong>de</strong>nadora da ASTEC/SAS/MS• Gastão Wagner <strong>de</strong> Souza Campos – Secretário Municipal <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas - CONASEMS


• Maria Helena Brandão – Diretora do Departamento <strong>de</strong>Descentralização da Gestão da Assistência/MS• Ana Marta Lobosque – Psiquiatra do CERSAM/BH – MG• Maria Luiza Jaeger – Secretária Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do RioGran<strong>de</strong> do SulPAINÉIS ESPECÍFICOSSolenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Premiação das Experiências ExitosasReforma Psiquiátrica: Desafios da GestãoCoor<strong>de</strong>nação: Barjas Negri – Secretário Executivo do MS• Renilson Rehem <strong>de</strong> Souza – Secretário <strong>de</strong> Assistência àSaú<strong>de</strong>/MS• Gilson Cantarino – Secretário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado do Rio <strong>de</strong>Janeiro/ CONASS• Luis Odorico Monteiro Andra<strong>de</strong> – Secretaria Municipal <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sobral - CE205Atendimento Psicossocial a Crianças e AdolescentesCoor<strong>de</strong>nação: Julio Javier Espíndola – Representante da OPAS• Westio Y. Con<strong>de</strong> Júnior – Promotoria <strong>de</strong> Infância e Adolescênciado Ministério Público <strong>de</strong> Pernambuco – PE• Cristina Ventura – Coor<strong>de</strong>nadora do Fórum <strong>de</strong> Crianças eAdolescentes da Secretaria Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – RJ• Luciano Elia – Supervisor do CAPS Pequeno Hans, do Rio<strong>de</strong> Janeiro – RJ


Atenção Psicossocial à População <strong>de</strong> RuaCoor<strong>de</strong>nação: Maria Tavares• Rosemare Silva – Psicóloga da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> SãoPaulo – SP• Cristina Bove – Representante da Pastoral <strong>de</strong> Rua/ CNBB• Adriana Kuchembecker – Psiquiatra da Secretaria Municipal<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre - RS• Maria Tavares – Psiquiatra do Programa <strong>de</strong> Atendimento àPopulação <strong>de</strong> Rua – SES/RJPsiquiatria e Justiça206Coor<strong>de</strong>nação: Ester Oliveira Correia – Diretora do Centro<strong>de</strong> Apoio Técnico do Ministério Público - PE• Talvane Marins <strong>de</strong> Moraes – Instituto <strong>de</strong> Psiquiatria daUFRJ – RJ• Geraldo Feix – Procurador <strong>de</strong> Justiça do Estado do RioGran<strong>de</strong> do Sul• Fernanda Otoni – Supervisora Geral do Projeto <strong>de</strong> AtençãoInterdisciplinar ao Paciente Judiciário – PAI/PJ - MG• Ana Cristina <strong>de</strong> Souza - SOS - Direitos do Paciente – InstitutoFranco Basaglia – RJAções Antidiscriminatórias e <strong>de</strong> InclusãoCoor<strong>de</strong>nação: Miriam Abou-Yd• Milton Freire – Grupo Condição Humana/Instituto FrancoBasaglia – RJ


• Deputado Paulo Delgado – MG• Auro Lescher – Professor da Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina -Projeto Pixote - SP• Cecília Vilares - Projeto SOeSq – Associação Mundial <strong>de</strong>Psiquiatria e ABP - SP• Miriam Abou-Yd - Fórum Mineiro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental – MG• Richard Weingarten – Diretor <strong>de</strong> Assuntos dos Usuários – Serviço<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> New Haven – Connecticut – EUAExperiências Internacionais <strong>de</strong> Reforma PsiquiátricaCoor<strong>de</strong>nação: Ana Pitta – Coor<strong>de</strong>nadora Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental – SP• Ernesto Venturini – Diretor do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong>Ímola, Itália• Manuel Desviat – Diretor do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong>Leganés – Madrid, Espanha• Mariella Genchi – Diretório <strong>Nacional</strong> do Movimento <strong>de</strong>Psiquiatria Democrática – Bari – ItáliaParticipação <strong>de</strong> outros países convidados207TEATRO DO INCONSCIENTE – Cia. Teatral UeinzzDia 14 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembroMesa Redonda III - CONTROLE SOCIAL E DIREITOCoor<strong>de</strong>nação: Nelson Rodrigues dos Santos – Coor<strong>de</strong>nadorGeral do <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/ MS• Humberto Jacques <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros – Procurador da República– Ministério Público Fe<strong>de</strong>ral


• Roberto Tykanori – Psiquiatra da Secretaria Municipal <strong>de</strong>Santos – SP• Lígia Adélia Falcão da Silva – Representante dos Familiaresna Comissão Intersetrial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do <strong>Conselho</strong><strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/ MS• Fernando Goulart – Representante dos Usuários na ComissãoIntersetorial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do <strong>Conselho</strong> <strong>Nacional</strong>Saú<strong>de</strong>/MSPAINÉIS ESPECÍFICOSServiços Resi<strong>de</strong>nciais TerapêuticosCoor<strong>de</strong>nação: Willians Valentini208• Willians Valentini – Superinten<strong>de</strong>nte do Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Dr. Cândido Ferreira – Campinas – SP• Fátima Fischer – Fórum das Políticas Sociais da SecretariaGeral do Governo - RS• Paulo Fagun<strong>de</strong>s – Diretor da Colônia Juliano Moreira – Rio<strong>de</strong> Janeiro – RJ• Terezinha Dias Pinto – Moradora do Conjunto HabitacionalBranca Sales - Ribeirão Preto – SP• Mirsa Dellosi – Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental do Interior,da Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SP• Edson Ta<strong>de</strong>u Frogoaz <strong>de</strong> Souza - Projeto Moradia CAPSItapeva - SPÁlcool e Drogas e o campo da Saú<strong>de</strong> MentalCoor<strong>de</strong>nação: Sueli Moreira Rodrigues – Área Técnica <strong>de</strong>Álcool e Drogas/ ASTEC - MS


• Marcelo Cruz – Professor do IPUB/ ABRASCO – RJ• Décio Castro Alves – Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental <strong>de</strong> SantoAndré - SP• Antônio Nery Filho – Diretor do Centro <strong>de</strong> Estudos e Tratamento<strong>de</strong> Drogas – CEAD - BA• Mônica Gorgulho – Presi<strong>de</strong>nta da Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Redução<strong>de</strong> Danos – SP• Regina Cássia dos Reis Almeida – Coor<strong>de</strong>nadora do CAPSDependência Química/ Natal – RNSaú<strong>de</strong> Mental na Terceira Ida<strong>de</strong>Coor<strong>de</strong>nação: Jorge Alexandre Silvestre• Jorge Alexandre Silvestre – Coor<strong>de</strong>nador da Área TécnicaSaú<strong>de</strong> do Idoso• Margarida Santos – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pernambuco• Annete Leibing – Coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong> Atenção Diária parapacientes com Alzheimer – IPUB/RJ• Deputado Marcos Rolim – Comissão <strong>de</strong> Direitos Humanosda Câmara dos Deputados• Leda Dantas – Confe<strong>de</strong>ração <strong>Nacional</strong> dos AposentadosConselheira do CNS209Saú<strong>de</strong> Mental na Atenção BásicaCoor<strong>de</strong>nação: Cláudio Duarte da Fonseca – Secretário <strong>de</strong>Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/MS• Florianita Campos – Coor<strong>de</strong>nadora Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental <strong>de</strong> Campinas – SP


• Gustavo Couto – Assessor Especial da Secretaria Municipal<strong>de</strong> Recife - PE• Antônio Lancetti – Coor<strong>de</strong>nador do Projeto QUALIS – SP• Lídia Dias Costa - Coor<strong>de</strong>nadora Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental– Aracati – CE• Rosângela Ceccim – Coor<strong>de</strong>nadora do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>da Família – Belém - PAPluralida<strong>de</strong> étnica, discriminação e saú<strong>de</strong> mentalCoor<strong>de</strong>nação: Sônia Barros – Coor<strong>de</strong>nadora da AssessoriaTécnica/ Secretaria <strong>de</strong> Assistência à Saú<strong>de</strong>/MS210• Edna Rolland – Presi<strong>de</strong>nte da Organização <strong>de</strong> MulheresNegras - Fala Preta – SP• Stéphano Malysse – Professor do Departamento <strong>de</strong> CiênciasSociais e Antropologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Bahia -BA• Damiana Pereira <strong>de</strong> Miranda – AMMA - Psique e Negritu<strong>de</strong>– ONG - SP• José Jorge <strong>de</strong> Carvalho – Professor do Departamento <strong>de</strong>Antropologia/ UnB – DFDia 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembroPlenária Final


CONFERÊNCIAS ESTADUAIS DE SAÚDE MENTAL - 2001NORTEAcreRondôniaRoraimaParáAmazonasAmapáTocantinsNORDESTEPiauíParaíbaSergipePernambucoAlagoasRio Gran<strong>de</strong> do NorteMaranhãoBahiaCearáSUDESTEEspírito SantoMinas GeraisRio <strong>de</strong> JaneiroSão PauloSULSanta CatarinaParanáRio Gran<strong>de</strong> do SulCENTRO-OESTEDistrito Fe<strong>de</strong>ralGoiásMato Grosso do SulMato Grosso17 e 18 <strong>de</strong> outubro26 e 27 <strong>de</strong> outubro20 a 22 <strong>de</strong> novembro13 e 14 <strong>de</strong> novembro12 e 13 <strong>de</strong> novembro23 e 24 <strong>de</strong> novembro01 <strong>de</strong> novembro16 e 17 <strong>de</strong> outubro06 a 08 <strong>de</strong> novembro08 e 09 <strong>de</strong> novembro09 e 10 <strong>de</strong> novembro12 a 14 <strong>de</strong> novembro13 e 14 <strong>de</strong> novembro15 a 18 <strong>de</strong> novembro12 e 13 <strong>de</strong> novembro13 e 14 <strong>de</strong> novembro09 a 11 <strong>de</strong> outubro05 a 07 <strong>de</strong> novembro07 a 11 <strong>de</strong> novembro15 a 17 <strong>de</strong> novembro08 e 09 <strong>de</strong> novembro10 <strong>de</strong> novembro (Plenária)Conferência Estadual: agosto <strong>de</strong> 200008 a 11 <strong>de</strong> novembro07 a 11 <strong>de</strong> novembro06 e 07 <strong>de</strong> novembro31 <strong>de</strong> outubro e 01 <strong>de</strong> novembro29 e 30 <strong>de</strong> outubro211


Esta obra foi composta em GarmdITCBkCnBT eimpressa nas oficinas da Athalaia Gráfica eEditora Ltda, no sistema off-set sobre papelcouchê matte 90g/m 2 , com capa em papelCartão Supremo 250g/m 2 , em setembro <strong>de</strong>2002, para o Ministério da Saú<strong>de</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!